08/07/2016 10h10 - Atualizado em 08/07/2016 10h23

Julgamento do ex-policial Bola por morte de carcereiro entra no 2º dia

Logo no início da sessão, o réu negou participação no assassinato.
Ele é julgado por assassinato de carcereiro em 2000, em Contagem.

Do G1 MG

Julgamento de Marcos Aparecido dos Santos entra no segundo dia (Foto: Lucas Henrique Andrade / TJMG)Julgamento de Marcos Aparecido dos Santos entra no segundo dia (Foto: Lucas Henrique Andrade / TJMG)

O segundo dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, recomeçou na manhã desta sexta-feira (8) no Tribunal de Júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O juiz Elexander Camargos Diniz começou a interrogar Bola, que é réu no processo que apura o assassinato do carcereiro Rogério Martins Novelo. Em abril de 2013, Bola foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes.

No começo do interrogatório, Bola disse ao magistrado que responderia todas as perguntas feitas por ele. Ele negou a participação no crime e falou que também não conhecia a vítima ou parentes dela.

Primeiro dia
Nesta quinta-feira (7), o primeiro dia do júri durou quase 12 horas – o magistrado começou a sessão às 9h50 e encerrou às 20h45. O júri começou com o depoimento de uma testemunha de acusação que disse não conseguir identificar Bola como sendo o assassino.

O promotor Daniel Saliba de Freitas apresentou imagens da reconstituição do crime e interrogou a testemunha. Logo em seguida, a defesa realizou o mesmo procedimento. Às 12h37, a oitiva da primeira testemunha foi encerrada e o juiz paralisou a sessão para o almoço.

As 13h47, o magistrado recomeçou o julgamento e ouviu o depoimento de mais uma testemunha de acusação, que era amiga do carcereiro. A defesa fez perguntas. O depoimento começou às 13h53 e terminou às 14h30.

A terceira testemunha de acusação, que trabalhava com a vítima, começou a falar às 14h40. Ela disse ao juiz que as características físicas do assassino não condiziam com as do réu. O homem prestou depoimento com indagações do Ministério Público e defesa. O depoimento foi encerrado às 15h18.

As testemunhas de defesa começaram a ser ouvidas. A primeira foi uma mulher que namorou a vítima por seis anos. Ela começou a falar às 15h23. A defesa interrogou a ex-namorada da vítima, que afirmou que ele mantinha relacionamentos extraconjugais. A oitiva se encerrou às 16h15.

Ele foi ouvido pelos advogados e pelo promotor de Justiça. O depoimento do policial foi encerrado às 17h03. Em seguida, um carcereiro foi ouvido durante sete minutos, com início às 17h07.

Depois, o juiz determinou um intervalo para o lanche. Na retomada da sessão foi realizada a leitura de peças do processo, como depoimentos por cartas precatórias. Às 20h45, o magistrado encerrou a sessão.

O carcereiro Rogério Martins Novelo foi assassinado, em maio de 2000, em Contagem. Em novembro de 2012, o réu havia sido absolvido da acusação de homicídio, mas o Ministério Público de Minas Gerais recorreu da decisão argumentando que o conselho de sentença decidiu de forma contrária às provas contidas no processo. O recurso foi aceito pela Justiça, e por isso, Bola será julgado novamente.

No dia 17 de março deste ano, o júri foi adiado. Segundo o TJMG, o motivo foi a ausência de um advogado do réu durante a oitiva da testemunha de defesa Edson Moreira, ouvido em Brasílía. Ao adiar a sessão, o juiz explicou que teria havido uma falha e, na ausência do advogado, um defensor público deveria ter sido constituído.

O réu Marcos Aparecido dos Santos no plenário do Fórum de Contagem  (Foto: Maurício Vieira / G1)Bola durante julgamento do Caso Eliza Samudio
(Foto: Maurício Vieira / G1)

Arrolado como testemunha, Edson Moreira era delegado da Polícia Civil de Minas Gerais e atualmente é deputado federal pelo Partido da República (PR). Em setembro do ano passado, o júri já havia sido adiado por causa da morte de um familiar de um dos advogados de defesa de Bola.

O ex-policial cumpre pena na Casa de Custódia da Polícia Civil, no bairro Horto, na Região Leste de Belo Horizonte, em regime fechado. Em fevereiro deste ano, uma foto que circulou pela internet mostrava a suposta participação de Bola no que seria um churrasco em uma cela do local.

Morte do carcereiro
Segundo a denúncia do MP, em maio de 2000, Bola atirou contra o carcereiro Rogério Martins Novelo, que estava dentro de um veículo, em frente ao local onde trabalhava. Para o Ministério Público, o crime teria sido encomendado, já que o réu e a vítima não se conheciam.

A Justiça informou que o ex-policial foi reconhecido em 2010 pela irmã de Novelo, que presenciou o crime. Ela identificou Bola como o responsável pela morte do irmão, depois que viu sua imagem sendo veiculada na imprensa pelo suposto envolvimento no assassinato de Eliza Samudio.

Caso Eliza
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto e condenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques – o Coxinha – por sequestro e cárcere privado do filho da ex-amante do goleiro. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a 2 anos e meio também em regime aberto.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de