Chaine D or Sur Les Psaumes (Tome 2) 000000174
Chaine D or Sur Les Psaumes (Tome 2) 000000174
Chaine D or Sur Les Psaumes (Tome 2) 000000174
SUR
LES PSAUMES
ou
TOME DEUXIÈME.
PARIS
LOUIS VIVES, LIBRAIRE-ÉDITEUR
1879
Biblio!èque Saint Libère
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© Bibliothèque Saint Libère 2007.
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CHAINE D'OR SUR LES PSAUMES.
LIVRE DES PSAUMES
(SUITE D U LIVRE I I . )
PSAUME LX.
Sommaire analytique.
David, exilé loin du tabernacle, dans la villo do Malianaïm, sur le mont
Galaad, lors de la rébellion de son fils Absalon, représente ici l'Eglise et
le fidèle qui, de l'exil de cette vie, soupirent après le ciel.
I. — IL FAIT PROFESSION DE QUATRE VERTUS A L'ÉGARD DE DIEU :
1° La prière, dont il détermine a) le lieu, « des extrémités de la terre; »
6) le mode, « j'ai crié ; » c) le temps, « lorsque mon cœur était dans la
tristesse; » (1, 2);
2° La foi, par laquelle Dieu l'élève sur la pierre ferme qui est Jésus-
Christ ;
3°respérance, qui lui mérite d'avoir Dieu pour conducteur et pour guidc(3);
4° la charité, à laquelle il doit d'être conservé et défendu par Dieu lui-
même (3).
II. — IL LOUE LA BONTÉ DE DIEU ENVERS LUI *.
1° Dieu détourne de lui les maux qui le menaçaient : a) en le retirant dans
son tabernacle comme dans un asile assuré (4) ; b) en le mettant à couvert
sous ses ailes (4).
2° Il le comble de biens : a) des biens de la fortune, en exauçant sa prière
et en le rétablissant sur son trône (5) ; b) des biens du corps, en ajoutant
à sa vie de nouveaux jours, et en étendant sa protection sur ses descen-
dants (G) ; c) des biens de l'urne, en lui donnant la gloire éternelle, et, en
reconnaissance de ces dons magnifiques, David promet de chanter dans
la suite des siècles les louanges de Dieu (7, 8).
Explioations e t Considérations.
I. — 1-3.
f. 1. L'ardeur du Prophète en priant condamne presque toutes
nos prières, parce que nous n'y portons qu'un cœur lâche, insensible,
vide de vrais désirs. « "Vous priez, dit saint Augustin, ayez donc le
cœur élevé vers Dieu. Je dis le cœur élevé vers Dieu, non contre Dieu.
Si vous avez le cœur plein d'orgueil, il est élevé contre Dieu et non
vers Dieu. Celui qui élève sincèrement son cœur vers Dieu, le dépose
entre les mains de Dieu. Dieu reçoit ce cœur, le tient en sa puissance,
ûl l'empêche de retomber vers la terre. » (S. AUG.)
2. C'est toujours des confins de la terre que nous crions vers le
Seigneur. Il est infiniment élevé au-dessus de nous, et nous sommes
infiniment éloignés de lui. (BERTUIER.)
PSAUME LX. 3
II. — 4 - 8 .
f. 8 . S i v o u s c h a n t e z d e s p s a u m e s e n l ' h o n n e u r d u n o m d e D i e u , n e
vous b o r n e z p a s à c h a n t e r p o u r le t e m p s . Voulez-vous c h a n t e r pour
l e s s i è c l e s d e s s i è c l e s ? v o u l e z - v o u s c h a n t e r p o u r l ' é t e r n i t é ? Offrez lui
v o s v œ u x d e j o u r e n j o u r . Q u e v e u t d i r e , offrez-lui vos v œ u x do jour
en j o u r ? Du j o u r actuel jusqu'au j o u r de l'éternité. Persévérez à lui
offrir v o s v œ u x e n c e j o u r , j u s q u ' à c e q u e v o u s a r r i v i e z a u j o u r q u i
n e finit p a s ; c e q u i e s t d i r e q u e « c e l u i q u i a u r a p e r s é v é r é j u s q u ' à la
fin s e r a s a u v é . » (MATTU. XXIV, 1 3 ; , ( S . AUG.) — T r o i s p o i n t s d e v u e
i m p o r t a n t s d a n s c e v e r s e t : le n o m d e D i e u , l ' o b l i g a t i o n d e l u i r e n d r e
h o m m a g e t o u s les j o u r s , le s o u v e n i r des e n g a g e m e n t s q u e n o u s a v o n s
pris avec lui au b a p t ê m e . Le n o m de Dieu, saint, admirable et au-
dessus d e t o u t n o m ; lui r e n d r e h o m m a g e , c'est c o m m e n c e r dès cette
v i e c e q u i f e r a n o t r e g l o i r e e t n o t r e b o n h e u r d a n s l ' é t e r n i t é ; les e n g a -
g e m e n t s pris a u b a p t ê m e avec Dieu, sont, c o m m e le j o u g do J é s u s -
C h r i s t , p l e i n s d e d o u c e u r . (BERTIUER.)
PSAUME LXI.
In fmem, pro Idithun, Psalmus Pour la fin, pour Idithun, Psaume de
David. David.
1. Nonne Deo subjecta erit ani- \. Mon âme ne sora-t-ollo pas soumise
ma mea ? ab ipso enim salutaro à Dieu, puisque c'est de lui que j'attends
meum. mon salut?
2. Nam et ipse Deus meus, et 2. Car c'est lui-môme qui est mon Dieu
salutaris mous : susceptor meus, et mon Sauveur; c'est lui qui est mon
non movebor amplius. protecteur; je ne serai plus ébranlé.
3. Quousquc irruitis in homi- 3. Jusques à quand vous jetterez-vous
ncm ? jnterficitis nnivorsi vos : tan- sur un homme seul? vous réunissant
uum paricli inclinato et maccrise tous ensemble pour le détruire, comme
2épuisai ? une muraille qui poncho, et comme une
masure qui s'écroule.
4. Vorumtamon pretinm menm ht. Car ils ont entrepris de me dé-
cogitavcruiit ropellero , cucurri iu pouiller de ma dignité, et j'ai couru dé-
6 PSAUME LXI.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, qui se rapporte à la persécution de Sai'il ou au temps
de la rébellion d'Absalon, alors que David était renversé de son tronc et
chassé de sa ville capitale, le Roi-Prophôte
I. — MET TOUTE SA CONFIANCE EN DIEU:
i° Il lui soumet son âme : a) parce qu'il est son Dieu, b) parce qu'il est
son Sauveur, c) parce qu'il est son soutien et son protecteur (1, 2).
2° Il reproche à ses ennemis : a) leur ardeur et leur violence pour le ren-
verser ; b) leur cruauté, ils cherchent à lui ôter la vie ; c) leur folie, ils
pensent le renverser comme si Dieu l'avait abandonné (3) ; d) leur ambi-
tion, ils veulent lui ravir la couronne; c) leur obstination, ils le pour-
(l) Los enfants tics hommes sont, menteurs dans les balances, c'esf.-iï-divo rpic
lorsqu'on les met dans la balance de la justice ils montent, parce qu'ils sont sans
poids, comme les choses les plus vaincs, c'est le sens de l'hébreu: in bilance
ascendent.
PSAUME LXI. 7
s u i v e n t d a n s s a fuite et l e p o u s s e n t d a n s l e s d e r n i e r s d a n g e r s ; / ) l e u r
h y p o c r i s i e e t l e u r m a l i c e , ils le b é n i s s e n t d e b o u c h e e t le m a u d i s s e n t d e
coeur (4) ;
3° Il loue Dieu : a) q u i l u i d o n n e l a p a t i e n c e p o u r s u p p o r t e r l'affliction ;
b) q u i l u i d o n n e a i d e et p r o t e c t i o n p o u r r e m p o r t e r l a v i c t o i r e (5, 7).
II. — IL EXHORTE CEUX QUI SONT RÉUNIS AUTOUR 1)E LUI, ET TOUT SON PEUPLE,
A PARTAGER CETTE ESPÉRANCE :
1° E n r é p a n d a n t l e u r c œ u r d e v a n t l u i ; 2° e n a t t e n d a n t d e c e p u i s s a n t
p r o t e c t e u r l e s e c o u r s d o n t ils o n t b e s o i n (8) ;
3° E n m é p r i s a n t l e s e c o u r s et l ' a p p u i d e s h o m m e s , q u i n e s o n t q u e m e n .
s o n g e et t r o m p e r i e (9) ;
4° E n n e s e c o n f i a n t p o i n t d a n s l e s r i c h e s s e s a c q u i s e s s o u v e n t p a r d e s
f r a u d e s s e c r è t e s o u p a r d e s r a p i n e s o u v e r t e s (10) ;
5° En mettant toute leur confiance en Dieu : a) q u i p e u t et q u i v e u t les s e -
c o u r i r p a r s a p u i s s a n c e ot s a m i s é r i c o r d e ; b) q u i , p a r s a j u s t i c e , r e n d à
c h a c u n s u i v a n t ses œ u v r e s ( H , 12).
Explioations et Considérations.
I. - 1-7.
f. 1 , 2 . L e d é b u t d e c e P s a u m e e s t t o u t p r o p r e à t r a n q u i l l i s e r t o u t e
â m e a g i t é e d e t r o u b l e s . Il faut se d i r e à s o i - m ô m e : Quoi ! n e serai-je
pas soumis au S e i g n e u r ? N ' a t t e n d r a i - j e p a s sa visite en paix et en
silence? E h I de qui puis-je espérer m o n salut, m a défense? N'est-il
p a s m o n Dieu, m o n asile, le r o c h e r i n é b r a n l a b l e s u r lequel j e dois
m ' é t a b l i r ? Ces considérations s'étendent à t o u t e s les t r a v e r s e s d e l a
vie, s a n s a u c u n e e x c e p t i o n , m ô m e a u x r e m o r d s q u e n o u s c a u s e n t n o s
p é c h é s ; c a r , a p r è s les avoir- r é t r a c t é s d a n s le fond d e n o t r e c œ u r , le
poids qui nous reste au s o u v e n i r d e ces m i s è r e s , doit ê t r e mis a u x
p i e d s d e Dieu, et c'est d e lui seul qu'il faut a t t e n d r e la consolation
i n t é r i e u r e . Si le P r o p h è t e s'est résigné p l e i n e m e n t e n t r e les m a i n s d e
Dieu, combien plus devons-nous prendre les m ê m e s sentiments de-
puis q u e nous avons Jésus-Christ p o u r médiateur, p o u r avocat, p o u r
victime ! « Ah ! disait saint Ambroise, nous avons tout en Jésus-Christ,
et Jésus-Christ est n o t r e t o u t . Si n o u s v o u l o n s ê t r e g u é r i s d e nos
b l e s s u r e s , il e s t n o t r e m é d e c i n ; s i n o u s s o m m e s b r û l é s d e l a fièvre
a r d e n t e d e s c o n v o i t i s e s , il est n o t r e r a f r a î c h i s s e m e n t ; si n o u s s o m m e s
a c c a b l é s d u p o i d s d e n o s p é c h é s , il e s t n o t r e j u s t i c e ; s i n o u s a v o n s
b e s o i n d e s e c o u r s , il e s t n o i r e f o r c e ; si n o u s c r a i g n o n s l a m o r t , il e s t
8 PSAUME LXI.
n o t r e v i e ; si n o u s f u y o n s l e s t é n è b r e s , il e s t n o t r e l u m i è r e ; si n o u s
d é s i r o n s l e c i e l , il e s t n o t r e v o i e ; si n o u s s o m m e s a f f a m é s , il e s t n o t r e
a l i m e n t . » (BERTUIEH.)
f. 3, 4. « Vous vous réunissez tous ensemble pour le tuer. » Le
c o r p s d ' u n s e u l h o m m e ofïYe-t-il tant de place pour les coups, que
tous les h o m m e s puissent le frapper à mort ? Aussi devons-nous voir
e n cet h o m m e notre p e r s o n n e , la p e r s o n n e de n o t r e E g l i s e , la p e r -
s o n n e du corps du Christ. Jésus-Christ n'est, e n effet, q u ' u n seul
h o m m e , l a t è t e e t le c o r p s , le S a u v e u r d u c o r p s e t l e s m e m b r e s d e c e
c o r p s , d e u x e n u n e m ê m e c h a i r (GEN. II, 2 4 e t EruES. v , 3 0 ) , e n u n e
m ê m e v o i x , en u n e m ê m e souffrance, et plus tard, q u a n d l'iniquité
a u r a p a s s é , e n u n m ê m e r e p o s . ( S . AUG.) — L e s m i n i s t r e s e t l e s i n s -
t r u m e n t s d u d é m o n n e s e c o n t e n t e n t p a s d e s e j e t e r u n e fois s u r l e u r
v i c t i m e , ils u n i s s e n t et r e d o u b l e n t leurs efforts, j u s q u ' à ce qu'ils a i e n t
r e n v e r s é celui qu'ils a t t a q u e n t et qu'ils l'aient rendu s e m b l a b l e à u n e
muraille qui p e n c h e et à u n e masure ébranlée. T a n t qu'une muraille
reste droite et dans son a p l o m b , elle conserve sa solidité ; mais, dès
qu'elle est inclinée, elle est nécessairement c o n d a m n é e à t o m b e r . . .
C'est l a figure d e l a n a t u r e h u m a i n e f o r t e m e n t i n c l i n é e p a r l e p é c h é ,
e t q u ' i l a fallu d é t r u i r e d e f o n d e n c o m b l e p o u r l a r e b â t i r s u r d e n o u -
v e a u x f o n d e m e n t s et la rendre inébranlable aux attaques de l'ennemi.
— S a i n t Grégoire d o n n e un excellent avis pour n o u s encourager à
combattre toute cette troupe acharnée contre nous, savoir : le d é m o n ,
la chair, le m o n d e , les m a u v a i s e x e m p l e s , les révoltes de l'amour-
p r o p r e , les fausses craintes, les joies d é p l a c é e s , les inclinations d é r é -
g l é e s ; e n un m o t , tout ce qui n o u s d é t o u r n e de la route du salut.
Considérez, dit-il, où vous avez été, où vous serez, o ù vous êtes, o ù
vous n'êtes pas. Vous avez été pécheurs, vous serez présentés au
j u g e m e n t de Dieu, vous êtes entourés de d a n g e r s , v o u s n'êtes point
d a n s v o t r e v é r i t a b l e p a t r i e . (ÏIERTHIER.) — « Ils o n t e n t r e p r i s d e m e
d é p o u i l l e r d e n o t r e g l o i r e . » N o t r e g l o i r e , c'est l a c h a s t e t é q u i nous
sépare des animaux sans raison et nous rend semblables aux Anges ;
n o t r e g l o i r e , c ' e s t la m i s é i i c o r d e q u i , e n s ' e x e r ç a n t à l ' é g a r d d e s i n d i -
g e n t s , n o u s r a c h è t e d e l a m o r t ; n o t r e g l o i r e , c ' e s t l a foi q u i c o n q u i e r t
à Jésus-Christ tous les h o m m e s o p p r i m é s s o u s le j o u g de l'erreur e t
d e l ' i d o l â t r i e ; n o t r e g l o i r e , c'est la b o n n e r é p u t a t i o n d o n t n o u s j o u i s -
s o n s auprès des h o m m e s qui voient et apprécient le mérite de nos
b o n n e s œ u v r e s ; n o t r e g l o i r e , c'est l a p u r e t é e t l a s i m p l i c i t é , c a r il n ' y
a rien de plus précieux qu'un h o m m e simple. ( S . AMBR.) — Ce b i e n
PSAUME LXI. 9
p r é c i e u x , ce p r i x d e l ' h o m m e , c'est le s a n g d e Jésus-Christ. « Vous
avez é t é r a c h e t é s d ' u n g r a n d p r i x , n e d e v e n e z p o i n t les esclaves d e s
h o m m e s . » (I COR. v a , 2 3 . ) C'est c e p r i x q u e l e s s u p p ô t s d u démon
c h e r c h e n t à r e n d r e inutile, en r e p l o n g e a n t d a n s la servitude du p é c h é
c e u x q u e J é s u s - C h r i s t e n a v a i t d é l i v r é s . ( S . BASILIÎ.) — « C e p e n d a n t ,
ils o n t f o r m é le dessein d e d é t r u i r e m a g l o i r e . » Ils ont été vaincus
a u m o m e n t m ê m e o ù ils m e t t a i e n t à mort des h o m m e s qui ne leur
r é s i s t a i e n t p a s ; le s a n g d e l e u r s v i c t i m e s a m u l t i p l i é le n o m b r e d e s
fidèles ; à l e u r t o u r , ils o n t c é d é a u x c h r é t i e n s , f a u t e d e suffire à l e s
égorger tous. « Cependant, ils o n t f o r m é le d e s s e i n d e d é t r u i r e ma
gloire. » M a i n t e n a n t d o n c q u e l'on ne p e u t p l u s m a s s a c r e r le c h r é -
tien, on cherche à lui ô t e r sa g l o i r e c o m m e c h r é t i e n . En effet, la
g l o i r e d e s c h r é t i e n s f a i t a u j o u r d ' h u i l e t o u r m e n t d e s i m p i c s . ( S . AUG.)
— B é n i r d e b o u c h e , et m a u d i r e d e c œ u r , l o u e r e n p u b l i c et déchirer
la réputation e n secret, c'est une trahison noire et fort commune
d a n s le m o n d e . Mais faire la m ê m e c h o s e à l ' é g a r d d e Dieu, « l ' h o n o -
r e r d e s l è v r e s et a v o i r le c œ u r bien loin de lui, » (MATTH. XV, 8 ) ,
c'est une hypocrisie détestable, et digne d e tous les a n a l h è m e s d u
ciel et d e l a t e r r e .
f. 5 - 7 . Q u e l l e e s t l a s o u r c e d o n o t r e p a t i e n c e a u m i l i e u d e si a f f r e u x
scandales, sinon que nous espérons ce q u e n o u s n e v o y o n s p a s , e t
q u e n o u s l ' a t t e n d o n s p a r l a p a t i e n c e ? (ROM. vrrr, 2 5 . ) — 1 a s o u f f r a n c e
m ' e s t v e n u e , le r e p o s m e v i e n d r a a u s s i ; la t r i b u l a t i o n m'est v e n u e ,
le m o m e n t v i e n d r a aussi où j e serai p u r d e t o u t p é c h é . Est-ce que
l'or brille d a n s le creuset d e l ' o r f è v r e ? I l b r i l l e r a s u r Je c o l l i e r , il
brillera sur quelque o r n e m e n t ; mais, en attendant, qu'il supporte la
f l a m m e d u creuset, p o u r a r r i v e r à la l u m i è r e d é g a g é de t o u t m é l a n g e
impur. D a n s c e c r e u s e t , il y a d e l a p a i l l e , il y a d u feu : l ' o r f è v r e
a t t i s e la f l a m m e ; la paille b r û l e d a n s le c r e u s e t , t a n d i s q u e l'or s'y
purifie; la paille est réduite en c e n d r e et l'or est d é g a g é d e tout m é -
l a n g e i m p u r . L e creuset, c'est le m o n d e ; la p a i l l e , les i m p i c s ; l'or, les
j u s t e s ; le feu, les t r i b u l a t i o n s ; l'orfèvre, D i e u . Ce q u e v e u t l'orfèvre,
j e l e fais ; o ù m e p l a c e l ' o r f è v r e , j e r e s t e p a t i e m m e n t ; à m o i l e d e v o i r
d e s u p p o r t e r , à l u i l a s c i e n c e d e m e p u r i f i e r . Q u e la p a i l l e b r û l e p o u r
m ' e n f l a m m e r et c o m m e p o u r m e c o n s u m e r , elle est r é d u i t e en c e n -
d r e s , m a i s m o i j e suis d é g a g é de t o u t e s souillures. P o u r q u o i ? parce
q u e « m o n â m e sera soumise à Dieu, parce q u e m a patience vient d e
l u i . » ( S . AUG.) — L e P r o p h è t e r e v i e n t a u x d e u x p r é c é d e n t s v e r s e t s ,
p o u r m o n t r e r l a g r a n d e u r d e s t e n t a t i o n s d o n t il e s t a s s a i l l i c l la p r o -
10 PSAUME LXI.
II. _ 8 - 1 3 .
f. 8. G r a n d sujet de confiance p o u r u n c h r é t i e n , d e se t e n i r a t t a -
c h é à l ' a s s e m b l é e d u p e u p l e d e D i e u . O n a d r o i t d ' e s p é r e r e n lui, si
l ' o n n e r o m p t j a m a i s le l i e n s a c r é d e c e t t e u n i t é si n é c e s s a i r e . C ' e s t
dans l'assemblée de ceux que la charité unit ensemble qu'on peut
l i b r e m e n t r é p a n d r e son c œ u r e n la p r é s e n c e d e Celui q u i d é c l a r e q u e
l à o ù d e u x o u t r o i s s e r o n t a s s e m b l é s e n s o n n o m , il s e t r o u v e r a a u
m i l i e u d ' e u x . C ' e s t enfin c e t t e a s s e m b l é e v r a i m e n t c a t h o l i q u e q u i p e u t
s e u l e se g l o r i f i e r d'avoir Dieu éternellement pour protecteur, parce
qu'il n ' a b a n d o n n e r a j a m a i s son Eglise, et q u e nulle puissance, sur la
t e r r e ni d a n s l'enfer, n e p o u r r a p r é v a l o i r c o n t r e e l l e 1 (DUGUET.) —
L'effusion d u c œ u r d e v a n t Dieu se fait e n d e u x m a n i è r e s ; première-
m e n t , q u a n d o n le v i d e d e t o u t e s l e s a f f e c t i o n s t e r r e s t r e s pour rece-
v o i r e n s u i t e l e s i m p r e s s i o n s d e l ' a m o u r d i v i n ; ( S . BASILE); secon-
d e m e n t , q u a n d o n e x p o s e à Dieu t o u s ses b e s o i n s , t o u t e s ses m i s è r e s ,
afin q u ' i l y r e m é d i e p a r s a g r â c e . C e s d e u x m a n i è r e s d e p r i e r s o n t
e x c e l l e n t e s , e t p a r c o n s é q u e n t t r è s - r a r e s . L a p r e m i è r e e s t la p l u s dif-
ficile, p a r c e qu'il faut d é p o u i l l e r l ' â m e d e ses p a s s i o n s , lui d i s p u t e r
ses g o û t s , l a c o n t r a r i e r d a n s ses p e n c h a n t s . L e c h a o s n ' a p o i n t résiste
au S e i g n e u r , p a r c e qu'il était v i d e ; l'âme, remplie d ' e l l e - m ê m e , n e
recevra point l'opération divine, parce qu'elle est déjà tout oc-
c u p é e ; il f a u t l a v i d e r , afin q u e l a m a i n d e D i e u y o p è r e d e gran-
des choses. Le m o t du P r o p h è t e , « répandez-vous devant le Sei-
neur, » doit être m é d i t é . . . Il c o m p r e n d toute la science de l'o-
raison , qui n'est que l'effusion du cœur d a n s le sein de Dieu.
(BERTUIER.) — Nous ne répandons nos discours ni les pensées
qui p r o c è d e n t de la portion spirituelle de nos âmes que nous appe-
l o n s r a i s o n , et p a r laquelle n o u s s o m m e s différents d'avec les a n i m a u x ,
s i n o n p a r n o s p a r o l e s , e t p a r c o n s é q u e n t p a r le m o y e n d e l a b o u c h e ;
ainsi, verser son emur et r é p a n d r e son c œ u r n'est autre chose que
p a r l e r : « Versez d e v a n t Dieu vos c œ u r s , » dit le P s a l m i s t e , c ' e s t - à -
PSAUME LXI. H
PSAUME LXII.
Sommaire analytique.
David, fuyant son fils Absalon, et se trouvant dans le désert de
l'Idumée (1),
I. — FAIT CONNAITRE LES CONDITIONS REQUISES POUR LA PRIÈRE,
ET QUELLE DOIT EN ÊTRE LA FIN :
1° Conditions : a) la vigilance dés l'aurore ; b) le désir ardent de l'âme
de s'unir à Dieu ; c) le désir naturel du corps et de l'appétit inférieur do
recueillir quelques miettes de ce sacré banquet, quelques gouttes de cette
fontaine divine (1) ;
2° Fin de la prière, c'est : a) la puissance de Dieu qui nous aide et
nous fortifie ; b) la gloire de Dieu (2).
II. — IL EXPRIME TOUTE SA RECONNAISSANCE POUR LA MISÉRICORDE DE DIEU,
QU'IL MET AU-DESSUS DE TOUS LES D1ENS (3) *.
1° Pour louer et célébrer cette miséricorde, il fait concourir : a) sa bouche
et ses lèvres, b)ses œuvres (4), c) son cœur et sa volonté(îJ), d) sa mémoire
et son intelligence (6) ;
2° Il expose les effets de cette divine miséricorde, considérée : a) du côté de
Dieu, 1) qui le secourt dans le combat (7), 2) qui le protège dans le repos,
3) qui le précède dans le chemin et le tient par la main (8) ; b) du côté de
ses ennemis, il prévoit : 1) qu'ils seront frustrés de la proie qu'ils dé-
sirent (9) ; 2) qu'ils tomberont dans les précipices, seront livrés au tran-
chant du glaive et deviendront la proie des bûtes féroces (10) ; c) du côté
de David lui-môme, il prédit : 1 ) qu'il sera rétabli sur son trône ; 2) que
ceux qui ont embrassé sa cause seront couverts de gloire ; 3) que la bouche
des artisans de mensonge sera fermée (11).
(1) Le souvenir de la patrie a rarement soulevé une aussi vive, une aussi ar-
dente aspiration que celle de ce psaume, dans le cœur d'un exilé. Haletant de
chaleur et de soif, dans un désert sans chemin, le prophète se rappelle Jérusalem,
sa ville de prédilection, qu'il s'est plu à embellir, et sa pensée s'attache surtout à
la colline de Sion, sur le sommet de laquelle était bâti le temple de Jéhovah : là
est le repos et l'ombre, la félicité et l'abondance, la prière et la poésie. Aussi, il
y rêve la nuit sur sa couche, tout le jour son être s'agite et tressaille d'uu indi-
cible élan vers cette enceinte sacrée, sur laquelle planent les ailes du Seigneur. Sa
foi est inébranlable, son espoir infini : Dieu couronnera sa persévérance et le
ramènera h ses pieds respirer la volupté du sanctuaire. Ses ennemis seront con-
fondus et anéantis, ses sujets fidèles, au contraire, s'assiéront avec leur roi
retrouvé au banquet de joie inépuisable, aux festins du Seigneur. (CLAUDE, Les
Psaumes.)
10 PSAUME LXII.
Explications et Considérations.
I. — 1, 2 .
f. 1 . N é c e s s i t é d e l a v i g i l a n c e : 1° L a v i g i l a n c e a u g m e n t e n o t r e v i e ,
t a n d i s q u e le s o m m e i l , q u i est l ' i m a g e d e la m o r t , l ' a b r è g e . « P l u s o n
veille, plus on v i t ; qui ressemble plus à un mort qu'un h o m m e en-
d o r m i ? Q u e l l e v i e p l u s p l e i n e q u e l a v i e d e c e l u i q u i v e i l l e ? » ( S . CIIRYS.)
2° L a v i g i l a n c e n o u s r e n d f o r t s c o n t r e t o u s n o s e n n e m i s ; 3° e l l e e s t l a
s o u r c e d e t o u t e s l e s v e r t u s ; 4° e l l e n o u s f a i t a c q u é r i r l e s p l u s g r a n d s
mérites. — Il f a u t v e i l l e r p o u r D i e u , p a r c e q u ' i l v e i l l e t o u j o u r s sur*
n o u s ; qu'il a s a n s cesse l'œil o u v e r t p o u r e x a u c e r n o s p r i è r e s , et q u ' i l
r é p a n d s a l u m i è r e s u r c e u x q u i veillent. ( S . BAS., de Spirit. sanc.,i, îx).
—Qu'est-ce q u e veiller? c'est a s s u r é m e n t n e p a s d o r i n i r . Qu'est-ce q u e
d o r m i r ? 11 y a d e u x s o m m e i l s : c e l u i d e l ' â m e e t c e l u i d u c o r p s . N o u s
avons tous besoin du sommeil corporel, car, s'il nous manque ,
l ' h o m m e d é p é r i t , l e c o r p s l u i - m ê m e s ' a f f a i b l i t . E n effet, l a f r a g i l i t é d e
n o t r e corps ne p e u t l o n g t e m p s soutenir la veille et l'application active
d e l ' â m e . Si l ' â m e s ' a p p l i q u e t r o p l o n g t e m p s a u t r a v a i l , le c o r p s fra-
g i l e e t t e r r e s t r e d e v i e n t i n c a p a b l e d e le s o u t e n i r e t d e s u p p o r t e r s o n
a c t i o n ; il t o m b e e n d é f a i l l a n c e et s u c c o m b e . C'est p o u r q u o i D i e u a
d o n n é a u c o r p s le s o m m e i l q u i r é p a r e les forces d e ses m e m b r e s , afin
que ceux-ci puissent soutenir l'âme pendant q u ' e l l e v e i l l e . Mais ce
q u e n o u s d e v o n s éviter, c'est d e laisser n o t r e â m e s ' e n d o r m i r ; car le
s o m m e i l d e l ' â m e est u n s o m m e i l funeste S a l u t a i r e est le s o m m e i l d u
Corps q u i r é p a r e les l a n g u e u r s d u c o r p s ; m a i s le s o m m e i l d e l'âme,
c'est l'oubli de Dieu. T o u t e ' â m e qui oublie son Dieu est endormie.
C'est ce q u i e x p l i q u e le l a n g a g e d e l ' A p ô t r e à c e u x q u i o u b l i e n t D i e u :
« Levez-vous, vous qui dormez; levez-vous d'entre les m o r t s , et le
Christ r é p a n d r a sur vous sa lumière. » (EriiES. v , 1 4 ) . E t a i t - c e le
corps qui dormait dans celui q u e réveillait l'Apôtre? C'était une
â m e e n d o r m i e q u ' i l é v e i l l a i t , e t il l ' é v e i l l a i t p o u r q u e l e C h r i s t l ' é c l a i -
r â t . C'est d o n c en veillant d e cette m a n i è r e q u e le P s a l m i s t e dit :
« 0 Dieu, m o n Dieu ! dès q u e la l u m i è r e p a r a î t , j e veille et j ' a s p i r e à
à v o u s . » V o u s n e s a u r i e z , e n effet, v e i l l e r e n v o t r e â m e , s i u n e l u m i è r e
n e se levait s u r vous, qui vous t i r â t de v o t r e s o m m e i l . ( S . AUG). —
Il faut veiller p o u r Dieu, c h e r c h e r Dieu, i m p l o r e r s o n s e c o u r s dès l'au-
r o r e : « L e s a g e s ' a p p l i q u e r a à t o u r n e r d è s l ' a u r o r e s o n c œ u r v e r s le
S e i g n e u r q u i l ' a c r é é , e t il p r i e r a e n p r é s e n c e d u T r è s - H a u t . (ECCLI.
PSAUME LXII. 17
f. 2 . M a i s e n q u e l lieu c e t t e soif e s t - e l l e r e s s e n t i e p a r n o t r e â m e , e t
a u s s i t a n t d e fois p a r n o t r e c o r p s , s o i f q u i n ' e s t p o i n t u n a p p é t i t v u l -
g a i r e , m a i s le besoin de vous posséder, vous, S e i g n e u r n o t r e Dieu ?
« D a n s u n e t e r r e d é s e r t e , s a n s r o u t e e t s a n s e a u . » C e t t e t e r r e , c'est le
m o n d e , c'est le désert d ' I d u m é e , d'où le p s a u m e a reçu son titre :
« D a n s u n e t e r r e d é s e r t e . » C'est p e u q u ' e l l e soit « d é s e r t e »; c'est-à-
d i r e sans a u c u n h o m m e p o u r h a b i t a n t ; elle est de plus « et sans r o u t e
et s a n s e a u . » P l û t au ciel q u e d a n s c e d é s e r t il y e û t d u m o i n s une
r o u t e 1 P l û t a u ciel q u ' u n h o m m e t o m b é d a n s ce d é s e r t s û t a u m o i n s
p a r o ù il p o u r r a i t e n s o r t i r ! M a i s il n ' y v o i t a u c u n h o m m e p o u r l e
c o n s o l e r , il n ' y v o i t a u c u n e r o u t e p o u r e n s o r t i r . Il y s é j o u r n e donc.
P l û t a u ciel qu'il y t r o u v â t d e l'eau, t o u t a u m o i n s , p o u r r é p a r e r ses
f o r c e s , s'il n e p e u t e n s o r t i r ! Q u e c e d é s e r t e s t f u n e s t e 1 q u ' i l e s t h o r -
rible et redoutable ! Et cependant Dieu a e u p i t i é d e n o u s : il n o u s a
d o n n e u n e r o u t e d a n s ce d é s e r t , N o t r e - S e i g n e u r Jésus-Christ l u i - m ô m e .
(JEAN, IV, 4 ) . Y o i l à d o n c q u e , d a n s c e d é s e r t , n o u s p o s s é d o n s t o u t e s c h o -
ses, m a i s elles ne v i e n n e n t pas du désert. Le Psalmiste vous a fait
d ' a b o r d c o n n a î t r e c e q u ' e s t le d é s e r t e n l u i - m ê m e , a f i n q u e , sachant
l ' é t e n d u e d e v o t r e m a l h e u r , si v o u s v e n i e z à g o û t e r ici-bas quelques
consolations, en y rencontrant des c o m p a g n o n s , u n chemin, de l'eau,
vous vous gardiez de les attribuer au désert, mais que vous les
r a p p o r t i e z à c e l u i q u i a d a i g n é v o u s v i s i t e r d a n s l e d é s e r t . ( S . AUG.). —
« P o u r voir votre puissance et votre gloire. # D'abord mon âme et
s o u v o n t a u s s i m a c h a i r o n t e u soif d e v o u s d a n s l e d é s e r t , d a n s c e t t e
terre sans route et sans e a u ; « et ainsi j ' a i p a r u devant vous, dans
PSAUME LXII. 19.
v o t r e s a n c t u a i r e , p o u r v o i r v o t r e p u i s s a n c e e t v o t r e g l o i r e . » N u l , s'il
n'a d'abord soif d a n s ce désert, c'est-à-dire d a n s l'état m a l h e u r e u x o ù
il e s t , n e p a r v i e n t j a m a i s a u s o u v e r a i n b i e n , q u i e s t D i e u . M a i s , d i t - i l ,
« j'ai paru devant vous dans votre sanctuaire. » Déjà se trouver dans
le sanctuaire est une grande consolation. Que veut dire : € J'ai.paru
d e v a n t v o u s p o u r v o i r . » Il n'a p a s d i t : J ' a i p a r u d e v a n t vous pour
ê t r e v u d e v o u s ; m a i s : « J'ai p a r u d e v a n t v o u s p o u r v o i r v o t r e p u i s -
s a n c e e t v o t r e g l o i r e . » C'est p o u r q u o i l ' A p ô t r e a d i t : c E t m a i n t e -
n a n t v o u s c o n n a i s s e z D i e u , o u p l u t ô t D i e u v o u s c o n n a î t . » (GAL. IV, 9 ) .
E n e f f e t , v o u s a v e z d ' a b o r d p a r u d e v a n t D i e u , afin q u e D i e u p û t v o u s
apparaître. « P o u r voir v o t r e puissance et votre gloire. » A s s u r é m e n t ,
d a n s c e d é s e r t , c ' e s t - à - d i r e d a n s c e t i s o l e m e n t , si u n h o m m e d e m a n d e
a u d é s e r t m ê m e c e d o n t il a b e s o i n p o u r ê t r e s a u v é , i l n e c o n t e m p l e r a
j a m a i s l a p u i s s a n c e e t l a g l o i r e d u S e i g n e u r ; m a i s il y r e s t e r a , d e s t i n é
à y m o u r i r d e soif, e t i l n ' y t r o u v e r a n i r o u t e , n i c o n s o l a t i o n , n i eau
q u i l u i d o n n e l a f o r c e d e s u b s i s t e r d a n s l e d é s e r t . A u c o n t r a i r e , si c e t
h o m m e s ' é l è v e j u s q u ' à D i e u , s'il l u i d i t , d u f o n d d e s o n c œ u r e t d e s e s
entrailles : « M o n â m e a eu soif de vous et c o m b i e n de fois m a c h a i r aussi,
i l r e c e v r a d e g r a n d e s c o n s o l a t i o n s . » ( S . AUG.). — C'est s u r t o u t dans
l'oraison, dans la méditation que Dieu nous manifeste d'abord sa
puissance, puis ensuite sa gloire, c o m m e D i e u le promettait à Moïse :
c Voici un lieu près de moi, tu te tiendras là sur ce r o c h e r ; lorsque
m a gloire passera, je te placerai dans u n creux du rocher, et j e te
couvrirai d e m a main jusqu'à ce que m a gloire soit passée; ensuite,
j e r e t i r e r a i m a m a i n e t t u m e v e r r a s p a r d e r r i è r e , m a i s il n e te s e r a
p o i n t d o n n é d e v o i r m a f a c e . » {Exod. x x x m , 21, 23).
I I . — 3-11.
d a n s s e s a c t i o n s , il m é d i t e s u r D i e u . E n effet, l e m a t i n s i g n i f i e l e s a c -
t i o n s d e la v i e ; p a r c e q u e , le m a t i n , t o u t h o m m e commence à faire
q u e l q u e c h o s e . Que dit-il d o n c ? « Si j e m e suis s o u v e n u de vous sur
m a c o u c h e , le m a t i n j e m é d i t a i s s u r D i e u . » Si d o n c j e n e m e suis p a s
souvenu de vous sur ma couche, j e n'ai pas médité non plus sur vous
le m a t i n . Celui qui ne p e n s e p a s à Dieu lorsqu'il est en r e p o s , peut-il
y penser lorsqu'il agit? Au c o n t r a i r e , celui qui se souvient d e Dieu
a u x i n s t a n t s d e son r e p o s , m é d i t e s u r lui en a g i s s a n t , de p e u r d e m a n -
q u e r en q u e l q u ' u n e de ses actions. Aussi, q u ' a - t - i l a j o u t é ? « E t le m a t i n
j e m é d i t a i s s u r v o u s , p a r c e q u e v o u s ê t e s d e v e n u m o n a i d e . » E n effet,
si D i e u n e n o u s a i d e d a n s n o s b o n n e s œ u v r e s , n o u s s o m m e s i n c a p a -
b l e s d e l e s a c c o m p l i r p a r n o s p r o p r e s f o r c e s . ( S . AUG.).
f. 11. S e r é j o u i r e n D i e u s e u l , t o u t e a u t r e j o i e e s t v a i n c et d a n g e r e u s e .
— G a r d e r f i d è l e m e n t les s e r m e n t s q u ' o n a faits à D i e u a u b a p t ê m e e t d a n s
les a u t r e s s a c r e m e n t s , c'est la seule chose qui mérite do véritables
l o u a n g e s . — D i e u , p a r s o n p o u v o i r s o u v e r a i n , f e r m e q u a n d il l u i p l a î t
l a b o u c h e d e s c a l o m n i a t e u r s d e s e s f i d è l e s s e r v i t e u r s . (DUG.)
PSAUME L X m .
(i) Le verbe hébreu signifie littéralement : Ils ont foulé l'arc pour le préparer,
le tendre, parce que, pour cela, on pose le pied dessus.
24 PSAUME LXIII.
6. Scrutati sunt iniquitates : de- 6. Ils ont cherché avec soin des ini-
fecerunt scrutantes scrutinio. quités contre moi ; ils se sont épuisés
inutilement dans cette recherche (1).
Accedet homo ad cor altum : L'homme descendra dans la profon-
deur de son cœur,
7. et exaltabitur Deus. 7. et Diou sera élevé.
Sagitta; parvulorum factœ sunt Les plaies qu'ils font sont comme celles
plagae eorum; des flèches des petits enfants ,
8. et infirmatœ sunt contra eos 8. et leurs langues ont perdu leur force,
linguse eorum. et se sont tournées contre eux-mêmes.
Conturbati sunt omnes qui vide- Tous ceux qui les voyaient ont été
bant eos : remplis de trouble ;
9. et timuit omnis homo. 9. et tout homme a été saisi de frayeur.
Et annuntiaverunt opéra Dei : et Et ils ont annoncé les œuvres de Dieu ;
facta ejus intellcxerunt. et ils ont eu l'intelligence de ses mer-
veilles.
10. Laîtabitur justus in Domino, 10. Le juste se réjouira dans le Sei-
et sperabit in eo , et laudabuntur gneur , et espérera en lui ; et tous ceux
omnes rccti cordo. qui ont le cœur droit seront loués.
Sommaire analytique-
David , environné de pièges et de calomnies dans la rébellion de son
fds Absalon, et figure de Jésus-Christ dans sa passion,
I. — DEMANDE A DIEU D'ÊTRE DÉLIVRÉ DE LA CRAINTE DE SES ENNEMIS
DONT IL DÉCRIT
0
1 La malice et la multitude (2) ; 2° les calomnies ouvertes, qu'il com-
pare à un glaive ; 3° les calomnies secrètes, qu'il assimile à des flèches
aiguës (3, 4) ; 4° leur impudence, ils ne craignent rien ; 5° leur obstination,
ils s'affermissent dans leurs desseins pervers (5) ; 6° leur hypocrisie, ils
confèrent ensemble pour cacher leurs pièges ; 7° leurs blasphèmes im-
pics, « ils ont dit, qui pourra les découvrir ; » (J>) 8° leur curiosité maligne,
« ils ont cherché avec soin des iniquités contre moi. » (6)
IT. — IL TRÉVOIT ET TRÉD1T LEUR CHATIMENT :
1° Dieu anéantira leurs desseins orgueilleux (7); 2° eux-mêmes se per-
ceront de leurs propres flèches, et tourneront leurs langues contre eux-
mêmes (8) ; 3° tous ceux qui les verront seront remplis de trouble, admi-
reront et loueront les œuvres de la justice de Dieu (9) ; 4° les justes se ré-
jouiront et mettront leur espérance en Dion, qui sera loué par ceux qui ont
le cœur droit (10).
Explications et Considérations.
I. - i-6.
jfr. 3 - 5 . L e P r o p h è t e n e c r a i n t i c i n i l e s g l a i v e s , ni l e s f l è c h e s p e r -
ç a n t e s . L a l a n g u e s e u l e e s t l ' o b j e t d e s a c r a i n t e . Il r e d o u t e s e s g l a i v e s ,
s e s j a v e l o t s ; l a c o n f i a n c e q u ' i l p l a c e e n D i e u l e m e t s e u l e à l'abri d e
leurs coups : « Vous m'avez protégé contre l'assemblée des méchants.»
Mais l'arc d ' u n e l a n g u e h o m i c i d e e s t t o u j o u r s b a n d é , e t l a p o i n t e d e
son glaive toujours aiguisée. Ses flèches meurtrières n e cessent de
voler, et leurs c o u p s ne s o n t q u e trop certains : ils p e r c e n t d a n s l ' o b -
scurité celui qui est i n n o c e n t . C o m p r e n o n s ici l e s e n s p r o p r e d e c e
m o t ; ce n'est p o i n t celui qui est saint, fidèle, j u s t e , q u e p e r c e n t ces
flèches, m a i s celui qui est i n n o c e n t , celui q u e le s a c r e m e n t de bap-
tême a l a v é tout r é c e m m e n t des souillures du p é c h é , m a i s qui n'est
e n c o r e n i a f f e r m i d a n s l a foi, n i p r o f o n d é m e n t i n s t r u i t d e l a d o c t r i n e
du s a l u t , n i e x e r c é c o n t r e l e s a t t a q u e s d ' u n e l a n g u e d o n t t o u s les
coups s o n t mortels. (S. Hil.) — Cette d o u b l e c o m p a r a i s o n d'un glaive
et d ' u n a r c fait v i v e m e n t r e s s o r t i r la malice des e n n e m i s , soit de
David, soit de Jcsus-Chrisl, soit do l'Eglise, soit de c h a q u e fidèle.
26 PSAUME LXIII.
Leurs paroles sont aiguisées comme un glaive; elles sont lancées
comme des flèches ; le glaive frappe plus près, la flèche atteint plus
loin, et les attaques, longtemps préparées en secret, sont soudaines et
sans pitié. (RENDU.) — Quand vous déchirez en secret ceux que vous
caressez en public; quand vous les percez de cent plaies mortelles par
les coups incessamment redoublés de votre dangereuse langue; quand
vous mêlez artificieusement le vrai et le faux, pour donner de la vrai-
semblance à vos histoires malicieuses ; quand vous violez le sacré dépôt
du secret qu'un ami trop simple a versé tout entier dans votre cœur,
et que vous faites servir à vos intérêts sa confiance qui vous obligeait
à penser aux siens, combien prenez-vous de précaution pour ne point
paraître? combien regardez-vous à droite et à gauohe? Et si vous ne
voyez pas de témoin qui puisse vous reprocher votre lâcheté dans le
monde, si vous avez tendu vos pièges si subtilement qu'ils soient im-
perceptibles aux regards humains, vous dites : « Qui nous a vus? »
Comme dit le divin Psalmiste : Vous ne comptez donc pas parmi les
voyants celui qui habite aux cieux ? Et cependant entendez le même
Psalmiste : « Quoi 1 celui qui a formé l'oreille n'écoute-t-il pas ? et
celui qui a fait les yeux est-il aveugle ? » Pourquoi ne songez-vous
pas qu'il est tout vue, tout ouïe, tout intelligence, que vos pensées
lui parlent, que votre cœur lui découvre tout, que votre propre cons-
cience est sa surveillante et son témoin contre vous-même? (BOSSUET,
Nécessité de travailler à son salut.)
y. 6. Plus ils croyaient mettre d'habileté dans leurs complots, plus
grande était leur impuissance, parce que, s'éloignant de la lumière de
la vérité et de la justice, ils tombaient dans les abîmes de leurs des-
seins criminels. La justice a une lumière qui lui est propre ; elle pé-
nètre jusqu'au fond l'âme qui s'attache à elle, et elle l'inonde de
clarté ; mais quant à l'âme qui se détourne de la lumière de la jus-
tice, plus elle cherche d'expédients contre la justice, et plus elle est
repoussée loin de la lumière et plongée dans d'épaisses ténèbres.
(S. AUG.) — L'occupation presque unique des méchants est de cher-
cher des moyens injustes pour perdre les gens de bien, dont la vie les
incommode. Ils se fatiguent pour cela, mais souvent inutilement, et
ils s'épuisent pour n'aboutir qu'à leur propre perte.
II. _ 7-10.
tandis que vous devez faire ce qu'il veut. Quoi donc ? voulez-vous
détourner le cœur de Dieu, qui est toujours droit, pour le réduire
à la perversité de votre cœur ? Combien n'est-il pas préférable de
corriger votre cœur pour le rapprocher de la droiture de celui de
Dieu ? ( S . AUG.)
PSAUME LXIV.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, un des plus remarquables pour la beauté des pensées
et du style, David, qui le composa probablement à l'occasion de la fête
des Tabernacles, pour remercier, au nom du peuple, Dieu de ses bienfaits,
et surtout de la bénédiction du ciel sur les biens de la terre,
I. — EXPOSE L'OBJET ET LA FIN DE SES DÉSIRS :
1° Que Dieu soit loué dans Jérusalem par ses Mêles serviteurs (1) ; 2° quo
la connaissance de la foi soit donnée à toutes les nations (2) ; 3° que le
pardon des péchés soit accordé à tous les pécheurs ; 4° qu'ils soient rem-
plis et comblés des biens de la maison de Dieu (3, 4) ; 5<> qu'ils admirent
et célèbrent la sainteté du temple (5).
II. — IL DÉCRIT LES BIENS RÉPANDUS SUR TOUS LES PEUPLES Qu'lL ATTIRE A
RECONNAITRE LE SEIGNEUR, MAIS SURTOUT SUR ISRAËL *.
Q
1° Les montagnes affermies et inébranlables ; 2 l a mobilité qu'il laisse
aux flots, contenus également par sa puissance (7) ; 3° leurs ennemis com-
primés et effrayés à la vue des prodiges que Dieu a opérés en leur faveur ;
4° un soleil toujours pur et vivifiant (8) ; 5° Dieu visitant lui-môme cette
terre de prédilection, et lui donnant la fécondité et multipliant ses ri-
chesses (9) ; 6° un fleuve abondant portant partout cette fécondité par les
ruisseaux qui en dérivent (10) ; 7° les fruits des arbres et les moissons des
champs se perpétuant dans tout le cours de l'année (11) ; 8° le désert lui-
même devenant fécond, et les collines couvertes do riches vignobles (12) ;
9° les troupeaux nombreux et les vallées remplies d'abondantes moissons,
et tout retentissant de joyeux cantiques (13).
Explications et Considérations,
ï. — 1-5.
(PnrLip. m , 2 0 . ) « Car, b i e n q u e n o u s m a r c h i o n s d a n s l a c h a i r , n o u s
n e c o m b a t t o n s p a s s e l o n l a c h a i r . » (II Coït, x , 3.) D é j à , p a r l e désir f
n o u s s o m m e s d a n s l e ciel ; d é j à n o u s a v o n s j e t é l ' e s p é r a n c e , c o m m e
une ancre sur terre, de p e u r q u e , battus p a r la t e m p ê t e , n o u s ne fas-
sions n a u f r a g e sur la m e r de ce m o n d e . D e m ô m e donc que nous
disons a v e c r a i s o n , d'un navire à l'ancre, qu'il a déjà pris terre, p a r c e
q u e , s'il e s t e n c o r e s u r l e s f l o t s , i l e s t d é j à c o m m e a m e n é à t e r r e , e t
mis e n s û r e t é c o n t r e les v e n t s e t les t e m p ê t e s ; d e m ê m e , c o n t r e l e s
tentations de notre exil, notre espérance, qui s'appuie sur cette sainte
cité d e J é r u s a l e m , fait q u e n o u s n e s o m m e s p a s e n c o r e j e t é s s u r l e s
rochers. Celui d o n c qui c h a n t e i c i , c h a n t e s e l o n cette espérance;
qu'il d i s e a v e c l e P r o p h è t e : « U n h y m n e v o u s c o n v i e n t , ô m o n D i e u ,
dans S i o n . » D a n s Sion et n o n dans B a b y i o n e . Mais n'êtes-vous p a s
encore d a n s B a b y i o n e ? Oui, répond celui qui aime ce citoyen du
ciel, oui j e suis encore d a n s B a b y i o n e , m a i s de corps et n o n de c œ u r . . .
