Quadro de bronquite agravou estado de saúde de Lula

qui, 28/01/10
por Cristiana Lôbo |
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O presidente Lula sofre de bronquite e teve o quadro agravado por conta de uma forte gripe contraída no início da semana. Com tosse e rouquidão, ele viajou para Porto Alegre na terça-feira, onde participou da abertura do Forum Social Mundial. À noite já em Brasília, por recomendação médica, ele fez uma sessão de nebulização para desobstruir as vias respiratórias. Os exames do presidente em Recife indicaram problemas pulmonares. Novos exames iriam tentar identificar se na crise ele contraiu pneumonia.

A gripe forte que desencadeou a crise de bronquite, associada ao cansaço, teria provocado o quadro de alta da pressão arterial – que se tornou a razão do cancelamento da viagem do presidente Lula a Davos, na Suiça, onde receberia o título de estadista global. De início, atendido pelo doutor Cleber, da presidência da República, Lula insistiu em manter a agenda de viagem. Mas o médico, ao constatar a alta de pressão, recomendou a realização de exames – entre eles, cardiograma, em Recife – e pediu apoio de demais assessores da presidência para convencer Lula a cancelar a viagem. O principal argumento era o de que as 12 horas de viagem e saída de um local de clima quente e úmido, para período de secura no avião e clima gelado na Suiça, poderia agravar ainda mais seu estado de saúde.

O presidente Lula revelou seu mal-estar durante todo o dia, em Recife. Pela manhã, ainda em Brasília, ficou no sol entre 10h e 11:30h da manhã para gravar o programa de comemoração dos 30 anos do PT, que irá ao ar no dia 11. Depois, viajou de avião e teve agenda intensa em Receife.

Há alguns meses, o presidente voltou a fumar cigarrilhas – ele havia parado – mas, por orientação médica, não fumou quarta-feira por conta da tosse, rouquidão e sensação de catarro. Recentemente, ele deu início a uma dieta que já deu resultados- ele já perdeu peso.

Lula é internado no Recife

qui, 28/01/10
por Cristiana Lôbo |
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O presidente Lula foi internado em um hospital no Recife. Exames descartam problemas no coração.  O presidente estaria com a pressão alta.

O presidente passou o dia debilitado, por estar com uma bronquite. Antes de embarcar para Davos, foi levado para o hospital para fazer exames.

Lula não vai mais para o Fórum Econômico Mundial. Vai fazer mais exames em São Paulo. Meirelles embarcou sozinho para a Suiça.

Reunião ministerial trata mais de campanha

qui, 21/01/10
por Cristiana Lôbo |
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     Ao mesmo tempo em que sugeriu aos ministros candidatos que façam uma “campanha de alto nível e não entrem no debate rasteiro”, o presidente Lula chamou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de “babaca” , no discurso de encerramento da reunião ministerial nesta tarde. Ele respondia às críticas feitas por Guerra a programas do governo, como o PAC que ele diz ser eleitoreiro, e depois de ter divulgado nota na qual chama a ministra Dilma Roussef de mentirosa e dissimulada.

      – Sérgio Guerra é um babaca; e não sabe do que está falando; não conhece nem as obras do PAC em seu Estado – disse Lula, segundo o relato de um ministro.

    Aos ministros, Lula disse que a agressividade da oposição, “é resultado da falta de discurso e de programa”. E emendou:

     – Eu sei o que é fazer uma campanha sem program e sem idéias convincentes – disse, o que, para um ministro, Lula se referia à disputa de 1994, quando enfrentou Fernando Henrique que vinha com o apoio do sucesso do Plano Real.

     No primeiro encontro com os ministros deste último ano de seu mandato, o presidente Lula tratou em vários momentos da campanha deste ano. Disse que vai conversar individualmente com os ministros para saber quais serão candidatos e já antecipou seu ponto de vista. “Quem for pedir minha opinião, vou dizer que gostaria que ficasse no governo, como fiz com o Orlando Silva (do Esporte, que desistiu de disputar uma vaga de deputado federal e recebeu a promessa de Lula de ser nomeado a “Autoridade olímpica”, o responsável pelo entrosamento dos três níveis de poder com vistas às Olimpíadas de 2016. Disse, ainda, que todos deve ficar no cargo até o último dia previsto pela legislação, dia 3 de abril.

