Empresário reage a assalto e dá cinco tiros em suspeito armado
A Polícia Civil vai abrir um novo inquérito para apurar a conduta do empresário que reagiu a um assalto e deu cinco tiros no suspeito, que estava armado e foi internado em estado grave.
O caso aconteceu no dia 13 de junho em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, e foi filmado pela câmera de segurança da loja de celulares onde aconteceu o caso. Veja vídeo acima.
No inquérito sobre a tentativa de assalto, o delegado Lucas Andraus entendeu que o empresário agiu em legítima defesa. Saiba mais abaixo.
Agora, a Justiça determinou que um novo inquérito seja aberto para apurar a conduta do homem, que tem 29 anos. Segundo o delegado Luiz Gustavo Timossi, o procedimento será feito pela delegacia de homicídios.
A ordem veio do juiz Hélio Cesar Engelhardt, que no mesmo documento converteu de flagrante para preventiva a prisão do suspeito de roubo.
"Oficie-se à Autoridade Policial solicitando informações, no prazo de 48 horas, quanto à instauração de Inquérito Policial, para investigação da conduta praticada pela vítima, para averiguação de eventual excesso ou presença da excludente de ilicitude da legítima defesa, o que somente poderá ser determinado com a instauração de autos respectivos para investigação", aponta o texto.
O g1 tenta identificar a defesa do empresário.
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O baleado tem 23 anos e continua internado em estado grave, estável, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Regional da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG), de acordo com a assessoria do hospital.
Ele está escoltado pela Polícia Militar (PM) e, quando tiver alta, deve ser ouvido pela polícia e encaminhado à Cadeia Pública de Ponta Grossa.
Segundo o juiz, ele possui três condenações anteriores pelo crime de tráfico.
O jovem foi indiciado por tentativa de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo
Até a publicação desta reportagem, ele ainda não possuía defesa constituída.
Legítima defesa
O delegado Lucas Andraus, responsável pelo inquérito do assalto, entendeu que o empresário agiu em legítima defesa. Para ele, o homem atendeu aos requisitos previstos no Código Penal, que afirma não haver crime quando o fato é praticado em legítima defesa.
"Ele se encontrava diante de uma injusta agressão atual a bens jurídicos próprios e alheios, ou seja, diante de uma conduta vigente contrária ao direito que lesava e expunha a risco não apenas sua vida e patrimônio, como também os de sua família. Além disso, porque se valeu do meio menos lesivo dentre os eficazes à sua disposição, sua pistola calibre 9 mm, devidamente registrada, único instrumento capaz de repelir, naquele momento, a injusta agressão que era praticada através do emprego ostensivo de revólver. Ademais, porque utilizou esse meio com moderação, isto é, de modo proporcional à agressão sofrida, interrompendo seus disparos tão logo cessado o comportamento criminoso, não havendo falar em excesso", afirma o delegado.
Andraus também ressalta que a arma de fogo do empresário é registrada "e por essa razão ele podia mantê-la no interior do estabelecimento pelo qual é responsável, nos termos do artigo 5º, da Lei 10.826/03, não havendo falar em posse ilegal".
Relembre o caso
Empresário reage a assalto e dá cinco tiros em suspeito armado — Foto: Reprodução
O caso foi filmado por uma câmera de segurança da loja de celulares.
As imagens mostram que o suspeito entra na loja usando um capacete e anuncia um assalto, enquanto tira uma arma de dentro da calça e se aproxima da esposa do empresário, que trabalha no local.
Ao mesmo tempo, o empresário, que estava sentado atrás de um balcão, também pega uma arma da própria calça e atira cinco vezes contra o suspeito.
De acordo com o delegado Lucas Andraus, logo após o ocorrido o irmão do empresário, que também estava na loja, acionou a PM e o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate).
O suspeito baleado foi levado ao hospital. Além dele, mais ninguém se feriu.
Investigação
A polícia recolheu as armas do suspeito e do empresário, que estão sendo periciadas.
Segundo o delegado Lucas Andraus, a arma do suspeito era um revólver calibre .38 com numeração raspada e estava municiado, enquanto que a do empresário era uma de calibre .9mm e será restituída assim que o laudo for concluído.
"O Boletim de Ocorrência apresentado pela Polícia Militar não citou a participação de outras pessoas no delito. Mesmo assim, foram realizadas diligências pela Polícia Civil com o intuito de tentar localizar e identificar possíveis comparsas. Até o presente momento, não foi constatada a participação de outros envolvidos", explica Andraus.
Polícia Militar recomenda às pessoas nunca reagirem a assaltos
A orientação da PM é que as vítimas acionem a polícia por meio do telefone ou aplicativo e descrevam características do suspeito, além de informar o horário e local do crime.
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