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  • Uma breve história do tempo

    “I got away for a little while”
    (Ghost Ship, Blur)

    Zeca Camargo
    Tenho viajado. Você talvez tenha percebido. Normal. É isso que faço - é isso que gosto de fazer. Porém, nos últimos seis meses, dediquei-me a isso com especial fervor. Uma série de coincidências colaboraram para isso: trabalho, lazer, compromissos profissionais, necessidades de renovação - tudo junto fez com que, de novembro até agora, eu passasse cerca de 20% desse tempo só no Brasil. O resto? Bem, o resto…

    Estive lá e cá. Primeiro, uma volta ao mundo: México, Estados Unidos, Coreia do Sul, Tailândia, Índia, Turquia, Israel, Holanda, Dinamarca e Portugal. Básico. Era trabalho, tudo estava planejado. E depois disso, o acaso se ocupou de me surpreender. Levou-me ele duas vezes a Madri, novamente a Portugal, três a Paris - uma delas, rumo a Avignon, outra ao Vale do Loire. Foi o acaso também que me permitiu voltar a Bangcoc mês passado, apenas alguns meses depois de ter estado por lá em dezembro. E por falar em Sudeste Asiático, some à lista: Laos (como não celebrar a chance de poder ir pela terceira vez a um lugar como Luang Prabang); Camboja (onde não ia desde 2004); e Myanmar - finalmente um país que eu não conhecia! Inclua também Miami e Nova York - duas vezes. Já falei Buenos Aires? E mesmo no Brasil, tive a chance de conhecer a Chapada dos Veadeiros e lembrar como é lindo Búzios - onde não ia há umas três décadas.

    Zeca CamargoAlguns podem achar que estou apenas contando vantagem - o que é bom, pois esses não vão desistir de me acompanhar nessa leitura a partir deste ponto. O que é ótimo, pois a essa altura da vida, não tenho mais paciência de convencer ninguém de que aqui escrevo o que me dá vontade - não por narcisismo, nas pela necessidade de trocar com quem realmente está interessado em ideias. Essas viagens, essas distâncias percorridas, esses lugares visitados - não servem apenas para tirar fotos bonitas, como as que ilustram a abertura do post de hoje. Todo esse deslocamento - e a solitude que me acompanhou por bons trechos desses trajetos - trouxe não só uma sensação frenética, mas, paradoxalmente, uma tranquilidade inusitada. Junto com uma certeza de que estava fazendo a coisa certa.

    Mas coisa era essa? Uma resposta a minha curiosidade infinita - que é, afinal, o principal motivo pelo qual a gente viaja (ou deveria viajar). E justamente porque ela é infinita, meus achados em cada um desses lugares também são infinitos - logo, impossível de caber numa folha de papel, ainda que virtual. O que não significa que não vale a pena tentar. Por isso, convido você agora, que já me segue aqui há tempos (já são quase nove anos!) ou não, mas que tem o mesmo espírito deste espaço: o entusiasmo com as descobertas e as inesgotáveis possibilidades da criação humana - a me seguir nesta breve história do tempo. Ou pelo menos desse tempo tão particular, meus últimos seis meses.

    Zeca Camargo
    Vi templos em Siam Reap e a praça dos Papas em Avignon - onde dancei na ponte da cidade, imitando Tintim ao lado de Milu naquele notório traço de Hergé. Falando nisso, pedi para as bailarinas de plantão ali em Erawan fazerem uma dancinha para mim - não custa nem caro, menos de R$ 100,00. Passei por assistente de artista plástico para conseguir visitar o novo Whitney Museum, em Nova York, antes que ele fosse aberto oficialmente para o público. E, de balão, passei por cima de Chenanceau. Naveguei o Rio da Prata e uma parte (bem pequena) do Mekong. Fiz um ziguezague no lago Inle, Myanmar, e passei um fim de tarde inteirinho vendo o sol ir embora levando seu reflexo do Tejo, em Lisboa.

    Testemunhei o amanhecer de Bagan, senti o calor cruel do meio-dia em Bayon (Angkor), percebi as sombras ficando longas no fim da tarde de inverno em Uzés, saí de bicicleta para explorar a noite de Amsterdam. Deixei cachoeiras caírem nas minhas costas no Vale da Lua (Goiás) e senti maresia do Pacífico em Santa Mônica. Descobri o bairro “art deco” de Tel Aviv e pude compará-lo com o de Miami. Derreti com a tórrida noite em Silom e congelei com a manhã de Copenhague. Noites, dias, horas - impressionante como tudo é relativo quando a gente junta essas lembranças.

