O fim do mundo, e o princípio da vida

qui, 29/01/09
por Mundo G1 |

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O título deste post é o que está escrito na camisa que comprei em Ushuaia. Era o que melhor descrevia a minha impressão do que havia vivido depois de rodar cerca de 7 mil quilômetros, em 16 dias de viagem, conhecendo a Patagônia Atlântica, e após os cinco dias em Ushuaia. Não é exagero dizer que é uma experiência de vida única percorrer de carro tão vasta e rica região do planeta. E, claro, o trajeto final de quase 600 quilômetros, de Rio Gallegos até Ushuaia, capital da Província da Terra do Fogo, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul, foi digno de uma viagem rumo ao fim do mundo. Logo na saída de Rio Gallegos, uma das placas mais confusas que já vi na vida já me deixou em alerta. Pensei: “Já é o fim do mundo, e ainda por cima têm que dificultar?!”

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Primeiro são uns 90 quilômetros até a fronteira com o Chile. A alfândega argentina estava lotada. Levei quase duas horas para fazer os trâmites burocráticos. Depois, logo adiante, a alfândega chilena, bem mais rápida: não demorou nem 20 minutos. Então, mais uns 40 quilômetros de um excelente asfalto chileno. Chega-se a um enorme navio, capaz de transportar carros, carretas e ônibus pelo Estreito de Magalhães (90 pesos por trecho, ou R$ 70). Uma viagem rápida, de menos de 30 minutos, mas onde você começa, realmente, a se dar conta que está indo para um lugar muito longe de tudo.

Desembarcando do outro lado do estreito, a pior parte: 126 quilômetros de uma estrada do mais puro rípio (pequenas pedras colocadas na terra), e debaixo de chuva na maior parte. Leva-se quase duas horas devido à velocidade reduzida. Durante este trajeto, o pára-brisa muitas vezes é coberto por lama jogada por carros e carretas que vêm no sentido contrário. Deve se manter distância do veículo à frente e rezar para que nenhuma pedra estilhace o vidro do seu carro. Na parte seca, a poeira prevalece, quase não deixando ver o caminho. E, ainda por cima, eu só pensava se teria que desperdiçar mais duas horas novamente na alfândega, quando voltasse à Argentina.

Veja mais fotos da viagem

Mas, não sei bem o porquê, acabei dando sorte e não demorei nem 40 minutos nas duas alfândegas. E aí, outra coisa de que me dou conta: é impossível chegar a Ushuaia, que fica na Argentina, sem ter que passar pelo Chile. Coisas do fim do mundo. Levanto as mãos aos céus quando volto a trafegar no asfalto argentino. Mais 90 quilômetros a Rio Grande, onde encho o tanque, e mais 220 km até Ushuaia, onde chego por volta de meia-noite, após quase 11 horas de viagem.

Sozinho, dentro do carro, vibro muito, dou gargalhadas, cerro os punhos. Quem me olhasse, certamente estaria vendo uma espécie de maluco. Depois de chegar ao albergue, onde já havia feito reserva, vou comer. Mas, claro, em uma cidade de 70  mil habitantes, todos os restaurantes já estavam fechados. O atendente do albergue me dá a dica: “Vá ao La Barra, ‘una cueva’ (uma caverna, ou um lugar no subsolo), onde irá comer e beber muito bem.” Era tudo o que eu precisava.

Quando cheguei lá, percebi que se tratava do bar mais boêmio da cidade. Daniel, o atencioso dono, vem logo anotar o pedido. Para comer, peço o “Super  Lomito a La Barra”, indicação de um amigo do Daniel, que, já um pouco “alto”, frisa: “Dá para dois!”. De fato, me foi servido um sanduíche de filet mignon no prato que fez a garrafa de cerveja de um litro parecer uma long neck na foto. Mais do que feliz, eu só comia, bebia e sorria: “Mal cheguei e já estou adorando o fim do mundo!”

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P.S. – Na galeria de fotos, há algumas do dia seguinte, onde tirei o dia para descansar e apenas caminhar pela agradável cidade de Uhsuaia, com a Cordilheira dos Andes (ou Cordilheira Foguina, como é chamada por estas bandas) ao fundo. Só para vocês terem uma idéia de como é bonita a paisagem do “fim do mundo”.

Bernardo Tabak
Do G1

Saiba mais:
Site Oficial da Província da Terra do Fogo, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul

Site Oficial da Prefeitura de Ushuaia

Comodoro Rivadavia, a cidade mais cara da Argentina

qui, 29/01/09
por Mundo G1 |

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Já tinha me informado de que Comodoro Rivadavia era a cidade mais cara da Argentina, até mesmo do que Buenos Aires. E não existem albergues na cidade, o que é a pior coisa que pode acontecer a um viajante solitário, já que quartos em hotéis ou hospedagens, que são sempre para, no mínimo, duas pessoas, nunca têm o preço reduzido à metade para atender a um único ser. Azar o deles, que vão passar a noite com o quarto vazio sem receber um tostão meu.

Já eram 23h. Eu estava cansado depois dos cerca de 600 quilômetros do trajeto Puerto Madryn-Punta Tombo-Comodoro. Rodei por uns cinco hotéis da cidade, e o mais barato me cobrou 90 pesos (cerca de R$ 70), mas não havia vagas. Por volta de 1h da manhã, já tinha me conformado em pagar 180 pesos (R$ 135!!!) em um hotel duas estrelas até que cheguei na Hospedagem Javito. Um senhor alto, moreno, com uma barriga bem aparente e cabelos semi-grisalhos repartidos ao meio me atendeu com um sorriso me dizendo: “Entre, entre! Tenho um quarto para você, sim! Custa 60 pesos (R$ 45, Ufa…), está bom pra você?!” Aceitei na hora, pois não iria passar nem meio dia naquela cidade. E mesmo assim estava caro, já que os albergues custam cerca de 50 pesos (R$ 37), em média

O quarto era bem mais ou menos, com duas camas de solteiro com colchões velhos, mas com a vantagem de ser privativo, o que é muito bom pelo fato de não ter que ficar acomodando as coisas em “lockers” nem se preocupar em acordar ou ser acordado pelos outros, como nos albergues. Já o banheiro, compartilhado, era terrível, desagradável, e com infiltrações.

