O Brasil descobriu o poder das redes sociais

sex, 21/06/13
por Alysson Muotri |
categoria Espiral

Comparo as manifestações recentes com o surgimento da consciência pelas redes nervosas. Durante o desenvolvimento, bilhões de neurônios no cérebro do bebê possuem pequenas atividades elétricas que contribuem para decisões básicas do corpo humano. Muitas dessas decisões acontecem de forma inconsciente, como respirar, por exemplo. Conforme o bebê cresce e seu cérebro amadurece, passa a se interessar pelo mundo ao seu redor, focando em ações ou objetos de interesse.

Ao direcionar a atenção para algo específico, os impulsos individuais de cada neurônio sincronizam para executar determinada atividade, a busca por um brinquedo atrás do sofá. O estimulo de reinforçamento compensatório positivo (o sorriso do pai), contribui para que a ação deixe de ser inconsciente e torne-se agora voluntária, estabelecendo o que pode ser chamado de principio da consciência humana.

Acredito que o estopim das manifestações pelo Brasil fora gerado através de um outro tipo de sincronia, oriundo das redes socais pela internet. O brasileiro cresceu e finalmente percebeu que pode usar as redes sociais como ferramenta politica. Hoje é relativamente fácil e rápido reunir milhares de pessoas em um local planejado para lutar por um objetivo comum, no caso a insatisfação politica (bom, pelo menos na minha perspectiva…).

Ainda sem saber direito aonde é que essa manifestação vai terminar, consigo prever que o povo brasileiro possa também usar dessa consciência para outros fins. Na ciência especificamente, as redes sociais tem sido usadas como “crowdfunding”, para gerar suporte financeiro a determinado projeto ou mesmo para engajar o público na geração de dados científicos. Projetos populares incluem o uso de uma pequena parcela da memória de computadores pessoais na busca de vida extraterrestre pela NASA e jogos online cujos participantes auxiliam na modelagem tridimensional de proteínas de interesse humano.

No Brasil, acho que o melhor uso dessa nova consciência coletiva estaria na luta por melhorias na educação, pesquisa e saúde –menosprezadas por muito tempo. Deveríamos lutar por investimentos nessas áreas equivalentes aos investimentos feitos na Copa ou Olimpíadas, com formação de mais profissionais e com melhores salários, hospitais e laboratórios padrão FIFA, centros de pesquisa em prédios reformados com tecnológicas de ultima geração e todas as exigências e rigor que o povo brasileiro merece. Ao contrário da Copa ou Olimpíadas, esse investimento teria um retorno muito maior e por um período mais longo, gerando patentes e futuros investimentos. Além disso, aumentaria a autoestima e visibilidade de nosso pais. Quer maior patriotismo do que investir no próprio brasileiro? O brasileiro agora sabe que pode guiar o grau de investimento e prioridades dada pelo governo, sem precisar acatar e baixar a cabeça com decisões políticas com baixo interesse social.

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24 Comentários para “O Brasil descobriu o poder das redes sociais”

Páginas: [2] 1 »

  1. 24
    Ricardo:

    Filho de macaco é macaco. Filho de Deus é Deus.
    O macaco pode ter o que ele tiver, mais nunca vai a espiritualidade do ser humano.
    Agora foi descoberto que tudo que tem no universo tem no ser humano. Todos os componentes que tem numa estrela tem no ser humano.

  2. 23
    Rafael:

    Eu tenho a solução para resolver esse problema, é bem simples: façam todos os tipos de testes em pessoas que cometeram crimes hediondos, vamos esvaziar um pouco as prisões e poupar os animais inocentes… Eu vi político aparecendo em delegacia para resgatar dois cães que foi subtraído do laboratório, que tal ele aparecer e propor essa lei ?

