Meirelles tende a ficar no governo

qua, 31/03/10
por Cristiana Lôbo |
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Com a possibilidade eleitoral restrita a disputa uma vaga no Senado por Goiás, Henrique Meirelles  deve comunicar ao presidente Lula que permanece no cargo de presidente do Banco Central até o fim do governo. Político reservado e que raramente expressa claramente suas prentensões políticas, Meirelles tem deixado transparecer nas últimas conversas certa frustração pois seu desejo era ser candidato a vice presidente na chapa da petista Dilma Roussef.

Para viabilizar esse desejo, e estimulado pelo próprio presidente Lula, Meirelles chegou a se filiar ao PMDB, parceiro preferencial do PT nas eleições e ao qual caberá a indicação do vice. O partido, porém, tem deixado claro que o nome já escolhido é o de Michel Temer, presidente da legenda. Mesmo com declarações indiretas do presidente Lula, o partido não mudou de opinião e se fixou no nome de Temer.

Na conversa que teve ontem com Lula, Meirelles foi informado da impossibilidade do presidente de reverter a situação no PMDB – mesmo ele, com 80% de aprovação popular não conseguiria persuadir o PMDB a indicá-lo para a chapa de Dilma. Foi a pá de cal nos sonhos de Meirelles de receber tal indicação.

Há quase um mês, Meirelles sepultou outra alternativa que era a de disputar o governo de Goiás – uma pretensão que admitiu ao ingressar na política em 2002. Ele informou ao cacique do partido em Goiás, Íris Resende, que não entraria na disputa. Assim, restou apenas a vaga de candidato ao Senado. Meirelles foi candidato a deputado federal em 2002, se elegeu  um dos  mais votados, mas renunciou ao mandato para se tornar presidente do Banco Central no governo Lula.

A seus interlocutores, Meirelles tem enumerado razões para permanecer à frente do Banco Central, como o fechamento de um ciclo importante para a economia do país. Sem alternativa pollítica, ele deve concluir oito anos no cargo, se tornando o mais longevo dos presidentes do BC no Brasil.

As surpresas da pesquisa

dom, 28/03/10
por Cristiana Lôbo |
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     A pesquisa DataFolha publicada neste sábado é um balde de água fria nos ânimos do PT e aliados que queriam transformar a festa de lançamento do PAC II, em Brasília, em comemoração do sucesso da campanha de Dilma Roussef. Depois de três meses de crescimento significativo nas pesquisas,  Dilma agora estacionou – até perdeu um pontinho, o que está na margem de erro. Ao contrário do que esperavam os petistas, que ela subisse e até ultrapassasse José Serra, o que ocorreu foi uma reação do tucano.

     Isso mostra que a campanha presidencial deste ano vai ser dura. Acirrada, disputada, equilibrada – e, por isso mesmo, muito tensa e com muitos ataques. Até agora, Dilma parecia quase sozinha na campanha – ao menos na campanha de se tornar conhecida pelo Brasil inteiro. Nisso, o PT obteve grande sucesso. Ela se tornou conhecida, já é identificada como “a candidata do Lula”, seu principal predicado na corrida. Tanto que o presidente Lula já foi multado duas vezes por fazer campanha antecipada, segundo a Justiça, que o puniu.

      A pesquisa mostrou que José Serra cresceu quatro pontos porcentuais de fevereiro para cá. A novidade que aconteceu neste período foi ele admitir num programa de televisão que disputará a eleição presidencial – para logo depois tentar recuar. E, também, a propaganda maciça do governo de São Paulo, o que deve ter favorecido sua campanha.

     Serra abriu larga vantagem na região Sul (algo em torno de 20 pontos porcentuais) e está na frente na região Sudeste. Mas, para os tucanos, a melhor novidade foi ele ter subido três pontos no Nordeste e lá, Dilma ter perdido um ponto porcentual. É no Nordeste que a campanha petista pretende abrir maior vantagem de Dilma sobre Serra, para compensar a diferença a favor do tucano na região Sul. Dilma está bem na frente no Nordeste, mesmo nessa pesquisa DataFolha – ganha de 35 pontos porcentuais a 25 pontos porcentuais para Serra.

