Na hora certa, no lugar certo

sáb, 29/10/11
por Cristiana Lôbo |
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     O ex-presidente Lula foi ao Hospital Sírio-Libanês na tarde de sexta-feira para acompanhar dona Marisa que se queixava de forte dor de cabeça. Enquanto ela era examinada, Lula disse que estava com uma rouquidão persistente, que durava mais de um mês. O médico Roberto Kalil sugeriu, então, que, estando ali, ele fizesse um exame. O resultado da tomografia mostrou uma alteração na laringe e novo exame marcado para a manhã deste sábado.

      Foi assim, casualmente, que o câncer de laringe de Lula foi identificado. No sábado, pela manhã, em nova bateria de exames os médicos decidiram retirar uma amostra para biópsia cujo resultado só deve ser conhecido na segunda-feira. Uma endoscopia mostrou que o tumor tem entre dois e três centímetros.   A decisão de comunicar oficialmente ao país o diagnóstico de câncer foi tomada pelo próprio Lula.

    O tratamento, que vai exigir pelo menos três sessões de quimioterapia a cada 20 dias vai obrigar Lula a rever a agenda que estava tomada de viagens ao exterior e reuniões políticas para a montagem dos palanques do PT para as eleições do ano que vem. O diagnóstico causou surpresa aos amigos e ex-assessores de Lula, como Gilberto Carvalho, que chorou ao telefone com a presidente Dilma Rousseff ao saber da doença.

Negociação com PC do B

qui, 27/10/11
por Cristiana Lôbo |
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A presidente Dilma Rousseff está reunida nesta manhã, no Palácio da Alvorada, com o presidente do PC do B, Renato Rabelo, para tratar da substituição no comando do Ministério do Esporte.

A bancada do PC do B defende o nome do deputado federal Aldo Rebelo para o cargo. Outro cotado é Flávio Dino (PC do B-MA), atual presidente da Embratur. Uma das citadas nos bastidores, a deputada federal Luciana Santos (PC do B-PE), ex-prefeita de Olinda, já voltou para Recife.

Gripada, Dilma decidiu despachar do Palácio da Alvorada. Pela agenda, a presidente faria os despachos internos do Palácio do Planato.

Na quarta, quando foi selada a saída de Orlando Silva do ministério, não se avançou na discussão com Dilma sobre o nome do sucessor.

O novo ministro

qua, 26/10/11
por Cristiana Lôbo |
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     A presidente Dilma Rousseff deve conversar nesta quinta-feira com o presidente do PC do B, Renato Rabelo, para ouví-lo sobre o nome do novo ministro do Esporte. Até a decisão, o atual secretário-executivo Waldemar de Souza seguirá respondendo pela pasta. Dentro da bancada do PC do B o nome mais forte é o do deputado Aldo Rebelo.

     No encontro de hoje, no Palácio do Planalto, quando foi selada a saída de Orlando Silva, não se avançou na discussão sobre o nome do sucessor. O próprio PC do B decidiu, em reunião de bancada, que hoje não seria levado à presidente qualquer sugestão de nome e que o partido iria aguardar um convite de Dilma para conversar sobre o assunto. O convite veio em seguida e o encontro pode acontecer já nesta quinta-feira.

     Se a presidente Dilma Rousseff optar por um nome interino, ficará implícito que ela pretende fazer logo uma reforma ministerial – já a partir de janeiro, o que, aliás, já vem sendo discutido internamente no Palácio do Planalto. Porém, a situação de uma reforma ministerial anunciada com tanta antecedência leva todos os envolvidos, em especial os que estarão na berlinda, a se movimentarem na tentativa de resistir aos ventos de mudança, o que em certa medida fragiliza a base de sustentação do governo.

Orlando Silva: ‘Não dou um passo sem ser orientado pela presidente Dilma’

qua, 26/10/11
por Cristiana Lôbo |
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Se quer substituir o ministro do Esporte, a presidente Dilma Rousseff terá de dizer isso claramente a Orlando Silva, com quem vai se encontrar nesta tarde. Orlando é alvo de denúncias de desvio de verbas de convênios do ministério com entidades supostamente ligadas ao PC do B, partido ao qual é filiado.

