A agenda de Lula

seg, 31/01/11
por Cristiana Lôbo |
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    O ex-presidente Lula decidiu cumprir uma “quarentena” – ficar quatro meses sem assumir compromissos para palestras no Brasil e no exterior. Ele só vai aceitar convites para datas a partir de maio. O preço de cada palestra de Lula deverá ficar entre R$ 200 mil e R$ 300 mil, segundo especialistas.

     Até lá, Lula vai viver das duas aposentadorias a que tem direito (que somam quase R$ 9 mil por mes) e, ainda, do salário de R$ 13 mil como assessor do PT. Aliás, Lula foi fichado no começo de janeiro e deve ter recebido o primeiro salário neste dia 31.

Partido e salário

qui, 27/01/11
por Cristiana Lôbo |
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    A articulação para o PT dar salário de R$ 13 mil ao ex-presidente Lula começou tão logo ele transmitiu o cargo à sucessora Dilma Rousseff. O próprio ex-presidente participou dessas articulações, até a decisão ser tomada depois de uma consulta aos membros da Executiva do partido.

      Quando se aproximava o fim do mandato de Lula, o PT manifestou o interesse em tê-lo mais presente nas decisões partidárias. Tanto que ele vai comparecer à festa de aniversário do partido, em Brasília, dia 13 de fevereiro.

     Mas, para ter direito ao salário de R$ 13 mil, Lula  terá de ser contratado como assessor do partido, uma vez que o cargo de presidente de honra, pelo qual ele responde, não dá direito a salário.

Solução possível

qui, 27/01/11
por Cristiana Lôbo |
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    A decisão do PT, hoje, de estabelecer rodízio entre os senadores que vão ocupar a vice-presidência do Senado – Marta Suplicy (SP) e José Pimentel (CE) e os que vão ocupar a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos – Delcídio Amaral (MS) e Eduardo Suplicy (SP) – se deu por uma questão prática: com a ausência da senadora Ângela Portela (RR) na reunião, a votação daria empate: sete votos para Pimentel e sete para Marta. Para evitar que isso acontecesse, foi proposto o rodízio que passou a valer, também, para os pretendentes à presidência da CAE.

     Os petistas identificaram que, também dentro da bancada do Senado, há um racha regional: Norte e Nordeste ficam com Pimentel e Sul e Sudeste com Marta Suplicy.

Quem veio

qua, 26/01/11
por Cristiana Lôbo |
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     O publicitário João Santana, que assinou a campanha publicitária de Dilma Rousseff, esteve hoje no Palácio do Planalto pela primeira vez desde a posse.

      Ele visitou o ministro (e amigo) Antonio Palocci e deu uma palavrinha com a presidente.

Contando os votos

qua, 26/01/11
por Cristiana Lôbo |
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     Os articuladores da candidatura de Marco Maia (PT) à presidência da Câmara não baixam as guardas, mas avaliam que a vitória dele pode ser considerada  favas contadas.

      Segundo cálculos do PR, o partido do deputado Sandro Mabel (GO) que anuncia candidatura avulsa, Maia deve ser eleito com mais de 400 dos 513 votos.

     Se Mabel conquistar cem votos ele terá obtido uma importante vitória política. Mas nada que abale o comando de Marco Maia.

     Faltam seis dias para a eleição.

A estrela é FHC

qua, 26/01/11
por Cristiana Lôbo |
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     O primeiro programa político do PSDB deste ano – o primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff – vai ser diferente dos anteriores. Ele terá como principal estrela o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – coisa que não aconteceu durante os mandatos de Lula.

     O programa vai ao ar no dia 2 de fevereiro.

     Depois de três derrotas consecutivas nas eleições presidenciais, o PSDB decidiu rever algumas estratégias. A primeira delas, é colocar FHC em cena pois, nas campanhas anteriores, ele não apareceu - e o partido foi sempre acusado de “esconder Fernando Henrique”.

      O programa tucano vai também mostrar as campanhas vitoriosas do partido nas disputas pelos governos estaduais. E, também definir um tom de oposição ao governo Dilma.

Dilma, um novo estilo no Planalto

qua, 19/01/11
por Cristiana Lôbo |
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Em 20 dias no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff já imprimiu seu estilo: na gestão, ela vai no detalhe. A preocupação é o que ela chama de “melhorar a qualidade do gasto público” e no dia a dia do governo, o cumprimento de uma carga horária de mais de dez horas por dia – com uma parada para um lanchinho no meio da tarde. Os ministros contam que Dilma não se contenta com uma resposta genérica às perguntas que faz sobre os problemas que vão surgindo. Ela quer saber o que motivou aquela decisão.

- O histórico da decisão não a convence; é preciso dizer o porquê desta ou daquela decisão, revela um auxiliar.

A esta altura do governo, Dilma quer cortar gastos e já ordenou uma espécie de “pente fino” na folha de pagamento da União. O Ministério do Planejamento já começou a “congelar” cargos de confiança em vários ministérios. Essas vagas vão ficar à disposição do governo para quando for necessário nomear um gestor para um ou outro ministério.