  3. 22
    Thairony Conceição:

    Podemos dizer muitas coisas. Podemos elogiar, podemos criticar. Podemos tentar falar palavras bonitas para poder impressionar qualquer um que tente ler o que escrevemos (mesmo que não saibamos os significados dessas palavras). Mas, o que não podemos, de fato, é dizer que a democracia se faz apenas com o voto. Dizer que um brasileiro doutor deve deixar de trabalhar no exterior para vir ao Brasil enfrentar todo um sistema corrupto que trabalha em prol do próprio sistema.
    Não quero que as pessoas olhem as coisas como eu observo, mas, acredito que o dr. Alysson disse algo que realmente não há para contestar. Se observarmos apenas esse ponto de que o povo brasileiro acordou para a grande possibilidade política e revolucionária que as redes sociais podem oferecer, podemos mudar o Brasil aos poucos.
    É claramente óbvio que a maioria de nós jovens da “geração web” somos um bando de hipócritas! A maioria não saiu de casa ainda; a maioria não é casada para poder saber quais contas pagar e como poupar um dinheiro suado. É claro que a maioria dos jovens é um bando de idiotas que só vão para as manifestações, posar de manifestantes para as lentes das câmeras de seus celulares. Realmente, como costumo dizer, existem pessoas que não nasceram pra esse tipo de movimento.
    Mas, se posso dizer, é que se ficarmos apenas criticando o que deveria ser feito ou criticar o não foi feito ou o que foi feito, vamos andar em círculos como baratas tontas.
    Podemos mudar o país? Sim. Isso vai ser da noite pro dia? Platão costumava dizer que, enquanto os filósofos não forem reis e os reis não forem filósofos, o governo não iria pra frente. Também disse que o processo para se ensinar um príncipe sobre como ser um rei levaria, no mínimo, 15 anos.
    Essas manifestações não vão mudar o Brasil. E, com certeza, um golpe de Estado seria difícil com tanta baderna. Se fosse algo mais organizado, vá lá. Mas, só quem participou das manifestações em Brasília sabe quanta bagunça havia nesses movimentos. Essas manifestações vão mudar poucas coisas. Como a FIFA. Serão de curto prazo. Por isso concordo com a premissa de que sim, as redes sociais são o canal para começarmos a conscientizar o povo e, a partir daí, aprendermos a votar de verdade e cobrar de verdade.

  4. 21
    Hercules:

    Carlos, o Alysson contribui mais para o Brasil estando fora do que muitos que se dizem “patriotas” e estão no país. Cuidado com as simplificações. Hercules

  5. 20
    kill:

    kkkkk. A verdade é que a juventude vazia ja se encheu o saco de tudo issso, de diariamente postar asneiras em Twiter, Facebook, etc, de baixar musica e filme piratas na Internet, de se xingar em blogs e tudo mais. Agora nao sabem mais o que fazer para ter emocao, entao vao fazer festa na rua, protestando contra sequer saber o porque. Tem ingenuo achando que essa gente é melhor do que alguem, mas no fundo nao passam de desocupados irresponsaveis, cansados de sus propria falta de ideais.

  6. 19
    Carlos:

