O PMDB informa ao governo que só pretende tratar de nomes para a presidência do Senado em janeiro. Até lá, vai se comportar como um aliado, votando todas as matérias de interesse do Palácio do Planalto. Mas, deixando bem claro que não abre mão do espaço a que tem direito como maior bancada na Casa de indicar um nome para a presidência do Senado. Este nome é o do senador José Sarney.
Esta decisão do partido, que é confirmada nos bastidores, contraria o interesse do presidente Lula que já deixou claro a peemedebistas que gostaria de acertar desde logo o nome para a presidência do Senado – nome que seria do PT, o senador Tião Viana (AC).
– Com a força que saímos das urnas, não podemos abrir mão de espaço algum – disse hoje um senador do PMDB.
Os peemedebistas têm conversado com representantes dos partidos de oposição pedindo apoio para esta estratégia. E têm conseguido algum resultado. A oposição, no caso o PSDB, começa a estender o tapete vermelho para o PMDB, já de olho neste apoio para as eleições de 2010. Isso, ainda que o PMDB ainda seja um partido governista, o principal aliado do presidente Lula. A oposição avalia, ainda, que não deve chegar em 2010 com um petista na presidência do Senado, o ano da eleição e da transição para o futuro governo que, sonha os oposicionistas, poderá ser de um tucano.
O PMDB já trata dos assuntos nos bastidores e concluiu que a resistência mais forte que havia a um nome peeemedebista era o senador Arthur Virgílio (PSDB). Ele foi um contumaz crítico de José Sarney nos últimos anos. Agora, porém, Arthur mudou de foco e não aceita um petista na presidência do Senado. Isso estimula o partido a lançar a candidatura de Sarney que só aceita a candidatura se for por aclamação.
Os caciques do partido querem o cargo e são apoiados com força pela bancada. A tropa quer ver um dirigente do PMDB porque, segundo eles, nestes dois últimos anos de mandato, eles precisam de uma vitrine – que é dada por relatorias de matérias importantes. Assim, passam a aparecer no noticiário, particularmente, nos telejornais, o que, na opinião deles, facilita a campanha pela reeleição.
O PMDB quer o comando do Senado para Sarney e diz que, quando isso estive sacramentado, “todos estarão mais fortes”. Isso quer dizer mais fortes perante o governo. Para não ser surpreendido com ações desconfortáveis como, por exemplo, ver o vazamento de investigações da Polícia Federal, como aconteceu recentemente no Maranhão, tendo como alvo Fernando Sarney, filho do senador.