C'est p o u r q u o i l ' A p ô t r e , e n e x h o r t a n t l e s E p h é s i e n s à c h a n t e r d e s
cantiques d'amour et à e x p r i m e r leur désir pour cette cité m a g n i f i q u e ,
pour cette vision de paix, leur dit : « Chantez des h y m n e s a u S e i g n e u r
d a n s v o s c œ u r s . » (EPIIES. V, 1 9 . ) — Ils s ' a c c o m p l i s s e n t toujours les
oracles du ltoi-Prophète qui ont annoncé que la louange de-Dieu
retentirait dans l'Eglise, dans la g r a n d e a s s e m b l é e des saints, au mi-
lieu d'un p e u p l e n o m b r e u x g r o u p é d e v a n t l e s a u t e l s , a C'est dans
Sion, ô Dieu, que vous entendez l'hymne convenable, l'hymne assorti
à v o s p e r f e c t i o n s i n f i n i e s ; c'est d a n s J é r u s a l e m q u e v o u s s e r o n t o f f e r t s
les h o m m a g e s d i g n e s d e votre m a j e s t é s u p r ê m e . T e n e z p o u r i n d u b i -
table, dit B o s s u e t , que l'Eglise catholique est le seul t e m p l e universel
do D i o u , a i n s i q u e T e r t u l l i c n l ' a p p e l l e : Calholicum Dci tcmplum, e t
q u ' e l l e e s t a u s s i l e s e u l l i e u o ù D i e u e s t a d o r é e n v é r i t é . (Serm. sur le
culte dû à Dieu), c e q u i v e u t d i r e q u ' e l l e e s t l a s e u l e é c o l e o ù l e s a t t r i b u t s
divins soient enseignés aussi c o m p l è t e m e n t et aussi l u m i n e u s e m e n t
qu'il a p l u à D i e u d e n o u s l e s r é v é l e r , e t c o n f e s s é s a v e c t o u t e l ' a r d e u r
et la p u r e t é qu'il e x i g e de ses adorateurs. L'Eglise est c e t t e ville dont
a parlé le p r o p h è t e Ezéchiel, cette cité qui se n o m m e : « Dieu est là.»
(XLVIII, 5 5 . ) P a r t a n t , p u i s q u ' e l l e a s e u l e c e t t e p l é n i t u d e , a d o r o n s D i e u
d a n s c e g r a n d e t a u g u s t e t e m p l e o ù il h a b i t e p a r m i n o u s , j e v e u x
dire d a n s l'unité de l'Eglise c a t h o l i q u e ; a d o r o n s - l e d a n s la p a i x e t
d a n s l ' u n i t é d e l ' E g l i s e c a t h o l i q u e ; a d o r o n s - l e d a n s l a foi d e l ' E g l i s e
c a t h o l i q u e , ainsi assurés d e lui rendre l ' h o n n e u r qu'il v e u t recevoir
de n o u s . (Mgr PIE, Sur Us prmeip. erreurs du temps prés.) — C o m b i e n
PSAUME LXIV. 3i
il est difficile de résister à l'impression que produisent les discours
des méchants; ils emportent la raison, corrompent l'esprit, et le rem-
plissent de faux principes et de fausses idées. Ces faussetés, qui nais-
sent des discours des hommes y sont si fortement attachées que
personne n'en est parfaitement guéri en ce monde. Nés sur cette terre,
nous y avons trouvé des méchants dont nous avons entendu les dis-
cours. En quelque lieu que naisse un homme, il apprend la langue
de cette contrée, de ce pays ou de cette ville ; il s'imprègne de ses
mœurs et de sa vie. (S. AUG.)
5. Point de bonheur comparable à celui d'être appelé et rappro-
ché de Dieu. L'Apôtre dit aux Ephôsicns qu'avant leur vocation à la
foi, ils étaient sans promesses et sans Dieu dans ce monde ; mais que,
depuis la prédication de l'Evangile, ils se sont approchés de Dieu par
la vertu du sang de Jésus-Christ, et que par là ils ont acquis la paix.
Quels fruits immenses du salut 1 le Prophète dit qu'alors on habite
dans la maison du Seigneur; qu'on est comblé de ses biens, qu'on
jouit de la sainteté et de la justice qui régnent dans le temple de
Dieu ; qu'on a la confiance d'adresser des prières au Seigneur, de le
regarder comme son unique appui, fùt-on aux extrémités de la terre
et dans les îles de la mer les plus éloignées. Le monde ne conçoit ni
ne goûte ces avantages, le chrétien lâche et indifférent n'en jouit pas
non plus ; c'est l'homme de foi qui entre dans ce saint commerce. Ah !
disait encore saint Paul à ces fervents Ephésiens, vous n'êtes plus des
étrangers, vous êtes les concitoyens des saints, vous êtes de la maison
de Dieu, vous êtes bâtis sur le fondement des Apôtres et des Pro-
phètes, et sur Jésus-Christ môme, qui est la pierre angulaire sur la-
quelle s'élève tout l'édifice destiné à être le temple saint du Seigneur.
Mais tout cet édifice ne se construit que par le Saint-Esprit et dans
le Saint-Esprit, comme ajoute l'Apôtre. Cette maison spirituelle ne se
bâtit point dans le tumulte du monde, dans le choc des passions,
dans la fougue des désirs corrompus. C'est dans la solitude du cœur,
dans le silence de la prière, dans le dégagement des intérêts tempo-
rels que s'élève ce temple où le Père, le Fils et le Saint-tEsprit habi-
tent, comme le remarque si éloquemment saint Chrysostôme. (BER-
THIER.) — « Nous serons comblés des biens de votre maison. » Quels
sont les biens de la maison de Dieu? Composons, dans notre imagi-
nation, quelque riche maison; de quelques biens qu'elle soit remplie,
quelle que soit la surabondance de ces biens, quel que soit le nombre
des vases et des meubles d'or et d'argent qu'elle renferme, ou lo
32 PSAUME LXIV.
nombre des serviteurs, des troupeaux et des animaux ; quelle que
soit enfin la magnificence de cette maison en peintures, en ouvrages
de marbre, en lambris dorés, en colonnes, en galeries, et en cham-
bres d'habitation ; quoique ces biens soient les plus désirés, cependant
il n'y a là rien qui n'appartienne à la confusion de Babyione. Retran-
chez tous ces désirs, ô citoyen de Jérusalem, retranchez-les. Si vous
voulez revenir dans la patrie, que la captivité ne fasse pas vos délices.
Peut-être avez-vous commencé déjà à sortir de Babyione? gardez-
vous alors de regarder en arrière, gardez-vous de rester en chemin...
< Nous serons comblés des biens de votre maison ; votre temple est
saint, la justice le rend admirable. » Tels sont les biens de votre mai-
son. Le Prophète n'a pas dit : Votre temple est saint, il est admirable
par ses colonnes, admirable par ses marbres, admirable par ses toits
dorés, mais « la justice le rend admirable. » Vous avez les yeux du
dehors pour l'or et le marbre ; au dedans de vous est l'œil qui voit
la beauté de la justice... Voilà les biens de la maison de Dieu ; pré-
parez-vous à vous en rassasier. Mais, pour vous en rassasier, lorsque
vous serez parvenus à cette maison, il vous faut d'abord avoir faim et
soif pendant votre exil sur la terre : ayez faim de ces biens, ayez-en
soif, parce que tels seront pour vous les biens de Dieu. (S. AUG.) —
Le temple de l'ancienne loi, admirable pour sa structure magnifique,
ses pierres colossales, ses riches ornements. Le temple de la loi nou-
velle, admirable à cause de la sainteté et de la justice qui y règne. —
Le temple de Dieu est saint et c'est vous qui êtes ce temple. (I COR.
m, 1 7 . ) Si donc le temple de Dieu est saint et rempli de justice, il
faut que ceux qui l'habitent soient eux-mêmes saints et justes. (DUG.)
H. G-12.
PSAUME L X V .
i 4. qum distinxcrurit labia mea. 14. que mes lèvres ont formulés, et quo
Et locutum est os meum, in tri- ma bouche a prononcés au jour do ma
bulatione mea. détresse.
15. Holocausta medullata offc- 15. Je vous offrirai en holocauste des
ram tibi cum incenso arietum : of- victimes grasses avec la fumée des chairs
feram tibi boves cum hircis. brûlées des béliers ; je vous offrirai des
bœufs avec des boucs.
16. Vcnite, audite, ot narrabo , 16. Venez et écoutez, vous tous qui
omnes qui timetis Deum, quanta craignez Dieu, et je vous raconterai
fecit animœ mcœ. quelles grandes choses il a faites en fa-
veur do mon âme.
17. Ad ipsum ore meo clamavi, 17. J'ai ouvert la bouche et criô^vers
et exaltavi sub lingua mea. lui ; et ma langue Fa glorifié.
18.Iniquitatem si aspexiin corde 18. Si j'ai regardé l'iniquité dans mon
meo, non exaudiet Dominus. cœur, le Seigneur ne m'exaucera point.
19. Propterea exaudivit Deus, et 19. C'est pour cela quo Dieu m'a
attendit voci deprecationis meœ. exaucé, et qu'il a été attentif à la voix
do mon humble prière.
20. Benedictus Deus , qui non 20. Béni soit Dieu, qui n'a point re-
amovit orationem moam, ot misc- jeté ma prière, ni rotirô do moi sa misé-
ricordiam suam a me. ricorde.
Sommaire analytique.
Explications et Considérations.
I. — 1-5.
f. 1, 2. Que veut dire « pousser des cris de jubilation ? » Que votre
joie, si elle ne peut s'expliquer par des paroles, s'échappe en cris
d'allégresse. En effet, la jubilation ne s'exprime point en discours,
mais se produit au dehors par des sons inarticulés que semble jeter un
cœur qui a porté en lui-même et qui enfante en quelque sorte le bon-
heur qu'il a conçu, bonheur que des paroles sont impuissantes à tra-
duire. (S. AUG.) — Si vous poussez des cris de jubilation de manière
à être entendu de Dieu, chantez aussi sur le psalterion de manière à
être vu et entendu des hommes, mais ne le faites pas pour l'honneur
de votre nom. « Gardez-vous, en effet, d'accomplir devant les hommes
vos œuvres de justice, pour qu'ils vous voient. » (MATTH. VI, 1.)
Faites attention à ces autres paroles : « Que vos actions brillent de-
vant les hommes, afin qu'ils voient le bien que vous faites et qu'ils glo-
rifient votre Père qui est dans les cicux. » (MATTH. V, 16.) Qu'ils voient
vos bonnes actions pour en glorifier Dieu et non pour vous en glorifier ;
car si vous faites vos bonnes œuvres pour vous en glorifier, il vous
sera répondu ce que le Seigneur a dit lui-même de certains hommes :
« En vérité, je vous le dis, ils ont reçu leur récompense... » (MATTH.
XI, 2.) Faites attention à votre fin, chantez pour votre fin, voyez
pour quellefinvous agissez. Agir pour vous glorifier, c'est là ce que
je défends ; agir pour glorifier Dieu, c'est là ce que j'ordonne. Chantez
donc sur le psalterion, non à la gloire de votre nom, mais à la gloire
du nom de votre Dieu... « Que nulle chair, dit l'Apôtre, ne se glorifie
en présence de Dieu. » (I COR. H, 29.). Voyez comme il nous a ôté la
gloire pour nous donner la gloire; il nous a ôté notre gloire pour
nous donner la sienne ; il nous a ôté une gloire vide pour nous
PSAUME LXV. 39
donner une gloire pleine ; il nous a ôté une gloire chancelante pour
nous donner une gloire solide. Combien donc notre gloire est plus
forte et plus ferme, parce qu'elle est en Dieu ! Vous ne devez donc
pas vous glorifier en vous-même, la vérité vous l'a défendu ; mais ce
que dit l'Apôtre, la vérité vous l'a prescrit : « Que celui qui se glo-
rifie se glorifie en Dieu. » (I COR. I, 3 1 . ) Que vos louanges le glori-
fient donc. (S. AUG.) — Quelle joie et quelle consolation pour une
âme qui a tout reçu de Dieu, de lui renvoyer tout, et de lui rendre par
ses louanges toute la gloire qui lui est due, sans qu'elle s'en réserve
rien pour elle-même !
f. 3 , 4 . Les œuvres de Dieu admirables et terribles, soit dans Tor-
dre de la nature, soit dans l'ordre de la grâce. Pourquoi les œuvres
de Dieu sont-elles redoutables et non aimables? 11 est dit dans un
autre psaume : « Servez le Seigneur avec crainte, et livrez-vous en
lui à l'allégresse avec tremblement. » (Ps. n, 21.) Que signifie cette
parole ? L'Apôtre dit également : « Faites votre salut avec crainte et
tremblement. » (PHILIP, I I , 1 2 . ) Pourquoi « avec crainte et tremble-
ment ?» Il en donne la raison : « Car c'est Dieu qui opère en vous et
le vouloir et le faire, selon sa bonne volonté. » (IBID., 1 3 . ) Si donc
Dieu opère en vous, c'est par la grâce de Dieu et non par vos propres
forces que vous opérez le bien. Par conséquent si vous vous réjouissez,
craignez également, de peur que ce qui a été donné à l'humble ne
soit ôté au superbe. (S. AUG.) — « Que toute la terre vous adore, etc.»
Souhait d'une âme qui est tout entière à Dieu ; que toute la terre
l'adore avec un amour plein de respect, et chante incessamment des
cantiques à la gloire de son nom. — Dieu est terrible dans ses con-
seils, dans ses décrets sur les enfants des hommes. Ce mol bien médité
peuplerait encore les déserts, et ferait de tous les hommes des péni-
nitents, des hommes d'oraison. Dieu est terrible dans le choix des
élus, terrible dans le châtiment des réprouvés, terrible dans sa con-
duite à l'égard du premier homme prévaricateur et de toute sa race,
terrible dans le délai du Messie pendant quatre mille ans, terrible
dans la multitude des peuples qui ne parviennent point à la lumière
de l'Evangile, terrible dans les scandales dont il permet que le monde
soit rempli, terrible dans les coups dont il frappe ses amis pour les
éprouver, terrible dans la prospérité qu'il accorde aux méchants, ter-
rible dans les voies d'obscurité par où il conduit ceux qui le cherchent.
0 Dieu infiniment terrible ! toutes les facultés de mon âme sont dans
l'effroi, quand je pense à vos décrets sur les enfants des hommes.
40 PSAUME LXY.
J'adore ces divins conseils, je n'ai garde de vouloir les sonder ; j e veux
marcher dans la foi comme les patriarches et comme tous vos saints;
que la t e r r e u r dont je suis rempli ne m'ôte point la confiance. Je
remets tout mon sort entre vos mains. Je m'approche de vous, non
pour examiner mais pour bénir toutes vos œuvres. (BERTHIER.)
f. 5, 6. « 11 a changé la mer en une terre sèche. » Cette mer était
le monde, aux flots salés et amers, bouleversée par les tempêtes et dé-
chaînant sa fureur par les soulèvements des persécutions. Le monde
était vraiment une mer, mais cette mer a été convertie en u n e terre
sèche. (S. AUG.) — « Venez et voyez les œuvres de Dieu. » Le Sei-
gneur a multiplié ses œuvres admirables. On vous voit souvent admi-
rer un histrion; cet homme, à force de travail, a appris à marcher
sur une corde, et, suspendu au-dessus de vous, il vous tient en sus-
pens. Regardez d'autre p a r t Celui qui vous donne de tout autres
spectacles : votre histrion a appris à marcher sur la corde ; est-co
qu'il a aussi appris à marcher sur la mer ? Oubliez votre théâtre, et
voyez Pierre, votre Apôtre (MATTH. XIV, 29) ; ce n'est pas un funam-
bule, c'est, si j e puis créer ce mot, un mariambule. Marchez donc
aussi, non pas sur ces eaux où Pierre, en marchant, figurait autre
chose, mais sur d'autres eaux, car ce monde est une mer. Il en a la
funeste amertume, il a des flots de tribulations, il a les tempêtes des
tentations; voilà où il faut marcher, voilà les eaux qu'il faut fouler
aux pieds. (S. AUG., Ps. XXXÏX.) — « Ils passeront le fleuve à pied. »
Quel est ce fleuve ? ce fleuve est tout ce qui meurt en ce monde. Voyez
ce fleuve : les choses viennent et passent, et d'autres leur succèdent
pour passer de même. N'en est-il pas ainsi pour l'eau d'un fleuve qui
sort de terre et qui coule? Il faut que tout être qui est né cède la
place à un être qui naîtra, et tout cet ordre de choses fugitives est
comme un fleuve. Que l'âme ne se jette point par convoitise dans ce
fleuve, qu'elle ne s'y jette pas, qu'elle reste sur le bord. Et comment
passera-t-ellc à travers les trompeuses délices des choses périssables?
Qu'elle croie au Christ et elle passera à pied ; elle passe sous la con-
duite du Christ, elle passe à pied. Que veut dire passer à pied ? passer
facilement. Elle no cherche pas un cheval pour passer; elle ne monte
pas sur l'orgueil pour passer le fleuve ; elle passe humblement et
passe plus sûrement. (S. AUG.) — « Alors nous nous réjouirons en
lui. » Quand nous réjouirons-nous? Lorsque nous aurons passé le
fleuve à pied. Nous avons la promesse de la vie éternelle, nous avons
la promesse de la résurrection ; alors notre chair ne sera plus un
PSAUME LXY. 41
fleuve. Tant que dure notre mortalité, voyez s'il est pour nous un âge
durable. Les enfants désirent grandir, sans se douter que le temps do
leur vie est diminué par les années qui se succèdent. En effet, à me-
sure qu'ils grandissent, des années ne sont point ajoutées à leur vie,
mais retranchées de leur vie, comme l'eau d'un fleuve s'approche sans
doute à mesure qu'elle coule, mais en s'éloignant de sa source. Les
enfants veulent grandir pour échapper à la domination de ceux qui
sont plus âgés qu'eux ; voilà donc qu'ils grandissent, c'est bientôt
fait, et ils arrivent à la jeunesse. Mais après être sortis de l'enfance,
qu'ils retiennent, s'ils le peuvent, leur jeunesse ; celle-ci passe à son
tour. Puis arrive la vieillesse : que du moins la vieillesse dure toujours 1
Non, la mort l'enlève. Toute chair qui naît en ce monde est donc un
fleuve. Cefleuvede mortalité, au passage duquel nous avons à
craindre d'être renversés et entraînés par la convoitise des choses
mortelles, celui-là le travcrso facilement qui le traverse humblement,
c'est-à-dire à pied, sous la conduite de Celui qui l'a passé le premier
et qui, dans sa route, a bu, jusqu'à en mourir, l'eau du torrent, ce qui
fait qu'il a levé sa tête glorieuse. (Ps. cix, 7.) Et nous, conséquemment,
ayant passé cefleuveà pied, c'est-à-dire ayant traversé aisément cette
mortalité qui s'écoule comme de l'eau, « alors nous nous réjouirons
en lui. » Mais aujourd'hui, en qui nous réjouirons-nous, si ce n'est
en lui, si ce n'est dans l'espoir de le posséder? Si, en effet, nous nous
réjouissons présentement, nous nous réjouissons en espérance; «mais
alors, nous nous réjouirons en lui. » (S. AUG.)
II. — 6 - 1 2 .
f. 7 . Les princes de la terre, dont le règne est borné par la durée si
courte de leurs années, sont peu à craindre, puisque leur puissance
ne s'étend pas au-delà de leur vie ; mais « Celui qui a par lui-môme
un empire souverain et éternel, » Celui qui règne au plus haut des
deux, et de qui relèvent tous les empires, à qui seul appartient la
gloire, la majesté, l'indépendance, et qui peut étendre ses châtiments
jusque dans l'éternité est souverainement redoutable. — « Ses yeux
sont appliqués à regarder les nations, » nouveau sujet d'une crainte
et d'une crainte très-utile ; si nous regardions souvent Dieu comme il
nous regarde, si nous étions autant appliqués à sa divine présence
qu'il est appliqué à regarder nos pensées, nos paroles et nos actions,
et qu'il en juge, non scion les ténèbres de notre ignorance, mais selon
la lumière de sa sagesse. ( D u g t j e t . )
42 PSAUME LXV.
I I I . — 13-20.
f. 13-15. Sacrifices d'actions de grâces qui sont dus à Dieu, et que
nous devons lui offrir incessamment, par une continuelle reconnais-
1
sance du cœur. — Regarder comme un outrage fait à Dieu de l u
offrir ce qu'on a de moindre dans son troupeau, en se réservant le
meilleur. — Ne pas faire légèrement des vœux, mais s'acquitter exac"
tement de ceux qu'on a faits. — N'en pas faire témérairement dans
l'affliction ou dans une violente tentation, parce qu'alors on promet
tout, et ensuite on ne tient rien. (DUGUET.) — « Sœur bien aimée, dit
saint Bernard à une âme qui avait promis de se consacrer à Dieu, »
dites à Dieu avec le Prophète : « J'entrerai dans votre maison, » c'est-
à-dire dans cette retraite bénie ; j ' y entrerai avec des holocaustes,
c'est-à-dire avec l'esprit de contrition et de componction ; j e « m'ac"
quitterai des vœux que j ' a i faits, » c'est-à-dire j e m'offrirai à vous
tout entière, selon le vœu que j ' a i fait. Il est de toute nécessité que
celui qui veut être sauvé et parvenir aux joies éternelles, s'acquitte
avec une pieuse exactitude des vœux qu'il a faits à Dieu. » (S. BERN.,
De modo bene viv.) — « Les vœux que m a bouche a prononcés au
j o u r de la tribulation. » Combien la tribulation a souvent de douceur 1
combien elle est nécessaire ! Qu'a dit sa bouche dans sa tribulation :
« Je vous offrirai de la moelle en holocauste. » Que signifie cette
moelle ? Que mon amour pour vous soit tout intérieur ; alors, le sen-
timent qui me fait vous aimer ne sera pas superficiel, il pénétrera
jusqu'à la moelle de mes os. En effet, il n'y a rien en nous de plus
intérieur que la moelle de nos o s ; les os sont plus intérieurs que la
chair, et la moelle est plus intérieure encore que les os. Quiconque
adore Dieu superficiellement cherche donc plutôt à plaire aux hommes ;
et, comme ses sentiments intérieurs sont différents, il n'offre pas de
moelle en holocauste. Dieu reçoit, au contraire, tout entier celui dont
il reçoit la moelle. ( S . AUG.)
f. 1G-20. « H est bon de tenir caché le secret du r o i ; mais c'est une
chose honorable de découvrir et de publier les œuvres de Dieu,» (TOB.
XII, 7), afin qu'il soit glorifié par tous les hommes, comme celui à qui
a p p a r t i e n t toute gloire et tout empire. —* Voilà ce que doit dire et
PSAUME LXV. 45
faire une âme qui éprouve les effets merveilleux de la grâce de Jésus-
Christ : « O vous qui craignez Dieu, ou plutôt qui, par sa loi, avez été
instruits à le craindre, venez, écoutez et j e vous raconterai ce que
peut faire la miséricorde du Seigneur et ce qu'elle a fait. Il ne vous
en faudra point d'autre preuve que mon exemple, et j e vous dirai ce
que cette infinie miséricorde a fait pour moi. J'étais dans les mômes
engagements que vous, dans les mômes erreurs que vous, dans les
mômes excès que vous; mais la grâce de mon Dieu a rompu les liens
qui m'attachaient, a dissipé les nuages qui m'aveuglaient, a éteint les
passions qui m'emportaient. Je prenais aussi bien que vous, pour folie,
tout'ce que l'on me disait des vérités éternelles; mais la grâce de mon Dieu
m'a détrompé, et m'a convaincu moi-môme de ma propre folie. J e
croyais comme vous que ce changement était impossible, que jamais
je ne pourrais me résoudre à sortir de mes habitudes criminelles, quo
jamais j e ne pourrais soutenir une vie plus retirée et plus r é g l é e ;
mais, par la grâce de mon Dieu, toutes les difficultés se sont aplanies,
j'ai triomphé de la nature et de l'habitude, j e me suis arraché au
monde et à ses enchantements; au lieu du trouble et de l'ennui que
je craignais, j ' a i trouvé le calme et la joie. » (BOURDAL., Sur la grâce.)
— Que signifie : « Ma bouche a crié vers lui et je l'ai glorifié sous les
paroles de ma langue ? » Je l'ai proche publiquement ; je l'ai glo-
rifié dans le secret de mon âme. C'est peu de glorifier Dieu par les
paroles de sa langue, il faut encore le glorifier sous les paroles de sa
langue, c'est-à dire penser dans le secret de l'âme ce que l'on affirme
en public. ( S . AUG.) — « Si j ' a i regarde l'iniquité au fond de mon
cœur. » Considérez maintenant avec quelle facilité, tous les j o u r s , des
hommes qui ont eux-mêmes à rougir accusent d'iniquité d'autres
hommes. Il a fait le mal, disent-ils, il a mené une conduite perverse ;
c'est un scélérat. Peut-être ne parlent-ils ainsi qu'à cause des hommes.
Yoyez si dans votre cœur vous ne jetez point un regard de complai-
sance sur l'iniquité, de peur que ce que vous reprochez à un a u t r e ,
vous ne méditiez de le faire, et que vous ne criiez contre lui, non
parce qu'il a fait mal, mais parce que le m a l qu'il a fait est décou-
vert. Rentrez en vous-même ; soyez vous-même votre juge intérieur.
Que l'iniquité vous déplaise dans votre demeure cachée, dans la c e l -
lule la plus intime de votre cœur, là où vous êtes seul avec Celui qui
voit dans le secret, afin qu'ainsi vous plaisiez à Dieu. Gardez-vous do
jeter sur l'iniquité un regard de complaisance, c'est-à-dire, gardez-
vous de l'aimer ; mais plutôt jetez sur elle un regard de dédain, c'est-
46 P S A U M E LXVÎ.
PSAUME LXVI.
lu fincm , in hymnis, Psalmus Pour la fin, parmi les hymnes: Psaume
Cantici David. et Cantique de David.
1. Deus misereatur nostri,etbe- 1. Que Dieu ait pitié de nous, et nous
ncdicat nobis : illuminct vultum bénisse, qu'il fasse briller sur nous la
suum super nos , et misereatur lumière de son visage, et qu'il ait pi-
nostri. tié de nous,
2. Ut cognoscamus in terra viam 2. afin que nous connaissions votre voie
tuam : in omnibus gcntibus salu- sur la terre, et votre salut chez toutes
tarc tuum. les nations.
3. Confiteantur tibi populi , 3. Que les peuples, ô Dieu 1 publient
Deus : confitcautur tibi populi vos louanges ; que tous les peuples vous
omnes. louent.
4. Lrctcntur et exultent gentes : 4. Que les nations se réjouissent et
quoniam judicas populos in œqui- tressaillent d'allégresse, parce quo vous
tate, et gentes in terra dirigis. jugez les peuples dans 1 équité , et que
vous conduisez dans la droiture les na-
tions sur la terre.
5. Gonfiteantur tibi populi , 5. Que les peuples, ô Dieu 1 publient
Deus : confiteantur tibi populi vos louanges; que tous les peuples vous
omnes : glorifient.
6. terra dédit fructum suum. 6. La terre a donné son fruit.
lîencdicat nos Deus , Deus nos- Que Dieu, que notre Dieu nous bé-
ter, nisssc ;
7. benedicat nos Deus : et me- 7. que Dieu nous bénisse, et qu'on le
tuant eum omnes fines terrai. craigne jusqu'aux extrémités de la terre.
Sommaire analytique.
Ce Psaume est l'expression des vœux que fait le Psalmiste pour l'avènc-
ment du Messie, l'incarnation du Fils do Dieu et la délivrance qu'il doit
apporter à tous les peuples (1).
(1) Ce Psaume est sans nom d'auteur. Suivant un certain nombre d'interprètes,
il aurait été composé sous Ezécbias, et il porte des caractères analogues à ceux
des psaumes des enfants de Coré.
PSAUME LXVÎ.
I. — IL PRIE DIEU
1° D'avoir pitié des pécheurs ;
2° De bénir ceux qui sont déjà justifiés ;
3° D'éclairer ceux qui sont dans la voio de la perfection (1) ;
4° D'avoir pitié do tous, pour qu'ils connaissent ses voies et le salut
qu'il apporte aux hommes (2).
II. — IL INVITE LES HOMMES
1° A louer le Dieu Sauveur de bouche et de cœur;
2° A se réjouir à cause de sa justice envers les Juifs et de sa misé-
ricorde à l'égard des Gentils (3, 4) ;
3° A publier ses louanges à cause de l'Incarnation et de la bénédiction
qu'il répand sur tous les hommes (5-7).
Explications et Considérations.
I. — 1 , 2 .
II. — 3 , 7.
jfr. 3 . C o n n a î t r e D i e u e t J é s u s - C h r i s t , c o n n a î t r e s a v o i e e t s a c o n d u i t e
sur la terre, est u n e g r a n d e science ; m a i s il y a u n e différence infinie
e n t r e c o n n a î t r e s i m p l e m e n t ce qu'il a fait s u r la terre et le c o n n a î t r e
d ' u n e m a n i è r e s a l u t a i r e . (DUGUET). — « Afin q u e n o u s connaissions
votre voie sur la terre. » Que veut dire : « votre v o i e ? » L a voie qui
conduit vers vous. Reconnaissons où nous allons, reconnaissons par
q u e l l e voie n o u s allons, nous ne p o u v o n s connaître ni l'un ni l'autre
dans les ténèbres. Vous êtes loin des h o m m e s voyageurs sur cette terre,
Psaume lxVL
Vous avez tracé devant nous la voie par laquelle nous devons retourner
à vous. « Faites donc que nous connaissions votre voie sur cette
terre » Quelle est-elle, cette voie que nous désirons de connaître?
Nous devons la chercher, mais nous ne saurions la connaître par
nous-mêmes. Apprenons de l'Evangile à la connaître: « Je suis la voie, »
dit le Seigneur. Le Christ a dit: « Je suis la voie. » Craindriez-vous de
vous tromper? il a ajouté : « Je suis la vérité. • Qui peut se tromper
étant dans la vérité? Au contraire, celui-là se trompe qui s'écarte de
la vérité. « Le Christ est la vérité, le Christ est la voie, t marchez.
Craindriez-vous aussi de mourir avant d'arriver? * Je suis la vie, »
a-t-il dit également. « Je suis la voie et la vérité et la vie. » (JEAN
XIV, G). C'est comme s'il disait : Que craignez-vous? Vous marchez par
moi, vous marchez vers moi, vous reposez en moi. Que veut donc
dire le Prophète par ces mots : « Faites que nous connaissions votre
voie sur la terre, » sinon : « Faites que sur terre nous connaissions votre
Christ? » Mais laissons répondre le psaume lui-même, de peur que
vous ne croyiez qu'il faut chercher en un autre endroit de l'Ecriture
un témoignage qui manque ici. Le Prophète, en reprenant sa pen-
sée sous une autre forme, nous montre ce que signifient ces mots :
« Faites que nous connaissions votre voie sur la terre ; » car il ajoute :
« Celui par qui vous donnez le salut à toutes les nations. » Demandez-
vous sur quelle terre? Ecoutez : « à toutes les nations. » Demandez-vous
quelle est cette voie? Ecoutez: « celui par qui vous donnez le salut. »
Mais le Christ n'est-il pas celui par qui Dieu donne le salut? (S. AUG.)
f. 4 , 6 . Sujet légitime des louanges, des actions ^de grâces et de
la joie de tous les peuples, l'admiration profonde des jugements
équitables, c'est-à-dire de l'équité parfaite du règne que Jésus-Christ
devait établir par la destruction de l'empire injuste du démon.—
Le fruit excellent que la terre a donné, c'est Jésus-Christ lui-même
qui, selon son humanité, a été un fruit de la terre, mais un fruit élevé
et glorieux. (IsAr. iv, 2 ) . — Doubles bénédictions de Dieu, les tempo-
relles et les spirituelles ; les bénédictions propres aux Juifs et les bé-
p
PSAUME LXVÏÏ.
19. BenedictusDominus die quo- 19. Que le Seigneur soit béni dans
tidie : prosperum iter faciet nobis toute la suite des jours; le Dieu qui nous
Deus salutarium nostrorum. sauve rendra heureuse la voie où nous
marchons
20. Deus nostor, Deus salvos 20. Notre Dieu est le Dieu qui sauve,
faciendi: et DomiuiDomini exitus et les portes do la mort sont au pouvoir
mortis. du Dieu, notre Maître.
21. Verumtamen Deus confrin- 21. Au contraire , Dieu brisera les
get capita inimicorum suorum : têtes do ses ennemis , le front superbe
vcrticem capiJli perambulantium de ceux qui marchent avec complai-
in delictis suis. sance dans» leurs péchés.
22. Dixit Dominus : Ex Basan 22. Le Seigneur # dit : Je les amène-
convertam, convertam in profun- rai de Basan; je les précipiterai au fond
dum maris : de la mer (1),
23. Utintingatur pes tuus in san- 23. en sorte que votre pied soit teint
guine : lingua canum tuorum ex dans leur sang, et que la langue de vos
mimicis, ab ipso. chiens soit rougie du sang de vos en-
nemis.
24. Videruntingressus tuos Deus, 24. Ils ont vu, ô Dieul votre entrée,
ingrcssus Doi mci : régis mei qui l'entrée triomphante de mon Dieu et
est in sancto. de mon Uoi, qui réside dans son sanc-
tuaire.
25. Prfnvenerunt principes con- 25. Les princes, conjointement avec
juncti psallentibus, in medio ju- ceux qui touchent les instruments, s'a-
vcncularum tympanistriarum. vançaient les premiers , au milieu des
vierges qui frappaient sur leurs tambours.
26. In ecclesiis benedicite Deo 26. Bénissez Dieu dans les assemblées,
Domino, de fontibus Israël. bénissez le Seigneur, vous qui êtes sortis
des sources d'Israël.
27. IbiBenjamin adolescentulus, 27. Là se trouve le petit Benjamin dans
in mentis excessu. le ravissement de son esprit.
Principes Juda, duces eorum : Les princes de Juda, leurs chefs ; les
principes Zabulon,principes Nepli- princes de Zabulon, les princes de Neph-
tbali. thali (2).
28. Manda, Deus, virtuti tiuc : 28. Commandez , ê Dieu ! votre puis-
confirma hoc, Deus , quod opera- sance ; ô Dieu 1 affermissez ce quo vous
tus es in nobis. avez fait en nous.
29. A templo tuo in Jérusalem , 29. De votre templo qui est dans Jé-
tibi offerent reges munera. rusalem, les rois vous offriront des pré-
sents.
30. Increpa feras arundinis, 30. Gourmandcz ces monstres des ro-
congregatio taurorum in vaccis seaux, troupe de taureaux au milieu
popuïorum : ut excludant eos, qui des génisses des peuples qui s'efforcent
probasti sunt argcnto. de bannir ceux qui ont été éprouvés
comme l'argent (lj.
Dissipa gentes, qua; bellavohmt: Dissipez les nations qui ne respirent
quo la guerre.
31. venient legati ex jEgypto : 31. Des ambassadeurs viendront de
jEthiopa praweniet manus ejus l'Egypte; l'Ethiopie sera la première à
Deo. tendre ses mains vers Dieu.
32. Régna terrae, cantate Deo : 32. Royaumes de la terre, chantez les
psallite Domino : psallite Deo , louanges de Dieu, faites retentir des
cantiques à la gloire du Seigneur ; chan-
tez en l'honneur de Dieu,
33. qui ascendit super cœlum 33. qui est monté au-dessus de tous
cœli ad orientem. les cioux, vers l'Orient.
Ecce dabit voci suaî vocem vir- Voici qu'il donnera à sa voix une voix
tutis, do puissance.
34. date gloriam Deo super Is- 34. Rendez gloire à Dieu pour Israël.
raël , magnificentia ejus, et virtus Sa magnificence et sa force éclatent dans
ejus in nubibus. les nuées.
35. Mirabilis Deus in sanctis 35. Dieu est admirable dans ses saints,
suis, Deus Israël ipse dabit virtu- le Dieu d'Israël donnera lui-même à son
tem et fortitudinem plebi suaî : peuple vertu et force. Que Dieu soit béni.
benedictus Deus.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, composé à l'occasion du transport de l'arche de la
maison d'Obedédom dans le tabernacle préparé sur la montagne de Sion
(II Rois, vi, 12), (2), David contemple et célèbre le triomphe de Jésus-Christ
sur la mort, son ascension dans les cicux, et les dons qu'il a répandus
sur l'Eglise naissante.
I. — IL DÉCRIT LA SPLENDEUR DE SON TRIOMPHE :
1° La dispersion et l'anéantissement de ses ennemis (1, 2);
5° La joie et la sécurité des justes, qui chantent des cantiques on l'hon-
neur du Sauveur montant aux cieux (3, 4) ;
3° La protection qu'il accorde aux veuves et aux orphelins (5) ;
4° Son entrée triomphale dans son palais, la paix et l'union qu'il fait
régner autour de lui et la délivrance qu'il accorde aux captifs dont il
a brisé les fers (0).
(1) Cette bête du roseau (le crocodile ou l'hippopotame), figure le roi d'Egypte
avec les g r a n d s de son royaume, comparés à des taureaux puissants et avec les
peuples qui l'entourent, qui s'abandonnent à leurs chefs, c o m m e les vaches aux
taureaux, et secondent le dessein qu'ils ont formé d'expulser les serviteurs éprou-
vés de Dieu.
s
(2) IFengslenberg et d'au' e s exégèles pensent que ce fut à l'occasion de la
translation solennelle de l'arche, lorsqu'à la suite de la guerre où elle fut con-
duite (II Rois, xi, l t ; xu, 26, 31), on la reporta au milieu «l'une grande pompe,
accompagnée des «'nplifs, sur iemoitt Sion.
P S A U M E LXVII. 55
Explioations et Considérations.
I. — 1-G.
y. 1-3. «Que Dieu se lève, etc. » C'est chose déjà faite. Le Christ qui
est au-dessus de toutes choses, Dieu béni dans tous les siècles, le
Christ est ressuscité, (Rom. ix, G), et les Juifs ses ennemis sont dissipés
parmi toutes les nations. Vaincus dans le lieu même où ils ont exercé
contre lui leurs inimitiés, ils ont été dispersés de là parmi tous les
peuples. Et maintenant ils haïssent le Christ, mais ils le craignent, et,
sous l'empire de cette crainte, ils fuient loin de sa face. Pour l'âme, en
effet, craindre, c'est fuir; car, comment fuir, à la façon du corps, la
face de celui qui rend sensible en tous lieux les effets de sa présence ?...
Ils fuient donc, non par le corps, mais par l'esprit ; non en se cachant,
mais en craignant ; non cette face de Dieu qu'ils ne sauraient voir,
mais celle qu'ils sont forcés de voir. (S. AuG.) — « Comme la fumée
s'évanouit, qu'ils s'évanouissent eux-mêmes. » La fumée est empor-
tée par le vent, la cire se liquéfie par le feu, et les impies tombent
ainsi sans force et sans résistance devant la majesté du Très-Haut.
En effet, soulevés par le feu de leur haine, les ennemis de Dieu et de
son Christ se sont élevés au comble de l'arrogance, ils ont porté la
tète jusque dans le ciel (Ps. l x x u , 9 ) , mais bientôt ils s'évanouiront
dans la honlc de leurs défaites. « Comme la cire fond devant le feu,
qu'ainsi les pécheurs périssent devant la face de Dieu. » Peut-être
le Prophète a-l-il voulu représenter en cet endroit coux dont la
dureté se fond dans les larmes de la pénitence ; cependant, on peut
aussi voir dans ce passage une menace du jugement à venir, car,
apr.ès s'être élevés en ce monde comme de la fumée, c'est-à-dire après
s'être évanouis dans leur orgueil, les pécheurs seront frappés à la fin
par la dernière condamnation, et ils périront pour l'éternité de devant
la face de Dieu, quand il se sera manifesté dans sa splendeur, sem-
blable au feu le plus vif, pour être le châtiment des impies et la
PSAUME LXVII. 57
II. — 7 - 1 6 .
III. — 17-24.
monté ensuite au-dessus de tous les cieux, a mené avec lui une mul-
titude de captifs, et a répandu magnifiquement ses dons diflérents sur
les hommes, en leur envoyant l'Esprit-Saint, et, ce qu'il y a de plus ad-
mirable, a triomphé du cœur rebelle de ceux qui étaient entièrement
incrédules et fait en sorte que des peuples auparavant infidèles et
incrédules, ont demeuré dans le Seigneur, et que le Seigneur aussi a
demeuré en eux. (DUGUET.) — Après avoir décrit le cortège qui en-
toure le char de triomphe du Seigneur, le Prophète s'adresse au Seigneur
lui-même : « Vous êtes monté au h a u t des cieux, vous avez fait cap-
tive la captivité, vous avez distribué des présents aux hommes. « L ' A -
pôtre rapporte ce verset et l'explique de Notre-Seigneur en ces termes :
« A chacun de nous, la grâce a été donnée selon la mesure du don de
Jésus. C'est pourquoi le Prophète a dit : c II est monté au h a u t des
cieux, il a fait captive la captivité, et il a donné des dons aux
hommes. » Mais qu'est-ce : il est monté, sinon qu'il est descendu au-
paravant dans les parties inférieures de la terre ? Celui qui est des-
cendu est le même qui est monté au-dessus de tous les cieux, afin de
remplir toutes choses. » (EPHES. IV, 7-10.) C'est donc, sans aucun
doute, de Jésus-Christ, que le Prophète a parlé en disant : « Vous
êtes monté au h a u t des cieux, vous avez fait captive la captivité, vous
avez reçu des dons en la personne des hommes. » Et ne soyez pas
préoccupés de ce que l'Apôtre, en citant ce passage, n'ait pas dit :
« Vous avez reçu des dons en la personne des hommes, » mais : « Il
a donné des dons aux hommes. » L'Apôtre, avec l'autorité que lui
donnait ce titre, a parlé comme il l'a fait en considérant le Fils
comme Dieu avec le Père. En ce sens, effectivement, il a donné des
dons aux hommes, en leur envoyant l'Esprit-Saint, qui est l'Esprit du
Père cl du Fils. Mais si l'on considère le môme Jésus-Christ dans son
corps qui est l'Eglise ; si l'on considère que les saints et les fidèles sont
ses membres, selon ces paroles do l'Apôtre : a Vous êtes le corps et
les membres du Christ, » (I COR. xu, 27), sans aucun doute, en cette
qualité, il a reçu des dons en la personne des hommes. (S. AUG.) —
Mais que veut dire : « Vous avez fait captive la captivité » ? Serait-ce
qu'il a vaincu la mort, qui tenait captifs ceux sur lesquels elle régnait ?
ou bien le Prophète a-t-il désigné, par ce terme de captivité, les
h o m m e s que le démon tenait captifs ? Le Prophète donne aux hommes
qui étaient tenus captifs le nom de captivité de même que nous
disons la milice en parlant des militaires. Le Prophète a dit que la
captivité avait été captivée par le Ghrist. Pourquoi, en effet, la cap-
PSAUME LXVII. GO
IV. — .24-35.
ô mon Dieu I les pas de mon Dieu, du Roi qui habite dans le lieu
saint. » Dans quel lieu saint, « sinon dans son temple? En effet, le
temple de Dieu est saint et vous êtes ce temple. » (II Cor. m , 17),
(S. AUG.). — Or, pour que ces pas fussent vus, « les princes ont mar-
ché les premiers avec ceux qui chantaient sur le psalterion, au milieu
de jeunes filles qui frappaient sur des tambours. » Les princes sont
les Apôtres; ils ont, en effet, marché les premiers, afin que les peuples
suivissent; ils ont marché les premiers, annonçant le Nouveau Testa-
ment, « avec ceux qui chantaient sur le psalterion, » c'est-à-dire avec
ceux dont les bonnes œ u v r e s , visibles pour les autres h o m m e s ,
glorifiaient Dieu, comme des instruments destinés à le louer. Ces
mêmes princes étaient « au milieu de jeunes filles qui frappaient sur
des tambours, » c'est-à-dire qu'ils étaient honorés par le ministère
même qu'ils remplissaient; car tel est le rang des ministres sacrés au
milieu des églises nouvelles qu'ils gouvernent... En effet, de peur qu'il
ne vînt à l'esprit de quelqu'un d'interpréter ces figures dans un sens
charnel, le Prophète continue et dit : « Bénissez le Seigneur dans les
Eglises; » comme s'il disait : Gardez-vous, en entendant parler de
jeunes filles qui frappent sur des tambours, de penser à des amuse-
ments lascifs. « Bénissez le Seigneur dans les Eglises. » Les
Eglises sont figurées par cette appellation mystique; les Eglises
sont de jeunes filles ornées d'une grâce nouvelle; les Églises sont des
jeunes filles qui frappent sur des tambours, c'est-à-dire à qui la vic-
toire remportée sur la chair a donné une autorité spirituelle. « Bé-
nissez donc dans les Eglises le Seigneur, le Dieu, vous quiètes sortis
des sources d'Israël. C'est dans Israël, en effet, qu'il a choisi ceuxdont
il voulait faire des sources; c'est là qu'il a choisi les Apôtres, qui les
premiers ont entendu ces paroles : « Quiconque boira de l'eau que j e
lui donnerai n'aura jamais soif, mais il sortira de lui une source d'eau
qui jaillira jusqu'à la vie éternelle. » (JKAN, IV, 13, 14) ; (S. AUG.). —
Les petits et les grands, les princes et les peuples se trouvent dans
ces Eglises comme dans la maison commune, pour rendre leurs devoirs
à Dieu.
y. 28-30. Cettte expression : « Seigneur, commandez à votre force, »
est dans le style des Prophètes, qui représentent Dieu comme intimant
ses ordres aux instruments de sa bon té ou de ses vengeances. Dieu com-
mande à sa force, quand il la déploie, quand il en fait sentir les effets.
Je pourrais dire, dans l'oraison : Seigneur, commandez à vos lumières
de m'éclairer; commandez à votre amour do m'embrascr; commandez
72 PSAUME LXVII.
à votre miséricorde de me pardonner mes péchés; commandez à votre
sagesse de me montrer vos voies. Dans le Psaume XLIII, le Prophète
dit que Dieu commande le salut de Jacob ; c'est-à-dire qu'il prend les
moyens eflicaces de sauver son peuple. O Seigneur, j e r é p è t e , avec le
sentiment d'un cœur touché du désir de vous plaire : Commandez
mon salut; commandez aux ennemis qui s'y opposent de laisser mon
âme jouir de la paix qu'on goûte dans votre sein ; commandez à mes
passions de se taire en votre présence. Commandez à mon cœur de
s'attacher inviolablement à vous. (BERTUIER). — En quelque degré de
vertu et de sainteté que l'homme soit établi, il doit demander à Dieu
qu'il l'y affermisse et qu'il achève en lui ce qu'il a commencé. Souve-
rain domaine de Jésus-Christ, auquel tous les rois de la terre sont
venus rendre leurs adorations et leurs hommages, en lui consacrant
leurs états et encore plus leur cœur. Quels autres présents agréables
à Dieu, sinon le sacrifice de louanges? Mais il y a des hommes qui,
tout en portant le nom de chrétiens, ont des sentiments contraires, et
mêlent à ces louanges des airs discordants. Que Dieu fasse donc ce
que dit le Prophète : « Réprimez les bêtes féroces du roseau. » Ce
sont de véritables bêtes féroces, parce qu'ils sont nuisibles par leur
manque d'intelligence, et ce sont les bêtes féroces du roseau, parce
qu'ils corrompent, au gré de leurs erreurs, le sens des Ecritures. —
C'est encore des mêmes hommes que le Prophète ajoute : « Ils sont
comme une multitude de taureaux au milieu des vaches des peuples, »
afin que ceux qui ont été éprouves par l'argent soient repoussés. En
leur donnant le nom de taureaux, à cause de leur tête dure et indomptée,
le Prophète désigne les hérétiques; les vaches des peuples sont les
âmes faciles à séduire... « 11 y en a parmi eux, dit l'Apôtre, qui pénètrent
dans les maisons et qui traînent captives de faibles femmes chargées
de péchés et mues par toutes sortes de désirs, lesquelles apprennent
toujours et ne parviennent jamais à la connaissance de la vérité. »
( U T I M . n i , 4 ) . Le même Apôtre dit encore : « Il faut qu'il y ait des
hérésies pour manifester ceux d'entre vous qui sont éprouvés, » (I Cor.
xi, 19), ce qui revient à ce qu'ajoute le Prophète : « Afin que ceux
qui ont été éprouvés par l'argent soient repoussés; » c'est-à-dire, ma-
nifestés, mis en évidence. (S. AUG.) — « Réprimez ces bêtes féroces,
toujours prêtes à s'élancer de leurs roseaux. » Quel spectacle présente
à ce moment le monde, sinon celui d'une bande de taureaux furieux
qui n'ont en face d'eux que de timides vaches? Il est vrai, les peuples
eux-mêmes sont amollis, sont « avachis; » pourtant, le monde con-
PSAUME LXYIÏI. 73
PSAUME LXVIÎL
In finem , pro iis, qui commu- Pour la fin, pour ceux qui seront
tabuntur, David. changés, Psaumo de David.
1. Salvum me fac, Deus : quo- 1. Sauvez-moi, ô Dieu 1 parce que les
niam intraverunt aquaï usque ad eaux sont entrées jusque dans mon âme.
animam meam.
2. Infixus su m in limo profundi : 2. Je suis enfoncé dans une bouo pro-
et non est substantia. fonde et sans consistance.
Veni in altitudincm maris : et Je suis descendu dans la profondoup
tempestas demersit me, do la mer, et la tempôto iq'a submergé.
74 PSAUME LXVIII.
31. Et placebit Deo super vitu- 31. Et cet hommage sera plus agréablo
lum novelluni, cornua producen- à Dieu que le sacrifice d'un jeune veau
tem et ungulas. aux cornes naissantes, et à qui les ongles
commencent à pousser.
32. Videant pauperes et laîten- 32. Que les pauvres voient, et qu'ils
tur : quœrite Dcuni,etvivct anima se réjouissent. Cherchez Dieu, et votre
vestra : âme vivra ,
33. Quoniam exaudivit paupe- 33. parce que le Seigneur a exaucé
res Dominus : et vinctos suos non les pauvres , et qu'il n'a point méprisé
despexit. ses serviteurs captifs.
34. Laudent illum cœli et terra, 34. Que les cieux et la terre le louent,
mare, et omnia reptilia in eis. aussi bien que la mer, et ce qui se meut
dans leur sein.
35. Quoniam Deus salvam fa- 35. Parce que Dieu sauvera Sion, et
ciet Sion : et Eodificabuntur civita- que les villes de Juda seront bâties.
tes Juda.
Et inhabitabunt i b i , et hœredi- Ses serviteurs l'habiteront et la pos-
tate acquirent eam. séderont en héritage.
36. Et s e m e n servorum ejus pos- 36. Et leurs descendants en seront
sidebiteam ; et qui diliguntnomen possesseurs à leur tour; et ceux qui
ejus ; habitabunt in ea. aiment son nom y établiront leur de-
meure.
Sommaire analytique.
(1) Ce Psaume a été appliqué à Jésus-Christ souffrant par tous les Pères et
par tous les interprètes. En effet, bien qu'une partie puisse se rapporter aux
persécutions que David eut à endurer, il est impossible de ne pas voir qu'il con-
vient beaucoup mieux, dans un sens littéral, à Jésus-Christ; car, outre l'applica-
tion précise que font les autours du Nouveau Testament de plusieurs versets,
tous les caractères de celui qui parle s'appliquent parfaitement au Sauveur, et
certains traits ne peuvent s'appliquer qu'à lui ou à ses persécuteurs. Ces doux
propositions se prouvent par l'analyse logique du Ps.uuuo..
PSAUME LXVIII. 77
Explications et Considérations.
I.-1-13.
louange à qui les subit; mais avoir une bonne cause et souffrir ces
peines, voilà qui mérite la louange. Le mérite est proportionné à la
cause et non à l'atrocité du supplice; car quelque grands qu'aient été
les supplices des martyrs, égalent-ils les supplices de tous les voleurs,
de tous les sacrilèges, de tous les scélérats? Mais le monde hait-il aussi
ces misérables? Evidemment il les hait. En effet, ils excèdent par leur
scélératesse la méchanceté commune du monde, et ils sont, en quel-
que sorte, étrangers à la société du monde, dont ils mettent en péril
la paix temporelle; ils souffrent de cruels supplices, mais ce n'est pas
sans motif. (S. A U G ) . — « J'ai payé ce que je ne devais pas. » C'est
encore ici la voix du corps. En effet, quelle imprudence trouver dans
le Christ? N'est-il pas la force et la sagesse de Dieu? Mais ne parle-t-il
point d'imprudence au sens de l'Apôtre : « La folie de Dieu est plus
sage que la sagesse des hommes? » (I. Cor. i, 25). « Mon imprudence, »
c'est-à-dire la conduite qui m'a rendu l'objet des railleries de ceux
qui se croyaient sages. O Dieul vous savez pourquoi ces choses se
faisaient, t Vous avez connu mon imprudence. » Qu'y a-t-il de plus
imprudent, selon les apparences, tandis qu'on peut d'un mot renver-
ser ses persécuteurs, que de se laisser arrêter, flageller, souiller de
crachats, souffleter, couronner d'épines, attacher à la croix? N'est-ce
point là de l'imprudence? n'est-ce point là de la folie? Mais cette folie
surpasse la prudence de tous les sages. C'est une folie, en effet, mais
quand le grain est jeté en terre, pour qui ne connaîtrait pas les lois
de la culture, il semblerait que ce fût folie. Ce blé est moissonné avec
un grand travail, on le porte dans l'aire, on le bat, on le vanne, et,
après tous les dangers dont les intempéries du ciel et les orages l'ont
menacé, après tous les travaux des ouvriers des champs et tous les
soins du maître, quand il est bien purifié, on le place dans le grenier;
puis, vient l'hiver, et ce blé, si bien purifié, est porté au dehors et
jeté sur la terre. C'est une imprudence apparente, mais l'espérance
fait qu'il n'y a point là d'imprudence... Le grain, a dit le Seigneur,
s'il ne tombe dans la terre pour mourir, ne rendra pas de fruit. (JEAN
XII, 21, 25). Voilà son imprudence, mais, ô Dieu, vous la connaissez.
(S. AUG.).
111. — 2 2 - 2 7 .
IV. — 29-30.
afin que voLre chair vive, cherchez le Seigneur, afin que votre âme
vive. « Parce que le Seigneur a exaucé les pauvres, et qu'il n'a point
méprisé ceux qui étaient dans les fers. » Quels sont ces fers ? La m o r -
talité, la corruptibilité de la chair, sont les fers dans lesquels nous
sommes enchaînés. Et voulez-vous en connaître les fruits? L'Ecriture
vous répond : « Le corps qui est corrompu appesantit l'âme. » (Sag.
ix, 15,)—Lorsque les hommes veulent être riches en ce monde, ils cher-
chent des oripeaux pour orner ces fers. Qu'il vous suffise de couvrir vos
fers avec des haillons ; ne cherchez que ce qui est suffisant pourchasser
la nécessité ; car rechercher le superflu ne serait que charger vos
chaînes d'un nouveau poids. Dans votre prison, croyez-moi, n'ajoutez
rien à vos fers. (S. AUG.)
f. 34, 36. « Que ses louanges soient célébrées par les cieux, par la
terre, par la mer et par tout ce qui rampe à leur surface ou dans leur
sein. » C'est une vraie richesse pour ce pauvre de considérer les créa-
turcs et de louer le Créateur. D'ailleurs ces créatures ne louent-elles
point Dieu, quand l'homme, en les considérant, prend de là occasion
de louer D i e u ? . . « Parce que Dieu sauvera Sion. • Il restaure son
Eglise, il fait entrer des nations fidèles dans le corps de son Fils uni-
que, il ne frustre aucun de ceux qui croient en lui des récompenses
88 PSAUME LX1X.
qu'il a promises. « Parce que Dieu sauvera Sion, et que les villes de
J u d a seront bâties. » Ces villes sont les Eglises. Que nul ne dise :
Quand donc seront bâties ces villes de J u d a ? Oh ! si vous vouliez en
reconnaître l'admirable construction, en devenir une pierre vi-
vante et y prendre place 1 C'est maintenant que les villes de Juda sont
bâties. (S. AUG.)
PSAUME LXIX.
(Voir le Psaume XXXIX. dont celui-ci parait être lafindétachée.)
In finem, Psalmus David, in re- Pour la fin, Psaume de David, en mé-
memorationcm, quod salvum fe- moire do ce que Dieu l'avait sauvé.
cerit eu m Dominus.
1. Deus in adjutorium meum f. Venez à mon aide , ô mon Dieu l
intende : Domino, ad adjuvandum bâtez-vous, Seigneur, do mo secourir.
me festina.
2. Confundantur, et reverean- 2. Qu'ils soient confondus et couverts
t u r , qui qiuerunt animam meam. de bonté, ceux qui cherchent à m'ôter
la vie.
3. Avertantur retrorsum, et 3. Qu'ils retournent en arrière et qu'ils
erubescant, qui volunt mibimala : rougissent ceux qui veulent m'accabler
de maux.
Avertantur statim erubescentes, Qu'ils s'en retournent aussitôt en rou-
qui dicunt niihi: Euge, euge. gissant, ceux qui me disent : Triomphe !
triomphe 1
4. Exultent et lœtentur in te om- 4. Mais que tous ceux qui vous cher-
nes qui qiucrunt le, et dicant sem- chent se réjouissent en vous et soient
per : Magnificctur Dominus : qui transportés de joie. Et que ceux qui
diliguntsalutare tuum. aiment le salut qui vient de vous disent
sans cesse : Que le Seigneur soit glorifié
dans sa grandeur.
5. Ego vero egenus et pauper b. Pour m o i , je suis pauvre et dans
sum : Deus, adjuva me. l'indigence. O Dieu I aidez-moi.
Adjutor meus, et liberator meus C'est vous qui êtes mon protecteur et
es tu : Domine, ne moreris. mon libérateur, Seigneur, no tardez pas.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, qui est presque identique avec la fin du psaume
XXXIX, David, figure de Jésus-Christ, se voyant entouré d'ennemis,
I. — IMPLORE LE SECOURS DE DIEU, ET LE SUPPLIE DE VENIR A SON AIDE :
1° Avec cette attention vigilante qu'exigent les dangers auxquels il est
exposé ;
2° Avec toute la célérité et la promptitude de son amour pour lui (1).
II. — IL EXrOSE A DIEU LES RAISONS QUI MOTIVENT ET APPUIENT SA. PRIÈRE :
1° Ses ennemis, qui a) cherchent à lui ôter la vie (2), ô) nourrissent dans
leur cœur les desseins les plus hostiles, c) se moquent de lui et le tournent
en dérision (3) ;
PSAUME LXIX. 80
Explloations et Considérations.
I. - 4.
f. i. Demander le secours de Dieu, parce qu'il nous est nécessaire.
— Le demander incessamment, parce que nous en avons incessamment
besoin. — Le demander avec de grandes instances, puisqu'il s'agit de
tout pour nous. — P r i e r Dieu qu'il se hâte de nous secourir, parce
que le besoin est pressant et quo nos ennemis se liaient de nous a t t a -
quer. (DUG.).—-Cestpar ce verset q u e n o u s commençons chacune des
heures de l'office ecclésiastique : 1° nous faisons ainsi une profession
solennelle de l'impuissance o u nous sommes de louer Dieu comme il
faut sans la grâce et le secours de Dieu ; 2° nous déclarons p a r là que
le secours du ciel'nous est'nécessaire à chaque heure du j o u r et pour
chacune de nos actions. Nous reconnaissons ainsi que Dieu est l'auteur,
le principe, le moyen et la fin de tout bien. Dieu, dit saint Bernard,
aime comme étant charité; il connaît comme science; il est assis comme
la souveraine équité; il domine comme la majesté suprême; il nous gou-
verne comme notre principe, nous protège comme notre salut, ne cesse
d'opérer comme puissance illimitée, se révèle à nous comme vérité,
nous assiste et nous aide comme force. ( S . BERN., De Consid. lib. v,
c. 1).
II. — 3 - 5 .
f. 4. Il y a deux genres de persécuteurs, ceux q u i a c c u s e n t et ceux
•qui flattent : une langue adulatrice est plus redoutable qu'une main
m e u r t r i è r e , car l'Ecriture l'appelle une fournaise ardente. Il est ma-
nifeste d'abord que l'Ecriture, parlant des persécutions, a dit des mar-
tyrs mis à mort : € Dieu les a éprouvés dans la fournaise comme l'or,
et il les a reçus comme des victimes offertes en holocauste. » (SAG.
m , 6). D'autre part, remarquez, d'après un autre passage, que la lan-
gue des flatteurs produit les mêmes effets : « L'argent et l'or sont
éprouvés par le feu, et l'homme est éprouvé par la bouche de ceux
qui le louent. » (PROV. XXYII, 21). La persécution est un feu, la flatterie
est un feu ; il faut que vous sortiez sain et sauf de l'un et de l'autre.
( S . AUG.).
90 PSAUME LXXIX.
f. 5. « Que le Seigneur soit glorifié toujours; » non pas seulement:
« que le Seigneur soit glorifié, » mais « qu'il soit glorifié toujours. »
Vous étiez égaré, vous étiez détourné de lui, il vous a appelé : « Que
le Seigneur soit glorifié. » 11 vous a inspiré de confesser vos péchés,
vous les avez confessés, il vous a pardonné : « que le Seigneur soit
glorifié. » Mais maintenant vous commencez à vivre dans la justice,
il me semble qu'il est juste de vous glorifier à votre tour. Eu effet,
lorsque vous étiez égaré, et que le Seigneur vous appelait, vous deviez
le glorifier ; lorsque vous avez confessé vos péchés et que le Seigneur
vous les a remis, vous deviez le glorifier; mais maintenant qu'ayant
entendu sa parole vous commencez à avancer, maintenant que vous
êtes justifié, maintenant que vous êtes parvenu à un certain degré
d'excellence dans la vertu, il est convenable sans doute que vous soyez
aussi glorifié. Non, « qu'ils disent : que le Seigneur soit glorifié tou-
jours. » Vous êtes pécheur, qu'il soit glorifié de vous appeler; vous
confessez vos péchés, qu'il soit glorifié de vous p a r d o n n e r ; vous vivez
selon la justice, qu'il soit glorifié de vous diriger; vous persévérez
jusqu'à la fin, qu'il soit glorifié de vous couronner. « Que toujours
donc le Seigneur soit glorifié. » Que les justes le disent. Quiconque
ne le dit pas ne cherche pas le Seigneur. Oui : « que le Seigneur soit
glorifié! que tous ceux qui le cherchent soient transportés d'allégresse
et se réjouissent, et que ceux qui aiment le salut qui vient de lui di-
sent : Que le Seigneur soit glorifié toujours. » (IBID.). En effet, leur
salut vient de lui et non d'eux-mêmes. Le salut envoyé par le Seigneur
notre Dieu, c'est le Sauveur, Notre-Seigneur Jésus-Christ. Touthommo
qui aime le Sauveur confesse avoir été guéri; mais tout homme qui
se déclare guéri déclare avoir été malade. « Que ceux qui aiment le
salut qui vient de vous, ô mon Dieu, disent donc : Que le Seigneur
soit glorifié toujours. » Quel salut donc? celui que vous donnez et non
leur salut, comme s'ils se sauvaient eux-mêmes, ni le salut qui vien-
drait d'un homme, comme si un homme pouvait les sauver. ( S . AUG.).
y. 6. « Que le Seigneur soit donc glorifié; » mais vous, ne le serez-
vous jamais? ne le serez-vous nulle p a r t ? En lui, j e suis quelque
chose; en moi, je ne suis rien; mais, si je suis quelque chose en lui,
c'est lui qui est quelque chose et non pas moi. Qu'êtes-vous donc?
« Pour moi, je suis pauvre et indigent. » C'est lui qui est riche, c'est
lui qui a tout en abondance, c'est lui qui n'a besoin de rien. (S. AUG.)
— Quelle pauvreté plus grande ot plus sainte que la pauvreté de celui
qui, reconnaissant qu'il n'a aucune force, aucune ressource, est
PSAUME LXX. 91
obligé d'implorer tous les jours les secours d'une libéralité étrangère,
et qui, comprenant que sa vie, son existence dépend à chaque instant
du secours divin, confesse hautement et a j u s t e titre qu'il est le pau-
vre de Dieu, et cric humblement chaque j o u r avec le Iloi-Prophète ;
« Je suis pauvre et indigent, mon Dieu, venez à mon secours? »
(CASS. Coll. x, c. 11).
PSAUME LXX.
hendite cum : quia non est qui n'y a personne pour le délivrer.
eripiat.
12. Deus , ne clongeris a me : 12. O Dieu ! ne vous éloignez point'do
Deus mous , in auxilium meum moi. Voyez, mon Dieu, à me secourir.
respice.
13. Confundantur, et dcficiant
1
13. Que ceux qui répandent des ca-
detrahentcs animai mea . : opcrian- lomnies contre moi soient, confondus et
tur confusione, et pudore, qui anéantis. Qu'ils soient couverts de honte
quaerunt mala mihi. et de confusion ceux qui me veulent du
mal.
14. Ego autem semper sperabo : 14. Mais pour moi, je ne cesserai ja-
et adjiciam super omnem laudem mais d'espérer , et j'ajouterai à toutes
tuam. vos louanges.
15. Os meum annuntiabit justi- 15. Ma bouche publiera votre justice ,
tiamtuam; totadie salutaretuum. et racontera tout le jour votre assistance
salutaire ,
Quoniam non cognovi littera- parce que je ne connais pointla science
turam , humaine (1).
10. inlroibo in potentias Do- 10. J'entrerai dans les puissances du
mini : Domine, mcmorabor justi- Seigneur. Seigneur, je me soutiendrai do
fiai turc solius. votre justice seule.
17. Deus , docuisli me a juvcn- 17. C'est vous-même, ô Dieu ! qui m'a-
tutc mea : et. usquo nunc pronun- vez instruit dés ma jeunesse ; et je pu-
tiabo mirabilia tua. blierai vos merveilles jusqu'à co jour (2).
18. Et usque in senectam et se- 18. Et je les publierai jusque dans ma
nium : Deus, ne derclinquas me , vieillesse et mes derniers jours.
Donec annuntiem bracbiumtuum Ne m'abandonnez pas, ô Dieu I jus-
generationi omni, quœ ventura est; qu'à ce que j'aie annoncé votre bras
a toute la postérité qui doit venir;
Potentiam tuam, votre puissance
19. et justitiam tuam, Deus, us- 19. et votre justice, ô Dieu ! qui s'é-
que in altissima , quaj fecisti ma- lèvent jusqu'au plus haut des cieux , et
gnalia : Deus, quis similis tibi. les grandes choses que vous avez faites.
O Dieu! qui est semblable à vous?
20. Quantas ostcndisti mibi tri- 20. Que vous m'avez fait éprouver d'af-
bulationes multas, et malas : et flictions nombreuses et cruelles ; mais
conversus vivificasti me : et de vous vous êtes de nouveau tourné vers
abyssis terne iterum reduxistime : moi, vous m'avez redonné la vie, et retiré
des abîmes de la terre.
21. Multiplicasti magnificentiam 21. Vous avez multiplié pour moi les
tuam : et conversus consolatus es dons de votre magnificence; vous êtes
me. revenu de nouveau pour me consoler.
22. Nam et ego ronfitebor tibi in 22. Aussi jo célébrerai votro vérité
(1) Il est nécessaire d'observer ici que le mot hébreu traduit par litteraturam
serait plus exactement traduit par numerum. Le mot litteratura de la Vulgato
désigne Tofticc du scribe, tenir les registres, faire les comptes, ainsi qu'on le
voit représenté dans les scènes domestiques, sur les monuments égyptiens; telle
est la valeur du mot sephoroth. Le sens du Psalmiste est donc : Je louerai le
Seigueur, cîir la multitude de ses bienfaits est si grande quo je iv, puis mo
les rappeler tous, tels que les scribes les ont consignés dans uos annales. (LE HIB.)
(2) On peut traduire autrement, ou changeant la ponctuation : Seigneur, vous
m'avez instruit dès ma jeunesse et jusqu'à ce jour; je ne cesserai poiut d'exalter
vos bienfaits.
PSAUME LXX. 93
vasis psalmi veritatomtuam: Deus, dans mes concerts; ie vous chanterai sur
isallam tibi in citbara , sanctus la harpe, ô saint d Israël !
Îsrael.
23. Exultahunt labia mea cum 23. Mes lèvres feront éclater leur joie
cantavero tibi ; et anima m e a , lorsque je chanterai vos louanges, ainsi
redemisti. que mon âme, que vous avez délivrée.
24. Sed et lingua mea tota die 24. Et tout le jour ma langue publiera
meditabitur justitiam tuam : cum votro justice, lorsquo ceux qui cherchent
confusi et reveriti fuerint qui quae- à m'accabler seront tout couverts de
runt mala mibi. confusion et de honte.
Sommaire analytique.
David, s'cxilant volontairement pour fuir la persécution d'Absalon, et,
dans sa personne, lo juste exposé toute sa vie à la persécution de ses en-
nemis,
I. — DEMANDE A DIEU DE N'ÊTRE POINT CONFONDU ÉTERNELLEMENT,
I© A cause de Dieu, a) dont la bonté lui fait espérer le secours qu'il im-
plore ; b) dont la justice réprimera les efforts de ses ennemis (1) ; c) dont
la majesté et l'immensité sont comme une forteresse ; d) dont la puissance
peut sauver tous ceux qui ont recours a lui (2) ;
2° A cause de ses ennemis, calomniateurs, perfides et injustes (3) ;
3° A cause de lui-même, a) Il a espéré dès sa jeunesse (4) ; b) Dieu a été son
protecteur dès le sein de sa mère (5) ; d) Dieu a toujours été l'objet de ses
chants, dans l'adversité comme dans la prospérité (6, 7.)
II. — IL DEMANDE SPÉCIALEMENT A DIEU QU'lL NE L'ABANDONNE POINT DANS SA
VIEILLESSE (8),
1° A cause de ses ennemis qui ont conspiré sa perte dans l'espérance
qu'il serait abandonné de Dieu (9-12);
2° A cause de lui-même : a) son cœur a espéré constamment en Dieu, et
ajoute à toutes ses louanges (13) ; 6) sa bouche a publié sa justice et célé-
bré son assistance salutaire (14); c) son intelligence a négligé toutes les
vaines subtilités pour s'appliquer à la méditation do sa puissance (14); d)
sa mémoire a retenu le souvenir de la justice de Dieu à l'exclusion de
toute autre chose (15).
III. — IL PROMET A DIEU UNE RECONNAISSANCE ÉTERNELLE :
1° Pour les bienfaits qu'il en a reçus dans sa jeunesse : a) Dieu lui-môme a
été son maître (16) ; 6) il ne cesse de publier ses louanges (17) ;
2° Pour ceux qu'il attend de Dieu dans sa vieillesse, a) il prie Dieu de no
jamais l'abandonner (17) ; b) il lui promet en retour de louer, de célébrer sa
puissance, sa justice, toutes ses œuvres merveilleuses, son essence et ses
divins attributs (18) ;
94 PSAUME LXX.
3° Tour ceux dont Dieu doit le combler durant toute sa vie : a) il a été d'a-
bord éprouvé, à cause de ses crimes, par de nombreuses et pénibles
afflictions (19); b) Dieu l'a ensuite délivré, en lui rendant la vie, lorsque
son sort était presque désespéré, et en multipliant pour lui les dons de sa
magnificence (20) ; c) il promet à Dieu de faire éclater sa reconnaissance
r
par tous les moj ens qui sont à sa disposition, les instruments do musique,
les chants, la méditation intérieure de ses bontés (21-23).
Explications et Considérations.
I. — 1-7.
f . i . « J e ne serai pas éternellement confondu. » Je suis déjà con-
fondu, mais que ce ne soit pas éternellement. Comment, en effet,
celui-là ne serait-il pas confondu, auquel s'adressent ces paroles :
« Quel fruit avez-vous retiré des choses dont vous rougissez mainte-
n a n t ? » (HOM. vi, 2 1 ) . Que faire donc pour que nous ne soyons pas
confondus éternellement? « Approchez-vous de lui et vous serez éclai-
rés, et vos visages ne rougiront pas » (Ps. XXXIII, 6 ) . Vous étiez cou-
verts de confusion en Adam, retirez-vous d'Adam, approchez-vous du
Christ, et désormais vous ne serez pas confondus. (S. AUG.). — Espé-
rer en Dieu et être confondu, espérer dans les hommes et y trouver
un appui solide, c'est ce qui n'est jamais arrivé; c'est ce qui n'ar-
rivera jamais. — Vous me direz, j ' a i espéré et j ' a i été couvert de honte.
Si vous avez été couvert de honte, c'est que vous n'avez pas espéré
comme il fallait, ou bien vous avez cessé d'espérer, ou bien encore,
vous n'avez pas attendu la fin, parce que votre esprit et votre cœur
se sont rétrécis et resserrés, car la véritable espérance est celle qui
nous tient élevés vers Dieu, au milieu des m a u x et des dangers. (S. AUG.)
— Délivrez moi, non dans ma justice, mais dans la vôtre : si, en effet,
j e me confiais dans ma justice, j e serais un de ceux dont l'Apôtre a
dit : « Ne connaissant pas la justice de Dieu et voulant établir leur
propre justice, ils ne se sont pas soumis à la justice de Dieu. » (HOM.
x, 3). — Qu'est-ce, en effet, que ma justice? L'iniquité l'a précédée;
et, si je deviens juste, ce sera par votre justice, parce que j e serai
juste de la justice que vous m'aurez d o n n é e , et elle ne sera à moi
qu'en restant à vous, parce qu'elle sera un don de vous. (S. AUG.).
f. 2. « Soyez pour moi un Dieu protecteur. » Que les traits de l'en-
nemi ne parviennent pas jusqu'à moi, car j e ne puis me protéger
PSAUME LXX. 93
démon, afin que dans les rangs de vos soldats, armé de votre foi, de
votre espérance, de votre charité et de vos autres dons, j e pusse com-
battre vos invisibles ennemis. {Ephes. vi, 12.) (IDEM.)
f. 6. « J'ai paru comme un prodige à plusieurs. » Ici-bas, dans ce
temps d'espérance, dans ce temps de gémissements, dans ce temps
d'humilité, dans ce temps de douleur, d a n s ce temps où le prisonnier
crie sous le poids de ses fers, pourquoi ces paroles : « J'ai paru comme
un prodige ? » Et pourquoi suis-je insulté par ceux qui me regardent
comme un prodige ? Parce que j e crois ce que j e ne vois pas encore.
Quant à ceux, au contraire, qui cherchent le bonheur dans les choses
qu'ils voient, ils se réjouissent dans l'ivresse, dans la luxure, dans le
libertinage, dans l'avarice, dans les richesses, dans les rapines, dans
les dignités mondaines, dans cette couche de blanc qu'ils appliquent
sur une muraille de boue : voilà ce qui fait leurs d é l i c e s . . . Pour moi,
je marche dans une voie toute différente, je méprise les choses pré-
sentes, j e redoute même les prospérités du siècle, et n'ai d'assurance
que dans les promesses de Dieu. (Cor. xv,33.) — Ils disent: Mangeons
et buvons, car demain nous mourrons. Que dites-vous ? Répétez-le:
« Mangeons et buvons. » Très-bien ; mais qu'avez-vous dit ensuite ?
< car demain nous mourrons. » Mais un tel motif m'effraie, loin de
me séduire... Ecoutez ce que je dis, au contraire : Prions et jeûnons,
car demain nous mourrons. C'est en suivant cette voie étroite et péni-
ble que j ' a i paru comme un prodige à un grand nombre d'hommes,
« mais vous êtes mon protecteur tout puissant. » Venez, ô Seigneur
Jésus, venez et dites-moi : Ne perdez pas courage dans la voie étroite,
j ' y ai passé le premier ; c'est moi qui suis cette voie, c'est moi qui
conduis, c'est en moi que j e conduis, c'est vers moi que j e conduis.
S. AUG.)
jfr. 7. Que veut dire « tout le j o u r ? » sans relâche. Dans la prospé-
rité, parce que vous me consolez ; dans l'adversité, parce que vous
me corrigez ; avant d'être, parce que vous m'avez créé ; depuis que
j'existe, parce que vous m'avez s a u v é ; quand j ' a i péché, parce que
vous m'avez pardonné ; dans ma conversion, parce que vous m'avez
aidé; dans ma persévérance, parce que vous m'avez couronné. (S. AUG.)
— Telle est l'occupation des saints en cette vie : louer Dieu, célébrer
sa gloire, exalter ses grandeurs. Us portent partout avec eux leur
temple et leur autel, suivant la belle expression de saint Chrysostôme.
Au milieu des affaires qu'ils entreprennent pour le prochain, ils sont
unis à Dieu ; le cœur prie tandis que la bouche est en silence, et dès
PSAUME LXX. 97
que le soin des âmes leur laisse un moment de solitude, ils en profi-
tent pour se répandre en soupirs devant Dieu. (BERTHIER).
H. — 8-5.
II. 16-23.
PSAUME LXXI.
(1) C'est-à-diro les générations vous loueront nuit et jour, ou bien, tant que
dureront le soleil et la luue.
PSAUME LXXI. *03
(1) La pluie abondante qui arrose la terre, opposée à pluvia, pluie fine.
(2) L'Euphrate, borne extrême du règne de S a l o m o n , est pris ici pour l'extré-
mité du m o n d e .
(3) Tharsis, Tartcssus, colonie phénicienne d'Espagne, est prise pour les pays
maritimes les plus éloignés. — C'était vers l'Occident, le pays maritime le plus
reculé connu des Hébreux ; par conséquent, les rois des côtes maritimes les plus
éloignés du côté du couchant.
(4) Les rois d'Arabie et de S a b a , l'Arahie h e u r e u s e ; ce qui no prouve pas quo
les Mages fussent de ce p a y s ; le psaume ne s'applique pas à eux in specie, mais
généralement à tous les peuples venant à l'Eglise et au Messie. — Saba désigne
l'Abyssinie, peuplée par les Arabes. Ainsi, tons les peuples les plus éloignés
viennent au Messie. (LE Ilin.)
(5) Soit qu'il y eût des mines d'or (il n'y en a plus aujourd'hui), soit plutôt
parce que c'était l à , comme par u n e n t r e p ô t , q u e l'or do l'intérieur des terres
arrivait en Judée. (LK Uni).
co
(6) L'hébreu traduit par de ipso signifie i>V° > propter cum, et môme per eitm.
— Les Septante disent, ils prieront, orabnnt, au lieu iVadorabunt. Orahunt de ipsq
serait équivalent à : ils prieront en son nom, ou par ses mérites.
104 PSAUME LXXI.
16. Sit nomen ejus benedictum 16. Que son nom soit béni dans tous
in saecula : ante solera permanet les siècles; son nom subsistera autant
nomen ejus. que le soleil.
Et benedicentur in ipso omnes Et tous les peuples de la terre seront
tribus terrae : omnes gentes ma- bénis en lui ; toutes les nations le glori-
gnificabunt eum. fieront (1).
17. Benedictus Dominus Deus 17. Que le Seigneur, le Dieu d'Israël,
Israël, qui facit mirabilia solus : soit béni, lui qui seul opère des mer-
veilles ;
18. Et benedictum nomen ma- 18. Et que le nom de sa majesté soit
jestatis ejus in seternum : et re- béni éternellement ; et que toute la
plebitur majestate ejus omnis terre soit remplie de sa gloire. Qu'il soit,
terra : fiât, fiât. ainsi, qu'il soit ainsi.
Defecerunt laudes David filii Ici finissent les louanges de David,
Jesse, fils de Jessé (2).
Sommaire analytique.
1° Son incarnation dans le sein d'une Vierge, sous la figure d'une douce
rosée qui tombe secrètement sur une toison de brebis (5) ;
2° Les bienfaits de son incarnation et de sa naissance, l'abondance du-
rable de la justice et de la paix (C).
Explications et Considérations.
I. — 1-4.
f. 1. Le Seigneur dit lui-même dans l'Evangile : «Le Père ne juge
personne , mais il a remis tout jugement au Fils. » (JOAN. v, 22). C'est
l'accomplissement de cette parole : « Donnez votre jugement au Fils. »
C'est en même temps le Fils du lloi , car Dieu le Père est lo lloi par
excellence. (S. AUG.) Un des principaux caractères dans lequel les
écrivains sacrés décrivent le règne de Jésus-Christ, c'est la justice ;
c'est, en effet, le règne de la justice que réclamait le monde avant la
venue de Jésus-Christ. Ce qui dominait le plus dans le monde antique,
c'était l'injustice sous tous les rapports : injustice de l'homme par
rapport à Dieu, qui n'était ni connu , ni aimé , ni servi comme il de-
vait l'être ; injustice de l'homme à l'égard de ses semblables, la fraude,
la violence , l'oppression , foulant aux pieds les droits les plus sa-
crés, les causes les plus justes, les intérêts les plus inviolables. — Le
Fils de Dieu , en venant au monde, devait détruire cette triple injus-
tice. — Remarquez que le Prophète, après avoir dit : « O Dieu ! don-
nez votre j u g e m e n t au Roi, et votre justice au Fils du R o i , » plaçant
en premier lieu le jugement, et en second lieu la justice, a dit ensuite,
plaçant d'abord la justice et ensuite le j u g e m e n t , « pour juger votro
peuple dans la justice et vos pauvres dans le j u g e m e n t ; » mais cctlo
PSAUME LXXI. 107
II. — 5 - 6 .
y. 5 . <« Il descendra comme la pluie sur une toison. » David fait ici
allusion à l'action de Gôdéon, et nous apprend qu'elle s'est accomplie
en Jésus-Christ. Gôdéon avait demandé à Dieu,comme signe de sa vo-
l o n t é , qu'une toison placée au milieu d'une aire s'imbibât seule de
rosée, tandis que l'aire resterait sèche ; et il fut fait comme Gédéon
l'avait'demandé. (JUGES, VI, 3 0 - 4 0 ) Cela veut dire que le peuple d'Is-
raël fut d'abord cette toison sèche déposée au milieu de l'aire, c'est-
110 PSAUME LXXI.
III. — 7-19.
f. 7-10. Etendue du règne de Jésus-Christ d'une mer jusqu'à l'autre
et jusqu'aux extrémités de la terre où il n'est pas borné, puisqu'il
s'étend jusque dans le ciel. — Durée du règne de Jésus-Christ, qui
n'est point limité par la durée du monde , mais qui s'étend dans toute
l'éternité.—Que j e triomphe d'aise, quand j e vois dansTertullien que
déjà de son temps le nom de Jésus , si près de la mort de notre Sau-
veur et du commencement de l'Eglise, déjà le nom de Jésus était
adoré p a r toute la t e r r e , et que dans toutes les provinces du monde
PSAUME LXXI. 113
qui pour lors étaient découvertes,'le Sauveur y avait un nombre infini
de sujets. « Nous sommes, dit hautement ce grand personnage, pres-
que la plus grande partie de toutes les villes. » (AD SCAP., N° 2 . ) . Les
Parthes, invincibles aux Romains, les Thraces antinomes, comme les
appelaient les anciens, gens impatients de toute sorte de lois, o n t
subi volontairement le joug de Jésus. Les Modes, les Arméniens, les
Perses et les Indiens les plus reculés ; les Maures et les Arabes, et ces
vastes provinces de l'Orient; l'Egypte et l'Ethiopie, et l'Afrique la
plus sauvage ; les Scythes , toujours e r r a n t s ; les Sarmates, les Gétu-
tiens et la barbarie la plus inhumaine ont été apprivoisés par la doc-
trine modeste du Sauveur Jésus. L'Angleterre , que le rempart de ses
mers rendait inaccessible aux Romains, la foi du Sauveur y est abor-
dée. Que dirai-je des peuples des Espagnes et de la belliqueuse nation
des Gaulois, l'effroi, la terreur des Romains et des fiers Allemands,
qui se vantaient de ne craindre autre chose sinon que le ciel tombât
sur leurs têtes ? Ils sont venus à J é s u s , doux et simples comme des
a g n e a u x , demander pardon h u m b l e m e n t , pressés d'une crainte res-
pectueuse. Rome même, cette ville superbe qui s'était si longtemps
enivrée du sang des martyrs de Jésus, Rome , la maîtresse , a baissé
la tête et a porté plus d'honneur au tombeau d'un pauvre pêcheur
qu'aux temples de son Romulus. Il n'y a point d'empire si vaste qui
n'ait été resserré dans quelques limites. Jésus règne p a r t o u t , dit
le grave Tertullien (AD JUD., N° 7 ) , dans le livre contre les Juifs
duquel j ' a i tiré presque tout ce que j e viens de dire de l'étendue du
royaume de Dieu. Jésus règne p a r t o u t , dit-il, est adoré partout.
Devant lui la condition des rois n'est pas meilleure que celle des moin-
dres esclaves. Scythes ou Romains , Grecs ou barbares , tout lui est
égal, il est égal à tous, il est le roi de tous, il est le Seigneur et le Dieu
de tous. (BOSSUET. Circonc. Royauté de Jésus-Christ.) (1). tLes rois de
Tharsis et des îles lui offriront des présents. » Prédiction des présents
que les Rois Mages offrirent à Jésus-Christ nouvellement né. — Les
m a g e s , dit saint Grégoire-le-Grand , reconnaissent en Jésus la triple
qualité de Dieu , d'homme et de roi : ils offrent au roi l ' o r , au Dieu
l'encens, à l'homme la myrrhe. O r , poursuit-il, il y a d'anciens h é -
rétiques qui croient que Jésus est Dieu, qui croient également que Jé-
sus est h o m m e , mais qui se refusent absolument à croire que son
règne s'étende p a r t o u t . . . . Ils ne sont point irréprochables dans leur
foi, et le pape saint Grégoire inflige la note d'hérésie à ceux q u i , se
faisant un devoir d'offrir à Jésus l'encens, ne veulent point y ajouter
(1) FÉNÉLON, Serm. pour la fétc de l'Êpiph., 1 part.
M
TOME I , 8
114 PSAUME LXXI.
l'or. Hélas ! il en coûte cher à la terre, il en coûte cher aux nations de
ne pas fléchir le genou devant le nom et devant la royauté de Jésus.
Ce sont alors d'autres génuflexions qu'il faut faire.La langue qui refuse
de s'ouvrir pour proclamer et confesser la puissance du roi Jésus , à
quels silences humiliants n'est-olle pas condamnée? « Et maintenant,
Seigneur, nous n'avons pas même le droit et le pouvoir d'ouvrir la
bouche, et nous , la vieille France catholique , la reine des nations,
nous sommes devenus un sujet de confusion et d'opprobre pour tous
ceux qui vous servent et vous honorent. » (DAN. m , 3 3 ) , (MGR PIE, sur
l'étendue um'v. de la royauté de Jésus-Christ. TOM. vnr, p . 6 2 1 . )
f. 1 1 - 1 3 . « Parce qu'il délivrera le pauvre des mains du puissant. »
David prédit ici un des caractères principaux du grand Roi attendu
p a r Israël, c'est qu'il délivrerait le pauvre de la servitude sous laquelle
il avait été réduit par le puissant. La génération présente s'est telle-
ment identifiée avec le mensonge, et les contre-vérités les plus mani-
festes se sont tellement accréditées parmi n o u s , qu'on est exposé à
être accusé de paradoxe en rappelant simplement les principes du
christianisme sur cette matière. C e p e n d a n t , n'est-il pas vrai que la
grande loi de l'égalité des hommes et de leur divine fraternité avait
été comme abrogée sous l'empire de l'idolâtrie, qui n'était guère que
le règne de la force et le triomphe de la matière ? Et en effet, partout
et toujours, en dehors du christianisme, l'esclavage sera un fait iné-
vitable, en même temps qu'une conséquence de l'ordre social. Le Fils
de Dieu descend sur la terre, et prend la forme de l'esclave ; il lègue
!
à tous les hommes de tous les pays et de tous les siècles cette parole,
k
jusqu'alors inconnue : «Notre Père qui êtes aux cieux; » et par cette
parole il rétablit sur la terre une fraternité spirituelle qui entraînera
tôt ou t a r d , parmi ses conséquences, le retour de la fraternité primi-
tive dans la grande famille des hommes. Oui, selon la parole de Jésus-
Christ, un jour viendra où « le Fils délivrera les esclaves, et alors
ils seront véritablement libres, parce qu'ils seront affranchis par la
vérité. » Cette œuvre d'affranchissement, d'émancipation,elle ne sera
pas l'œuvre d'un j o u r : elle s'opérera insensiblement par la force des
e r
idées et le progrès des principes évangéliques. (Mgr PIE. Disc. T . I ,
p . 7 5 . ) . — Deux grands caractères du Messie, celui de libérateur et
de sanctificateur: il vient délivrer les pauvres, il vient sauver les âmes
des pauvres. Notrc-Seigneur Jésus-Christ a commencé le cours de ses
prédications évangéliques par proclamer heureux les pauvres ; il s'é-
tait appliqué cette prophétie d'Isaïe : «L'Esprit du Seigneur est sur
PSAUME LXXI. 11$
moi, il m'a consacré par son onction pour évangéliser les pauvres; ».
(Luc, iv, 17,); et, en effet, les pauvres sont pour lui, comme pour ses
apôtres, pour tous les ouvriers évangéliques animés de son esprit,
le principal objet de leur zèle apostolique. — Il sauve les âmes des
pauvres en les appelant à la connaissance de la vérité, en les rendant
riches dans la foi et héritiers du royaume qu'il a promis à ceux qu'il
aime. (JACQ. II, 5); il les s a u v e , parce que, par sa g r â c e , ils useront
saintement de leur é t a t , et trouveront de précieuses ressources dans
la plus grande p a u v r e t é , en se faisant un trésor de la pauvreté
m ê m e . — Comment le pécheur a-t-il été délivré des usures par la r é -
demption que lui a méritée Jésus-Christ? C'est, dit saint Augustin ,
dont l'observation paraît d'abord subtile, mais qu'on trouve vraie et
même nécessaire quand on la m é d i t e , c'est, dit ce saint docteur, que
le péché consommé dans un m o m e n t , et dont le fruit est si peu de
chose pour celui qui le commet, est puni d'une peine éternelle. C'est
là une usure que la justice divine tire de la témérité et de l'ingiati-
t u d e du pécheur. Jésus-Christ nous en adélivrés, et en même temps de
l'iniquité qui était la cause de cette usure...— On ne peut assez con-
sidérer quel est le prix du sang et du nom des chrétiens ; leur sang
a coûté la vie d'un Dieu, leur nom a été consacré en la personne d'un
Homme-Dieu. Ce sang et ce nom sont respectables aux yeux de Dieu
même , qui respecte le nom des chrétiens, parce qu'il y voit le carac-
tère de Jésus-Chrit, son Fils unique. « Le Prophète dit que ce sont
les pauvres surtout dont le sang et le nom sont précieux aux yeux
de Dieu. » Que de force et de sentiment dans cette expression l II a
dit plus h a u t que les rois et les nations l'adoreraient et le serviraient;
mais, quand il en vient à parler des pauvres, des humbles, des petits
il change en quelque sorte de t o n , et il dit que c'est le Messie lui-
même qui les respectera et les honorera. (BERTIIIEII.) Que le pauvre
est bien différent aux yeux de la chair et aux yeux de la foi l Quoi de
plus méprisable, aux yeux de la chair, qu'un pauvre dénué de tout,
abandonné de tout le monde l tandis qu'aux yeux de la foi le nom de
ce pauvre paraît honorable devant Dieu lui-même.
jr. 14, 15. Jésus-Christ devait racheter p a r sa mort les âmes des
pauvres, c'est-à-dire de ceux qui étaient entièrement dénués des ri-
chesses de la nature et surtout de la grâce; mais cette mort même
devait être en lui la source d'une vie nouvelle e t immortelle qui lui
a attiré les respects, les adorations, les bénédictions, les riches offran-
des des peuples convertis. Le Prophète décrit ensuite la fécondité de
116 PSAUME LXXI.
l'Eglise et les fruits de la prédication évangélique, après la résurrec-
tion de Jésus-Christ. La terre sera couverte des fruits de la parole de
Dieu ; on les verra là même où règne ordinairement la stérilité, sur
les sommets des montagnes; le froment, sur ces sommets arides, dépas-
sera l'abondance et la hauteur des cèdres du Liban, et dans cette cité
dont il a été dit : « C'est de Sion que sortira la loi, et la parole du
Seigneur de Jérusalem, les croyants seront nombreux comme l'herbe
dans les champs. » C'est ce que S. Luc nous apprend avoir été accom-
p l i : « Et la parole de Dieu croissait et le nombre des disciples se mul-
tipliait de plus en plus. » (Act. vi), (BELLARM.). — Il nous est permis
devoir aussi, avec un grand nombre de pieux interprètes,une prédic-
tion de l'Eucharistie, qui est le soutien, l'appui par excellence (firma-
mentum); c'ast-à-dire le pain solide, substantiel de l'âme. C'est ainsi
que l'Ecriture appelle le pain, « firmamentum panù, » (Ps. civ, 1 6 ) ;
« bacidus panis, » (LEV. XXVI, 2 6 ) , et qu'elle dit du pain «qu'il affermit
le cœur de l'homme » ( P s . c m , 1 5 ) . Le pain de l'Eucharistie affermit
les montagnes, c'est-à-dire les hommes éminents en sainteté. — La
divine semence de l'Evangile, aussi bien que la sainte Eucharistie, pro-
duisent leur fruit, mais un fruit qui s'élève au-dessus des cèdres du
Liban, parce qu'étant un fruit tout céleste, il s'élève jusqu'au ciel et
surpasse tout ce qui parait le plus élevé dans le siècle.
fi. 1 6 - 1 9 . « Que son nom soit béni dans tous les siècles; son nom
demeure dès avant le soleil. » Le soleil signifie le temps, son nom
demeure donc éternellement; car l'éternité précède le temps et ne
saurait se limiter. « Et toutes les tribus de la terre seront bénies en
lui. » En effet, c'est en lui que s'accomplit la promesse faite à Abra-
h a m ; car, selon la remarque de l'Apôtre, Dieu ne dit pas : « A ceux
qui naîtront comme p a r l a n t de plusieurs, mais comme d'un seul, et
à celui qui naîtra de toi, c'est-à-dire au Christ. » (GALAT. m , 1 6 ) . Or,
voici la promesse faite à Abraham : « Toutes les tribus de la terre se-
ront bénies dans celui qui naîtra de toi. »(GEN. x x n , 18). « Ce ne sont
pas les enfants selon la chair, dit saint Paul, mais les enfants de la
promesse, qui sont comptés dans la postérité. » (ROM. IX, 6 ) . « Toutes
les nations l'exalteront. » Elles l'exalteront, parce qu'elles seront
bénies en lui; elles l'exalteront, non pas en lui donnant plus de gran-
deur, puisqu'il est par lui-môme toute grandeur, mais en le louant et
en proclamant sa grandeur. C'est ainsi que nous exaltons la grandeur
de Dieu, c'est ainsi également que nous disons : « Que votre nom soit
sanctifié, » bien que son nom soit toujours infiniment saint.— « Béni
PSAUME LXXI. 117
PSAUME LXXII.
Sommaire analytique.
(1) D'après l'hébreu, leur prospérité n'est pour eux qu'une séduction, qu'un
piéga et un lieu glissant.
(2) Mon cœur s'aigrissait ot je m'irritais dans mes pensées ; mot à mot, je mo
piquais dans mes reins, les reins représentant le siège de la pensée.
120 PSAUME LXXH.
I. — EXPOSE :
1° Est trompeuse,
2<> De courte durée (18) ;
3° Qu'elle fait place à une désolation soudaine ;
4° Qu'ils perdent en un instant les richesses acquises pendant de lon-
gues années et par des crimes multipliés (19) ;
5° Que toute leur félicité se dissipe comme un songe (20).
V. DAVID, COMME CONCLUSION DE CES CONSIDÉRATIONS,
Explications et Considérations.
I. — 1, 2 .
II. — 4-9.
jh 4, 5. La félicité des impies est telle qu'ils n'ont pas même la
pensée de la mort, ou bien ceux qui les considèrent trouvent leur
bonheur si stable qu'ils ne pensent pas qu'il devra avoir une fin. Les
impies ne pensent pas à la mort; ils savent que ce moment arrivera,
mais pour ne pas interrompre le cours de leurs plaisirs, ils écartent le
souvenir de cette dernière h e u r e . . . On voit des impies comblés de
biens en ce monde : ils paraissent ne dépendre de personne, ne crain-
dre rien, n'être captivés par aucune loi, et ils parviennent jusqu'à une
124 PSAUME LXXII.
extrême vieillesse sans éprouver aucune des disgrâces qui affligent
t a n t d'hommes justes. Leur santé se conserve jusqu'à la dernière
h e u r e ; leurs forces se soutiennent malgré les années et l'abus qu'ils
en font. On dirait que les attentions de la Providence sont pour eux
seuls. C'est ce que le Prophète appelle un état exempt de contrainte,
d'infirmités et de traverses. ( B E R T H I E R ) .
f. 6 , 7 . « L'orgueil, l'intempérance, l'abondance de toutes choses,
l'oisiveté, la dureté envers le pauvre, telle a été l'iniquité de Sodome. »
( E Z E C U . xvi, 49). Qu'est-ce qui regarde maintenant ces choses comme
m . —10-17.
les justes pris séparément, une voie étroite, et qu'il devait s'y trouver
des ronces et des épines, afin que leur constance fût éprouvée.
(BERTUIER). — Le Prophète revient à l'explication du scandale
qu'éprouvent les justes à la vue de la richesse et de la prospérité des
impies. Mon peuple, à la vue de tant de crimes, se prendra à les con-
sidérer; il trouvera que leurs jours sont pleins et que leur vie atteint
à la plénitude de l'âge, et il dira : Est-ce que le Tout-Puissant sait
cela? S'il le sait, comment peut-il le supporter? —Vos jours, si vous le
voulez, seront des jours pleins, parce que la grâce, si v^us le voulez,
en les sanctifiant, les remplira, au lieu que ce sont des jours vides, parce
que le péché ruine tcut et vous dépouille de tout; d'autant plus
malheureux que vous ne sentez pas votre malheur; on perd la grâce
sans peine et l'on vit dans le péché sans remords ; on s'en fait une
béatitude, un plaisir, une gloire, souvent môme un intérêt et une loi.
( B O U R D . Etat du péché et état de grâce).
fi'. 12-14. <r Ce sont des pécheurs et ils ont amassé en ce monde
d'abondantes richesses. • Est-ce donc à cause de cela que Dieu ne
sait pas et que le Très-Haut est dans l'ignorance ? Je sers Dieu et
n'obtiens pas ces biens; ils ne servent pas Dieu, et ils obtiennent ces
biens en abondance, « c'est donc inutilement que j ' a i maintenu mon
cœur dans la justice, et que j ' a i lavé mes mains parmi les innocents. »
Tout cela, j e l'ai' fait inutilement. Où est la récompense de ma vie h o n -
nête ? où est le prix de mon obéissance envers Dieu ? Je vis en faisant le
bien et j e manque de tout, tandis que l'injuste est dans l'abondance.
« Et tout le j o u r j ' a i été flagellé. » Les coups de Dieu ne cessent de
tomber sur moi. Je le sers bien, et j e suis châtié ; un autre ne le sert
pas, et il est comblé de biens. Telle est la grande question qu'il se pose
à lui-même. Son âme est agitée, son âme passe à travers l'épreuve
qui doit la conduire à,mépriser les choses terrestres, et à désirer les
choses éternelles. L'âme passe en effet par celte pensée, où elle flotte
comme ballotée par la tempête, au moment môme d'entrer au port.
(S. A U G . ) — Il en est d'elle comme des malades, qui sont plus abattus
lorsque la guérison est encore éloignée, et plus agités lorsque la santé
va revenir.
f. 15-17. Je ne sais s'il y a dans tous les psaumes rien de plus tou-
chant que cette pensée. Si je me plains de la Providence quand elle
m'afflige, j e suis perfide à l'égard de toute la nation des enfants do
Dieu. Ah 1 dit saint Augustin, expliquant ce passage, si je murmure
contre les fléaux dont Dieu mo frappe, je ne serai plus à l'unisson avec
T O M E u, 9
130 PSAUME LXXII.
les saints ; je parlerai autrement que n'a fait Abraham, que n'a fait
Isaac, que n'a fait Jacob, que n'ont fait tous les prophètes. Tous ces
saints ont proclamé hautement qu'il y a une Providence, que Dieii
gouverne toutes les choses humaines, que la volonté du Seigneur est
la règle unique de nos actions. Oserai-je parler a u t r e m e n t ? ai-je plus
de sagesse et d'intelligence qu'eux? Dans la nouvelle loi, ce raisonne-
ment est bien plus fort, parce que le Fils de Dieu même a donné
l'exemple de la patience au milieu des épreuves et des tribulations,
parce qu'il a préféré cette voie à celle des honneurs, des plaisirs, des
richesses. Serais-je donc en discorde avec lui ? Réprouverais-je ce grand
modèle de tous les saints ? ( B E R T H I E R . ) — Entreprendre de pénétrer
dans la profondeur de ce mystère de la conduite de Dieu sur les justes
et sur les méchants, c'est se jeter dans un grand travail. La raison
humaine y trouve un grand désordre, mais une foi attentive y d é -
couvre un très-grand ordre, parce qu'elle voit tout à la clarté du grand
j o u r de l'éternité, où toutes choses seront démêlées et réglées par une
décision dernière et irrévocable. — Vous dites vrai, c'est un grand
travail que de savoir comment il se fait que les méchants soient heu-
reux, tandis que les bons sont dans la souffrance... Cette question se
dresse devant vous comme un m u r ; mais, avec le secours de Dieu, vous
traverserez ce mur (Ps.xvn,30); c'est un travail devant vous, mais devant
Dieu ce n'est pas un travail. Placez-vous donc en la présence de Dieu, de-
vant qui rien n'est un travail, et il n'y aura plus de travail pour vous...'
