Por Matheus Rodrigues, G1 Rio


Imagem mostra como ficou alojamento do Ninho do Urubu após incêndio — Foto: Leslie Leitão/TV Globo

A Polícia Civil do Rio ouviu, no início da tarde de sexta sexta-feira (8), atletas e funcionários do Clube de Regatas do Flamengo sobre o incêndio no Centro de Treinamento do clube em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, que deixou 10 mortos e três atletas da categoria de base feridos.

No total, 14 atletas e três funcionários estiveram na delegacia. Eles chegaram em duas vans na 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes acompanhados da equipe de assistentes sociais do clube, um advogado e de uma conselheira tutelar do município.

Segundo informações da polícia, todos os atletas estavam no alojamento na madrugada desta sexta-feira quando ocorreu o incêndio. Ainda segundo a polícia, após o resultado da perícia outros atletas e funcionários poderão prestar novos depoimentos. Eles deixaram a delegacia por volta das 16h sem falar com os jornalistas.

Um dos funcionários ouvidos é o segurança da portaria do Ninho do Urubu, conhecido como Ferreirinha, que teria ajudado a resgatar três atletas das chamas.

Funcionários da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos chegam na 42ª DP (Recreio) para acompanhar depoimento dos jovens atletas do Flamengo. — Foto: Matheus Rodrigues / G1

A conselheira tutelar que acompanhou o depoimento dos jovens atletas do Flamengo, Nalva Souza, afirmou que esteve presente no depoimento para garantir o direito dos atletas. Segundo ela, o clube está prestando assistência aos adolescentes.

“Os jovens estão bem assistidos, o clube está dando toda a assistência, os pais foram contactados e está tudo bem. O trabalho do conselho é garantir que os direitos dos adolescentes sejam garantidos. A gente está acompanhando com toda equipe do clube. Os meninos, na medida do possível, estão bem. Estão lúcidos e contando-nos depoimentos de forma clara”, disse.

O incêndio

Parte das instalações do CT do Flamengo devastadas pelas chamas — Foto: Arquivo pessoal

As chamas atingiram as instalações onde dormiam jogadores entre 14 e 17 anos, a maioria é de fora do Rio de Janeiro. Eram seis contêineres interligados que serviam de dormitórios.

Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli dizem que foi identificado um curto-circuito no ar-condicionado, segundo informações do comentarista de segurança do RJ1, Fernando Veloso. A perícia ainda está em andamento e não há uma avaliação final das causas da tragédia.

Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros o CT, conhecido como Ninho do Urubu, ainda não possuía documentação definitiva dos bombeiros. De acordo com a assessoria de comunicação da corporação, o local está em processo de regularização de documentos junto ao órgão, o que significa que ainda não possui o Certificado de Aprovação (CA).

Por volta das 15h, os dez corpos já tinham chegado ao Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio. Eles começaram a ser retirados do CT, que fica na Zona Oeste, por volta das 11h.

"A área de alojamento atingida pelo incêndio não consta do último projeto aprovado pela área de licenciamento, no dia 5 de abril de 2018, como edificada", diz em nota.

O Fla-Flu e o jogo Vasco x Resende, válidos pela semifinal da Taça Guanabara neste fim de semana (9 e 10), foram adiados. O governador Wilson Witzel e o prefeito Marcelo Crivella decretaram luto oficial de três dias.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!