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Por Cláudia Croitor


'Ted Lasso', 'Round 6', 'Severance', 'Only Murders in the Building' e 'Succession' estão entre as séries indicadas ao Emmy 2022 — Foto: Divulgação

Claro que a gente já está passando reiva com essas indicações ao Emmy 2022, o... hã... Oscar da TV.

Em que mundo essas pessoas vivem que não indicam a maravilhosa “Station Eleven” (HBO Max), uma das duas melhores coisas do ano, ao prêmio de melhor minissérie? Ok, vivem no mesmo mundo em que “Succession” (HBO Max) pode ser eleita a melhor série de drama 2022, né.

Sério, não é possível. O que me consola é que “Ruptura” (ou “Severance”, Apple tv+) - a outra melhor coisa do ano - vai levar de melhor drama, certo? CERTO?

Se você está discordando é apenas porque não deve ter visto, né, leitor. Eu nunca vi ninguém que tenha assistido a "Ruptura" e não tenha terminado gritando, enlouquecido, desesperado pela segunda temporada (que virá).

A série é sobre uma empresa que implanta um chip em seus funcionários (com o consentimento deles) que separa totalmente a vida pessoal da vida profissional – a pessoa não sabe o que faz no trabalho, e sua versão “profissional” não sabe nada da vida pessoal. Começa meio lenta e aí vai ficando melhor e mais tensa e é a coisa mais legal, absurda e viciante do ano. Não tem como não levar o Emmy. Quer dizer, sempre tem. É o Emmy, afinal.

Na mesma categoria de drama tem ainda:

- “Better Call Saul” (Netflix), o spin-off de “Breaking Bad” que é apenas legalzinha e muito pretensiosa, mas considerada genial sei lá como. Duvido que leve.

- “Euphoria” (HBO Max) – amamos a série dos adolescentes desajustados e drogadões. A segunda temporada foi boa, cansou um pouco no fim, duvido que leve de melhor série, mas a indicação é merecidíssima (e pode ser que Zendaya leve de novo, ficarei contente).

- “Ozark” (Netflix) - essa sim a grande, hã, sucessora de “Breaking Bad”, que deu uma cansadinha no fim, mas é ótima de qualquer maneira. Não duvido que leve. Mas acho que não leva.

- “Round 6” (Netflix) - a produção coreana foi a série mais badalada de 2021 (e é ótima) e só por isso já merece um lugarzinho na lista, embora não um prêmio.

- “Stranger Things” (Netflix) - desculpa, não tenho paciência pra ver, mas sei que sou exceção. Só espero que não ganhe. Não me xingue.

- “Succession” (HBO Max) – eu não sei onde que as pessoas enxergam toda essa maravilhosidade na série. A primeira temporada é bem divertida, eu curto ver a vida dos bilionários e tal, mas todos os episódios são meio que iguais, a história anda em círculos e aqueles diálogos são todos forçados demais o tempo inteiro.

- “Yellowjackets” (Paramount +) – espécie de nova “Lost”, é sobre estudantes perdidas na selva e no frio depois de um acidente de avião. A história é bem viciante, tem uns elementos meio sobrenaturais, parece, mas a gente sabe que não tem a menor chance de terminar boa. Curtamos a jornada, portanto. E, não, não merece o Emmy.

Na categoria comédia, a briga está mais equilibrada, todo mundo merecia estar na lista e quase todo mundo merece muito ganhar. (Tirando que esqueceram a maravilhosa "Reservation Dogs", socorro! Prendam essas pessoas!) Vejamos:

- "Abbott Elementary": série que está sendo elogiadíssima lá fora e que ainda estamos esperando algum streaming estrear por aqui. Pode ser que ganhe.

- “Barry” (HBO Max): a história do assassino profissional que resolve mudar de carreira e virar ator teve uma terceira temporada excelente; se ganhar ficaremos felizes.

- “Curb Your Enthusiasm” (HBO Max): Larry David é gênio, esta temporada não é a melhor de todas, mas é sempre uma alegria ver a série indicada aqui.

- “Hacks” (HBO Max): esta aqui é minha favorita, eu espero muitíssimo que ganhe porque a segunda temporada manteve demais o nível da primeira e conseguiu fazer a gente gostar mais ainda da relação das protagonistas (ambas indicadas aos prêmios de melhor atriz, atriz principal e coadjuvante, torço pelas duas). Engraçada e emocionante. Tomara que ganhe.

