Refazer o caminho

ter, 29/11/11
por Cristiana Lôbo |
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     Até aqui, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, defendeu os pontos de vista da Fifa nas tratativas com o governo brasileiro para organização da Copa do Mundo de 2014. Mas, agora, ele pretende mudar e estar mais afinado com os pontos de vista do Brasil.

     A mudança visa a melhorar a relação com o governo Dilma – que nunca foi boa e jamais chegou perto do que foi a relação com o governo Lula. Mas tem mais: Ricardo Teixeira já antevê Joseph Blatter como um adversário em 2015.

    Blatter pode tentar disputar mais um mandato no comando da Fifa em 2015 ou apoiar um europeu como Michel Planiti para o posto.

    Essa tentativa de Ricardo Teixeira de melhorar sua imagem e a relação com o governo brasileiro passa, também, pelo convite a Ronaldo Fenômeno para ser uma espécie de embaixador da CBF junto ao governo. Para o posto, chegou a ser convidado o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que, por pressão do Planalto, declinou da oferta de Ricardo Teixeira.

Em busca de uma vaga

seg, 28/11/11
por Cristiana Lôbo |
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     A presidente Dilma Rousseff já começou a ouvir aliados sobre as mudanças que pretende fazer na equipe a partir de janeiro do ano que vem. A reforma, que seria em abril para substituir aqueles que vão disputar as eleições municipais, deve ser antecipada para atingir, também, aqueles que estão sem sustentação política ou que não se ajustaram ao estilo Dilma de governar.

     Segundo assessores do Palácio do Planalto, pelo menos sete ministros podem ser trocados: Fernando Haddad, Educação; Iriny Lopes, da Secretaria das Mulheres; Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional; Ana de Holanda, da Cultura; Mário Negromonte, das Cidades; Afonso Florence, da Reforma Agrária e Carlos Lupi, que está há mais de um mes envolvido em denúncias de irregularidades.

       Muitos avaliam que a presidente Dilma gostaria de, nesta reforma ministerial, fazer, também, uma reforma administrativa, reduzindo o número de ministérios para tornar mais ágil a gestão do governo. Mas as dificuldades políticas podem impedir isso.

        O PT, por exemplo, deve perder o ministro Fernando Haddad que vai disputar a prefeitura de São Paulo pretende reivindicar a pasta do Trabalho – abrindo mão de fazer o sucessor de Haddad. É que Dilma já manifestou disposição de nomear Henrique Paim, atual secretário-executivo. Ao mesmo tempo, o partido daria exemplo aos demais aliados, ao não insistir em indicar o sucessor (coisa que todos os partidos gostariam de fazer para preservar os seus feudos no governo), e asseguraria uma vaga que lhe é muito cara: o ministério do Trabalho.

      Outro problema que tem o PT: indicar ou não Marta Suplicy para a equipe. Há um grupo que quer assegurar para a senadora por São Paulo uma vaga no ministério, como forma de assegurar a presença dela na campamha de Fernando Haddad e, ainda, atender um desejo dela que, segundo os mais próximos, prefere o Executivo ao Legislativo. Mas, há um outro grupo que pensa o oposto: que Marta Suplicy não pode se licenciar do Senado, onde teria papel importante, mas também porque seu suplente é Antonio Carlos Rodrigues, do PR – o que reduziria a bancada petista e, ainda, abriria espaço para alguém que no passado foi citado no caso da “máfia dos fiscais” em São Paulo.

      Daqui até janeiro, quando a reforma poderá ser implementada, muitas teorias políticas vão ser apresentadas.

A pressão do PMDB

qua, 23/11/11
por Cristiana Lôbo |
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     O PMDB decidiu fazer pressão política para garantir a posse de dois senadores do partido que obtiveram votos nas eleições do ano passado, mas que ainda não obtiveram autorização do Supremo Tribunal Federal para assumir a representação de seus Estados: Jader Barbalho, no Pará e Marcelo Miranda, em Tocantins.