O senhor, que se chamava Jorge, me recebeu com uma simpatia enorme e explicou: “O petróleo deixa tudo mais caro!” De fato, Comodoro Rivadavia é uma das principais produtoras de petróleo da América do Sul. Mas por que tudo tão mais caro? Até o estacionamento, que em Buenos Aires me saiu por 25 pesos por noite, subiu para 40 pesos em Comodoro! Será que me estavam cobrando os royalties?!

Sorte que descolei um estacionamento gratuito em um posto de combustíveis em uma rua ao lado, com segurança 24 horas. A atendente do minimercado, muito solícita, disse que o caminhão-tanque só chegaria às 10h, e que até lá poderia deixar meu carro. Comprei três pequenos sanduíches de queijo e presunto frios – com duas fatias em cada – por 15 pesos (preço de um bife de chorizo em um lugar barato de Buenos Aires) e disse à atendente que ficasse tranquila, pois bem cedo estaria de volta ao posto, “louco para deixar esta cidade”, pensei.

No dia seguinte, parti bem cedo e nem me lembrei de tirar fotos de Comodoro, tal a minha pressa em sair fora. Duro era saber que talvez precisasse parar nela de novo na volta. Fui rumo a Rio Gallegos, última parada antes de Ushuaia. Gallegos também é uma cidade só para se dormir, mas lá conheci uma das hospedagens mais aconchegantes, com um dos nomes mais sugestivos de toda a viagem e com dois personagens dos mais amáveis que conheci pelo caminho. Mas conto isso tudo alguns posts mais à frente, já que vou ter que parar nela de novo na volta do fim do mundo.

Bernardo Tabak
Do G1

Quando o dia virou noite

qui, 29/01/09
por Mundo G1 |

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Nem só de lindas paisagens e maravilhosas recordações é feita uma longa viagem de carro. Não é difícil passar por problemas e situações complicadas. Até chegar a Buenos Aires, eu tive dois pneus estourados – um deles entortou meu pára-choque traseiro -, e mais um calombo em outro pneu. Mas essas coisas vou contar ao final da viagem, em um post sobre custos, estradas, albergues e hotéis, restaurantes, atrações etc.

Mas o momento em que senti mais medo de dar alguma coisa errada – e, agora que está tudo bem, posso contar sem matar do coração meus familiares e amigos – foi quando estava na Penínnula Valdés, indo de Puerto Pirámides para Punta Cantor e, depois, para a Caleta Valdés e Punta Norte, retornando a Puerto Pirámides.

Veja as fotos da viagem

O percurso total era de uns 200 quilômetros por estradas de rípio, dentro da península, sem postos de combustíveis ou muitos lugares para pedir auxílio, como nas pequenas casas onde ficam os guarda-parques. Comecei o trajeto por volta de 18h, após retornar de um passeio de barco para ver lobos-marinhos. Como nesta época escurece por volta das 22h, teria quatro horas para cumprir o roteiro. “Mais do que suficente”, pensei.

Meu objetivo era ver elefantes-marinhos, que não havia visto até então, e dar a enorme sorte de ver uma baleia orca, que, nesta época, começam a caçar os ainda ingênuos filhotes de lobos-marinhos. O começo, de 80 km entre Puerto Pirámides e Punta Cantor, foi tranquilo. E, ao chegar, depois de um pequena trilha, lá estavam os bonachões animais. Os elefantes-marinhos são maiores e mais pesados do que os lobos-marinhos e têm como principal diferença uma espécie de tromba, no focinho dos machos, e a forma diferente de se locomover, tanto em terra quanto na água. Na praia, principalmente, pode se ver que eles não usam as nadadeiras traseiras para andar. Eles, na verdade, rastejam em um movimento ondulatório para cima e para baixo.

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De volta à estrada, pego mais 47 km até Punta Norte, na esperança de ver as orcas, parando para tirar uma bela foto da Caleta Olívia refletida em uma poça d’água. Já tinha percebido uma nuvem bem negra ao largo, mas achei que ela iria passar distante da península, já que o dia estava lindo. Ao chegar em Punta Norte, por volta de 20h15, a decepção: mesmo dentro da península, o expediente já estava encerrado e uma corrente impedia a passagem. Neste momento, quando volto ao carro, percebo que a tal nuvem negra estava bem no meu caminho. Pior, ela parecia que ia chegar até onde eu estava.

O que fazer? Esperar chegar a nuvem sozinho dentro do carro, sem saber quanto tempo a tempestade iria durar? Ou ir bem devagar por 75 km até o povoado de Puerto Pirámides e lá decidir o que fazer? A segunda opção me passava uma sensação maior de segurança, pois, em Puerto Pirámides, ao menos iria poder procurar algum lugar melhor para passar a noite, caso não conseguisse pegar os 105 km restantes de asfalto de volta ao meu albergue em Puerto Madryn.

Liguei o carro e fui. Quando entrei na tempestade, o dia virou noite. O vento levantava a terra a tal ponto que eu não enxergava a estrada. Quando quase decidi parar, começou o aguaceiro, o que assentou a poeira. Dirigi por mais de meia hora debaixo de um tremendo toró, com a cara grudada no pára-brisa, a uns 50 km/h. Minha maior preocupação era não atolar – apesar de ser uma caminhonete, meu carro não é um 4×4 –, nem derrapar para fora da estrada. Os relâmpagos caiam por todos os lados. Neste momento, lembrei das aulas de física: na estrada, durante uma tempestade, o melhor local para estar é dentro do carro, pois os pneus isolam o veículo.