Cette difficulté ne durera que jusqu'à ce que j ' e n t r e dans le sanctuaire
de Dieu. Quelle ressource trouverez-vous dans le sanctuaire de Dieu,
pour résoudre cette question ? « Et que j ' a i e l'intelligence des choses
dernières, non des choses présentes. » Maintenant, dit-il, du sanctuaire
de Dieu, je jette les yeux sur les choses dernières, passant par dessus
ce qui est présent. Tout ce qui s'appelle le genre humain, la masse
entière de tous les hommes viendra devant Dieu pour être examinée,
elle arrivera aux balances de l'éternelle justice ; là seront pesées toutes
les actions des hommes. Aujourd'hui, un nuage enveloppe toutes
choses ; mais les mérites de chacun sont connus de Dieu. ( S . AuG.) —
Ce sanctuaire de Dieu, où ce mystère peut être éclairci : c'est Jésus-
Christ, dans lequel sont cachés tous les trésors de la sagesse et de la
science de Dieu ( C O L O S S . I I , 3), ce qui fait que l'Apôtre, dans ce même
endroit, souhaite aux Colossiens qu'ils soient remplis de toutes les
richesses d'une parfaite intelligence, pour connaître le mystère de Dieu
le Père et de Jésus-Christ. Ce sanctuaire, ce sont encore les saintes
PSAUME LXXII. 131
IV. — 1 8 - 2 5 .
f. 18, 19. Le Prophète ne dit pas : Vous les avez abattus, parce
qu'ils s'étaient élevés, mais vous les avez abattus au moment môme
où ils semblaient s'élever, car s'élever ainsi, c'est tomber; leur élé-
vation est une ruine. ( S . A U G . ) — Aussi le môme Prophète dit-il
ailleurs : « Ils s'évanouiront comme la fumée. » C'est en montant dans
l'air que la fumée s'évanouit, c'est en s'ôtendant qu'elle se dissipe :
ainsi en est-il du pécheur que la fortune favorise, c'est une même
cause qui fait éclater et qui anéantit sa grandeur. ( S . B E R N . ,
Colloq. Sun. cum Jesu.) — La prospérité des méchants est un
piège où ils sont presque tous pris. Cette prospérité est la plus rigou-
reuse de toutes les peines dont Dieu puisse les frapper, et, bien loin de
les rendre heureux, elle est pour eux un commencement de supplice.
— Oui, celle félicité des enfants du siècle, lorsqu'ils nagent dans les
plaisirs illicites, que tout leur rit, que tout leur succède ; cette paix,
ce repos que nous admirons, « qui, selon l'expression du Prophète,
fait sortir l'iniquité de leur graisse, » qui les enfle, qui les enivre
j u s q u ' à leur faire oublier la m o r t , c'est un supplice, c'est une ven-
geance que Dieu commence d'exercer sur eux. Cette impunité, c'est
une peine qui les précipite au sens r é p r o u v é , qui les livre aux désirs
de leur cœur, leur amassant ainsi un trésor de haine, dans ce j o u r
d'indignation, de vengeance et de fureur éternelle. N'est-ce pas assez
pour nous écrier avec l'incomparable Augustin: « Il n'est rien de plus
misérable que la félicité des pécheurs qui entretient une impunité qui
tient lieu de peine et fortifie cet ennemi domestique, « j e veux dire la
volonté déréglée, » en contentant ses mauvais désirs. ( B O S S U E T , Sur
la Providence.) — Cette longue suite de prospérités qui constitue ce
que les hommes appellent le bonheur est, pour une personne éclairée
dans les choses spirituelles, une révélation de Dieu quidoit porter la ter-
m a l h e u r e u x eu taut que j u s t e . . . « C'est précisément parce que vous étiez agréable
à Dieu, parce que vous étiez j u s t e , qu'il a été nécessaire que la tentation vous
éprouvât. » (TOB. xu, 13). C'est une des lois de la vie de l'homme sur la terre et
s u r t o u t du chrétien. C'est aussi une grave erreur et, eu m ê m e t e m p s , u n e grande
ingénuité q u e d'attendre la solution du problème qui fait l'objet de ce P s a u m e ,
d e s études, des efforts tic l'économie p o l i t i q u e . . . Lo principe de solution véri-
table se trouve exclusivement dans cette déclaration du Prophète reconnaissant
l'impuissance de ses efforts personnels pour résoudre cette question : « Je
p e n s a i s connaître ce m y s t è r e , mais un grand travail s'est présenté devant moi,
j u s q u ' à ce que j ' e n t r e dans le sanctuaire de Dieu et que j ' y comprenne quelle
doit être leur fin. »
PSAUME LXXII. 133
reur dans un cœur religieux; car ce qui souvent neparaît, aux yeux d'un
homme, que la légitime conséquence de ses efforts et de ses talents,
n'est que le prixcxactdesavalcur morale, que la récompense soigneuse-
ment mesurée de ses vertus naturelles, de ses bonnes qualités selon le
monde. Dieu ne revêt pas, pour punir, de formes plus terribles que
celte prospérité. N'est-ce pas une sentence de réprobation que ces
paroles : « Tu as reçu ta récompense. » Seigneur, s'écrie saint Phi-
lippe, que j e ne reçoive point ma récompense dans cette vie ! Cepen-
dant, quand nous voyons ces hommes réussir dans toutes leurs entre-
prises, et pousser leur indifférence, en matière de religion, j u s q u ' à
n'avoir aucune notion de Dieu, combien de fois sa voix a-t-eile retenti
à leur oreille lorsqu'eux seuls pouvaient l'entendre 1 ( F A B E B , Le
S. Sacrement, Livre n i , Section vu.) — Ces prétendus heureux du
siècle sont au plus bas des punitions que Dieu fait subir à la créature
humaine, et si le ciel est encore ouvert sur leur tête, puisqu'ils vivent,
il n'y a plus cependant sous leurs pieds que l'abîme éternel. Ceux
que Dieu traite comme eux, ceux qui l'ont connu, qui l'ont oublié, et
qu'il ne tourmente plus d'aucun trouble intérieur dans l'insolence de
leur oubli ; ceux qu'il laisse dormir dans la fange de l'orgueil et du
plaisir; ceux qu'il laisse rire, la bouche pleine des récompenses abo-
minables de Satan, et le cœur joyeux du butin qu'ils font pour l'enfer,
en se servant des dons qu'ils ont reçus du ciel : malheur à ceux-là !
(L. V., Rome et Lor., t. n , 128.)
y. 20. Comment ont-ils cessé d'être? comme cesse le songe d'un
homme qui s'éveille. Supposez un homme qui se voit, en songe, trou-
vant des trésors ; il est riche, mais jusqu'à ce qu'il s'éveille... Il cher-
che son trésor et ce trésor n'est plus : rien dans ses mains, rien sur
son lit. 11 s'était endormi pauvre, il était devenu riche en songe ; s'il
ne s'était pas éveillé, il serait encore riche ; il s'est éveillé, il a-retrouvé
la misère qu'il avait quittée en dormant. De môme, ces hommes trou-
veront la misère qu'ils se sont préparée. Au réveil qui termine cette
vie, il ne reste rien de ce que l'on possédait comme dans un rêve. Et
de peur qu'on objecte : Mais quoi 1 est-ce donc si peu de chose à vos
yeux que l'éclat de leur gloire? est-ce si peu de chose que la pompe
qui les environne ? Est-ce si peu de chose que leurs titres, leurs images,
leurs statues, les louanges qu'ils reçoivent et la phalange de leurs
c l i e n t s ? » Seigneur, dit le Prophète, dans votre cité vous réduirez
leur image à r i e n . . . » Donc, n'aspirez pas aux biens terrestres, vous
qui ne les possédez pas, cl, vous qui les possédez, n'en conservez point
134 PSAUME LXXII.
de présomption. Vous ne serez pas condamnés pour posséder ces biens ;
mais vous serez condamnés si vous présumez de tels biens, si vous
vous enflez pour de tels biens ; si, pour do tels biens vous croyez être
grands ; si, à cause de tels biens vous ne reconnaissez pas les pauvres;
si, dans l'arrogance de votre vanité, vous oubliez la condition com-
m u n e des hommes, car, à la fin des temps, Dieu rendra inévitablement
à chacun selon ses œuvres, et dans sa cité, il réduira au néant l'image
de ces orgueilleux. (S. A U G . ) — O vanité et grandeur humaine, triom-
phe d'un j o u r , superbe néant, que tu parais peu à ma vue, quand je
te regarde par cet endroit ! Ouvrons les yeux à cette lumière ; laissons,
laissons rougir le monde, et ne lui envions pas sa prospérité. Elle
passe, et le monde passe; elle fleurit avec quelque bonheur dans la
confusion de ce siècle : viendra le temps du discernement: « Vous la
dissiperez, ô Seigneur, comme un songe de ceux qui s'éveillent ; et,
pour confondre vos ennemis, vous détruirez leur image en votre cité.»
Qu'est ce-à-dire, vous détruirez leur image ? c'est-à-dire, vous détruirez
leur félicité, qui n'est pas une félicité véritable, mais une ombre fra-
gile de félièité; vous la briserez ainsi que du verre, et vous la briserez
en votre cité ; c'est-à-dire devant vos élus, afin que l'arrogance des
enfants des hommes demeure éternellement confondue. ( B O S S U E T . )
fi. 21-34. « Mon cœur a été tout enflammé et mes reins tout altérés. »
Ce feu dont le cœur du Prophète est embrasé, c'est le feu de l'Esprit-
Saint, qui ne lui permet plus de brûler que pour les choses spiri-
tuelles et divines. C'est surtout ce feu de la charité dont il dit dans un
a u t r e psaume : « Mon cœur s'est échauffé au dedans de moi, et, tandis
que j e méditais, un feu s'y est embrasé, » (Ps. X X X V I I I , 4 ) ; ce feu dont
brûlait le p r o p h è t e Jérémie, lorsqu'il disait : « 11 s'est allumé au d e -
dans de moi, comme un feu ardent renfermé dans mes os, et j ' a i défailli
ne pouvant le soutenir ; » ( J É R É M . X X , 9 ) ; ce feu, dont les disciples
d'Emmaiis étaient embrasés par les discours du Sauveur : « Notre
cœur n'était-il pas tout brûlant au-dedans de n o u s , lorsqu'il nous
parlait dans le chemin et qu'il nous expliquait les Ecritures. » (Luc.
xxiv, 3 2 . ) « Mes reins ont été changés, » parce que mon cœur a été
embrasé de l'amour de Dieu ; mes reins, c'est-à-dire mes passions, ont
c h a n g é , et j e suis devenu pur tout entier. (S. A U G . ) — Un cœur en-
flammé de Dieu, anéanti en soi-même, reconnaissant son ignorance
e t s'humiliant comme un animal sans raison en présence de la souve-
raine lumière, reconnaît aisément que Dieu est tout puissant et qu'il
est juste ; qu'il réserve pour l'autre vie les biens qu'il prépare à ceux
PSAUME LXXI1. 135
qui lui sont fidèles, et que ses jugements sont toujours saints quoique
souvent impénétrables. — Celui dont la main est soutenue de Dieu
est inébranlable parmi les événements de cette vie. — La piété solide
et hors d'atteinte de toute illusion est de se laisser conduire à la vo-
lonté de Dieu. Point de paix comparable à celle-là, puisque rien n'ar-
rive contre la volonté de celui qui n'en a point d'autre que celle de
Dieu; point de moyen plus assuré pour être reçu entre les bras de
Celui à qui on s'est entièrement abandonné, et pour être comblé de
la véritable gloire. ( D U G U E T . ) — Quelle consolation et quel sujet de joie
pour vous, en quelque état que vous soyez! quand quelquefois môme
vous vous trouveriez à l'oraison, l'esprit rempli de mille fantômes,
sans aucun arrêt, ne pouvant assujettir l'imagination, cette folle de
l'âme, comme l'appelle sainte Thérèse; d'autres fois, desséchés et ari-
des, sans pouvoir produire une seule bonne pensée, comme une
souche, comme une bête devant Dieu : q u ' i m p o r t e ? 11 n'y a alors qu'à
consentir et qu'à adhérer à la vérité de l'être de Dieu. Consentir à la
vérité, cet acte seul suffit. Adhérer à la vérité, consentir à la vérité,
c'est adhérer à Dieu, c'est mettre Dieu en possession du droit qu'il a
sur nous. ( B O S S U E T , Opuscul., Disc, sur la mort.)
f. 2 5 , 2 6 . L'amour de préférence compare Dieu avec toutes les a u -
tres choses, comme pour les éprouver, les convaincre de mensonge, et
leur vanité lui inspire un dégoût profond. Il les foule aux pieds, et
s'élève sur leurs débris pour se rapprocher de Dieu. Leur néant le fa-
tigue, il se désabuse de tout ; les biens terrestres ne peuvent plus le
tenir éloigné du ciel ; le détachement est sa grâce caractéristique. Il
traverse le monde comme l'hirondelle effleure l'herbe de la prairie,
sans que rien le puisse arrêter. Ainsi fait-il une juste appréciation de
Dieu, en le mettant au-dessus de tout ce qui e x i s t e . ( P A B E R . Le Créateur et
la créature, 1 8 1 . ) — Que me fait à moi la terre avec ses trésors ? Elle
est froide comme le marbre de ses montagnes. Que sont les océans
avec la plénitude de leurs eaux ? Ma pensée les dépasse. Que peu-
vent pour moi les horizons des cieux et l'harmonie des astres qui y
déploient leurs mouvements? leurs voix sont muettes, et c'est moi qui
leur prête la vie. Que sont les pensées des esprits et leurs contempla-
tions orgueilleuses? La pensée est vide, elle est vaine, elle flétrit tout
ce qu'elle touche. Ce que mon cœur appelle, désire, comme l'abîme
appelle un abîme, c'est Dieu. (Mgr B A U D A Y . Cœur de Jésus, p . 8 9 . )
— Que peuvent me présenter, en effet, et le ciel et la terre, qui me
soit plus cher que mon Dieu, qui me soit stussi. cher que rnon Dieu,
136 PSAUME LXXIÏ.
et même qui me soit cher en quelque manière après mon Dieu, s'il
ne l'est en mon Dieu ? ( B O U R O . Vraie et fausse piété.) — « O Dieu de
mon cœur, 6 vous mon partage pour l'éternité 1 » eh bien 1 voyons
nos richesses et que le genre humain choisisse son partage. Voyons les
hommes déchirés par la diversité de leurs convoitises ; qu'ils choisis-
sent, les uns la guerre, les autres le barreau, les autres des doctrines
variées et différentes, ceux-ci le commerce, ceux-là l'agriculture ; qu'ils
se partagent les biens terrestres, mais que le peuple de Dieu s'écrie :
« Mon Dieu est mon partage ! » il n'est pas mon partage pour un
temps, mon Dieu est mon partage pour les siècles des siècles. Quoi 1 un
si grand bien et un si grand bien pour toujours 1 O félicité suprême I
« Dieu est mon partage ! » Pour combien de temps ? « Pour les siècles
des siècles. » (S. A U G . ) — « Vous êtes le Dieu de mon cœur. » Dieu
est le premier principe et le moteur universel de toutes les créatures;
c'est l'amour aussi qui fait remuer toutes les inclinations et les ressorts
du cœur les plus secrets ; il est comme le Dieu du cœur. Mais, afin
d'empêcher cette usurpation, il faut qu'il se soumette lui-même à
Dieu, afin que notre grand Dieu étant lui-même le Dieu de notre
amour, il soit en même temps le Dieu de nos cœurs et que nous lui
puissions dire avec David : « Vous êtes le Dieu de mon cœur et mon
partage à jamais. » ( B O S S U E T . I I I , Serm. Pâque.)
y. 27. Ce n'est point p a r le mouvement du corps qu'on s'éloigne de
Dieu ou qu'on retourne à Dieu, mais par les affections du cœur. —
Se prostituer aux créatures, c'est préférer les créatures à Dieu — Dieu
étant l'époux véritable de nos âmes, c'est une espèce d'adultère que
de p a r t a g e r son cœur, que ce divin Epoux demande tout entier.
« Ames adultères, dit saint Jacques, ne savez-vous pas que l'amour
de ce monde est l'ennemi de Dieu ? Quiconque voudra être ami de ce
monde se rend ennemi de Dieu. » ( J A C Q . J V , 4.)—« Mon bien c'est de
m'attacher à Dieu.» Un trône est caduc, la grandeur s'envole, la gloire
n'est qu'une fumée, la vie n'est qu'un songe ; mon bien, c'est d'avoir
mon Dieu, c'est de m'y tenir,attaché... J e ne veux que vous, mon
Dieu, mon partage éternellement ; ni dans le ciel, ni dans la terre, j e
ne veux que vous. Tout ce qui n'est pas éternel, fût-ce une couronne,
n'est digne ni de votre libéralité ni de notre courage... Je ne veux que
vous sur la terre, et je ne veux que vous-même dans le ciel ; et si vous
n'étiez vous-même le don précieux que vous nous y faites, tout ce que
vous y donnez d'ailleurs avec tant de profusion ne me serait rien.
( B O S S U E T . I V , Serm* Pâque.)
PSAUME LXXIII. 137
f. 28. « Pour moi, tout mon bien est de me tenir uni à Dieu. » C'est
là le souverain bien. Voulez-vous davantage ? Je plains ceux, qui dé-
sirent davantage. Que voulez-vous de plus ? Rien n'est meilleur que
d'être uni Dieu, » et de le voir face à face. Mais pour le présent ? Le
Prophète parle encore en voyageur: « Tout mon bien est de me tenir
uni à Dieu ;» mais comme nous sommes encore dans le voyage, et que
la réalité n'est point encore venue, mon bien est de mettre en Dieu
mon espérance. Par conséquent, tant que vous ne serez pas réelle-
ment uni avec Dieu, mettez en lui votre espérance. Etes-vous sur les
flots, jetez d'avance votre ancre au rivage. — Et que ferez-vous ici-
bas lorsque vous aurez ainsi placé en Dieu votre espérance ? Quelle
sera votre occupation, si ce n'est de louer celui que vous aimez, et de
faire que d'autres l'aiment avec vous... « P o u r que j e publie toutes
vos louanges, » mais où ? Dans les parvis de la fille de Sion, • parce
que c'est prêcher Dieu en vain que de prêcher en dehors de l'Eglise.
(S. A U G . )
PSAUME LXXLÏÏ.
Intellectus Asaph, Intelligence d'Asaph,
1. Ut quid, Deus, repulisti in fi- 1. Pourquoi, ô Dieu 1 nous avez-vous
nem ? iratus est furor tuus super rejetés pour toujours? et pourquoi votro
oves pascuae tuae. fureur s est-elle allumée contre les brebis
de votre pâturage?
2. Memor esto congregationis 2. Souvenez-vous de ce peuple que
tuae, quam possedisti a i initio. vous avez rassemblé, et qui vous appar-
tient dès le commencement.
Redemisti virgam hœreditatis Vous avez vous-même racheté votre
tuae : mons Sion, in quo habitasti héritage, lo mont Sion, sur lequel il vous
in oo. a plu d'habiter.
3. Leva manus tuas in superbias 3. Levez vos mains, afin d'abattre à
eorum in finem : quanta maligna- jamais leur orgueil. Que n'a pas osé
tus est inimicus in sancto 1 l'ennemi dans votre sanctuaire!
4. Et gloriati sunt qui odcrunt 4. Ceux qui vous haïssent ont signalé
te, in medio solemnitatis tuœ. leur orgueil au milieu do votre solennité.
Posuerunt signa sua, signa : Ils ont, sans connaître ce qu'ils fai-
saient, arboré leurs étendards en forme
de trophées (1),
5. et non cognoverunt sicut in 5. au haut du temple, comme aux por-
exitu super summum. tes.
Quasi in silva lignorum securi- Ils ont, d'un commun accord, abattu
bus ses portes à coups de hache,
(1) Ils ont placé leurs étendards (sans connaître ce qu'ils faisaient), au haut
du temple comme aux portes... Ils out mis les insignes de leur puissance, à la
place de ceux de Dieu. — Ils ont abattu lc3 boiseries du temple, à la hache,
comme on abat les forêts.
138 PSAUME LXXiil.
6. exciderunt januas ejus in 6. comme ils auraient coupé des ar-
idipsum : in securi et ascia deje- bres au milieu d'une forêt. Ils ont, avec
cerunt eam. la cognée et la hache, renversé votro
héritage.
7. Incenderunt igni Sanctua- 7. Ils ont porté le feu dans votre sanc-
rium tuum : in terra pollucrunt tuaire et l'ont brûlé ; ils ont souillé sur
tabernaeulum nominis tui. la terre le tabernacle de votre nom.
8. Dixerunt in corde suo cogna- 8. Ils ont dit dans leur cœur ot tous
tio eorum simul : Quiescere facia- leurs alliés ensemble : Faisons cesser sur
mus omnes dies festos Dei a terra. la terre tous les jours de fête consacrés
à Dieu.
9. Signanostra non vidimus,jam 9. Nous ne voyons plus de prodiges (1) ;
non est propheta : et nos non il n'y a plus de prophète, et on ne nous
cognoscet amplius. connaîtra plus.
10. Usqucquo, Deus, impropera- 10. Jusques à quand, ê Dieu! l'enne-
bit inimicus : irritât adversarius mi nous insultera-t-il? Notre adversaire
nomen tuum inflnem? blasphèmera-t-il toujours votre nom ?
11. Ut quid avertis manum tuam, H . Pourquoi détournez-vous votro
et dexteram tuam, de medio sinu main, et votre droite de votre sein pour
tuo in finem? toujours (2)?
12. Deus autem rex noster ante 12. Cependant Dieu, notre Roi avant
sœcula, operatus est salutem in les siècles, a opéré notre salut au milieu
medio terrai. de la terre. Luc, i, 68.
13. Tu confirmasti in virtuto 13. C'est vous qui avez affermi la mer
tua mare : contribulasti capita par votre puissance, et brisé los têtes
draconum in aquis. des dragons au fond des eaux.
14. Tu confregisti capita draco- 14. C'est vous qui avez écrasé les têtes
nis : dedisti eum escam populis du dragon : vous l'avez donné pour pâ-
jEthiopium. ture au peuple d'Ethiopie (3).
15. Tu dirupisti fontes, et tor- 15. Vous avez fait jaillir de la pierro
rentes : tu siccasti fluvios Ethan. des fontaines et des torrents ; vous avez
desséché les grands fleuves (4).
16. Tuus est dies, et tua est 16. Le jour vous appartient, et la nuit
nox : tu fabricatus es auroram et est aussi à vous ; c'est vous qui avez créé
solem. l'aurore et le soleil.
17. Tu fecisti omnes terminos 17. Vous avez fixé toutes les limites do
terrae : œtatem et ver tu plamasti la terre ; l'été et lo printemps sont votro
ea. ouvrage.
18. Memor esto hujus, inimicus 18. Souvenez-vous de ceci : l'ennemi a
improperavit Domino : et populus outragé le Seigneur, ot un peuple in-
insipiens incitavit nomen tuum. sensé a blasphémé votre nom.
19. Ne tradas bestiis animas con- 19. Ne livrez pas aux bêtes féroces los
fitentes tibi, et animas paupe- âmes de ceux qui vous louent, et n'ou-
rum tuorum ne obliviscaris in bliez pas pour toujours les âmos do vos
finem. pauvres.
20. Respice in tostamentum 20. Jetez les yeux sur votre alliance
totim : quia repleti sunt, qui obs- parce que les hommes les plus méprisa-
curati sunt terrée domibus iniqui- bles de la terre se sont emparés par l'ini-
tatum. quité de toutes nos maisons(i).
21. Ne avertatur liumilis factus 21. Que celui qui est dans 1 humiliation
confusus : pauper et inops lauda- ne s'en retourne pas couvert de confusion;
bunt nomen tuum. le pauvre et celui qui est sans secours,
loueront votre nom.
22. Exurge, Deus, judica causam 22. Levez-vous, ô Dieu ! jugez votro
tuam : memor esto improperiorum cause; souvenez-vous des outrages quo
tuorum, eorum quae ab insipiente vous recevez, de ceux qu'un peuple in-
sunt tota die. sensé vous fait tout le jour.
23. Ne obliviscaris voces inimi- 23. N'oubliez pas les clameurs de vos
cbrum tuorum : superbia eorum, ennemis, l'orgueil ! de ceux qui vous
qui te odérunt ascendit semper. haïssent monte toujours.
Sommaire analytique.
Le Psalmiste, se représentant devant les yeux la profanation du temple
et là dévastation de la ville de Jérusalem par Antiochus, et, dans un sens
plus relevé l'Eglise en butte aux persécutions cruelles qu'elle eut à subir
des rois et des peuples idolâtres (2),
I. — EXCITE DIEU
1° Par leurs entreprises sacrilèges contre les lieux sacrés et les réunions
saintes ;
2° Par l'érection de leurs trophées impies dans le lieu saint (4) ;
3° Par la destruction et la combustion des autels et de tous les objets
consacrés au culte do Dieu (î>, 7) ;
4° Par l'abolition des fêtes sacrées (8).
III. — IL SE PLAINT
(1) Quia repleti sunt, qui obScurati sunt terrœ domibus iniquitatum, c'esfc-à-dirc
quia repleti sunt obscuri terrée domibus inique partis.
(2) Ce Psaume ne fut composé, ce semble, qu'après la captivité de Babyione et
on doit le rapporter soit à la captivité (Il PAN. xxxvi), durant laquelle le temple
fut brûlé (v. 7), soit à la profanation du temple par Antiochus-Epiphanc. Il en
est qui le rapportent cpuinie le précédent à la persécution de Manassès,
140 PSAUME LXXIII.
2° De l'accroissement des opprobres et des outrages dirigés contre
Dieu (10);
3° De la tolérance en apparence oisive avec laquelle Dieu supporte do
pareils excès (H).
IV. — IL RAPPELLE LES GLORIEUX SOUA'EiMRS DE LA. PUISSANCE DE DIEU,
I» Qui s'est manifestée autrefois dans le passage de la mer Rouge, où
les Egyptiens ont été engloutis ; dans les sources miraculeuses qu'il a fait
jaillir dans le désert, et dans le dessèchement des fleuves Cl 2-15) ;
r
2° Qui se manifeste tous les jours dans le lcA er du soleil et do l'aurore (16) ;
3° Qui se manifeste tous les ans dans le retour régulier des saisons (17).
V. — IL SOLLICITE DE NOUVEAU DIEU
1° De se rappeler ces signes de sa puissance et les efforts sacrilèges de
ses ennemis (18) ;
2° De défendre et de conserver son peuple (19) ;
3° De se rappeler l'alliance faite avec son peuple, pour satisfaire à l'at-
tente de ses fidèles serviteurs (20, 21) ;
4° De prendre en main sa cause, de venger l'honneur de son nom et
de mettre un terme à l'orgueil toujours croissant de ceux qui le haïssent
(22, 23).
Explications e t Considérations.
I. — 1-3.
f. 1-2. Cette prière que les Juifs adressaient à Dieu dans leur dé-
tresse convient bien plus justement à l'Eglise chrétienne , dont les
persécutions et les souffrances ont commencé dès. son berceau , et se
prolongent dans toute la suite des siècles. En parcourant l'histoire de
son établissement et de sa propagation sur la terre, de ses luttes, de
ses combats contre tant d'ennemis divers sans cesse renaissants, com-
bien de fois la voyons-nous comme sur le penchant de sa ruine , tant
était violente la rage de ses persécuteurs ; et, aujourd'hui encore, n'y
a-t-il pas toujours une partie du monde habitable, souvent plusieurs,
où la persécution de l'Eglise catholique , dans sa doctrine , dans son
culte, dans sa hiérarchie, dans sa puissance spirituelle, dans la li-
berté de ses actes , soit à l'ordre du j o u r et ne semble conspirer sa
r u i n e ? . . . Dans ces tristes circonstances, partageons les sentiments
du Prophète : une vive douleur, accompagnée d'une grande confiance
et d'une humble soumission aux volontés divines. — « O Dieu 1 pour-
PSAUME LXXltt. 141
II. — 4-11.
prisons, l'exil, l'échafaud, la mer, les fleuves ont tout dévoré. Enfin,
disent-ils , il n'y- a plus de p r o p h è t e s , et Dieu ne trouvera plus de
bouche pour se faire entendre.... C'en est fait, tous les droits de Dieu
sont anéantis , il ne reste debout que les droits de l'homme ; ou plu-
tôt , l'homme est Dieu , sa raison est le Christ, et la nation est l'E-
glise. (Mgr P I E , DISC. etJnslr., T. II, 669.) — Ce tableau de la déso-
lation de Jérusalem et de son temple, ces excès sacrilèges qui se sont
renouvtlés tant de fois au sein de l'Eglise chrétienne, sont la figure
trop réelle de ce qui se passe dans une âme qui abandonne Dieu et
que Dieu abandonne. Jérémie, dit saint Chrysostôme, n'aurait jamais
eu assez de larmes pour déplorer le malheur d'une âme livrée à la
tyrannie du démon. Cet ennemi de Dieu commence par s'emparer de
cette âme comme un lion rugissant et à se glorifier insolemment de sa
victoire. Il établit son empire dans le lieu que le Seigneur avait destiné
à son culte, dans un cœur consacré par la grâce sanctifiante, dans le
sanctuaire où avait habité le Saint-Esprit. Il [y érige l'étendard de la
révolte contre Dieu , et il rassemble autour de ce signe d'horreur
toutes les passions; elles dominent sur toutes les puissances les
plus nobles de l'âme, et sur les sens, qui sont comme les dehors de la
place. Ces ennemis victorieux ne connaissent et ne respectent aucune
des traces de sainteté que Dieu avait imprimées dans l'homme , soit
par le caractère du baptême, soit par le don de son corps et de son
sang précieux, soit par les touches de sa grâce.Les puissances de l'en-
fer, secondées des passions, détruisent, sans distinction, tout ce qui
servait à la défense et à l'ornement de l'intérieur. La cognée du b û -
cheron ne fait point autant de ravages dans un lieu planté d'arbres
que l'amorce du plaisir, la soif des richesses, le feu de l'ambition, les
tempêtes de la jalousie et de la vengeance , la mollesse et l'intempé-
rance en font dans celui que l'amour de Dieu ne défend plus. Tout est
renversé dans l'édifice spirituel; tout est en proie aux ravages du d é m o n ,
de la cupidité, du monde ; tout tombe, jusqu'à la foi même , sous les
coups de ces tyrans : terrible catastrophe, dont nos yeux ne sont pas
témoins , mais qui n'échappe point aux regards de l'Eternel 1 ( B E R -
T B U E R . ) — Profanation des choses saintes, marque terrible de la colère
III. — 12-17.
fi. 1 2 . « Dieu notre Roi, dès avant les siècles, a opéré le salut au
milieu de la terre. » 1 ° Le Prophète donne à Dieu le titre de Roi;
2° Dieu est Roi, non comme les rois de la terre pour quelques années, de
toute éternité et pour toujours : « Le règne du Très-Haut est éternel,
et tous les rois lui rendront hommage et le serviront. » (DAV. VU, 2 7 ) ;
les empires passeront, les générations s'écouleront et disparaîtront,
et Dieu sera encore le roi de tous les hommes; 3 ° il est particulière-
m e n t le Roi de son peuple privilégié ; 4 ° il est son Sauveur, il est
venu sauver les hommes par le sacrifice de sa propre vie. — Nous
crions : «jusques à quand, Seigneur, l'ennemi m'insultera-t-il jusqu'à
la fin ? Jusques à quand m'outragera-t-il?jusques à quand détournez-
vous votre main de votre sein ? » Tandis que nous parlons ainsi,
« Dieu, notre Roi dès avant les siècles, a opéré le salut au milieu de
la terre ; » et nous, nous dormons. Voilà que les gentils veillent déjà,
et nous sommes encore engourdis p a r le sommeil, et nous délirons
dans nos rêves, comme si Dieu nous avait abandonnés. « Il a opéré le
salut au milieu de la terre. » ( S . A U G . ) — Ce grand ouvrage du salut
du monde, le chef-d'œuvre de la puissance, de la sagesse, de la bonté
de Dieu, s'est accompli au milieu de la terre, p a r les mystères del'In-
carnation et de la Rédemption du Sauveur.
f. 1 3 - 1 5 . Les merveilles que Dieu fit autrefois publiquement en fa-
veur de son peuple, pour le délivrer de l'oppression des Egyptiens, il
PSAUME LXXIII. 145
les renouvelle tous les jours en faveur des chrétiens, pour les tirer de
la servitude du démon, ce grand dragon dont il écrase la tête dans
les eaux du baptême. La mer rouge ouvre ses flots quand Dieu le lui
commande, elle forme comme deux murailles d'eau suspendues en
l'air, elle donne un passage libre au peuple dont Dieu s'est déclaré le
protecteur, et elle rejoint ses eaux aussitôt qu'il lui commande d'abî-
mer sous ses flots cette armée innombrable d'Egyptiens, sans qu'il
en reste un seul qui puisse échapper à sa vengeance. — Point de
cœur, fût-il plus dur qu'une pierre, dont Dieu ne fasse sortir des fon-
taines d'eau, quand il lui plaît de le toucher. S'il faut fondre de la
glace, il fera soufflerson Esprit, lequel, comme le vent du midi, relâ-
chera la rigueur du iroid, et du cœur le plus endurci sortiront les
larmes de la pénitence. ( B O S S U E T . ) — Ce n'est pas sans une grande
joie que l'on peut entendre des choses que l'on voit réalisées dans le
monde entier. Lorsqu'elles ont été dites, elles n'étaient pas accomplies,
parce qu'elles n'étaient encore que des promesses et non des réalités.
Mais maintenant quelle joie est la nôtre de voir réalisées dans le
monde entier les prédictions que nous lisons dans les livres saints !
Voyons ce qu'a fait le Dieu qui a opéré le salut au milieu de la terre :
«Vous avez fait jaillir des fontaines et des torrents,» afin qu'ils fissent
couler l'eau de la sagesse, afin qu'ils épanchassent les trésors de la
foi, afin qu'ils pussent se mêler aux flots amers de lagentilité et que
leurs eaux répandissent dans le cœur de tous les infidèles la douceur
de la foi...S'il faut mettre ici une distinction, en certains fidèles, la parole
de Dieu a été « une fontaine d'eau vive jaillissant jusque dans la vie
éternelle ;» ( J E A N , I V , 14 ;) d'autres, au contraire, ont entendu la p a -
role de Dieu, et quoiqu'ils ne l'aient point gardée de manière à mener
une vie vertueuse, cependant, comme ils l'ont répandue dans leurs
discours, ils sont devenus des torrents, c'est-à-dire des eaux qui ne
coulent pas toujours... En effet, on appelle proprement torrents des
cours d'eaux qui tarissent pendant l'été, et qui au contraire, se g o n -
flent de toutes les eaux de l'hiver et se précipitent avec impétuosité.
Vous voyez un homme vraiment fidèle qui persévérera jusqu'à la fin,
qui n'abandonnera le Seigneur en aucune tentation, et qui supportera
pour la vérité, et non pour l'erreur et le mensonge, toute espèce de
souffrances : d'où lui vient une semblable vigueur, sinon de ce que
la parole de Dieu est devenue en lui « u n e fontaine d'eau vive qui
jaillit jusque dans la vie éternelle? » Un autre, au contraire, a reçu la
parole divine, il la prêche, il ne saurait s'en lairc, il court im-
T O M E n. 10
146 PSAUME LXXIII.
pétueusement ; mais l'été fera voir s'il est une fontaine ou un torrent.
Cependant, « celui qui a opéré le salut au milieu de la terre » sait
comment arroser la terre avec tous deux. Que les fontaines jaillissent
donc, et que les torrents se précipitent. (S. A U G )
fi. 1 6 - 1 7 . Dieu, qui est l'auteur du temps et de la vie, ne pouvait pas
ne s'en pas adjuger au moins une partie. « Le jour et la nuit vous
appartiennent, s'écrie le Prophète ; c'est vous qui avez fait l'aurore
et le soleil qui mesure les j o u r s . » Dans son infinie condescendance,
Dieu a bien pu se départir du droit rigoureux qu'il aurait eu sur cha-
cun de ces jours , sa providence miséricordieuse a pu en abandonner
une large et très-large p a r t aux soins nécessaires de notre vie maté-
rielle ; mais il eût été contre nature qu'un ouvrier infiniment sage, et
qui doit nécessairement tout rapporter à lui-même, ne se fût pas ré-
servé, sur son ouvrage, une certaine redevance qui fût, de notre p a r t ,
comme une reconnaissance authentique de son domaine sur le temps.
(Mgr P I E , Discours etc> n i , p . 6 3 1 . ) — « Le jour est à vous et la nuit
vous appartient. » Qui l'ignore, puisque c'est Dieu qui a fait toutes
choses, toutes choses ayant été faites par le Verbe. C'est à celui qui a
opéré le salut au milieu de la terre que le Prophète dit : « Le jour
est à vous, et la nuit vous appartient. » Nous devons croire par là
même qu'il y a dans ces paroles quelque chose qui a rapport au salut
qu'il a opéré au milieu de la terre, v Le j o u r est à vous. » Quels sont
ceux que le j o u r représente ? les hommes spirituels. Quels sont ceux
dont la nuit est le symbole ? les hommes charnels. Que les hommes
spirituels parlent aux hommes spirituels le langage de l'esprit, (I C O R .
I I I , 1,) les hommes charnels ne comprennent pas encore cette sagesse:
« Je n'ai pu vous parler comme à des hommes spirituels, mais comme
à des hommes charnels. » ( I B I D . m , 1.) Donc, lorsque des hommes
spirituels parlent à d'autres hommes spirituels, « le jour annonce la
parole au j o u r ; » mais lorsque des hommes charnels confessent eux-
mêmes leur foi au Christ crucifié, foi qui est à la portée des petits,
« là nuit annonce la science à la nuit. » (Ps. x v m , 3 . ) Le j o u r est à
vous, et la nuit est à vous. Les hommes spirituels vous appartiennent,
les charnels vous appartiennent aussi : vous éclairez les premiers de
l'éclat immuable de votre sagesse et de votre vérité ; vous consolez les
seconds p a r la manifestation de votre incarnation, comme la lune
console la nuit. ( S . A U G . ) — Ce jour, cette nuit qui se succèdent n a t u -
rellement, sont la ligure du j o u r c t d c la nuit spirituelle. Dieu, qui est
également le maître de l'un et de l'autre, conduit les siens par celui
PSAUME LXXIII. 447
PSAUME LXXIV.
Sommaire analytique.
1° Prédit qu'au temps marqué il exercera son jugement sur les hommes,
jugement qui fera fondre de crainte les âmes imparfaites, et fortifiera les
parfaites (2, 3) ;
2° Exhorte les impies à renoncer à leur orgueil dans leurs œuvres, dans
leurs pensées, dans leurs discours (4, 5) ;
3° Les avertit qu'ils ne trouveront aucun secours, aucun refuge contre
lui (6) ;
4° Leur annonce le châtiment do leur orgueil : a) ils seront renversés do
leur position élevée (7) ; 6) ils boiront la coupe de la colère de Dieu (8) ;
c) ils passeront d'un supplice à un autre, sans espérance de les voir jamais
finir (9) ;
III. —• Le Prophète, en son nom, promet de célébrer à jamais les louanges
du Dieu de Jacob (9).
IV. Jésus-Christ prédit de nouveau l'humiliation des superbes et l'exal-
tation des humbles (10).
(1) Ex hoc in hoc, ex hoc poculo in hoc poculum, ou ex hac parte in aliam
partem.
(2) Ce Psaume et le suivant ont été composés, disent un certain nombre d'éxé-
gètes, à l'occasion de la défaite miraculeuse de Scnnachcrib et eu action de
grâces de la délivrance du peuple de Dieu.
152 PSAUME LXXIV.
Explications et Considérations.
I. - 1.
vous viendra aucun secours du côté des astres qui se lèvent, ni du côté
des astres qui se couchent, ni du côté des déserts des m o n t a g n e s , car
c'est Dieu môme qui est votre j u g e . » Voilà la grande raison qui ferme
toutes les bouches, clôt toute discussion et rend impossible toute dé-
fense. «Le juge, c'est Dieu ; » c'est-à-dire celui qui est toute intelligence,
toute science, toute sagesse, toute puissance; celui qui est la justice
souveraine et, par conséquent, inévitable; divine et, par conséquent,
infinie... « Parce que c'est ce Dieu même qui est j u g e . » — Ii n'y a
point de ressource contre le jugement de Dieu. Que le pécheur se
transporte à l'Orient, à l'Occident, dans les déserts, dans les creux des
rochers, dans les gorges des montagnes, Dieu est juge p a r t o u t ; rien
n'échappe ni à ses connaissances, ni à la force de son bras. Il hu-
milie les grands, s'ils ont été orgueilleux, et ii élève les pauvres qui
ont été humbles de cœur; il a dans sa main la coupe d'où il verse le
vin de sa colère, selon l'expression des Prophètes, et il faut que les
pécheurs boivent ce calice d'amertume j u s q u ' à la lie. Tel est la fin des
destinées humaines. C'est à ce tribunal de toute vérité et de toute
justice que vont aboutir toutes nos pensées, tous nos projets et toutes
nos œuvres. On ne pourra prétexter contre ce tribunal, ni l'ignorance,
toutes les pages des saints livres nous l'annoncent; ni les passions, la
pensée de ce tribunal en est le remède; ni la faiblesse de notre nature,
des millions de saints aussi faibles que nous se sont rendus favorables
lo souverain J u g e ; ni l'embarras des soins de la terre, notre premier
soin devait être de nous occuper du jugement de Dieu. Ce sera un des
plus grands remords des réprouvés de penser qu'ils sont condamnés
p a r un tribunal dont le souvenir devait les sauver. ( B E R T J I I E R ) .
y. 8 , 0 . « Dieu abaisse l'un et élève l'autre. » Qui est abaissé, qui est
élevé par ce Juge souverain? Examinez les deux hommes qui étaient
ensemble dans le temple, et vous verrez quel est celui qu'il a abaissé
et celui qu'il élève. (Luc. x v m , 1 0 , II). «Quiconque s'élève sera abaissé
et quiconque s'abaisse sera élevé. » Voilà le verset du Psaume expli-
que. Que fait Dieu lorsqu'il j u g e ? Il abaisse l'un et élève l'autre; il
abaisse les superbes et il élève les humbles. (S. A U G . ) — Cette coupe
que Dieu incline tantôt sur un peuple, sur des individus, tantôt sur
d'autres, scion que sa justice et sa miséricorde le demandent, est celle
dont le Seigneur disait à Jérémie : « Prends de ma main la coupe du
vin de ma fureur et tu feras boire toutes les nations vers lesquelles je
t'enverrai. El elles boiront, et elles seront troublées, et elles chancel-
leront à la vue du glaive que j'enverrai p a r m i elles. Et j e reçus la
PSAUME LXXIV. 150
III. — 10.
êtes prévenu par cette menace : « J'ai dit aux impies. » Si je n'ai rien
dit, préparez vos excuses, préparez votre défense; si, au contraire,
j'ai dit, faites d'avance votre confession pour ne point arriver à votre
condamnation ; car alors toute confession sera inutile et loute défense
impossible. (S. A U G . ) . — L'orgueilleux est comme ce monstre terrible
que vit Daniel : il avait de longues dents de fer, m a n g e a n t et
brisant, et foulant les restes avec ses pieds; il était différent de toutes
les autres bêtes et il avait dix cornes. (DAN. VU, 7 ) . Ces dix cornes de
l'impie et du pécheur orgueilleux sont : 1 ° la science infatuée, enflée
d'elle-même; 2° la prudence du monde; 3° la vaine gloire; 4° la p r é -
somption; 5 ° l'arrogance; 6 ° la superbe; 7* la beauté corporelle; 8 °
l'amour des voluptés; 9 ° les richesses de la t e r r e ; 1 0 ° les honneurs,
les dignités, les faveurs du monde. La petite corne qui s'élève du mi-
lieu d'elles, avec des yeux semblables à ceux d'un homme et une
bouche qui proférait de grandes choses, est l'hypocrisie ajoutée à tous
les vices qui précèdent.
PSAUME LXXV.
In finem, in laudibus, Psalmus Pour la fin, parmi les Cantiques,
Asaph, Canticum ad Assyrios. Psaume d'Asaph. Cantique contre les
Assyriens.
1. Notus in Judaea Deus : in 1. Dieu est connu dans la Judéo ; son
Israël magnum nomen ejus. nom est grand dans Israël.
2. Et factus est in pace locus Son séjour est dans la ville de paix
ejus : et habitatio ejus in Sion. et son habitation dans Sion.
3. Ibi confregit potentias ar- 3. C'est là qu'il a brisé toute la force
cuum, scutum, gïadium, etbellum. des arcs, les boucliers et les épôes; il a
éteint la guerre.
4. Illuminans tu mirabilitcr a 4. Vous avez fait briller miraculeuse-
montibus aiternis : ment votre splendeur du haut des mon-
tagnes éternelles,
5. turbati sunt omnes insipien- 5. et tous les cœurs insensés ont été
tes corde. troublés.
Dorinicrunt somnum suum : et Us ont dormi leur sommeil; et tous
nihil invenerunt omnes viri divi- ces hommes do richesses n'ont rien
tiarum in rnanibus suis. trouvé dans leurs mains.
6. Ab incre patio ne tua, Deus G. A votre voix menaçante, Dieu do
Jacob, dormitaverunt quiascende- Jacob, ceux qui montaient les chevaux so
runt equos. sont endormis (1 ).
7. Tu terribilis es, et quis rc- 7. Vous êtes terrible; et qui pourra
sistettibi? ex tune ira tua. vous résister lorsque votre colère écla-
tera?
(1) « Ils ont dormi leur sommeil, » le sommeil de la mort Ils furent exterminés
durant la nuit, et dormirent sans discontinuer du sommeil naturel et du som-
meil de la mort. — « Ceux qui montaient les chevaux, » pour exprimer l'orgmû
dos Assyriens, qui se confiaient dans leur nombreuse cavalerie.
TOME II, 11
162 PSAUME LXXV.
8. De cœlo auditum fecisti judi- 8. Du haut du ciel vous avez fait en-
cium : terra tremuit et quievit, tendre le jugement; la terre a tremblé,
et s'est tenue en silence,
9. Cum exurgeret in judicium 9. lorque Dieu s'est levé pour rendre
Deus, ut salvos faceret omnes justice, aiin de sauver tous ceux qui sont
maiisuetos terrai. doux sur la terre.
10. Quoniam cogitatio hominis 10. La pensée de l'homme vous Jouera;
confitebitur tibi : et reliquiie co- et le souvenir qui lui restera de cetto
gitationis diem festum agent tibi. pensée le tiendra devant vous dans une
tête perpétuelle (1).
11. Vovete, et redditc Domino 11. Faites des vœux au Seigneur votre
Deo vestro, omnes qui in circuitu Dieu, et accomplissez-les, vous tous qui
ejus affertis munera, environnez son autel pour offrir des
présents
Terribili, A celui qui est vraiment terrible,
12. et ei qui aufert spiritum 12. qui ôte la vie aux princes, qui est
principium, terribili apud reges terrible aux rois de la terre.
terra.
Sommaire a n a l y t i q u e .
Ce Psaume, où l'auteur inspiré prédit la victoire des Juifs contre Scnna-
cherib, contre les Assyriens, et, à la suite do la victoire, une paix parfaite
dans Jérusalem, peut être considéré, dans un sens non moins véritable,
comme un chant triomphal de l'Eglise chrétienne, victorieuse de ses en-
nemis.
I. — LE PROPHÈTE CÉLÈBRE LES FRUITS DE CETTE VICTOIRE QUI SONT :
p
1° Ils seront troublés à cause de leur folio (.i) ;
2° Dépouillés à cause do leur avarice (5);
3° Renversés et abattus à cause de leur orgueil (0) ;
4° Epouvantés et réduits au silence devant le juste Juge, tonnant du
haut des cieux, ébranlant la terre, comprimant les impies, jugeant tous
les hommes et sauvant les justes (7-9).
(1) Dans l'hébreu, ou lit : Quoynam ira hominis confitebitur tibi, etc., o'est-a-
dirc les hommes qui s'étaient irrités contre toi, tes ennemis, se convertiront et
te loueront; ceux d'entre eux que tu n'auras pas détruits, les restes de tes en-
nemis célébreront une fête en ton houncur. (VVEITKNAUKU et L E Ilm.) — Ce verset
très-obscur peut recevoir cet autre sens. Le Prophète vient de parler du juge-
ment de Dieu, et il en marque ici le résultat : c'est (pic la pensée de l'homme
rendra gloire au Seigneur au jour dé ce jugement, et qu'ensuite les restes do
cette pensée, le souvenir de la délivrance du peuple de Dieu, ne cesseront point
de célébrer les grandeurs de cet Être suprême.
PSAUME LXXV. 163
III. — IL CÉLÈBRE LE SOUYENIR D'AUSSI GRANDS BIENFAITS :
Explications et Considérations.
I. — 1-4.
f. 1 . Dieu est connu dans la Judée, et nous le dirons avec les Juifs, s'ils
savent comprendre ce que c'est que la Judée...'Ceux qui maintenant se
glorifient du nom de Juifs, et qui en ont perdu les œuvres, ont dégé-
néré de leurs pères, et, p a r l a même, ils restent Juifs selon la chair et
païens selon le c œ u r . . . Aux approches de l'avènement du Seigneur,
le royaume des Juifs fut renversé et enlevé aux Juifs. Maintenant, ils
n'ont plus de royaume, parce qu'ils refusent de reconnaître le roi v é -
ritable. Voyez s'ils doivent encore être appelés Juifs. On ne peut plus
les appeler de ce nom, ils y ont eux-mêmes renoncé, si bien qu'ils n e
méritent plus d'être appelés Juifs, si ce n'est selon la chair. A quel
moment se sont-ils eux-mêmes séparés de ce nom ? Au moment où, p a r
leurs cris meurtriers, ils ont sévi contre le Christ, eux la race de J u d a ,
contre le rejeton de David; au moment où ils ont répondu à Pilate :
« Nous n'avons point d'autre roi que César. » (JEAN, XIX, 1 5 . ) O vous
qui êtes appelés enfants de J u d a et qui ne l'êtes pas, si vous n'avez
d'autre roi que César, J u d a cesse donc de vous donner un roi ? celui
qui est l'héritier des promesses est donc venu ? Ceux-là donc ont plu-
tôt le droit d'être appelés Juifs, qui de Juifs sont devenus chrétiens.
Les autres Juifs qui n'ont pas cru au Christ ont mérité de perdre
même ce nom. La véritable Judée est donc l'Eglise du Christ, qui croit
à ce roi venu de la tribu de J u d a par la Vierge-Marie... Nous devons
interpréter le nom d'Israël comme celui de Judée, et dire que les Juifs
ne sont pas plus le véritable Israël que les véritables Juifs. En effet,
qui mérite de porter le nom d'Israël ? celui qui voit Dieu. Et com-
ment ont-ils vu Dieu, ces hommes au milieu desquels Dieu a vécu dans
la chair, et qui, ne l'ayant pris que pour un homme, l'ont crucifié ?
