• 'Tinha trago' ou 'tinha trazido'? Veja essa e outras 'dúvidas eternas' do português

    TINHA TRAGO OU TINHA TRAZIDO?

                        Vamos voltar a uma dúvida que muita gente tem: uso do particípio.

                        Alguns verbos apresentam dois particípios. E o que isso significa? Veja os exemplos:

     “Não sabia que o poeta HAVIA MORRIDO.”

     “Não sabia que o poeta ESTAVA MORTO.”

     “Quando liguei para o banco, o gerente já TINHA ACEITADO a promissória.”

     “A promissória FOI ACEITA pelo banco.”

                        Percebeu? Com os verbos TER e HAVER, devemos usar um tipo de particípio (terminado por –ado ou –ido), que é a forma "regular"; com os verbos SER e ESTAR, outro tipo, chamado "irregular".

                        Mas será que isso também acontece com o verbo TRAZER? A verdade é que esse verbo só tem um particípio: a forma regular (TRAZIDO)

                        É inaceitável, portanto, o uso da forma “trago” como particípio: "Perguntou à aluna se ela tinha trago o trabalho."

                       Diga sempre TINHA TRAZIDO, HAVIA TRAZIDO, FOI TRAZIDO.

     

    RAINHA ou RAÍNHA?

                       Você sabe que cargo ocupa Elizabeth Segunda, da Inglaterra? Você escreve RAINHA (sem acento) ou RAÍNHA (com acento)?

                       Muita gente talvez perca a majestade com essa dúvida. Não é para tanto. Vamos começar separando as sílabas. São três: RA - I - NHA.

                       E qual é a sílaba mais forte? É a segunda, formada apenas pela letra "i". A letra anterior a ela é outra vogal ("a"), que está na sílaba anterior. Forma-se assim o que chamamos hiato: duas vogais juntas em sílabas separadas.

                       Normalmente, quando isso acontece (duas vogais seguidas, em sílabas diferentes), a vogal "i" recebe acento agudo, se ficar sozinha na sílaba ou com “s”. Observe exemplos: sa-í-da, fa-ís-ca, a-ça-í, tra-í-ra, Lu-ís, Lu-í-sa, I-ca-ra-í,  

                       Então, resolvido? Ainda não. Veja que é diferente quando, depois do "i", vêm duas letrinhas, um N e um H (o grupo NH), formando o som que a gente encontra em baNHO, amaNHÃ, viNHO, etc.

                       Aí é que está o problema. Quando isso acontece, o "I" não recebe acento agudo, como em TAINHA, LADAINHA, MOINHO, BAINHA, FUINHA, COROINHA, etc.

                       Por isso, nada de trocar seu reino por um dicionário. É bom ter um, mas agora já sabe: RAINHA não tem acento.

  • 'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

                                     FI-LO PORQUE QUI-LO

                        Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?

                       O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".

                       Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".

                       Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ganha um L quando a forma verbal termina em “r”, “s” ou “z”, que deverão ser cortados: encontrar-o = encontrá-lo; receber-o = recebê-lo; satisfiz-o = satisfi-lo; quis-o = qui-lo , etc.

                       E a ordem das palavras, estaria correta?

                       Reza a gramática normativa que algumas palavras, chamadas "atrativas", têm o poder de puxar para perto os pronomes oblíquos. Entre elas estão as conjunções subordinativas, como o "porque".

                       Jânio, portanto, teria errado ao dizer essa frase. Duvido que ele tenha dito.

                       Segundo a gramática tradicional, o correto seria "FI-LO PORQUE O QUIS".

     

                        RAINHA ou RAÍNHA?

                         Você sabe que cargo ocupa Elizabeth Segunda, da Inglaterra? Você escreve RAINHA (sem acento) ou RAÍNHA (com acento)?

                        Muita gente talvez perca a majestade com essa dúvida. Não é para tanto. Vamos começar separando as sílabas. São três: RA - I - NHA.