O mais surpreendente foi que, antes ainda de chegar a Puerto Pirámides, quando o pior já tinha passado e apenas chovia, era possível ver um pôr-do-sol lindo ao fim da manta negra de nuvens. Percebi então que era uma espécie provação, onde a natureza jorrava sua força indômita para, na sequência, apresentar sua beleza magnânima. Uma provação para mim, onde, depois do medo, vieram o alívio e a satisfação de ter conseguido fazer tudo dar certo.

Bernardo Tabak
Do G1

Cidade dos Pinguins

seg, 26/01/09
por Mundo G1 |

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Na saída de Puerto Madryn rumo ao fim do mundo, a próxima parada seria a temida cidade de Comodoro Rivadavia, conhecida por ser a mais cara de toda a Argentina, inclusive do que a capital, Buenos Aires. Antes disso, no meio dos cerca de 450 quilômetros até Comodoro, iria parar em Punta Tombo, reserva natural a 180 km ao sul de Madryn e a maior pinguineira (local onde os pinguins vão se reproduzir) continental do mundo, à exceção da Antártida, onde não existem estradas para eu botar meu carro.

Veja as fotos da viagem

Na Ruta 3, pega-se um desvio à esquerda bem sinalizado por uma enorme placa indicando Punta Tombo. No caminho, quando a estrada deixa de ser pavimentada e se transforma em rípio (pequenas pedras colocadas na terra como forma de calçamento), a fauna patagônica surge mais uma vez surpreendente. Um guanaco cruza a estrada, repentinamente, uns 30 metros à minha frente, e some no meio dos arbustos. Encosto o carro e salto, para tentar avistá-lo. Ele já está bem distante, mas ao lado de vários outros exemplares. Consigo me aproximar o suficiente para, com a ajuda do zoom, tirar umas fotos antes que esses animais, extremamente desconfiados, resolvessem trotar para longe. Quando vou retornando ao carro, me deparo com algumas ossadas de guanacos no chão. Natureza em estado bruto.

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Já satisfeito com o belo início do passeio, vou-me embora para Punta Tombo. Na entrada da reserva, o guarda-parque me dá algumas instruções rápidas: trazer seu lixo de volta, lógico, não tocar nem alimentar os animais, e não sair do caminho delimitado. Mas esta última instrução certamente não foi compreendida pelos pinguins. Logo na entrada da trilha, uma dessas simpáticas aves aquáticas está parada bem no meio no caminho, sozinha. Fico em pé na frente do primeiro pinguim que vejo na vida, que fica me olhando, como que se perguntando: ‘O que este cidadão tanto me olha?!’

Para mim, a sensação de estar, literalmente, ao lado de um animalzinho desses – a meio metro de distância -, que só tinha visto em filmes e fotos, é indescritível. Ele é, realmente, cativante. Olha-me tão curioso quanto eu a ele. Somos igualmente intrigantes. Depois de uns cinco minutos tirando fotos e fazendo um pequeno vídeo com ele, vou adiante. O que vejo a seguir é mais incrível ainda. São mais de meio milhão de pingüins, do tipo magalhânico (nome oriundo do Estreito de Magalhães), que medem cerca de 50 centímetros de altura e pesam em torno de 5 quilos.

Nesta época, eles estão com seus filhotes já bem crescidos, mas com a plumagem ainda diferente de um pingüim adulto e incapazes de se separarem dos pais. É possível ver como os filhotes são alimentados, pegando no bico a comida que pai e mãe regurgitam. São animais adoráveis. A fêmea tem a cabeça mais redonda e o bico mais fino, enquanto o macho tem uma espécie de franja quadrada na testa.

Os pinguins demonstram ser muito carinhosos entre eles, frequentemente coçando uns aos outros ou fazendo pequenos cortejos. Já conosco, é bom não se aproximar muito. Eu tomei duas bicadas. Não chega a doer, mas tampouco é um carinho. Um deles resolveu brincar com o cadarço do meu tênis. Claro que eu deixei, fascinado pela experiência fantástica que estava vivendo. Quase indo embora, um guanaco pula a cerca para dentro da trilha. Para bem próximo e me deixa tirar uma bela foto, para depois seguir adiante e se misturar com as ovelhas, com os outros pássaros que existem na região e, claro, com os pinguins, afinal, é a cidade deles!

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Bernardo Tabak, do G1

Pacote habitacional do governo

qua, 21/01/09
por Economia G1 |
categoria Economia

O governo está discutindo há algum tempo, em meio à crise econômica mundial, um pacote para estimular a construção civil no país. O G1 apurou que entre as medidas estão:

- Para beneficiar a população de baixa renda, haverá a redução da cobrança de tributos no regime especial de 7% para 1% do valor do empreendimento para as construtoras que separam a contabilidade dos imóveis mais baratos – protegendo o comprador em caso de quebra da empresa.

- Para a classe média alta a medida de maior impacto será aumentar o limite de uso do FGTS para R$ 500 mil na compra do imóvel e criar o Fundo Garantidor – que honrará prestações em caso de inadimplência.

Leia também: Caixa estuda medidas para favorecer baixa renda contra a crise

E haverá uma queda sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados para materiais de construção.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) informou duas outras medidas: os bancos terão de aplicar 2% de tudo que recebem à vista em microcrédito produtivo para compra de material de construção. E o governo diminuirá a burocracia para a compra de material com Construcard.

Gabriela Valente, da TV Globo, em Brasília

Os bastidores da decisão do Copom

qua, 21/01/09
por Economia G1 |
categoria Economia

A decisão do Banco Central de reduzir a taxa de juros aconteceu, segundo o G1 apurou, porque o mercado passou a esperar uma inflação menor neste ano. Projeções anteriores indicavam uma inflação de 5,2% para 2009. Hoje, elas são de 4,7%.

Nesta quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou que decidiu baixar a taxa Selic de 13,75% para 12,75% ao ano. A Selic é conhecida como taxa básica de juros. Serve de referência para todo o mercado.

