Por Maurício Paz, g1 RS


PF realizou operação contra produção de falsos diplomas em nome da UFRGS — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Um esquema de venda de diplomas falsos de mestrado e doutorado em nome da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é investigado pela Polícia Federal em Porto Alegre. Nesta sexta-feira (28), uma operação foi executada, e resultou na prisão de um biomédico, que se formou com um histórico escolar falso. Os documentos seriam vendidos por cerca de R$ 7 mil.

O preso é um homem de 42 anos, cuja identidade não foi revelada. Ele é dono de uma clínica estética no bairro Farroupilha, e foi preso em flagrante por uso de diploma falso e exercício irregular de profissões, de acordo com a PF.

A operação contou com colaboração da fiscal do Conselho de Biomedicina da 5ª Região, Jenifer Cristina Martins, que contou que ele fraudou o sistema para conseguir o diploma profissional.

"O diploma de Biomedicina dele é validado, sim, pelo Ministério da Educação (MEC), o diploma que ele usou para se inscrever no nosso conselho. Porém, ele conseguiu esse diploma como: validando matérias que ele tinha feito de um outro curso de graduação, utilizando um diploma falso de outra instituição", diz a a fiscal.

A polícia cumpriu dois mandados de busca e apreensão – um na residência e outro na clínica do homem.

A investigação aponta que mais de 2 mil falsos documentos foram certificados digitalmente pelo homem na própria casa, incluindo diploma, curso de especialização, conclusão de curso e histórico escolar. A empresa que realizava a validação colaborou com a investigação, segundo a PF.

Para realizar a fraude, a PF diz que o homem contou com a colaboração de outras pessoas, que estão sendo investigadas.

PF prendeu homem em clínica estética durante operação contra falsos diplomas — Foto: Divulgação/Polícia Federal

A PF afirma que o grupo convencia servidores públicos, especialmente da área da educação, para adquirir os certificados e garantir um melhor salário com o adicional de qualificação. Dessa forma, os documentos eram apresentados aos responsáveis públicos municipais, estaduais e federal.

"A gente identificou a pessoa que estava falsificando esses diplomas e estava distribuindo, digamos assim, pro Brasil inteiro, principalmente para profissionais da área de educação, para obter essa qualificação, esse adicional", revela o delegado Davi Jacobs.

Além de documentos falsos feitos em nome da UFRGS, o grupo também prometia revalidar diplomas obtidos em universidades do exterior, em países como Venezuela, Colômbia, Equador e Estados Unidos.

Se forem condenados, os responsáveis podem responder pelos crimes de uso de associação criminosa, uso de documentos falsos e exercício ilegal da profissão, a partir da responsabilidade de cada integrante.

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