                        E qual é a sílaba mais forte? É a segunda, formada apenas pela letra "i". A letra anterior a ela é outra vogal ("a"), que está na sílaba anterior. Forma-se assim o que chamamos hiato: duas vogais juntas em sílabas separadas.

                        Normalmente, quando isso acontece (duas vogais seguidas, em sílabas diferentes), a vogal "i" recebe acento agudo, se ficar sozinha na sílaba ou com “s”. Observe exemplos: sa-í-da, fa-ís-ca, a-ça-í, tra-í-ra, Lu-ís, Lu-í-sa, I-ca-ra-í,  

                        Então, resolvido? Ainda não. Veja que é diferente quando, depois do "i", vêm duas letrinhas, um N e um H (o grupo NH), formando o som que a gente encontra em baNHO, amaNHÃ, viNHO, etc.

                        Aí é que está o problema. Quando isso acontece, o "I" não recebe acento agudo, como em TAINHA, LADAINHA, MOINHO, BAINHA, FUINHA, COROINHA, etc.

                        Por isso, nada de trocar seu reino por um dicionário. É bom ter um, mas agora já sabe: RAINHA não tem acento.

     

                          TINHA TRAGO OU TINHA TRAZIDO?

                         Vamos voltar a uma dúvida que muita gente tem: uso do particípio.

                        Alguns verbos apresentam dois particípios. E o que isso significa? Veja os exemplos:

     “Não sabia que o poeta HAVIA MORRIDO.”

     “Não sabia que o poeta ESTAVA MORTO.”

     “Quando liguei para o banco, o gerente já TINHA ACEITADO a promissória.”

     “A promissória FOI ACEITA pelo banco.”

                        Percebeu? Com os verbos TER e HAVER, devemos usar um tipo de particípio (terminado por –ado ou –ido), que é a forma "regular"; com os verbos SER e ESTAR, outro tipo, chamado "irregular".

                        Mas será que isso também acontece com o verbo TRAZER? A verdade é que esse verbo só tem um particípio: a forma regular (TRAZIDO)

                        É inaceitável, portanto, o uso da forma “trago” como particípio: "Perguntou à aluna se ela tinha trago o trabalho."

                        Diga sempre TINHA TRAZIDO, HAVIA TRAZIDO, FOI TRAZIDO.


                                 HORTÊNSIA OU HORTÊNCIA?

                         Você certamente conhece nosso maior ídolo no basquete feminino, a jogadora Hortência.

                        Mas você sabia que esse também é nome de uma flor? E será que os pais da nossa rainha do basquete a batizaram (anos atrás, lá em Potirendaba, no interior de São Paulo) conforme a ortografia oficial?

                        Como você escreveria o nome da flor: hortênCia (com C, como a jogadora) ou hortênSia (com S).

                        Se você apostou que o correto é com C... errou! Lamento informar que "hortênSia", a flor, é com S.

                        Então, para não errar mais, já sabe: a jogadora Hortência (com C) é uma flor de pessoa, mas o nome da flor é com S.

                        É sempre interessante lembrar que, no Brasil, é muito frequente nomes próprios não respeitarem o sistema ortográfico vigente.

  • Oxítona tem acento? E se terminar em 'i'?

     GARI ou GARÍ?

                       Como você escreve aquela palavra que designa nosso amigo varredor de rua, responsável pela limpeza urbana: GARI (sem acento) ou GARÍ (com acento)?

                       Por ser oxítona (tem acento na última sílaba), muita gente acentua graficamente, para deixar clara a inflexão tônica.

                       Mas nosso sistema ortográfico vigente determina que oxítonas terminadas na letra "I" antecedida de consoante NÃO recebem acento agudo: assim são abacaxi, aqui, juriti, Parati e as formas verbais comi, parti, vivi, bebi, sorri etc.

                       GARI, portanto, NÃO tem acento.