    Zeca Camargo
    Vi Basquiat no Brooklyn nova-iorquino e Marlene Dumas em Amsterdã. Morandi novamente me hipnotizou no fim de um passeio em Roma - especialmente com suas flores que eu nem sabia que existiam - e reencontrei meu ídolo, Michaël Borremans, no museu de arte contemporânea da capital israelense. Velázquez me tirou (mais uma vez) do sério no Grand Palais. Janet Cardiff mexeu com os meus sonhos no espaço que o Museu Reina Sofia, em Madri, tem no Palácio de Cristal. Tapiés em Miami, Sonia Delaunay na Tate, 100 anos de cinema turco no Istanbul Modern. Não consigo esquecer as imagens em branco e preto de lésbicas que foram vítimas de homofobia registradas pelas lentes da sul-africana Zanele Muhole, na Photographer’s Gallery, em Londres. Tive o privilégio de conhecer o ateliê de um ídolo meu nas artes plásticas, Francesco Clemente, na parte baixa da Broadway de Nova York, e conversei com uma artista (Rose-lynn Fischer) que fotografa as lágrimas das pessoas no microscópio - no Palais de Tokyo.

    Vi “Whiplash” no moderno complexo cultural em De Hallen, Amsterdã, e “Vingadores” em Yangoon - onde os filmes passam sem legenda em birmanês (ou em qualquer língua: se não entender, boa sorte!). Em horas de avião, chorei com “Selma” e “Pride” - vítima do velho truque de emocionar alguém mostrando gente que vai em frente quando alguém diz não. Meu cinema favorito em Nova York, Angelika Film Center, passava o último trabalho de um dos meus diretores preferidos - “While we’re young”, de Noah Baumbach.

    Zeca CamargoComo resistir? E em Los Angeles assisti ao filme mais aterrorizantes dos últimos tempos (“Força maior”) - que, aliás, não é de terror. Terminei a temporada de “Unbreakable Kimmy Schmidt” no meu iPad (os melhores episódios vi enquanto estava em Mumbai), e em Miami, a abertura da última temporada de “Veep” - com aquele roteiro genial do TP que apaga bem no discurso de posse de Selena como presidente dos Estados Unidos. E, também em Miami, gargalhei ininterruptamente com “Connection lost”, um episódio de “Modern Family” todo feito em telas de computadores, tablets e smartphones - um dos momentos mais originais da TV neste século!

    Fiquei amigo de um baterista em Myanmar - que ouvia The Cure nos anos 90 em fitas cassete contrabandeadas da Tailândia. Em Bancoc, descobri uma loja de discos em Sukhumvit (1979 Vynil) que vende compactos de “pop thai” dos anos 60 junto com "singles" do Supergrass - e onde acontecem “pocket shows” de folk local no fim da tarde. Ouvi Gil em Nova York, Florence Welch em Seoul, Blur em Bagan. Finalmente cedi aos encantos do hip-hop latino na Cidade do México, fui a um karaokê em Mumbai, escutei nova bossa nova sair dos portões das casas de jazz na rua Rosa, Lisboa. Comprei o CD de Fatima na Sounds of the Universe - no Soho Londrino - e, numa loja do aeroporto em Tel Aviv, levei o que o vendedor me garantiu ser o melhor da jovem música acústica israelense (ainda por conferir).

    Zeca Camargo
    Li Miranda July às margens do lago Inle, e me emocionei com “O homem que amava os cachorros” - do cubano Leonardo Padura enquanto cruzava a linha do tempo. Reli Hilton Als (”White girls”) indo para o interior da Turquia, vibrei com o romance mais surreal dos últimos tempos (“The sellout”, Paul Beatty) em Siam Reap, e matei minhas saudades de Edward St. Aubyn lendo seu “Lost for words” nos bancos do Miradouro do Torel em Lisboa. Mantive-me entretido com o último número da “Pitchfork Review” - com um texto brilhante sobre os B-52’s - enquanto esperava amanhecer na beira no Mekong e experimentei Björk não com os ouvidos, mas com os olhos - no MoMA. E elegi “John Doe”, do Young Fathers, a trilha sonora oficial de todas essas viagens. Em tempo: resgatei “The first time ever I saw your face”, com Roberta Flack, como trilha sonora da minha vida.

    Provei do melhor curry (e do melhor carneiro) em Mumbai, a alheira preciosa da Garrafeira Alfaia, em Lisboa - onde o bom amigo Pedro sempre tem uma garrafa do Douro que “ninguém ainda conhece” e que é sensacional. Perdi a conta de quantas variações sobre o tema “sopa thom yum” encarei na Tailândia, mas me lembro bem do restaurante no Camboja onde me serviram um “laap” de porco inacreditável. Não resisti ao kebabs do Hamdi em Istambul - mesmo sabendo que ia enfrentar hordas de turistas, e tive pelo menos um jantar memorável em Seoul, com um tradicional (e farto) churrasco coreano.

    Zeca Camargo
    Aprendi no Laos como finalmente preparar um capim-limão para comer (e não só para perfumar a comida) - o truque é desfiá-lo o jogar no óleo bem quente. E graças à generosidade de um amigo sommelier em Paris, mas que é dinamarquês (de família taiwanesa!), tive o melhor banquete de toda a temporada no Kødbyens Fiskebar, em Copenhague. Costelas defumadas à moda texana em Buenos Aires, sashimi de atum “semi-gordo” em Bancoc, pintxos modernos em Madri, galinhada na Vila de São Jorge (Chapada dos Veadeiros), espaguete com “botarga” numa cantina romana (extra)ordinária chamada Il Vascello, chocolate com lavanda na mesa do melhor chef parisiense do momento - que, na verdade, é japonês. E, por falar em conexões inesperadas, foi no Mercado da Ribeira que conheci o excelente chef catarinense Iuri. Onde ele prepara suas delícias? Na Cozinha da Felicidade…

    E gente. Gente linda que conheci, com quem me emocionei sem querer. Gente que eu provavelmente nunca mais vou ver, mas que pelos minutos das trocas que tivemos, me fez sentir como se eu fosse parte da vida delas: meu guia em Myanmar; nossa produtora em Bancoc; o ator aspirante na Cidade do México; a menina que faz o papel da jornalista na série dinamarquesa “Borgen”; as mulheres cantando dentro da caverna de Budas em Pindaya; o animador de plateia do “The Voice Holanda”; o motorista de tuktuk de Siam Reap que foi até o sacerdote da sua vila pedir que ele fizesse uma bandeira abençoada para minha casa; a italianíssima dona do Il Vascello (que ama o Rio de Janeiro); a mulher que faz a segurança preguiçosa da ala de marionetes de teatros de sombra no Museu do Oriente em Lisboa; os meninos monges jogando futebol no lago Inle; uma pessoa cujo rosto nunca conheci e que fica atrás de uma fantasia misteriosa de uma criatura que pode ou não ser uma cabra e que está sempre na Plaza Mayor madrilena.

    Zeca Camargo
    Eu tentei colocar tudo aqui, nas a tarefa é inglória. Eu mesmo não me lembro de tudo que vivi e experimentei nesses últimos seis meses. Mas sei bem como tudo isso mexeu comigo. Sobretudo como isso me fortaleceu. Lá em cima brinquei que as pessoas que não têm a sensibilidade para entender coisas assim jamais chegariam a essa altura deste longo texto de hoje. Espero realmente que elas tenham me abandonado parágrafos atrás. E celebro quem veio comigo. Porque se você chegou até aqui é porque tem o potencial de entender o poder dessas coisas que a gente experimenta pelo mundo. E sabe como isso transforma.

    Voltar para a rotina, para a minha realidade aqui é um processo cruel, mas que encaro agora sem medo. Voltei com uma coragem e, sobretudo, com uma certeza do que eu quero da vida, como nunca havia conquistado nesses 52 anos. E tudo isso me deixa, repito, mais forte. E, consequentemente, mais feliz. E se escrevi tudo isso até aqui foi para poder dividir isso tudo com você.

    Zeca Camargo
    Numa dessas conversas que a gente tem em viagem, uma amigo recente insistia que para muitas pessoas, a própria experiência de viajar era um insulto. Deslocar-se pelo mundo, segundo ele, ocupa um lugar perigoso no imaginário de algumas mentes que, ao contrário de sonhar com as possibilidades que quem viaja abre para a gente - a possibilidade de sonhar, de descobrir, de simplesmente sair por aí -, vê isso como uma provocação. E, como um tiro que sai pela culatra, responde aos viajantes com raiva e desdém. Não tenho certeza de que já fui vítima de pessoas assim, como meu amigo descrevia, mas consigo compreender que isso existe, e lamentar que essas pessoas não sejam capazes de processar esse contato com experiências de outros viajantes como uma coisa positiva.

    Zeca Camargo
    Como pessoa pública, sou esporadicamente atacado pelo simples fato de desempenhar esse papel - julgamentos que muito pouco tem a ver com a minha pessoa, mas que são lançados no território livre da internet como torpedos inconsequentes. Que, aliás, são também inócuos. Nas próprias viagens, li com surpresas comentários que são não apenas brutais, mas vazios, como se o único fato de eu ter escolhido me deslocar por esse nosso lindo planeta fosse algo a ser condenado.

    Eu certamente nunca encarei assim nenhuma experiência de nenhum viajante. De Julio Verne a Pico Iyar, todos que um dia escreveram sobre a fascinante vivência de provar de outras culturas foram para mim exemplos preciosos de uma pessoa que eu mesmo queria ser um dia. E que acho que sou hoje. Acho não. Se essa última viagem de seis meses (quase ininterruptos) me ensinou alguma coisa, foi a de que eu ganhei essa experiência sim. Cresci ainda mais com ela. E seria injusto guardá-la só para mim.