     Em nota divulgada hoje pelo diretório nacional, o PMDB lembra que em março deste ano o STF decidiu que a Lei da Ficha Limpa não seria aplicada às eleições de 2010 e, portanto, “um comando que impõe a observância para todos os brasileiros”. Na verdade, o PMDB considera que Jader e Miranda estão tendo tratamento diferenciado e, por isso, não assumiram a cadeira de seus Estados, enquanto Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) já tomou posse e João Capiberibe (PSB-AP) já tem data para assumir.

    No mesmo dia em que reclamou do STF por não decidir pela posse dos dois senadores do PMDB, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) adiou a apresentação do relatório sobre a indicação da nova ministra do STF, Rosa Weber. A indicação deverá ser votada na semana que vem.

     O PMDB gostaria de ver a posse dos dois senadores Jader Barbalho e Marcelo Miranda antes da sabatina à nova ministra. Há pouco mais de um mes, o ministro Joaquim Barbosa pediu vistas no julgamente de pedido de Jader Barbalho e disse que só devolverá o processo quando o STF estiver com 11 ministros, o que iria desempatar o placar que está em cinco a cinco.

Ganhando tempo

qui, 17/11/11
por Cristiana Lôbo |
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A orientação do governo ao ministro Carlos Lupi é a de resistir. Isso combina com o conselho dado pelo ex-presidente Lula na quarta-feira e com o desejo da presidente Dilma de evitar mudanças na equipe agora para deixar tudo para o ano que vem, quando pretende fazer uma reforma na qual vai substituir aqueles que pretendem disputar as eleições do ano que vem e os de baixo rendimento administrativo e político.

Para cumprir a orientação da presidente, assessores do governo avaliam que, se Carlos Lupi não brilhou no depoimento que prestou nesta manhã ao Senado,  ele se esforçou para ser ponderado (não foi o fanfarrão das vezes anteriores). Conseguiu, na avaliacao do governo, responder a algumas dúvidas que ainda existiam e não caiu em provocações dos adversários.

- Agora, ele caminha para ser mais um Negromonte – disse um assessor  da presidência da República, referindo-se ao ministro das Cidades que também perdeu apoio de seu partido, o PP, mas continua no cargo até que seja feita a refoma ministerial.

Dilma foi também orientada por Lula para não fazer mudanças na equipe no mês de dezembro, para não atrapalhar o Natal e o ano novo dos assessores. Mas ela pretende fazer as mudanças em janeiro, quando o Congresso estará em recesso, e, assim, sem a presença maciça dos políticos em Brasilia, fica reduzida, também, a pressão por cargos. Assim, Dilma pretende deixar para janeiro, antecipando um pouco as mudanças para a substituição dos ministros e assessores que vão disputar as eleições do ano que vem – eles precisariam sair no final de marco.

Ficou claro ao governo que Carlos Lupi perdeu o apoio de seu partido, o PDT. Mas, ainda assim, a intenção é deixar para depois (se não surgirem novas denúncias) as modificações no ministério, que poderão acontecer juntamente com uma mudança na estrutura administrativa do governo.

Entre assessores de Dilma fala-se muito no desejo dela de reduzir o número de pastas mas, antes mesmo de se dedicar ao assunto, ela já sente a pressão para manter as secretarias de Igualdade Racial, das Mulheres e Direitos Humanos, por exemplo, que poderiam ser unificadas.

Nesta sexta-feira, Dilma irá a Salvador para debate sobre afrodescendentes promovido pela Segib (Secretaria-Geral  Ibero Americana) e sabe que lá ouvirá pedidos para não extinguir a Secretaria de Igualdade Racial.

A opinião de Lula

qua, 16/11/11
por Cristiana Lôbo |
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     Na manhã desta quarta-feira, o destino de Carlos Lupi parecia selado no Palácio do Planalto. Ele deveria seguir o roteiro dos colegas e pedir demissão, conforme informavam assessores da presidente Dilma Rousseff. Até que ele pediu uma audiência e foi para o Palácio do Planalto, discretamente – tendo dispensado o carro oficial de ministro para não chamar a atenção da imprensa. Na audiência com a presidente, ele explicou que não havia mentido, como mostravam as reportagens dos últimos dias, pois teria como provar que não viajara em avião pessoal de ninguém – tampouco do diretor da ONG Pro Cerrado, Adair Meira.