    Caro Alysson, li seu perfil no blog. Penso que, como pessoa que estudou as custas do povo brasileiro você deveria estar atuando profissionalmente no Brasil e não nos EUA. Aqui estamos necessitando de profissionais como você para ajudar o povo brasileiro a resolver a problemática da saúde. Não sei se é o seu caso mas vejo nestes jovens de hoje um pouco hipocrisia quando vão protestar nas rua. Muitos são filhos da classe média que vivem as custas dos pais, estudam as custas do governo, aonde desfrutam de ensinam de boa qualidade, muitos alimentam nas universidades com refeições subsidiadas, muitos participam de bolsas, monitoria e recebem do governo para isto. Sem contar que é neste país de “porcaria “ que os seu pais ganham dinheiro aliás como nunca, principalmente nos últimos anos. Estes jovens estão nas ruas porque? O que está tão ruim para eles ? No meu tempo quando participamos de manifestações não tínhamos emprego, universidades, oportunidades de qualificação, e víamos o governo entregar o patrimônio público. Vivíamos a hiperinflação e, além disso víamos a forças do governo conter com violência os movimentos a ponto de na CSN, não sei se conhece, haver duas mortes de trabalhadores numa greve que lutava contra a privatização que foi bom para quem adquiriu e horrível para os trabalhadores e a cidade. Além disso também não víamos a imprensa em momento nenhum dizer que os movimentos eram legítimos, e fazer a distinção entre quem manifestava e os vândalos que a imprensa chama hoje de “pequeno grupo radical”. As bandeiras levantadas pela manifestação atual são legítimas concordamos, mas entendo que não é o caso de meter fogo no país como estamos vendo atualmente. Dizer que as manifestações são pacíficas me desculpe também vejo como hipocrisia da imprensa pois em tese não existe manifestação pacífica pois toda começam com os níveis de tensão de insatisfação. Querer dizer que os vândalos não fazem parte dos grupos que organizam as passeatas é outra hipocrisia, pois sabemos que faz parte de estratégia de manifestações estas ações. Um grupo é escalado para faze o trabalho sujo cujo objetivo é provocar a polícia para sofrer reações e depois apresentar estas reações no Fantástico e assim ganhar a opinião pública, dentre estes grupos é convocado pessoas da imprensa para testemunhar a reação da polícia e muitos inclusive saem chamuscados, e como sabemos, quando alguém da imprensa é atingido, o setor quer a cabeça do governante. Acredito que a democracia pressupõe participação, e não simplesmente manifestação nas ruas. Aonde estavam os jovens quando a discussão sobre a Copa começou ? Manifestar agora com tudo pronto me parece uma discussão com teores políticos daqueles que sempre se incomodaram e nunca precisaram do bolsa família.

  7. 18
    Daniel:

    Internet é uma das maravilhas do mundo, sem dúvidas. Mas é preciso tomar muito cuidado com o anonimato virtual indiscriminado. Ele abre graves brechas para que quadrilhas organizadas, formadas de poucas pessoas, se aproveitem desse recurso para disseminar ideias que vão de encontro à maioria das pessoas ou que fujam da completa moral da sociedade. Permite tb que países de fora e organizações terroristas influenciem de forma negativa a opinião de uma população ou de um país inteiro. O segredo disso tudo é que fazem parecer que há um grande número de pessoas apoiando determinada causa ou ideia, quando na verdade não é exatamente isso.

  8. 17
    Cíntia Escobar:

    Dado que os estádios já estão prontos, não seria a hora de fazer bonito, não queimar nossa imagem lá fora e exigir que o retorno financeiro da Copa seja realmente investido em nosso país?

  9. 16
    Jose Ricardo Silva:

    Um dos aspectos que estamos vendo quando se vai á uma manifestação é que aqui embaixo é uma total falta de Poder,ou seja um distanciamento enorme do Governo para o povo,o governo reclama dos baderneiros ,mas eles são obra do Governo,nós somos vitimas de Baderneiros ha muito tempo,sem poder reclamar para ninguém,mês passado falou-se sobre criar uma lei para reduzir a maioridade penal,pois estamos sendo barbarizados por “menores”,o instituto Datafolha publicou uma pesquisa e deu que 80% da população era á favor ,o sr. Ministro da Justiça disse na tv q

  10. 15
    Andrea Coimbra:

    Gostei muito do que vc escreveu, Alysson.
    Espero que este despertar brasileiro para a ação firme desde que pacífica em sua própria defesa,
    seja um caminho sem volta e que venha encorajar outras nações a fazerem o mesmo, afinal, estamos todos conectados…

  11. 14
    Ana Paula Pinheiro:

    O povo brasileiro está amadurecendo e precisa aprender a votar com consciência !Excelente texto ! :)

  12. 13
    cimara:

