19/06/2012 10h15 - Atualizado em 19/06/2012 10h28

Dengue é tema de pesquisa na Universidade Federal do Pará

Cerca de 400 voluntários ajudaram a realizar a pesquisa.
Estudos permitem chegar a uma conclusão dos casos da doença no Pará.

Do G1 PA

Mutirão contra a dengue da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) mobilizou 160 agentes para visitas a cerca de cinco mil imóveis no bairro Curió Utinga (Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Hoje)Mutirão contra a dengue da Sesma mobilizou cerca de
160 agentes para o bairro Curió Utinga em fevereiro
de 2012 (Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Hoje)

Uma pesquisa para investigar o perfil genético dos pacientes com dengue no estado do Pará foi divulgada nesta terça-feira (19), pela Universidade Federal do Pará. Cerca de 400 voluntários participaram do estudo, que busca descobrir o motivo de a doença se desenvolver de forma mais grave em algumas pessoas.

Segundo o coordenador de pesquisas da UFPA, Eduardo Santos, o levantamento já permitiu chegar a algumas conclusões, entre elas, a identificação de um gene que é comum em pessoas que contraem o vírus, mas não têm a doença.

“Esse estudo permite desenvolver medicamentos novos que hajam de forma bem específica, com menos efeitos colaterais, melhorando a qualidade de vida. Ao invés da pessoa ter sete dias de dengue, pode durar menos tempo, tudo isso é possível. Basta conhecer como ela funciona”, explica o pesquisador. Segundo ele, o estudo pode contribuir para o tratamento da doença.

O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas.

Sintomas da doença
A maioria das infecções é assintomática. Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em obediência a três formas clínicas: dengue clássica - forma benigna, similar à gripe; dengue hemorrágica - mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea; e a chamada síndrome do choque associado à dengue - forma raríssima, mas que pode levar à morte, se não houver atendimento especializado.

 Dengue clássica
Nos adultos, a primeira manifestação é a febre alta (39º a 40º), de início repentino, associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos, vermelhidão no corpo (exantema) e coceira. Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de prostração e fraqueza durante algumas semanas. Nas crianças, o sintoma inicial também é a febre alta acompanhada apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarreia.

Dengue hemorrágica
As manifestações iniciais da dengue hemorrágica são as mesmas da forma clássica. Entretanto, depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas), entre outros sintomas. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.

Síndrome do choque associado à dengue
O potencial de risco é evidenciado por uma das seguintes complicações: alterações neurológicas (delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia), sintomas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva, derrame pleural. As manifestações neurológicas, geralmente, surgem no final do período febril ou na convalescença.

Diagnóstico
O diagnóstico de certeza da dengue é laboratorial. Pode ser obtido por isolamento direto do vírus no sangue nos três a cinco dias iniciais da doença, ou por exames de sangue para detectar anticorpos contra o vírus (testes sorológicos).

tópicos: