Beleza

qui, 29/11/07
por Zeca Camargo |
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zadiesmith_20071129.jpg“Sobre a beleza”, terceiro livro da autora inglesa Zadie Smith, traz a cena de sexo mais triste que já li. Não tem nada de errado com essa frase: o que a autora descreve é mesmo uma triste cena de sexo. Se você nunca passou por uma experiência dessas – que inverte todas as expectativas possíveis, já que sexo, pelo menos como contaram para a gente, existe para o nosso deleite e prazer – é porque ainda não viveu o sexo na sua totalidade. Ou então porque você não está sendo honesto (ou honesta) consigo mesmo (mesma).

Mas pode deixar esse “check-up” erótico para uma outra hora. Quis apenas mencionar essa passagem de “Sobre a beleza” para celebrar (finalmente!) a tradução do livro para o português – lançada agora pela Companhia das Letras. Li o livro, em inglês, assim que ele foi lançado, no final de 2005. Passei um réveillon meio bizarro na praia de Ipanema aquele ano, onde “On beauty” (no seu título original), com sua edição de capa dura – e depois de algumas taças de champanhe – foi adotado como uma espécie de objeto de adoração. Entusiasmado com o que tinha lido até então, eu e mais um bando de amigos brindávamos em torno daquele volume – para mim, um verdadeiro ritual de devoção; para o resto da turma, uma desculpa para agir tolamente, no melhor espírito de “adeus, ano velho”…

Entre um devaneio e outro, me lembro de fazer votos de que o livro fosse lançado por aqui em breve – tamanho o meu entusiasmo com aquele trabalho da autora (que já havia me conquistado com seu livro de estréia, “Dentes brancos”). Por que eu estava gostando tanto de “Sobre a beleza”? Só fui entender melhor quando terminei a leitura, já em 2006: o que me fascinava em Zadie Smith era sua capacidade de – mais uma vez, e, de certa maneira, de uma forma ainda mais profunda do que em “Dentes brancos” – pintar um grande retrato das tensões sociais contemporâneas.

Descrita assim, a abordagem de Smith parece um porre… Mas o que a autora faz, e de maneira deliciosa, é exatamente isso: intercalar histórias de personagens bem atuais com conflitos modernos (sociais, raciais, intelectuais, sexuais), que vão da família ao trabalho – e, mais especificamente no caso de “Sobre a beleza”, passando pela “nobre academia”.

Se, em “Dentes brancos”, essas tensões apareciam na tão liberal e diversificada sociedade londrina, desta vez o cenário é o círculo acadêmico da cidade de Wellington, na Nova Inglaterra, Estados Unidos. Poderia ser pretensioso (e, em alguns momentos, quase o é), se Smith não desenvolvesse sua história usando de um equilíbrio perfeito entre a seriedade e a ironia, o escracho e a sinceridade, a crítica e a aceitação de forças que nem os mais intelectuais (supostamente, como ela sugere, as pessoas que todos esperam ser as mais preparadas para enfrentá-las) conseguem escapar.

“Sobre a beleza” é, a princípio, um instantâneo de uma família bastante heterogênea. O professor Howard Belsey é inglês; sua mulher, Kiki, afro-americana. Seus filhos, Jerome, Zora e Levi, não são exatamente rebentos descomplicados… E as relações entre eles são tudo menos simples, como você percebe logo de cara, nos e-mails que Jerome manda ao pai (calma: o livro é mesmo tão bom que você até perdoa Smith por ter começado sua obra com esse irritante recurso “pseudo-modernoso”). Logo você descobre que a tensão sugerida nessas mensagens é só o anúncio de embates ainda mais graves e violentos – quando não emocionalmente mutiladores. A principal causa disso é a rivalidade entre os Belsey e os Kipps – ou melhor entre a insanidade liberal de Howard e o conservadorismo de Monty Kipps – o patriarca (e também acadêmico) da outra família apresentada na história.

Sem tirar muito a graça para quem vai ler – e eu espero que você encare com gosto as 446 páginas da edição brasileira nesse fim de ano – vou só acrescentar que as diferenças intelectuais vão se acumulando e se metamorfoseando em incidentes pessoais, sociais e sexuais. Gerações se misturam em infidelidades, mal-entendidos se transformam em desafetos, e grandes paixões ficam reduzidas a irrecuperáveis desilusões. Fico tentado a usar o adjetivo “monumental”, mas a própria Zadie Smith não permite esse elogio, já que está constantemente lembrando o leitor de que sua história é mundana – e engraçada!

Escolho aqui, aleatoriamente, uma passagem – referente a um concerto ao ar livre a que os Belsey vão assistir:

“Zora estava dando cotoveladas na região medial do pai. Howard observou os olhos de lua cheia que sua filha estava apontando para o reitor French. Era típico de Zora que, ao encontrar-se de verdade diante da figura autoritária que havia passado a semana inteira xingando, ela simplesmente desmaiasse aos pés da tal figura autoritária.”

Nesse outro trecho, no qual Howard comete (mais) uma infidelidade, ela passa, com facilidade, do humor à sacanagem:

“Ela sem dúvida tinha lido Lolita. Então o braço dela deu a volta em seu pescoço e Lolita transformou-se em sedutora (talvez tivesse aprendido isso com a sra. Robinson também), chupando sua orelha com sofreguidão, e depois de sedutora ela passou para namorada queridinha de colégio, beijando com carinho o canto da sua boca.”

E, mais adiante na história, da sacanagem à tristeza:

“Howard, já chorando também, levantou-se de onde estava e sentou-se atrás da esposa. Envolveu sua sólida nudez com os braços. Num sussurro, começou a implorar – e, ao pôr-do-sol, recebeu – a concessão que as pessoas sempre imploram: um pouco mais de tempo.”

Essa é a frase que conclui a triste cena de sexo que mencionei no começo deste texto – e não é nem a frase mais triste que Zadie Smith usa para descrever a tentativa de aproximação de um casal que vive junto há trinta anos (“quase todos felizes”, como lembra Kiki). O que se expões ali é uma questão de pele – mas não uma questão racial, com a qual a autora muitas vezes gosta de nos confundir. Mas algo que a pele evoca no que diz respeito à intimidade, à identificação, ao afeto, à proximidade. E às idéias, claro.

Há alguns anos, em 2001, quando li “As correções”, de Jonathan Frazen, fiquei emocionado com a capacidade de um autor contemporâneo fazer um retrato tão intimista, tão preciso, tão tragicômico e tão devastador de uma família moderna – americana, sem dúvida, mas com ecos que pessoas da minha geração do mundo em qualquer sociedade poderiam se identificar. Com “Sobre a beleza”, e correndo por outra raia que a de Frazen, Zadie Smith conseguiu um feito ainda maior: um painel que, apesar de extremamente contemporâneo é ainda mais universal.

As disputas, a incomunicabilidade, as mágoas silenciosas, e os insultos trocados entre a família Belsey – todos esses comportamentos estão conectados com tudo que diz respeito ao nosso dia-a-dia. Mas por trás desse cotidiano, estão nossas angústias e nossos defeitos mais atemporais. Humanos, claro.

Desta vez a pergunta é para mim mesmo: onde eu estou?

seg, 26/11/07
por Zeca Camargo |
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zecadrink_20071126.jpgPara tentar rapidamente me situar de volta ao meu país, comprei logo no dia em que cheguei ao Brasil, no final da semana passada, dois livros: “Vamos fazer barulho – uma radiografia de Marcelo D2” e “Vale tudo: o som e a fúria de Tim Maia”. De cara, considerei esses dois ótimos lançamentos um bom sinal da agitação cultural registrada nesses quase dois meses em que estive distante daqui (primeiro trabalhando no Japão e, depois, de férias). Seduzido talvez pelo estilo solto de Nelson Motta – que permite folhear sua narrativa em saltos para frente e para trás no tempo, bem como a gente faz durante uma conversa normal –, comecei pela biografia de Tim. Fui lendo de maneira livre, uma história aqui, outra mais adiante…

Lá pela página 239, descrevendo a realização do sonho de Tim de se apresentar no Canecão (uma das mais tradicionais casas de espetáculos do Rio de Janeiro), encontro a seguinte passagem:

“Durante toda a música (‘Brilho’), Tim fez gestos e usou códigos do submundo da cocaína, só não falou a palavra. Quase no final, disse que, por contrato, seria multado em 5% do cachê por cada vez que saísse do palco, mas que também era humano:

‘Preciso dar um tapinha. Com vocês, a banda Vitória Régia!’

Ao mesmo tempo em que Tim saía do palco, bandos de espectadores lotavam os banheiros, de onde saíam elétricos, com sorrisos congelados e olhares esgazeados.”