    Alysson, seu texto é muito bom, mas um pouco técnico demais para brasileiros que com 15 anos de idade, já se sentem adultos, só pq tjá têm uma larga experiência sexual, conhecimento de bebidas e bares que a maioria dos quarentões não têm, e cantam em inglês… mas que no fundo, são umas crianças que sequer sabem fazer uso correto da própria língua, o que significa que lêem tanto quanto um semi-analfabeto do hemisfério Norte e Austrália; não desenvolveram raciocínio lógico, matemático e científico necessário para enfrentar os problemas de uma sociedade complexa como a nossa. Sabem quase nada do que acontece no país que não tenha passado na TV ou num raio de 30 km do seu umbigo. E me parece que a raiva maior dos que reclamam da copa (não é a maioria) não é sobre os investimentos nos estádios e redondezas, mas sobre esse luxo não ter alcançado o umbigo deles, o que é, reflita, beeemm diferente. Aliás a maioria nas ruas quer é isso: satisfazer o desejo do seu umbigo; pois, se lesse um pouquinho saberia que nenhum outro pais no mundo fez tantos investimentos sociais nos últimos 10 anos quanto o Brasil. A população rica nos EUA, Europa, Oriente Médio e Asia ficou ainda mais rica enquanto que a população pobre, mais pobre e o número de miseráveis subiu enormente, principalmente na Europa e EUA – onde há a maior concentração de economias liberais e serviços públicos nas mãos de empresários, cujo único objetivo é lucro, lucro e mais lucro. Brasileiro gosta mesmo é de farra e isso tudo está sendo para a maioria (que nã sabe o que está fazendo na rua) uma grande farra ! No máximo uma catarse, para alguns.

  13. 12
    Claudia Pires:

    Jose Renault,
    No espirito democratico, permita-me discordar de vc, rs…
    O Alysson tem uma sabedoria simplificadora enorme e por tras do texto, da pra perceber profunda reflexão. O voto é sim uma ferramenta de mudança, mas só funciona se tivermos candidatos a altura. A impunidade do Brasil fez com que não haja mais candidatos políticos sérios, é a mesma turma sempre, a dança das cadeiras. Isso acontece porque o voto é lento. Sabendo que agora que existe uma outra ferramenta democrativa, rapida e transformadora, os políticos vão ter mais cuidado.
    Seu outro argumento, de que essa geração de Facebook vive num mundo vazio, etc, foi o mesmo usado quando chegou o radio, a televisão, e assim por diante. A historia mostra que, ao contrario do que vc pensa, essas novas tecnologias deixam o povo mais politizado. Foi isso que o Alysson disse! Convido vc a experimentar.

  14. 11
    [email protected]:

    ver o Brasil acordar e muito bom,orgulho de ser brasileira.
    concordo plenamente com o senhor.

  15. 10
    Carlos:

    Sim, as redes sociais podem facilitar muito a troca de idéias e organizações de movimentos, porém nossa real arma no sistema é o VOTO, como bem disse p José Renault aí acima. Se estamos na situação em que estamops é porque merecemos, afinal quem elegeu nossos governantes? E não cola dizer que a massa iletrada não tem condições de fazer uma boa escolha nas eleições. Eles são os mais afetados pela precária situação pela qual passam a saúde, a educação, os transportes, o saneamento, etc. E não é de hoje! Então, como não saber o que esperar e exigir dos governates e legisladores?
    Enquanto os interesses dos eleitores estiverem voltados para soluções imediatas e particulares (uma dentadura, um caminhão pipa, um emprego para o filho, …) termos p país q temos hoje. E não podemos reclamar, visto que sempre que surge algum candidato que discursa de modo diferente dos políticos padrões logo é tacahado de esquisito, maluco, sem chance e utópico.
    Como mudar se não damos chance ao novo? O novo é assustador porque é deconhecido, porém se não for experimentado será mais uma chance de mudança perdida.