    Zeca Camargo
    Eu gosto de pensar em um mundo onde as coisas, os desejos, as pessoas, as aspirações sejam maiores do que um tweet rancoroso. Por isso, faço o que sei melhor: escrevo. E escrevo sobre isso que vivi. E ganho em troca o privilégio de ter você aqui me lendo.

    Se isso não é felicidade…

    O refrão nosso de cada dia: “Shame”, The Young Fathers - hum, só no caso de você ser uma daqueles que vão contra tudo que eu escrevi aqui hoje e, mesmo assim, chegou até aqui no texto, aqui vai, cortesia (mais uma vez) dos Young Fathers, uma música (e um vídeo) sob medida para você. A gente por aqui segue sendo feliz…

    Fotos: Zeca Camargo

  • Finalmente, novos projetos

    Zeca Camargo
    Às vezes o mundo conspira a seu favor. Não é sempre, mas de vez em quando dá tudo certo e você ganha de presente as duas coisas mais importantes para fazer o que quiser: tempo e oportunidade. Pois é exatamente o que está acontecendo comigo agora – e por isso mesmo quero aproveitar. E dividir com você projetos que até pouco tempo atrás apenas um círculo pequeno de amigos sabia.

    Depois de uma série de reportagens de fôlego como a que fiz – sim, uma outra "volta ao mundo", que você talvez tenha acompanhado pela televisão (ou, quem sabe, até pelo meu Instagram: @zecacamargomundo – este sim, oficial) –, agora finalmente ganhei espaço para respirar e pensar em sonhos que a gente passa a vida inteira adiando.

    Sabe aquelas coisas que você imagina que vai fazer "só depois dos 50 anos"? Pois é, eu já estou esbarrando nos 52 (na próxima quarta-feira!) – e agora chegou a hora de declarar independência das obrigações e fazer o que eu realmente gosto! É uma lista ligeiramente ambiciosa. Mas se não for para jogar alto, de que vale a pena um momento como esse que desfruto na minha vida familiar, pessoal e profissional?

    Ok, estou enrolando porque a primeira coisa que quero fazer é... Difícil de contar sem medo de ser ridicularizado! Mas vamos lá, estou aqui para isso! Sem mais rodeios: eu quero gravar um disco! Sim, pode começar a rir de mim. Mas você que me acompanha aqui já há algum tempo sabe da minha relação de paixão com a música. Durante décadas eu alimento esse desejo "secreto" – e a não ser por uma ocasião ou outra num karaokê às 4h da manhã, quase nunca tive a coragem de expor esse talento.

    Que, diga-se, nem tenho certeza de que eu tenho. Mas essa é a hora de descobrir. De maneira bastante informal eu tenho sondado amigos músicos – e mesmo alguns compositores. Tudo de maneira tão discreta que eu acho até que eles vão se surpreender quando eu procurá-los novamente para (declaradamente) gravar algum trabalho de sua autoria. Mas assim seja!

    Uma vez que estou retomando (ainda aos poucos) este espaço, assumo o compromisso de atualizar você, caro leitor, cara leitora, do meu, hum, desenvolvimento musical – escolha de repertório, possíveis parceiras. Admito que não sou um cantor pronto. Mas também, como todo bom "ariano", sou teimoso. E tenho boas referências – cinco décadas ouvindo o melhor (e o pior) do pop – para me ajudar nessa hora. Então, torça por mim. E não só por esse motivo...

    Como disse acima, estou agora cheio de tempo e oportunidade – e vou cuidar também de mim mesmo. Mais ainda. Como vocês talvez tenham reparado, desde que fiz uma dieta para emagrecer diante de uma legião de telespectadores, voltei a ganhar alguns quilos. Não apenas isso – é preciso ter (novamente) coragem para admitir – mas cheguei a superar o peso que tinha antes de passar por esse processo. O que hoje faz com que a balança mostre que eu estou com quase 20 quilos a mais do que quando encarei o desafio de emagrecer publicamente.

    É muito eu sei – e tenho tentado disfarçar. Mas agora não dá mais: é o espelho que está falando comigo. Ou melhor, ele está gritando! E eu vou dar um jeito nisso. Eu posso – sei que posso: já fiz isso antes. Assim, bem como o disco que vou gravar, assumo aqui o compromisso de emagrecer esses 20 quilos nos próximos 3 meses. Como? Bem, a experiência anterior deixou muitas (e boas) lições comigo.

    Vou pegar um punhado delas, juntar com uma boa força de vontade – a idade faz a gente ter mais certeza das coisas que quer, garanto – e entrar em mais uma dieta radical. Não descarto nem mesmo um procedimento – adoro essa palavra! –, caso as coisas não estejam acontecendo do jeito (nem com a rapidez) que eu estou esperando. Mas se tiver que ser, será. E espero resolver todos os conflitos procurando – e aqui vou abrir contigo mais um segredo desse meu "pacote de decisões" – uma certa paz espiritual. Sim, algo que já não tenho há algum tempo...