D'autre part, après sa résurrection, il n'a manifesté sa divinité qu'à
ceux à qui il lui a plu de se montrer. Ceux-là donc sont dignes d'être
appelés du nom d'Israël, qui ont mérité de comprendre que le Christ,
dans sa chair mortelle, était Dieu ; de sorte qu'ils n'ont pas méprisé ce
164 PSAUME LXXV.
qu'ils voyaient en lui, et qu'au contraire ils ont adoré ce qu'ils ne
voyaient pas. (S. A U G . ) — La connaissance de Dieu a été long-
temps le privilège du peuple juif; elle fut sa gloire, au milieu
de l'aveuglement de toutes les autres nations. Elle redeviendra
son partage quand enfin il ouvrira les yeux à la pure lumière
de l'Evangile. Jusqu'à cette heureuse é p o q u e , qui semble s'ap-
procher, c'est à l'Eglise chrétienne, à l'Eglise des gentils que s'ap-
plique ce simple et magnifique éloge du saint Prophète : « Le
Seigneur est connu dans la Judée. » La connaissance de Dieu, ces
deux mots renferment tous les trésors de la science, tous les secrets
du b o n h e u r , toutes les splendeurs de la gloire ; et c'est là ce que
Dieu avait donné aux Juifs, par préférence à toutes les autres nations ;
c'est là ce qu'il a donné, avec une plus grande magnificence, aux chré-
tiens, ce qu'il donnera aux élus avec une générosité sans mesure et
sans fin. ( R E N D U . ) — Tout le devoir de l'homme, tout son objet,
toute sa n a t u r e , toute sa gloire est de connaître Dieu. Voici la
parole du Seigneur : Que le sage ne se glorifie point de sa sagesse,
que l'homme fort ne se glorifie point de sa force, que le riche ne se
glorifie pas de ses richesses ; mais que celui qui veut se glorifier
se glorifie uniquement de me connaître, car j e suis le Seigneur, et
c'est à moi qu'il appartient de faire miséricorde et justice. ( J É R É M . ,
IX, 23, 24.) — Cette vérité, si simple, si claire, si essentielle, qui
est une des premières que l'Eglise catholique enseigne à ses enfants,
est à peu près inconnue maintenant de la plupart des chrétiens. Con-
naître Dieu est le moindre de leurs soucis et la dernière de leurs
occupations. — Depuis les temps les plus reculés, mais surtout
depuis les jours d'Abraham, Dieu et la vérité n'avaient été connus
sur la terre qu'au sein d'une seule famille, d'une seule descendance,
qui bientôt était devenue une nation. Or, toutes les pages de l'Ecriture
avaient annoncé comme un des plus importants événements de l'a-
venir le retour du reste de l'univers à la vérité, à la connaisance du
vrai Dieu. — Donc ce que le Prophète royal disait de la Judée et
d'Israël, nous pouvons le dire, à plus forte raison, de l'Eglise de la
nouvelle loi, de l'Eglise catholique, universelle. — Là Dieu est connu,
là son nom est révéré et glorifié, là sa royauté est acclamée, là sa loi
est observée ; en un mot, selon la belle définition du Concile de Trente
expliquant le début do l'Oraison dominicale, « le règne de Dieu et du
Christ, c'est l'Eglise. » licgnum Chrisli quod est Ecclesia. (Mgr P I E ,
Disc, et Instr. t. vi, 445 ; m 445.)
PSAUME LXXV.
f. 2. L'Eglise chrétienne est le lieu de la véritable paix ; hors de
son sein, il n'y a que trouble, tumulte et confusion. — L e cœur du
juste exempt du trouble, du tumulte et de l'agitation des passions,
vrai lieu de paix que Dieu choisit pour sa demeure. Si nous voulons
devenir le lieu d'habitation du Seigneur, son tabernacle et son t e m -
ple, soyons vigilants à l'exemple dos saints, et appliquons-nous à
conserver la paix. (S. J É R . , Ep. xxxvi.)
3. « Là il a brisé la puissance des arcs et le bouclier et le glaive
et la guerre. » Où les a-t-il brisés? Dans cette paix éternelle, dans
cette paix parfaite. Et dès maintenant ceux qui ont une foi parfaite
voient qu'ils ne doivent pas présumer d'eux-mêmes, et ils brisent, à
l'aide de cette foi, toute la puissance des menaces qu'ils ressentent en
eux-mêmes et tout ce qu'il y a en eux d'armes capables de nuire, et
tout ce qu'ils regardaient comme précieux pour se préserver contre
les maux temporels, et la guerre qu'ils soutenaient contre Dieu en
défendant leurs péchés : Dieu a tout brisé dans Sion. (S. A U G . ) —
La paix fait le caractère de la demeure du Très-Haut : paix dans l'an-
cien Israël, tant qu'il sut estimer l'avantage d'appartenir à Dieu ;
paix dans l'âme des chrétiens, tandis qu'ils se tiennent unis à Jésus-
Christ; enfin, paix éternelle et inaltérable dans les habitants du ciel,
parce qu'ils sont établis dans le séjour où il n'y a plus ni crainte, ni
deuil, ni douleur. (BfiRTHfER.) — Les ennemis de l'Eglise, aussi bien
que du chrétien sont terribles et redoutables, ils sont nombreux et
forts, ils joignent l'adresse à la force pour nous perdre ; mais, parce
que Dieu a choisi l'Eglise et l'âme du juste, ni les arcs, ni les ôpées
ne sont capables de l'en chasser; et si la guerre ne cesse pas entiè-
rement d u r a n t cette vie, la paix parfaite n'étant que pour le ciel,
Notre-Seigneur nous a donné l'assurance qu'il briserait toute la force
de nos ennemis et qu'il vaincrait en nous le monde et le prince du
monde, comme il les a vaincus lui-même. ( D U G U E T )
f. 4 . Quelles sont ces montagnes éternelles du haut desquelles Dieu
répand une admirable lumière ? Celles que Dieu a rendues éternelles;
ceux qui sont les grandes montagnes, les prédicateurs de la vérité.
Vous répandez la lumière, mais par vos montagnes éternelles. Les
hautes montagnes reçoivent les premières votre lumière, et toute la
terre est bientôt inondée de la lumière que les montagnes reçoivent.
Les Apôtres sont les hautes montagnes qui ont reçu la lumière. Les
Apôtres ont reçu comme les premiers feux de celte lumière à son
lever. (S. A U G . ) — Et ce qu'ils ont reçu l'ont-ils gardé pour e u x ?
166 PSAUME LXXV.
Non, ils l'ont répandu dans l'univers entier : «Vous répandez une
admirable lumière par les montagnes éternelles. » Par ceux que vous
avez faits éternels, vous avez promis aux autres la vie éternelle. C'est
avec justesse et magnificence que le Prophète a dit : « Vous r é p a n -
dez, » afin que nul ne puisse se dire éclairé par les montagnes seules.
La lumière qui vient de ces montagnes est une lumière réfléchie ; il
faut s'atlacher à la lumière primitive, à celui qui a éclairé ces m o n -
tagnes. ( S . A U G . ) — La prière, moyen le plus simple et le plus facile
de dissiper l'obscurité dont notre âme est souvent enveloppée. Que
fait le soleil pour dissiper les nuages ? il se montre et la lumière se
fait. De même, dans ces doutes qui traversent l'âme, prions au lieu de
disserter, et un rayon de la grâce changera le crépuscule en lumière
sereine. Attachons-nous à Dieu par l'amour, et l'intelligence trouvera
toujours assez de lumières. Les clartés ne manquent jamais aux cœurs
purs, dans ces sentiers qui conduisent aux montagnes de l'éternité,
et à chaque détour plus obscur, la vérité brille toujours assez pour
tous ceux qui n'ont pas intérêt à s'égarer. (Mgr L A N D R I O T , Prière i, 25.)
2. — 5-9.
III. — 10-12.
sont de nous rappeler quel est celui qui est venu à nous, et quelles
fautes il nous a remises, et l'effet de ces suites de la première pensée,
ou l'effet de notre souvenir lui-même, est que le Christ est tous les
jours immolé pour nous, comme s'il nous renouvelait pour ainsi dire
tous les jours, après nous avoir renouvelés par sa première g r â c e . . .
Si aujourd'hui ce n'est plus la première pensée qui est en vous, ayez
du moins en vous les suites de votre première pensée, de peur que le
souvenir de celui qui vous a guéri ne s'échappe de votre mémoire;
car, si vous oubliez vos anciennes blessures, les restes, les suites de la
première pensée ne seront point en vous. (S. A U G . )
f. 1 1 , 1 2 . Que chacun fasse les vœux qui sont en son pouvoir
et s'en acquitte. Ne craignez pas de faire des vœux ; car ce n'est
point par vos propres forces que vous les accomplirez. Vous tom-
berez si vous présumez de vous-même ; mais, si vous mettez votre
confiance en celui à qui s'adressent vos vœux, faites-les, sûr de pou-
voir vous en acquitter. « Faites des vœux au Seigneur notre Dieu, et
accomplissez-les. » Quels sont les vœux que tous indistinctement doi-
vent lui faire ? De croire en lui, d'espérer de lui la vie éternelle, de
bien vivre selon la règle commune. Il y a, en effet, une règle commune
à tous : le vol, par exemple, n'est pas une chose interdite à la vierge
consacrée à Dieu et permise à la femme mariée. 11 est défendu à tous,
sans exception, de commettre l'adultère.. Il est également défendu à
tous d'aimer l'ivrognerie, gouffre où l'âme se perd, péché par lequel
elle souille en elle le temple de Dieu. Il est prescrit à tous de ne point
s'enorgueillir. Il est prescrit à tous semblablement de ne point com-
mettre d'homicide, de ne point haïr son semblable et de ne vouloir
nuire à personne. Voilà toutes choses que nous devons tous vouer
sans réserve. Il y a ensuite des vœux propres à c h a c u n . . . Que cha-
cun fasse tel vœu qu'il voudra ; mais, une fois le vœu fait, qu'il soit
attentif à s'en acquitter fidèlement. Quelque vœu qu'on ait fait à
Dieu, c'est une grande faute de regarder en arrière. (S. A U G . ) — No
pas manquer de parole à celui qui est terrible dans ses jugements et
dont il est écrit : « Ne vous y trompez pas, on ne se moque pas impu-
nément de Dieu. » ( G A L A T . , V I , 7 . ) Il n'est pas seulement terrible à l'é-
gard des particuliers, mais à l'égard des princes et des rois qui sont
terribles aux autres hommes, et à qui Dieu ôte la vie, quand il lut
plaît, avec la même facilité qu'aux derniers de leurs sujets. ( D U G U K T . )
— C'est surtout au dernier jour que Dieu paraîtra terrible aux rois
et aux grands de la terre.
PSAUME LXXYI. 171
PSAUME LXXVI.
In finem, pro Idithun, Psalmus Pour la fin, pour Idithun, Psaume
Asaph. d'Asaph.
1. Voce mea ad Domînum cla- 1. J ai élevé ma voix vers le Seigneur,
mavi : voce mea ad Deum, et in- je l'ai appelé par mes cris et il a daigné
tendit mihi. m'entendre.
2. In die tribulationis meœ 2. J'ai cherché Dieu au jour de mon
Deum exquisivi, manibus meis affliction ; j'ai tendu mes mains vers lui
nocte contra eum : et non sum durant la nuit, et je n'ai pas été trompé.
deceptus.
Ronuit consolari anima mea, Mon âme a refusé toute consolation.
3. memor fui Dei, et delectatus 3. Je me suis souvenu de Dieu, et j ' y
sum, et exercitatus sum : et defe- ai trouvé la joie. Je me suis exercé dans
cit sphïtus meus. la méditation ; et mon esprit est tombé
en défaillance.
4. Anticipaverunt vigilias oculi 4. Mes yeux ont devancé les veilles do
mei : turhatus sum, et non sum la nuit ; j'étais plein do trouble, et je ne
locutus. pouvais parler (1).
5. Cogitavi dies antiquos : et 11. J'ai pensé aux jours anciens ; et j'ai
annos œtcrnos in mente habui. eu les années éternelles dans l'esprit.
6. Et meditatus sum nocte cum 6. Je méditais durant la nuit au fond
corde meo, et exercitabar, et sco- de mon cœur; je m'exerçais à prier et
pcbam spiritum meum. je scrutais mon âme.
7. Numquid in œternum projiciet 7. Dieu nous rejettera-t-il pour tou-
Deus : aut non apponet ut com- jours? ou ne pourra-t-il plus se résoudre
placitior sit adhuc?j à nous être favorable encore?
8. Aut in finem misericordiam 8. Nous retranchera-t-il éternellement,
suam abscindet, a generatione in et dans toute la suite des races, de sa
generationem ? miséricorde?
9. Aut obliviscetur misereri 9. Dieu oubliera-t-il sa bonté compa-
Deus? aut continebit in ira sua tissanto envers les hommes? ou con-
misericordias suas? tiendra-t-il dans sa colère le cours de ses
miséricordes?
10. Et dixi : Nunc cœpi; hœc 10. Et j'ai dit : C'est maintenant que
mutatio dexteraî Ex col si. je commonco. Co changement est l'œu-
vre de la droite du Très-Haut (2).
11. Memor fui operum Domini : H . Je mo suis souvenu des oeuvres du
quia memor cro ab initio mirabi- Seigneur; je me souviendrai aussi do
lium tuorum, vos merveilles depuis lo commencement.
12. Et meditabor in omnibus 12. Ht je méditerai sur toutes vos œu-
operibus tuis : et in adinvenlioni- vres, et je considérerai les secrets do
bus tuis exercebor. votre conduite.
(1) Suivant l'hébreu, « vous avez tenu les gardiennes, » c'est-à-dire les pau-
pières de mes yeux, vous avez empêché mes paupières de se fermer,
(2) D'après la Vulgate, le sens de ce verset est celui-ci : J'ai commencé a espé-
rer un meilleur sort, ce chaugemeut sera l'ouvrage de la droite du Très-Haut. —
Au littéral, d'après le texte hébreu, je me. suis dit : Ces malheurs, cet état de
désolation sont mon ouvrage, cet état de désolation a son principe dans la
corruption de ma nature, me» péchés en sont la cause ; la main du Très-Haut
pftttt seule changer mou sort.
172 PSAUME LXXYI.
13. Deus, in sanctovia tua : quis 13. O Dieu! vos voies sont dans la
Deus magnus sicut Deus noster? sainteté. Quel Dieu est grand comme
notre Dieu?
14. tu es Deus qui facis mirabilia. 14. Vous êtes le Dieu qui fait des
merveilles.
Notam fecisti in populis virtu- Vous avez fait connaître parmi les
tem tuam : peuples votre puissance;
15. rcdemisti in bracbio tuo 15. vous avez racheté et délivré votre
populum tuum, filios Jacob, et peuple, les enfants de Jacob et de Joseph,
Joseph. par la force de votre bras (1).
1G. Viderunt te aquœ, Deus, vi- 1G. Les eaux vous ont vu, ô Dieu l les
derunt te aquœ : et timuerunt, et eaux vous ont vu, et elles ont tremblé,
turbata» sunt abyssi. et les abîmes ont été troublés.
17. Multitudo sonitus aquarum : 17. Les eaux sont tombées en abon-
vocem dederunt nubes. dance et avec grand bruit ; les nuées ont
fait retentir leur voix.
Etenim sagittœ tuœ transeunt : Vos flèches ont sillonné les airs ;
18. vox tonitrui tui in rota. 18. la voix de votre tonnerre a éclaté
en roulant (2).
Illuxerunt coruscationes tuœ Vos éclairs ont fait briller leur lumiè-
orbi terra? : commota est et cou- re dans toute la terre ; elle s'est émue, et
tremuit terra. elle a tremblé.
19. In mari via tua, et semitœ 19. Votre route était dans la mer et
tuœ in aquis multis : et vestigia vos sentiers dans les grandes eaux, et les
tua non cognoscentur. traces de vos pieds ne seront point
connues (3).
20. Deduxisti sicut oves popu- 20. Vous avez conduit votro peuple
lum tuum, in manu Moysi et comme un troupeau de brebis, par la
Aaron. main de Moïse et d'Aaron. Exod. 14, 20.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, qui paraît se rapporter au temps où Sennacherib, rava-
geant toute la Judée, arrivait sur Jérusalem pour la prendre et la détruire,
le Prophète, personnifiant tous les justes au milieu des afflictions et des
épreuves inséparables de la vie,
I. — SE TOURNE VERS DIEU
(1) Joseph est mis ici c o m m e le chef de la tribu, parce qu'il fournit pendant
un certain t e m p s des aliments aux Israélites eu Egypte. Cette expression serait
aussi un indice du temps «fni a suivi la captivité des dix tribus, et où ceux
d'entre e u x qui avaient échappé s'étaient réunis à Juda.
(2) In vota, t7i orbr ; eu français, le roulement «lu tonnerre.
(3) Et les traces de vos pieds, etc., c'est-à-dire l a m e r s'est divisée on doux, et
ensuite les eaux se sont réunies sans laisser a u c u n e trace du chemin ouvert pur
la puissance de Dieu.
PSAUME LXXVI. 173
1° Par le bon propos qu'il forme, au nom de Dieu, de mener une vie
toute nouvelle (10) ;
2° Par la pensée de la puissance, de la sagesse, et de la majesté divine
(11,12);
3° Par le souvenir des merveilles qu'il a opérées en faveur des Israélites,
lorsqu'il les a délivrés do la servitude d'Egypte (13-20).
Explications et Considérations.
I. — 1-6.
II. — 7 - 9 .
fi. 7 - 9 . Il n'y a en vous ou de vous aucune sorte de miséricorde
envers le prochain que Dieu ne vous l'ai donnée, et Dieu lui-même
oublierait sa miséricorde ? Le ruisseau coule, la source elle-même est
à sec ? « Ou Dieu oubliera-t-il d'avoir pitié de nous ? ou, dans sa colère,
réprimera-t-il sa miséricorde? » C'est-à-dire, Dieu sera-t-ilassez irrité
pour n'avoir aucune pitié? Il réprimera plus facilement sa colère que
sa miséricorde. C'est ce qu'il avait dit, par la voix d'Isaïe ( I S A I . L V I I , 1 6 ) :
c Je ne me vengerai pas éternellement de vous, et j e ne serai pas tou-
jours irrité contre vous. » (S. A U G . )
TOME I I , 12
178 PSAUME LXXVI.
f. 1 0 . « Et j ' a i dit : C'est maintement que je commence, et ce
changement vient de la droite du Très-Haut. » Voilà que le Très-Haut
a commencé à me changer ; voilà que j ' a i pris possession d'un lieu
où je serai en sûreté ; voilà que je suis entré dans un palais où se
trouve le bonheur, et où nul ennemi n'est à craindre ; voilà que j ' a i
commencé à habiter cette région où la vigilance de mes ennemis ne
l'emportera pas sur moi ; « maintenant, j ' a i commencé; c'est la droite
de Dieu qui a opéré ce changement. » (S. A U G . ) — Une disposition
nécessaire à ceux même qui sont les plus avancés dans la vertu, c'est
d'être bien persuadés qu'on ne fait que commencer chaque j o u r d'en-
trer dans le service de Dieu et de dire dans les mêmes sentiments que
saint Paul : « Je ne pense pas encore avoir atteint le but où j e tends,
ou que j e sois déjà parfait ; mais je poursuis ma course pour tâcher
d'atteindre où Jésus-Christ a voulu me conduire. » ( P U I L I P . m , 1 3 . ) —
Quand on a bien réfléchi sur la religion, on se détermine à la croire;
on dit, avec une conviction pleine de zèle et d'activité, j e commence
à faire taire tous mes doutes, et à embrasser des vérités si précieuses.
Quand on est fatigué des procédés et des illusions du monde, on dit
volontiers : Je commence à ne voir autour de moi que des tromperies,
des vanités frivoles, des biens qui ne peuvent me contenter. Quand on
est touché vivement de ses péchés et qu'on prend la résolution de
mener une vie toute chrétienne, on dit dans la sincérité de son cœur :
Je commence à marcher dans les voies de la justice ; j e renonce pour
jamais à l'esclavage de mes passions. Quand après une vie tiède et
languissante, on entreprend de servir Dieu avec ferveur, on dit, sans
différer et sans écouter les répugnances de l'amour propre ; Je com-
mence à marcher sur les pas de J . - C , quelque chose qu'il doive m'en
coûter pour le suivre. Quand on se sent appelé aux saints exercices
de l'oraison, on dit avec un sentiment qui est déjà le fruit d'une union
intime avec Dieu : Je commence, Seigneur, à ne vouloir vivre que de
votre amour. Ainsi, la parole du Prophète est comme le signal de toutes
les résolutions les plus sages et les plus salutaires. Il ne nous est point
donné, ce signal, sans une grâce bien particulière, et sans nous obliger
à reconnaître que ce changement est l'ouvrage de la main du Très-
Haut. ( B E R T U I E R . ) — La rigueur n'est point dans la nature de Dieu.
Quand Dieu cède à la colère, quand il exerce sa justice, il fait une be-
sogne qui lui est étrangère. ( I S A I . X X V I I I , 2 1 . ) C'est la gauche qui tient
les verges, et Dieu se lasse promptement d'opérer avec cette main. La
main droite du Seigneur, au contraire, est l'instrument favori de son
PSAUME LXXVI. 179
connaître celui qui est votre vertu, votre puissance. » Quelle vertu,
quelle puissance a-t-il fait connaître parmi les peuples? « Nous prê-
chons, » dit l'Apôtre, le Christ crucifié, qui, il est vrai, est un scandale
pour les Juifs et une folie pour les Gentils ; mais qui est, pour les élus
d'entre les Juifs et les Gentils, la vertu de Dieu et la sagesse de Dieu.
(I C O R . I , 2 3 , 24). Si donc le Christ est la vertu de Dieu, Dieu a fait
connaître le Christ parmi les peuples. Est-ce que nous ne le savons
pas encore ? Et sommes-nous assez insensés, sommes-nous descendus
si bas, avons-nous franchi si peu de degrés, que nous ignorions ce fait?
(S. A U G . )
fi. 15-20. La puissance de Dieu, qui s'est manifestée avec tant d'éclat
dans la délivrance des Israélites de la servitude d'Egypte, figure de la
délivrance des nations d e l à tyrannie du démon, par la force de son
bras, qui est Jésus-Christ.— Les prédicateurs, semblables à des nuées
ont fait retentir leur voix pour annoncer la grâce de l'Evangile, et
leurs paroles ont été comme des flèches. Une flèche, prise dans le sens
propre, n'est pas une pluie, pas plus que la pluie n'est une flèche ;
mais la parole de Dieu est une flèche, parce qu'elle frappe, et
une pluie, parce qu'elle arrose. La voix de son tonnerre a retenti en
forme de roue, ses éclairs ont brillé par toute la terre. Les nuées ont
formé comme une roue autour du globe terrestre ; de cette roue p a r -
taient les tonnerres et les éclairs qui ont ébranlé l'abîme : les tonnerres
ou l'autorité de la parole, les éclairs ou l'éclat des miracles. (S. A U G . )
— Dieu se fait un chemin dans la mer de ce monde, lorsqu'il entre
dans une âme et qu'il la fait marcher au milieu des eaux orageuses du
siècle, comme entre deux montagnes d'eau, sans faire naufrage. « Les
eaux vous ont vu, ô mon Dieu, les eaux vous ont vu et elles ont craint,
et les abîmes ont été troublés. » Qu'entend-on par a b î m e ? On entend
les profondeurs des eaux. Qui ne serait troublé, parmi los peuples,
lorsque sa conscience est frappée ? Vous cherchez la profondeur de la
mer, qu'y a-t-il de plus profond quo la conscience h u m a i n e ? Cet
abîme a été troublé, lorsque Dieu a racheté son peuple au moyen de
son bras. Quel a été ce trouble des abîmes ? C'est que tous les hommes,
en confessant leurs fautes, ont répandu leurs consciences devant Dieu.
(S. A U G . ) — Dieu conduisant son peuple comme un troupeau de brebis,
par la main de Moïse et d'Aaron, nous apprend combien il est impor-
tant et nécessaire d'avoir un homme éclairé pour nous conduire dans
les voies de Dieu.
182 PSAUME LXXVII.
PSAUME LXXVII.
50. Viam fecit semitee irae su», 50. II ouvrit un chemin spacieux à sa
non pepercit a morte animabus colère, il ne les préserva point de la
eorum : et jumenta eorum in morte mort et livra leurs animaux à la pesto;
conclusit.
51. Et pcrcussit omne primoge- 51. Il frappa tous les premiers-nés dans
nitum in terra /Egypti ; primitias la terre do l'Egypte, et les prémices do
omnis laboris eorum in taberna- tous leurs travaux dans les tentes do
culis Cham. Cham; Exod. xu, 29;
52. Et abstulit sicut oves popu- 52. Il enleva son peuple comme des
lum suum : et perduxit eos tan- brebis, et los conduisit comme un trou-
quam gregem in deserto. peau dans le désert ;
53. Et deduxit eos in spe, ot 53. 11 les fit marcher de confiance ot
non timuerunt : et inimicos eo- sans crainte, et la mer engloutit leurs
rum operuit mare. ennemis; Exod. xiv, 27;
54. Et induxit eos in montem 54. Il les amena sur la montagne qu'il
sanctificationis suœ ; montem , s'était consacrée, sur la montagne que
quem acquisivit dextera ejus. sa droite a conquise;
Et ejecit a facio eorum gentes : Et il chassa les nations de devant leur
et sorte divisit eis terram in funi- face ; et il leur distribua la terre au sort,
culo distributionis. après l'avoir partagée avec lo cordeau;
Jos. xni, 7;
55. Et habitare fecit in taber- 55. et il établit les tribus d'Israël sous
naculis eorum tribus Israël. les tentes de ces nations.
56. Et tentaverunt, et exacerba- 56. Mais ils tcnlèreiit ot irritèrent de
verunt Deum excelsum : et testi- nouveau lo Dieu très-haut ; et ils ne gar-
monia ejus non custodierunt. dèrent point ses préceptes.
57. Et averterunt se, et non ser- 57. Ils se détournèrent do lui, et n'ob-
vavcrunt pactum : quemadmodum servèrent point son alliance; et, à
patres eorum, conversi sunt in l'exemple de leurs pères, ils devinrent
arcum pravum. comme un arc qui porte à faux.
58. In iram concitaverunt eum 58. Ils enflammèrent sa colère sur
in collibus suis : et in sculptilibus leurs collines; et ils excitèrent sa jalousie
suis ad œmulationem eum provo- par leurs idoles.
caverunt.
59. Audivit Deus, et sprevit : 59. Dieu les entendit; et il les méprisa
et ad nihilum rcdegit valdo Israël. et il réduisit Israël à la dernière humi-
liation.
60. Et repulit tabernaculum Silo, 60. Et il rejeta son tabernacle qui
tabcrnaculum suum, ubi habitavit était a Silo, son propre tabernacle, où.
in hominibus. il avaitdemeuré parmi les hommes. J6r.
vu, 12, 14.
61. Et tradidit in captivitatem 61. II livra leur force a la captivité et
virlutem eorum : et pulchritudi- leur beauté entre los mains de i'enncmi.
nom eorum in manus inimici.
62. Et conclusit in gladio popu- 62. Il enferma son peuple dans une
lum suum : et haireditatem suam enceinte de glaives, et il regarda son
sprevit. héritage avec mépris.
63. Juvenes eorum comedit 63. Lo feu dévora les jeunes hommes;
ignis : et virgines eorum non sunt et leurs vierges ne furent point pleu-
lamentataî. rées.
64. Sacerdotes eorum in gladio 64. Leurs prêtres tombèrent sous lo
ccciderunt : et viduœ eorum non glaive, ot nul no versait des larmes sur
ploi abantnr. leurs veuves.
65. Et exitatus est tanquam dor- 65. Et la Seigneur so réveilla comme
mions Dominus tanquam potens s'il avait, dormi, et comme un hommo
crapulatus a vino. que le vin dont il s'est onivré rend plus
fort,
186 PSAUME LXXVII.
66. Et porcussit inimicos suos 66. Et il frappa ses ennemis par der-
in posteriora : opprobrium sem- rière, et il les couvrit d'une confusion
piternum dédit ilJis. éternelle.
67. Et repulit tabernaculum 67. Et il rejeta le tabernacle de Josoph,
Joseph : et tribum Ephraim non et il ne choisit point la tribu d'Ephraïm;
elegit.
68. Sed elegit tribum, Juda, 68. mais il choisit la tribu do Juda, la
montem Sion quem dilexil. montagne de Sion objet de son amour.
69. Et œdificavit sicut unicor- 69. Et il bâtit son sanctuaire comme
nium sanctifirium suum in terra, une corne de licorne dans la terre qu'il
quam fundavit in sœcula. a fondée pour les siècles.
70. Et elegit David servum 70. Il a choisi David, son serviteur,
suum, et sustulit eum de gregibus et Ta tiré des troupeaux de brebis; et il
ovium : de post feetantes accepit l'a pris à la suite de celles qui étaient
eum, pleines,
71. Pascere.Jacob servum suum, 71. pour être pasteur de son serviteur
et Israël haireditatem suam. Jacob, et d'Israël son héritage.
72. Et pavit eos in innocentia 72. Et il les a gouvernés dans l'inno-
cordis sui : et in intellcctibus ma- ccuce de son cœur, et il les a conduits
nuum suarum dcduxit eos. d'une main intelligente et habile.
Sommaire analytique.
Ce Psaume didactique est une histoire des bienfaits de Dieu à l'égard
du peuple juif, des infidélités de ce peuple et des châtiments qui en furent
la suite. Cette histoire est proposée comme instruction au peuple chrétien.
Les versets 9, 41, 60, 67, 69, prouveraient que ce Psaume est postérieur
au schisme et même à la captivité des dix tribus.
I. — LE PROPIIÈTE, AVANT D'ENTREPRENDRE LE RÉCIT DE CETTE HISTOIRE,
les eaux et leur ouvrant un chemin (13) ; c) la colonne, tour à tour de nuée
et de feu, guidant leur marche (14); d) l'eau jaillissant avec abondance
du rocher (15, 16). — A ces œuvres, los Israélites opposèrent: a) uno ma-
lignité répétée qui irrita la colère du Très-Haut (17) ; 6) la tentation de
Dieu, en demandant une nourriture plus exquise (18); c) un doute blas-
phématoire sur la puissance de Dieu (19, 20); d) l'absence de foi et d'es-
pérance comprimant la bonté de Dieu et excitant sa juste colère (21, 22).
2° Les œuvres de la libéralité divine étaient a) la manne, nourriture
céleste préparée par les anges (23-25) ; b) les viandes et les oiseaux que
Dieu lit pleuvoir au milieu d'eux comme la poussière (26-28). — A ces
œuvres, les Juifs opposaient a) une voracité immodérée ; 6) une convoitise
insatiable (29, 30).
3° Les œuvres de la justice divine étaient a) la mort instantanée qui
vint frapper les Israélites sensuels ; b) l'épuisement de leurs forces (30, 31).
— A ces œuvres, les Juifs opposaient a) des péchés d'hypocrisie, une
apparence de conversion extorquée par la crainte ; 6) la promesse de
changer de vie, non suivie de son effet (32-37).
4° Les œuvres de la divine miséricorde étaient a) la propension à leur
pardonner et la modération de sa j uste indignation (38) ; b) la commisé-
ration pour la fragilité et l'inconstance naturelles à l'homme (39).— A ces
œuvres, les Juifs opposaient a) une noire ingratitude, des rechutes fré-
quentes qui irritaient Dieu (39) ; 6) l'oubli de tous les prodiges qu'il avait
opérés pour leur délivrance (40-42).
III. — LE PROPHÈTE EXPOSE ENSUITE :
ISRAÉLITES DANS LA T E R R E P R O M I S E *.
1° La malice des Juifs: a) ils tentent Dieu de nouveau, ils l'irritent, ils
violent sa loi (56) ; 6) leur malice s'accroît jusqu'à rompre l'alliance avec
Dieu, jusqu'à se retirer de lui (57) ; c) elle va jusqu'à l'idolâtrie ouverte (58) ;
2° La vengeance éclatante de Dieu contre co peuple ingrat : a) Dieu
conçoit un profond mépris pour co peuple (59) ; b) il se décide à quitter
l'arche d'alliance ot à la livrer entre los mains des Philistins (60, 01);
c) îl livre le peuple tout entier au glaive de l'ennemi; leurs jeunes hommes,
leurs vierges, leurs prêtres, tombent sans qu'on verse des larmes sur leur
sort (62-64) ;
188 PSAUME LXXVII.
Explications et Considérations.
I. — 1-11.
Dieu, parce qu'il a peu de foi et beaucoup d'orgueil. Son peu de foi
l'empêche de les comprendre, son orgueil les lui fait oublier.
II. — 15-16.
f. 1SM6. Le Prophète se met à rappeler, dans leur ordre, les bien-
faits et les merveilles que cette race corrompue a mis en oubli. Si ces
récits sont des paraboles et des problèmes, assurément il faut les
rapporter à d'autres faits, par des comparaisons. Nous ne devons
donc pas détourner l'œil de notre attention du but de ce Psaume, et
du fruit iMie nous devons tirer do tout ce qu'il renfermo. Ce fruit est
que nous mettions en Dieu notre espérance, que nous n'oubliions pas
les ouvrages de Dieu, et que nous recherchions ses commandements.
C'est à cette pensée qu'il faut tout rapporter, et tout ce que nous
trouverons, comme autant de figures, dans le récit des faits, peut se
reproduire spirituellement dans l'homme, soit par la grâce de Dieu,
s'il s'agit du bien, soit par le jugement de Dieu, s'il s'agit du m a l . . .
Il faut donc voir dans la terre l'Egypte la ligure de ce monde. Celui
qui a divisé la mer pour y faire passer les Israélites, et qui a retenu
PSAUME LXXVII. 193
les eaux comme dans des outres, celui-là peut, p a r sa grâce, compri-
mer le flot impétueux des convoitises charnelles, lorsqu'il renonce
à ce siècle, de telle sorte que tous les péchés étant détruits, comme
autant d'ennemis, le peuple des fidèles passe à travers les eaux du
sacrement de Baptême. Celui qui les a conduits le j o u r à l'ombre d e
la nuée, et toute la nuit à la clarté de la colonne de feu, peut aussi
diriger spirituellement notre route par sa grâce, qui est comme u n e
nuée par laquelle nous sommes défendus contre les ardeurs mortelles
de la concupiscence ; et aussi comme une colonne ardente dont la
lumière nous éclaire dans nos ténèbres, dont la flamme nous échauffe
dans notre tiédeur, et dont la fermeté nous rend immobiles au milieu
des troubles et des agitations de cette vie. Nous traversons cette vie
comme un désert; nous ne trouvons en nous que de la sécheresse,
de l'impuissance et la dureté de la pierre. Point d'eau sur la terre qui
puisse désaltérer notre soif : c O Dieu, mon âme est devant vous comme
une terre sèche et sans eau. o Mais Celui qui a fendu la pierre dans le
désert et les a désaltérés comme à de profonds réservoirs d'eau,
celui-là peut aussi, à qui a soif de la foi que donne l'Esprit-Saint,
verser, selon la signification spirituelle de ces faits, l'eau de la pierre
spirituelle qui suivait les Juifs et qui est le Christ (I COR. x, 4 ) ; celui
qui a fait sortir l'eau de la pierre et a fait couler les eaux comme
des fleuves, peut aussi, quand il lui plaît, tirer d'un cœur dur comme
la pierre les larmes de la componction et les faire couler comme des
fleuves. (S. AUG.)
f. 17-22. « Et ils ne laissèrent pas de pécher encore contre lui, e t
ils irritaient le Très-Haut dans un lieu aride. » S'agit-il de l'aridité d u
désert, ou plutôt de leur propre aridité? Car, bien qu'ils eussent b u
l'eau de la pierre, ils ressentaient l'aridité, non de l'estomac, mais d e
l'esprit, où ne poussait aucun fruit de justice. Dans cette aridité, ils
auraient dû supplier Dieu avec une foi encore plus vive, afin que celui
qui avait donné le rassasiement à leur gosier, donnât également la
justice à leurs cœurs. Loin de là : « Et (ils ont tenté Dieu dans leurs
cœurs, lui demandant la nourriture pour leur vie. » Autre chose est
de demander en croyant, autre chose en tentant. En effet, il est dit
ensuite : « Ils ont parlé mal contre Dieu et ils ont dit : Dieu p o u r r a -
t-il nous préparer une table dans le désert ? » Ils n'avaient donc point
la foi en d e m a n d a n t ainsi de la nourriture pour leur vie. Ce n'est p a s
ainsi que Papôtre saint Jacques ordonne qu'on demande la nourriture
de l'âme : il veut qu'elle soit demandée p a r des hommes qui croient
TOME II. 13
PSAUME LXXVII.
et non par des hommes qui tentent Dieu et parlent mal de lui. ( J A C Q .
I , o.G.) Cette foi manquait à la génération qui n'avait pas gardé la
droiture de son cœur, et dont l'esprit n'était pas uni à Dieu par la
foi. (S. A U G . ) — La sensualité, la gourmandise, l'intempérance, causes
pour les chrétiens, comme elles l'ont ôté pour les Israélites, d'une
multitude de péchés que nous indique ce Psaume. En effet, c'est un
péché qu'on surmonte difficilement, et qui est une cause fréquente de
rechute dans d'autres crimes. « J'en ai vu beaucoup qui, sujets à des
vices d'un autre genre, ont fini par en triompher, mais ceux qui sont
esclaves de ce vice de la gourmandise, de la sensualité, qui font leur
Dieu de leur ventre, qui mettent toutes leurs délices dans les grossiers
plaisirs de table, j e n'en ai jamais vu un seul qui ait pu secouer ce
joug dégradant. » (S. B A S . Trait, de abdic. rer.) I* C'est un vice qui pro-
voque la colère de Dieu : « Ils excitèrent la colère de Dieu dans un lieu
aride. » 2° L'intempérance est la mère des blasphèmes : « Et ils ont
parlé mal contre Dieu. » 3° Les intempérants affichent au grand jour
leur folie, lorsque, doutant de la puissance de Dieu, ils disent : « Est-ce
que Dieu pourra nous préparer une table dans le désert? » 4° La gour-
mandise, l'intempérance sont un foyer de luxure et d'impuretés : « Un
feu s'alluma dans Jacob, » feu qui fut suivi de la colère de Dieu, « et
la colère de Dieu s'éleva contre Israël. » 5° L'intempérance est le nau-
frage de la foi : « Parce qu'ils n'ont pas cru à Dieu. » 6° Elle est la
mère du désespoir : « Ils n'ont point espéré dans son salut. » — « Dieu
pourra-t-il bien préparer une table dans le désert? » — « Le Seigneur
entendit et différa. » Dieu différa le châtiment, pour satisfaire d'abord
leur convoitise, malgré leur infidélité, de peur de paraître irrité de ce
qu'ils lui demandaient, en le tentant et en blasphémant son nom, des
choses qu'il n'aurait pu faire. « Il a donc entendu et il a différé » de
les p u n i r , et quand il eut fait ce qu'ils pensaient qu'il ne pourrait
faire, alors, « sa colère s'éleva contre Israël. » (S. A U G . )
f. 23-29. S'ils avaient mis en Dieu leur espérance, non-seulement
les désirs de leur chair, mais ceux de leur esprit auraient été satisfaits.
E n effet, celui qui a donné ses ordres aux nuées suspendues dans les
airs, qui a ouvert les portes du ciel, qui a fait pleuvoir sur eux la
m a n n e , et qui leur a donné le pain du ciel de telle sorte que l'homme
mangeât le pain des anges ; celui qui leur a envoyé de la nourriture
en abondance pour les rassasier, bien qu'ils fussent incrédules, Celui-là
était assez puissant pour donner à ceux qui croient le véritable pain
du ciel que représentait la inanno, lui qui est lo véritable pain des '
PSAUME LXXVII. 195
III. — 43-55.
IV. — 5 6 - 7 2 .
PSAUME LXXVIIT.
Psalmus Asaph. Psaume d'Asaph.
1. Deus venerunt gentes in hœ- 1. O Dieul les nations sont entrées
reditatem tuam, polluerunt tem- dans votre héritage; elles ont souillé
plum sanctum tuum : posucrunt votro saint tcmlc; elles ont fait do Jé-
Jérusalem in pomorum custodiam. rusalem une cabane qui sort à garder
les fruits.
2. Posuerunt morticina servo- 2. Elles ont donné les corps morts de
rum tuorum, escas volatilihus vos serviteurs en pâture aux oiseaux du
PSAUME LXXVIII. 205
cœli : carnes sanctorum tuorum, ciel, les chairs de vos saints en proie
bestiis terrai. aux bêtes de la terre.
3. Effuderunt sanguinem eorum 3. Elles ont répandu leur sang comme
tanquam aquam in circuitu Jéru- l'eau autour do Jérusalem, et personne
salem : et non erat qui scpeliret. ne leur a donné la sépulture.
4.Facti sumus opprobrium viei- 4. Nous sommes devenus un sujet
llis nostris : subsannatio et illusio d'opprobro à nos voisins la moquerie
his, qui in circuitu nostro sunt. et le jouet do ceux qui sont autour de
nous.-
5. Usquequo, Domine, irasceris 5. Jusques à quand, Soigneur serez
in finem : accendetur velut ignis vous irrritô? Votre colèro n'aura-t-elle
zelus tuus? point de fin ? Jusques à quand votre fu-
reur s'allumera-t-ello cornmo un feu?
6. Effundo iram tuam in gentes, G. Répandez votre colère sur les na-
quse te non noverunt ; et in régna, tions qui no vous connaissent pas, et sur
quaî nomen tuum non invocavc- les royaumes qui n'invoquent point vo-
runt : tre nom, Jérém. x, 25;
7. Quia comederunt Jacob; et 7. parce qu'ils ont dévoré Jacob, et
locum ejus desolaverunt. désolé sa demeure.
8. Ne memineris iniquitatum 8. No vous souvenez point de nos an-
nostrarum antiquarum, cito anti- ciennes iniquités; que vos miséricordes
cipent nos misericordioe tuae : se hâtent de nous prévenir, car notre
quia pauperes facti sumus nimis. misèro est extrême.
9. Adjuva nos, Deus salutaris 0. Aidez-nous, ô Dieul qui êtes notre
noster : et propter gloriam nomi- sauveur; délivrez-nous, Seigneur, pour
nis tui, Domine, libéra nos : et la gloire do votre nom, et pardonnez-
propitius esto peccatis nostris, nous nos péchés à cause de votre nom;
propter nomen tuum :
10. Ne forte dicant in gentibus : 10. de peur qu'on ne dise parmi les
Ubi est Deus eorum? etinnotescat peuples : Où est maintenant leur Dieu?
in nationibus coram oculis nostris, Faites éclater parmi les nations, devant
Ultio sanguinis servorum tuo- nos veux, la vengeance du sang de vos
rum, qui effusus est : serviteurs, qui a été répandu (1).
H. introeat in conspectu tuo 14. Que les gémissements des captifs
gemitus compeditornm. s'élèvent jusqu'à vous.
Secundum magnitudinem bra- Possédez par la force toute puissante
chii tui, posside filios mortifica- de votre bras les enfants de ceux qu'on
torum. a fait périr.
12. Et redde vicinis nostris sep- 12. Et rejetez dans le sein de nos voi-
luplum in sinu eorum : imprope- sins sept lois plus de maux qu'ils no
rium ipsorum, quod cxprobrave- nous en ont fait; faites retomber sur eux
runt tibi, Domine. l'opprobre dont ils ont voulu vous cou-
vrir, Soigneur (2).
13. Nos autem populus tous, et 13. Mais pour nous, qui sommes votre
oves pascum tu», confitebimur pcuplo et les brebis de votro pâturage,
tibi in saeculum. nous vous louerons éternellement,
In generationem et generatio- Et nous publierons vos louanges do
nem annuntiabimus laudem tuam". génération en génération.
(1) « Où est leur Dieu ? » C'est un reproche assez fréquent dans la bouche dcë
payeua (Ps. xu, \) ; c'est ce que disait, eu particulier, Souuacherib, dans sa lettre
à Ezéchias.
(2) Les Orientaux mettent souvent dans leur sein ce qu'ils ont à porter.
206 PSAUME LXXVIII.
Sommaire analytique.
POUR MOTIFS :
1° Les crimes des Gentils, qui méritent plus qu'eux ces châtiments (6),
à cause de leur infidélité et de leur idolâtrie, — à cause de leur cruauté et
de leurs sacrilèges (7) ;
2° Leur qualité de peuple de Dieu, qui demande à Dieu d'effacer ses pé-
chés passés et de le délivrer de ses misères présentes (8) ;
3° La gloire de Dieu lui-môme, que les justes reconnaissent et dont ils
invoquent la puissance, et dont les impies se moquent comme s'il était
frappé d'impuissance (10);
4° Les tribulations et les afflictions des saints, qui demandent a) que
leur mort soit vengée ; 6) que du sein de leurs cachots leurs gémissements
montent jusqu'à Dieu; c) que Dieu prenne sous sa protection de pauvres
orphelins (11);
5>° L'impiété des peuples voisins, qui doivent être punis a) pour leur
cruauté contre les enfants de Dieu, 6) à cause de leurs blasphèmes contre
Dieu (12);
6° Les vertus des justes délivrés, qui publient les louanges de Dieu avec
humilité et persévérance (13).
Explications et Considérations.
I. — 1 - 4 .
•fi. 1 - 4 . Les calamités décrites dans les premiers versets de ce Psaumo
sont une prédiction des malheurs de Jérusalem, ou sous Nabuchodo-
PSAUME LXXVIII. 207
nosor, qui ravagea la Judée tout entière, où, plus vraisemblablement,
sous Antiochus, persécuteur acharné des Juifs et profanateur de leur
temple. Cette prophétie ne peut avoir rapport à la dernière dévasta-
tion de Jérusalem par l'empereur romain Titus, car comment pour-
rait-on alors appeler héritage de Dieu ce peuple qui n'avait plus le
Christ avec lui, qui était au contraire réprouvé pour l'avoir réprouvé
et mis à mort, qui refusait de croire en lui, môme après sa résurrec-
tion, et qui, de plus, faisait périr ses martyrs? (S. A U G . ) — D'ailleurs,
cette prophétie étant en forme de prière, comment le Saint-Esprit
aurait-il inspiré un Prophète pour obtenir la délivrance d'une ville
que le Seigneur avait condamnée à une ruine totale et sans retour ?
— Ces persécutions dirigées contre le peuple de Dieu, contre la ville
de Jérusalem et le temple, figurent les persécutions dirigées contre
l'Eglise chrétienne et se sont accomplies littéralement bien souvent à
son égard, dans le cours des siècles. — S ' i l faut comprendre les p r e -
mières paroles prophétiques de ce Psaume : « O Dieu, les nations sont
venues dans votre héritage, » (Ps. L X X V I I I , i,) en ce sens que les Gen-
tils sont entrés dans l'Eglise non en croyant, mais en persécutant,
c'est-à-dire qu'ils l'ont envahie avec l'intention de la détruire et de la
perdre entièrement, comme le démontre le fait de tant de persécutions,
il faut que ce qui suit : « Elles ont souillé votre saint temple, » s'ap-
plique non à des bois et à des pierres, mais à des hommes qui, sem-
blables à des pierres vivantes, servent, dit l'apôtre saint Pierre, à
construire la maison de Dieu. ( I P I E R . I I , 5.) C'est en ce sens que l'a-
pôtre saint Paul dit très-clairement : « Le temple de Dieu est saint et
vous êtes ce temple. » (I C O R . m , 1 7 . ) Les persécuteurs ont donc souillé
ce temple en ceux qu'ils ont forcés de renier le Christ par des mena-
ces ou par des supplices, cl qu'ils ont amenés, par de violentes pres-
sions, à invoquer les idole». (S. A U G . ) — « Us ont fait de Jérusalem une
cabane à garder des fruits. » P a r cette figure, le Prophète exprime
l'abandon q u ' a produit l'étendue d e l à persécution; parce que l'on
abandonne la cabane où l'on se plaçait pour garder les fruits, lorsque
l'époque des fruits est passée ; mais quand l'Eglise, sur la persécution
des Gentils, a paru devenir déserte, les âmes des m a r t y r s ont passé à
la table céleste, comme des fruits nombreux et délicieux recueillis
' dans le j a r d i n du Seigneur. ( I D E M . ) — Les passions et les vices, maîtres
d'une âme dont Dieu avait pris possession p a r sa grâce ; — le trafic
des choses saintes, l'esprit mercenaire dans les fonctions sacrées, etc.,
sont, dans un sens tropologique, les nations qui sont entrées dans
208 PSAUME LXXVIII.
l'héritage de Dieu, qui est son Eglise, qui l'ont profanée, déshonorée,
et l'ont réduite à être comme la gardienne des fruits de la cupidité et
de l'avarice. Toute âme qui se sent dévastée par ses péchés comme
autant de nations barbares, peut dire avec Mathathias, père des Ma-
chabées : « Quelle nation n'a point hérité de son royaume, et n'a pas
obtenu ses dépouilles ? Toute sa magnificence lui a été enlevée : elle
était libre, elle est devenue esclave; et tout ce que nous avions de
saint, de beau et d'éclatant a été désolé et profané par les nations.
Pourquoi donc vivons-nous encore ? » (I M A C U . it, 1 0 . ) — «Ne savez-
vous pas que vos corps sont les membres de Jésus-Christ? Enlève-
rai-je donc à Jésus-Christ ses propres membres pour en faire les
membres d'une prostituée? A Dieu ne plaise... (I C O R . VI, 1 5 . ) Ne
savez-vous pas que vous êtes le temple Dieu et que l'esprit de Dieu
habite en vous ? Or, si quelqu'un profane le temple de Dieu, Dieu
le perdra ; car le temple de Dieu est s a i n t , et c'est vous qui êtes ce
temple. » (1 C O R . m , 1 6 , 1 7 . ) Voyez ce que vous devez faire du
temple de Dieu ? Si vous choisissiez l'Eglise pour y commettre un adul-
tère, qu'y aurait-il de plus affreux, de plus abominable? Or, rappelez-
vous que vous êtes vous-mêmes le temple de Dieu. Vous êtes son temple
quand vous entrez dans votre demeure, vous êtes son temple quand
vous en sortez, vous êtes son temple lorsque vous restez dans votre
demeure... Veillez donc sur tous vos actes, prenez garde d'offenser
Celui qui habite ce temple, de peur qu'il ne vous abandonne, ne vous
condamne à une ruine entière et sans retour. (S. A U G . , Serm xvi sur
les paroi, du S.) — « Ils ont livré les cadavres de vos serviteurs en pâ-
ture aux oiseaux du ciel, et la chair de vos saints aux bêtes de la terre. •
Quand les âmes des martyrs étaient présentées comme des fruits à
leur cultivateur, les nations livraient les cadavres et les chairs de ces
martyrs aux oiseaux du ciel et aux bêtes de la terre ; comme si quel-
que chose d'eux devait manquer à la résurrection, au moment où
Celui par qui les cheveux de notre tête sont comptés ressuscitera leur
corps, en les reprenant dans les plis les plus cachés de la terre. (S.