  16. 9
    Isam:

    Uma REFLEXÃO sobre o momento que estamos vivenciando…

    O país esta acuado, o povo indignado, pois estamos no limite.
    As manifestações contra o aumento nas tarifas dos ônibus trouxeram centenas de milhares às ruas; mas foi apenas um pretexto. Nem os organizadores do movimento tinham a noção de que estavam despertando um povo cansado de ser pisado, sem dignidade e invadido na sua privacidade e que não agüenta mais este situação.
    Quem defende a idéias, mas discorda da violência e truculência com que os órgãos de segurança estão impondo aos manifestantes percebeu que esse método não é suficiente para calar o grito de basta. A violência hoje esta tão presente no país que estas atitudes truculentas seriam mais uma; entre tantas.
    Percebemos que a população esta descontente pela falta de ações concretas e objetivas e deseja ver a sua dignidade restabelecida, independente de quem ou que partido está no poder.
    A adesão gigantesca deixou perplexos governantes e políticos, e acabou por mudar o perfil surpreendendo aqueles que avaliavam como apenas mais um movimento; entre tantos, os conservadores que pensavam que movimentos de massa tomariam forma se fossem propostos e manipulados por sindicatos ou entidades de classes; os da ultra-direita que enxergavam comunismo em cada gesto da esquerda; movimento que se esvaziou naturalmente por não contemplar a bandeira os objetivos propostos; aqueles que acreditavam na intimidação e pressão como uma maneira de calar o povo e as classes ricas que dispondo de recursos midiáticos e dinheiro achavam que poderiam manipular a grande massa popular estão vendo todas as suas teorias foram rasgadas, resultante de um sentimento de INDIGNAÇÃO do povo, pelos erros contumazes e inaceitáveis dos governantes. As manifestações estão nas ruas para provar essa tese.
    Contribuiu significativamente para esta mobilização o efeito das redes sociais, que permitiu que a população se organizasse, indo para as ruas, mostrando que é possível e trazendo um recado claro, em suas entrelinhas de que os tempos mudaram, e que também na política se faz necessário mudar.
    Essa nova realidade retirou o povo da dependência de sindicatos de classe ou organizações sociais, pondo fim e bloqueando o monopólio da impressa que não detém mais o controle sobre a massa e impões uma revisão em sua maneira de agir, repensando a maneira adequada de repassar informações, sem manipular ou influenciar sob qualquer pretexto o público leitor.
    Mostrou também que o povo não precisa de partidos para encaminhar os seus problemas, e dentre os mais conservadores existem aqueles que radicalizam, seja por ignorância ou por opção e acabam colocando os políticos todos num balaio de gatos, como se fossem um câncer para a nação, quando sabemos que política se faz necessária em todos os segmentos da sociedade.
    Percebemos muitos jovens sem nenhuma formação política, mas com muita determinação, às vezes chegando ao extremo de raiva abraçando a bandeira das manifestações. A revolta destes contra quem portava uma bandeira não foi necessariamente contra as pessoas, mas a instituições tradicionais que representam autoridade como um todo. Embora o direito da livre associação de partidos e livre expressão, foi um grave erro de esses militantes empunharem as bandeiras de partidos, em atos de manifestações de povo indignado e sofrido e que há anos é sacrificado por esses mesmos partidos políticos, cujas bandeiras eles insistem em promover. Direitos eles tinham, mas o momento não foi oportuno.
    O movimento não tem bandeira política, e apesar de necessário e justo, mais se parece um povo sem rumo com a esperança de encontrar um caminho que conduza para alternativas viáveis para a retomada da dignidade do povo.
    Todos têm uma parcela de culpa: família, escola, imprensa, governantes e partidos políticos, pois as questões não são apenas de emprego, infra-estrutura; o povo quer mais, eles querem ser ouvidos; eles desejam ser protagonista de sua própria história. O povo não quer só votar.
    E entre tantas questões citaríamos à necessidade de uma educação adequada; a reformulação das políticas públicas; a revisão do sistema político atual que se mostrou corruptível e vulnerável; o respeito ao cidadão ao seu mais sagrado direito de cidadania e dignidade.
    Os mais jovens não conhecem o valor das lutas que trouxeram a sociedade até aqui e pouco sabem sobre os mais velhos; onde muitos foram protagonistas dessas lutas. Eles não precisam ser mitificados, mas também não podem ser desprezados, pois se a partir de agora novos caminhos poderão ser construídos é porque alguém, em algum momento trabalhou na construção dessa estrada que nos trouxe até aqui.
    Não prática não existe um debate político permanente e família, escola e poder público precisariam promover essa adequação à necessidade desse debate permanente, pois existe um déficit na democracia participativa.
    O poder público precisa aprender com urgência que o povo precisa ser ouvido e precisa construir um diálogo constante, evitando partir para o confronto. O povo é a razão maior do estado.
    Os políticos precisam mudar a sua postura, deixando de lado o protecionismo aos seus interesses ou de grupos e tem a obrigação de trabalhar pelo bem público como um todo. É necessário; com extrema urgência; que se realize uma reforma política extinguindo os atuais partidos políticos, criando-se novas regras com controles rígidos que permitam a fiscalização permanente do povo e seja possível responsabilizar criminalmente todo mau político e tornando o sistema transparente, impedindo a corrupção entre o público e o privado, muito comum neste sistema.
    O sistema está falido, ultrapassado e sem recursos para implementar as medidas necessárias, não tendo mais vigor para desempenhar o seu papel e como o cenário econômico está piorando de forma acelerada, com o risco de que a bolsa de crédito fomentada pelo governo vier a estourar ou se a taxa de desemprego começar a subir aceleradamente, trará um cenário assustador, mas muito real e com muitas possibilidades de vir a ocorrer.
    Infelizmente O PT tem alimentado há décadas um racha na sociedade brasileira, desde os tempos de oposição e, hoje como governo; sempre no palanque dos demagogos e agitadores das massas; preferindo espalhar o ódio entre diferentes grupos, praticando a segregação dos indivíduos e jogando uns contra os outros.
    O povo não acordou agora, apenas está se manifestando tardiamente, pois não suporta mais ser explorados sistematicamente, onde grupos são vítimas de massacres e chacinas; os sem teto são violados em seu direito sagrado de moradia; invasão de terra; discriminação de negros, índios, feministas, gays, lésbicas, e por ai vai.
    Estamos vivendo um grande vácuo em decorrência do abandono sistemático de nossos governantes e políticos que esqueceram que o poder emana do povo, sendo estes a razão maior deste mesmo povo.
    O momento é de reflexão, dialogo e exige que o debate seja aprofundado.
    Temos uma sociedade indignada, sem saber direito para onde apontar suas armas, cansada da política, dos partidos, do congresso, dos abusos do poder, onde as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso fazer algo, mas não sabe ao certo o que ou como fazer!…

