04/03/2013 16h44 - Atualizado em 04/03/2013 16h44

Com dispensa de testemunhas, júri de Bruno deve durar até quarta, diz TJ

Três testemunhas, entre elas Jorge Luiz Lisboa Rosa, não compareceram.
A delegada Ana Maria dos Santos foi a primeira ser ouvida.

Do G1 MG

Bruno e Dayanne no início do julgamento (Foto: Renata Caldeira / TJMG)Bruno e Dayanne no início do julgamento (Foto: Renata Caldeira / TJMG)

Das 15 testemunhas arroladas para o julgamento do goleiro Bruno Fernandes e da ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues, dez não vão participar do júri popular, conforme informou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na tarde desta segunda-feira (4). Quatro testemunhas vão ser ouvidas no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e uma prestou depoimento por carta precatória. Com a redução no número de depoimentos, a expectativa da Justiça é que o julgamento dure três dias úteis e termine nesta quarta-feira (6).

(A partir desta segunda, dia 4, acompanhe no G1 a cobertura completa do julgamento do caso Eliza Samudio, com equipe de jornalistas trazendo as últimas informações, em tempo real, de dentro e de fora do Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Conheça os réus, entenda o júri popular, relembre os momentos marcantes e acesse reportagens, fotos e infográfico sobre o crime envolvendo o goleiro Bruno.)

Jorge Luiz Lisboa Rosa, primo de Bruno e menor à época do desaparecimento de Eliza Samudio, era considerado testemunha-chave e havia sido arrolado tanto pela defesa quanto pela acusação. O jovem, que cumpriu medida socioeducativa por envolvimento no caso, não compareceu ao Fórum de Contagem nesta segunda-feira. Por isso, segundo o TJMG, Jorge foi dispensado pela juíza Marixa Fabiane, assim como Amir Borges Matos, arrolado pela defesa de Bruno, e Lucy Gama, que seria testemunha de Dayanne.

Ainda de acordo com a Justiça, os advogados de Bruno dispensaram todas as outras testemunhas: Célia Aparecida Rosa Sales, Maria de Fátima Ruas Souto dos Santos e Anastácio Martins Barbosa. Já a defesa da ex-mulher do atleta dispensou Saiver Júnior Calixto, Paulo César Batista dos Santos e Maria de Fátima Ruas Souto dos Santos. Apenas Célia Aparecida Rosa Sales, que também seria testemunha do atleta, foi mantida.

O Ministério Público manteve todas as testemunhas presentes. A delegada Ana Maria dos Santos, que acompanhou a oitiva de Jorge em 2010, foi a primeira a prestar depoimento no júri popular, na tarde desta segunda-feira (4). Em seguida, devem ser ouvidos João Batista Alves Guimarães – que esteve presente no depoimento do motorista Cleiton Gonçalves à polícia – e Jailson Alves de Oliveira – detento que diz ter ouvido uma confissão do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, sobre a morte de Eliza Samudio. A assistente técnico-jurídico do sistema socioeducativo de Minas Gerais, Renata Garcia, que acompanhou a primeira oitiva feita pela polícia com Jorge não compareceu ao fórum, mas prestou depoimento por carta precatória. O documento será lido no Tribunal do Júri de Contagem.

Bruno é acusado de planejar a morte da ex-amante Eliza Samudio, em crime ocorrido em 2010. Ele responde pela morte e ocultação de cadáver da modelo de 25 anos e pelo sequestro e cárcere privado do filho que teve com a jovem. O julgamento da ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, também começou na manhã desta segunda-feira. Ela responde por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza.

Júri escolhido
Cinco mulheres e dois homens vão compor o Conselho de Sentença que dará o veredicto – culpado ou inocente – no júri popular do goleiro e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues. Ele é réu pela morte e ocultação de cadáver da ex-amante de 25 anos e pelo sequestro e cárcere privado do filho que teve com a jovem. Ela responde pelo crime de sequestro e cárcere privado da criança.

O julgamento começou às 11h45, depois que a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues negou a retirada do atestado de óbito de Eliza Samudio do processo e disse que não é possível suspender o júri em razão de um recurso sobre o assunto, que aguarda decisão.

O advogado do goleiro Bruno, Tiago Lenoir, disse na porta do Fórum de Contagem que o julgamento não poderia ser realizado. A juíza Marixa afirmou, no entanto, que o tipo de recurso apresentado pela defesa não possui "efeito suspensivo".

A juíza negou todos os pedidos da defesa, que pretendia adiar o julgamento. Segundo ela, os advogados tiveram acesso a todos os documentos da ação, que agora alegam não estarem disponíveis.

A previsão é que o julgamento dure cinco dias (entenda como funciona um júri popular).

O crime
O goleiro, que na época do crime era titular do Flamengo, é acusado pelo Ministério Público de planejar a morte para não precisar reconhecer o filho que teve com a modelo nem pagar pensão alimentícia.

Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. Para a Justiça, a ex-amante do jogador foi morta em 10 junho de 2010, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A certidão de óbito foi emitida por determinação judicial.

O bebê Bruninho, que foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG), hoje vive com a avó em Mato Grosso do Sul. Um exame de DNA comprovou a paternidade.

Acusados e condenados
A Promotoria afirma que, além de Bruno, mais oito pessoas tiveram participação nos crimes. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, foram condenados em júri popular realizado em novembro de 2012.

No dia 22 de abril, Bola será julgado. Em 15 de maio, enfrentarão júri Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Marques de Souza, amigo de Bruno. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto de 2012. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi absolvido (saiba quem são os réus).

Jorge Luiz Rosa, outro primo do goleiro, era adolescente à época do crime. Cumpriu medida socioeducativa por crimes similares a homicídio e sequestro. Atualmente tem 19 anos e é considerado testemunha-chave do caso.

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