Por João Vitor Nunes, g1 Vales de Minas Gerais


Lavínia desapareceu após sair para pedalar, na zona rural de Matipó — Foto: Redes Sociais

A Polícia Civil, anunciou, nesta segunda-feira (24), que concluiu as investigações do assassinato de Lavínia Scarlet Torres Oliveira, de 24 anos, no Córrego Cascata, na cidade de Matipó, no mês passado.

As investigações começaram no dia seguinte ao desaparecimento da atleta, que saiu de bicicleta na manhã do dia 5 de maio, para pedalar e fazer compras em Matipó, porém, não retornou.

Foram dois dias de busca pela jovem. Amigos, familiares e a polícia passaram a procurar por ela, que foi encontrada no dia 7, debaixo de um pé de café, em uma lavoura bem perto da casa onde morava com o esposo e os dois filhos.

Ao localizar o corpo, a polícia iniciou levantamentos e por meio de câmeras de monitoramento e informações, foi possível observar um homem com a bicicleta da vítima.

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Esse mesmo homem quis contratar uma corrida de táxi até Manhuaçu e, como não conseguiu, então embarcou em um ônibus.

O suspeito, de 46 anos, foi preso no mesmo dia em que o corpo foi localizado. Ele retornava de Luisburgo em um ônibus que fazia a linha para Manhuaçu, após furtar em uma residência rural uma TV e uma mochila.

Ele foi reconhecido por uma passageira, que o denunciou imediatamente. Ele foi detido na localidade de Vila Formosa, comunidade que pertence à Manhuaçu.

O delegado responsável pelo caso, Fábio Freitas, concluiu o procedimento com o pedido de indiciamento do acusado, pelos crimes de estupro seguido de morte, ocultação de cadáver, além do furto praticado a residência rural, em Luisburgo.

Na entrevista coletiva, o delegado explicou que, durante os levantamentos para apurar o crime, os investigadores coletaram informações relevantes, para a produção das provas contidas no Inquérito Policial, além dos trabalhos periciais realizados no local.

Segundo Fábio Freitas, durante o processo de investigação, todas as informações foram checadas e a Polícia Civil chegou à conclusão de que o suspeito agiu sozinho. O acusado chegou a assumir para policiais que atacou a vítima.

“Ele queria satisfazer sua lascívia, o objetivo dele era um objetivo sexual, crime que já tinha cometido no estado de São Paulo e foi preso em flagrante. O nosso entendimento é de que ele cometeu o crime de estupro com resultado morte e, após a morte da jovem, ele subtraiu seus bens e também levou o corpo para um local onde estivesse mais oculto”, contou o delegado.

De acordo com a perícia, o levantamento e coleta de material genético para exames foram fundamentais para traçar a dinâmica da abordagem e consequentemente a morte. Durante a coletiva, foi explicado que Lavínia morreu por asfixia.

O médico legista e chefe do posto do IML, Dr. Wanderson Lugão, disse que a vítima foi abusada sexualmente pelo assassino, ainda em vida, e depois foi arrastada para a lavoura. Foi encontrado vestígio de sêmen nas partes íntimas de Lavínia Scarlet.

Os pais de Lavínia, Cláudia Torres e Silvano de Oliveira Ferreira, acompanharam a coletiva de imprensa, a resposta da Polícia Civil traz um alívio.

“A gente precisa desse amparo do poder público na investigação e na busca da verdade para acalentar. É muito triste acontecer um crime e os familiares não ficarem sabendo a razão. Eu sou grata a Deus porque eu consegui fazer um enterro digno ”, disse Cláudia Torres.

Suspeito pode ter matado outra mulher em Manhumirim. — Foto: Redes Sociais

Acusado é suspeito de crime semelhante três dias antes

Durante a coletiva de imprensa, o delegado regional Felipe de Ornelas Caldas disse que a Polícia Civil de Manhumirim está investigando a morte de uma jovem, que foi encontrada nas proximidades da rodoviária.

A vítima estava com um saco na cabeça, indicando que possivelmente foi asfixiada e ainda tinha indícios de ter sido vítima de crime sexual. Os investigadores conseguiram imagens, que mostram um homem parecido com o assassino de Lavínia saindo do local. Nos próximos dias, a polícia de Manhumirim irá concluir a investigação.

“Enviaremos os dados para o Banco Nacional de Perfis Genéticos porque ele pode ter cometido esse crime em outros locais. Em Manhumirim, a menina foi estuprada e assassinada três dias antes [do crime ocorrido em Matipó]. Temos imagens dos dois saindo juntos e ela desaparecendo, nunca mais sendo vista. Estamos com investigações avançadas”, contou o delegado regional, Felipe de Ornelas Caldas.

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