  17. 8
    Paulo:

    Excelente blog! Gostei muito do seu ponto de vista!

  18. 7
    claudionei de moura rodrigues:

    concordo, temos que termos; saúde, educação, etc.., padrão fifa.

  19. 6
    Jaqueline Maia:

    Sr. Alysson, faço suas minhas palavras quando diz “O brasileiro cresceu e finalmente percebeu que pode usar as redes sociais como ferramenta politica” e “Deveríamos lutar por investimentos nessas áreas (educação, pesquisa e saúde ) equivalentes aos investimentos feitos na Copa ou Olimpíadas, com formação de mais profissionais e com melhores salários, hospitais e laboratórios padrão FIFA”.
    De que adianta ter altíssimos investimentos em copa das Confederações e copa do Mundo, para termos efeitos de curtíssimo prazo, se nossa educação e saúde (PAUTA DE ENORME IMPORTÂNCIA PÚBLICA) encontra-se em péssimas condições. Um país desenvolvido tem que ser aquele que investe em sua população, oferecendo boas condições em educação, saúde e etc. O “reconhecimento” torna-se uma consequência, não o objetivo.

  20. 5
    David Eduardo:

    Alysson, perfeitas suas considerações, que diferença do Zeca tapadocamargo que em cada 10 textos que escreve 9,5 são anseiras e bobagens.

    Parabéns pelas palavras e pelo brilhante texto.

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