Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás


Igor Leonardo é indiciado por exercício ilegal da medicina e lesão corporal em paciente, em Aparecida de Goiânia — Foto: Divulgação/PCGO e Reprodução/Redes Sociais

O dentista Igor Leonardo Soares Nascimento foi preso pela Polícia Civil. Ele foi proibido de atender por decisão judicial depois de uma paciente perder parte do nariz. Segundo o delegado Igomar de Souza, o dentista foi preso em flagrante enquanto fazia procedimentos de forma clandestina em um consultório com as portas fechadas.

“Recebemos a notícia que ele estava atuando como odontólogo na área de estética de forma clandestina. A partir daí iniciamos investigações e flagramos o mesmo realizando procedimento estético. Foi dada voz de prisão e [ele] foi conduzido à delegacia", explicou o delegado.

A prisão aconteceu na segunda-feira (25), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. O g1 entrou em contato com a defesa do suspeito, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

O dentista foi preso pelos seguintes crimes:

  • Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica;
  • Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito;
  • Crimes contra relação de consumo de: (1) executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente; (2) induzir o consumidor ou usuário a erro.

LEIA TAMBÉM

Prisão em flagrante

De acordo com a Polícia Civil, o dentista foi flagrado logo depois de realizar um procedimento estético em uma paciente. De acordo com a Polícia Civil, durante esse procedimento, Igor teria aplicado uma substância de uso proibido para fins estéticos nos termos da portaria da Anvisa, conhecido por PMMA (polimetilmetacrilato).

O delegado detalhou que a paciente não sabia que a substância PMMA estava sendo utilizada nela, acreditando que seria ácido hialurônico.

Exercício ilegal da medicina

Um dos casos que levou ao indiciamento de Igor Leonardo Soares Nascimento por exercício ilegal da medicina e lesão corporal foi o da paciente Elielma Carvalho Braga. Ela fez uma cirurgia chamada alectomia em junho de 2020 após ver anúncios do dentista na internet.

A alectomia é usada para reduzir as asas nasais e afinar o nariz e não pode ser feita por dentistas. Inicialmente, Elielma acreditou que o procedimento tinha dado certo, mas nos dias seguintes, ela começou a sentir fortes dores e alterações no rosto. A vítima precisou fazer diversas cirurgias para reconstrução e ficou com cicatrizes.

“Meu rosto começou a queimar. No outro dia ficou cheio de bolha, como se fosse queimadura”, contou.

Antes e depois da cirurgia no nariz de Elielma Carvalho — Foto: Elielma Carvalho / Arquivo Pessoal

Em julho de 2022, Elielma decidiu denunciar o caso publicamente. Ela teve uma necrose no lado direito do nariz. Após perder parte da pele, precisou fazer mais de dez cirurgias e ficou com cicatrizes, abalando sua autoestima.

“Eu tenho vergonha, porque a gente faz uma coisa para melhorar um pouco e a pessoa faz isso. Ele destruiu minha autoestima. Eu choro, não é fácil o que eu vivo hoje”, disse ao g1 na época.

📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.

VÍDEOS: últimas notícias em Goiás

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!