      – Eu não posso segurar ninguém no governo, mas se pedirem minha opinião, com exceção da Dilma (sua candidata à presidência da República), eu prefiro que fiquem no governo – disse. 

     Um dos ministros que ainda não decidiu se fica ou sai do governo para disputar a eleição é Henrique Meirelles, do Banco Central.

     Na reunião, Lula ainda brincou com o vice -presidente José Alencar, afirmando que irá ajudá-lo na campanha ao Senado por Minas porque, segundo disse, “roubou” quatro anos do mandato dele no Senado. Em 2003, Alencar renunciou ao mandato de senador para compor como vice a chapa com Lula à presidência. Alencar disse na reunião que está aguardando fazer os exames de saúde neste final de janeiro e, se tudo estiver bem com sua saúda, vai entrar na campanha.

     O presidente, que falou depois de Dilma Roussef apresentar as linhas gerais do PAC 2 – que iria de 2011 a 2014, portanto, para o próximo mandato presidencial -os ministros precisam mostrar aos colegas o que estão fazendo (seria na reunião ministerial).

      -Se nem o governo sabe o que está fazendo, como a sociedade poderá saber? perguntou Lula.

       Dilma apresentou projetos do PAC 2, citando obras de infraestrutura, drenagem, e ao encerrar falou rapidamente da área social, educação e cultura. Lula não perdeu a oporturnidade de brincar com sua candidata.

     – Viram como ela falou rapidamente da área social? Se fosse eu, iria ficar falando… disse o presidente, acrescentando que a ministra “logo, logo, vai ser uma politiqueira, va abraçar as pessoas e fazer promessas”.

     O presidente mostrou que está disposto a inaugurar obras pelo país, mas faz questão de ver as placas atestando que são obras federais. Ele contou na reunião que muitos governadores escondem a participação do governo federal em obras. “E não são os de oposição, são nossos companheiros, mesmo”, disse ele, contando que o governador do Piauí, Wellington Dias, mostrou um programa social que está sendo feito no seu Estado e o ministro Patrus Ananias percebeu que não havia a marca do governo federal.

      – Ih… a minha secretária mandou o vídeo errado… , teria explicado Wellinton Dias, segundo o presidente contou aos ministros.

Uma luz no fim do túnel

qua, 20/01/10
por Cristiana Lôbo |
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A decisão do juiz Vinícius Santos de afastar os deputados distritais e suplentes citados no processo do Mensalão do DEM de Brasília de todas as votações relativas à investigação do caso representa um golpe na defesa do governador José Roberto Arruda, que já responde a processo de impeachment na Câmara Distrital. Com maioria folgada na Casa, Arruda imaginava que a CPI instalada trabalharia de forma rápida e logo arquivaria o processo. Porém, as coisas não estão andando ao seu governo.

O afastamento destes oito deputados e dois suplentes das votações que interfiram nas investigações acontece dois dias depois de um outro juiz afastar Leonardo Prudente da presidência da Câmara Distrital. Embora ele ainda anuncie que vá recorrer da decisão da Justiça, seus aliados informam que, mantida a decisão, ele irá renunciar ao cargo de presidente para obrigar a Casa a fazer nova eleição – e escolher um outro parlamentar que também seja próximo ao governador Arruda, que se valerá da maioria na Casa para eleger o novo presidente. O objetivo é evitar que o comando da Câmara Distrital fique com o PT, uma vez que assumiu interinamente o primeiro-vice-presidente, Cabo Patrício.

A decisão do juiz de afastar deputados citados no caso do mensalão está  provocando reações dentro da base do governador Arruda. O argumento mais utilizado é o de que a decisão da Justiça fere a Constituição porque criaria uma espécie de “deputado pela metade”, que não poderia votar nos casos de investigação do governador. Eles não comentam, entretanto, quando a pergunta é invertida: como alguém citado num escândalo  pode participar do processo de investigação daquele mesmo escândalo? É o caso da deputada Eurídes Brito que integra a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa.

Pouco a pouco, a Justiça em Brasília vai dando respostas às questões que estão sendo deixadas de lado pelos políticos. A sociedade agradece.