      Foi quando a presidente Dilma Rousseff pediu uma ligação para o ex-presidente Lula. Feita a ligação, ela colocou o telefone no sistema de viva-voz e os três começaram a conversar. Lula perguntou ao ministro:

     -Rapaz, o que está acontecendo aí?

     Lupi respondeu o que havia dito a presidente: que as denúncias eram infundadas e que poderia comprovar que não viajara em avião do representante da ONG e, portanto, não teria cometido erro algum.

     – Então, resista e não peça demissão! recomendou Lula do outro lado da linha.

     Assim, Carlos Lupi ganhou sobrevida no cargo de ministro do Trabalho. E prometeu apresentar ao governo (o que deverá fazer pela imprensa) a nota fiscal do fretamento do avião em que visitou cidades do Maranhão em dezembro de 2009, quando era ministro de Lula.

      O que não se sabe é se a sobrevida será de apenas um dia ou se será até janeiro, quando Dilma Rousseff pretende fazer a reforma ministerial para substituir os ministros que vão disputar as eleições do ano que vem – e aqueles que ela avalia de baixo desempenho.

Mais um dia

qua, 16/11/11
por Cristiana Lôbo |
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A presidente Dilma Rousseff gostaria que o enredo de Carlos Lupi fosse diferente e não como aconteceu com os colegas Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi, Pedro Novais e Orlando Silva.

Por isso, deu um prazo para ele apresentar “explicações convincentes” sobre a viagem que fez a cidades do Maranhão num avião King Air. Lupi deve provar que não viajou em voo custeado pela ONG Pró-Cerrado que tem contratos com o Ministério do Trabalho.

A sobrevida dele no cargo – por um dia ou por um mês ou até três meses – vai depender da nota sobre o fretamento do tal avião e também de como ele vai se sair na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, onde deve comparecer nesta quinta-feira.

O caso não é que Dilma morra de amores por Carlos Lupi ou pelo desempenho dele à frente do Ministério do Trabalho. É que ela não está gostando do script de outros ministros: aparece a denúncia na imprensa, ela tenta segurar mas a saraivada de denúncias continua e chega um momento em que o desgaste atinge o partido e começa a ameaçar o governo.

Daí, não há outra alternativa que não seja trocar o ministro. A escolha do novo ministro é outro problema porque ela sabe que não pode prescindir dos partidos que hoje dão sustentação ao governo.

Neste momento, maior ainda é a dependência de um partido aliado. O governo está em teste no Congresso na votação da emenda constitucional que prorroga a DRU – mecanismo que dá flexibilidade na execução do orçamento. Perder 30 ou 35 votos numa hora dessas seria colocar em risco a votação da DRU que já passou em primeiro turno na Câmara.

Além disso, a presidente não esconde dos mais próximos que pretende fazer uma reforma ministerial em janeiro – para não atrapalhar o  Natal e o fim de ano de ninguém, mas durante o recesso parlamentar, para reduzir a pressão política dos partidos aliados.

Seria a oportunidade para remover ministros que têm demonstrado baixo desempenho – caso de Afonso Florence, da Reforma Agrária; Mário Negromonte, das Cidades, e ainda os candidatos às eleições do ano que vem: Fernando Haddad, Iriny Lopes e, possivelmente, Fernando Bezerra.

Tudo vai depender da capacidade de Lupi de por fim à saraivada de denúncias.

Conversa com a presidente

qua, 16/11/11
por mariana.oliveira |
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Depois de alguns dias submergindo sem dar explicações sobre as novas denúncias de que andou em avião pago por uma ONG, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esteve há pouco com a presidente Dilma Rousseff e reafirmou não ter feito viagem em aeronave paga pela entidade.

A presidente ouviu os argumentos do ministro e disse esperar explicações “convincentes”.

Ele prometeu apresentar nota fiscal do fretamento da avião para comprovar que a contratação do voo foi feita pelo partido dele, o PDT.

Com isso, as movimentações pela saída de Lupi ficam em suspenso até que o ministro comprove o pagamento do voo.

Até esse encontro, tudo indicava saída imediata de Lupi do cargo. O PDT, inclusive, já discutia substituto para o cargo.

Agora, desde que não surja uma nova denúncia, Carlos Lupi ganha fôlego pelo menos até esta quinta-feira, quando prestará depoimento em comissão do Senado.

