Hoje encontramos com o vendedor Luiz Carlos Silva de Oliveira Júnior, 34 anos, “mais nome do que gente”, como ele mesmo se define. Ele chamou nossa atenção por colorir a cidade, esvaziada pelo feriado, com várias bandeiras de times de futebol. Luiz nos contou que circula por várias cidades paraenses com um estoque de bandeiras na mala. Ele fincou algumas de suas bandeiras no canteiro central da Rua 28, em Marabá (PA) e aproveitou a rodada final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira (20), entre Flamengo e Atlético-PR para faturar um trocado.

Em dez minutos que acompanhamos seu trabalho, a clientela fez fila de motocicletas e de carros. A negociação é ali mesmo, no meio do trânsito. E não tem embalagem. Quem compra sai ostentando o adereço do time de coração na janela do carro ou vestindo a bandeira para seguir de motocicleta.

FilaSegundo ele, as mais pedidas não são as do Remo e nem a do Paysandu, times do Pará. O que mais compram com ele são bandeiras do Flamengo. É o time que tem mais opções de tamanhos e formatos. A bandeira do Corinthians é a segunda na liderança. A do Paysandu vendeu bastante e esgotou o estoque.

Ele garante que tem muito mineiro em Marabá só pela quantidade de bandeiras do Atlético-MG e do Cruzeiro que já vendeu. Luiz tem certeza também que na cidade tem muita gente do Sul e do Sudeste do país. “Tem gaúcho e paulista aqui de montão”.

Luiz contou  que na região todos têm dois times da terra (Remo ou Paysandu) e um do Rio ou de São Paulo. Mesmo vestido com camiseta e boné do Flamengo, resolvi perguntar qual era o time dele, de coração. Ele confessou que era torcedor do Remo, mas que também torcia pelo Flamengo. Quando os dois times se enfrentam, bingo, ele fica dividido e torce pelo empate.

Desafiei o vendedor dizendo que ele era vira-casaca, mas ele explicou que se sentia como os jogadores de futebol: “no coração é um time, mas no bolso é dinheiro. Sou profissional igual a eles”.