Confira como repercutiu a decisão do Copom de cortar os juros

Segundo o G1 apurou, na reunião de dezembro, o Copom manteve a taxa selic em 13,75% ao ano porque esperava novo repasse do custo do câmbio aos preços internos. Com a alta do dólar, esperava-se que preços de produtos importados subissem. Mas, de lá prá cá, alguns fatores afastaram esse temor. Houve:

- substituição de importações por produtos nacionais, pelos fabricantes domésticos (não houve o temido repasse do custo cambial ao produto final);

- barateamento do produto importado chinês (a China decidiu subsidiar suas exportações e tem compensado parcialmente o custo cambial, no mundo inteiro, segundo o BC);

- retração da demanda, como consequencia do desemprego;

- e aumento da capacidade ociosa interna, uma vez que a demanda caiu e a produção sofreu retração.

Em suma, a pressão da demanda sobre a oferta e suas consequências sobre a inflação, verificada durante 2008, sofreu uma reversão.

A decisão de hoje mantém o compromisso com a meta de inflação. E não significa que o Copom manterá o mesmo ritmo de corte da taxa nas próximas reuniões.

Uma grande companheira

qua, 21/01/09
por Mundo G1 |

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Minha parceira de viagem, Dani Bordalo, se foi. Voltou de Buenos Aires, de avião, pois tinha que trabalhar no Rio. Por esses dias, me esceveu um e-mail. Um comentário dela  que me saltou aos olhos foi: “É muito estranha essa coisa de estar em um lugar tão distinto em tão pouco tempo. O carro permite construir o sentido de distância e também uma transição das paisagens e das realidades.”

Veja fotos da viagem

Desde a minha primeira grande viagem de carro, em 2004, quando rodei 8,5 mil quilômetros pelo Centro-Oeste brasileiro, conhecendo o Pantanal, Bonito, as cidades históricas de Goiás, Brasília e as chapadas dos Guimarães e dos Veadeiros, percebi que, além dos roteiros turísticos, a estrada em si era uma das grandes atrações neste tipo de viagem.

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Quando pegamos um avião para longe, saímos de uma realidade para outra muito rapidamente. Na estrada, a transição é muito mais elaborada, quando vamos percebendo, bem de perto, as mudanças geográficas, climáticas e, principalmente, humanas sob uma ótica muito mais refinada. Nas excursões ou viagens de ônibus, existe o inconveniente de não se estar no comando do seu destino. Não se pode parar onde quiser, desfrutar do tempo ao seu modo ou muito menos permitir, ou não (dar carona é uma questão de ter espaço no carro, tempo e confiança), que pessoas entrem no seu automóvel, e lhe contem histórias das suas vidas.

Mais tarde, quando fui fazendo outras viagens de carro, percebi que a estrada era muito mais do que uma atração. A estrada era uma grande companheira, que, no passar dos quilômetros, me fazia refletir sobre muita coisa que, no dia-a-dia do nosso cada vez mais corrido cotidiano, não podemos nos deter em nossos pensamentos. Por alguma poucas vezes – já que não é muito confortável dormir no carro – a estrada também foi meu abrigo e, em alguns dos seus postos de combustíveis ou acostamentos, me acolheu muito bem até hoje.

Além de me dar abrigo e companhia, a estrada também se mostrou uma serena tutora. Deu muitas lições sobre como me comportar com calma e concentração diante dos imprevistos. Ensinou-me a decidir mais sabiamente sobre quais são os momentos para se andar mais rápido, ou mais devagar. E, principalmente, a estrada me revelou que não somos recompensandos apenas ao final da jornada. Somos, sim, presenteados ao longo dos quilômetros, dos dias, com histórias, paisagens e situações que, somente na estrada, podemos conhecer, admirar e viver.

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Bernardo Tabak, do G1

Quase ‘cachorros-marinhos’

seg, 19/01/09
por Mundo G1 |

 
Ao todo, fiquei quatro dias em Puerto Madryn. Um dia a mais do que o planejado, pois, no domingo, dia 11 de janeiro, quando iria à Península Valdés, o tempo fechou de tal maneira que o acesso à reserva natural foi proibido.

Na segunda-feira, 12, o tempo amanheceu nublado, mas logo melhorou. Aproveitei e peguei a estrada rumo à península, a cerca de cem quilômetros ao norte de Madryn. Já havia reservado o passeio de barco – 100 pesos – no albergue (hostal). Muito importante: leve dinheiro em espécie consigo para pagar o passeio em Puerto Pirámides, o único vilarejo dentro da península. Lá, não é raro os caixas eletrônicos estarem desabastecidos.

Ao todo, o passeio durou cerca de três horas. Primeiro, fomos fazer um mergulho, com snorkel. A expectativa foi grande, pois não era impossível um lobo-marinho vir nadar conosco. Mas não aconteceu. Entretanto, mergulhar nas águas gélidas da Patagônia, bem aquecido por roupas de mergulho, e conseguir observar alguns peixes e muitas algas da região, bem diferentes do Brasil, foi relaxante e prazeroso. Mas o melhor vinha a seguir.

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 Veja mais fotos dos lobos-marinhos

Conhecer a lobería – local onde fica uma colônia de lobos-marinhos, onde eles também se reproduzem – de Punta Pirámide foi uma experiência inesquecível. Já havia visto a lobería de cima, em um mirante, mas a uns 200 metros de distância. No passeio, o barco chega bem perto das pedras, a apenas três mestros dos grandes mamíferos. A primeira impressão é de que, quando não estão descansando, estão procurando um lugar para descansar. A grande maioria fica deitada sobre as pedras boa parte do tempo. Diferentemente das baleias francas e orcas, e dos pingüins, que são animais migratórios, há lobos-marinhos o ano todo na península.