No governo, já se fala em nomes para substituí-lo. No PC do B, o mais cotado para uma eventual substituição de Orlando é Aldo Rebelo, mas ainda se cogita um interino até janeiro, quando a presidente Dilma Rousseff pretende fazer uma reforma ministerial, trocando o comando político de algumas pastas.

- Não posso dar um passo sem ser orientado pela presidenta Dilma – disse há pouco o ministro Orlando Silva quando perguntado se iria tomar a iniciativa de deixar o governo.

Orlando disse que está trabalhando nas questões do ministérios, seguindo a orientação da presidente Dilma e não poderia mudar o curso das coisas. Ele disse que  mantém a convicção sobre sua atuação no Ministério do Esporte e reafirmou que não há provas contra ele. E disse que não há nada de novo, a não ser o fato de o Ministério Público não tê-lo ouvido sobre as denúncias – ao contrário do que ocorreu quando na mesma situação esteve o então ministro Antonio Palocci. E completou:

- Eu enfrento tudo porque tenho convicção; tenho de defender a minha honra, o trabalho que desempenhei no ministério ao longo destes cinco anos e que não vou jogar na lata de lixo; defendo também o governo ao qual eu sigo e o meu partido – disse Orlando, queixando-se do vazamento de notícias sobre o seu futuro no governo.

- Esta não é uma questão pessoal, é uma questão política – disse o ministro, informando que teve encontro nesta manhã com o ministro Gilberto Carvalho. Ele contou que estava acompanhado do presidente do partido, Renato Rabelo; e dos líderes Inácio Arruda e Osmar Filho, e que, no encontro, Rabelo teria dito a Gilberto: “Orlando e o PC do B são alma e corpo”, numa demonstração de apoio do partido à sua permanência.

O ministro estava a caminho de casa para o almoço com a mãe dele que veio da Bahia para este encontro:

- Vou almoçar com minha mãe hoje. Chique né?

O guizo no pescoço

ter, 25/10/11
por Cristiana Lôbo |
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     A saída do ministro Orlando Silva do governo está quase selada. O presidente do PC do B, Renato Rabelo, foi chamado esta tarde ao Palácio do Planalto. Lá ele ouviu do ministro Gilberto Carvalho que há dificuldade para a permanência de Orlando no cargo, mas que a presidente Dilma Rousseff quer manter a parceria com o partido. Ou seja, se Orlando sair, o PC do B poderá indicar o sucessor.

      Renato Rabelo foi encontrar-se com a bancada do partido e explicar a situação. Segundo interlocutores do partido, a deputados e senadores já não têm a mesma opinião da semana passada – quando o partido informou que, se Orlando saísse, o partido estaria fora do governo.

      Pesou fortemente contra a permanência dele a decisão da ministra Carmem Lúcia de pedir a abertura de investigação sobre atos de Orlando à frente do Ministério dos Esportes. Outros ministros respondem a processo no STF, mas relativo a ações em cargos anteriores a nomeação para o atual governo.

Um dia após o outro

ter, 25/10/11
por Cristiana Lôbo |
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     Os políticos antigos já diziam: “a política é como as nuvens; a cada vez que se olha, está de um jeito”. Assim está a situação do ministro do Esporte, Orlando Silva. Na última sexta-feira, ele foi confirmado no cargo pela presidente Dilma Rousseff que chegou a divulgar uma declaração afirmando que seu governo segue o preceito da presunção da inocência. Agora, quatro dias depois, a situação mudou.

     Orlando Silva fecha o dia como ministro do Esporte, mas ninguém assegura como será amanhã .É bem verdade que, no meio da tarde, a situação dele esteve pior – considerado praticamente fora do governo depois que veio a notícia de que a ministra Carmem Lúcia, do STF, havia determinado a abertura de inquérito para investigá-lo. Muito nervosismo e, aos poucos, as coisas foram sendo postas no lugar (para alívio do ministro e do PC do B).

