Por Silvana Reis


Equipe do Globo Repórter

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Mônica Maria Barbosa — Foto: Reprodução Fantástico

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Sandra com a equipe do Globo Repórter na redação — Foto: Silvana Reis/Globo Repórter

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Sandra Annenberg com a chefe de redação do Globo Repórter Márcia Monteiro, o cinegrafista Willy Murara e o técnico de áudio Edvaldo Simão — Foto: Globo Repórter

Na comemoração dos 50 anos do Globo Repórter, parte da equipe que fica por trás das câmeras e cuida de cada detalhe do que vai ao ar toda semana, conta como é produzir, gravar e editar tanta informação de qualidade e com excelência.

“O Globo Repórter é o programa que leva a notícia ao telespectador de forma diferenciada. É quase como se conduzíssemos o telespectador até a notícia: as novas descobertas, novas culturas, novas paisagens, os novos comportamentos”, resume a editora-chefe do programa, Mônica Maria Barbosa.

Em mais de 2200 edições, o programa já passou por mais de 100 países, falou de avanços tecnológicos, de pesquisas científicas na área de saúde, instigou a sociedade a refletir sobre as mudanças de comportamento. No meio ambiente, mostrou curiosidades sobre o universo animal e inspirou o público, ao apresentar culturas diferentes e paisagens cinematográficas. Sempre atual e olhando para o futuro.

Equipe do Globo Repórter na redação do Rio de Janeiro — Foto: Globo Repórter

“O Globo Repórter não só informa, mas também inspira, motiva e emociona. Há 5 décadas, nos leva a diversos lugares do Brasil e do mundo ´sem sair do sofá´. Ele sempre esteve na vanguarda da defesa do meio ambiente e documentou várias descobertas da ciência”, destaca Marcia Monteiro, chefe de redação.

O aniversário é no dia 3 de abril e, para comemorar a data, cinco programas especiais são exibidos a partir de 31 de março. É uma jornada pelas últimas cinco décadas, que aborda tecnologia, sociedade, saúde, meio ambiente e viagens pelas mais diversas culturas (confira a programação completa).

Mônica pontua as mudanças de perfil ao longo dos anos: “O jornalismo factual ganhou espaço e outros programas – como o Fantástico e o Profissão Repórter – passaram a abordar temas mais ligados a denúncias. O Globo Repórter tem procurado cada vez mais levar ao telespectador reportagens que abram horizontes, apresentando novas pesquisas científicas, novos comportamentos, lugares pouco conhecidos – ou mesmo aspectos pouco conhecidos de lugares já visitados. Tudo isso tratado de forma aprofundada, com assuntos desenvolvidos a partir de informações de especialistas muito capacitados, com uma captação de imagens criativa e cuidadosa. O resultado é um programa informativo e inspirador. E é assim que planejamos fazer nas próximas décadas: um programa pautado, produzido e editado de forma a levar o telespectador até o centro das novas descobertas. É uma honra e uma responsabilidade fazer parte desse momento”, declara a diretora.

O minucioso trabalho de produção

As pautas surgem de diversas formas. “Motorista de táxi é uma fonte inesgotável”, revela a chefe de produção, Francesca Terranova. Ela destaca que o programa tem uma parceria muito forte com universidades e que, quando o assunto é saúde, é fundamental mostrar o que há de acessível ao público em geral. Francesca conta ainda que a equipe, de cerca de 30 pessoas, é muito unida e que todos têm muita preocupação com os personagens:

“Você se sente responsável por aquela pessoa. Ela pode estar tímida ou nunca ter contado uma história que é sensível para ela, para a família dela. E aí você convence de que aquilo ali pode ajudar outras pessoas”. Francesca revela ter ficado amiga de vários personagens e que acabou conhecendo seu marido num navio, durante a produção de uma viagem à Antártida.

Marcia Monteiro explica que a produção de cada programa começa bem antes de ele ir ao ar e que envolve todo mundo: "Os produtores fazem uma pesquisa minuciosa sobre os temas, vão atrás do que há de novidade, das pesquisas mais recentes e de bons personagens que nos contêm suas histórias. Depois, repórteres e cinegrafistas partem para as gravações, muitas vezes acompanhados pelos produtores e/ou editores. Aí, na ilha de edição, editores de texto e de imagem vão costurar e bordar tudo.".

Editores dos programas especiais de aniversário comemoram a data e apontam diferenciais do Globo Repórter

A editora Marislei Dalmaz, à frente do especial sobre Tecnologia, conta que editar o primeiro programa de aniversário foi como entrar em um túnel do tempo e revisitar momentos de sua própria história. “Concordo quando dizem que o Globo Repórter é um patrimônio da televisão brasileira. Que o Globo Repórter possa continuar ao lado dos brasileiros por muitos e muitos anos, seja pela TV, como na noite da sua estreia, ou pelo celular, pelo computador ou por qualquer outra invenção dos próximos anos”, afirma.

Saulo de La Rue, editor responsável pelo programa sobre Sociedade, destaca que o fato de as pessoas se reconhecerem na televisão é mais um dos fatores que contribui para a credibilidade ao programa: “Ele não só traz o especialista, mas dá protagonismo às pessoas comuns”, afirma.

Claudia Guimarães, no comando da edição do especial de Saúde, lembra que, quando o Globo Repórter surgiu, em 1973, o SUS nem existia e o programa mostrou todos os avanços no acesso da população aos tratamentos e a transformação de uma medicina que era mais curativa, com foco em remédios, para uma medicina mais preventiva.

“A gente tem o Globo Repórter na epidemia do cólera, por exemplo, em que a Beatriz Thielmann tinha uma passagem ensinando a lavar as mãos. E agora a pandemia trouxe tudo isso de volta. Como é atual! É um tesouro que a gente tem. É a memória da gente”, declara Claudia.

Ana Dorneles está há 25 anos da produção do Globo Repórter faz um convite para o público assistir ao especial sobre saúde: “Nada de curar doença. Vamos ter uma vida saudável, com muita coisa boa, com exercícios, comida e o SUS”.

A jornalista Angela Garambone, responsável pelo especial de Meio Ambiente, uma das marcas registradas do Globo Repórter, fala sobre a relação coletiva do grupo: “É uma equipe muito unida, que vibra com o sucesso um do outro. Temos um público fiel, mas queremos muito mais. É um programa leve, sem deixar de ser informativo, sejam quais forem os assuntos abordados”.

A leveza também é destacada pela editora Mariana Sabino, que está à frente do especial sobre Viagens: “Eu amo trabalhar nesse programa. Ele fala de assuntos sérios e com uma linguagem leve. Você pode fazer uma denúncia de meio ambiente, por exemplo, sobre um animal que está em extinção, e você não perceber que é uma denúncia. O papel jornalístico está lá", diz Mariana.

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