É possível ver também a disputa pelas fêmeas. Os lobos-marinhos são polígamos, e os maiores e mais velhos geralmente ganham a disputa com os mais jovens. O barulho na colônia neste momento é grande: uma espécie de rosnado, bem alto, intercalado, mas constante. Admirar também as fêmeas deitadas de lado, amamentando os filhotes, foi algo especial. Os bichos são enormes e, se na água nadam como peixes, nas pedras, são lerdos de dar dó. Ao mesmo tempo, têm um olhar cativante, que chega mesmo a ser meigo como o de um cachorro.

Apesar de se incomodarem com a presença do barco, os guias locais dizem que, dentro da água, os lobos-marinhos são muito curiosos. É possível fazer mergulhos muito perto deles, em locais específicos, afastados das áreas de reprodução. Algumas vezes, eles chegam a tocar sua mão. Custa em torno de 500 pesos. Não fiz, mas vou fazer certamente quando voltar, para ver também as baleias-francas, que estão na região entre julho e dezembro. A Península Valdés, certamente, não é um lugar para uma visita apenas.

Bernardo Tabak, do G1

Puerto Madryn: oásis no meio do Deserto da Patagônia

sex, 16/01/09
por Mundo G1 |

 

Na Argentina, à exceção das regiões próximas à Cordilheira dos Andes e de alguns outros poucos pontos do país, as paisagens são sempre muito planas e retas. Saindo de Buenos Aires para o sul, pela Ruta Nacional 3 (RN-3) os pampas tomam conta do visual. O verde se manifesta nos imensos pastos, às vezes pintados de amarelo pelas plantações de girassóis. Mas, quando se passa da cidade de Bahía Blanca, o deserto patagônico se apresenta sem fim.

São centenas de quilômetros onde se avista uma só cor difícil de de descrever: um tanto arenosa, mas sem ser branca, manchada de um verde ressecado, bem claro, dos arbustos. Não há uma só ávore no entorno. Seca, árida e desoladora são palavras que descrevem bem a paisagem. O encanto do deserto patagônico talvez esteja exatamente em observar um ecossistema muito diferente do que estamos acostumados, e que não existe no Brasil.

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Veja mais fotos de Puerto Madryn e da região

Quase não há cidades ao longo da RN-3. A densidade demográfica é baixíssima. E isso tudo torna mais inacreditável a chegada a Puerto Madryn, a  cerca de 1,4 mil quilômetros ao sul de Buenos Aires. É uma cidade muito turística, com casas bonitas e bem cuidadas. E com uma praia que, se não chega perto da beleza de Ipanema, não deixa de fazer um contraste muito bonito do azul do mar com a cor quase indescritível do deserto da Patagônia.

Como o clima é muito seco, nos dias de sol faz muito calor, mas a noite é sempre fria. Quando venta – coisa muito comum em toda a Patagônia -, a sensação térmica baixa muitos graus. A pele fica gelada. Por isso mesmo, na praia, as pessoas têm hábitos incomuns para os brasileiros. Elas tomam banho de sol no calçadão, perto de uma murada, se protegendo do frio. Ou se protegem atrás de grandes bancos de areia.

Puerto Madryn é uma cidade que vale a pena ser visitada, muito agradável, onde se come muitos bons pratos de peixes – como o salmão patagônico, com carne de cor clara -  e frutos do mar. Recomendo os restaurantes La Cantina Nautica e Los Colonos, onde comi um inesquecível badejo assado no papel alumínio com camarões, mariscos e lulas.

A 16 quilômetros da cidade, está Punta Loma, uma “loberia”, como se chama o lugar onde se concentram lobos-marinhos, e um “tira-gosto” para o que se vai ver na Peninsula Valdés. E, há ainda o Ecocentro, um museu muito interessante sobre a fauna local com um impressionante esqueleto de baleia-franca na entrada. Para quem quer conhecer toda a beleza da Pensinsula Valdés, Madryn é a cidade ideal para servir de base.

Bernardo Tabak, do G1

King Kong invade Praia da Enseada, no Guarujá

ter, 13/01/09
por São Paulo G1 |

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King   

O lendário macaco gigante King Kong invadiu a Praia da Enseada, no Guarujá, Litoral Sul de São Paulo. Com 10 metros de altura, o boneco do primata mais famoso do cinema se mexe e tem em suas mãos uma manequim loura.

 

O show do gorila reproduz uma das cenas do filme e acontece durante a temporada do verão, diariamente, das 16h à meia-noite, em intervalos de 15 minutos.

Buenos Aires ainda buena

seg, 12/01/09
por Mundo G1 |

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É a terceira vez que viajo para a Argentina, um país muito grande, onde cabem vários pequenos países europeus, e onde existe muita coisa para se descobrir. Assim como o Brasil. Em Buenos Aires, é a minha segunda vez. E gostei de novo de estar nesta cidade. É muito viva, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e com pessoas às vezes sem tempo para te dar uma informação, às vezes muito prestativas. Assim como o Rio de Janeiro.

Mas Buenos Aires ainda não é o Rio de Janeiro. Digo ainda porque aqui me sinto muito mais seguro quando estou parado com o carro no sinal às 3h da madrugada. Ninguém avança. No Rio, em determinados locais, mesmo na Zona Sul, não avançar o sinal de madrugada é colocar a vida em risco. Em Buenos Aires ainda não se ouve falar em fuzis e metralhadoras anti-aéreas, como se vê várias vezes no noticiário do Rio.

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Mas Buenos Aires tem algumas coisas que lembram o Rio. Pior: fazem pensar que a capital federal argentina pode se tonar tão perigosa quanto a “cidade maravilhosa”. Ao lado da Autopista – uma via expressa que liga a cidade ao Aeroporto Internacional de Ezeiza e aos subúrbios -, favelas (chamadas de “villas”) começam a surgir. Muito menores e sem o poderio armado dos traficantes do Complexo da Maré, que vemos ao longo da Linha Vermelha. Mas a comparação é inevitável.