Chile e Brasil, semelhanças e diferenças

seg, 18/01/10
por Cristiana Lôbo |
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   O presidente Lula fez a primeira leitura do governo sobre resultado da eleição presidencial no Chile, no fim de semana,  em que saiu vitorioso Sebástian Piñera, de centro-direita, derrotando o candidato da presidente Michelle Bachelet, que tem 81% de aprovação popular a seu governo, encerrando a era da Concertação, a  coalização de esquerda que governou o país por 20 anos. Para ele, não há paralelo entre a eleição do Chile e a eleição brasileira neste ano porque lá, Frei não representa renovação, uma vez que Frei já governou o país.

     Durante o período da campanha chilena, os assessores de Lula afirmavam que a diferença fundamental era a de que lá a esquerda se dividiu – e lançou três candidatos -; enquanto, aqui, seu trabalho tem sido o de unir a base em torno da candidatura única de Dilma Roussef. No Chile, porém, a esquerda voltou a se unir em torno da candidatura de Frei e, ainda assim, e mesmo com o apoio de Bachellet o candidato de oposição venceu.

      Lula disse aos auxiliares que a eleição no Chile apenas reafirma a sua convicção de que seu grupo deve ter apenas um candidato – a candidata Dilma Roussef – a todos devem partir para a campanha desde o primeiro instante e que a disputa seja polariza. Ou seja, a união que lá ocorreu apenas no segundo turno não foi suficiente para derrotar Piñera, um empresário multimilionário. Por fim, Lula avaliou que a oposição não iria trombetear o resultado da eleição chilena por que lá venceu um candidato de direita – e a oposição aqui tem, em seu principal candidato, José Serra, alguém com laços com a esquerda chilena.

     A oposição, no entanto, tem sua própria avaliação sobre o resultado da disputa presidencial chilena, sem entrar no mérito da ideologia dos candidatos. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que o resultado da eleição no Chile mostra que transferência de votos não é uma questão absoluta, é relativa. Bachellet tem popularidade lá semelhante a de Lula aqui. E mais, disse ele:

      – Ninguém mais é Lula, tem sua trajetória. Alguém que nasceu no Nordeste, chegou ao centro sul num transporte popular, se tornou líder sindical, construiu um partido de centro-esquerda. Esse é Lula, não é Dilma – disse ele.

      – Além disso, os governistas vão enfrentar um candidato que tem história no país – disse Guerra, referindo-se a José Serra.

O acordo do plano de direitos humanos

qua, 13/01/10
por Cristiana Lôbo |
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     O presidente Lula assinou novo decreto nesta manhã instituindo um Grupo de Trabalho para elaborar projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional, criando a Comissão Nacional da Verdade. Ao contrário do decreto assinado em 21 de dezembro, e que provocou polêmica no setor militar, o decreto fala em “examinar a violação dos direitos humanos no país’,enquanto o anterior citava o período da repressão política. Com os novos termos, a investigação de violação dos direitos humanos pode acontecer em relação a militares e a militantes de esquerda – tal como reivindicaram os militares.

     Conforme o decreto assinado hoje, a Comissão da Verdade terá mandato e prazo definidos “para examinar a violação dos Direitos Humanos no Brasil no período fixado pelo artigo 8o. da Constitiuição, que é o artigo que trata da lei da anistia e faz referência ao período de 1946 até a promulgação da Constituição, em 1988. E diz, ainda, que o objetivo é “o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional”.

    Embora assessores do presidente se apressem a informar que não se trata de recuo – eles dizem que o decreto de hoje está previsto no polêmico decreto de 21 de dezembro passado – os termos usados representam o atendimento à reivindicação feita pelos militares: a de que as investigações sejam feitas dos dois lados, tanto dos militares como dos militantes de esquerda que participaram da luta armada no país.

      Segundo um assessor do governo, as duas partes – militares, representados pelo ministro Nelson Jobim e direitos humanos pelo Secretário Paulo Vannuchi – entenderam que estes termos são os mais adequados para o objetivo do Brasil de ter direito à verdade história. Ele disse, ainda, que a Comissão da Verdade não vai retroagir para punir “e sim para repor a verdade histórica”. Para o governo, a crise que durou estes últimos 15 dias envolvendo militares e o setor de direitos humanos “foi um ruído político” que está resolvido com o decreto.