                       Se você tem curiosidade de saber como essa palavra surgiu na nossa língua, saiba que ela vem do nome Aleixo Gary, contratado em 1876 pelo imperador Pedro II para cuidar da limpeza do Rio de Janeiro. Em 1885, Gary criou o primeiro aterro sanitário do Rio, e ficou tão famoso que seu nome passou a designar uma profissão.

     

    ENXADA ou ENCHADA?

                        Nossa dica é para quem gosta de cuidar do jardim e da horta.

                       Se você tiver de escrever sobre aquela ferramenta usada pra cavar, como seria? ENXADA (com X) ou ENCHADA (com CH)?

                       Na grande maioria das vezes, sempre que na palavra houver um som de "CH" após um "EN" (com E e N), o fonema /che/ deve ser escrito com a letra “x”.

                       Dessa forma são escritas palavras como enxurrada, enxame, enxuto, enxergar, enxaqueca, etc. E a nossa enxada não foge à regra: devemos escrever com “x”: ENXADA.

                       Agora, não vá cavar erro à toa: escreva certo, escreva ENXADA, com X.

                       Por outro lado, não podemos esquecer que palavras derivadas de palavras que começam com CH devem ser escritas com CH: cheio = encher, enchimento; charco = encharcar...

  • 'Coletânea' ou 'coletânia'? Veja qual é a grafia correta

    Essa é uma dúvida bastante comum. O encarregado de fazer uma capa de CD, por exemplo, com os grandes sucessos de um cantor famoso, de repente se pergunta: "E agora, o que eu escrevo? É COLETÂNEA (com E) ou COLETÂNIA (com I).

                       Podemos dar duas sugestões: a primeira é substituir a palavra por "antologia"; a segunda seria procurar no dicionário.

                       E lá só encontramos a palavra COLETÂNEA, com E, significando coleção de várias obras, várias canções, vários poemas, vários álbuns, etc.

                       Quanto à "coletania", com "i", essa nem existe. Portanto não tem o que errar: a palavra é COLETÂNEA, com E.

                       A dúvida, mais uma vez, se deve a pronúncia da vogal átona “e” como se fosse “i”: páreo, cidade, dente, futebol...

                       Embora alguns pronunciem forte a vogal “E”, a maioria dos brasileiros pronuncia como se fosse “i”; /pário/, /cidadi/, /denti/, /futibol/...

                       Na hora de escrever, entretanto, é bom lembrar que devemos usar a letra “e”.

     

                        Manauense ou manauara?

                        Recentemente abordamos o problema dos adjetivos gentílicos.

                       É bom lembrar uma curiosidade da nossa língua: como se chama quem é proveniente de Manaus, aquela bela cidade, cercada pela exuberância da natureza amazônica com um povo hospitaleiro e feliz, com muitos matizes étnicos, resultado da miscigenação?

                       Da maneira tradicional, muita gente usaria MANAUENSE, assim como usamos "fluminense", "paranaense", "canadense”.

                       Mas também é correto dizer MANAUARA, formado de outra maneira, dada a influência das línguas indígenas na região. A terminação "ara" vem do tupi e significa "origem".

                       É essa a forma preferencial das pessoas que nascem e vivem em Manaus.

                       Vários dicionários registram também a palavra "manauense", embora seja pouco usada pelos... manauaras.

  • Zigue-zague, zig-zag ou ziguezague?

                       Você sabe como se chama aquele traçado de linhas retas, que formam ângulos ao mudar de direção, não sabe? Como você escreveria essa palavra: "zigue-zague" (com "GUE" e hífen), zig-zag (com "G" e hífen), zigzag (com "G" mas sem hífen) ou ziguezague (com "GUE" e tudo junto, sem hífen)?
                       Segundo os dicionários, a grafia correta é "zigue-zague", com "GUE" e HÍFEN. Essa palavra vem do francês "zigzag", com "G" e sem hífen.
                       Mas, segundo o sistema ortográfico da língua portuguesa, devemos usar hífen nos compostos de dois substantivos não separados por qualquer elemento.
                       Parece difícil?
                       Vamos simplificar: palavras compostas formadas por elementos iguais ou semelhantes devem ser escritas com hífen: zigue-zague, tique-taque, corre-corre, quebra-quebra, lenga-lenga, reco-reco, pingue-pongue, tim-tim, tico-tico, ti-ti-ti, bom-bom, zum-zum-zum...