     Se a pesquisa não é boa para Dilma, ela anima os tucanos que estão organizando para o dia dez de abril uma festa em Brasília para que José Serra se apresente como pré-candidato, tal como o PT fez com Dilma em fevereiro passado. Melhor para o PSDB pois, se fosse mantida a tendência das pesquisas anteriores – em que Dilma subia de forma sistemática e Serra vinha perdendo pontos – a festa tucana seria um desastre, sem animação e perspectiva de vitória.

      Agora, está claro que a campanha vai ser de grandes emoções para os dois lados. Mas, desde já, uma coisa está clara: foi-se o tempo em que o voto no Brasil era homogêneo. Agora, não. O Sul e o Sudeste são azul do PSDB, enquanto o Nordeste há o predomínio do vermelho do PT. Nas regiões Norte e Centro-Oeste o voto está mais equilibrado, com leve vantagem para Serra, que obtém cinco pontos porcentuais a seu favor.

Pelo menos sete ‘nanicos’ querem disputar a eleição para presidente

seg, 22/03/10
por Cristiana Lôbo |
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A campanha presidencial deste ano estará, provavelmente, polarizada entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) como gostaria o presidente Lula. Mas além dos dois e de Marina Silva (PV) que já é pré-candidata, outros sete partidos “nanicos” devem lançar candidatos à presidência da República.

A idéia de “nanicos” disputarem a vaga de Lula não é só de partidos de direita. Os de esquerda, que em outros anos entraram na corrida presidencial, pretendem repetir a estratégia.

Os pré-candidatos serão: Levi Fidelix (PRTB); Rui Pimenta (PCO); Mário Oliveira (PT do B); José Maria Eyamel (PDC); José Maria (PSTU); Américo de Souza (PSL) e Oscar Silva, do PHS. A lista ainda pode crescer se o PSOL lançar seu candidato.

Escândalo da Bancoop vai para o Senado

qui, 18/03/10
por Cristiana Lôbo |
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A oposição conseguiu levar para debate no Senado o chamado “escândalo da Bancoop”, ao aprovar, nesta manhã, a convocação do procurador José Carlos Blat, do ex-presidente da Bancoop e atual tesoureiro do PT, João Vaccari Netto, do corretor Lucas Bologna Funaro e Hélio Malheiro, irmão do ex-presidente da Bancoop, Luis Malheiro para falar sobre desvio de recursos da cooperativa perante a CPI das ONGs. Luis Malheiro foi presidente da Bancoop e morreu em acidente de carro em 2004. Na mesma ocasião, também morreram em acidentes de carro outros dois dirigentes da Bancoop.

A convocação foi possível com dois votos da base governista – os senadores Neuto de Comto (PMDB-SC) e Patrícia Sabóia (PDT-CE). A convocação acontece um dia depois de a Comissão de Direitos Humanos ter aprovado convite aos quatro para falar sobre o mesmo assunto.

Em depoimento na Comissão de Direitos Humanos, ontem, pessoas que comprar imóveis financiados pela Bancoop contaram como haviam sido lesados em compra de imóveis financiadas pela Bancoop. Nos últimos dias, reportagens têm mostrado denúncias contra Vaccari, enquanto presidente da Bancoop, e agora tesoureiro do PT.

A oposição que se cuide

qua, 17/03/10
por Cristiana Lôbo |
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      Desde o ano passado, o maior patrimônio da oposição era o de ter o candidato na frente nas pesquisas: José Serra nunca deixou de ter o maior índice de intenção de votos e, nas simulações de segundo turno, chegar em primeiro lugar. De uns tempos para cá, no entanto, são cada vez maiores as chances da candidata governista Dilma Roussef chegar lá.