      O ministro Nelson Jobim disse que está atendido com os novos termos do decreto. Paulo Vannuchi, depois da reunião com o presidente, foi para seu gabinete e não se pronunciou. Segundo a assessoria de imprensa, o presidente Lula não deverá fazer novos comentários sobre o assunto, encerrando o problema com o novo decreto que, aliás, não trata de outros pontos criticados como a questão do agronegócio, do aborto ou das empresas de comunicação.

Lula quer esvaziar a crise do Plano de Direitos Humanos

seg, 11/01/10
por Cristiana Lôbo |
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Na primeira reunião da coordenação de governo de 2010, o presidente Lula deixou clara sua preocupação em esvaziar a crise que se instalou no governo no fim do ano passado com a divulgação do III Plano Nacional de Direitos Humanos. A primeira providência será a de ele próprio conversar com os ministros envolvidos no assunto – o da Defesa, Nelson Jobim e o da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi – na tentativa de buscar um acordo em torno dos termos do decreto que trata do Plano Nacional de Direitos Humanos. O presidente Lula poderá assinar outro decreto retificando os termos do anterior, mas pretende mostrar que a questão será definida no âmbito da Comissão da Verdade, criada pelo mesmo decreto para investigar casos desrespeito aos direitos humanos no país, e que deve propor projeto de lei a ser enviado ao Congresso.

O decreto, assinado em cerimônia por Lula no dia 23 de agosto, fala em investigar casos de repressão política no período de 1964 a 1985, o que provocou reação dos militares, vocalizada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Eles queriam que o texto tratasse de “conflitos políticos” neste período, o incluiria a investigação não só de militares, mas também de militantes de esquerda. A solução poderá ser a retificação do decreto do Plano de Direitos Humanos para atender aos militares, mas sem que isso denote recuo do governo em relação ao resultado da Conferência de Direitos Humanos.

- Não existe crise militar e nem é assunto de tanta gravidade. Vai dar tudo certo. O presidente dará uma solução que não atrita nenhum dos lados – disse um ministro que participou da reunião.

Assessores do presidente têm dito que o assunto só ganhou contornos de crise por conta dos feriados de fim de ano e das férias do presidente e de ministros. O que houve, segundo um ministro, é que “um comando do presidente não chegou ao ministro Vanucchi” que, “não por má fé”, não teria seguido a orientação do presidente de usar a expressão “conflitos políticos” no texto do decreto do III PNDH.

Ao mesmo tempo em que tenta por fim à crise que envolve os militares – que por meio do ministro Jobim deixaram claro que não aceitariam a investigação apenas de militares que atuaram no período de 64 a 85, o governo quer deixar claro a partir de agora que o III Plano Nacional de Direitos Humanos não é um projeto de governo e sim resultado da Conferência de Direitos Humanos que trabalhou por mais de um ano para ouvir a sociedade sobre tantos assuntos relativos aos direitos humanos. Os dois PNDHs anteriores, assinados pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, tratam de tantos assuntos quanto o atual, mas não teriam gerado tamanha polêmica, segundo um ministro, por não terem recebido a mesma cobertura da imprensa, mas também por terem adotado uma linguagem também mais amena.

- O que houve foi uma mudança na forma de se fazer do Plano Nacional de Direitos Humanos. O atual governo fez questão de ouvir a sociedade e seguir o que decidiu a Conferência Nacional de Direitos Humanos que trabalhou durante um ano, após conferências estaduais sobre os diversos temas.

O presidente Lula manifestou sua contrariedade, também, com o texto relativo ao aborto. Segundo um ministro, foi adotado o texto da Conferência da Mulher, que defende que a mulher tenha total decisão sobre seu corpo – portanto, decisão sobre abortar ou não -, enquanto que a conferência da saúde não trata do assunto da mesma forma e sim do aborto como questão de saúde pública. Por isso, o presidente já mandou emissários para darem tal explicação à Igreja, já que a CNBB engrossa o coro de críticos ao Plano. Um ministro lembrou que aborto não faz parte do programa de governo de Lula e que a visão do governo é tratar o aborto como questão de saúde pública, nos temos da Conferência da Saúde.



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