    E como vou fazer isso: visitando um país que eu ainda não conheço. Como grande projeto desse período de reflexão que estou prestes a encarar, vou visitar finalmente o Butão! E se não encontrar esse sossego por lá, é melhor eu esquecer. Eheh! Mas sei que vou achar esse equilíbrio nesse paraíso. Por tudo que leio, vejo e escuto sobre o Butão – um país "encravado" nas alturas entre a China e a Índia –, lá eu serei capaz de encontrar paz. Um pouco de paz depois de tantos obstáculos que encontrei recentemente – na vida, no amor, no trabalho...

    Não, não sou dos mais "zen"... Mas algo está me dizendo que isso é o que é importante fazer neste momento. E eu vou ouvir esse chamado. Essa viagem – especialmente para mim que gosto de rodar o mundo – tem um caráter muito mais espiritual do que "aventureiro". Não quero, indo ao Butão, conquistar "mais um país" – que seria, conte comigo, o meu centésimo-quarto. Quero sim ir com o espírito aberto, cheio de vontade de descobrir coisas novas – e sobretudo "coisas novas dentro de mim".

    E você é meu convidado, minha convidada, para esse novo período da minha vida. Embarcarei em todas essas experiências, claro, sempre cercado de muita cultura pop – como sempre faço no meu dia-a-dia. Sigo lendo, vendo, ouvindo tudo de bom que cair na minha frente. E sempre que tiver uma brecha, aqui estarei para compartilhar tudo com você.

    Como faço já há quase 9 anos. E com um prazer e uma liberdade que só alcanço em poucas áreas da minha vida. Como sempre, só tenho que te agradecer por ter me lido até aqui – já falei em postagens recentes que estou tentando escrever menos (no tamanho) para escrever mais (na frequência). E este post de hoje, dois dias apenas depois do último, é prova disso. Por isso mesmo (acostume-se com isso), aqui em despeço bruscamente desejando boa Páscoa. E nos encontramos na semana que vem!

    O refrão nosso de cada dia: "Lies", Thomson Twins – achei que uma música com esse nome seria mais que apropriado para o post de hoje. Esse sucesso dos anos 80, dessa banda que desapareceu por completo junto com boa parte do pop daquela década, era uma das minhas favoritas – bem como de muitas pessoas da minha geração. É uma relíquia do "synthpop", com uma produção quase chinfrim, um vídeo ridiculamente ousado (para a época) e uma mensagem – no seu título e refrão – que tinha tudo a ver com o dia de hoje e com o que eu escrevi acima: "Mentiras". Sim, hoje é primeiro de abril – será que sou eu que preciso lembrar você disso?

    Não resisti ao apelo da data – onde notoriamente pessoas pelo mundo brincam de enganar as outras – para inventar todos esses projetos pessoais que descrevi há pouco. Com exceção de alguns poucos detalhes – sim, estou prestes a fazer 52 anos (no dia 8 de abril); e sim, meu Instagram oficial é @zecacamargomundo – tudo que disse com relação a projetos sobre meu futuro próximo é uma mentira calculada para ser publicada no dia de hoje.

    Tive a ideia de fazer isso quando li recentemente algumas coisas sobre mim mesmo na internet – sim, um exercício masoquista, mas que fortalece! –, sobre minha carreira e até sobre minha vida pessoal, e percebi que a quase maioria do que se escreve no que hoje passa por jornalismo (e que usa o "manto disfarçado" do "colunismo"), são mentiras. Dando uma geral nessa torrente de informações, tive a sensação de que esses "colunistas" ganharam um passe livre para mentir todos os dias – é como se o calendário fosse só de primeiros de abril! Nenhuma novidade nisso – você pode pensar. Há anos, mesmo ano da internet, isso é um indigesto efeito colateral da informação. Mas tenho a sensação de que as coisas nunca se tornaram tão descaradas – e tão impunes.

    Se isso era só um comportamento marginal, ele agora é o "mainstream" – a regra. E o resultado disso, claro, é uma desinformação geral. Com a qual ninguém parece estar muito preocupado. Vivemos um estágio da informação em que a maior parte das pessoas que escrevem em veículos que deveriam gozar de credibilidade joga qualquer coisa na "página" (de papel ou virtual) e as pessoas leem como se fosse verdade, quando quesitos básicos como apuração, checagem – ou mesmo uma simples entrevista (algo que, creio, deveria ser a matéria-prima para qualquer informação que se publique) -, passam batidos.

    Reféns de suas fontes, tais “colunistas/jornalistas" publicam não o que bem entendem, mas o que bem elas (as fontes) querem que eles publiquem, numa relação não só promíscua, mas também enganosa – não só para o público, que cada vez menos parece se importar em saber se aquilo que está lendo/ouvindo é verdade ou não, mas também para o próprio "profissional de comunicação" que se acha muito manipulador, mas está é sendo o mais manipulado de todos nesse xadrez de informação. E a banda continua tocando...