       Coube ao Advogado-Geral da União, Luis Inácio Adams fazer a observação de que o ato de Carmem Lúcia pode ser entendido como um procedimento, ou uma formalidade, como afirmou um ministro,  e não como o fim de uma processo. Segundo a interpretação feita por ele ao governo, a ministra Carmem Lúcia pede informações ao STJ, onde já há processo contra o governador Agnelo Queiroz, para decidir os processos devem ser reunidos num único inquérito ou não.

     – Lembre-se que outras autoridades do governo estão na mesma situação que Orlando no STF e, nem por isso, estão sendo consideradas sem condições políticas de continuar no cargo –  lembrou uma autoridade.

      Mas, o fato é que a iniciativa da ministra Carmem Lúcia contribuiu para fragilizar ainda mais o ministro.

      – É mais uma gota de água num copo que já está cheio – disse um assessor do governo.

       Tudo isso enfraquece Orlando Silva, mas seu destino no governo não foi selado nesta terça-feira. Parecia selado no começo da tarde, mas não foi. Agora, a presidente Dilma determinou que o ministro Gilberto Carvalho converse com Orlando – e mostre a ele as dificuldades que ele está tendo para se manter no cargo.

     Em suma, segundo fontes do governo, Dilma gostaria de substituir o ministro do Esporte, mas gostaria de tomar a iniciativa. Ou seja, a novela sobre Orlando Silva no governo pode ter um desfecho nesta quarta-feira, por uma iniciativa unilateral dele. Afinal, Dilma quer trocar o ministro, mas não quer romper com o aliado histórico do PT, o PC do B.

     Até agora, Orlando Silva vem resistindo e afirmado que não vai pedir demissão. Pelas redes sociais é possível identificar o exército de militantes que o defende e usa o argumento de que não há denúncia comprovada contra ele.

     Para o governo, com ou sem denúncia, Orlando teria perdido condições políticas para continuar à frente do Ministério do Esporte. Enquanto espera uma iniciativa de Orlando, Dilma procura um nome para substituí-lo. Alguém que seja do PC do B, mas que tenha vocação para gerência – o que, na avaliação dela, falta a Orlando Silva.

Agora, foi diferente

sex, 21/10/11
por Cristiana Lôbo |
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     Com Orlando Silva, a lógica foi outra. Dilma Rousseff ouviu as explicações e decidiu mantê-lo no cargo. E, ainda, divulgou uma declaração à imprensa para dizer que o governo “não condena ninguém sem provas e parte do princípio civilizatório da presunção da inocência”. E mais: “não lutamos inutilmente para acabar com o arbítrio e não vamos aceitar que alguém seja condenado sumariamente”.

     São pelo menos três razões que levaram Dilma Rousseff a mudar o estilo – deixar de lado o modelo “faxina” e manter o ministro no cargo, mesmo depois de uma semana de denúncias sobre o uso dos recursos públicos.

     1. O PC do B é um histórico aliado do PT nas campanhas presidenciais. O PT não se sentiria confortável se chegasse ao ponto de estar aliado com PR e PP, partidos à direita, e perdesse o aliado de esquerda. Dilma sabe, também, que se por alguma razão houve um revés do governo, o PC do B estará lá para defendê-la, enquanto outros aliados poderão já estar bem longe.

     2. Orlando Silva reagiu de forma diferente. A mesma contundência que adotou no Congresso e com a imprensa para se defender ele usou no encontro com a presidente Dilma, na primeira conversa que tiveram depois do retorno dela ao Brasil. Orlando assegurou à presidente que não vão aparecer provas contra ele porque, segundo disse, essas provas não existem. Dilma gostou da firmeza e determinou que ele fosse trabalhar.

     3. Por fim, a presidente não gostou do tom da imprensa nos dias de crise no Ministério dos Esportes, antecipando, segundo ela, decisões que não haviam sido tomadas. Nesta sexta-feira, também foi mostrada a ela matéria em que o representante da Fifa Jerome Volcker dizia que Orlando estava deixando a condição de interlocutor da Fifa junto ao governo brasileiro para assuntos relativos à Copa de 2014. Ainda na África, Dilma já havia reclamado que a imprensa havia divulgado frases que ela não havia pronunciado, creditadas a ela.