A U G . ) — La vue d'une ville remplie de cadavres à qui personne ne
veut donner la sépulture, et qui demeurent exposés pour être la proie
des bêtes, est un spectacle affreux, qui produit en nous une impres-
sion de terreur dont nous ne pouvons nous défendre. Et cependant
nous voyons, sans en être effrayés, t a n t d'âmes à qui le péché donne
tous les jours la mort, et qu'il laisse exposées en proie à leurs passions,
mille fois plus cruelles que les bêtes féroces 1 Ces morts ne se voient
PSAUME LXXVIII. 209
pas des yeux du corps, c'est la foi qui les découvre, c'est la foi qui les
pleure. Comme ces larmes viennent du ciel, elles sont aussi puissantes
dans leurs effets qu'elles sont élevées dans leur origine ; car les pleurs
que l'on verse sur les ruines des villes ne sauraient jamais les rétablir ;
mais souvent les larmes des saints et des âmes pieuses ont ressuscité
des âmes mortes depuis longtemps à la vie de la grâce. ( D U G U E T . en
part.) Il était de la gloire de Dieu que la seule nation qui fut au monde
dévouée au vrai culte, ne devint pas l'objet du mépris et de la r a i l -
lerie de ses voisins ; mais la gloire de Dieu n'était pas intéressée à ce
que tel ou tel de cette nation jouît d'une grande considération p a r m i
ses concitoyens : l'humiliation a été, de tout temps, pour les amis de
Dieu, la sauvegarde de la sainteté et la route du salut. ( B E R T H I E R . )
IL — 5-13.
f. 5-7. Cette prière que fait ici entendre le Prophète prouve que
son récit des afflictions de Jérusalem n'a pas pour but de les faire
connaître, mais bien de les pleurer. Il supplie Dieu de ne pas s'irriter
jusqu'au dernier excès, c'est-à-dire de ne pas porter à l'extrémité
les maux qui les accablent, leurs tribulations et la dévastation de leur
pays, selon cette parole d'un autre psaume : c Vous nous ferez m a n -
ger un pain trempé de nos larmes, et nous abreuverez de nos pleurs
avec mesure. » (Ps. L X X I X , 6.) — Mais la colère et l'indignation de
Dieu ne sont point pour lui des passions qui le troublent, ainsi que
certains hommes le reprochent aux Ecritures, qu'ils ne comprennent
pas. Sous le nom de colère, il s'agit seulement de la punition de l'ini-
quité, et celui de zèle n'indique que la rigueur avec laquelle Dieu
exige cette pureté qui fait que l'âme respecte la loi de son Seigneur,
et ne se perd pas loin de lui par une sorte d'adultère. Ces sentiments,
par les effets qu'ils produisent dans l'homme affligé, sont des causes
de trouble ; mais, dans la disposition providentielle de Dieu, ils sont
pleins de paix, car il est dit de Dieu : « Pour vous, Seigneur des âmes,
vous jugez avec tranquillité. » ( S A G . X I I , 18.) Ces paroles font assez
voir que les afflictions sont envoyées aux hommes, môme fidèles, à
cause de leurs péchés, bien qu'en môme temps elles fassent éclater la
gloire des martyrs par le mérite de leur patience et de leur pieuse
énergie à garder la loi du Seigneur sous les coups de ses châtiments.
(S. A U G . ) — La colère de Dieu contre les justes, bien différente de la
colère de Dieu contre les pécheurs : la première est une colère d'amour
TOME il. 14
210 PSAUME LXXVIII.
qui veut simplement réprimer. Elles sont toutes deux allumées comme
un feu ; mais à l'égard des pécheurs, c'est un feu consumant; à l'égard
des justes, c'est un feu purifiant. — « Répandez votre colère sur les
nations qui ne vous connaissent pas, et sur les royaumes qui n'ont
pas invoqué votre nom. » Comment donc interpréter ce que dit le
Seigneur dans l'Evangile : «Leserviteur qui ne connaît pas les volontés
de son maître et qui commet des actes dignes de châtiment, sera lé-
gèrement châtié ; mais le serviteur qui connaît la volonté de son maître
et qui commet des actes dignes de châtiment, sera rigoureusement
châtié ? o (Luc. x n , 48.) Si la colère de Dieu est plus violente contre
les nations qui ne l'ont pas c o n n u . . . ne serait-ce point parce qu'il
y a une grande différence entre les serviteurs qui, tout en ignorant la
volonté de leur maître, invoquent cependant son nom, et ceux qui
sont étrangers à la famille d'un tel père, et qui ont une telle ignorance
qu'ils n'invoquent même pas Dieu. Aussi le Prophète ne représente
pas ceux dont il parle comme ignorant la volonté de leur maître, bien
que ne laissant pas de le craindre , mais il les représente comme l'i-
gnorant au point de ne pas l'invoquer et de se faire les ennemis de
son nom. Il y a donc une grande différence entre des serviteurs qui
ne connaissent pas la volonté de leur maître, mais qui pourtant vivent
dans sa famille et dans sa maison, et des ennemis, qui, non seulement
ne veulent pas connaître leur maître, mais qui, non contents de ne
pas invoquer son nom, font encore la guerre à ses serviteurs. (S. A U G . )
— Sous ces termes si simples a été longtemps voilée une vérité capi-
tale que saint Paul a clairement révélée à l'Eglise chrétienne, et que
o r
Bourdaloue a parfaitement développée dans son sermon sur le l di-
manche de l'A vent : « Celui qui n'aura pas reçu la loi, sera jugé sans
la loi; celui que la foi n'aura pas éclairé, sera jugé sans la loi. » A dé-
faut de la loi extérieure qui n'a pas été promulguée pour toi ou tel
peuple, à défaut de la foi qui n'a pas lui pour ce peuple, une autre
lumière a été donnée, lumière naturelle qui éclaire tout homme venant
en ce inonde, lumière d e l à raison, qui émane de la raison éternelle
et souveraine, le Verbe divin. Cette lumière naturelle, celle raison
humaine a dù servir de guide à tout homme. Elle suffisait, si elle était
écoulée avec attention, consultée avec sincérité, obéie avec zèle; elle
suffisait pour conduire l'homme au Dieu créateur, au Dieu principe et
fin de toutes choses, au Dieu vengeur du crime et rémunérateur de la
vertu. Ceux qui n'auront pas, avec le secours de celte lumière, connu
Dieu et invoqué son nom, seront coupables de ce défaut de connais-
PSAUME LXXVIIÎ. 2il
sance, de ce défaut d'invocation, et responsables de toutes les consé-
quences. A plus forte raison, les Juifs, qui ont reçu la loi de Moïse, les
chrétiens, qui ont reçu la loi de Jésus-Christ même, seront-ils soumis
au redoutable jugement, s'ils n'ont pas connu Dieu, s'ils ne l'ont pas
invoqué. ( R E N D U . )
f. 8, 9. « Ne vous souvenez pas de nos iniquités anciennes. »
Il ne dit pas de nos iniquités passées, qui pourraient être récentes,
mais de nos iniquités anciennes, c'est-à-dire de celles qui nous vien-
nent de nos pères ; car de si graves iniquités méritent, non pas
correction, mais condamnation , « Hâtez-vous de nous prévenir par
vos miséricordes. » Qu'elles nous préviennent avant votre jugement ;
car la miséricorde s'élève au-dessus du jugement. ...Mais en ajoutant :
« Parce que nous sommes tombés dans une extrême pauvreté, » le
Prophète veut faire sentir que les miséricordes divines nous prévien-
nent, afin que notre pauvreté, c'est-à-dire notre faiblesse, soit aidée
par sa miséricorde à observer les commandements, de peur que nous
n'arrivions à son jugement pour être condamnés. « Aidez-nous,
6 Dieu qui êtes notre Sauveur. » Par ces mots : « Notre Sauveur, »
il explique assez clairement de quel genre de pauvreté il a voulu parler
en disant : « Parce que nous sommes tombés dans une extrême p a u -
vreté ; » car cette pauvreté n'est autre chose que la faiblesse à laquelle un
Sauveur est nécessaire. Mais quand il veut que nous soyons aidés, il
ne manque ni de reconnaissance envers la grâce, ni de justice envers
notre libre arbitre ; car celui qui reçoit du secours agit en môme temps
par lui-même. Il dit encore : « Délivrez-nous, Seigneur, pour la gloire
de votre nom, » mais non à cause de nous. Que méritent, en effet, nos
péchés, que leur est-il dû, sinon dos châtiments proportionnés ? Mais,
i soyez propice à nos péchés, à cause de votre nom, » . . . « et que la
vengeance du sang de vos serviteurs éclate à nos yeux, au milieu des
nations. » Il y a deux manières d'entendre ces paroles : ou que l'ini-
quité de nos ennemis soit détruite par leur foi en Dieu, ou que, per-
sévérant dans leur méchanceté, ils soient punis des supplices du juge-
ment dernier. (S. A U G . ) — Il n'y a pas de mot dans celte prière qui
ne soit expressif. L'objet de la prière, c'est d'obtenir le secours de
Dieu ; le motif de la prière, c'est la gloire du saint nom de Dieu ;
celui à qui s'adresse la prière, c'est Dieu, auteur de toutes grâces et du
salut ; les dispositions de la prière, c'est le cœur pénétré du souvenir
de ses p é c h é s ; le désir principal énoncé par la prière, c'est d'être
rétabli dans la faveur de Dieu. ( B E I V T U I E I I . ) — Dieu nous prévient p a r
212 PSAUME LXXVIII.
ses miséricordes, en nous aidant 1° à expier, p a r la pénitence, les pé-
chés passés ; 2 ° à éviter les péchés à venir ; 3 ° à faire des œuvres de
justice. Quand nous demandons le secours de Dieu et le pardon de
nos péchés, ne les pas attendre de nos propres mérites, mais de la
seule miséricorde de Dieu, qui y trouve sa gloire.— C'est une douleur
des plus sensibles pour les justes qui souffrent, de voir que leurs souf-
frances sont une occasion d'outrager Dieu et de vomir des blasphèmes
contre lui. Laisser à Dieu le soin d'arrêter ces blasphèmes, et de sauver
l'honneur de la piété. — Faire aussi cette prière, non-seulement pour
nos péchés particuliers, mais pour notre patrie : O Dieu, vous qui êtes
notre unique salut, aidez-nous, et à cause de vous, à cause de la gloire
de votre nom, parce qu'aux yeux de tous les peuples la France a
toujours été le plus riche fleuron de votre couronne terrestre, venez
à notre aide et procurez notre délivrance. E t enfin, s'il est trop vrai
que nous sommes encore pécheurs, que nous sommes toujours cou-
pables, soyez propice, soyez indulgent à nos péchés mêmes, à cause de
vous et de votre nom, et parce que la France ne peut être abaissée, ne
peut être humiliée que votre propre nom n'en souffre, que votre cause
n'en soit profondément atteinte. (Mgr PIE, Disc, etc., t. VII, p . 307.)
fi. 1 1 , 1 2 . S'il ne faut rendre à personne le mal pour le mal,
non-seulement il ne faut pas opposer une action méchante, mais il ne
faut même pas rendre un souhait méchant qui, s'il ne se venge pas
lui-même, attend cependant et souhaite que Dieu punisse son ennemi.
Si donc le juste et le méchant désirent que Dieu les venge de leurs
ennemis, à quoi les distinguer, si ce n'est en ce que le juste préfère
voir son ennemi corrigé plutôt que puni, et que, s'il le voit châtié par
Dieu, il ne se complaît pas dans son châtiment, parce qu'il ne le hait
pas, mais dans la Justice de Dieu, parce qu'il aime Dieu ? Enfin, si le
juste est vengé de son ennemi en ce monde, il se réjouit, ou à son
sujet, si le châtiment le corrige, ou pour les autres, afin qu'ils crai-
gnent de se rendre coupables comme lui. Lui-même devient meilleur
par ce châtiment, non en nourrissant sa haine du supplice de son en-
nemi, mais en corrigeant ses propres erreurs. C'est donc par bienveil-
lance et non par méchanceté que le juste se réjouit en se voyant
vengé, et il lave ses mains, c'est-à-dire il purifie ses propres œuvres
dans le sang, c'est-à-dire dans la punition du pécheur, dont il tire
- non une joie du malheur d'autrui, mais un exemple des avertissements
de Dieu. (S. A U G . ) — « Versez dans le sein de nos voisins sept fois
a u t a n t de mal qu'ils nous en ont fait. » Le Prophète ne leur souhaite
PSAUME LXXIX 213
PSAUME LXXIX.
In finem, pro iis qui commuta- Pour la fin, pour ceux qui seront
bunlur, testimonium Asaph, Psal- changés, témoignage d'Asaph, Psaume.
mus.
1. Qui régis Israël, intendo : qui 1. Pasteur d'Israël, écoutez-nous, vous
deducis velut ovem Joseph. qui conduisez Joseph commo une brebis.
Qui sedos super Chcrubim, ma- Vous qui êtes assis sur los Chérubins,
nifeslaro manifestez-vous (1)
(1) Par IsrnH est exprimé tout ht peuple d'Isrnël, loul le peuple portant d*ler«ël
214 PSAUME LXXIX.
2. coram Ephraim, Benjamin, 2. devant Ephraïm, Benjamin et
et Manasse. Manassô (1).
Excita potentiam tuam, et veni, Excitez votre puissance, et venez pour
nt salvos facias nos. nous sauver.
3. Deus, couverte nos : etostende 3. O Dieu! convertissez-nous, et mon-
facieni tuam, et suivi erimus. trez-nous votre visage; et nous serons
sauvés.
4. Domine Deus virtutum, quous- 4. Seigneur, Dieu des armées, jusques
que irasceris super orationem à quand serez-vous irrité contre la
servi tui? prière de votre serviteur?
5. Cibabis nos pane lacryma- 5. Jusques à quand nous nourrirez-
rum : et potum dabis nobis in vous d'un pain de larmes, et nous ferez-
lacrymis in mensura ? vous boire au calice des pleurs avec
abondance? (2)
6. Posuisti nos in contradictio- 6. Vous nous avez mis en butte aux
nem vicinis nostris : et inimici contradictions de nos voisins, et nos en-
nostri subsannaverunt nos. nemis nous ont insultés.
7. Deus virtutum, couverte nos : 7. Dieu des armées, convertissoz-nous,
et ostende faciem tuam, et salvi et montrez-nous votre visage; et nous
erimus. serons sauvés.
8. Yincam de yEgyplo transtu- 8. Vous avez transporté votre vigno
listi : ejecisti gentes, et plantasti de l'Egypte; vous avez chassé les na-
eam. tions, et vous l'avez plantée.
9. Dux itineris fuisti in conspectu 9. Vous lui avez servi de guide dans
ejus : plantasti radiées ejus, et le chemin ; vous avez planté ses racines,
implevit. terram. et elle a rempli la terre.
10. Operuit montes umbra ejus : 10. Son ombre a couvert les monta-
et arbusta ejus cedros Dei. gnes; et ses rameaux, les cèdres les
plus hauts.
11. Extendit palmites suos us- 11. Elle a étendu ses branches jusqu'à
quc ad mare : et usque ad llumen la mer, et ses rejetons jusqu'au ileuve.
propagines ejus. (3).
12. Ut quid destruxisti maccriam 12. Pourquoi avez-vous détruit son
ejus : et vindemiant eam omnes, mur do clôture? et pourquoi est-elle
qui prœtergrediuntur viam? vendangée par tous c^ux qui passent
dans lo chemin ?
13. Exterminavit eam aper de 13. Le sanglier de la forêt l'a dévastée,
silva : et singularis férus depas- et la bête sauvage l'a ravagée (4).
tus est eam.
14. Deus virtutum, convertere : 14. Dieu dos armées, tournez-vous
comme de sa souche ; de môme Joseph, le bien-aimé de Jacob, est mis ici pour
tous ses frères, pour tous les Israélites, parce que ce patriarche avait mérité
l'honneur de désigner par sou n o m toute la postérité de Jacob, en la nourrissant
tout entière en Egypte, et parce que seul, entre les douze enfants de Jacob, il
était représenté par deux tribus, Mannssô et Ephraïm.
(1) Les trois tribus ici désignées étaient campées les plus près de l'Arche, et
la suivaient immédiatement dans sa marche.
(2) In mcimira. Cette mesure est celle cpi'il faut pour vous instruire, et non
p o u r vous accabler (S. ARR.1. ou bien, selon la mesure, de, nos péchés.
(3) Cette nier est la nier Méditerranée, et le fleuve l'Euphrate, limites extrêmes,
h l'Occident et à l'Orient, de la plus grande puissance des Hébreux, 60us Salo-
m o n . Quelquefois, ces mêmes expressions désignent les extrémités de la terre.
(4) Cette, bète sauvage, signifie Teglatphalasar, Sahnanasar, Sennacherib , ou
Nnlmeliodonosor, si l'on entend ce psaume de la prise, de Jérusalem par les
Chaldéens.
PSAUME LXXIX. 215
respice de cœlo, et vide, et visita vers nous; regardez du haut du ciel, et
vineam istam. voyez, et visitez votre vigne.
15. Et perflce eam, quam plan- 15. Faites prospérer celle quo votre
tavit dextera tua : et super filium droite a plantée ; et jetez les yeux sur le
hominis, quem confirmasti iibi. fils de l'homme quo vous avez affermi
pour vous-même.
16. Incensa igni, et suffossa ah 1C. Elle a été bridée par le fou, et
incrcpationo vultus tui peribunt. arrachée; et ses habitants périront à
l'aspect menaçant de votre visage.
17. Fiat manus tua super virum 17. Que votre main repose sur l'homme
dexterse tuœ : et super filium ho- de votre droite, et sur le fils de l'homme
minis, quem confirmasti tibi. que vous avez rempli de force pour vo-
tre gloire (1).
48. Et non discedimus a te, vi- 18. Et nous ne nous éloignerons plus
vificabis nos : et nomen tuum in- de vous; vous nous rendrez la vie, et
vocabimus. nous invoquerons votre nom.
19. Domine Deus virtutum, con- 19. Seigneur, Dieu des armées, con-
verto nos : et ostondofaciomtuam, vortissez-nous, et montrez-nous votro
et salvi erimus. visage ; et nous serons sauvés (2).
Sommaire analytique.
Explications et Considérations.
I. — 1 - 7 .
f. 1 , 2 . Dieu conduit ses serviteurs comme des brebis, à cause de leur
innocence, de leur docilité et de leur obéissance : « Mes brebis enten-
dent ma voix, et je les connais, et elles me suivent. » ( J E A N , x, 2 7 . ) Le
disciple fidèle doit dire sans cesse à Dieu, avec l'auteur de Y Imitation :
« Placez-moi où vous voudrez, et disposez absolument de moi en toutes
choses. » Je suis dans votre main, tournez-moi et retournez-moi en
tous sens, à votre gré. Voilà que j e suis prêt à vous servir en tout;
car j e ne désire point vivre pour moi, mais pour vous seul. (Liv. m ,
Chap. xv.) Se laisser conduire par la main de Dieu lui-même comme
une brebis, avec la douceur, la docilité et la soumission de ce petit
animal. « Vous qui êtes assis sur les Chérubins. » Les Chérubins sont
le siège de la gloire de Dieu, et leur nom veut dire ; Plénitude de la
science. C'est sur eux que Dieu est assis dans la plénitude de la
science. Mais, quoique les Chérubins soient élevés au-dessus des puis-
sances et des vertus des cieux, cependant, si vous le voulez, vous
serez un Chérubin ; car, si les Chérubins sont le siège de Dieu, écou-
tez ce que dit l'Ecriture : « L'âme du juste est le siège de la sagesse. »
( S A G . vu, 2 7 . ) Mais, comment devenir la plénitude de la science? qui
peut remplir cette condition ? Vous avez un moyen de la remplir :
«L'amour est la plénitude do la loi.» ( R O M . X I I I , 1 0 . ) Gardez-vousdoncde
vous étendre et de courir çà et là. La vaste étendue des rameaux vous
effraye ? Restez à lu racine et ne pensez pas à la grandeur de l'arbre.
PSAUME LXXIX. 217
II. — 8-19.
chés ? quels sont les péchés déracinés et livrés aux flammes ? Qu'a-
vait fait l'amour mauvais? il avait comme allumé une flamme.
Qu'avait fait la mauvaise crainte ? elle avait comme creusé le sol. En
effet, l'amour enflamme, la crainte humilie ; c'est pourquoi les pé-
chés nés du mauvais amour sont livrés aux flammes, et les péchés
nés de la mauvaise crainte sont comme déracinés. (S. A U G . ) — Jésus-
Christ est vraiment l'homme de la droite de Dieu : 1° parce qu'il est
assis à la droite du Père ; 2° parce que c'est par lui que Dieu opère
tout ce qu'il fait; car toutes ses œuvres sont faites dans la sagesse,
avec la sagesse et par la sagesse, qui est son Verbe éternel et incréé.
— Dieu ne jette les yeux que sur le Fils de l'homme et le sien, qui
est Jésus-Christ. Il ne voit que lui, il ne connaît que lui, il n'accorde
de grâces que pour lui et par lui. Dieu a établi Jésus-Christ princi-
palement pour lui-même, pour son honneur et pour sa gloire : « Vous
êtes à Jésus-Christ, et Jésus-Christ est à vous. » (I C O R . , m , 23.)
>\ 10-20. Se retirer de Dieu, source de tous les malheurs; revenir à
lui, pour ne s'en séparer jamais, source de tous les biens. — « Nous
ne nous éloignerons pas de vous, vous nous vivifierez, et nous invo-
querons votre nom. » ( I B I D . ) V O U S nous serez cher, car « vous nous
vivifierez. » Nous aimions d'abord la terre, nous ne nous aimions pas;
mais vous avez mortifié nos membres qui sont sur la terre. ( C O L O S S . ,
m , 5.) .MI effet, le Testament ancien, qui contient des promesses ter-
restres, semble inviter l'homme à ne pas adorer Dieu sans intérêt,
mais à l'aimer parce qu'il lui donne quelque chose sur la terre. Qu'ai-
merez-vous donc pour ne pas aimer Dieu ? Dites-le-moi... Regardez
autour de vous toute la création. Voyez si vous serez retenu quelque
p a r t par la glu de la convoitise et empêché d'aimer le Créateur, si ce
n'est par les créatures mêmes de celui que vous négligez. Et pourquoi
aimez-vous ces créatures, si ce n'est parce qu'elles sont belles ! Peu-
vent-elles être aussi belles que celui qui les a faites ? Vous admirez les
créatures, parce que vous ne voyez pas le Créateur; mais que les ob-
jets de votre admiration vous fassent donc aimer celui que vous ne
voyez pas. Interrogez la créature : si elle est par elle-même, n'allez
pas au-delà d'elle; mais, si elle vient de lui, sachez qu'elle n'est fu-
neste à qui est épris d'elle que parce qu'on la préfère au Créateur.
Pourquoi vous ai-je dit ces choses ? c'est en raison du verset que nous
expliquons. Ceux-là étaient donc morts qui adoraient Dieu afin d'en
recevoir des biens charnels; car « être sage selon la chair, c'est être
m o r t . » ( H O M . , vin, 0.) Ceux-là sont donc morts qui n'adorent pas
PSAUME LXXX. 223
Dieu sans intérêt, c'est-à-dire parce qu'il est bon, et non point parce
qu'il leur donne des biens qu'il accorde même aux méchants. Vous
demandez de l'argent à Dieu ? Un voleur en a aussi. Une épouse, une
nombreuse famille, la santé du corps, les honneurs du monde? Voyez
combien de méchants possèdent ces sortes d'avantages. Est-ce là tout
ce qui fait que vous servez Dieu ? Vos pieds chancelleront; vous croi-
rez que vous l'adorez inutilement, quand vous verrez ces mêmes biens
au pouvoir de ceux qui ne l'adorent pas. (Ps. L X X I I , 2.) Il donne donc
tous ces biens même aux méchants ; il se réserve lui seul pour les
bons. « Vous nous vivifierez, » car nous étions morts, lorsque nous
étions attachés aux choses de la terre ; nous étions morts, lorsque
nous portions en nous l'image de l'homme terrestre. « Vous nous
vivifierez ; » vous nous renouvellerez, vous nous donnerez la vie de
l'homme intérieur; « e t nous invoquerons voire nom, » c'est-à-dire
nous vous aimerons. Vous serez le doux Sauveur qui remet nos p é -
chés ; vous serez toute la récompense de nos âmes justifiées.
PSAUME LXXX.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, qui a pour objet la célébration des fêtes et le culte de
Dieu, et qui parait avoir été composé à l'occasion de la Néoménie du mois
d'Abib (depuis Nisan),oùlafôtcdc PAquc se célébrait, puisque lo Psalmiste
rappelle que la fête qu'il exhorte le peuple à célébrer fut établie en Egypte (C),
I. — IL EXHORTE LE PEUPLE DE DIEU A CÉLÉBRER DIGNEMENT LES FÊTES.
(1) Le mot tempus est souvent pris dans l'Ecriture pour châtiment.
(2) En Palestine, les abeilles font leur miel dans les fentes des rochers, miel qui
passait pour plus délicat que le miel des abeilles domestiques; Hengsteiiberg
pense qu'il pourrait être question d'un miel miraculeux que Dieu aurait fait couler
des rochers en faveur de sou peuple.
PSAUME LXXX. 22O
II. — IL L'INSTRUIT, AU NOM DE DIEU LUI-MÊME, SUR LE CULTE QUI LUI EST DU :
Explications et Considérations.
I. — 1-7.
IL — 8-18.
grand nombre d'hérétiques se sont fait, aussi bien que les païens,
telle et telle divinité , ils se sont fabriqué tel et tel dieu, et s'ils ne les
ont point placés dans des temples, ils les ont, ce qui est pis encore,
élablis dans leurs cœurs, et se sont faits eux-mêmes les temples de ces
fausses et ridicules idoles. C'est un grand travail que de briser ces
idoles au-dcdans de soi-même, et de purifier la place, non pour un
dieu nouveau, mais pour le Dieu vivant. Tous ces hérétiques (et nous
pouvons y ajouter tous les philosophes déistes, naturalistes, matéria-
listes, panthéistes), en courant d'opinion en opinion, en se forgeant
telle et telle divinité, et en variant leur foi par la diversité de leurs
erreurs, semblent se combattre entre eux, mais ni les uns ni les autres
ne se retirent des pensées de la terre, ils s'accordent dans ces pensées
terrestres. Ils ont différentes opinions , ils n'ont qu'une même vanité.
Ils ont beau être en désaccord par la variété de leurs opinions, ils sont
liés ensemble par la communauté de leur v a n i t é . . . Je suis frappé
de cette expression : « Vous n'aurez point en vous de dieu nouveau. »
Le Prophète n'a pas dit : « Venant loin de vous, comme pour parler
de quelque image venue du dehors, mais en vous, » dans votre cœur,
dans les fantômes de votre imagination, dans les déceptions de votre
c œ u r ; car c'est là que vous porterez votre dieu nouveau, restant
vous-même dans votre vétusté. « Si donc vous m'écoutez, » dit-il,
parce que « je suis Celui qui suis ( E X O D . I I I , 14), vous n'aurez pas en
vous de Dieu nouveau, vous n'adorerez pas de dieu é t r a n g e r s Si vous
n'imaginez pas de faux dieu, vous n'adorerez pas de dieu fabriqué par
l'homme, et vous n'aurez pas en vous de dieu nouveau. (S. A U G . ) —
« Car je suis. » Pourquoi voulez-vous adorer ce qui n'est p a s ? « Car
je suis le Seigneur votre Dieu, » parce que j e suis Celui qui suis. Et,
en vérité, j e suis, dil-il, Celui qui suis, et j e suis au-dessus de toute
créature. Mais quel bien temporel vous ai-je fait? « C'est moi qui
vous ai tiré de l'Egypte. » Ces paroles ne s'adressent pas seulement
au peuple juif ; car nous avons tous été tirés de la terre d'Egypte ,
nous avons tous passé par les eaux de la mer Rouge, et nos ennemis,
qui nous poursuivaient, ont péri dans l'eau. Ne soyons pas injustes en"
vers Dieu ; n'oublions pas le Dieu éternel, pour nous fabriquer un
dieu nouveau. « C'est moi qui vous ai tiré de la terre d'Egypte; ou-
vrez la bouche et je la remplirai. » Vous êtes à l'étroit en vous-même
à cause du dieu nouveau que vous avez façonné dans votre cœur ;
brisez cette vainc image, rejetez de votre conscience une idole faite
de main d'homme. a Ouvrez la bouche, » en confessant, en aimant
230 PSAUME LXXX.
Dieu, • et j e la remplirai, » parce qu'en moi se trouve la source dévie.
(Ps. xxxv, 1 0 , S. A U G . ) — D i e u déclare ici trois choses : 1 ° qu'il est Dieu;
2 ° qu'il est notre Seigneur ; 3 ° qu'il est notre Sauveur et notre libé-
rateur, qu'il est notre bienfaiteur. Nous devons donc l'écouter comme
notre Dieu, l'adorer comme étant le seul Dieu digne de nos adora-
tions, le craindre comme notre Maître et Seigneur, l'aimer comme notre
Sauveur, le chercher comme un bienfaiteur dont la libéralité ne
tend qu'à satisfaire et combler tous nos désirs. — « Ouvrez votre
bouche, et j e la remplirai. » Ces paroles sont-elles plus énergiques
que celles de Jésus-Christ : « Demandez et vous recevrez ; frappez et
l'on vous o u v r i r a ? » Pouvons-nous craindre après ces promesses di-
vines, si fortement accentuées, d'être abandonnes dans nos, nécessites
temporelles ou spirituelles? — « Elargissez votre bouche et je la rem-
plirai. » Dieu occupe dans nos cœurs la place que nous lui faisons;
plus nous en chassons de convoitises, plus il y est ferme et durable ;
lorsque, p a r un vrai repentir, un vrai désir de mieux l'aimer, une
confession sincère, une soumission pleine et complète, nous lui aban-
donnons entièrement cette demeure qu'il s'est choisie en nous créant,
sa promesse ne trompe point : il y vient tout entier.
fi. 1 1 , 1 2 . « Et mon peuple n'a pas obéi à ma voix, et Israël ne m'a
point prêté attention. » Qui ? à qui ? « Israël, à moi. » O âme ingrate 1
âme qui n'es que par moi, âme appelée par moi, ramenée à l'espé-
rance par moi, lavée du péché par moi I « Et Israël ne m'a point prêté
attention. » En effet, ils sont baptisés, et passent par les eadx de la
mer Rouge ; mais, en chemin, ils murmurent, ils contredisent, ils se
plaignent, ils sont troublés par des séditions; ingrats envers celui qui
les a délivrés de la poursuite de leurs ennemis, et qui los a conduits
à travers l'aridité du désert, en leur donnant boisson et nourriture,
lumière p e n d a n t la nuit et fraîcheur de l'aube pendant le jour. (S.
A U G . ) — « Et je les ai abandonnés aux désirs de leur cœur. » Je les
ai abandonnés, non pas à la direction salutaire de mes commande-
ments, « mais aux désirs de leur cœur, » j e les ai laissés à eux-mêmes.
L'Apôtre a dit dans le même sens : « Dieu les a livrés aux convoitises
de leur cœur. * ( R O M . I , 2 4 . ) Je les ai abandonnés aux désirs de leur
cœur : ils suivent la pente de leurs affections. Voilà qui doit vous faire
h o r r e u r . . . Les uns défendent le cirque, les autres l'amphithéâtre ;
ceux-ci les baraques d'histrions établies dans les villages, ceux-là le
t h é â t r e ; les uns une chose, les autres une a u t r e ; d'autres, enfin,leurs
dieux nouveaux. « Us suivent la pente de leurs affections. » (S. A U G . )
PSAUME LXXX. 231
fi. 1 7 . Nul plus que David n'a connu et exprimé les charmes du
234 PSAUME LXXXI.
symbole eucharistique: a Dieu, dit-il, a nourri son peuple de la graisse
du froment, et il l'a rassasié. » Quel froment, reprend saint Augustin,
sinon celui qui a dit de lui-môme : « Je suis le pain vivant descendu
du ciel ? » Si Dieu nourrit ainsi nos âmes dans l'exil, que fera-t-il de
plus pour nous rassasier dans la patrie ? — Le Docteur angélique nous
fait apercevoir d'admirables relations entre le froment et ce corps di-
vin : « Couché dans la gerbe, le froment est la figure du corps de
Jésus-Christ dans le sein de la très-sainte Vierge, car on peut appli-
quer à Marie cette parole de l'Epoux du Cantique à son Epouse : «Ton
sein est comme une gerbe de blé. • ( G A N T , V U , 2 . ) Quand le laboureur
ensemence son champ, le grain de froment qu'il y sème rappelle la
mort du Sauveur, prédite par lui-même en ces termes : « Si le grain
ne tombe et ne meurt en terre, il ne rapporte aucun fruit, t ( J E A N ,
X I I , 2 4 . ) Enfin, le froment transformé en pain représente le corps glo-
rieux de Jésus-Christ, qui est au ciel l'aliment des anges et des saints,
suivant cette parole du Psalmiste : « L'homme est nourri du pain de8
Anges. » ( S . T H O M A S , Opusc. X L V . )
PSAUME LXXXI.
Sommaire analytique.
Le Prophète, désirant contenir dans leur devoir les juges do la terre, et
venir en aide au pieux roi Ezôchias qui, au commencement de son règno,
rétablit la bonne administration do la justice, oubliée sous les règnes pré-
cédents, (i)
I. — REPRÉSENTE DIEU :
Explications et Considérations.
I. - 1.
(I) Ilengstenberg pense que ce Psaume ïmrait pn être composé sous le règne
do David, mais la plupart dos exégètes modernes le rapportent au temps d'Ezé-
rliias ou de Josaphat, qui ont été les restaurateurs du culte de Dieu cl «le la justice.
23G P S A U M E LXXXT.
Seigneur est debout pour juger, il est debout pour juger les peuples. »
<Le Seigneur interrogera les vieillards et les princes de son peuple.»
( I S A I . m , 1 4 . ) Dieu juge les dieux, comme un puissant souverain au
II. — 2 - 4 .
III. — 6, 7 .
f. 6. Tous les hommes étant égaux, Dieu seul étant leur maître et leur
j u g e , lui seul ayant le droit d'ôter la vie, les biens, il est évident qu'il
élève à une autorité divine tous ceux qu'il établit juges de leurs frères,
qu'il leur communique un pouvoir qui n'appartient qu'à lui, et que,
d a n s la plus rigoureuse exactitude, il les rend en ee point les dieux
de tous ceux qu'il leur soumet. (DUG.) — La sainteté fait regarder los
PSAUME LXXXII. 239
hommes comme quelque chose de divin, comme des dieux sur la terre :
« Vous êtes des dieux, et vous êtes tous des enfants du Très-Haut. »
La sainteté dans les hommes, c'est une qualité morale qui leur donne
toutes les vertus et les éloigne de tous les péchés. Rien n'est plus e x -
cellent dans les hommes que la sainteté ; rien ne les rend si admira-
bles, si vénérables. ( B O S S U E T , Médit., 2° p. L X V I j . )
0
f. 7 . « J'ai dit : vous êtes des dieux. » Les juges sont appelés ici des
dieux, parce qu'ils sont constitués les juges suprêmes des peuples, et
qu'ils ont sur eux le pouvoir de vie et de mort. — « J e l'ai dit, vous
êtes des dieux. » Toutefois, ajoute-t-il, ô dieux de chair et de sang,
ô dieux de terre et de poussière, ne vous laissez pas éblouir par cette
divinité passagère et empruntée, « car, enfin, vous mourrez comme
des hommes, et vous descendrez du trône au tombeau. » La majesté,
je l'avoue, n'est jamais dissipée ni anéantie, et on la voit tout entière
aller revêtir ses successeurs. Le roi, disons-nous, ne meurt j a m a i s ,
l'image de Dieu est immortelle; mais, cependant, l'homme tombe,
meurt, et la gloire ne le suit pas dans le sépulcre. ( B O S S U E T , Sur t'am-
bition.)
PSAUME LXXXII.
Sommaire analytique.
2° Il fait connaître leurs noms : a) les uns sont sortis de parents qui te-
naient d'un côté au peuple de Dieu ; b) les autres sont de race étrangère et
infidèle (5).
III. — IL PRÉDIT LEUR CHATIMENT.
Explications et Considérations.
I. — 4 .
f 1 . C'est le chef des anges rebelles qui s'est vanté le premier « d'être
semblable au Très-Haut ; » et c'est le premier des anges fidèles qui a
précipité du h a u t du ciel au plus profond de Penfer cet ange révolté,
par cette parole de lumière et de feu : « Qui est semblable à Dieu? »
— « O Dieu, qui sera semblable à vous? » Je crois que ces paroles
s'appliquent particulièrement au Christ, parce que devenu semblable
à l'homme, il a paru, aux yeux de ceux qui le méprisaient, compa-
rable aux autres hommes. O Dieu, qui sera semblable à vous ? car
vous avez voulu être semblable, dans votre humilité, à un grand
nombre d'hommes, et même aux larrons qui ont été crucifiés avec vous;
mais, lorsque vous viendrez dans votre gloire, « qui sera semblable
à vous ? » (S. A U G . )
II. — 2 - 8 .
fi 2 . « Car vos ennemis ont fait grand bruit, et ceux qui vous haïs-
sent ont levé h a u t la tête. » Ces paroles figurent les derniers jours,
où les pensées que la crainte comprime maintenant éclateront avec
liberté, mais en cris dépourvus de raison, qui ressembleront plutôt à
un vain bruit qu'à des paroles ou à des discours. Ce n'est point alors
TOME II. 10
242 PSAUME LXXXII.
que commencera la haine contre vous ; mais ceux qui vous haïssent
de longtemps lèveront la tète. Non pas : « leurs têtes, » mais « la
tête, > quand ils seront parvenus à avoir pour tête celui qui s'élève
au-dessus de tout ce qu'on appelle Dieu, et de tout ce que l'on adore
comme Dieu. ( T H E S S . I I , 4 , ) (S. A U G . ) — Ces ennemis du peuple de
Dieu sont la figure de tous les ennemis du peuple de Dieu et de son
Christ, hérétiques ou impies, de tous ceux qui dans le cours des siècles,
se sont déclarés d'une manière ou de l'autre contre la religion, et le
Prophète a tracé ici leur caractère : 1 ° Us sont les ennemis de Dieu et
de son Christ, et sont, comme dit l'Apôtre, de vrais antechrists, parce
qu'ils s'opposent aux paroles et à la doctrine de Jésus-Christ, parce
qu'ils entraînent dans l'apostasie ceux qui sont faibles dans la foi,
parce qu'ils poursuivent constamment ceux qui restent fermes dans
leurs croyances : « Ce sont vos ennemis. » — 2 ° Us excitent des trou-
bles dans les Etats : « Vos ennemis ont fait grand bruit. » — 3 ° Ils
sont pleins d'orgueil : « Et ceux qui vous haïssent ont levé la tête. » —
4 ° Ils sont pleins de ruses et de malices: « Us ont formé des desseins
pleins de malices contre votre peuple. » — 5° Ils détruisent et ruinent
toute sainteté : « Us ont conspiré contre vos saints. > — 6° Ils ne
reculent pas devant les mesures les plus barbares et les plus cruelles :
« Venez, exterminons-les, etc. » — 7 ° Us voudraient détruire jusqu'au
souvenir même de la vraie foi : « Et qu'on ne se souvienne plus à l'a-
venir du nom d'Israël. » — 8° Malgré leurs nombreuses divisions, ils
's'unissent admirablement et forment un corps redoutable contre l'E-
glise : « Us ont conspiré ensemble et se sont ligués contre vous. » —
Tous les caractères de méchanceté sont désignés dans ces versets :
îrémissement ou jalousie secrète, complots artificieux et malins, pen-
sées réfléchies sur les moyens de nuire, hardiesse à entreprendre, et
tout ceci est imaginé contre ceux qui servent le Seigneur en secret,
qui sont cachés aux yeux du monde, et qui passent leur vie dans le
silence de la retraite. ( B E R T I U E R . ) — Diverses manières de conspirer
contre Dieu et contre ses saints, ou avec h a u t e u r et insolence, ou par
des déguisements pleins de malice. Mais quelle que soit la conspira-
tion, il est très-avantageux que Dieu y soit compris, puisque la haine
qu'on lui porte, dans la personne des saints, est pour eux un gage de
son amour et de son secours. — Les Juifs ont dit de Jésus-Christ :
« Exterminons-le de la terre des vivants ; » et c'est par sa mort qu'il
a fait revivre tous les morts. l i s a n t d i t : * Que son n o m soit effacé
p o u r jamais de la mémoire des hommes, » ( J É R É M . , X I , 1 9 , ) et ce nom
PSAUME LXXXII. 243
même qu'ils ont voulu effacer est devenu en vénération à tous les
hommes, et a triomphé de toute la terre. Ainsi s'accomplit l'arrêt de
la divine Sagesse, que l'orgueil des hommes les engage, sans qu'ils y
p e n s e n t , dans des desseins de malice qui doivent tourner à leur
propre ruine, alors qu'ils ne songent qu'à perdre les autres. ( D U G U E T . )
— Nos passions font à notre égard ce que les ennemis d'Israël médi-
taient contre ce peuple chéri de Dieu : elles font des efforts continuels
pour rompre le saint commerce qui doit être entre Dieu et nous.
( b e r t n i e r . ) — « Us ont conspiré d'un commun accord, ils ont formé
une alliance contre vous. » N'est-ce pas ce qui déjà s'est accompli
parmi nous, et ce que nous voyons se renouveler sous nos y e u x ? —
Les rois et les puissants de la terre ont de nouveau pris ombrage d u
règne de Dieu et de son Eglise. Depuis longtemps, on entendait u n
secret frémissement des nations, une sourde fermentation des peuples.
Enfin, le cri de guerre a retenti, l'impiété a rassemblé sous ses é t e n -
dards mille soldats divers qui ont oublié leurs préjugés de naissance,
d'opinion, de sang, pour se coaliser contre l'ennemi commun. Désunis
sur mille autres points, ils n'ont eu qu'une pensée unanime. Et quel
est-il cet ennemi contre lequel je vois marcher ces bataillons si serrés ?
Ah ! que d'autres s'arrêtent à discuter les passions secondaires, à
déplorer l'ébranlement du contre-coup et des accidents de la mêlée ;
pour m o i , m'élevant au-dessus de ces calamnités communes p o u r
n'envisager que la tendance principale, j e dirai avec un roi, g r a n d
homme d'Etat, que dans son fond et dans son essence « la conspiration
a été ourdie contre Dieu et contre son Christ; c'est Dieu, c'est son
Christ, dont on veut briser les chaînes, dont on veut secouer le joug.»
(Mgr P I E , Disc, et Jnslruct., 1 1 , p . G68.) — Image bien sensible de ce
qu'entreprennent les ennemis du salut contre nous : ils se réunissent
pour s'emparer du sanctuaire de Dieu, qui est notre àme, où, selon
l'Apôtre, le Saint-Esprit h a b i t e , et qu'ils regardent comme un h é r i -
tage qui leur appartient, parce que nous avons été d'abord sous l'em-
pire du péché.
m . — 9-18.
PSAUME LXXXLÏÏ.
In finem, pro torcularibus, filiis Pour la fin, pour les pressoirs, Psaume
Core, Psalmus. pour les enfants de Coré.
1. Quam dilecta tabornacula tua, \. Qu'ils sont aimables vos tabernacles,
Domine virtutum! Dieu des armées !
2. concupiscit, et déficit anima 2. mon âme désire avec ardeur et
mea in atria Domini. languit après les parvis du Seigneur.
Cor meum, et caro mea cxul- Mon cœur et ma chair tressaillent dans
taverunt in Deum vivum. le Dieu vivant.
3. Etenim passer invenit sibi 3. Car lo passereau trouve une maison
domum, et turtur nidum sibi, ubi pour s'y retirer, et la tourterelle un nid
ponat pullos suos. on elle dépose ses petits.
Altaria tua, Domine virtutum : Vos autels, Seigneur dos armées, mon
rex meus, ot Deus meus. Itoi et mon Dieu.
4. Bcati, qui habitant in domo 4. Heureux ceux qui habitent dans
tua, Domino : in soccula saîculo- votre maison, ils vous loueront dans les
rum laudabunt te. siècles des siècles.
5. Beatus vir, cujus est auxilium 5. lleuroux l'homme dont le secours
abs te : asceusiones in corde suo vient do vous:
disposuit,
6. in valle lacrymarum, in loco G. dans cette vallée de larmes, il dispose
quem posuit. dans son cœur dos degrés, pour s'élever
jusqu'au lieu qu'il se propose (1).
(1) « In loco qvcm pourrit, » peut recevoir deux explications : l'une, si fou ne
fait attention q u ' a u j a t i n ; l'autre, si l'on tient compte du texte hébreu et de l*i ver-
24G PSAUME LXXXIII.
7. Etenim bcnedictioncm dabit 7. Car le Législateur donnera sa béné-
legislator. ibunt do virtntc in vir- diction; ils iront de vertu en vertu, et
tutem : videbitur Deus deorum in ils verront le Dieu des dieux dans Sion.
Sion.
8. Domine Deus virtutam, exaudi 8. Seigneur, Dieu des armées, exaucez
orationcm meam : auribus pcr- ma prière ; prêtez l'oreille, ô Dieu de
cipe, Deus Jacob. Jacob !
9. Protector noster, aspice 9. O Dieu! notre protecteur, regardez-
Deus : et respice in faciem Cbristi nous et jetez les yeux sur le visage de
tui : votre Christ,
10. Quia melior est dies una in 40. car mieux vaut un jour dans vos
atriis tuis super millia. parvis que mille jours ailleurs.
Elegi abjectus esse in domo Dei J'ai choisi d'être le dernier dans la
mei, magis quam babitare in ta- maison de mon Dieu, plutôt que d'habi-
bernacubs peccatorum. ter dans les tentes des pécheurs,
41. Quia misericordiam et veri- 41. parce que Dieu aime la miséricorde
tatem diligit Deus : gratiam, et et la vérité, le Seigneur donnera la grâce
gloriam d.ibit Dominus. et la gloire.
42. Non privabit bonis eos qui 12. Il ne privera point de ses biens
ambulant in innocentia : Domine ceux qui marchent dans l'innocence.
virtutum, beatus homo qui spcrat Seigneur des armées,hcureux est l'homme
in te. qui espère en vous.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, le Prophète, comme ravi en extase, exprime de la ma-
nière la plus touchante son amour pour la maison de Dieu, le regret de
s'en voir éloigné, le désir d'y retourner, fût-ce pour y occuper la dernière
place. — Suivant quelques interprètes, ce Psaume daterait de l'époque qui
a précédé immédiatement la captivité, et où les enfants do Corô furent
obligés de fuir loin du temple, vers la montagne d'Hermon, pour échapper
à Sennachérib, et les versets 3, 4, 10, où il est question du temple, semblent
favoriser cette opinion ; mais le sentiment commun des interprètes, re-
marque avec raison Hcngstenberg, est que ce Psaume fut composé durant
la fuite de David devant Absalon, lorsque ce roi se trouvait avec ceux qui
lui étaient restés fidèles au-delà du Jourdain, éloigné du sanctuaire. Au
figuré, c'est l'expression du désir de l'âme fidèle pour les saints tabernacles
et surtout pour la céleste patrie, à laquelle seule peut s'appliquer la ma-
gnificence des expressions de ce Psaume.
I. — LE PROPI1ÈTE EXPRIME LE DÉSIR ARDENT DE CETTE AME, DÉSIR QUI SE MANIFESTE
FÉLICITÉ, PERFECTION
PERFECTION :
Explications et Considérations.
I. — 1, 2.
IL — 3, 4.
j*\ 3 , 4 . Le Prophète vient de dire que son cœur s'était élancé ainsi
que sa chair, et il les désigne sous le nom de passereau et de tourte-
relle : son cœur est comme le passereau et sa chair comme la tourte-
relle. Le passereau s'est trouvé une maison : mon cœur s'est trouvé
une maison. Il exerce ses ailes dans les vertus que l'on pratique en
cette vie, dans la foi, dans l'espérance et dans la charité, au moyen
dequelles il vole vers sa maison, et quand il y sera parvenu, il y res-
tera, et la voix du passereau, qui est plaintive ici-bas, ne le sera plus
en cet endroit, car il est lui-même le passereau plaintif dont il dit dans
un autre Psaume : « Comme le passereau solitaire sur son toit. » (Ps.
i, 8.) De ce toit, il vole à la maison. Qu'il soit déjà sur le toit, qu'il
foule aux pieds sa demeure charnelle ; il aura une maison céleste, une
demeure éternelle : là, le passereau mettra fin à ses cris plaintifs. (S.
Auu.) — Quand notre cœur a longtemps tressailli vers Dieu, quand
nos ardents désirs nous ont portés vers lui, comme l'oiseau qui vole
vers la maison ; quand nous avons longtemps veillé, longtemps prié,
longtemps soupiré, Dieu écoute nos plaintes, il met fin à nos labeurs,
il nous montre le lieu où l'on se repose en l'aimant et en le contem-
p l a n t : il « o t t s ^ u v r e la maison du passereau, la maison du ciel. (Mgr D E
L A D O U I L L E R I E , iSijmboi, 2°;;.) —Mais à la tourterelle, c'est-à-dire à la
PSAUME LXXXIII. 249
III. — 5-7.
fi. 5-7. Le Prophète nous donne ici les motifs qui doivent nous ex-
citer à tendre de plus en plus vers le ciel : 1° Le Dieu qui nous aido
dans ce travail t « Heureux l'homme- qui attend d e v o n s son secours » ;
2° la nature du cœur de l'homme, qui désire toujours s'élever plus
haut, et qui rcslc plein d'inquiétude tant qu'il no repose pas en
PSAUME LXXXIII. 253
Dieu ; 3° le lieu d'où ii faut monter « dans cette vallée de larmes ; »
4° le lieu où il faut tendre « pour s'élever jusqu'au lieu qu'il se
propose. » Qu'est-ce donc que Dieu donne à celui qui place en lui
toute l'espérance du secours qu'il attend ? « Dieu a disposé des degrés
dans son cœur. » Il lui a fait dos degrés qui lui servent à monter. Où
lui fait-il ces degrés? Dans son cœur. Donc, plus vous aimerez, plus
vous monterez. « Il a disposé des degrés dans son cœur I » Qui a dis-
posé? Celui qu'il a pris et levé : « Heureux celui que vous prenez et
levez vers vous. » Comme cet homme ne peut rien par lui-même,
il est nécessaire que votre grâce le prenne. Et que fait votre g r â c e ?
Elle dispose des degrés. Où dispose-t-elle cc9 degrés : « Dans son cœur,
dans la vallée des pleurs. » Dans cette vallée des pleurs, vous pouvez
reconnaître le pressoir ; les pieuses larmes de la tribulation sont le vin
doux de l'amour. « Il a disposé des degrés dans son cœur. * Où donc
les a-t-il disposés ? o Dans la vallée des pleurs. » C'est ici-bas, en effet,
qu'il a disposé ces degrés ; car ici-bas on pleure où l'on sème. « Ils
allaient et marchaient, dit le Prophète, et ils pleuraient en j e t a n t
leurs semences dans la terre. » (Ps. cxxv, G.) Dieu a donc disposé par
sa grâce des degrés dans votre cœur. Montez ces degrés par l'amour ;
car de là vient qu'il faut chanter le Cantique des degrés. Et ces d e -
grés, où les a-t-il disposés pour vous ? « Dans votre cœur, dans la
vallée des pleurs. » Pour monter où : « Dans le lieu qu'il a préparé. »
(Ps. L x x v m , 7.) Que veut dire, mes frères : « Dans le lieu qu'il a p r é -
paré? » Ce lieu que Dieu a préparé, s'il était possible de le dire, lo
Prophète le dirait. Il vous a dit : « Il a disposé des degrés dans le
cœur, dans la vallée des pleurs. » Vous d e m a n d e z : pour où aller?