    Quando pensei em escrever o texto acima, mentiras deslavadas para um primeiro de abril, não achava que ia mudar muita coisa – aliás, nada muda um centímetro com este modesto manifesto. Mas não descartei a possibilidade de que, na hipótese de algum "colunista" bater os olhos na primeira parte deste texto apressadamente, ele ou ela reproduza algum dos meus projetos acima como uma justificativa para explicar o tempo que estou fora do ar na programação da TV. Tudo vai muito bem nessa área, se você tem interesse em saber da própria pessoa em questão. Ao contrário do que escrevi acima, não tenho encontrado nenhum obstáculo na minha vida profissional. Tampouco na minha vida pessoal. Eu diria até que estou num momento de paz espiritual. Atravesso uma fase absurdamente criativa e plena, que tem me deixado muito feliz – e inspirado não só novos projetos (de verdade), mas também novas amizades, novos contatos, e até novas viagens. Mas não a que citei acima. O Butão é um país que já conheci – fui para lá em 2006. E mesmo que não o tivesse visitado, ele não seria meu centésimo-quarto, mas o centésimo-primeiro.

    Mais de uma vez declarei publicamente que cheguei ao centésimo país (Coreia do Sul) no final do ano passado, na mais recente volta ao mundo. Também não engordei 20 quilos desde o final do "Medida Certa" – quadro de 2011 do "Fantástico", em que fiz a dieta diante de todos. Desde então, ganhei metade dos 11 quilos que perdi na época (problemas de saúde infelizmente colaboraram para isso), e quem sabe eu vou "correr atrás deles". Mas sem nenhuma dieta radical, garanto, e muito menos um "procedimento". Aprendi minha lição.

    E quanto ao meu disco... Fala sério! Quantas vezes já disse aqui mesmo que eu não tenho talento algum para a música a não ser no caso de ouvi-la – e eventualmente escrever sobre ela. Diversas foram as entrevistas em que, para o desgosto do entrevistador, eu me recusava a cantar – não por timidez, mas por absoluta falta de dom nessa área. Aqui está, tudo explicado, mentira por mentira, o texto postado hoje. Mas quem garante que você não vai encontrar por aí uma chamada sensacionalista na linha "Zeca Camargo dá um tempo na TV para gravar um disco, fazer dieta e ir ao Butão"? Afinal de contas, como já mostrei aqui mesmo, hoje é fácil fazer os colunistas publicarem qualquer coisa... Feliz dia da mentira! Que, infelizmente, agora vai muito além do primeiro de abril...

    Foto: Arquivo pessoal

  • O que eu cruzo quando eu cruzo a linha do tempo

    Viagem - Zeca CamargoNoves fora, o calendário está me devendo dois dias da minha vida. Não faço ideia se ainda ensinam "noves fora" na escola – eu mesmo nem me lembro como a gente chegava a uma conclusão dessas. Acho que tinha que ir somando todos os algarismos de um número e... Bom, talvez mais simples que isso – se eu conseguir explicar direito – é a própria conta desses dias que estão me faltando. Deixe–me tentar esclarecer...

    Esta é minha quarta volta ao mundo – ou seja, eu já cruzei a linha internacional do tempo quatro vezes: três no sentido oeste e um no leste. Quando a gente cruza essa linha – que é imaginaria (e arbitrária) e fica bem ali, no meio do oceano Pacífico –, significa que estamos mudando de dia, independente do que está marcando no seu relógio. Se você está saindo dos Estados Unidos e chegando na Coreia do Sul (como acabei de fazer), indo para o Oeste hoje, você chega amanhã – mesmo tendo viajado menos de 24 horas (ou menos de 12 horas até). E se você está viajando no sentido leste – por exemplo, saindo da Mongólia para o Canadá, como eu também já fiz, você chega no mesmo dia, mesmo tendo viajado o tempo suficiente para seu calendário já ter avançado. Simples, não?

    Reconheço que a ideia é meio estranha – um desafio para o bom senso. Umberto Ecco – um dos escritores contemporâneos mais respeitados – levou um livro inteiro para descrever esse fenômeno (o fascinante "A ilha do dia anterior"), mas mesmo quem o lê do começo ao fim não deixa de coçar a cabeça e se perguntar na última página: como é mesmo? Mas, para efeito de cálculo aqui, vamos ficar com essa regra básica: cruzou o Pacífico para a esquerda, perdeu um dia – cruzou para a direita, viveu o mesmo dia duas vezes.

