22/11/2012 20h26 - Atualizado em 23/11/2012 08h26

Mãe de Eliza diz que confia na condenação da ré Fernanda Castro

'Acredito plenamente na culpa', declarou Sônia Moura.
Ex-namorada de Bruno foi ouvida nesta quinta-feira (22).

Cristina Moreno de CastroDo G1, em Contagem (MG)

22.nov.2012 - Sônia Moura fala que Macarrão disse 'meias verdades'. A declaração foi feita na porta do fórum, neste quarto dia de júri popular pela morte de sua filha (Foto: Pedro Triginelli/G1)Sônia Moura chega para o 4º dia do júri e comenta
sobre depoimento de Macarrão
(Foto: Pedro Triginelli/G1)

A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, disse acreditar que Fernanda Gomes de Castro não falou a verdade durante o interrogatório, realizado na tarde desta quinta-feira (22), no Tribunal do Júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Ela mentiu. (...) Acredito plenamente na culpa da Fernanda”, disse sobre a ex-namorada do goleiro Bruno, que é acusada do sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Sônia afirmou ainda que confia na condenação da ré.

Após o término do quarto dia de júri, a mãe de Eliza falou também sobre o boato, surgido durante a sessão, de que o goleiro teria tentado suicídio, na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Para ela, a informação foi mais uma estratégia dos advogados do atleta. “Manobra da defesa para tumultuar mais ainda aqui dentro. Acho que ele não teria coragem de atentar contra a própria vida. Contra a dos outros sim, com a própria vida dele, não”, declarou Sônia Moura.

Fernanda disse ser inocente
A ex-namorada do goleiro confirmou nesta quinta-feira (22) boa parte do depoimento dado na madrugada por Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. Fernanda, que se disse inocente das acusações de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, confirmou que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos. Macarrão afirmou em seu depoimento ter levado Eliza de carro até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a ex-amante entrou em um Palio, no início de junho de 2010. "Ele ia levar ela para morrer", disse o réu Macarrão, em depoimento que durou até cerca de 4h desta quinta-feira.

Nesta quinta-feira, Sônia Moura também falou sobre o depoimento em juízo de Luiz Henrique Ferreira Romão. Para ela, o interrogatório foi marcado por "meias verdades”. "Acredito que ele saiba onde estão os restos mortais da minha filha", disse Sônia Samudio. Para ela, Macarrão não falou "por medo". Na madrugada de quarta para quinta, enquanto o réu ainda dava o seu testemunho, Sônia saiu do plenário dizendo que ele estava "só enrolando". Nesta quinta-feira (22), ela explicou que saiu do plenário durante o depoimento de Macarrão aconselhada pelo advogado. "Ele [Macarrão] estava constrangido com a minha presença. Então acredito que ele falou mais depois que eu saí", falou a mãe de Eliza.

4º dia
 O quarto dia do júri do caso Eliza Samuidio durou pouco mais de três horas. A sessão foi inciada por volta das 14h30, e encerrada por volta de 17h50. Nesta quinta-feira (22), houve somente o interregatório de Fernanda Castro.

Ela, que se disse inocente das acusações de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, confirmou que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos. Macarrão afirmou em seu depoimento ter levado Eliza de carro até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a ex-amante entrou em um Palio, no início de junho de 2010. "Ele ia levar ela para morrer", disse o réu Macarrão, em depoimento que durou até cerca de 4h desta quinta-feira.

Interrogada durante o julgamento, Fernanda ressaltou que não desconfiou do destino trágico que Eliza teria, "pela calma que ela apresentava" durante o tempo que esteve em Minas. "Só tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi executada ontem pelas declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou ela, em seu depoimento.

Questionada pela juíza Marixa Fabiane sobre como soube das declarações de Macarrão, Fernanda disse ter sido informada pela imprensa. Ela afirmou que chegou a mentir em seu primeiro depoimento à polícia, mas que depois voltou atrás e pediu desculpas aos delegados. "Estava com medo", ressaltou.

Boato interrompe júri
Um boato divulgado nesta quinta-feira afirmou que o goleiro Bruno teria tentado suícidio dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, mesma cidade em que o júri do caso Eliza está sendo realizado.

A notícia falsa causou tensão no fórum, onde o júri chegou a ser interrompido por cerca de 20 minutos pela juíza Marixa Fabiane. Ela dispensou os jurados por alguns minutos, por volta de 16h10, e disse a todos no tribunal se manterem em silêncio sobre qualquer notícia ou informação, por já saberem do que se tratava, referindo-se ao boato.

O boato foi desmentido pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais. Segundo a secretaria, o diretor-geral do presídio, Luiz Carlos Danunzio, confirmou que Bruno está bem. A secretaria disse que Danunzio chegou a ir até o pavilhão onde o atleta está para verificar seu estado de saúde. A tensão ocorreu durante o depoimento da ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro.

Do lado de fora do tribunal, o falso boato também causou confusão. Jornalistas cercaram o advogado Lúcio Adolfo, defensor do goleiro Bruno, para saber informações sobre o caso. Ele seguiu para trás de um portão fechado, na entrada do fórum, protegido por policiais militares.

Agressão
Durante o interrogatório, Fernanda disse ter sido informada por Macarrão que a ex-amante de Bruno havia sido agredida pelo primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa, num momento anterior ao episódio do carro. O depoimento confirma a versão do amigo de Bruno sobre o episódio. "Ele [Macarrão] e Jorge foram encontrar com Eliza para negociar uma dívida. Ele disse que houve uma briga no carro entre Jorge e Eliza por causa de algo que Eliza teria dito algo sobre o jogador que não agradou Jorge", disse.

A ex-namorada afirmou, ainda, que ficou com o bebê de Eliza por alguns momentos e que chegou a fazer mamadeira para ele, durante o período que coincide com o cárcere privado investigado pelo Ministério Público. "Fiz a mamadeira e troquei a fralda e a criança parou de chorar. Depois disso, subi para o o quarto de Bruno e ele dormiu. Neste momento, não vi a Eliza. Tive vontade de falar com a Eliza, mas fiquei com medo de ela falar meu nome para a mídia", disse. O episódio ocorreu antes do desaparecimento da ex-amante, segundo Fernanda, que ressaltou que Eliza agradeceu por ela ter cuidado da criança.

Para ler mais sobre o Caso Eliza Samudio, clique em g1.globo.com/minas-gerais/julgamento-do-caso-eliza-samudio/. Siga também o julgamento no Twitter e por RSS.

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