Twister, Ninja, Ténéré, Vespa, Monster e Tiger: entenda os nomes da motos
Marieta, Lulu ou Genoveva? Nada disso, vamos falar de Twister, RD 350, Dream, Ninja, Ténéré, Vespa, Monster e Tiger. Hoje o tema não é aquele apelidinho ou nome carinhoso que você aplicou à sua querida motocicleta, mas sim o nome de batismo dado pelo fabricante, surgido sabe-se lá como, se num lampejo ou depois de exaustivas reuniões e pesquisas. De um modo geral nomes de produtos, principalmente de veículos, devem ser fáceis de lembrar, marcantes e principalmente garantidores de boas vendas. Às vezes funcionam, as vezes não…
É um mundo grandão esse dos nomes de motos e o estímulo para tocar neste assunto foi o recente lançamento da Honda CB Twister, uma 250 cujo nome é um repeteco pois, como todos vocês sabem (sabem?), de 2001 a 2008 existiu uma outra Honda chamada Twister no Brasil, a CBX 250, que pouco ou nada tem a ver com a atual.
CB TWISTER FOI LANÇADA NO SALÂO DUAS RODAS. ASSISTA:
Com esse fato na cabeça, em meia horinha me diverti anotando mais de uma centena de nomes de motos (veja a listinha ao final do texto). Muitas delas jamais vi de perto, outras tantas admirei em museus. Felizmente, em 80% delas, tive o prazer de andar e algumas até para moraram na minha garagem.
Primeira conclusão após terminar a lista é que a Honda, a maior fabricante mundial de motos faz tempo, é também a mais fértil criadora de nomes. Qual a razão? Ser a marca líder significa produzir mais e vender mais, claro, mas só isso não justificaria. A verdade é que a Yamaha, segunda colocada na minha relação em quantidade de nomes, favorece de maneira escancarada as siglas, as letrinhas. Querem ver? A Yamaha superesportivas é aR1. A M1 é a versão MotoGP, a do Valentino; Yamaha RD 350, que nunca teve nome oficial, tem o apelido de “Viúva Negra”. E o que não dizer das DT, TT, WR ou YBR?
A primeira motocicleta de verdadeiro sucesso da Honda, lançada em 1949, foi oficialmente batizada de Dream (sonho, em inglês) e para quem pensa que foi o fundador da empresa a tê-la batizado assim, o próprio Soichiro Honda explicou certa vez que não: “Naquela época eu vivia falando sobre meu sonho de tornar a Honda o maior produtor mundial de motos, e acho que isso levou alguém da minha equipe sugerir este nome”.
O nome fez sucesso, deu sorte e assim a Honda manteve a tradição de dar nomes, e até repetí-los como o Twister, que alude a um fenômeno meteorológico, um tornado que, vejam vocês, foi o nome dado à versão trail da CBX 250, batizada de XR 250 Tornado. Sabe como é que é: vento, força, movimento, nomes tudo a ver com motocicleta!
E o tal Titan? A mais vendida das motos da Honda no Brasil, que evoluiu para CG 160, “veste” este nome desde 1994 e seu significado, extraído da mitologia grega, lembra poder e força, ótimo para uma moto destinada ao trabalho. Antes disso, de 1989 a 1994, a CG se chamou Today (“hoje, em inglês), nome pensado para estimular o óbvio uso no dia a dia.
SAIBA COMO É A NOVA HONDA CG 160 EM VÍDEO:
Animais e lugares, além de fenômenos meteorológicos, são um território de caça frequente dos inventores de nomes das indústrias de motos. No passado eles andavam de dicionários na mão, agora passam o dia “googleando” na grande rede. Imaginamos a luta para encontrar algo tão poderoso e marcante quanto o Ninja das Kawasaki, de longe o mais forte nome da indústria da moto. Até mesmo no cinema nunca vimos um desses lutadores orientais apanhando, bom presságio para motos assim batizadas.
ASSISTA A COMPARATIVO DA NINJA 300 E A CBR 250R:
E o que dizer do Ténéré da Yamaha? Nome de um deserto da porção da África colonizada pelos franceses, esse sonoro nominho cheinho de acentos (cuja pronuncia certa é “Tenerê”, (acento agudo funciona como o nosso circunflexo em francês) tinha tudo para dar errado: comprido, esquisito mas… pilhou as trails em uma época – começo dos anos 1990 – na qual o rali Paris-Dakar era uma grande novidade, dando à Yamaha a chance de enaltecer suas muitas vitórias nessa competição, e as Ténéré, com acentos, pronúncia errada e tudo, viraram lenda.
Outra marca que se apoderou do nome de um lugar do planeta onde uma de suas motos fez bonito foi a Triumph. A icônica Bonneville tem este nome para remeter aos recordes de velocidade batidos no Bonneville Salt Flats, no estado de Utah, EUA, onde malucos de todo o planeta vão acelerar em retas quase infinitas, como fez uma gloriosa Triumph no já distante ano de 1955.
Outro lago americano, o Elsinore, na Califórnia, deu motivo para a Honda usar o nome para batizar uma pouco conhecida mas muito importante motocicleta: sua CRM 250 Elsinore, que pode ser considerada a mãe de todas as motocross de sucesso da marca, tendo vencido várias corridas ao redor do tal lago. E nessa mesma linhagem “lugares” existiram a nossa bem conhecida Honda Sahara, as maxitrail Africa Twin, Varadero (uma praia em Cuba) e Transalp, em cuja carenagem há, inclusive, as coordenadas geográficas de uma estrada nos Alpes franceses, muito boa para – advinhe? – passear de motos.
