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  • Site lança rede colaborativa para legendar aulas de universidades 'gringas'

    Já não é preciso enfrentar os processos seletivos e a longa viagem até os Estados Unidos para assistir às aulas das universidades "gringas" Harvard, MIT e Stanford. Contando também as aulas das instituições nacionais, a plataforma de vídeos brasileira Veduca possui mais de 278 cursos. Por meio da tela do computador, a empresa faz a ponte entre brasileiros e as universidades estrangeiras, mas é a língua a maior das barreiras.

    A solução foi lançar uma rede de tradutores colaboradores para legendar as mais de 5,6 mil horas de aulas – 80% do conteúdo está em inglês, mas aulas em português também podem ser transcritas, como as da USP (Universidade de São Paulo), da Unicamp (Universidade de Campinas) e da Unesp (Universidade do Estado de São Paulo).

    O processo colaborativo de tradução começa aos poucos. Desde o começo da semana passada, o Veduca disponibiliza 700 vídeos na plataforma Amara. Juntos, compõem 37 cursos. "Nosso propósito é democratizar o acesso à educação de alta qualidade no Brasil", diz Luciene Antunes, curadora do Veduca.

    Caderno virtual
    Lançada em março de 2012, o Veduca já tentou até criar um sistema próprio de legendas para automatizar as colaborações voluntárias. Mas não deu certo.

    "A gente tentou fazer uma ferramenta no Veduca, mas não foi muito bem. Ninguém concluiu uma legenda por ali. Era difícil porque não permitia que mais de uma pessoa trabalhasse no mesmo vídeo. Para não dizer que não teve nenhuma, a gente teve um cara que legendou uma aula inteira. Mas foi muito triste a coincidência, porque ele legendou um vídeo que já tinha legenda", explicou Luciene.

    A iniciativa da rede colaborativa começou a tomar forma quando a rede recebeu investimentos de R$ 1,5 milhão ainda no ano passado. Os recursos serviram para encorpar a equipe e aprofundar a experiência dos alunos com a inclusão de novas ferramentas, como caderno virtual que associa anotações a pontos específicos da aula, busca por termos dentro dos vídeos, fórum de dúvidas e exercícios no meio das aulas para testar o aprendizado dos alunos. Mas faltava ampliar o acesso.

    Segundo Luciene, o site começou a testar modelos e optou pelo Amara, também utilizada pela rede de palestras globais TED (Tecnologia, Entretenimento e Design). Com a plataforma, é possível que um vídeo seja legendado por mais de uma pessoa. Já são 246 colaboradores em uma semana. De acordo com Luciene, o objetivo inicial da legendagem era atingir os estudantes que não dominavam o inglês, mas acabou auxiliando também deficientes auditivos.

    Mooc
    Sem lista de presença, bedel no corredor e fila na cantina, o Veduca já conta com 150 mil usuários cadastrados. Em junho, entraram no ar três cursos que oferecem certificação: Bioenergética, da UnB, Física Básica e Probabilidade e Estatística, da USP.

    Ainda neste ano, mais começarão a ser oferecidos por professores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Ufla (Universidade Federal de Lavras), Unicamp e UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), diz Luciene. Os cursos serão das áreas de engenharia, medicina e computação.

    "A gente está produzindo do zero os cursos para aproveitar todos os recursos que a nossa plataforma tem". Ainda este ano, o Veduca deve receber outro aporte de capital para colocar de pé seu modelo de negócios, baseado na cobrança pela emissão dos certificados –assistir às aulas continuará a ser de graça. Por isso, vai lançar um curso de pós-graduação.

    Os cursos com emissão de certificado são exemplos do fenômeno dos Cursos Móveis On-line Abertos (Mooc, na sigla em inglês --termo que já até entrou no tradicional dicionário Oxford. Populares, os três cursos que emitem certificado já atraíram 25 mil pessoas –mais de 12 mil somente interessados em de Probabilidade e Estatística.

    Segundo Luciene, esse é um dos atrativos aos professores parceiros, que querem "levar o conhecimento para além dos muros da universidade". "Esses professores dão essas matérias para, no máximo, 100 pessoas por ano", conta. Por enquanto, dar aos alunos que assistem a essas aulas créditos que contem para cursos universitários é apenas uma ideia no Brasil --mas que já é colocada em prática nos EUA. Porenquanto.


  • Startup Qranio assina convênio com prefeitura do Rio

    A startup Qranio assinou um convênio com a prefeitura do Rio de Janeiro para levar seu serviço de quiz educacional para "Praças e Naves do Conhecimento" espalhadas pela cidade. A intenção é dar acesso ao aplicativo para crianças e jovens que forem aos locais, permitindo brincar e aprender com as perguntas e respostas de temas como história, tecnologia, cinema, esportes automóveis e etc.