Que vous dira-il : « Vers ce que l'œil n'a pas vu, vers ce que l'oreille
n'a pas entendu, vers ce qui n'est pas monté dans le cœur de l'homme. »
(l COR. I I , 9.) Ce lieu est une colline, c'est une montagne, c'est une
terre, c'est un pré ; ce lieu a reçu tous ces noms ; mais ce qu'il est en
réalité et non par comparaison, qui nous l'expliquera? « Car nous
voyons maintenant à travers un miroir et en énigme ce qu'est ce lieu,
mais alors nous le verrons face à face. » ( I B I D . X I I I , 12.) Ne cherchez
donc pas quel est le lieu désigné par ces mots : « Vers le lieu qu'il a
préparé. » Ce lieu est connu de celui qui a préparé l'endroit où il
vous conduira, au moyen des degrés disposés dans votre cœur. Crai-
gnez-vous donc de monter, de peur que celui qui vous conduit ne se
trompa?-Voilàqu'il a disposé des-degrés tlans l a vallée des pleurs,
pour monter « vers le lieu qu'il a préparé. » Nous pleurons mainte-
254 PSAUME LXXXIII.
nant. De quel lieu ? de celui où sont disposés ces degrés. ( S . A U G . ) —
« Car le législateur donnera sa bénédiction. » C'est ce que dit l'Evan-
géliste saint Jean : « Nous avons tous reçu de sa plénitude, et grâce
pour g r â c e ; car la loi a été donnée par Moïse, la grâce et la vérité
sont venues par Jésus-Christ. » ( J E A N , I, 1 7 , 1 8 . ) Le loi ne donnait
pas la grâce nécessaire à l'accomplissement de ses préceptes, parce
que la grâce et la justice ne sont point par sa loi ; mais « ce qui était
impossible à la loi, Dieu, ce divin législateur, l'a fait lui-même, en en-
voyant son Fils, qui a répandu dans nos âmes l'esprit de la grâce, afin
que la justice de la loi s'accomplît en nous. » ( R O M . vin, 3 , 4 . ) —Il
ne faut jamais s'arrêter dans la voie du ciel ; ne pas avancer, c'est re-
culer. — Faisant l'œuvre de la vérité dans la charité, croissons de
toute manière en Jésus-Christ notre chef. ( E P U E S . I V , 1 5 . ) Hélas 1 pour
la plupart des chrétiens, la vie est une descente perpétuelle, ils des-
cendent ou plutôt ils roulent sur cette pente malheureuse où les en-
traînent leurs inclinations vicieuses. — Saint Grégoire voit dans les
montagnes l'emblème des divines contemplations, et il explique ainsi
les élévations que Dieu dispose dans notre cœur après qu'il nous a
placés dans la vallée des pleurs : « Plus, en effet, dit-il, le Seigneur
nous tient abaissés dans la tristesse et dans l'humilité, plus il nous porte
ensuite vers lui sur les hauteurs de la contemplation. » ( M O R . X X X , 1 9 . ) —
Oh ! que cette pensée est consolante, et qu'il est doux de s'y arrêter.
Nous ne pouvons, hélas ! nous comparer à ces hautes montagnes qui sont
les anges, les saints, les prophètes, les apôtres. En nous, tout est vil
et bas, et le péché nous a fait descendre jusqu'aux profondeurs des
abîmes. Mais, dans noire misère, soyons humbles, Dieu disposera en
nous d'admirables hauteurs. Il relèvera nos âmes, nos cœurs, .nos es-
prits, et sur les cimes où il nous portera, nous bénirons le Seigneur,
qui à son gré fait surgir les montagnes et fait descendre les plaines
au lieu qu'il a choisi. (Mgr D B L A B O U I L L E R I E , Symbol., p . 2 0 8 . ) —
« Dans la vallée des larmes. » Depuis la chute d'Adam, que de tor-
rents de larmes ont coulé dans cette vallée l que de souffrances 1 que
de chagrins amers ! que de lamentables angoisses 1... Mais ce qui doit
surtout faire couler nos larmes, ce sont nos fautes.... Que la terre
soit pour nous une vallée où coulent les larmes de notre repentir,
Dieu viendra nous y visiter, et, dans notre cœur pénitent, il disposera
lui-même les degrés qui nous feront remonter vers lui. ( I D E M , p . 2 1 8 . )
Quelle image que ces degrés formés dans le cœur pour monter de
cette vallée de larmes jusqu'au séjour où elles seront essuyées I « Dieu
PSAUME LXXXIII. 255
séchera toutes les larmes. » ( A P O C . V U , 1 7 . ) C'est ainsi que le c œ u r
parle, et si l'on demande quels sont ces degrés, ce sont les épreuves de
la patience soutenue par l'amour et l'espérance. ( L A H A R P E . ) — Les
législateurs humains ne donnent pas la force nécessaire pour accom-
plir les prescriptions qu'ils imposent. La loi donnée par Moïse lui-
même était impuissante sous ce rapport : « La loi a été donnée par
Moïse, la grâce et la vérité sont venues de Jésus-Christ. » ( J E A N , I , 1 7 . )
•—Nous avons dans ces deux versets toute la science de la vie spiri-
tuelle. Dieu est la force et l'appui de ceux qui aspirent à le posséder
dans la bienheureuse éternité ; dans leur cœur, il se forme des routes
qui s'élèvent toujours de plus en plus vers la céleste patrie. Us m a r -
chent, à la vérité, dans ce monde, qui est une vallée de larmes ; mais
ils ont toujours en vue le terme de leurs désirs. Dieu les console dans
cette marche, et Jésus-Christ, le divin législateur, dont ils suivent les
leçons et les exemples, les comble de bénédictions. Us avancent ainsi
toujours dans le chemin de la vertu, et ils se préparent l'entrée de la
sainte Sion. ( B E R T I I I E U . ) — Obligation chrétienne de n'être jamais s a -
tisfait de Tétai de sainteté où l'on se trouve, mais de s'avancer tou-
jours de vertu en vertu. — Ne proférez donc jamais celte parole indi-
gne d'une bouche chrétienne : je laisse la perfection aux religieux et aux
solitaires, trop heureux d'éviter la damnation éternelle. Non, non, vous
vous abusez : qui ne tend point o la perfection tombe bientôt dans le
vice ; qui grimpe sur une hauteur, s'il cesse de s'élever par un conti-
nuel effort, est entraîné par la pente môme, et son propre poids le
précipite : c'est pourquoi l'Ecriture nous défond de nous arrêter un
seul moment. Si, selon l'apôtre saint Paul, la vie vertueuse est une
course, il faut, comme cet Apôtre, s'avancer toujours, oublier ce qu'on
a fait, courir sans relâche, et n'imaginer de repos qu'à la fin de la
carrière, où le prix d e l à course nous attend. ( B O S S U E T , IVSerm. p.
Pâques.) — Les justes vont de force en force, suivant le sens du texte
hébreu, ou de vertu en vertu, selon notre version latine, d'une vertu
imparfaite à une vertu plus parfaite, des vertus de l'action à celles do
la contemplation, des vertus nécessaires dans ce monde pour se sauver
à celles qui font le bonheur du ciel, là où il n'y aura plus besoin de
prudence, parce qu'il n'y aura plus de dangers, ni de justice humaine,
l'injustice n'existant plus, ni de force, puisqu'il n'y aura plus rien à
craindre, ni enfin de tempérance, parce que les passions auront cessé.
{ B E L L A R M ) —-Les Gentils avaient des dieux visibles, mais qui n'étaient
pas de vrais dieux. Les Juifs adoraient le vrai Dieu, mais il n'était pas
250 PSAUME LXXXIII.
visible. Le Dieu des chrétiens est le vrai Dieu, et il s'est rendu visible
par l'Incarnation. « Il a été vu sur la terre, et il a conversé avec les
hommes. »> ( B A R U C H . I I I , 3 8 . ) —Mais c'est surtout dans le ciel que nous
le verrons face à face, tel qu'il est La vision de Dieu, c'est la récom-
pense, la fin et le fruit de tous nos travaux, de toutes nos vertus, de
toutes nos peines. Qui ne préférerait un fruit aussi précieux, aussi
incomparable, à toutes les choses visibles et invisibles? Quel cœur si
froid ne serait embrasé par le désir de cette vision de Dieu ? (S. B E R -
N A R D . )
IV. — 8-12.
PSAUME LXXXIV.
In finem, filiis Core, Psalmus. Pour la fin, Psaume pour les enfants
de Coré.
1. Benedixisti, Domine, terram 1. Vous avez, Seigneur, béni votre
tuam : avertisti captivitatem Jacob. terre; vous avez mis un terme à la capti-
vité de Jacob.
2. Remisisti iniquitatem plebis 2. Vous avez remis l'iniquité de votre
tuœ : operuisti omnia peccata peuple; vous avez couvert tous ses
eorum. crimes.
3. Mitigasti omncm iram tuam : 3. Vous avez adouci tout votre cou-
avertisti ab ira indignationis tua* : roux, et arrêté la fureur de votre indi-
gnation.
4. Convcrte nos, Deus salutaris 4. Convertissez-nous, A Dieu, notre
noster : et averte iram tuam a Sauveur! et détournez de nous votre
nobis. colère.
5. Numquid in aiternum irascc- y. Sercz-vous éternellement irrité con-
ris nobis?aut extendes iram tuam tre nous? ou étendrez-vous votre colère
a generatione in generationem? de génération en génération.
6. Deus tu conversus vivificabis G. O Dieu l vous vous tournerez vers
nos : et plebs tua lœtabitur in te. nous, et vous nous donnerez la vie; et
votre peuple se réjouira en vous.
7. Ostende nobis, Domine, mi- 7. Montrez-nous, Seigneur, votro mi-
sericordiam tuam : et salutare séricorde; et accordez-nous lo salut qui
tuum da nobis. vient de vous.
8. Audiam quid loquatur in me 8. J'écouterai ce que le Seigneur Dieu
Dominus Deus : quoniam loquetur dira au-dedans de moi, parce qu'il fera
pacem in plebem suam; entendre des paroles de paix eu faveur
de son peuple,
Et super sanctos suos, et in eos pour Jes saints, et pour ceux qui so
qui convcrtuntur ad cor. convertissent du fond du cœur.
9. Verumtamen prope timentes 9. Certainement son salut est près do
eum salutare ipsius : ut inbabitet ceux qui le craignent, et sa gloire habi-
gloria in terra nostra. tera notre terre.
10. Miscricordia et vcritas obvia- 10. La miséricordo et la vérité se sont
verunt sibi : justitia et pax oscu- rencontrées; la justice et la paix se sont
latœ sunt. embrassées.
H. Veritas de terra orta est : 11. La vérité est sortie de la terre ; et
et justitia de cœlo prospexit. la juslico a regardé du haut du ciel.
12. Etenim Dominus dabit be- 12. Car le Seigneur répandra sa béné-
nignitatem : et terra nostra dabit diction ; et notro terre portera son fruit.
fructum suum.
13. Justitia ante eum ambulabit : 13. La justice marchera devant lui ; et
ot ponet in via gressus suos. il mettra ses pas dans la voie.
260 PSAUME LXXXIV.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, le Prophète demande à Dieu avec instance le retour
des Israélites et des Juifs, emmenés en captivité, et contemple en esprit la
grande délivrance des hommes de la captivité du démon, par l'Incarnation
de Jésus-Christ. C'est une excellente prière pour obtenir la grâce de la
sainteté, après avoir été délivré de l'esclavage du péché (1).
I. — IL EXPOSE LE DÉCRET DIVIN PAR LEQUEL DIEU A RÉSOLU
L'INCARNATION :
Explications et Considérations.
I. — 1 - 3 .
II. — 4-5.
III. - 6-9.
de bien ne peut venir que de celui qui est tout notre bien... « et don-
nez-nous votre salut, votre Sauveur. » Donnez-nous votre Christ, c'est
en lui que réside votre miséricorde. Disons-lui, nous aussi : Donnez-
nous votre Christ. Il est vrai qu'il nous a déjù donné son Christ ;
8
cependant, disons-lui encore : donnez-nous votre Christ, puisque nou
lui disons : «Donnez-nous aujourd'hui notre pain quotidien. » ( M A T T H . ,
V I , 2.) Et notre pain, quel est-il ? sinon celui qui a dit : « Je suis le
pain vivant descendu du ciel. » ( J E A N , V I , 4 1 . ) Disons-lui : Donnez-
nous votre Christ ; car il nous l'a donné, mais dans son humanité ;
après nous l'avoir donné dans son humanité, il nous le donnera dans
sa divinité. En effet, il a donné un homme aux hommes , parce qu'il
l'a donné aux hommes tel que les hommes pouvaient le comprendre.
Nul homme n'était capable de comprendre le Christ dans sa divinité.
Le Christ s'est fait homme pour les hommes ; il s'est réservé Dieu pour
les dieux... Il a dit de lui-môme dans l'Evangile : « Celui qui m'aime
garde mes commandements, et j e l'aimerai et j e me manifesterai à
lui. » ( J E A N , X I V , 9 , 2 1 . ) Il parlait aux Apôtres et leur disait: « Je
me manifesterai à lui. > Pourquoi ? n'était-ce pas lui qui parlait ?
Oui, mais la chair voyait la chair, le cœur ne voyait pas la divinité.
Or, la chair a vu la chair, afin que le cœur fût purifié par la foi,
( A C T . , xv, 9 , ) et méritât de voir la divinité... La lumière qui nous sera
montrée doit nous trouver purs, c'est ce que fait en nous la foi. Voilà
donc ce que nous disons par ces paroles: « Donnez-nous votre Sauveur,»
donnez-nous votre Christ, que nous connaissions votre Christ, que nous
voyions votre Christ, non comme l'ont vu les Juifsqui l'ont crucifié, mais
comme le voient lesangesquise réjouissent en lui. (S. A U G . ) — « J'écoute-
rai ce que le Seigneur me dira au-dedans de moi.» — Dieu parlait inté-
rieurement au Prophète, et le monde au dehors l'importunait de son
bruit. II s'éloigne alors un peu de ce bruit du monde ; il s'en détourne
pour se retrouver avec lui-môme et passer de lui-môme à celui dont
il entendait intérieurement la voix ; il se bouche en quelque sorte les
oreilles contre les agitations tumultueuses de cette vie, contre son
âme appesantie par le corps qui se corrompt, contre son esprit dé-
primé par son habitation terrestre et livré à de nombreuses pensées,
et il d i t : o J'écouterai ce que le Seigneur dira en moi. » (S. A U G . ) . —
Il y a une voix qui nous parle intérieurement et comme dans le fond
de l'âme, lorsque, fermant l'oreille au brait des eréatures, nous ne
voulons plus écouter que Dieu seul, et que nous l'appelons en nous
de toute l'ardeur de nos désirs. C'est celle voix qui, loin des hommes,
PSAUME LXXXIV. 2G5
ravissait au désert les Paul, les Antoine, les Pacôme, et leur révélait,
sans obscurité, les secrets de la science divine ; c'est cette voix q u i
instruit les saints, les enflamme, les console et les enivre, pour ainsi-
dire, de sa céleste douceur et d'une paix qui surpasse toute intelli-
gence. — Dieu parle un langage de paix, non pas aux impies, qui
veulent toujours persévérer dans leur impiété, mais à son peuple,
mais à ses saints, et même aux pécheurs qui rentrent dans leur cœur
pour se convertir.— • Car il tiendra un langage de paix à son peuple. »
La voix du Christ, la voix de Dieu est donc la voix de la paix ; elle
nous appelle à la paix. Allons, dit-elle, qui que vous soyez, qui n'avez
point encore la paix, aimez la paix. Que pourriez-vous recevoir de
moi qui valût mieux que la p a i x ? Qu'est-ce que la paix? L'absence
de toute guerre, c'est-à-dire l'absence de toute contradiction, de toute
résistance, de toute opposition. Voyez si nous sommes déjà dans cet
état ; voyez si nous n'avons plus de conflit avec le démon ; voyez si
tous les saints et tous les fidèles ne luttent pas encore contre le prince
des démons, contre leurs convoitises, par lesquelles il leur suggère le
péché... Ce n'est donc pas la paix, puisqu'il y a combat. Quelle paix
peuvent trouver ici-bas des hommes obligés de résister constamment
à tant d'importunités, à tant de convoitises, à tant de besoins, à t a n t
de lassitudes ? Ce n'est point la véritable paix, ce n'est pas la paix par-
faite. Quand donc sera la paix parfaite?... Quand la mort sera absor-
bée dans la victoire, toutes ces faiblesses n'existeront plus, et la paix
sera entière et éternelle. Nous serons alors les habitants d'une cité
dont je voudrais parler sans fin, quand une fois je l'ai nommée, sur-
tout en un temps où les scandales deviennent plus fréquents. Qui ne
désirerait cette cité, d'où no sortira aucun ami, où n'entrera aucun en-
nemi, où il n'y aura ni tentateur, ni séditieux, où nul ne divisera le
peuple de Dieu... Il y aura donc une paix purifiée de toute imperfec-
tion pour les enfants de Dieu, qui tous s'aimeront entre eux, et s e
1
verront remplis de Dieu, tandis que Dieu sera tout dans tous. (Con .,
XV., 28.) Nous aurons Dieu pour spectacle commun, nous aurons Dieu
pour possession commune, nous aurons Dieu pour paix commune.
Quelque bien qu'il nous donne maintenant, alors il nous tiendra lieu
de tout ce qu'il nous donne aujourd'hui : ce sera la pleine et parfaite
paix. C'est cette paix qu'il fait entendre à son peuple, et que voulait
entendre celui qui disait: « J'écoulerai ce que le Seigneur dira en moi.»
Voulez-vous posséder cette paix dont Dieu fait entendre les paroles ?
Tournez votre cœur vers lui, ne le lourncz ni vers moi, ni vers l'homme,
2GG PSAUME LXXXIV.
ni vers qui que ce soit ; car tout homme qui veut tourner vers lui-même
les cœurs des hommes, tombe avec eux. Que vaut-il mieux, de tomber
avec celui vers lequel vous vous serez tourné vers Dieu ? Notre joie,
notre paix, notre repos, la fin de tous nos chagrins, c'est Dieu et Dieu
seul : heureux « ceux qui se convertissent en tournant leur cœur vers
lui. » (S. A U G ) — Rentrer dans son cœur, c'est commencer à réfléchir
sur la vanité des choses temporelles, sur le peu de durée et sur la
fausseté du plaisir qui se trouve dans le péché ; et d'autre part, com-
bien la vertu est aimable, et combien est grande la récompense qui
l'attend dans le ciel. — Rentrer dans son cœur, c'est encore ne plus
s'en rapporter au jugement des hommes, ni aux discours des enfants du
siècle, mais consulter en toutes choses la droite raison, la foi etla vé-
rité même, qui est Dieu. ( D U G U E T . ) — « Cependant son salut est proche
de ceux qui le craignent. » Ce n'est point par la distance des lieux
qu'un homme est loin de Dieu, mais par les sentiments. Aimez-vous
Dieu, vous êtes près de lui ; haïssez-vous Dieu, vous êtes loin de lui.
Dans le même lieu, vous êtes près ou vous êtes loin de lui... C'est de
toutes les parties du globe que viendront ceux qui tourneront leur cœur
vers lui ; « mais sans contredit, le salut qu'il donne est proche de ceux
qui le craignent, et cela afin que sa gloire habite dans notre terre, »
c'est-à-dire afin que sa gloire habite avec un éclat particulier dans la
terre où est né le Prophète. C'est là, en effet, que le Christ a été d'a-
bord prêché ; c'est de là qu'étaient les Apôtres, et de là qu'ils furent
premièrement envoyés ; de là étaient les Prophètes ; là fut d'abord
bâti le temple ; là des sacrifices étaient d'abord offerts à Dieu ; là
vécurent les patriarches; là Je Christ lui-même est né de la race
d'Abraham et s'est manifesté ; c'est la terre que le Christ a foulée do
ses pieds, la terre où il a opéré ses miracles. (S. A U G . )
IV. — 10-13.
fi. 10-13. Pratiquez la justice et vous aurez la paix, afin que la jus-
tice et la paix se donnent en vous un mutuel baiser ; car, si vous n'ai-
mez la justice, vous n'aurez pas la paix. La justice et la paix s'entr'ai-
ment et slembrassent ; de sorte que celui qui aura pratiqué la justice
trouvera toujours la paix d o n n a n t u n b a i s e r a la justice. Elles sontdcux
amies; peut-être voudriez-vous avoir l'une et ne point pratiquer l'autre,
car il n'est personne qui ne veuille la paix, mais tous ne veulent pas
p r a t i q u e r la justice. Demandcz-lc à tous les hommes: voulez-vous la
paix? tout le genre humain vous répondra «l'une seule voix : je la sou-
PSAUME LXXXIV. 2G7
haite,jela désire, j e l a veux, je l'aime. Aimez donc aussi lajustice, parce
que lajustice et la paix sont deux a m i e s ; elles se donnent un mulu-d
baiser. Si vous n'aimez pas l'amie de la paix, la paix ne vous aimera
pas et ne viendra pas à vous. Qu'y a-t-il, en effet, d'extraordinaire à
désirer la paix ? Quel qu'il soit, le méchant désire la paix, car la paix
est une chose bonne. Mais pratiquez lajustice, parce que lajustice et
la paix échangent des baisers et ne sont jamais en lutte. Pourquoi
vous mettez-vous en lutte avec la justice ? Voici que lajustice vous dit:
ne volez pas, et vous ne l'écoutez point ; ne commettez pas d'adultère,
et vous refusez de l'entendre ; ne faites pas à autrui ce que vous ne
voulez pas souffrir ; ne dites pas à autrui ce que vous ne voulez pas
qu'on vous dise. Vous êtes l'ennemi de mon amie, vous dit la paix :
pourquoi me cherchez-vous ? Je suis l'amie de lajustice; si quelqu'un
est l'ennemi de mon amie, je ne m'approche pas de lui. Voulez-vous
donc arriver à la paix? pratiquez la justice. ( S . A U G . ) — Qu'est-ce que
cette vérité qui est sortie de la terre, sinon le Fils de Dieu ? Et qu'est-
ce que la terre d'où elle est sortie, sinon la chair de la sainte Vierge?
Pour que lajustice regardât du haut du ciel, c'est-à-dire pour que les
hommes fussent justifiés par la grâce divine, il a fallu que la vérité
sortît de terre, que le Christ naquît de Marie. Et comment, en effet,
nous eût-il justifiés de nos péchés, s'il n'eût offert pour nous le sacri-
fice de sa passion et de sa croix? Et comment eût-il accompli ce sacri-
fice, s'il ne fût pas m o r t ? Et comment serait-il mort, s'il n'eût pris
une chair semblable è la nôtre? Et comment enfin se fût-il revêtu de
cette chair mortelle, si la vérité ne fût sortie de la terre ? (S. A U G . ) —
Nous pouvons encore donner un autre sens à ce verset: « La vérité
est sortie de la terre, » la confession est sortie de l'homme. En effet,
vous n'étiez qu'un homme pécheur. O terre qui, au moment de ton
péché, as entendu cet arrêt : « Tu es terre et tu iras dans la terre, »
( G E N . , m , 19,) que la vérité sorte de toi, afin que la justice te regarde
du haut du ciel. Mais comment la vérité peut-elle sortir de toi, qui
n'es que péché, qui n'es qu'injustice? Confesse tes péchés, et la vérité
sortira de toi. ( S . A U G . ) — « Car Dieu donnera la douceur, et notre
terre produira son fruit. » Vous pouvez donc avoir à vous vos péchés,
mais vous ne pouvez porter de bons fruits, si celui à qui vous vous
confessez ne les produit en vous. C'est pourquoi le Prophète, après
avoir dit : « La vérité est sortie de la terre, et la justice a regardé du
haut du ciel, » répond pour ainsi dire à cette question qui lui serait
faite. Que signifient vos paroles : « la justice a regardé du haut du
2G8 PSAUME LXXXV.
ciel? » et il continue ainsi : « car le Seigneur donnera sa douceur et
notre terre donnera son fruit. « Examinons-nous donc, et si nous ne
trouvons en nous que des péchés, détestons-les, et désirons la justice;
car, lorsque nous commençons à haïr nos péchés, cette seule haine
du péché commence déjà à nous rendre semblables à Dieu, parce que
nous haïssons ce que Dieu hait. Quand vous aurez donc commencé à
haïr vos péchés et à les confesser à Dieu, si quelque délectation cou-
pable vous entraîne et vous conduit vers des choses funestes, adressez
à Dieu vos gémissements en lui confessant vos péchés, vous mériterez
de recevoir la détestation qui vient de lui et ii vous donnera la dou-
ceur qui accompagne les œuvres de justice, afin que la justice com-
mence à vous charmer, vous que charmait d'abord l'iniquité... D'où
vous est venue celte douceur nouvelle, sinon du Seigneur, qui donnera
sa douceur afin que notre terre produise son f r u i t ? — « La justice
marchera devant lui, et il posera ses pas dans la voie. » Cette justice
est celle qui vient de la confession des péchés, car elle est elle-même
la vérité. En effet, vous devez être juste contre vous, pour vous punir
vous-même. La première justice de l'homme est qu'il se punisse étant
encore méchant, afin que Dieu le rende bon. Si donc c'est là la pre-
mière justice de l'homme, cette justice ouvre à Dieu une voie, pour
que Dieu vienne en vous. Pré parez-lui donc la voie dans votre cœur,
p a r la confession des péchés... • Préparez la voie au Seigneur, »
(MATTn., m , 9); que cette justice prenne les devants, afin que vous
confessiez vos péchés. 11 viendra, il vous visitera, « parce qu'il posera
ses pas dans Ja voie. » En effet, il aura maintenant où poser les pieds,
il aura un chemin pour venir en vous, ou pour vous former vous-même
par les traces qu'il laissera en vous.
PSAUME LXXXV.
Sommaire analytique.
David, persécuté par Saûl, représente ici Jésus-Christ parlant tant en son
nom qu'au nom do son corps mystique, et le juste qui se met sous la pro-
tection du ciel, surtout dans le temps de l'adversité.
I. — IL DEMANDE A DIEU D'EXAUCER SA PRIÈRE.
0
1 De le conduire et de le diriger dans sa voie et de lui donner à la fois
la joie du cœur et la crainte de son nom, — et il promet de rendre grâces
à Dieu de tout son cœur, et de glorifier éternellement son nom à cause do
la miséricorde qu'il lui a fait sentir dans toutes les circonstances de sa vie
et après sa mort (12, 13) ;
2° Do l'aider et de le soutenir au moment de la mort, à) â cause de ses
ennemis qui s'élèvent injustement contre lui, cherchent à lui ôter la vie et
dans leur malice détournent les yeux de Dieu (14); b) à cause de la misé-
ricorde et de la véracité de Dieu (15) ;
3° De le glorifier après sa mort, a) en lui donnant la puissance et l'em-
pire (16) ; b) en frappant d'épouvante ses ennemis par le spectacle de sa
résurrection et en les confondant par le secours puissant qu'il lui a donné (17).
Explications et Considérations.
I. — 1 - 9 .
II. — 11-17.
PSAUME LXXXVI.
(1) Le pronom ejus est masculin dans l'hébreu et dans les Septante. Si donc il
se rapporte à Dieu, il faut, connue l'exige l'ensemble du Psaume, que le sens de
ce verset soit : Fundamenta qux posuit Deus sunt in montibus sanctis.
(2) Jérusalem était batic snr trois montagnes, les appuis de l'Eglise sont les
Apôtres et leurs successeurs. Dieu inscrira au rolo des peuples, c'est-à-dire sur le
grand livre où il inscrit les peuples et tout ce qui les concerne.
PSAUME LXXXVI. 277
Ezplioations et Considérations.
1 ET I I . — 1 , 2 .
III. — 3 .
f. 3. Oui, certes, les Prophètes et les Apôtres ont dit des choses glo-
rieuses de cette cité de Dieu, de l'Eglise do Dieu sur la terre, mais
surtout de l'Eglise du ciel. Un d'eux nous a tout dit quand il a dit
qu'il ne pouvait rien dire : « Ce que l'œil n'a point vu, ce que l'oreille
n'a point enlendu, ce que le cœur de l'homme n'a jamais connu. »
(I S A G . I I , 7). O divine patrie 1 « on me racontait vos félicités et vos
gloires; » la foi me parlait de vos joies, de vos enivrements, de vos
extases, de toutes ces choses qu'on ne se lasse jamais de voir, de goû-
ter, de posséder; qui ont toujours la môme splendeur, la môme .plé-
nitude et qui, de plus, sont immortelles. J'admirais, j e n'osais espérer.
Je rôvais de vous comme on rôve d'une île enchanteresse qu'on aper-
çoit de la rive et qu'un fleuve infranchissable sépare de nous. Que ce
rêve était brillant, mais qu'il était douloureux 1 Je me disais : Tout
cela est divin, mais rien de tout cela n'est pour moi. Maintenant, j e
puis songer à vous sans douleur : car j e sais que j e ne vous suis point
étranger. Sainte patrie des âmes, je me suis réjoui dans ce qui m'a
été dit par un Dieu : « Nous irons dans la maison du Seigneur. » ( D B
m 0
P L A C E , Carême 2 Dimanche.)
JY. —
— 4 ET 5.
VII. - 7.
quoi comme dans la joie? Parce qu'il y aura là une joie que nous ne
connaissons point ici. Je vois ici bien des joies : beaucoup se réjouis-
sent dans la vie du siècle, les uns d'une chose, les autres d'une autre;
mais il n'y a pas une joie que l'on puisse comparer à cette joie de
l'éternité, qui ne soit que comme une joie ; car si j e dis qu'elle est
une joie, l'esprit de l'homme la rapprochera bientôt de quelque joie
qu'il a coutume d'éprouver dans les jouissances de la terre... Prépa-
rons-nous donc à une nouvelle sorte de joie, parce que nous ne trou-
vons ici-bas que quelque chose qui nous paraît semblable et qui n'est
pas cela. (S. A U G . ) — Cette cité de Dieu est, pour ainsi dire, tout
entière composée de joie et d'allégresse ; la joie est la base sur laquelle
elle est fondée. « La montagne de Sion est fondée aux applaudisse-
ments de toute la terre ; » (Ps. X L V I I , 3); les éléments qui entrent dans
sa structure sont des éléments de joie : « Réjouissez-vous, soyez dans
l'allégresse pour l'éternité, de ce que j e vais faire : Je vais rendre J é -
rusalem une ville d'allégresse et son peuple un peuple de joie; » ( I S A I ,
L X X , 1 8 ) ; toutes ses places retentiront de cris d'allégresse, « et l'on
chantera sur toutes ses places, alléluia. » Le Roi des cieux répandra
sur elle des torrents de joie : « Le Seigneur consolera Sion, il répa-
rera ses ruines... Tout y respirera la joie et l'allégresse; on entendra
retentir les actions de grâces et les cantiques de louanges. » ( I S A I , L I ,
3). La joie brille sur le visage de ses habitants et couronne leurs fronts :
« Ceux qui ont été rachetés retourneront au Seigneur, et ils vien-
dront à Sion chantant des cantiques de louanges; une joie éternelle
couronnera leur tête; ils seront remplis de joie et d'allégresse; la
douleur et les gémissements s'enfuiront. » ( I S A I , L I , 1 1 ) . Cette joie
n'est pas seulement à la superficie du cœur, comme les joies de la
terre, elle le pénètre tout entier : « Et vous, maintenant, vous avez
dè la tristesse, mais je vous verrai de nouveau, et votre cœur se r é -
jouira, et nul ne vous ravira votre joie. » ( J E A N , X V I , 22).
PSAUME LXXXVII.
Canticum Psalmi, Filiis Core, in Cantique-Psaume pour être chanté par
flnein, pro Mahclethadresponden- les enfants de Corô jusqu'à la fin, sur
dum, infcllcctus Eman Ezrahitrc. un instrument de musique, et alternati-
vement : Intelligence ou instruction
d'Kman, Ezraïte.
1. Domine Deus salutis meaî, in 1. Seigneur, Dieu de mon salut, j'ai
dîo cîamavi, et nocte coram te. crié vers vous le jour et la nuit.
2. liilrct in conspectu tuo oral io 2. (Juo ma prière pénétre jusqu'en
282 PSAUME LXXXVII.
mea : inclina aurem tuam ad pre- votre présence. Prêtez l'oreille à ma sup-
ccm meam : plication,
3. Quia repleta est malis anima 3. car mon âme est remplie de maui,
mea : et vita mea infcrno appro- et ma vie touche au tombeau.
pinquavit.
4. yEstimatus sum cum descen- 4. J'ai ôté comparé à ceux qui descen-
dentibus in lacum : factus sum dent dans la fosse ; je suis devenu comme
sicut homo sine adjutorio, un homme abandonné de tout secours,
5. inter mortuos liber, 5. et qui est libre entre, les morts;
Sicut vulnerati dormientes in comme ceux qui, ayant été blessés
scpulcbris, quorum non es memor mortellement, dorment dans les sépul-
amplius : et ipsi de manu tua re- cres, effacés pour toujours de votre sou-
pulsi sunt. venir et privés du secours de votre bras.
C. Posueruntme in lacu inferiori : 6. Ils m'ont mis dans une fosse pro-
in tenebrosis, et in umbra mortis. fonde, dans des lieux ténébreux, et dans
l'ombre de la mort.
7. Super me confirmatus estfu- 7. Votre fureur s'est appesantie sur
ror tuus : et omnes fluctus tuos moi; et vous avez fait passer sur moi
induxisti super me. tous les flots de votre colère.
8. Longe fecisti notos meos a 8. Vous avez éloigné de moi tous ceux
me : posucrunt me abominatio- qui me connaissent; ils m'ont regardé
nem sibi. comme un objet d'horreur.
Traditus sum, et non cgrcdie- J'ai été livré, et je ne pouvais échap-
bar : per.
9. oculi mei languerunt prse 9. Mes yeux se sont desséchés par
inopia. suite de mon affliction.
Clamavi ad te, Domine, tota J'ai crié vers vous, Soigneur, tout le
die : expandi ad te manus meas. jour, et j'ai étendu mes mains vers vous.
tO. Numquid mortuis faciès mi- 10. Ferez-vous des miracles en faveur
rabilia : aut medici suscitabunt, des morts? ou les médecins les ressusci-
et confitebuntur tibi? teront-ils, afin qu'ils vous louent?
1 t. Numquid narrabit aliquis in 11. Quelqu'un racontera-t-il dans 1«
sepulchro misericordiam tuam, et sépulcre votre miséricorde, et votre vé-
veritatem tuam in perditione? rité dans le lieu de la destruction?
12. Numquid cognoscentur in 12. Vos merveilles seront-elles con-
tenebris mirabilia tua, et justitia nues dans les ténèbres, et votre justice
tua in terra oblivionis ? dans la terre de l'oubli?
13. Et ego ad te, Domine, cla- 13. Mais pour moi, je crie vers vous,
mavi : et mano oratio mea praeve- Seigneur; et ma prière vous devance
niot te. dès l'aurore.
14. Ut quid, Domine, repellis 14. Pourquoi, Seigneur, rejetez-vous
orationem meam : avertis faciem ma prière? et pourquoi détournez-vous
tuam a me? de moi votre face?
10. Pauper sum ego, et in labo- 15. Je suis pauvre et dans les travaux
ribus a juvpidulc m e a : exallalus dès ma jeunesso; et h peine ai-jo été
autem, humiliatus sum et contur- élevé que je suis tombé dans l'humilia-
batus. tion et le trouble.
16. In me transicrunt irse tuaî : 16. Les flots de votre colère ont passé
et terrorcs tui conturbavorunt me. sur moi ; et vos terreurs m'ont troublé.
17. Circumdederunt me sicut 17. Elles m'ont environné comme uno
aqua tota die : circumdederunt eau profonde tout le jour, elles m'ont
me simul. enveloppé toutes ensemble.
18. Elongasti a. me amicum et 18. Vous avez éloigné de moi mos amis
proximum, et notos mcos a mise- et mes proches; et ceux qui me con-
ria. naissaient m'ont quitté â cause do ma
misère.
PSAUME LXXXVII. 283
Sommaire analytique.
Le Prophète, organe du Sauveur dans sa passion et sur la croix, et de
tout juste délaissé, rassasié de souffrances, moins semblable à un vivant
qu'à un mort, répand son âme devant Dieu ;
I. — IL DÉCRIT LES TOURMENTS DE SA PASSION :
Explioations et Considérations.
I. - 1-8.
f. 1, 2. Le Psalmiste nous donne ici le modèle d'une fervente prière,
témoignage d'une pleine confiance en Dieu, qu'il reconnaît pour l'au-
284 PSAUME LXXXVII.
teur de son s a l u t ; prière assidue et continuelle qui ne doit être
interrompue ni le jour ni la nuit, au moins quant à l'habitude, au
goût, au désir de prier. La prière est comme un ambassadeur que nous
envoyons vers Dieu en notre nom. o Que ma prière pénètre jusqu'à
vous. »
f. 3-8. A l'exemple de Jésus-Christ, les vrais chrétiens, sur la terre,
sont rassasiés de maux et leur vie est toujours près du tombeau. Outre
les traverses qu'éprouve la sainteté, outre les orages qu'excitent les
passions, ils sentent que leur séjour ici-bas est un exil, et qu'ils ont
toujours à craindre d'être exclus pour jamais de la bienheureuse pa-
trie. Il ne faut point de preuves à un chrétien pour le convaincre que
sa vie est une mort continuelle. «Ah 1 s'écriait saint Ambroise, notre
vie est toute couverte de pièges : j ' e n vois dans notre corps, dans nos
devoirs, dans notre science, dans nos passions, dans ce que nous pos-
sédons, dans ce que nous croyons. Fuyons donc d'ici, ajoutait-il, pour
passer des maux aux biens, des incertitudes à la pleine vérité, de la
mort à la vie. » ( B E U T H I E R . ) — Lorsque nous commettons un péché
mortel, nous donnons tellement la mort à notre âme, qu'encore que
Dieu nous puisse guérir, néanmoins, de notre côté, nous rendons et
notre péché et notre damnation éternels, parce que nous éteignons
la vie jusqu'à la racine. Il faut regarder ce que fait le péché, non ce
que fait la Toute-Puissance. Qui renonce une fois à Dieu y renonce
éternellement, parce ce que c'est la nature du péché de faire, autant
qu'il le peut, une séparation éternelle. C'est pourquoi le Prophète-
Roi, se considérant dans le crime, se considère comme dans l'enfer, à
cause de cette effroyable séparation : « Je suis, dit-il, compté parmi
ceux qui descendent dans le cachot ; » et après : « Us m'ont mis dans
a
le lac inférieur, dans les ténèbres et d a n l'ombre de la mort. » Et de
là vient qu'il s'écrie dans sa pénitence : * Seigneur, je crie à vous des
lieux profonds ; » et rendant grâces de sa délivrance : « Vous avez,
dit-il, retiré mon âme de l'enfer inférieur. » C'est que ce saint homme
avait bien conçu que le péché est un abîme et une prison, un gouffre,
un cachot, un enfer. ( B O S S U E T , Serm. sur la gloire de Dieu.) — Etat
funeste, mais trop commun, dans lequel, ayant été blessé à mort par
le péché, on dort paisiblement dans les sépulcres de ses mauvaises
habitudes. — C'est bien alors que Dieu ne se souvient plus de co
pécheur, qu'il le rejette de sa main, qu'il le comble même d'une
malheureuse prospérité, el qu'il lui dit ces paroles redoutables : «J'ai
juré de ne me mettre plus on colère contre vous. » ( D U G U E T . ) —
PSAUME LXXXVII. 285
Les morts, à les regarder comme morts, dorment dans le sépulcre :
« Le Seigneur ne s'en souvient plus, et ils ne sont plus sous sa main.o
Mais il n'en est pa3 ainsi des âmes saintes, des âmes des amis de
Dieu ; car, s'ils sont morts à l'égard des hommes, « ils sont vivants
pour Dieu, ils sont vivants sous ses yeux et devant lui ; » et encore :
i Ils sont vivants pour lui. » S'ils ont perdu le rapport qu'ils avaient
à leurs corps, et aux autres hommes, ils avaient un autre rapport à
Dieu, qui les a faits à son image et pour en être loué. Ce rapport
ne se perd pas ; car, si le corps se dissout et n'est plus animé de l'âme,
Dieu, pour qui l'âme a été faite et qui porte son empreinte, demeure
toujours. ( B O S S U E T , Méd.. D. Sem., X L I ° j . ) — L'affliction, fosse p r o -
fonde et remplie de ténèbres et d'obscurité. — L a colère du Seigneur,
dans le langage figuré de l'Ecriture, est un feu dévorant et tout à la fois
une mer en courroux. C'est dans l'enfer que ce feu et cette mer d é -
ploient toute leur puissance, et il n'y a point de ressource contre ce
jugement sans miséricorde. Il n'en est pas de môme sur la terre :
« Dieu, dit saint Augustin, jette dans la fournaise de la tribulation,
non pour briser le vase, mais pour le former.» Il nous inonde des flots
de la tribulation, non pour nous submerger, mais pour nous purifier.
( B E R T H I E R . ) — Tous les genres d'affliction sont énoncés dans ces ver-
II. — 9-17.
f. 9 - 1 2 . Ces paroles : « Est-ce pour les morts que vous ferez des mi-
racles ? » s'appliquent à ceux qui étaient tellement morts dans leur
cœur que les miracles du Christ n'ont pu les rappeler à la vie. Aussi
le Prophète ne dit pas que les miracles n'ont point été faits pour eux,
en ce sens qu'ils ne les aient pas vus, mais qu'ils n'en ont pas profité.
(S. A U G . ) — Cependant, c'est à l'égard de ces morts spirituels qui ont
perdu la vie de la grâce que Dieu fait ses plus grands miracles '. il
emploie ses médecins, les pasteurs, les confesseurs, les prédicateurs,
pour les ressusciter. Mais ces grands médecins ne peuvent ressusciter
et guérir ces morts par leur propre vertu ; si excellents que soient les
prédicateurs de la parole, quelques miracles qu'ils opèrent pour insi-
nuer la vérité, de quelque manière qu'ils traitent les hommes comme
de grands médecins, si ces hommes sont morts, la grâce de Dieu peut
seule les rappeler à la vie, pour qu'ils puissent recevoir de quelqu'un
de ses ministres les leçons du salut. (S. A U G . ) — « Gonnaîtra-t-on vos
merveilles dans les ténèbres et votre justice dans la terre de l'oubli?•
Les ténèbres signifient la môme chose que la terre de l'oubli; car les
infidèles sont désignés sous le nom de ténèbres, ce qui fait dire à l'Apô-
tre : « Vous étiez ténèbres autrefois.» ( E P H E S . , V, 8.) De même, la terre
de l'oubli, c'est l'homme qui a oublié Dieu; car l'âme infidèle peut
s'enfoncer dans des ténèbres si obscures, que d'en venir à cette folio
de dire en elle-même : « Il n'y a pas de Dieu. » (Ps. x m , 1.) Voici
donc comme il faut établir la suite et la liaison des idées : « J'ai crié
vers vous, Seigneur, » au milieu de mes souffrances ; « tout le jour,
j ' a i tendu la main vers vous, » c'est-à-dire je n'ai pas cessé de pro-
duire mes œuvres pour vous glorifier. Pourquoi donc les impies
sévissent-ils contre moi, sinon parce que vous ne ferez point de mira-
cles pour les morts? c'est-à-dire les miracles n'appelleront pas à la
foi et les médecins ne ressusciteront pas, pour vous glorifier, ceux
qui n'éprouveront pas la secrète action de votre grâce, et qui no
seront point attirés par elle à la foi ; parce que nul ne peut venir à
moi, si vous ne l'attirez. Qui annoncera, en effet, votre miséricordo
PSAUME LXXXVII. 287
dans le tombeau, c'est-à-dire dans l'âme des morts, qui est comme
ensevelie sous le poids du corps ? qui annoncera votre vérité là où on
a péri, c'est-à-dire dans celte mort qui ne peut ni croire ni sentir la
miséricorde ni la vérité? En effet, vos merveilles et votre justice
seront-elles connues dans les ténèbres de cette mort, c'est-à-dire de
. l'homme qui a perdu, en vous oubliant, la lumière de la vie ? (S. A U G . )
Toute la vie doit être consacrée au service de Dieu. Concluons de là
que tous ceux qui abusent de la vie pour outrager le Seigneur sont
déjà morts. « Que je vois de morts marcher encore, disait saint Au-
gustin l ils paraissent vivre, parce qu'ils conversent avec les hommes ;
mais ils sont morts, parce que Dieu, qui est la vie, s'est séparé de
leur âme. » ( B E R T U I E R . ) — L'occupation des hommes sur la terre doit
être de penser à la miséricorde, à la vérité, aux merveilles ot à l a j u s -
tice de Dieu. — Il suffirait aux hommes fascinés par les fausses jouis-
sances du monde, de penser quelquefois « à la terre d'oubli, » dont
parle le Prophète, pour trouver ridicules les désirs qui agitent leur
âme. Il arrive à tous les mondains d'être oubliés après leur mort, et
quand on se souviendrait d'eux, môme pour vanter leurs qualités n a -
turelles ou leurs grandes actions, quelle satisfaction cela peut-il leur
donner? — Dormez votre sommeil, riches de la terre, et demeurez
dans votre poussière. Ah l si quelques générations, que dis-je ? si
quelques années après votre mort, vous reveniez, hommes oubliés, au
milieu du monde, vous vous hâteriez de rentrer dans vos tombeaux,
pour ne pas voir votre nom terni, votre mémoire abolie, et votre pré-
voyance trompée dans vos amis, dans vos créatures, et plus encore
dans vos héritiers et dans vos enfants ? ( B O S S U E T , Or. fun. de M. Le
Tel.) — L'homme juste qui meurt doit compter aussi sur l'oubli do
ceux qu'il laisse encore sur la t e r r e , mais il va dans une région où
il ne sera pas oublié. ( B E R T H I E B . )
jfr. 13, 14. Quand Dieu, dit saint Augustin, paraît rejeter la prière
des saints, c'est comme un vent qui repousse la flamme et qui allume
le feu de plus en plus : c'est que les rigueurs apparentes de Dieu en-
gagent l'âme fidèle à faire de nouveaux cflorts pour se rapprocher do
lui, pour parvenir à goûter les douceurs de sa divine présence. Il n'y
a que les cœurs touchés de la beauté de Dieu qui disent, comme le Pro-
phète : Ah l Seigneur, pourquoi détournez-vous vos regards, pourquoi
rejetez-vous ma prière ? Les âmes qui sont livrées au péché ou à l a
tiédeur sont insensibles à l'éloignement de Dieu, et quelle misère, s'é-
criait encore saint Augustin, d'être loin de Celui qui est partout. Mais
288 PSAUME LXXXVII.
PSAUME LXXXVUI.
Sommaire a n a l y t i q u e .
1° Il s'adresse au Père éternel, qui a revêtu son Fils de cette gloire in-
comparable, et dont les cieux louent les merveilles et la vérité (5) ;
(1J Le sens littéral est ; « Ils Youa ont reproché 4'avoir changé vos promesses
relativement h l'avènement du Christ, » ou bien lo changement survenu dans son
étal, l'état <riiumiliatioit où il est réiltiil..
294 PSAUME LXXXVIII.
2° Il proclame l'excellence du Messie : a) il brille d'un éclat incomparable
au milieu des anges et des saints (6) ; 6) il est redoutable dans ses juge-
ments, au-dessus do tous ceux qui l'environnent (7); c) c'est le Seigneur
très-puissant et le juste dispensateur des châtiments et des récompenses (8) ;
3° Il fait voir la puissance donnée à Jésus-Christ sur tout l'univers, a) sur
la mer dont il dompte les flots et apaise la colère (9,10); 6) dans les cieux
et sur toutes les parties de la terre (11, 13);
4° Il prie le Christ assis sur son trône, a) il lui demande de déployer sa
puissance pour la défense des bons et lo châtiment des méchants (14) ;
6) il décrit les vertus qui sont l'appui de son trône (14) ; c) il excite le peuple,
objet de la miséricorde divine, à la louange de Dieu ;
5° II ônumère les avantages dont le Messie est la source pour les hommes,
soit dans cette vie, soit dans l'autre: a) la lumière dans l'intelligence (15) ;
6) la joie dans la volonté; c) leur élévation à l'ombre de la justice de
Dieu (16) ; d) il donne la raison de ces grâces et de ces faveurs: Dieu est
l'honneur de leur puissance, et c'est à sa bonté qu'est due cette éléva-
tion (17, 18).
III. — LE PROPHÈTE INTRODUIT DIEU LUI-MÊME, DÉCRIVANT LA PUISSANCE ET LA
Explioations e t Considérations.
I. — 1 - 4 .
II. — 5-8.
voyez où elles sont célébrées : « Dans l'Eglise des saints. • Il n'est donc
pas douteux que par les cieux, il ne faille comprendre les prédicateurs
de la parole de vérité. Que l'Eglise recueille donc la rosée des cieux;
que les cieux fassent tomber sur la terre altérée une pluie bienfai-
sante, et que la terre, recevant cette pluie, produise les germes pré-
cieux des bonnes œuvres. (S. A U G . ) — Or, que prêchent les cieux
dans l'Eglise des saints? Qui sera parmi les nuées semblable au
Seigneur?... Les prédicateurs sont à la fois des cieux et des nuées :
des cieux, à cause de l'éclat de la vérité ; des nuées, à cause des obscu-
rité? de la chair ; ils viennent et ils passent. C'est dans l'Eglise ou
PSAUME LXXXVIII. 297
l'assemblée des saints que se trouve la vérité. La vérité de la foi est
exclusivement dans l'Eglise qui, selon l'expression de l'Apôtre, est la
colonne et le fondement de la vérité. (I T I M . I I I , 1 5 ) . — Or, personne
n'est semblable au Fils de Dieu, môme parmi les enfants de Dieu ; il
est unique, nous sommes plusieurs; il est un, nous sommes en lui; il
est engendré, nous sommes adoptés; il est p a r nature le Fils engen-
dré de toute éternité, nous avons été faits (ils de Dieu dans le temps
par grâce ; il est sans aucun péché , nous avons été délivrés du pêche
par lui. (S. AUG.).
III. — 1 9 - 3 7 .
pour père, parce qu'il ne vous épargne pas quand vous péchez ; dans
ce cas, c'est vous qui vous êtes rendu étranger à l'héritage, ce n'est
pas Dieu qui vous a châtié ; car, si vous étiez resté sous le châtiment,
vous seriez resté dans vos droits à l'héritage : « Je ne retirerai p a s
o
IV. 38-52.
PSAUME LXXXIX.
Oratio Moysi hominis Dei. Prière de Moïse, l'homme de Dieu.
1. Domine refugium factus es 1. Seigneur, vous êtes devenu notre
nobis, a generatione in generatio- refuge do génération en génération (1).
nem.