Quanto aos bichos, nossa conhecida Honda Falcon e veloz Superblackbird (passaro preto…) dividem a área zoológica com a conhecidissima Suzuki Hayabusa, velocíssima ave de rapina japonesa. Mas nem só de passáros vive a indústria de motos: a Triumph batizou várias de suas motos com o nome Tiger, e há até inseto na parada: a Aprilia e seu conhecido Scarabeo (escaravelho em Italiano) e a italianíssima Vespa da Piaggio.
E já que estamos na Itália, duas marcas do “bel paese” usam e abusam de nomes. A Ducati de maior sucesso em vendas chama-se Monster, a mais rápida é a Panigale, bairro da cidade de Bolonha onde fica a fábrica. Mais Ducati? Chama-se Multistrada a moto que anda em qualquer tipo de terreno, enquanto a Hypermotard e a versão que faz isso muito rápido e derrapando, lembrando que Strada quer dizer – ah é? – estrada em italiano.
A Honda no Brasil usou esse nome no anos 1980 para batizar sua CBX 200. A MV Agusta, italiana como a Ducati, meio que plagiou a rival: em vez de Monster, Brutale, e para não deixar dúvida sobre o alvo, tem também a Rivale. Esses nomes dispensam tradução para brasileiros, que ainda podem se orgulhar de existir uma Ducati batizada de Senna, especialíssima, como foi o piloto.
Nomes poderosos, bélicos, espadas, armas, são queridos também. A Ducati tem a Diavel (diabo no dialeto de bolonha), a Suzuki a Katana, a espada dos samurais, e Gladius, adaga de combatentes romanos. Elas fazem par com a Fireblade (lâmina de fogo, em inglês) da Honda. E falando em fogo, lembramos do Vulcan de muitas Kawasaki, que faz parzinho com o Inazuma (relâmpago, em japonês) da Suzuki.
O departamento meteorológico ainda conta com a Honda Hurricane (furacão em inglês), e há os nomes inventados ou fusões de dois nomes: os Thundercat e Thunderace das Yamaha de uma década atrás são bons exemplos de mistura. “Ace” significa Ás, “cat” é gato, já Thunder é trovão, tudo na língua de Shakespeare. Se fosse vivo, o bardo torceria a cara para essas palavras novas? Finalizando com nomes “criativos” que não existem em lingua nenhuma há o Versys das Kawasaki (que alude a versatilidade), os Suzuki Burgman (alusão ao homem na cidade, burgo=cidade, man=homem, ou homen ensanduichado no engarrafamento? Vai saber…) ou Crypton (substância que tira a força do Super-Homem? Mistério!).
Veja abaixo a lista dos mais de 100 que lembrei na tal meia horinha. Faltam muitos nomes, eu sei. Se quiser lembrar de mais alguns outros nomes legais ou importantes, fique à vontade!
Honda: Turuna, Falcon, Twister, Tornado, Hurricane, Sahara, Today, Titan, Blackbird, Shadow, Biz, Pop, Lead, Start, Bros, Transalp, Goldwing, Africa Twin, Fireblade, Fan, Elsinore, Aero, Varadero, Dream, Hawk, Nighthawk, Interceptor, Magna, Strada.
Yamaha: Ténéré, Lander, Crypton, Fazer, Midnightstar, Virago, Jog, Majesty, Venture Royale, Factor, Bulldog, Seca, Diversion, Thunderace, Thundercat, Neo, Crosser.
Suzuki: Intruder, Marauder, Boulevard, Katana, Burgman, Gamma, Hayabusa, Gladius, B-King, Bandit, Inazuma.
Kawasaki: Vulcan, Eliminator, Ninja, Versys, Concours, Voyager, Zephyr.
Ducati: Monster, Desmosedici, Panigale, Multistrada, Diavel, Hypermotard, Scrambler, Senna.
Triumph: Bonneville, Tiger, Daytona, Rocket, Thunderbird, Thruxton.
MV Agusta: Brutale, Rivale, Dragster.
Cagiva: Mito, Elefant, Raptor.
Harley-Davidson: Street, Iron, Fat Boy, Breakout, Electra Glide.
Indian: Scout, Chief.
KTM: Duke, Adventure.
BMW: Scarver, NineT, Sertão, Dakar.
Aprilia: Tuono, Dorsoduro, Caponord, Scarabeo, Mille.
Munch: Mammoth
Norton: Commando, Dominator, Manx.
Royal-Enfield: Bullet.
Gilera: Saturno
Piaggio: Vespa
NOMES LEMBRADOS PELOS LEITORES:
Honda Biz - Adélio
Honda Hornet - José Roberto
Honda CB 750 Four e 400 - Carlos Vitorino
Honda NX 650 Dominator - Wilhelm Schubert
Harley-Davidson Sportster, Rocker, Deluxe, Dyna - Fábio Caetano
Suzuki V-Strom - Pedro Paiva
Suzuki Intruder, Marauder e Boulevard - Eduardo
Yamaha Dragstar - Eduardo
Yamaha V-Max - François Gnoatto
Yamaha XJ6 - Mateus Tesche
Yamaha TT 125 - Carlos Brega
Yamaha DT 180 - Carlos Brega
Yamaha Crosser - Fabio Caetano