    Assim, como fiz o primeiro itinerário três vezes – a última vez, esta semana –, deixei de contar três dias no meu calendário (o mais recente deles: 23 de novembro de 2014). Em compensação, em 2008, quando viajava pelo mundo atrás de Patrimônios da Humanidade da Unesco, tive a grata surpresa de viver dois Dias da Criança (12 de outubro): um em Ulaan Bataar (Mongólia) e o outro em Vancouver (Canadá) – já imaginou que legal seria se eu fosse ciranda, poder ganhar dois presentes? (Preciso acrescentar que não ganhei nenhum?).

    Para "recuperar" os outros dois dias que "perdi" eu deveria ter de cruzar o Pacífico no sentido leste mais duas vezes – o que não deve acontecer tão cedo. (Para explicar um pouco melhor – ou confundir ainda mais –, eu já cruzei a linha do tempo uma quinta vez, a caminho da Austrália e do Timor Leste, mas voltei pelo mesmo caminho, o que anulou o "efeito linha do tempo"). Onde foram parar então essas 48 horas "sequestradas"? Parece bobagem – afinal, a não ser que esses dias que eu perdi tivessem sido os do meu aniversário, que marcariam a passagem de um ano (imagine uma pessoa que nasceu num ano bissexto, bem no dia 29 de fevereiro, e que só conta "oficialmente" seu aniversário a cada quarto anos – uma situação paralela), um dia a mais ou um dia a menos na nossa vida não significa grande coisa. Ou significa?

    Tudo tem a ver com o quanto você gosta de viver essa vida... E eu gosto muito da minha.

    Desde que "perdi" meu último dia – o tal 23 de novembro de 2014 – tenho pensando bastante nisso, ao longo desta viagem que eu posso classificar como "intensa". É um privilégio enorme – e um sonho de milhares de pessoas – poder dar uma volta ao mundo. Imagine então a alegria que me inunda de lembrar que eu estou fazendo isso pela quarta vez! Este texto de hoje serve, em parte, para agradecer o que está acontecendo comigo agora.

    Já fui bem direto na questão numa foto recente que postei no meu Instagram. (Aliás, aproveitando a brecha, devo informar você, caro leitor, cara leitora, de que finalmente resolvi abrir um Instagram oficial, para registrar está viagem e também pedir desculpa às milhares de pessoas que têm me seguido em "fakes" no Instagram. Não tenho controle sobre a perversão dessas pobres almas solitárias da internet que se passam por pessoas públicas para dar algum colorido à vida delas, aproveitando da ingenuidade das pessoas que, mais e mais, se confundem com o que é ou não "verdadeiro" neste nosso mundo virtual. Sei também que o tempo que levei para abrir um Instagram "meu mesmo" colaborou para que toda essa gente fosse enganada. Mas agora talvez as coisas fiquem mais claras com esse @zecacamargomundo – vou ter o maior prazer de receber você por lá! Em tempo: sigo sem Facebook e sem Twitter – ou seja, se você estiver me seguindo por lá, bem como por qualquer outra conta de Instagram que não seja @zecacamargomundo alguém está te enganado).

    Enfim, quando coloquei os pés na Tailândia de novo, estava – totalmente por coincidência – usando uma camiseta que tinha a palavra "thankful" (agradecido, em inglês) estampada. Não pode deixar de registar minha alegria – e minha sintonia com a situação – e fotografei esse momento. Colocá–lo no Instagram foi uma ideia posterior – como sou "novato", ainda não tenho o "reflexo imediato" de colocar algo imediatamente na rede social. Mas veio bem a calhar para expressar a felicidade que está me atravessando agora.

    Estou feliz de estar viajando de novo – quem não estaria? Mais ainda, estou feliz por esta viagem ter permitido que eu conhecesse meu centésimo país – a Coreia do Sul (#100paises – olha como estou ficando "esperto"!). Além, claro, estou em êxtase de poder visitar mais uma vez lugares que amo – como a própria Tailândia, de onde escrever hoje para você. Não apenas tenho o privilégio de passar por tudo isso, mas também, pela natureza do meu trabalho de jornalista, tenho a satisfação de poder mostrar tudo isso para muitas outras pessoas – multiplicando e ampliando as descobertas que faço em cada parada.

    E faço isso de várias maneiras. Nas reportagens para o "Vídeo Show" – que começaram a ser exibidas esta semana. Na coluna sobre viagens que tenho no jornal "Folha de S.Paulo". No meu "novinho" Instagram. E neste humilde blog, onde você que me acompanha há um bom tempo já se acostumou a ver os registros das minhas viagens. Sempre da maneira mais generosa possível.

    Quando escrevo sobre viagens, nunca é para simplesmente mostrar um lugar que eu fui – e você, que me lê ou me assiste, não. Até porque trabalho com isso, sou muito crítico com relação a um tipo de reportagem de turismo que "exclui" o leitor ou o telespectador – no que eu chamo de "jornalismo de cartão postal". Ir a um lugar diferente apenas para exibi–lo como uma coisa "exótica" – e meu leitores mais antigos sabem bem o quanto eu detesto este adjetivo – não faz o menor sentido. Uma boa reportagem sobre uma viagem tem a obrigação de ir além, de mostrar não apenas o que o olho é capaz de ver, mas o que sua cabeça pode assimilar e seu coração, sentir. E é assim que eu pretendo seguir viajando.

