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Olá! Completamos a terceira semana de expedição. Até agora já foram mais de 4.600 km rodados. Nesta sexta-feira (22), o calor voltou a nos atingir em Altamira (PA). Aliás, estamos passando alguns apuros com as altas temperaturas registradas nas cidades por onde passamos.

O primeiro choque que tivemos pela proximidade com a linha do Equador aconteceu em Picos (PI). E olhe que a cidade nem está assim tão perto do Equador. Foi de faltar o ar depois do meio dia. O sol forte, a poeira suspensa no ar e a falta de sombra fizeram o Luciano e eu ficarmos com leseira além da medida.

Mapa ALTAMIRA (VALE ESSE)Em Guaribas (PI) também passamos calor, mas diferente dos outros. Lá a temperatura era resultado da falta de chuva. Segundo os moradores nos relataram, eles não sabem o que é chuva há três anos. Só uns pinguinhos.

Em Balsas (MA), o calor continuou, mas deu uma certa refrescada. Em Estreito (MA) a coisa mudou. Chegamos em um dia chuvoso, literalmente caiu o céu. Chuva forte, daquelas que costumamos dizer em São Paulo que parece chuva de verão, só que dessa vez mais prolongada.

Em Marabá (PA) também foi quente. Mas aí a umidade do ar, típica de algumas regiões do Pará, se fez presente. Era aquele famoso bafo quente, pra falar o famoso português claro. Mas diferente de Belém, não pegamos nenhuma chuva das três (15h). Apesar disso, não foi difícil que as lentes dos meus óculos ficassem embaçadas por causa do calor. Isso foi rotina.

Chegando a Altamira (PA) e sentimos a brisa refrescante, bem típica de uma cidade margeada por um rio, no caso, o Xingu. Mas logo fomos castigados pela sombra quente da cidade. Mesmo nublada, Altamira estava absurdamente quente na manhã desta sexta. Foi até difícil fazer as entrevistas e conversar com as pessoas, tamanho era o suor. Claro, isso até serviu para quebrar o gelo, pois as pessoas que vivem em Altamira já estão acostumadas e mais riam do Luciano e de mim.

O que mais impressionou a gente, em todas as cidades, foi que é tempo de inverno por aqui. Inverno, na verdade, é o período do ano que mais chove e por isso a temperatura cai. Por esse motivo não deveríamos estar com tanto calor assim.

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Mas eu queria fazer um parêntese sobre a Transamazônica, sobre o trecho que liga Marabá a Altamira. Quando conversamos sobre o percurso, muitas pessoas nos relataram que fizeram a mesma rota recentemente. Claro, aproveitamos para pegar algumas dicas sobre o trecho. Uns disseram que a situação estava começando a ficar ruim por causa do inverno que relatei acima. Outros falaram que havia muitas obras de recapeamento e asfaltamento da rodovia e que estava bom para dirigir entre algumas cidades. Teve até quem recomendasse, por causa das chuvas, que a gente comprasse sacos de areia para colocar na caçamba de nosso carro e assim dar mais estabilidade na lama. Deixamos a areia de lado.

De fato, o inverno não influenciou nosso desempenho no trajeto, mas a quantidade de trechos sem asfalto algum, buracos enormes, terra pura. Em outros pontos, obras sem sinalização alguma, curvas fechadas e mal sinalizadas. Vários trechos de recapeamento recente e alguns quilômetros novamente sem asfalto e nem iluminação elétrica ou sinalização reflexiva. Pontes que parecem ser a mesma da época da construção da rodovia, onde só passa um carro por vez, subidas extremamente íngremes, máquinas nas pistas, enfim, um verdadeiro caos.

O trajeto de pouco mais de 500 km foi feito por nós em desconfortáveis 11 horas e meia. O fato de haver obras na região é um alento para quem precisa e usa a Transamazônica com frequência ou diariamente. É sinal de que as coisas por lá podem melhorar, mas, pelo que vimos, ainda vai demorar.