Rito de saída

qua, 16/11/11
por Cristiana Lôbo |
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A mudança de comportamento do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que se esquivou de se defender durante o feriado prolongado, chamou a atenção no Palácio do Planalto. Até a semana passada, Lupi vinha dando declarações enfáticas e contundentes em resposta às suspeitas de irregularidades no ministério.

Mas a situação do ministro piorou consideravelmente depois de ele ter sido desmentido publicamente, após ter declarado que nunca tinha voado em um avião providenciado pela ONG Fundação Pró-Cerrado, que tem contratos com o Ministério do Trabalho. No Congresso, na semana passada, Lupi havia dito que não conhecia o responsável pela ONG, Adair Meira. Meira contestou o ministro, dizendo que participou de viagem com o ministro, registrada em fotos e vídeo publicados pela imprensa.

“Meira não é um João Dias”, comentou um assessor do Planalto, em referência ao pivô da saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte. Dias responde a processo na Justiça e chegou a ser preso devido a suposto desvio de verba da pasta. Adair Meira representa uma ONG – a Pró-Cerrado – reconhecida por trabalhos que já realizou.

A ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, disse a interlocutores que a orientação da presidente Dilma Rousseff é para que os ministros prestem todas as informações sobre suspeitas levantadas em relação a eles e aos ministérios.

Por determinação de Dilma, as conversas do ministro estão sendo conduzidas por Gleisi. Foi ela quem cobrou explicações de Lupi na semana passada.

A dificuldade do governo é encontrar para o lugar de Lupi um nome que represente o PDT, mantendo unida a bancada do partido.

Na bancada, já se discutem nomes. São citados André Figueiredo (PDT-CE), que já trabalhou com Lupi no ministério, mas agora cobra explicações dele, e Giovani Cherini (PDT-RS). Já o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) teria manifestado preferência pelo deputado João Dado (PDT-SP).

Isso sustentaria a tese de que a saída de Lupi não levaria o PDT a abandonar a base do governo. Essa avaliação é feita pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). “A bancada não depende de cargos para votar com a presidente Dilma”, afirmou.

Tempo para Lupi

seg, 07/11/11
por Cristiana Lôbo |
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As denúncias envolvendo assessores do Ministério do Trabalho colocaram o ministro Carlos Lupi na berlinda, mas não a ponto de se discutir no Palácio do Planalto a saída dele do governo neste momento. É o que informam assessores da presidente Dilma Rousseff.

Segundo assessores diretos da presidente, o governo já havia alertado Lupi para “problemas no Ministério do Trabalho” . A resposta dele teria sido satisfatatória com a demissão de um assessor que o acompanha há mais de 30 anos, Marcelo Panella.

- O ministro garante que fez as mudanças necessárias – disse um assessor, considerando diferente a reação de Lupi em relação à de Orlando Silva, ex-ministro do Esporte, quando recebeu o “voto de confiança” da presidente Dilma.

Segundo o assessor, Orlando se fechou com sua assessoria direta, não afastou nenhum dos citados em casos de irregularidades, enquanto Lupi rapidamente afastou os que foram apontados pela imprensa em casos de pedido de propina.

O problema de Lupi, segundo fontes do Palácio do Planalto é que ele teria sido vítima de “fogo amigo”, ou seja, o vazamento das denúncias contra ele teria partido dos próprios aliados, o que indicaria estar perdendo a condição de representante da bancada do PDT. Segundo um auxiliar, isso significa que Lupi não estaria no centro de uma crise ética, mas política, o que também preocupa o governo.

Lupi com Dilma no Planalto

seg, 07/11/11
por Cristiana Lôbo |
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O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, está reunido com a presidente Dilma Rousseff pela primeira vez desde que vieram a público as denúncias de desvio de verba envolvendo servidores da pasta.

Lupi foi à reunião de líderes marcada para esta tarde no Palácio do Planalto e espera ter uma conversa reservada com a presidente sobre as denúncias.

Dilma não convidou Lupi a participar e nem cobrou dele explicações. A presidente prefere aguardar os desdobramentos das primeiras denúncias. Pelo que sabe até agora, Dilma não vê indício da participação de Lupi em irregularidades.



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