Bem, se eu queria uma boa reintrodução ao Brasil…

Tudo bem que esse trecho da história de um dos maiores nomes da nossa música se refere ao ano de 1986… Mas estamos num clima tão diferente? Não estou aqui, claro, fazendo discurso moralista – ainda mais em cima de um artista que notoriamente escancarava seus “pecados menores” como uma espécie de condição para o público poder usufruir do seu talento (e que talento!). Mas, com o perdão de abusar da auto-referência, a platéia daquela noite do Canecão me fez lembrar daquela que estava comigo na sessão em que assisti a “Tropa de elite”… E, com isso, por uma triste ironia, atingi meu objetivo inicial – que era de me sentir de volta ao Brasil…

Ou não?

A verdade é que ainda estou um pouco desorientado – e ainda não sei se é no bom ou no mau sentido. Parte dessa confusão vem da perversa estratégia que imponho a mim mesmo de aproveitar minhas férias até o último momento, e voltar direto para o trabalho, sem o que a gente poderia chamar de “tempo de descompressão”. Outra parte vem do próprio roteiro que me propus nessa última viagem: um verdadeiro zigue-zague cultural.

Fui para a Malásia, sim, como já foi revelado. Aliás, para esclarecimento geral, a foto do último post na frente de um moinho de vento (de mentira, diga-se, já que era todo desproporcional e feito de concreto!) também era por lá – na cidade de Malaca, um antigo “pé” português na Ásia, que mais tarde foi tomado pelos holandeses (por isso, o moinho). Conheci, ainda naquele país, a estranha ilha de Penang – todos os destinos conectados por modernas autopistas (muitas conectadas por pontes ainda mais modernas) que cruzam o território malaio.

Antes disso, porém, tinha passado alguns dias numa de minhas cidades favoritas no mundo (como já deixei claro no livro “A fantástica volta ao mundo”): Bangcoc. E depois fui para Istambul, Turquia. Lá, entre uma relíquia otomana e outra, fiz várias incursões na vida moderna na cidade – e não apenas na animada cena noturna do bairro de Beyoglu (onde os nova-iorquinos “neo-disco” do Gang Gang Dance, por exemplo, na semana em que eu estava lá, se apresentavam no clube Babylon; o mesmo lugar onde a grande atração de dezembro, além dos sempre interessantes DJ’s locais, será, dia 15, a enlouquecida banda americana de Athens Of Montreal).

Por exemplo, no museu Istambul Modern (cenário da outra foto do post anterior), tive o prazer (e a emoção) de ver na íntegra os 58 minutos do karaokê dos Smiths, registrado na própria Turquia, pelo artista inglês Phil Collins (tema de um apaixonado post de quase um ano atrás) – e as lágrimas vieram… E, no quesito gastronomia, experimentei não só os tradicionais “mezze” (porções de quitutes turcos divididos comunitariamente nas enormes mesas distribuídas pelas salas enfumaçadas), como o melhor da cozinha contemporânea em lugares como o 360 – cujo nome indica a amplitude, em graus, da visão que o restaurante oferece da capital turca –, onde, depois da meia-noite, um clone de Amanda Lear (wikipedia já!) toca um pouco de piano e depois ataca de DJ.

Depois ainda passei por Paris, onde tive a sorte de ver um show do Rufus Wainwright (delirante!). E dois ótimos filmes: o novo do Woody Allen, “Cassandra’s dream” (que prova, com uma tragédia grega, que o diretor definitivamente enlouqueceu – e de maneira sensacional!); e o novo de Ridley Scott, “American gansgter” (que, numa estranha sincronicidade, remete à experiência de “Tropa de elite”). Pude ainda pegar, fresquinha, a instalação permanente que o artista alemão, Anselm Kiefer, inaugurou em uma das escadarias do Louvre (entre a coleção de antiguidades do Egito e da Mesopotâmia, na ala Sully do museu). No mesmo Louvre, visitei a fascinante coleção de arte iraniana dos séculos 16 a 18, reunidas na mostra “O canto do mundo”. E li, na incansável bíblia pop, “Les inrockuptibles”, um belo elogio ao disco da “nossa” Orquestra Imperial – destaque das lojas de CD mais interessantes da cidade, onde pude também descobrir artistas novos como o instantaneamente sedutor Ours.