                       Desinteria ou disinteria?
                       Não precisa ficar com vergonha, muita gente já teve aquele probleminha estomacal que faz correr em busca do banheiro mais próximo....                  
                       E, também, todo mundo já teve dúvida sobre a maneira certa de dizer e escrever essa palavra.
                       Afinal, o certo é disenteria ou desinteria?
                       Muita gente escorrega na hora de falar, porque as duas maneiras são bem parecidas e pela forma como muita gente pronuncia o E com o som de I.
                       Não precisa sair correndo para pegar o dicionário: o certo é DISENTERIA (D-I-S-E)
                       A palavra vem do grego "enteros", que significa "intestino". Dessa palavra também deriva enterite, que é uma inflamação no intestino.
                       E o prefixo que designa “mau funcionamento” é DIS-, por isso: disfunção, disritmia, dispepsia...
                       Agora não passe mais vexame, o correto é DISENTERIA e lembre-se de que "dEsInteria" não existe.
     
                      Você sabe o que é "trinitário-tobagense"?
                       Como já foi explicado recentemente, gentílico é um tipo especial de adjetivo que designa procedência.
                       Francês é um gentílico e refere-se a tudo que procede da França: a culinária francesa, a língua francesa, a cultura francesa.
                       Mas existem alguns gentílicos curiosos, ou pelo menos pouco conhecidos. Vou dar alguns exemplos:
                       Trinitário-tobagense é aquilo que procede da República de Trinidad e Tobago. Também podem ser usados os gentílicos trinitário, trinitino e tobaguiano.
                       E pacenho? É o que procede de La Paz, uma das principais cidades da Bolívia.
                       O monegasco é o que vem de Mônaco, aquele pequeno principado, famoso por sua prova de automobilismo.
                       Já quem vem de Madagascar é malgaxe.
                       Está certo que dificilmente usaremos essas palavras em nosso dia a dia. Mas é bom saber, para alguma eventualidade.


                       Expectador x espectador
                       Existem algumas duplinhas de palavras que confundem porque têm o mesmo som, mas se escrevem de maneira diferente e têm diferentes significados.
                       É o caso de ESPECTADOR (com S) e EXPECTADOR (com X).
                       Uma delas dá nome à pessoa que presencia um evento ou que assiste a um espetáculo. A outra significa alguém que fica na expectativa, que fica na espera.
                       Depois dessa dica, ficou mais fácil? Pois é, EXPECTADOR com X é a pessoa que fica esperando alguma coisa acontecer, que fica, como o nome já diz, na "expectativa".
                       Já o sujeito que vai ver um show, um jogo de futebol ou que fica vendo TV em casa mesmo, esse é o ESPECTADOR, com S.
                       Os espectadores de TV têm até um nome especial: TELESPECTADORES, também com S.
                       A forma "telexpectadores", com X, não existe.

  • Preço accessível ou preço acessível?

    Preço accessível ou preço acessível?
                       Você já deve ter ouvido, inclusive nos telejornais, alguma frase do tipo "com a isenção do IPI, o preço dos automóveis está mais aCCessível".
                       Ou então "o brasileiro é afiCCionado por futebol".
                       Será que o preço está mesmo aCCessível e que o brasileiro é mesmo afiCCionado por futebol?
                       Não caia nessa de querer falar bonito e... errado! O preço é ACESSÍVEL. As pessoas são AFICIONADAS. Esqueça a pronúncia dupla do “c”.
                       Acessível vem de acesso, isto é, quando um preço está acessível, é porque mais pessoas têm acesso àquela mercadoria.
                       E aficionado vem de ofício. A pessoa aficionada cultiva uma arte como se fosse seu ofício, seu trabalho.
                       Portanto não erre mais. Na próxima vez que for ao supermercado, diga que o preço do tomate está acessível. E que você é aficionado (ou aficionada) por cinema.