Na cidade, os locais turísticos são bem protegidos pela polícia, que é muito mal vista pela população, assim como a polícia fluminense. Mas, em determinados bairros, como Santelmo ou La Boca, basta escurecer ou querer andar além dos pontos turísticos com uma máquina fotográfica pendurada no pescoço que logo alguém te avisa: “Não passe daqui! Vão te tomar a máquina!” Agradeço, obedeço e volto para o local destinado à nós, turistas. A situação me remete diretamente ao que ocorre em Santa Teresa e em Copacabana, bairros sabidamente turísticos do Rio, mas que, em certos pontos, principalmente perto das favelas, marginais estão sempre a espreita de turistas desavisados. Os meninos pobres portenhos no sinal, jogando detergente – ou seja lá o que for – nos vidros dos carros, também me trazem o Rio diretamente à mente.

20090112 - buenospista

Se não se cuidar, em breve Buenos Aires pode deixar de ser “buena”, e ficar igual ao Rio. Por enquanto, ainda é muito mais segura, com muito o que fazer, admirar, relaxar e, claro, muitas e saborosas “parrillas” – o churrasco típico argentino feito na grelha – e bons e baratos vinhos para se beber. Ouvir um tango bem tocado pelo violonista Pablo e pelo acordeonista Alfredo tomando uma cerveja bem gelada em La Boca, passear pela reserva florestal, comer em um dos vários e ótimos restaurantes de Puerto Madero ou admirar o pôr-do-sol da cobertura Hotel Panamericano, perto do Obelisco, são programas prazerosos e imperdíveis.

20090112 - buenosvista

Bernardo Tabak, do G1

Por favor, parem os conflitos na Faixa de Gaza

seg, 12/01/09
por Mundo G1 |

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Caminhando pelo Centro de Buenos Aires, na terça-feira, 6 de janeiro, rumo ao Café Tortoni, um dos mais antigos, bonitos e tradicionais da capital federal argentina, sou surpreendido: a Calle de Mayo está fechada ao tráfego. É possível andar no meio da rua, como no Aterro do Flamengo aos domingos. É até gostoso, mas o motivo da interdição, mais adiante, não tinha nada de prazeroso.

Membros do Centro Islâmico da República Argentina, da Confederação de Entidades Argentinas-Árabes, da Federação Argentina Palestina, além de integrantes de entidades e partidos políticos de esquerda, como a Federação Universitária de Buenos Aires, o Partido Obrero e o Partido Comunista, e até mesmo algumas senhoras integrantes das Mães da Praça de Maio, que lutam pela abertura dos arquivos da ditadura argentina e pela condenação de torturadores e assassinos de presos políticos, muitos deles filhos delas, faziam uma grande manifestação contra os ataques israeleneses na Faixa de Gaza.

O protesto, em frente à Embaixada de Israel, fechou uma das principais ruas de Buenos Aires. Manifestantes picharam vários muros, pontos de ônibus e portas de lojas e bancos. Os gritos de ordem eram: “Israel deve parar imediatemente o holocausto na Faixa de Gaza!”, e “O estado terrorista de Israel está matando civis inocentes.”

20090112 - buenosprotesto

Imediatamente sou tomado pela tristeza. Sou descendente de judeus, pela parte paterna da minha família. Já ouvi, assisti e li muito sobre o Holocausto na Segunda Guerra Mundial. Ouvir que Israel está cometendo um genocídio é muito duro e cruel. Faço muita força para segurar as lágrimas.

O primeiro sentimento é o de dúvida: “Por que, mais uma vez, explode o conflito entre israelenses e palestinos? Por que é tão difícil chegar a uma solução negociada, diplomática e democrática?” As razões – históricas, religiosas e geográficas – são tantas e tão complexas que precisariam muito mais do que este simples texto de um viajante para serem analisadas. Mas as fotos de crianças palestinas mortas sendo carregadas são inegavelmente angustiantes.

Pouco importa de quem é a culpa pela nova explosão de ódio. Quem começou: Israel, com 18 meses – um ano e meio – de bloqueio imposto à Faixa de Gaza? O Hamas, que decidiu quebrar a trégua e lançar foguetes contra Israel, em um ato condenado pelo próprio presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas? As reações israelenses são desproporcionais ao poderio bélico palestino? Como Israel deveria reagir aos ataques dos radicais do Hamas? Pouco importa. O mundo não comporta mais a irracionalidade das armas de fogo. O que este viajante pede, com a humildade de quem apenas não quer ver mais crianças mortas estampadas em fotos, é que cessem os ataques, de ambos os lados.

Bernardo Tabak, do G1

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ONG doa cães abandonados em São Sebastião

sáb, 10/01/09
por São Paulo G1 |

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Cansado de observar diversos cães abandonados em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, um grupo de amigos decidiu doar parte de seu tempo para tratar e brincar com alguns desses “órfãos de quatro patas”. E para tanto, criaram uma ONG.

Há três anos na ativa, a Companhia das Patas cuida de cachorros que foram deixados pelos donos ou nasceram nas ruas da região. Depois de serem vermifugados, vacinados e castrados, esses animais estão prontos para a adoção.

Atualmente, há 30 “melhores amigos do homem” na ONG aguardando um lar. Entre eles está o pitbul Xerife. Um dos primeiros animais acolhidos pela organização, a “fera” estava muito debilitada. “Foi a atriz Gabriela Duarte que o encontrou, em Paúba [bairro próximo a Maresias]”, afirma a coordenadora da Companhia das Patas Silvia Hadich, de 35 anos. Suas orelhas cortadas indicam que ele já possuiu um dono, mas foi rejeitado.

Após receber tratamento veterinário, o cachorro apresentou uma melhora surpreendente. “Ele engordou uns 30 kg desde que chegou aqui, para você ter uma idéia de como ele estava mal”, lembra Silvia.

Outro cão que vivia em uma casa, mas foi deixado nas ruas de São Sebastião, é o rotweiler Swell. Com cerca de 1 ano, o dócil –e enorme- cachorro, felizmente, já encontrou um lar: seu novo proprietário irá buscá-lo na ONG na segunda-feira (13).

