26/01/2015 06h39 - Atualizado em 10/02/2015 20h38

Conheça os bairros que ajudam a contar a história do Rio

Fundação da cidade aconteceu na Urca, mas ocupação começou no Centro.
Vila Isabel foi o primeiro bairro planejado do Rio de Janeiro.

Do G1 Rio

Com uma população de 6.453.682 habitantes, segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado em 2014, a cidade do Rio de Janeiro comemora 450 de fundação no próximo dia 1º de março. Ao longo desses quatro séculos e meio de história, a cidade, fundada com o nome de Cidade de São Sebastião, viu surgir em seu interior 160 bairros que ajudam a contar a trajetória do Rio desde a sua fundação. Para celebrar o aniversário da cidade, o G1 preparou um mapa (confira no link abaixo) onde o leitor pode conhecer o motivo dos nomes de quase 80 regiões.

O nome da maioria dos bairros do Rio surgiu devido a influências históricas e as primeiras ocupações das regiões. O bairro do Engenho Novo, por exemplo, tem origem no Engenho Novo dos Jesuítas, construído em 1707. Já Santa Teresa recebeu esse nome devido ao Convento de Santa Teresa, criado em 1750 pelo governador Gomes Freire de Andrade para abrigar religiosas.

Antes das pancadas de chuva, sensação térmica chegou a 52°C em Guaratiba, na Zona Oeste. Banhistas seguem na praia do Leme, onde já é possível ver a balsa posicionada para a queima de fogos. (Foto: Rodrigo Godinho/Arquivo Pessoal)Praia do Leme, na Zona Sul da cidade, nos dias atuais. (Foto: Rodrigo Godinho/Arquivo Pessoal)

O bairro Catumbi se formou às margens do Rio Catumbi, que significa “água do mato escuro” ou “rio sombreado”. O Leme ganhou esse nome por causa da Pedra do Leme, que é contornada pelas praias da Urca e Botafogo e cujo formato, visto de cima, se assemelha ao do leme de um navio. Conheça um pouco mais da origem dos nomes dos bairros do Rio aqui.

Fundação da cidade

No dia 1º de março de 1565 o português Estácio de Sá fundou a cidade do Rio de Janeiro na região entre os morros Cara de Cão e o Pão de Açúcar, um dos mais simbólicos da cidade. Na época, a missão de fundar a cidade esteve diretamente relacionada à luta entre portugueses e franceses para dominar a região.

“Os franceses foram expulsos, mas naquele momento o Estácio de Sá ainda tinha a missão de povoar a cidade. Era preciso se fixar, pois, do contrário, os franceses ou outros poderiam vir e tentar ocupar novamente”, explicou a historiadora Lili Rose Cruz Oliveira, autora do livro “Vila Isabel de Rua em rua”, o primeiro bairro planejado do Rio.

 

Inicialmente a cidade começou a ser ocupada na região da Urca, mas logo depois, em 1567, os portugueses passaram a ocupar o Morro do Castelo, onde a cidade de fato começou a ser povoada. A escolha do local seguia razões de segurança. Do alto do morro era possível avistar grande parte da baía de Guanabara e o movimento de entrada e saída de navios facilitando a defesa do povoado. No entanto, em 1922 o morro foi destruído, abrindo espaço para ruas na região que hoje é ocupada por prédios como o do Ministério do Trabalho, da Educação e Cultura, e da Igreja Santa Luzia.

“Ele foi destruído em etapas. Uma parte dele foi no começo do século por causa da Rio Branco e em 1922 foi destruído totalmente. As pessoas diziam que atrapalhavam a ventilação do Centro e que a higiene ficava comprometida. Toda a memória e a história da origem da ocupação da cidade acabou com o morro”, lamenta a historiadora, ressaltando que só restou a Ladeira da Misericórdia.

As três coisas mais importantes da fundação da cidade que foram preservadas estão hoje na Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos, na Tijuca, Zona Norte do Rio. O local abriga a pedra de fundação da cidade (a Pedra de Lioz), os restos mortais de Estácio de Sá e a imagem de São Sebastião, nome dado à cidade do Rio de Janeiro na época da sua fundação.

Primeiro bairro planejado do Rio
Considerado o primeiro bairro planejado da cidade, Vila Isabel foi fundado por Barão de Drumond, em 1.872, considerado um homem com visão muito além do seu tempo. “Ele urbanizou e convidou um arquiteto para fazer o bairro. Ele deu lotes para criar igrejas e colégios, criou o Jardim Zoológico e uma companhia de bonde. As pessoas precisavam morar perto do Centro da cidade, onde estava o emprego”, ressaltou Lili. Drumond também foi o responsável pela criação do jogo do bicho.

Noel Rosa está eternizado em Vila Isabel (Foto: Alexandre Macieira/ Riotur)Noel Rosa está eternizado em Vila Isabel (Foto: Alexandre Macieira/ Riotur)

A área atualmente ocupada pelo bairro de Vila Isabel era denominada Fazenda do Macaco, que, em 1829, D. Pedro I deu como presente de casamento à sua noiva, a princesa Amélia Augusta.

A principal avenida recebeu o nome de Boulevard 28 de Setembro, em comemoração à data da assinatura da Lei do Ventre Livre. A segunda rua em importância recebeu o nome de Teodoro da Silva, que havia assinado a Lei com a Princesa. Após a morte de Drumond, a praça passou a chamar-se Barão de Drumond.

 

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