    Calabreza, milaneza, bolonheza???
                       Você pede uma pizza de calabresa com ZÊ  ou com ESSE? E seu bife à milanesa vem com ESSE ou com ZÊ?
                       Esse tipo de dúvida deve assombrar todas as pessoas que um dia tiveram de elaborar um cardápio.
                       Vamos pensar um pouco. Como se chama a mulher que nasce na China? Acertou quem disse chinesa. E a que nasce na Escócia? Muito bem, escocesa.
                      Essas palavras, que designam origem ou procedência e terminam em –ESA, são sempre com S. E o que a pizza e o bife têm a ver com isso?
                       Tudo a ver. CALABRESA é aquela que vem da Calábria, uma região da Itália. MILANESA e BOLONHESA são aquelas que vêm de Milão e Bolonha, cidades italianas.
                       Pois então, quando você vir num cardápio esses nomes escritos com Z, pode reclamar: Garçom, eu quero um bife à milanesa, mas com S. “Esse bife aqui do cardápio é com Z, e pode me fazer mal.

    Afro-descendente ou afrodescendente?
                       Se você tivesse que escrever sobre Gilberto Gil ou Seu Jorge, eles seriam afro-descendentes (com hífen) ou afrodescendentes (sem hífen)?
                       Se tiver dúvidas, guarde aí: é tudo junto, sem hífen. Quer saber por quê?
                       Quando um prefixo terminado em O se junta a um adjetivo (como "descendente") ou a um substantivo que não começa com O nem H, a união é feita diretamente, sem hífen.
                       Por isso, podemos escrever, sem medo de errar, que Gilberto Gil e Seu Jorge são afrodescendentes, sem hífen.
                       Isso vale também para lusoparlante (a pessoa que fala português), que é escrito tudo junto, assim como para francofilia (admiração pela França ou pelos franceses), e termos parecidos.
                       Mas atenção: nos gentílicos (termos que designam origem), existe hífen sim. Isso veremos a seguir.


    Afro-brasileiro ou afrobrasileiro?
                       Acabamos de ver que AFRO- junto a um adjetivo deve ser escrito sem hífen: afrodescendente.
                       E quando você se refere a alguém que tem origens tanto na África quanto no Brasil? Afro-brasileiro (COM HÍFEN) ou afrobrasileiro (SEM HÍFEN)?
                       É parecido, mas não igual.
                       Nesse caso, trata-se de gentílicos, um tipo especial de adjetivo que designa procedência.
                       Por exemplo, brasileiro é o gentílico que se refere a tudo que procede do Brasil: o povo brasileiro, a música brasileira, o futebol brasileiro.
                       Pode acontecer, porém, que algo proceda de dois lugares, que tenha procedência dupla. Por exemplo, LUSO-BRASILEIRO se refere àquilo que procede tanto de Portugal quanto do Brasil. Nesse caso, usamos o hífen unindo LUSO e BRASILEIRO.
                       O caso de ÍTALO-AMERICANO (aquele que procede da Itália e da América, particularmente dos Estados Unidos) também apresenta o hífen.
                       Lembre-se: palavras que designam dupla procedência se escrevem com hífen.
                       Então, não erre mais: afrodescendente é sem hífen, porque não se trata de gentílico, mas afro-brasileiro, que indica dupla procedência, é com hífen.

Autores

  • Sérgio Nogueira

    Sérgio Nogueira é professor de língua portuguesa formado em letras pela UFRGS, com mestrado pela PUC-Rio. É consultor de português do Grupo Globo.

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O professor Sérgio Nogueira esclarece dúvidas de português dos leitores com exemplos e dicas que facilitam o uso da língua. Mostra erros comuns e clichês que empobrecem o texto.