Pitbuls e rotweilers são muito abandonados na cidade. Conforme a veterinária Patrícia Cruz Rosa, de 30 anos, essa rejeição indica um grave problema: o impulso em comprar um filhotinho. “Às vezes, uma pessoa compra o cachorro da moda ou leva o animal por ser bonitinho”, afirma. “Ela não leva em conta, porém, que esse filhote irá crescer e viver em média 12 anos”, acrescenta.

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Além do tamanho e da longevidade, o alto custo para se manter um “pet” é algo que deve ser levado em conta pelo futuro dono. “O gasto mínimo que um dono tem é com comida e vacina. Isso sem contar veterinário, medicamentos”, ressalta Patrícia, que trabalha voluntariamente para a ONG.

Apesar de pequena, a organização tem números que impressionam. Em três anos, recebeu e cuidou de 200 cachorros –sendo que 150 conseguiram um novo lar. Além disso, castrou 300 cães e gatos.

cachorros

Quem passar por Maresias e quiser adotar um cachorro precisa apenas entrar em contato com Silvia pelo telefone (12) 3865-6142. Os cachorros agradecem. (Paulo Toledo Piza/Especial para o G1)

Banana boat é opção de diversão para banhistas em Maresias

sex, 09/01/09
por São Paulo G1 |

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Os banhistas que se cansaram de ir a praia apenas para nadar e tomar sol têm uma opção de diversão diferente e emocionante em Maresias: a banana boat. Puxado por uma lancha motorizada, o bote em formato e na cor de uma banana flutua sobre o mar azul de São Sebastião, com oito pessoas em sua extensão.

Com duração de cerca de 20 minutos, o passeio sobre a banana é pré-definido. “Primeiro, vamos até a praia do Pescador. De lá, passamos por Paúba e, depois, mais para longe da praia”, explica o piloto da lancha, Geová Rosendo, de 25 anos.

Antes de fazer este percurso, Rosendo pergunta aos passageiros: “Com emoção ou sem?”. Quando a resposta é negativa, o trajeto segue normalmente, dando ênfase ao visual das praias e do mar azul. “Com emoção, o bote ‘capota’ durante o trajeto”, conta o piloto.

Para que isso ocorra, Rosendo acelera a lancha e a vira bruscamente, fazendo com que o “reboque” caia para um lado. E com a queda, os passageiros do bote são lançados ao mar. Em seguida, são resgatados e partem para mais um passeio -com queda.

Após uma viagem em que foi jogado ao mar cinco vezes, o coordenador de logística Luiz Sérgio de Andrade, de 39 anos, mal continha a alegria. “Adorei, foi muito emocionante”, afirmou, acrescentando que esta foi a primeira vez que andou de banana boat. “Pretendo fazer isso mais vezes.”

Impressionada com a beleza do trajeto, a estudante Karla Machado, de 17 anos, disse que temia as quedas antes de embarcar no bote. Após o passeio, o medo dava lugar ao fascínio. “Muito divertidas as quedas. A água também estava uma delícia”, completou.

Apesar da diversão, a brincadeira requer uma série de cuidados. Todos os ocupantes devem usar um colete salva-vidas laranja e, a qualquer sinal de enjôo ou mal-estar, avisar o piloto. “Em casos assim a pessoa continua a viagem na lancha”, afirma o dono do bote, o empresário Fernão Vampré, de 34 anos.

Ele garante que todos os seus funcionários têm cursos de guarda-vidas. “Até chegamos a ajudar os bombeiros ao resgatar banhistas que foram levados da praia pela correnteza”, completa.

O passeio custa R$ 15 por pessoa e acontece diariamente -na alta temporada- das 10h às 19h. (Paulo Toledo Piza/Especial para o G1)

Leia mais sobre praias no Guia de Verão do SPTV

Apesar de tempo nublado, praias de São Sebastião ficam lotadas de banhistas

sex, 09/01/09
por São Paulo G1 |

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O Litoral Norte de São Paulo amanheceu nublado nesta sexta-feira (9). Apesar do tempo encoberto e do mar gelado, os banhistas continuavam nas praias de São Sebastião.

A estudante Daiane Abreu, de 21 anos, aguardava o sol jogando frescobol com a prima Isabella Rodrigues, de 13, na praia de Maresias. “Mantenho as esperanças de que o tempo irá melhorar”, afirma a jovem Daiane, que veio de Campo Limpo Paulista, no interior, na segunda-feira.

Até o sábado, dia em que partirá de São Sebastião, a estudante pretende aproveitar muito as praias. “Mesmo com o tempo assim dá para se divertir aqui”, ressalta.

A previsão para esta sexta-feira, porém, não é a das mais animadoras. Após dois dias de tempo aberto, deverá voltar a chover na cidade, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Já a temperatura deverá continuar alta, chegando a 31 graus. (Paulo Toledo Piza/Especial para o G1)

Ilha artificial traz atrações gratuitas para banhistas do Guarujá

sex, 09/01/09
por São Paulo G1 |

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Ilha

O banhista que frequenta o Guarujá, no Litoral Sul de São Paulo, pode ter levado um belo susto ao se deparar nesta sexta-feira (9) com uma ilhota flutuando perto da praia da Enseada. Inaugurada na manhã de hoje, essa ilha artificial de 700 metros quadrados traz diversas atrações, como tobogãs, shows, lounges e bares com refrigerante e água de graça.

Patrocinado por uma marca de biscoitos, a atração tem capacidade de abrigar 300 pessoas. Para levar toda essa gente da praia, escunas, lanchas e botes singram os cerca de 300 metros de mar que separam a ilha da Enseada.

Quem entrar na ilha tem duas horas para aproveitar suas atrações. Conforme a organização do evento, o evento funciona apenas nas sextas-feiras, sábados e domingos, até o dia 23 de janeiro.

Os banhistas que tiverem vontade de se divertir na ilhota têm de procurar os promotores da marca espalhados pela praia. Eles entregarão os convites para a atração.