     De dezembro para cá, Dilma encurtou em 16 pontos porcentuais a diferença que a separa de Serra. Serra caiu três pontos. Se a tendência se mantiver, os dois estarão emparelhados no início oficial da campanha – em junho. Isso, se Dilma não ultrapassar Serra.

     Isso indica que foi correta a estratégia do presidente Lula de colar a imagem de Dilma na sua imagem, tão aprovada pelos brasileiros. Nesta pesquisa CNI-Ibope, o seu jeito de governar é aprovado por 83% dos brasileiros e o governo por 75% dos consultados. Se a estratégia de Dilma foi correta, a de Serra está em xeque. Ele se recolheu para não se tornar alvo e até hoje não disse ao grande público que vai disputar as eleições. Isso será feito no dia 10 de abril. O PSDB pretende reunir as oposições em Brasília para lançar a candidatura de Serra.

      A partir de abril é provável que os dois candidatos – Dilma e Serra em disputa polarizada como gostaria o presidente Lula – estarão em condições iguais: de pré-candidatos com exposição na mídia equilibrada deles. Dilma não terá mais o palanque de governo – as cenas diárias de visitação de obras e inagurações -, apesar de a Advocacia Geral da União assegurar em cartilha que ela poderá ir a eventos ao lado de Lula.

     O resumo da ópera é o seguinte: a oposição nunca deixou de liderar as pesquisas para as eleições de outubro. Mas corre o risco de perder essa dianteira justo no momento decisivo da campanha. Isso significa que essa será uma campanha nervosa, sangrenta para alguns, e disputadíssima, mesmo sendo entre um candidato conhecido, que já ocupou vários cargos públicos e disputou as eleições dos últimos 19 anos no país e favorito durante a corrida e uma candidata novata na política, que nunca disputou uma eleição e que entrou no páreo com traço nas pesquisas. Só que a candidata governista tem um padrinho forte; e o candidato da oposição, não. E entra em campo na defensiva.

Arruda perde mais uma

ter, 16/03/10
por Cristiana Lôbo |
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     Desde que foi preso em 11 de fevereiro, José Roberto Arruda coleciona derrotas na Justiça. Vale lembrar até que sua defesa esperava que o caso só fosse tratado pelo STJ depois do carnaval. E para surpresa geral, na ante-véspera, o ministro Fernando Gonçalves decidiu por sua prisão, o que foi confirmado pelo plenário do STJ.

     A decisão do Tribunal Regional Eleitoral, nesta terça-feira, de perda de mandato por infidelidade partidária, acolhendo pedido do Ministério Público, foi mais uma surpresa para a defesa do governador preso. A expectativa dos (ainda) aliados de Arruda era a de que um desembargador pedisse vistas e que, com isso, o julgamento ficasse para a semana seguinte. Não foi o que aconteceu: o julgamento foi concluído e a decisão desafavorável a Arruda.

      Agora, a defesa vai tentar usar este argumento de perda de mandato para requerer a soltura de Arruda, sob a alegação de que ele não tem mais poder para persuadir testemunhas – razão que justificou o pedido de prisão. Se Arruda não for solto e se confirmar a perda do mandato, ele deveria ser transferido para a Papuda, pois terá perdido o foro privilegiado e o direito a ficar preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal, chamada de Sala de Estado Maior.

      A defesa quer, também, se confirmar a perda de mandato, cessar na Câmara Legislativa, o processo de impeachment. Arruda quer evitar o impeachment temendo que, se aprovado como parece, ter os direitos políticos suspensos por oito anos.

    O que se nota neste caso Arruda é que, a cada situação, a Justiça decide contra a pretensão dele.  Ou os crimes de Arruda estão mais documentados do que os de outros políticos (e estão mesmo, nunca um escândalo foi tão documentado em vídeos e bilhetes); ou a Justiça está mudando. No caso de Arruda, as duas coisas estão acontecendo. E a Justiça nunca foi tão rápida.

Férias

sex, 05/03/10
por Cristiana Lôbo |
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Cristiana Lôbo está de férias e voltará a blogar em meados de março.



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