Oferecido por

Por Kevin Lima, Mateus Rodrigues, Mariana Laboissière, Beatriz Borges, g1 — Brasília


Miriam Leitão: governo tem desafios para implementar a Reforma Tributária

Miriam Leitão: governo tem desafios para implementar a Reforma Tributária

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária.

O texto contém uma série de regras adicionais à base da reforma tributária, que já foi aprovada e promulgada no fim de 2023.

Os textos, juntos, devem reformular o modo como os impostos são cobrados no país atualmente para todos os setores: famílias, empresas, indústrias e produtores rurais.

Ainda há um longo caminho, no entanto, até que o novo sistema tributário entre em vigor. Até lá, as regras ainda podem ser adiadas ou revistas, por exemplo.

Por que isso importa? A reforma tributária vai redefinir a forma como os impostos são cobrados no Brasil em todos os setores: famílias, empresas, indústrias e produtores rurais.

Entenda abaixo os próximos passos:

  • para esse projeto aprovado pela Câmara;
  • para completar a regulamentação da reforma tributária;
  • para que o novo sistema de impostos entre em vigor.

Placar de votação das regras da reforma tributária. — Foto: Reprodução

O projeto no Congresso

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados nesta quarta foi enviado para a análise no Senado Federal.

Por lá, ele vai passar por comissões, antes de ir direto para o plenário.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) anunciou nesta quinta-feira (11) que o relator da reforma tributária na Casa será o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Braga terá o papel de analisar as emendas (sugestão de mudanças), além de elaborar uma proposta de consenso.

Pacheco também disse que o projeto vai para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.

  • Pode voltar à Câmara

Se o Senado fizer mudanças muito significativas, o texto terá que voltar à Câmara para uma nova análise.

Os deputados podem manter a versão do Senado, reverter as mudanças ou até propor ideias novas.

  • Vai à sanção

Se for votado no Senado sem grandes mudanças, ou se passar pela nova votação na Câmara, o projeto segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nessa etapa, o presidente recebe análises técnicas dos ministérios sobre o texto e decide se sanciona ou veta as novas regras.

O que for sancionado vira lei.

O que for vetado volta à análise do Congresso, que pode manter a decisão de Lula (derrubando de vez o trecho) ou revogá-la (inserindo o trecho na lei).

Outros textos da regulamentação

Além desse projeto que a Câmara aprovou, no entanto, serão necessários outros textos para fechar a complementação das regras da reforma tributária.

▶ O governo enviou até agora dois textos:

  • um que define regras mais específicas sobre alíquotas e produtos submetidos à tributação – que a Câmara votou;
  • um que trata do Comitê Gestor que vai gerenciar o IBS – imposto que será arrecadado por estados e municípios, no novo modelo – e deve ser votado na Câmara em agosto.

▶ O que falta para o governo enviar:

O envio desses dois projetos vai marcar uma segunda etapa de regulamentação da reforma tributária.

Ao contrário da reforma tributária sobre o consumo, no caso da renda não é necessário o envio de uma Proposta de Emenda Constitucional. Projetos de lei são suficientes. Com isso, a necessidade de votos será menor para sua aprovação.

A reforma do IR é uma das diretrizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem declarado que vai colocar o "pobre no orçamento" e o "rico no imposto de renda". A área econômica do governo Lula ainda não divulgou, entretanto, sua proposta para a reforma do Imposto de Renda.

Com relação ao projeto de lei que reforma a folha de salários, governo e Congresso já entraram em um acordo, em maio, de como ocorrerá a desoneração. No então, ainda falta definir como será a compensação para os 17 setores da economia que serão afetados pela medida.

Governo e Congresso têm debatido o tema, que tem previsão de ser votado na semana que vem.

Regras de transição

A reforma tributária prevê regras de transição até 2033, quando o novo modelo entrará plenamente em vigor. Ou seja: as mudanças não serão imediatas.

O avanço da reforma, no entanto, envia sinais positivos a investidores e empresários e pode melhorar o cenário econômico antes mesmo de entrar em vigor.

É importante lembrar que as regras da reforma tributária serão aplicadas de forma escalonada nos próximos anos, e todos os seus efeitos serão sentidos ao longo do tempo.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!