- “A Maravilhosa Sra. Maisel” (Amazon Prime Video): a quarta temporada não é a melhor da série – o que de jeito nenhum significa que deixou de ser genial. Acho difícil ganhar, mas é uma ótima indicação.

- “Only Murders in the Building” (Starplus): essa aqui também é minha favorita, na verdade. Foi uma das séries mais divertidas de 2021 (a investigação de um crime num predião de NY feita por três vizinhos que resolvem gravar um podcast) e voltou excelente pra segunda temporada. Uma série pra deixar a gente feliz. Só achei sacanagem ignorarem a Selena Gomez na categoria melhor atriz (e indicarem só Steve Martin e Martin Short, poxa, os três estão excelentes)

- “Ted Lasso” (Apple tv+) – quem não adora essa série sobre o treinador de futebol americano que vai pra Inglaterra treinar um time de futebol “normal” não tem coração. É adorável, fofa, querida e divertida. Também pode ganhar um Emmy que ficaremos felizes.

- “What we do in the shadows” (Starplus) – vi só alguns episódios dessa série elogiadíssima sobre a vida de uns... vampiros. Preciso voltar a ver, eu sei.

Na categoria melhor minissérie ou série limitada (odeio esse termo), tirando que deixaram a melhor de fora, não tem a menor chance de “Dopesick” (Starplus) não ganhar, né? NÉ?

A minissérie mostra, de vários ângulos e em tempos diferentes, a crise dos opioides desencadeada pelo Oxycontin, remédio pra dor que casou uma epidemia de vício que matou mais de 500 mil pessoas. Tem Michael Keaton simplesmente arrasando como o médico da cidadezinha que vê sua vida e sua carreira serem destruídas por conta do remédio (não tem como não dar o Emmy pra ele, alou Academia), tem a família Sackler, os bilionários mais fpd da história, tem os bravos promotores e agentes federais. É difícil de assistir, mas totalmente necessária (e boa demais).

Concorrem com ela:

- “The Dropout” (Starplus), sobre a fascinante história de Elizabeth Holmes, a garota que fundou uma startup que prometia revolucionar o jeito como eram feitos exames de sangue, arrecadou bilhões de dólares, virou uma celebridade e no fim era tudo mentira. Sou muito obcecada com essa história e, depois de já ter lido tudo, ter visto documentário e ouvido podcast sobre, achei a série apenas ok. Mas vale assistir se você não conhece a história (Amanda Seyfried está bem boa no difícil papel de Elizabeth e concorre a melhor atriz na categoria)

- “Inventando Anna” (Netflix) – eu não consegui passar do trailer dessa minissérie sobre uma golpista. Deu preguiça e nunca ninguém quis me convencer a ver. Mas a incrível Julia Garner concorre duas vezes a melhor atriz: pelo papel aqui e como a Ruth de “Ozark”.

- “Pam & Tommy” (Starplus) – a minissérie conta a história do romance entre Pamela Anderson e Tommy Lee. Tentei assistir, mas achei meio cansativa. Tem gente que curtiu. Duvido muito que ganhe.

- “Whitelotus” (HBO Max) – a única da categoria que não é baseada numa história real (e também não é série limitada coisa nenhuma porque vai ter uma segunda temporada). É divertidíssimo acompanhar uma semana na rotina de um resort de luxo no Havaí, a interação de hóspedes e funcionários, os personagens que em 90% do tempo se comportam como idiotas, o privilégio eterno dos brancos ricos e o mistério "quem, afinal, vai morrer". Tem grandes chances de levar o prêmio e terá sido merecido, vamos admitir.

Nas categorias de ator e atriz, além dos mencionados acima, minha torcida vai para Laura Linney (“Ozark”), Rhea Seehorn (“Better Call Saul”, ela está muito bem), John Turturro (arrasa muito em “Ruptura”), Jason Sudeikis ou Steve Martin ou Martin Shot (amo os três), Henry Winkler (“Barry”), Toni Collette (“A Escada”) e é isso.

Em setembro a gente passa um pouquinho mais de raiva com a premiação, que, óbvio, a gente adora.

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