     A permanência de Orlando Silva se deu, portanto, por estas razões. Mas, se por acaso surgir alguma denúncia com provas contra ele, a situação se alterna completamente e ela poderá pedir o cargo ao PC do B.

      A substitução do ministro dos Esportes neste momento não seria uma coisa trivial para a presidente Dilma Rousseff. Em primeiro lugar, porque o governo brasileiro está em entendimentos (ou desentendimentos) com a Fifa por conta da organização do Mundial de 2014. Mas, também, porque a presidente estaria amadurecendo a idéia de fazer uma reforma ministerial um pouco mais ampla no início de 2012, antecipando em alguns meses as trocas de titulares que vão disputar as eleições municipais do ano que vem. Este é o caso do ministro da Educação, Fernando Haddad, que deve deixar o cargo para concorrer à prefeitura de São Paulo.

      Dilma quer mais, segundo interlocutores do Palácio do Planalto. Ela estaria empenhada, segundo assessores, em fazer uma mudança de nomes, mas também renovar o comando de pastas para acabar com feudos de partidos na Esplanada dos Ministérios. Por exemplo: o PC do B que comanda o ministério dos Esportes há quase nove anos seria substituído o passaria a comandar outro ministério. Da mesma forma, o PR perderia o ministério dos Transportes e o PP das Cidades.

     A presidente tentou fazer isso no início do governo, mas, diante da pressão dos aliados que queriam permanecer nas pastas que já tinham, ela acabou desistindo. Agora, é hora de testar novamente a força.

Orlando Silva no Planalto

sex, 21/10/11
por Cristiana Lôbo |
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O ministro Orlando Silva foi chamado ao Palácio do Planalto pela presidente Dilma Rousseff.

Ele terá com a presidente a primeira conversa depois das denúncias de que estaria envolvido em um esquema de desvio de verba do Ministério do Esporte, o que ele nega.

O encontro deverá ocorrer depois de uma audiência de Dilma com o empresário Eike Batista e o ministro Aloizio Mercadante.

Mais cedo, Silva havia negado que tivesse sido convocado pela presidente.

Orlando Silva e Dilma

sex, 21/10/11
por Cristiana Lôbo |
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O ministro Orlando Silva negou ter sido chamado ao Palácio do Planalto na tarde desta sexta (21) para um encontro com a presidente Dilma Rousseff. Inicialmente, o G1 publicou informação de que Silva havia sido convocado pela presidente, mas depois, por telefone, ele negou.

Depois de voltar da África, a presidente iria analisar documentação da Controladoria Geral da União sobre suspeitas de desvio de recursos e, nesta sexta, pode discutir com Silva a permanência dele à frente do ministério.

 

Mais um dia

qua, 19/10/11
por Cristiana Lôbo |
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     O ministro Orlando Silva venceu mais um dia de pressão por contas de denúncias envolvendo convênios firmados pelo Ministério dos Esportes e, agora, seu futuro fica na dependência do surgimento de provas  concretas contra ele. Sem fitas ou fotos, a palavra dele contra a do denunciante João Dias Ferreira, melhor para o ministro.

     Mas, se o caso evoluir e por alguma razão ele deixar o Ministério dos Esportes, o PC do B tirou posição e não indicar outro nome para a pasta. Isso significa que o episódio pode deixar sequelas políticas entre o PC do B e o PT, partido que estão juntos há muitas eleições.

      Hoje, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, devolveu a responsabilidade a Orlando Silva pelos convênios assinados no Ministério dos Esportes. Na primeira defesa que fez, Orlando lembrou que o primeiro convênio com a ONG representada por João Dias Ferreira foi firmado na gestão de Agnelo. A partir daí, muitos casos foram sendo dirigidos para o Distrito Federal, indicando maior envolvimento de Agnelo, que foi do PC do B, mas agora foi eleito governador pelo PT.

      O caso envolvendo Orlando Silva pode acabar com a chegada da presidente Dilma Rousseff – para um lado ou para outro. Mas as consequências do episódio ainda vão aparecer.



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