E ainda teve um fim de semana em Londres, onde deu tempo de ver uma adaptação do filme “Tudo sobre minha mãe”, do diretor espanhol Pedro Almodóvar, para o teatro (que, apesar de ganhar uma montagem interessante, trazia algumas dissonâncias, como o nome do travesti Agrado incomodamente pronunciado com sotaque britânico – experimente na frente do espelho), uma exposição de um dos mestres pré-rafaelistas, Millais, na Tate Britain, e uma curiosa mostra, na Photographer’s Gallery, da americana Taryn Simon. E tudo isso intercalado com a leitura sempre desafiadora do último livro de Michael Frayn (ainda inédito no Brasil), “The human touch”.

Os mais cínicos, saudosos de jogar uma farpa, certamente já vão se apressar para mandar um comentário (obviamente anônimo) me acusando de exibicionismo. Você, porém, que me acompanha aqui e que (espero) estava ansioso por notícias, já entendeu o que eu quis dizer com essa breve (e abreviada) relação de coisas interessantes que encontrei nas minhas férias: minha vontade é de escrever sobre cada uma dessas coisas – e escrever muito! Um desejo que eu fui só acumulando desde o primeiro dia de folga…

Imagine a tentação: bem no avião, no vôo para Bangcoc, leio um artigo brilhante de Sasha Frere-Jones, o crítico de música pop da “New Yorker”, com o título de “A paler shade of white” – uma óbvia brincadeira com o clássico de Procol Harum, “A whiter shade of pale”. Resumindo, ele lamentava, usando como desculpa um show do Arcade Fire, como o rock independente havia perdido sua alma – ou melhor, sua capacidade de experimentar, se misturar com outros gêneros, ousar e, assim, criar novos sons; ou ainda, numa interpretação bem pessoal, como a cena alternativa encaretou.

Nossa! – pensei… Que boa oportunidade de tocar nesse assunto novamente (o tema, claro, me é muito caro). Minha primeira reação foi abrir o laptop, esquecer que eu estava de férias, e mandar um texto-supresa para o seu deleite… Bravamente resisti, e logo nas primeiras horas em Bangcoc, pelas ruas de Silom, já não pensava mais nisso…

O que não significa, porém, que eu não vá me debruçar sobre o assunto nos próximos dias. E o mesmo vale para cada uma das coisas que citei acima. Voltei animado. Tão animado que estou (obviamente) com certa dificuldade de organizar as idéias, perdido um pouco entre tantas referências – e talvez até alugando você com isso. Mas é o clima da volta – tenha paciência… Como confessei lá em cima, no título deste post, eu mesmo não sei ainda direito onde estou. E, dessa vez, a foto da abertura não vai te dar pista nenhuma – nem precisa ir para o Google (só vou dizer que foi tirada durante um jantar feliz, numa mesa cheia de amigos em uma das escalas da viagem…).

Alguma idéia sobre por onde devo começar?

Antes de sugerir, porém, lembre-se que, como se não bastasse tudo isso que trouxe na bagagem, ainda sou surpreendido, assim que cheguei por aqui, por uma pletora de outras “tentações” inspiradoras: enorme expectativa pela vinda do Police (do Police!); a tradução (finalmente) do livro mais recente de Zadie Smith, “Sobre a beleza”; crise na novela das oito; um novo livro sobre a obra de Tunga; uma Bienal (2008) possivelmente sem obras (!); “Renato Russo”, o musical, chega a São Paulo (depois de temporada de sucesso no Rio); “Meu nome não é Johnny”; a exposição “Os cinéticos”, no Instituto Tomie Othake (SP); e os próprios livros que comprei no dia que cheguei de viagem, sobre Marcelo D2 e Tim Maia…

Sim, coisas demais… por isso (acho) não sei direito onde estou (ainda). Só tenho certeza de que me encontro sentado na minha mesa de trabalho, procurando no último livro de Nelson Motta, uma inspiração para concluir este texto de “reentré”… Acho que encontrei alguma coisa, na página 294, quando entra em cena o sucesso de 1991 de Benjor, “W Brasil”. Lembra-se daqueles versos? “Tira essa escada daí/ essa escada é pra ficar de fora/ eu vou chamar o síndico/ Tim Maia!”. Segue o trecho do livro:

“O homenageado contava que a escada se referia à tentativa de assalto a seu apartamento na Gávea, uma hipótese tão verossímil quanto ele ser síndico de algum edifício. Mas, todo mundo concordou, o Brasil de Collor, com confisco de poupança, inflação pesada, incompetência generalizados, precisava e merecia um síndico como Tim Maia.”