Ao contrário de Lula que de tudo falava e diariamente discursava, Dilma é mais recatada. Esta semana, por exemplo, se deixou fotografar apenas uma vez – quando recebeu em audiência do vice-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto. Ela tem usado a maior parte do seu tempo para conversar com ministros.

Para os ministros, fica claro que Dilma tem um roteiro de gestão a cumprir, e este roteiro é focado na questão econômica, inicialmente. Além do corte de gastos, a presidente pretende dar início à discussão sobre uma reforma tributária já no início dos trabalhos do Congresso. Um grupo de trabalho foi criado para fazer estudos sobre a reforma tributária, mas a decisão política é a de que ela será enviada ao Congresso por partes.

- O maior problema é a discussão sobre cobrança de impostos na origem ou no destino. Se é assim, por que não podemos discutir a unificação do ICMS ou a desoneração da folha de pagamento? – questiona um ministro, revelando a preocupação da presidente Dilma.

Ao mesmo tempo, a questão cambial não sai da cabeça da presidente. Para ela, as empresas brasileiras precisam ter uma compensação tributária neste momento de real valorizado. O Brasil, observa um auxiliar, tem sido um importante destino de investidores e não há interesse em mexer nisso. “Mas não é possível que o investidor nacional seja penalizado enquanto liberamos para os investimentos estrangeiros”. É preciso equilibrar isso, diz fonte do governo.

Dilma Rousseff quer negociar com a China melhores condições para os produtos brasileiros – dado que o Brasil é exportador de alimentos, commodities e, logo mais de petróleo – mas quer exportar também produtos manufaturados. Ela não fala em sobretaxar produtos, mas quer negociação. “Somos bons parceiros da China; mas temos muito o que interessa a ela”, disse um auxiliar.

No governo Dilma nada é feito “porque sempre foi assim”. Ela quer saber a razão e, segundo um ministro, ela acha que deve estar aberta a crítica. “Olhos e ouvidos bem abertos”, disse ela, segundo um auxiliar, até porque, disse, pode haver razão para isso e alguma coisa pode ser corrigida.

Na política, Dilma avalia que terá de ceder aos partidos aliados em questões importantes na negociação de projetos e na nomeação de cargos, mas, segundo disse um ministro, a orientação é não abrir mão da qualificação técnica dos indicados – um desejo manifestado por todos os governantes, mas nem sempre preservado em função da necessidade de manter a coesão da base parlamentar.

Dilma visita Lula

seg, 17/01/11
por Cristiana Lôbo |
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    Na volta de Porto Alegre para Brasília, neste domingo, a presidente Dilma Rousseff fez escala em São Paulo. O objetivo era o de fazer uma visita de cortesia ao ex-presidente Lula. O primeiro encontro entre os dois, depois que Lula passou a Dilma a faixa presidencial no dia 1º de janeiro, durou mais ou menos duas horas.

      Foi apenas uma visita de cortesia, explicou um assessor de Dilma sem querer dar mais detalhes sobre a primeira conversa entre a presidente e seu antecessor e padrinho político.

     Há uma semana, Dilma disse a assessores que iria telefonar para o ex-presidente Lula que passou 15 dias de férias na Base Militar dos Andradas, no Guarujá, em São Paulo.

Os recados de Dilma

qui, 13/01/11
por Cristiana Lôbo |
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     Dilma Rousseff vai, aos poucos, mostrando suas diferenças com o antecessor e padrinho Luís Inácio Lula da Silva. Impõe seu estilo sem destacar o fato de estar ocorrendo mudança clara no jeito de governar. Os frequentadores de gabinetes presidenciais notam que se Lula foi o mestre na política, Dilma sabe muito bem que neste quesito não pode concorrer com ele. Mas quer ter “o governo da gestão”.

     Por isso mesmo, já adotou como lema interno “fazer mais com menos”. Ou seja, o corte no orçamento de 2011 será para valer. E não será apenas contingenciamento – será corte mesmo. Ela anuncia a pretensão de preservar investimentos, mas será dura para estabelecer metas de desempenho e cortes de despesas de custeio – viagens, diárias, etc… coisa, aliás, que todo governo anuncia nos seus primeiros dias de mandato.

     Na campanha presidencial, Dilma rechaçou a idéia de fazer um ajuste fiscal. Mas é o que ela fará agora. Nesta primeira reunião ministerial de seu governo, amanhã, ela vai perdir cortes fortes. Vale observar que ela já conversou praticamente com todos os ministros e discutiu os assuntos de cada pasta “no detalhe”, como observou um deles. Dilma, portanto, sabe tudo o que se passa em cada ministério e poderá, assim, sugerir onde pode haver corte e onde ela não quer que haja cortes.