Cadela e sagui se divertem na areia da praia de Maresias

sex, 09/01/09
por São Paulo G1 |

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micoApesar de se conhecerem há poucos dias, Mel e Nica não se desgrudam. Hospedadas em uma casa em Maresias, no Litoral Norte de São Paulo, as duas vão diariamente à praia. E quando são vistas deitadas na areia, acabam virando o centro das atenções. Não, a dupla não é famosa, tampouco atraente.

Com 2 anos, a cadela da raça beagle Mel adora brincar com a sagui Nica, de apenas 10 meses. Os donos dos animais contam que levaram seus bichinhos para a praia por não terem um local para deixá-los.

“Ela não fica só”, diz a enfermeira Cíntia Lopes, de 28 anos, dona de Mel. “Ou a deixamos com alguém ou a trazemos”, completa o marido de Cíntia, o designer gráfico Emerson Vardez, de 28 anos.

A mesma situação é enfrentada pelos donos de Nica. “Apesar de não dar trabalho, não temos com quem deixá-la”, afirma a analista Renata Lopes, de 27 anos. Seu namorado, o designer gráfico Wander Prado, de 28 anos, ressalta que o animal é tranquilo e não morde a sua amiga Mel.

Os donos da cadela e da sagui são amigos e vieram de São Paulo ao litoral para descansar. O proprietário da casa onde estão hospedados tem conhecimento da dupla extra de hóspedes. “Ele não se importou quando avisamos sobre as duas”, lembra Renata.

Na residência, a dupla se diverte. “Elas brincam muito uma com a outra”, diz Vardez. Quando estão na areia, porém, Mel e Nica se comportam de forma diferente.

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Enquanto a sagui fica deitada sobre uma toalha, apenas observando seus donos e os banhistas que passam, a cadela não consegue ficar parada. “Temos de segurá-la na coleira, se não ela faz a maior bagunça”, comenta Vardez.

Na hora de tirar foto, Mel escapou e não parou de correr. Até em direção ao mar ela foi. Antes de pisar na água, porém, ela parou e, com um salto, fugiu assustada de algo trazido pelas ondas. “É a espuma do mar. Ela morre de medo da espuma”, conta, gargalhando, seu dono. (Paulo Toledo Piza/Especial para o G1)

Lua brilha durante noite agradável em Maresias

sex, 09/01/09
por São Paulo G1 |

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Lua

Com tempo fresco e um céu estrelado impossível de ser visto em metrópoles, a noite de lua-cheia em Maresias era agradável nesta quinta-feira (8). Apesar das poucas nuvens sobre São Sebastião, a chuva deverá voltar a atingir a cidade do Litoral Norte de São Paulo nesta sexta-feira (9).

Conforme previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o tempo será parcialmente nublado, com pancadas isoladas de chuva ao longo do dia. A temperatura, porém, deverá continuar alta, chegando a 31 graus durante a tarde. (Paulo Toledo Piza/Especial para o G1)

Agentes percorrem bairros de São Sebastião atrás de focos da dengue

qui, 08/01/09
por São Paulo G1 |

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dengue

Que a dengue pode matar, todos sabem. As maneiras de se combater o mosquito transmissor da doença, porém, não são tão conhecidas assim. Para conscientizar o povo e os turistas de São Sebastião sobre a prevenção à doença, agentes da prefeitura percorrem diariamente os bairros da região.

“Nas nossas visitas, conversamos com os moradores e passamos orientações. Também eliminamos criadouros”, afirma o supervisor de campo Plínio Ricardo Bueno, de 36 anos. Responsável por 16 agentes que percorrem bairros da costa sul da cidade (como Toque Toque Grande, Maresias e Boracéia), Bueno explica que seus subordinados receberam treinamento específico para o trabalho.

Quando chegam a uma casa, os agentes conversam com os moradores sobre os perigos da dengue, seu transmissor, e as formas de eliminar criadouros do inseto. “Pneus, garrafas e vasos de planta são lugares comuns onde larvas do mosquito se desenvolvem”comenta o supervisor. Além das informações, os funcionários também verificam calhas, caixas d’água e outros possíveis focos.

Além desses criadouros artificiais, o mosquito também procura flores e plantas que acumulam água da chuva para botar seus ovos. “A bromélia é um desses casos”, afirma Bueno. Para evitar a procriação, pessoas que cultivam esse tipo de planta devem molhá-las diariamente. “A renovação da água evita que a larva se transforme num mosquito”, ressalta.

Moradora de Maresias, a dona-de-casa Isabel Alves Moreira, de 83 anos, se diz feliz com a visita dos agentes. “Antigamente nem imaginávamos que o mosquito fazia tanto mal”, conta. “Agora evitamos o quanto podemos”, conclui.

Com toda essa prevenção, a situação da dengue está sob controle, conforme a Secretaria Municipal da Saúde. Questionamentos sobre a doença ou denúncias de possíveis focos da dengue devem ser feitos diretamente à secretaria (telefone 0xx12-3892-5131).(Paulo Toledo Piza/Especial para o G1)

Sol e céu azul animam banhistas em São Sebastião

qui, 08/01/09
por São Paulo G1 |

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bailarina

O sol chegou para ficar no Litoral Norte de São Paulo nesta quinta-feira (8). Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura chegará a 30 graus durante a tarde.

Aproveitando o céu azul, sem nuvens para atrapalhar o sol, banhistas lotavam as praias de São Sebastião. A bailarina Carolina Mendes, de 22 anos, veio de Campinas na segunda-feira para curtir a praia de Maresias.

Com o tempo ruim no início da semana, ela conseguiu se bronzear apenas ontem e hoje. “O sol está de rachar. Ainda bem”, comemorava a jovem. Até domingo, dia em que volta para a cidade do interior paulista, ela espera que o sol continue a brilhar sem interferência sobre as areias do litoral. (Paulo Toledo Piza/Especial para o G1)



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