Pronto! Vou terminar perguntando para você: do jeito que as coisas estão por aqui, quem o Brasil está merecendo como síndico?

O mundo moderno

seg, 12/11/07
por Zeca Camargo |
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zeca_istambul_300.jpgNada difícil adivinhar a primeira foto, certo? Mando essa mensagem rápida, mais como um comentário sobre a facilidade com que muitas pessoas adivinharam onde eu estava na foto do post anterior. Mesmo sabendo que muitas pessoas “colaram” (isto é, pegaram uma indicação, deram um google imagem e “descobriram” onde eu estava), fiquei encantado com a perspicácia de muitos em adivinhar o lugar que eu mesmo nem sabia que existia antes de chegar à Malásia… Será que as indicações que eu dei facilitaram tudo? Fiz o teste: peguei algumas palavras-chave e fiz minha “pesquisa”. Três “searchs” e… lá estava ele lá: Lorde Murugan, nas cavernas Batu!

Agora, claro, mando notícias de Istambul – a foto não nega. Podia ter mandado uma imagem de um dos cartões postais da cidade – a Mesquita Azul, por exemplo. Mas, só para provocar, escolhi essa foto, na frente do interessante museu de arte contemporânea da cidade, o Istambul Modern. Por quê? Ah… se eu começasse a falar, quebraria o pacto que fiz, comigo mesmo, de respeitar as minhas férias… Assim, vamos deixar essas ponderações (sugeridas também pelo título do post de hoje) para quando eu votar de férias, dia 26. Combinado?

zeca_moinho_300.jpgPorém… Só para não perder o hábito (e checar se quem acertou o lugar onde eu estava da última vez é bom, ou boa, mesmo em “geografia”), aqui vai mais uma foto acompanhada da clássica pergunta. De Kuala Lumpur, Malásia, até Istambul, passei por alguns outros lugares (as férias estão animadas!), inclusive este onde pedi para o guia que me acompanhava capturar essa imagem abaixo. E é só ela que você vai ter como “material de pesquisa”… Vá com calma, pois você tem até as duas próximas segundas-feiras para responder: onde eu estou?

Tem alguém aí? Então responda…

seg, 05/11/07
por Zeca Camargo |
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zeca05112007Onde eu estou? De férias, claro, gozando este precioso tempo livre – embalado, sem dúvida, pelos votos fervorosos de “bom descanso” (e variantes) deixados aqui nos comentários. Obrigado! Ou eu deveria dizer… Nossa! Quase ia estragar todo o suspense, escrevendo “obrigado” na língua do país que estou visitando… Ainda bem que me lembrei, a tempo, de que basta um google rápido para você descobrir que idioma é esse e chegar rapidinho à resposta para minha pergunta. Não! Vamos dificultar um pouco mais.  

A primeira pista, claro, é a própria foto: você já viu essa estátua em algum lugar? Ela tem mais de 40 metros de altura, representa uma divindade hindu (você acha que eu vou entregar fácil qual é a divindade?) e foi construída até que recentemente; já a caverna que ela guarda é um tesouro mais antigo – um lugar de peregrinação desde o século 19. 

Se essa pista estiver muito complicada, vamos voltar à língua que eu ando ouvindo aqui – a princípio totalmente estranha, mas aos poucos curiosamente registrada por ouvidos acostumados com o português. Ou até com o inglês. É como se uma criança estivesse brincando de falar e de escrever esses outros idiomas no meio do vocabulário local – uma cacofonia estranha e ligeiramente reconfortante. 

Ainda um pouco vago? E se eu disser que a capital desse país ostentava, até 2004, um dos recordes mais fantásticos que o homem já criou – mas que foi superado por uma outra cidade, aqui neste mesmo canto do mundo? Ajuda acrescentar que é um dos países mais abertos para diferentes culturas e religiões – provavelmente conseqüência da sua posição no mapa…?  

Bem, para quem não ia escrever nada durante as férias, acho até que já estou me alongando… Então fico por aqui – mas prometo, na segunda-feira que vem, mandar uma outra foto que, quem sabe, vai poder te ajudar a descobrir onde estou. Até lá… Quer arriscar um palpite?



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