     Neste quesito, portanto, Dilma surpreende para melhor – aos olhos do chamado “mercado”. Para quem não aceitava falar em ajuste fiscal, as primeiras medidas são de contenção e corte de gastos, o que todo mundo sabia ser necessário, mas ninguém admitia. Até para não melindrar o campeão de gastos, o governo passado. Se Lula foi generoso quando se tratava da definição do valor do salário mínimo, Dilma quer cumprir a lei. E não deixar que o mínimo supere os R$ 545,00 – mas no Congresso pode chegar aos R$ 550,00.

     Dilma Rousseff chegou a falar na necessidade de reforma previdenciária. Deixou que fosse criada expectativa de que pudesse ser feita uma reforma trabalhista e defendeu como prioridade a reforma política. Agora, fala apenas em reforma tributária, fatiada. Ela poderá começar pela desoneração da folha de pagamento – o que é uma boa notícia. Mas o deixar de lado as outras reformas mostra que, assim, como Lula, não está disposta a enfrentar grandes dificuldades políticas. Ela mesma reconhece que gastaria um “monstruoso” capital político – e isso não valeria a pena. Na política, já tem problemas desde este início de governo na relação com o principal parceiro, o PMDB.

     Se não quer gastar capital político em votações difíceis no Congresso – basta a eleição para a presidência da Câmara – Dilma manda um recado claro aos políticos: será mais rigorosa nas nomeações para cargos de confiança. Os políticos podem desistir de indicações para agências reguladoras – para onde quer nomes de perfil técnico. E para cargos de segundo escalão, como empresas, vai aceitar indicações, mas desde que com qualificação técnica. Ela ainda frisa que vai exigir comportamento republicano. Ou seja, será mais exigente do que no passado quando algum assessor for alvo de denúncia “com fundamento”. Ou seja, nada de passar a mão na cabeça do acusado ou dizer que tudo é fruto de luta política, como se viu recentemente.

     O governo Dilma, pelo que se vê até agora, será mais rigoroso na gestão e mais exigente no relacionamento com os partidos aliados. Tudo isso já seria uma boa notícia. Mas, por enquanto, fica ainda a dúvida sobre como será em relação à autonomia do Banco Central. Esta resposta talvez seja dada na semana que vem, quando o Banco Central reunir o Comitê de Política Econômica para definir a taxa de juros.

     Esperar.

Dilma, um estilo diferente de Lula

sex, 07/01/11
por Cristiana Lôbo |
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     Em uma semana de mandato, Dilma Rousseff imprimiu novo estilo de trabalho no Palácio do Planalto. A agenda é cheia, com audiências diárias com ministros com os quais gosta de discutir no detalhe os projetos e metas de cada área. Depois de oito anos de mandato de Lula – um presidente popular, líder carismático que explorou de forma muito eficiente seu dom de comunicação; entra, agora, uma gerente, que pouco gosta de se expor, mas gosta de ler projetos e cobrar metas dos auxiliares.

      Os funcionários do Palácio do Planalto e os ministros já notam claramente a diferença de estilos: Dilma não sai para almoçar em casa. Fica ali, mesmo no Palácio do Planalto. Aproveita para almoçar – quase sempre – com o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Os ministros também já entenderam o novo sistema. Dilma pode chamá-los mais de uma vez por dia. Mas não há aquelas longas esperas na ante-sala. A equipe de Dilma avisa se a audiência vai atrasar; ou chama com dez minutos de antecedência – tempo para o deslocamento pela Esplanada dos Ministérios.

      A principal diferença, no entanto, está no processo de tomada de decisão. Enquanto Lula fazia questão de ouvir um grande número de pessoas -auxiliares, correligionários ou pessoas de sua confiança -, Dilma foca mais nas pessoas envolvidas com o assunto em discussão. Na economia, os ministros Mantega, Miriam Belchior, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini e pelo menos mais dois ministros que são economistas – Fernando Pimentel e Aloízio Mercadante. Ao contrário de Lula que esperava que o tempo resolvesse alguns problemas, Dilma prefere se adiantar e tentar resolvê-los antes.

      Na primeira semana de trabalho no Palácio do Planalto, Dilma não comandou solenidades. Preferiu despachar com ministros. Diferentemente de Lula que chegava a ter até três eventos num só dia. Todos eles animados com longos discursos. Para se ter uma fotografia de Dilma num dia, só com pedido expresso na imprensa. A preferência da presidente é não se expor tanto – o que já tem provocado debates internos sobre a estratégia de comunicação daqui em diante.

      Como esse estilo “gerente” – ela está menos estressada do que nos tempos de Casa Civil e de campanha presidencial, conforme os auxiliares – Dilma já desenhou o formato de sua ação. Pretende criar quatro eixos de trabalho, reunindo o que no governo Fernando Henrique era chamado de “Câmara Setorial. Agora, serão os núcleos: Econômico, Social, Cidadania e Infraetrutura. Com frequência, ela convocará os núcleos para cobrar o cumprimento de metas estabelecidas.

     Bem diferente de Lula que passava até três meses sem se reunir com ministros.

       Como se vê, a mudança não será apenas de gênero, mas no estilo de gestão.



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