    Se tudo der certo, vou passar por outros lugares incríveis – Mumbai (Índia), Istambul (Turquia), Tel Aviv (Israel), Copenhagen (Dinamarca). E vou sempre com esse espírito, mesmo por cidades que já conheço, entregando–me aberto, como se tudo fosse desconhecido de novo. Aqui em Banhcoc mesmo, onde já estive algumas vezes, só a sensação de sair pela Sathorn Road, respirar aquele bafo quente do inverno tailandês, virar numa rua de contornos improváveis, sentir aromas que seu nariz nem sabia que conhecia, ver o balé da ponta dos dedos de quem passa por você na calçada, sentir que você é dono da rua numa cidade do outro lado do mundo – tudo isso é o puro prazer de viajar.

    Ter chegado à marca dos cem países visitados é sem dúvida uma conquista. Mas aí tem o país de número 101, o de número 102, 103... Certos desejos, certos impulso, não se aquietam só com um número redondo. Não me canso de dizer que este é um mundo maravilhoso – e não apenas pela sua natureza exuberante e diversa, ou pelas coisas incríveis que o ser humano construiu para interagir com ela (ou às vezes fugir dela). O mais legal desse mundo é justamente as pessoas que estão circulando por ele – que fazem ele ir em frente, que escrevem a história, nossa história, que deixam a marca da nossa presença aqui na Terra.

    E é isso que eu cruzo, quando eu cruzo a linha do tempo: essa possibilidade infinita de me encantar de novo. Deixar o mundo me cruzar. E, com um pouco de sorte, levar você comigo nessa jornada.

    O refrão nosso de cada dia: "La fiesta no es para feos", Peret – para dar o crédito certo, descobri essa preciosidade numa compilação de "rumba cigana" que achei por acaso – um dos álbuns que certamente você vai encontrar na já tradicional lista de "álbuns do ano que você não ouviu", a ser publicada em breve aqui neste espaço. Mas para ouvir a música, fui buscar um outro link. O caminho, na verdade, não importa, mas sim o fim: um porteiro (ou seria um segurança) comunica a quem estiver na porta para entrar na esperança de uma noite divertida que "a festa não é para feios". Não é exatamente isso que você está pensando: o recado não é para quem não foi agraciado com beleza física, mas para quem "não se faz bonito", não se veste bem, com uma roupa adequada para brilhar. Como se a letra já não fosse motivo suficiente para você ouvir a faixa umas 200 vezes seguidas, o ritmo – sim, uma "rumba cigana" dos anos 60! – é sensacional. Quero ver você não dançar – feio ou bonito...

    *Foto: Arquivo pessoal/ Zeca Camargo

  • Por que eu viajo

    Às vésperas de sair para mais uma volta ao mundo, achei que deveria finalmente dividir com você, que me acompanha aqui há tanto tempo, esse segredo. Podia começar contando lá do início, quando meu pai e minha mãe juntou eu e meus irmãos para uma inesperada viagem a Buenos Aires – onde imediatamente ficamos conhecidos no hotel como "los diablitos"... Mas dessa primeira viagem até esta de agora – que vai permitir que eu visite meu centésimo país! – eu teria que te levar por muitos e muitos parágrafo, muitos deles escritos aqui mesmo neste espaço. Assim, achei melhor resumir tudo numa só frase.

    Antes dela, porém, pensei em preparar um terreno com algumas fotos – de viagens recentes, claro. Considere isso um aquecimento para meu instagram oficial – de verdade, não este que está aí enganando mais de cem mil pessoas. O "endereço" vou anunciar aqui em breve! Mas este é o clima que você vai encontrar se quiser viajar comigo! Aperte os cintos, e siga essas imagens até a frase no final...

    Viagens - Zeca Camargo

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    Eu viajo porque a procura é infinita...

    Dou notícias – de onde quer que seja!

    O refrão nosso de cada dia: "... E o mundo não se acabou", Ademilde Fonseca, encerrando minha homenagem desta semana a Assis Valente, mais um pouco do seu humor genial, brincando desta vez com um boato antigo de que o mundo estava prestes a acabar... Já ouviu essa conversa antes? E essa música? Então vamos rir juntos, porque esse mundo não se acaba nunca...

Autores

  • Zeca Camargo

    Mineiro de Uberaba, o apresentador do ‘Fantástico’ começou a carreira no jornal ‘Folha de S. Paulo’, participou da primeira turma da MTV no Brasil e foi editor da revista “Capricho”.

Sobre a página

Em seu blog, Zeca Camargo transita pelo universo da cultura e discute músicas, filmes e exposições.