    "Nos EUA é muito comum uma startup ter o apoio de uma universidade ou de uma empresa que colocam o selo desta startup em seu site. No Brasil, não via ninguém tomando esta iniciativa. Como a prefeitura do Rio está com muito investimento na área de inovação e, como estamos entre as nove startups de educação mais visadas do mundo, liguei para o secretário e fiz uma proposta para o Qranio ajudar com o desenvolvimento", conta Samir Iásbeck, presidente-executivo e fundador do Qranio, ao G1.

    Estas "Praças e Naves do Conhecimento" levam computadores e aparelhos de tecnologia para comunidades carentes. Há palestras e aulas para as crianças nestes locais. A ideia, segundo Iásbeck é levar o quiz do Qranio para estes locais em aparelhos que serão fornecidos pela startup. Inicialmente, o quiz será o mesmo existente no site oficial, mas é possível que ele seja adaptado para estes locais, oferecendo perguntas sobre turismo já que a cidade receberá grandes eventos.

    "A ideia do envolvimento do Qranio nestes locais é também levar noções de empreendedorismo às crianças carentes. Prepará-los para criarem suas startups".

    Segundo o executivo, a parceria não envolve verba nem de um lado, bem do outro. "O Qranio ganha com o aumento do número de usuários, por meio da visibilidade com a prefeitura. E por outro lado, a prefeitura contribui, por meio da Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia , ao acreditar na gente. Estar junto da prefeitura do Rio, uma marca que todos viram no Carnaval e com a Copa do Mundo e as Olimpíadas pela frente, nos dará muita visibilidade. Os ganhos são para a sociedade, que terá nosso auxílio para os jovens carentes, e para o Qranio, indiretamente, que ganhará mais ao ver o número de usuários crescer".

    Parte do serviço oferecido pelo Qranio é paga (o Qranio Premium custa R$ 6) e a startup, ao lado da prefeitura, estudam como subsidiar esta parte do serviço para o público para ajudar no aprendizado desses jovens. Como isso será feito, principalmente como identificar quais são os jovens que vivem em áreas carentes, ainda está em estudo. O Qranio também pretende colocar máquinas próprias nestes locais para oferecer o serviço.


  • Crítica a métodos 'antigos' de ensino leva empreendedor a criar startup

    "Eu odiava ir para escola, e não porque eu não gostava de aprender, mas porque não entendia o propósito”, lembra Samir Iásbeck de Oliveira, empreendedor mineiro de Juiz de Fora.

    Crítico em relação às metodologias de ensino que considera “arcaicas”, ele decidiu criar a Qranio, uma startup que dá prêmios pra quem prova ter conhecimento. Os usuários vão respondendo perguntas sobre um assunto determinado e acumulando moedinhas virtuais, que poderão ser trocadas por itens que vão de livros a consoles de videogame.

    Oliveira lembra que sempre foi uma criança muito atenta, apesar de não gostar de ir à escola, e viu a história se repetir com sua filha. “Eu vi as mesmas coisas acontecendo com ela, então decidi tentar mudar o aprendizado”, conta. Em outubro de 2011, a Qranio já estava no ar (acesse aqui).

    De lá pra cá, a empresa se instalou nos escritórios da Telefónica, porque foi selecionada para receber R$ 100 mil em investimentos da empresa, além de suporte em áreas como jurídica e contábil. A equipe do Qranio é acelerada no projeto Wayra, da companhia, que já envolve mais de 172 startups em todo o mundo. Em troca, a Telefónica é dona de uma parte minoritária da empresa.

    Oliveira conta que, apesar de ter um escritório em São Paulo, a startup também tem parte de sua equipe em Juiz de Fora (Minas Gerais), onde fica a parte de desenvolvimento de software.

    A criação da Qranio também levou o empreendedor para o Vale do Silício, o centro de inovação nos Estados Unidos. “Identificamos que precisávamos melhorar a experiência do usuário e a própria Bel Pesce nos ajudou muito”, conta Oliveira, sobre a brasileira que é uma das sócias da Lemon (o G1 já falou sobre ela aqui e aqui).

    Na última semana, a equipe do Qranio fez plantão para implementar algumas mudanças na interface. “A mecânica do game segue a mesma, mas agora você pode adicionar amigos e implementamos diversas melhorias”, conta. Segundo ele, ao longo dos próximos meses, serão acrescentadas novas funções, como a possibilidade de estabelecer um duelo com os amigos.

    A meta, diz Oliveira, é chegar a 1 milhão de usuários até o meio de 2013, quando a expansão começa a mirar também usuários que falam inglês e espanhol. Apesar disso, o empreendedor conta que existe uma barreira grande: a Qranio ainda não entrega os prêmios fora do país.

    A startup ganha dinheiro com um modelo “Freemium” (conhecido nas startups como aquele que oferece um serviço gratuito, com funções extra que são pagas”). A assinatura custa R$ 6 por mês e os usuários passam a ter vantagens, como ganhar mais moedas virtuais por perguntas acertadas.


Sobre a página

Neste blog, os jornalistas de tecnologia do G1 publicam notícias e análises sobre startups, as empresas de tecnologia e inovação em estágio inicial.