A ferramenta está pegando no Brasil. A presença de autoridades na rede social Twitter vem crescendo e acaba de ganhar um adepto – Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda. A estreia foi há poucas semanas, durante a viagem que fez a Paris para reunião com membros da OCDE.

 

E rapidamente ganhou milhares de seguidores, com seus posts sendo bastante retuitados, curtidos, comentados. Em poucas horas, Meirelles virou ‘trend topics’, a lista dos 10 assuntos mais comentados da rede. Os números do primeiro post, dele se apresentando, mostram que a decisão foi bem recebida.

 

Conversei com assessores de Meirelles que me contaram que o ministro sentiu vontade, e necessidade, de entrar no terreno fértil dos debates das redes sociais. A comunicação é indispensável em momentos de crise, e esta exposição pode dar ao ministro a chance de dizer o que pensa, sem edição. Ao mesmo tempo, o expõe a críticas e ataques, que são comuns, mas não menos desagradáveis.

 

Meirelles é a mais alta autoridade da Fazenda, mas não é o primeiro a usar as redes para se posicionar e também responder diretamente a quem quer que seja. O secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueta Almeida, já era assíduo no Twitter antes de assumir o cargo. Chegou a se “despedir” já que assumia uma posição pública, mas não resistiu e acabou voltando.

 

A participação do Mansueto também repercutiu bastante e ele aproveita o espaço para postar muitos dados sobre previdência e contas públicas, fazendo comparações com o resto do mundo e sobre a evolução da economia brasileira.

 

Nesta semana, um dos tuítes de Meirelles virou manchete nos sites de notícias. Ele fez um post dizendo que o desemprego tinha parado de subir em abril e que a taxa cairia a partir de agosto. E emendou:

 

“Temos que levar em conta que estamos saindo da maior recessão da nossa história, que deixou 14 milhões de brasileiros sem emprego. Os efeitos de uma recessão tão forte quanto a dos últimos anos não desaparecem do dia para a noite”, disse, Nada diferente do que ele tem dito nas entrevistas e nos encontros com investidores e empresários. Mas no Twitter, ele fala com ‘todo mundo’.

 

“Está gerando efeito, está gerando assunto. Ele está satisfeito”, me disse um de seus assessores.