2. Priusquam montes fièrent, 2. Avant que les montagnes eussent
aut formaretus terra et orbis : a été faites, ou que la terre et l'univers
sseculo et usque in saeculum tu es fussent formés, vous êtes Dieu de
Deus. toute éternité, et vous le serez dans tous
les siècles.
3. Ne avertas hominem in humi- 3. Ne réduisez pas l'homme au dernier
litatem : et dixisti : Convertimini, abaissement, car vous avez dit : Conver-
filii hominum. tissez-vous , o enfants des hommes !
4. Quoniam mille anni ante ocu- 4. Caràvos yeux milleanssont comme
los tuos, tanquam dies hosterna, lo jour d'hier qui s'est écoulé, (2)
quœ prœteriit.
Et custodia in nocte, et comme une veille de la nuit
5. quse pro nihilo habentur, eo- 5. qui no comptent pour rien ; ainsi
rum anni erunt. seront leurs années.
6. Mane sicut herba transeat, 6. Le matin, l'homme passe comme
mane floreat, et transeat : vespere l'herbe ; le matin, il ileuiït et passe ; le
décidât, induret, et arescat. soir, il tombe, se fane et se dessèche.
7. Quia defecimus in ira tua, et 7. Car nous sommes consumés par
in furore tuo turbati sumus. votre colère, et votre fureur nous a jetés
dans le trouble.
8. Posuisti iniquitates nostras 8. Vous avez mis nos iniquités sous
in conspectu tuo, saeculum nos- vos yeux et le temps de notre vie devant
trum in illuminatione vultus tui. la lumière de votre visage.
9. Quoniam omnes dies nostri 0. Aussi tous nos jours se sont éva-
dcfecorunt : ot in ira tua dcloci- nouis, et nous avons été consumés nous-
mus. mêmes au souille de votre colère.
(1) Plusieurs interprètes ont attribué ce Psaume à Moïse, parce qu'il en porte
le nom ; mais saint Augustin et, après lui, un grand nombre de c o m m e n t a t e u r s ,
, rejettent ce sentiment pour des raisons tirées de la durée assignée a la vie hu-
maine dans le verset 10, et pensent que le nom de Moïso a été donné à ce Psaume
pour lui donner plus d'autorité. — Ce Psaume doit au n o m de Moïse qu'il porte
la place qu'il occupe au bréviaire, à l'office de Laudes du j e u d i , où il a été r a p -
proché du cantique de Moïse après le passage de la m e r llouge, qui eut lieu, dit-on,
le jeudi.
(2) D'après le texte hébreu, le Psalmiste oppose ù f éternité do Dieu la brièveté
de la vie des h o m m e s . Vous ôbis, lui dit-il, immortel et immuable \ l'homme passa
BOUS vos yeux ; vous r a m e n e z à l'état le plus h u m b l e , au brisement, a la mort,
ctvous dites : Arrivez, revenez, fds d'Adam, h la poussière dont vous avez été
tirés. (Gwr. m, 19).
308 PSAUME LXXXJX.
Anni nostri sicut aranea mcdi- Nos années se sont épuisées en de vains
tabuntur : travaux comme ceux de l'araignée ;
10. dies annorum nostrorum in 10. les jours de nos années sont en
ipsis, septuaginta anni. elles-mêmes de soixante et dix ans ;
Si autem in potentatibus, octo- Dans les plus forts, elles vont jusqu'à
ginta anni : et amplius eorum, quatre-vingts ans, le surplus n'est que
labor et dolor. peine et douleur.
Quoniam supervenit mansue- Cependant survient votre douceur et
tudo : et corripiemur. nous sommes repris. Eccli. xvm, 8 (1).
H . Quis novit potestatem ir*e i l. Qui peut connaître la grandeur de
tuœ : et prae timoré tuo iram tuam votre colère, qui peut, après la terreur
qu'elle inspire, en mesurer l'étendue?
12. dinumerare?
Dexteram tuam sic notam fac : 12. Faites ainsi éclater la puissance de
et eruditos corde in sapientia. votre droite, et ceux qui sont instruits
de cœur dans la sagesse (2).
13. Convertere, Domine, usque- 13. Tournez-vous vers nous, Seigneur;
quo? et deprecabilis esto super jusques à quand...? Laissez-vous fléchir
servos tuos. en faveur de vos serviteurs.
14. Repleti sumus mane miseri- 14. Nous avons ôté comblés de votre
cordia tua : et exultavimus, et miséricorde dès Je matin; nous avons
delectati sumus omnibus diebus tressailli de joie, et nous avons été rem-
nostris. plis de consolation tous les jours de
notre vie.
15. Lœtati sumus pro diebus, 15. Nous nous sommes réjouis pour
quibus nos humiliasti; annis, qui- les jours où vous nous avez humiliés, et
bus vidimus mala. pour les années où nous avons vu l'in-
fortune.
16. Respice in servos tuos, et 16. Jetez un regard favorable sur vos
in opéra tua; et dirige filios eo- serviteurs et sur vos œuvre» ; et dirigez
rum. leurs enfants.
17. Et sit splendor Domini Dei 17. Que la splendeur du Seigneur no-
nostri super nos, et opéra manuum tre Dieu repose sur nous; dirigez d'en
nostrarum dirige super nos : et haut les œuvres de nos mains, et que les
opus manuum nostrarum dirige. travaux de nos mains soient conduits
par vous-même.
Sommaire analytique.
Explications et Considérations.
1.-1,2.
II. — 3 - 9 .
avez appelé nos œuvres à comparaître devant votre justice, vous avez
placé notre siècle dans l'éclair illuminant de votre visage. Regardés à
la lumière de ce flambeau, tous nos jours n'ont été qu'une suite de
défaillances, et nous aurons beaucoup médité pour remplir nos années
d'un labeur qui ne nous aura pas profité, véritable travail d'araignée.
— Réflexion tardive que feront à la mort tous ceux qui, pendant une
longue vie, auront joui de la plus grande prospérité. Us diront alors,
en se voyant dépouillés de leurs biens : Hélas ! tous nos jours se sont
consumés, évanouis, et nous nous trouvons consumés nous-mêmes. En-
visager le cours si précipité d'une vie qui tend à la mort à tous mo-
ments, ne point attacher son cœur à une chose qui passe si prompte-
tement. (DUGUET.) Pourquoi nous attrister sur la rapidité des destins
de l'homme ? La vie est courte 1 Eh 1 qu'importe 1 quel besoin avez-
vous de rester longtemps sur la t e r r e ? Le ciel est aux bonnes œuvres,
et non pas aux longues œuvres. Craignez de vivre mal, ne craignez
pas de vivre peu. Vous êtes ici pour travailler : si vous travaillez bien,
avez-vous peur de recevoir trop tôt la récompense? Au contraire,
souhaitez-la : Dieu permet que vous la souhaitiez; ce qu'il permet est
juste et sage. Si vous travaillez mal, de quoi se plaint votre cœur,
plus vertueux que vos œuvres? Convertissez-vous et désirez de mourir
aussitôt, afin de ne point retomber dans le péché. « Celui-là qui veut
vivre afin d'atteindre la perfection, disait un saint docteur, qu'il d é -
sire de mourir, et il est parfait. » Mais ne croyez pas la vie si courte :
Vous laissez longtemps après vous le bien ou le mal dont vous avez
rempli vos jours. N'avez-vous gâté qu'un cœur, combien en gâtera-
1—il d'autres ! N'avez-vous préservé qu'une â m e , combien d'âmes
ne préservera-t-elle p a s ? (L. V., Rome et Lorctte, n , 5 8 . )
fi. 10, 11. Rien de plus inquiet que l'araignée, et rien de plus fragile
que son travail : elle se consume à tendre des filets qui sont détruits
en un moment. — Nos jours se filent dans de vains travaux sembla-
bles à ces toiles que l'araignée produit de sa substance et qui l'épui-
sent. Il y a beaucoup d'art dans le travail de cet insecte, il semblerait
qu'il réfléchit pour former un tissu si fin et si bien ordonné. C'est pour
cela que le Psalmiste se sert du terme de méditer. Que faisons-nous
durant toute notre vie? des réflexions pour dresser des ouvrages aussi
frivoles que les toiles légères de l'araignée, pour entreprendre de
grands travaux qui se terminent à prendre des mouches, pour former
des trames et tendre des fitets où nous sommes nous-mêmes envelop-
pés, et qui se rompent aussi facilement que nous les avons tissés avec
314 PSAUME LXXXIX.
peine. (BERTHTER, DUGUET). — Quel est l'homme dont la vie ne se con-
sume en projets vains, en vaines méditations! On se fait des rêves qui
ne se réalisent p a s ; on forme des désirs que rien n'opère et ne satis-
fait jamais ; on poursuit des biens périssables, on s'agite, on se presse,
on se tourmente. Et que revient-il à l'homme de tout ce travail ? de-
mande l'Ecclésiaste. (I. 3 ) . Les années de l'homme se passent à méditer
d'inutiles pensées; elles méditent, nous dit le Roi-Prophète, comme
l'araignée qui file sa toile. Chaque année qui s'écoule est une toile
nouvelle qu'on tisse et qui se déchire. Les mouches frivoles qui se
prennent à nos pièges ont-elles valu nos rudes labeurs?... Ainsi nos
années se succèdent rapidement et nous entraînent avec elles; elles
usent peu à peu notre vie. « Que revient-il à l'homme de son travail?»
Hélas 1 il s'épuise lui-même en travaillant Tous les soins qui l'occu-
pent le dévorent. Chaque nouveau mécompte pour son cœur ajoute
une ride nouvelle à son front. Semblable à l'araignée, il tire de lui-
même les fils éphémères de ses œuvres et, comme elle, il se dessèche,
en étendant sa toile. Toutefois, hâtons-nous de le redire, ce sont les
pécheurs surtout qui se lassent en des peines superflues, car c'est à
eux que s'applique la parole de David : « En s'éloignant de Dieu, ils
se sont rendus inutiles. » (Ps. XXXVIII). Et aussi est-ce l'âme des pé-
cheurs que le même Prophète a en vue dans ce verset du Psaume :
« Seigneur, vous avez puni l'homme à cause de ses iniquités; vous
avez fait dessécher son âme comme l'araignée. » (Ps. XXXVIII, 13),
(Mgr. DE L A BOUILLERIE , Symb. H , p . 4 4 4 , etc.). — Le Prophète
avait considéré l'éternité de Dieu et il y oppose la durée si. courte de
notre vie, qui est de soixante-dix, ou, tout au plus, de quatre-vingts
ans, encore près de la moitié du genre humain périt-elle avant d'at-
teindre la jeunesse, et il n'y a pas la dixième partie des hommes faits
qui parviennent à soixante-dix ans. (BERTUIER).
III. — 11-17.
donc pour nous, au matin des travaux et des douleurs de cette nuit,
comme un flambeau allumé dans un lieu obscur, jusqu'à ce que le
j o u r luise et que l'étoile du matin se lèvo dans nos cœurs. (II PIER. I,
19). — Jusqu'à ce que cette promesse s'accomplisse, aucun bien ne
nous suffît et ne doit nous suffire, de peur que notre désir ne reste en
chemin, tandis qu'il doit s'étendre jusqu'à ce qu'il soit satisfait...
« Nous sommes dans la joie pour toute la durée de nos jours. » Ce
j o u r est le j o u r qui n'a pas de fin. Tous les jours sont rassemblés en
un seul; c'est pourquoi nous serons alors rassasiés; car il n'y aura
point de j o u r faisant place à d'autres jours là où il n'y a rien qui ne
soit pas encore pour n'être point encore venu, et qui ne soit plus
pour être déjà venu. Tous les jours sont réunis ensemble, parce qu'il
n'y a qu'un j o u r qui demeure et ne passe point, et ce jour c'est l'éter-
nité. (S. AUG.). — Se réjouir ici-bas à proportion de ses souffrances,
puisque les joies du ciel leur seront proportionnées. Voyez les radieux
visages de celte foule de saints dont les rangs pressés entourent le
trône du Très-Haut, rassasiez vos âmes par la contemplation de leur
grave et intellectuelle b e a u t é ; admirez ces fiers regards où se peint
leur pureté sans tache, et la calme intensité de leur amour tout céleste.
E h bien I pour la plupart d'entre eux, c'est la douleur qui les a con-
duits à travers la tempête jusqu'à ces heureux rivages; la douleur qui
a façonné les couronnes dont leurs têtes sont ornées; la douleur pro-
fonde, aiguë et prolongée qui leur a fait contempler sans voiles
l'éclatante et éternelle majesté de Dieu. (FABER, Le Créât, et l
créât., p. 217). — N'est-il pas vrai que, pour beaucoup d'entre nous,
p a r la miséricorde de Dieu, les plus grandes douceurs que nous ayons
goûtées dans notre vie sont nées de ces grandes contradictions? et en
consultant le fond de notre âme, nous pouvons dire avec le Psalmiste:
« Il ne nous est resté qu'un sentiment de joie au souvenir des jours
où nous avons été humiliés, et des années où nous avons rencontré
les maux. »
f. 16, 17. « Jetez un regard sur vos serviteurs. » lo Le regard do
Dieu est souverainement désirable, comme étant pour nous la source
de la vie et de tout bien : « La grâce et la miséricorde du Seigneur
reposent sur ses saints, et son regard sur ses élus. » (SAG. IV, 15). —
2° Nous avons besoin de Dieu pour guide dans la voie du ciel : « Et di-
rigez leurs enfants. » — 3° Nous avons besoin dans celte voie de la
lumière divine: « Et que la lumière du Seigneur se répande sur nous. •
—-4° L'homme doit agir, mais diriger toutes ses œuvres vers Dieu •
PSAUME XG. 317
PSAUME XC.
Laus cantici David. Cantique de louanges, de David.
1. Qui habitat in adjutorio Altis- 1. Celui qui demeure dans le secours
simi, in protectione Dei cœli du Très-Haut reposera sans trouble sous
commorabitur. la protection du Dieu du ciel.
2. Dicet Domino : Susceptor 2. Il dira au Seigneur : Vous êtes mon
meus es tu, et refugium meum : soutien et mon refuge; il est mon Dieu,
Deus meus sperabo in eum. et j'espérerai en lui ;
1
3. Quoniam ipso liberavit me do 3. parce qu'il m'a délivré lui-même du
laqueo venantium, et a verbo as- filet des chasseurs, et de la parole àpro
pero. et fâcheuse.
4. Scapulis suis obumbrabit tibi : 4. 11 vous mettra à l'ombre sous ses
et sub pennis ejus sperabis. épaules; et vous espérerez sous ses ailes,
5. Scuto circumdabit te veritas 5. Sa vérité vous environnera d'un
ejus : non timebis a timoré noc- bouclier; vous ne craindrez point les
turno, alarmes de la nuit,
6. A sagitta volante in die, a 6. ni la ilèchc qui vole durant le jour,
negotio pcrambulanto in tenebris, ni lo mal qui se glisse dans los ténèbres,
abmeursu, ctdrcmonio meridiano. ni los attaquos du démon du midi.
7. Cadent a latere tuo mille, et 7. Mille tomberont à votre côté, et dix
deeem millia a dextris tuis : ad to mille à votro droite; mais le mal n'ap-
autem non appropinquabit. prochera point de vous.
8. Verumtamen oculis tuis con- 8. Et même vous contemplerez de vos
siderabis : et retributionem pec- yeux, et vous verrez le châtiment des
catorum videbis. pécheurs,
9. Quoniam tu es, Domine, spes 0. parce quo vous avez dit : Seigneur,
mea : Altissimum posuisti refu- vous êtes mon espérance. Vous avez
gium tuum. choisi lo Très-Haut pour votro refuge;
40. Non aeeedet ad te malum : 10. le mal neviendra point jusqu'àvous,
et flagellum non appropinquabit et los iléaux n'approcheront point do,
tabernaculo tuo. votro tente,
318 PSAUME XG.
1 i. Quoniam angelis suis man- 11. car il a commandé à ses anges de
da vit de te : ut custodiarft te in vous garder dans toutes vos voies.
omnibus viis tuis.
12. In manibus portabunt te : 12. Ils vous porteront dans leurs mains,
ne forte offendas ad lapidem pe- de peur que vous ne heurtiez votre pied
dem tuum. contre la pierre.
13. Super aspidem et basiliscum 13. Vous marcherez sur l'aspic et sur
ambulabis : et conculcabis leonem le basilic ; et vous foulerez aux pieds le
et draconem. lion et le dragon.
14. Quoniam in me speravit, 14. Parce qu'il a espéré en moi, je le
liberabo eum : protegam eum, délivrerai;je serai son protecteur, parce
quoniam cognovit nomen meum. qu'il a connu mon nom.
lo. Clamabit ad me, et eço 15. Il criera vers moi, et je l'exauce-
exaudiam eum : cum ipso sum m rai. Je suis avec lui dans l'affliction; je
tribulatione : eripiam eum, et glo- le sauverai et lo couvrirai de gloire.
rifîcabo eum.
16. Longitudine dierum replebo 16. Je le comblerai de jours, et je lui
cum : et ostendam iJli salutare ferai voir le salut que je lui destine.
meum.
Sommaire analytique.
(1) Ce Psaume parait être un dialogue h deux voix, avec une troisième au nom
de Dieu, sans le c h œ u r . Les trois premiers versets sont dits par la première voix,
les versets 5-8 par le chœur, et le verset 9 par u n e deuxième voix ; les versets
9-13 par le chœur, et les versets 14-16 par une troisième v o i x , au n o m de Dieu.
— Ce Psaume é n u m è r e , avec uue grande poésie de détail, et sous de riches mé-
taphores , tous les avantages attachés aux lieux d'asile, et surtout à cet asile
placé dans un lieu élevé et qui n'est autre que le Très-Haut. Ce Psaume est pleiu
de mélancolie et d'attrait m y s t é r i e u x , lorsqu'il est récité ou chanté le soir, sous
les ombres grandissantes qui t o m b e n t des voûtes de nos vieilles basiliques sur
l'assemblée recueillie des fidèles, qu'il encourage à l'intrépidité dans la vie et an
r e p o s de la force, par la confiance eu Dieu. (CLAUDE, Les Psaumes, etc.)
PSAUME XG. 319
Explications et Considérations,
ï. — 1-3.
la crainte qu'on ne les entende, mais qui lancent leurs flèches dans
le secret contre l'âme innocente et sans défiance. Ce sont les princes
des ténèbres, versés dans toutes les ruses du démon, et ce qu'est le
faible animal devant le chasseur adroit, l'homme le plus fin et le plus
habile l'est devant eux, à moins qu'il ne soit de ceux qui, comme dit
l'Apôtre, connaissent les pensées de Satan et à qui la sagesse de Dieu
a donné de pouvoir découvrir ses desseins artificieux et funestes.
(S. BERN.) — Le démon et ses anges tendent leurs pièges, et les
hommes qui marchent dans le Christ marchent loin de ces pièges. En
effet, le démon n'ose tendre ses pièges dans la voie qui est le Christ ;
il les pose autour de la voie, mais non sur la voie même. Que le
Christ soit toujours votre voie, et vous ne tomberez point dans les
pièges du démon. Mais celui qui erre hors de cette voie rencontre le
piège : à droite et à gauche, le démon tend ses filets, à droite et à
gauche, il place ses pièges ; vous marchez au milieu des embûches.
(S. AUG.) — De môme qu'au milieu des païens, celui qui est chrétien
est en butte aux paroles injurieuses des païens, ainsi, au milieu des
chrétiens, ceux qui veulent être plus vigilants et meilleurs que les
autres sont en butte aux insultes des chrétiens e u x - m ê m e s . . . Dans
toutes les villes, il y a nombre de mauvais chrétiens vivant dans le dé-
sordre, et celui qui veut bien vivre au milieu d'eux, celui qui veut
être sobre au milieu d'hommes intempérants, qui veut rester chaste
au milieu d'hommes débauchés, qui veut adorer Dieu purement au
milieu d'hommes qui consultent des astrologues et ne rien demander
à leurs vains calculs; enfin, celui qui veut n'aller qu'à l'église, au mi-
lieu d'hommes amis des spectacles frivoles du théâtre, celui-là est
exposé aux insultes des chrétiens eux-mêmes, qui l'accablent de pa-
roles injurieuses et qui le raillent en disant : Quant à vous, vous êtes
un grand homme, vous êtes un saint ; ils l'insultent, et de quelque
côté qu'il se tourne, à droite et à gauche, il entend des paroles outra-
geantes. S'il s'en effraye, ou s'écarle de la voie du Christ, il tombo
dans les filets des chasseurs. (S. AUG.) — Quelle est cette parole dure,
si ce n'est ce cri de l'insatiable enfer : apportez, apportez, frappez,
déchirez, mettez à m o r t , hâtez-vous de partager les dépouilles?
Quelle est cette parole dure, si ce n'est celle-ci : « Que l'impie soit
enlevé pour ne pas voir la gloire de Dieu ? » (ISAI. XXVI, 10.) De même
que les chasseurs triomphent de joie lorsque, la bêle étant prise, ils
crient : Enlevez-la, enfoncez les broches, placez-la sur le brasier,
dépecez-la et jetez-la dans la chaudière bouillante, ce fut une parole
PSAUME XG. 323
dure que celle du peuple juif lorsqu'il s'écria : i Enlevez-le, enlevez-
le, crucifiez-le. » (JEAN, XIX, 1 5 . ) Vous avez supporté cette parole
dure, Seigneur; pourquoi? si ce n'est pour nous délivrer d'une parole
s e m b l a b l e . . . Les hommes du monde, lorsque nous leur conseillons de
faire pénitence, nous répondent aussi comme les Juifs à Notre-Sci-
gneur : « Cette parole est dure. » (JEAN, VI, 6 1 . ) Quoi, c'est une chose
dure que « ces afflictions si courtes et si légères de la vie présente,
qui produiront pour nous le poids éternel d'une incomparable gloire ? »
(II COR. IV, 1 7 . ) Il vous paraît dur de racheter par un travail si court
et si léger ces souffrances et ces tortures qu'aucune limite ne v i e n -
dra terminer, qu'aucun esprit ne peut concevoir ? il vous paraît d u r
d'entendre cette parole : « Faites pénitence? » Vous êtes dans l'erreur.
Vous entendrez un jour une parole vraiment dure et redoutable :
« Allez, maudits, au feu éternel. » (MATTII. xxv, 41.) Voilà la parole
qu'il faut craindre, la seule parole qui doit vous paraître dure, et
vous trouverez alors que le joug du Seigneur est doux et son fardeau
léger. ( S . B E R N . )
II. — 4-8.
III. — 11-16.
Quelles sont ces voies ? celles dans lesquelles vous marchez en évi-
tant le mal et en fuyant la colère à venir. Il y a bien des voies, il en
est de toutes sortes, ce qui crée un danger des plus grands p o u r le
voyageur. Qu'il est facile, dans cet entrecroisement de routes multi-
pliées, d'en prendre une qui nous égare, si nous manquons de discer-
nement dans la voie que nous choisissons ; car Dieu n'a pas commandé
à ses Anges de nous garder dans toutes les voies, mais dans toutes nos
Voies. Il est des voies dont il faut nous garder, voies semées d'écucils,
bordées de précipices,voies bien différentes de celles où nous avons besoin
d'être gardés. (S. BERN.) — Une fois fortifiés, les Anges nous indiquent
clairement le chemin. Ils nous aident au milieu des difficultés de la route;
ils combattent pour nous si l'ennemi vient à nous attaquer. — 3 °
Amour avec lequel les Anges remplissent cette mission ; ils nous por-
tent dans leurs mains : figure empruntée à la nourrice, à la mère qui
portent leurs enfants dans leurs bras. Les mains des Anges sont l'in-
telligence et la volonté. — Nos pieds sont les affections de notre
âme, et les deux principales affections sont l'amour et la crainte.
Toute action, toute parole, tout désir de l'homme vers un objet quel-
conque sont l'effet de l'amour ou de la crainte, l'amour d'un bien
que nous voulons acquérir ou la crainte d'un mal que nous a p p r é -
hendons de souffrir; et nous heurtons notre pied contre la pierre,
lorsqu'à l'occasion d'un bien temporel que nous désirons acquérir,
ou que nous craignons de perdre, nous tombons dans le péché.
(S. AUG.) — Saints Anges, tous tant que vous êtes, « qui voyez la face
de Dieu, » et à qui il a commandé de nous garder dans toutes nos
voies, développez sur notre faiblesse les secours de toutes les sortes
que Dieu vous a mis en main pour le salut de ses élus, pour lesquels
il a daigné vous établir des esprits administrateurs. (BOSSUET, Elév.
iv, S. m , E.) — O Anges du ciel, j e vis au milieu du monde, où les
scandales m'entourent ; veillez sur moi et gardez-moi, c'est lo Sei-
gneur lui-même qui l'ordonne. Vous dont les yeux contemplent la
face du Très-Haut, abaissez cependant vos regards jusqu'à mes pieds,
et, en même temps que vous soutenez le monde que Dieu a lancé dans
l'espace, portez-moi entre vos mains, pour que mes pieds ne se heur-
tent jamais à la pierre du scandale. — Le démon, le premier et le
plus dangereux ennemi du genre humain, figuré sous les noms d'aspic,
de basilic, de lion et de dragon, suivant les différentes manières dont
il cherche à nous attaquer. Ces animaux représentent aussi quatre
vices principaux : l'aspic, les suggestions secrètes des esprits im-
328 PSAUME XC.
mondes (S. GRÊG.) ; le basilic, la vaine gloire ou l'envie (S. BERN.) ; le
lion, l'orgueil, et le dragon, la colère.
fi. J ï-lG. La vraie connaissance de Dieu est celle qui est jointe à
l'espérance et à l'amour. Connaître Dieu autrement, c'est le connaître
d'une manière stérile. — Ne craignez pas, lorsque vous êtes dans l'af-
l
fliction, que Dieu, pour ainsi dire, ne soit pas avec vous : que la fo
soit avec vous, et Dieu est avec vous dans vos tribulations. La mer
soulève ses flots, et vous êtes balloté dans votre barque, parce que le
Christ est endormi. Si votre foi dort dans votre cœur, c'est comme si
le Christ, qui habite en vous par la foi, dormait dans votre navire.
Lorsque vous commencez à ressentir quelque agitation, réveillez le
Christ qui dort ! excitez votre foi, et vous sentirez qu'il ne vous aban-
donnera pas. (S. AUG.) — Tout l'Evangile n'est, en quelque sorte, que
le commentaire de cette belle parole du Prophète : « Je suis avec
lui dans la tribulation. » Dieu a toujours été avec les justes dans la
tribulation, mais cette vérité a reçu une application bien plus sensi-
ble et plus générale depuis que le Verbe de Dieu a daigné se faire
semblable à nous et passer lui-même par toutes les tribulations. —
« Je le sauverai et le glorifierai. » A qui ne suffirait-il pas d'être glo-
rifié par Celui dont les œuvres sont parfaites? car une si grande
immensité ne peut glorifier ses élus que d'une manière immense. La
glorification doit être nécesssairement grande, en descendant d'une
gloire aussi magnifique. (11 PIER. I, 1 7 . ) La gloire du monde est trom-
peuse, son éclat est vain, les jours de l'homme sont courts. Le sage
ne désire pas cette gloire, il dit du fond du cœur à Celui qui voit le
fond des cœurs : « Je n'ai point désiré le j o u r de l'homme, vous le
savez. » (.TER. xvn, 1 6 . ) Je désire quelque chose de plus précieux. Je
sais celui qui a dit : « Je ne reçois pas la gloire qui vient de l'homme.»
(JEAN, V, 4 1 . ) Que nous sommes misérables de chercher la gloire qui
vient dos hommes, ot de no pas vouloir de celle qui vient de Dieu
seul ! Celle gloire pour laquelle nous n'avons que de l'indifférence,
est la seule qui ait de la durée, la seule qui puisse remplir nos désirs.
(S. BERN.) — Qu'est-ce que la longueur des j o u r s ? la vie éternelle.
No pensez pas qu'il s'agisse ici d'une longueur de jours analogue à
celle des jours de l'été, qui sont plus longs que ceux de l'hiver. Sont-cc
de tels jours que Dieu doit nous d o n n e r ? Non, la longueur des jours
n'a pas de fin, c'est la vie éternelle. (S. AUG.) — « Et j e lui ferai voir
le salut que je lui destine, » c'est-à-dire je lui montrerai le Christ lui-
même. Mais comment? N'a-t-on pas vu le Christ sur la t e r r e ? qu'a-
PSAUME X C . 329
t-il donc d'extraordinaire à nous montrer ? Mais le Christ n'a pas ôté
vu de la môme manière que nous le verrons. Il n'a été vu que comme
l'ont vu ceux qui l'ont crucifié, et nous, qui ne l'avons pas vu, nous
avons cru en lui. Us avaient des yeux, n'en avons-nous donc p a s ?
Nous en avons, et ces yeux sont les yeux du coeur ; mais nous voyons
fncore par la foi et non en réalité. Quand viendra la réalité ? lorsque
nous le verrons face à face, (I COR. XHI, 12), selon l'expression de l'A-
pôtre, et selon la promesse que Dieu nous en a faite, comme de la
plus grande récompense de tous nos travaux. Quel que soit votre t r a -
vail, vous travaillez pour arriver à cette vision. Nous avons donc à
voir je ne sais quoi de grand, puisque cette vue doit ôtre toute notre
récompense ; or, cette vision incomparable est celle de Noire-Seigneur
Jésus-Christ. (S. AUG.) — Le Psalmiste, après avoir dit : « Je le com-
blerai de jours, » semble répondre à cette question : d'où viendra le
jour dans cette cité dont nous lisons : « Et la ville n'a pas de besoin
du soleil ni de la luno pour l'éclairer, car il n'y aura plus de nuit? »
(Aroc. xxi, 23.) « Je lui ferai voir mon salut, » dit-il, et ainsi l'A-
gneau sera le flambeau, la lumière qui l'éclairé. Ce n'est plus par
la foi que j e l'instruirai, j e ne l'exercerai plus par l'espérance, lo
temps de l'épreuve est passé ; j e comblerai ses désirs par la claire
vision : « J e lui ferai voir mon salut, » j e lui ferai voir mon Jésus,
afin qu'il contemple éternellement celui en qui il a cru, qu'il a aimé,
qu'il a toujours désiré. «Montrez-nous, Seigneur, votre miséricorde, et
donnez-nous votre salut; » montrez-nous celui quo vous nous destinez
pour Sauveur, et cela nous suffit; car qui le voit, vous voit aussi,
pixee qu'il est en vous et que vous êtes en lui. Or, « la vie éternelle
consiste à vous connaître, vous le seul vrai Dieu et Jésus-Christ quo
vous avez envoyé. » (JEAN, xvn, 3), (S. BERN.) — La gloire réservée
au juste consiste donc dans une durée sans bornes et dans la vision
du Sauveur; c'est cette manifestation pleine et entière de lui-mômo
qu'il promettait à ses Apôtres, lorsqu'il disait : « Celui qui m'aime
Mra aimé de mon Père, j e l'aimerai et j e me manifesterai à lui. »
(JEAN, XIV, 21.) «Les deux promesses comprises dans ce verset ne sont
donc rien moins que l'éternité et la vue de Jésus-Christ ; l'une sans
l'autre ne rassasierait pas l'homme juste ; l'éternité sans Jésus-Christ
ne pourrait ôtre que l'enfer, et la vue de Jésus-Christ sans l'éternité ne
pourrait ôtre qu'une béatitude passagère, p a r conséquent sujette à la
crainte de la perdre, et au regret de l'avoir perdue. » (BERTIIIER.)
330 PSAUME XCI.
PSAUME XCI.
Sommaire a n a l y t i q u e .
Explication^ Considérations.
I.-1-.3.
s
f. 1-3. Prenez conseil des hommes, ils v o J ' diront qu'il est bon de
r d e
faire sa cour aux grands de la terre, de les flatv.? » chanter leurs
n o r a
louanges, d'élever des monuments à la gloire de leuT - Conseils
v o
frivoles et presque toujours pernicieux. Le Prophète n t ^ qu'une
, mma
occupation vraiment louable et nécessaire, c'est de rendre ho . S»©
au Seigneur, de célébrer son saint n o m ; et n'ayons point la tôméri^»
dit saint Augustin, de môler notre amour-propre, notre vanité, dansï
le culte q u e nous rendons à Dieu. Il nous a été dit que nos noms se-
raient écrits dans le ciel et dans le livre de vie, mais c'est à condition
que nous n'aurons recherché que la gloire du nom deDieu. Que votro
332 PSAUME XCI.
nom soit sanctifié, c'est la prière qui nous est recommandée, et quel
nom peut être mis en parallèle avec le nom de Dieu? (BERTUIER). —
Il est très-juste, très-utile très-agréable et très-glorieux de louer
le Seigneur : très-juste, parce que cette louange lui est d u e ; très-utile,
parce qu'elle est pour nous la source d'un grand mérite et, par là
même, d'une grande récompense ; très-agréable, car rien n'est plus
doux que de louer ce qu'on aime ; très-glorieux, parce que c'est la
fonction même des Anges. (BELLARM.). — « Il est bon de confesser au
Seigneur. » Que confesser au Seigneur? Dans l'un ou l'autre cas, con-
fessez au Seigneur, si vous avez péché, que c'est vous qui l'avez fait;
si vous avez accompli quelque bien, que c'est lui qui l'a fait. Alors
vous chanterez sur le psalterion, au nom du Dieu Très-Haut, cher-
chant sa gloire et non la vôtre, son nom et non pas le vôtre. Si vous
cherchez le nom de Dieu, il cherchera aussi le vôtre; mais, si vous
effacez le nom de Dieu, il effacera aussi le vôtre. (S. AUG.).— Le jour
et la nuit sont également propres à faire retentir les louanges de
Dieu, les louanges de sa bonté et les louanges de sa vérité. Aussi
e
David nous dit-il, dans un autre Psaume, le XXXIII , qu'il bénitle Sei-
gneur en tout temps, que sa louange est toujours dans sa bouche.
Cependant, il semble que la lumière venant tous les matins révéler à
l'homme les innombrables merveilles de la création, le jour soit par
excellence le temps favorable à l'expression des sentiments d'admira-
tion et de reconnaissance qu'excite la vue de tant de bienfaits, uni-
quement dus à la bonté divine; et que la nuit, si riche aussi en
merveilleux ouvrages du Créateur, mais qui en voile une grande partie,
qui ensevelit dans un vaste silence les villes et les campagnes, les
montagnes et los mers, soit plus spécialement destinée aux pensées
graves, aux méditations sérieuses, aux sentiments de vénération et de
crainte, à tout ce qui inspire, en un mot, l'idée de la vérité, qui est
en même temps l'idée de la justice. (RENDU). — Que signifie encore
qu'il faut annoncer la miséricorde de Dieu le matin et la vérité de
Dieu pendant la nuit? Le matin représente le bonheur dont nous pou-
vons jouir; la nuit représente la tristesse que nous cause le malheur.
Qu'est-ce donc que le Prophète a exprimé dans ce peu de mots ? Quand
vous êtes dans le bonheur, réjouissez-vous en Dieu, parce que ce
bonheur est l'œuvre de sa miséricorde. Mais, direz-vous, si je me
réjouis en Dieu quand je suis dans le bonheur, parce quo cet heureux
clal est l'œuvre de sa miséricorde, que ferai-jc lorsque j e serai dans
la tristesse e t d a n s l'aflliclion?Le bonheur me vient d e s a miséricorde,
PSAUME XCI. 333
le malheur me viendrait-il de sa c r u a u t é ? Si je loue sa miséricorde
quand j e suis heureux, accuserai-je sa cruauté quand j e serai m a l -
heureux? Non : mais dans le bonheur, louez sa miséricorde et, dans
lo malheur, louez sa vérité; s'il châtie vos péchés, il n'est point
injuste pour cela. Daniel était dans la nuit lorsqu'il priait, car Jéru-
salem était captive, elle était au pouvoir des ennemis. Alors les saints
étaient accablés de mille m a u x ; alors Daniel lui-môme fut Jeté dans la
fosse aux lions; alors les trois jeunes hommes furent précipités dans
la fournaise. C'était la nuit, et, pendant cette nuit, Daniel glorifiait le
Seigneur ; il disait dans sa prière : « Nous avons péché, nous avons
agi en impies, nous avons commis l'iniquité; la gloire est à vous, Sei-
gneur, et à nous la confusion. » (DAN. vr, 5-7). Il annonçait la vérité
de Dieu pendant la nuit. Que signifie annoncer la vérité de Dieu p e n -
dant la nuit? Ne pas accuser Dieu du mal que vous souffrez, mais
l'attribuer à vos péchés et à l'amendement qu'il veut produire en vous.
Si vous annoncez sa miséricorde lo matin et sa vérité pendant la nuit,
vous louez Dieu en tout temps, vous confessez Dieu en tout temps et
vous célébrez son nom sur le psalterion. (S. AUG.).— Ces instruments
de musique qu'on touchait avec la main, le chant qu'on y joignait,
nous apprennent qu'il faut louer Dieu et de bouche et par les œuvres.
Si vous prononcez seulement des paroles, vous chantez un cantique
sans l'accompagner sur la cithare; si vous agissez seulement sans y
joindre de bonnes paroles, vous ne faites que jouer de la cithare. 11
vous faut donc bien dire et bien faire, si vous voulez chanter sur la
cithare. (S. AUG.).
II. — 4-15.
PSAUME XCÏÏ.
Laus cantici ipsi David in die Cantique de louange de David, pour
ante sabbatum, quando fundata le jour qui précède le sabbat, lorsque la
est terra. terre fut aflermie.
1. Dominus regnavit, decorem 1. Le Seigneur a régné, il s'est revêtu
indutus est : indutus est Dominus de gloire. Le Seigneur s'est revêtu de
fortitudinem, et praecinxit se. force, et l'a ceinte autour de ses reins.
Etenim firmavit orbem terras, Car il a affermi le globe de la terre,
qui non commovebitur. et elle ne sera point ébranlée.
2. Parata sedes tua ex tune : a 2. Votre trône, ô Dieu ! est établi avant
sseculo tu es. le temps ; vous êtes de toute éternité.
3. Elevaveruntflumina, Domine : 3. Les fleuves, Seigneur, ont élevé, los
elevaverunt ilumina vocem suam. fleuves ont élevé leur voix.
Elevaverunt Ilumina lluctus suos, Les fleuves ont élevé leurs ondos
bruyantes,
4. a vocibusaquarum multarum. 4. au retentissement des eaux pro-
fondes.
Mirabiles elationes maris, mira- Les soulèvements de la mer sont ad-
bilis in altis Dominus. mirables; mais plus admirable encore
le Seigneur dans les hauteurs des cieux.
PSAUME XCII. 341
5. Testimonia tua credibilia 5. Vos témoignages, Seigneur, sont
facta sunt nimis : domum tuam très-dignes de créance. La sainteté doit
decet sanctitudo, Domine, in Ion- être l'ornement do votre maison dans
gitudinem dierum. toute la suite des siècles.
Explioations et Considérations.
I. — 1, 2.
sont fermes dans la foi sont le globe de la terre, pour qu'on ne dise
pas qu'ils sont à part ; et les méchants qui ne restent pas fermes d a n s
la foi lorsqu'ils souffrent quelque tribulation, sont aussi le globe do
la terre. Il y a donc un globe terrestre mobile, et un globe terrestre
immobile. ( S . AUG.) — Le règne de Dieu, règne de tous les siècles,
comme dit ailleurs le Psalmiste ; cependant, scion notre manière de
concevoir, ce règne n'a commencé pour nous que lorsqu'il s'est donné
des sujets p a r l a création. — Règne de Jésus-Christ après sa résur-
rection, lorsque son corps fut revêtu de gloire, de majesté et de force,
et qu'il reçut tout pouvoir dans le ciel et sur la terre. — Il n'y a pas
de mot dans ce verset qu'une âme fidèle ne doive méditer avec atten-
tion. Dieu est le roi de cet univers ; c'est à lui que toutes les créatures
doivent.l'honneur, l'obéissance et l'hommage de ce qu'elles sont et
de ce qu'elles possèdent. Dieu est révolu do gloire et de force. « Dieu
s'est préparé (pour la création), le mot du lexte et des versions donne
l'idée de quelqu'un qui se ceint les reins, comme pour être plus p r o -
pre à agir promptement et efficacement. » C'est une figure qui r e p r é -
sente le décret de Dieu, la volonté qu'il a eue de créer cet univers.
Quand l'a-t-il formé ce décret? quand a-t-il eu cette volonté? De
toute éternité sans doute, puisque tout est éternel dans Dieu. Mais
l'exécution n'a eu lieu que dans le temps, c'est-à-dire que, quand
Dieu a créé le monde, le temps a commencé et avec le temps, tout
l'univers, « Dieu a établi la terre, et elle ne sera point ébranlée. » Ces
nioU indiquent la conservation qui est autant l'ouvrage de Dieu que
la création. Le monde créé n'a point de force en lui-même pour p e r -
sévérer dans l'état où Dieu l'a mis au commencement. De ce qu'il
existe dans un instant, il ne s'ensuit pas qu'il doive exister dans l'ins-
tant suivant. Ainsi, c'est Dieu qui crée cet univers dans tous les i n s -
tant : création différente de celle qui a tiré l'univers du néant, mais
qui a la même force ; et c'est pour cela que la conservation est appelée,
ajuste litre, une création continuée. Qu'il y a donc de vérité dans ce
mot de l'Apôtre : « Nous vivons en lui, nous avons nos mouvements
en lui, nous sommes en lui! » (BERTIUER ) — Trône de Dieu, indépen-
dant des lieux et des temps, trône établi de toute éternité, sans aucun
rapport à ses créatures ; trône établi dans le temps au fond de nos
cœurs, pour y régner souverainement. (DUG.) — Quel est le trône de
Dieu ? où est le trône de Dieu? Dans ses saints. Voulez-vous être le
trône de Dieu ? Préparez dans vos cœurs un lieu où il prendra place.
Qu'est-ce que le trône de Dieu, sinon le lieu où il habite? Où Dieu
344 PSAUME XCII.
habite-t-il, sinon dans son temple? Quel est son temple? est-il com-
pris entre des murailles ? Non. Ce monde serait-il par hasard le tem-
ple de Dieu, parce qu'il est très-vaste , et qu'il paraît digne de con-
tenir Dieu ? Le monde ne saurait contenir Celui par qui il a été fait.
Mais où Dieu est-il contenu ? Dans une âme en paix, dans une âme
j u s t e ; c'est elle qui porte Dieu. Quelle chose admirable ! Certes, Dieu
est grand : pour les forts, il est pesant; pour les faibles, il est léger.
Quels sont ceux que j ' a i appelés forts? Les superbes, qui ne savent
que présumer de leurs forces; car la faiblesse qui naît de l'humilité
est la plus grande des forces. Ecoutez l'Apôtre . « C'est, dit-il, lors-
que jesuis affaibli que je suis puissant. » (ICoR.xn,10.)C'estlàcequeje
vous ai signalé, il n'y a qu'un instant, que le Seigneur s'était ceint de
force, lorsqu'il a enseigné l'humilité à ses disciples. Voilà donc quel
est le trône de Dieu dont parle clairement un Prophète en un autre
endroit : « Sur qui mon esprit reposera-t-il ? » c'est-à-dire : où repo-
sera l'esprit de Dieu, sinon sur le trône de Dieu? Ecoutez la description
qu'il fait de ce trône : Peut-être vous attendiez-vous à entendre parler
d'un palais de marbre, avec des cours spacieuses, avec des toits élevés
et brillants ; écoutez quel est le trône que Dieu se prépare : « Sur qui
mon esprit reposera-t-il ? Sur l'homme humble et paisible qui tremble
en e n t e n d a n t m a parole. » Si vous êteshumbleetpaisible, Dieu habiteen
vous. Dieu est élevé ; il n'habitera pas en vous, si vous prétendez être
élevé. Peut-être pensez-vous qu'il vous faut être élevé pour que Dieu
habite en vous ? Non : soyez humble et paisible, tremblez en écoutant
ses paroles et il habitera en vous. Il ne craint pas d'habiter une maison
qui tremble, parce qu'il l'affermit. (S. AUG.)
II. - 3, 4.
jK 3,4. L a création et l'ordre de la nature nous donnent au moins â
tous la sensation de l'infini, s'ils ne nous le révèlent pas. La raison et'la
conscience n'ont qu'à féconder et à développer comme un germe cette
première impression, pour arriver à la connaissance de Dieu. Chacun
a sa place spéciale à cet éternel et toujours splendide spectacle de la
nature, et chacun a sa scène de prédilection. Aux uns, ce sont les
fraîches harmonies du matin et les rayons naissants de l'aurore ; aux
autres, les feux du soleil couchant et l'incendie des nuages enflammés
de reflets à l'horizon ; à ceux-ci, les variétés charmantes des saisons,
les paysages, les montagnes, les fruits et les fleurs ; à ceux là, la con-
templationdes mondes étoiles, l'accorddessphèreslumineusespressées,
PSAUME XCII. 345
III. - 5.
f. 5. Le Prophète répond à une objection qu'on aurait pu lui faire
dans le premier sens qui applique ce Psaume à la création du monde,
c'est-à-dire comment il a pu connaître la manière dont cette création
a eu lieu. Il y donne pour motif de crédibilité la révélation faite à
Moïse, et confirmée par une foule de miracles prouvant la véracité du
témoignage de Moïse. Ces paroles sont encore plus vraies, s'il est pos-
sible, quand on les applique à la Hédemplion ; car les vérités révélées
par Jésus-Christ aux Apôtres ont été confirmées par une multitude
d'autres témoignages qui rendent la foi chrétienne incontestable, à
ce point que nous pouvons dire à Dieu : Seigneur, si nous sommes
trompés, l'erreur vient de vous, car les vérités que vous nous avez
proposées à croire ont été confirmées par tant et do si grands prodi-
PSAUME XCUÏ.
gcs que seul vous puissiez en ôlre l'auteur. (Rica, DE SA INT-VICTOR.) —
Sans doute la foi n'emprunte pas uniquement sa certitude suprême à
la solidité des motifs qui l'appuient. Ce n'est pas en vain que la grâce
qui l'inspire est une lumière qui illumine l'entendement, une iorco
surnaturelle qui incline la volonté sous la parole de Jésus-Christ; mais,
ni celte lumière, ni cette force n'agissent sur notre esprit sans s'aider
de ses lumières naturelles et sans s'appuyer sur les premiers principes
qui sont comme le fond de notre raison et la constituent. Dieu, pour
honorer notre nature, a voulu que la foi fût une croyance souveraine-
ment raisonnable dans ses motifs, autant qu'elle est une persuasion
surnaturelle dans son principe ; et pour cela il l'a fondée, comme parle
saint Paul, sur les effets sensibles et démonstratifs de son esprit et de
sa puissance. Aussi, lorsqu'elle y regarde avec attention et sincérité,
l'âme, sous l'impression de cette évidence et dans le saisissement où
elle est à la vue du grand respect avec lequel il plaît à Dieu de gou-
verner notre nature, s'écrie comme le Prophète : « Vos témoignages,
Seigneur, sont devenus trop évidemment croyables, c'est-à-dire que
Dieu a donné aux témoignages et aux faits sur lesquels repose sa re-
ligion une si excessive évidence de crédibilité, qu'il faudrait renoncer
à la raison même pour le méconnaître et que le plus simple emploi
du bon sens suffit ordinairement comme condition d'une foi raisonna-
ble. C'est cette double action de la grâce et des motifs de crédibilité
qui communique à la vie chrétienne le caractère de fermeté tout à la
fois inébranlable et pratique qui lui est propre.» (Mgr GINOUILHAC, Sur
l'affaiblissement de la foi.) — Sainteté qui doit être l'ornement de
la maison de Dieu, qui est l'Eglise. Nous entrons bien dans l'Eglise
par le baptême, qui nous rend saints et irréprochables aux yeux de
Dieu ; mais il s'agit de conserver cette grâce dans toute l'étendue des
jours, c'est-à-dire jusqu'au moment de notre union avec Dieu, ou do
la recouvrer par la pénitence, si nous avons eu le malheur de la per-
dre. (BERTUIER.)
PSAUME XCIII.
(1) « Jusqu'à ce que la justice se tourne <>n jugement, » jusqu'à en que le «lroit
*uil reconnu comme droit dans le jugement, « jusqu'à ce que le jugement re-
viiuiiic à la. justice, dont il ii'uut'ail jaiu.iis «lu s'écnrler. »
348 PSAUME XCIII.
dolorum meornm in corde meo, qui ont pénétré mon cœur, vos conso-
consolationes tuœ lœtificaverunt lations ont rempli de joie mon âme.
animam meam.
20. Numquid adharrct tibi sedes 20. Le tribunal de l'injustice peut-il
iniquitatis : qui fingis iaborcm in s'allier avec vous, vous qui nous faites
prœcepto? des commandements pénibles? (1)
21. Captabnnt in animam justi : 21. Les méchants conspireront contre
et sanguineminnocentcm condcm- la vie du juste, et condamneront le sang
nabunt. innocent.
22. Et factus est mibi Dominus 22. Mais le Seigneur est devenu mon
in refugium : et Deus meus in refuge ; et mon Dieu, l'appui de mon
adjutorium spei mea?. espérance.
23. Et reddet iliis iniquitatem 23. Et il fera retomber sur eux leur
ipsorum : et in malitia eorum iniquité ; et il les perdra par leur pro-
disperdet eos : disperdet illos Do- pre malice ; le Seigneur notre Dieu los
minus Deus noster. anéantira.
(U Serez-vous comme un jupe i n i q u e , vous qui avez donné des préceptes dif-
ficiles que je n'ai pas laissé d'observer ?
(2) Ce P s a u m e , comme le Psaume LXXXI, contient des menaces contre loi
juges iniques qui abusent de leur puissance. Parmi les opinions émises sur l'é-
poque à laquelle il faut faire r e m o n t e r la composition de ce Psaume, il en est
deux qui paraissent avoir plus de vraisemblance. L'une la rapporte au temps où
Isaïe et Michée fulminaient leurs auathèmes contre les juges iuiques et avides
du bien d ' a u t r u i , (Is. x ; Mich, m , vu) et, dans cette o p i n i o n , ces juges inique»
seraient des Israélites. — L'autre opinion place la composition de ce Psaume aux
t e m p s dos incursions des Assyriens dans la Terre sainte, e t c'est contre eux que
le Psalmisle dirigera il ses plaiuies, (V. KMMAN., lissai sur les Psaumes.)
PSAUME XCÏII. 349
Explications et Considérations.
I. — 1-6.
II. 7-11.
III. - 12-23.
vous l'ai dit d'abord, vous voulez une chose et Dieu en veut une a u t r e :
ramenez votre cœur et redressez-le sur Dieu. Gardez-vous donc de
vouloir courber la volonté de Dieu sur la vôtre, mais corrigez votre
volonté d'après celle do Dieu. La volonté de Dieu est comme une
règle : si vous avez, je suppose, courbé une règle, où trouver de quoi
vous redresser ? Quant à la divine volonté, clic reste dans son inté-
grité , c'est une règle immuable. Tant que la règle est intacte, vous
avez où vous appliquer vous-même pour redresser ce qui n'est point
droit en vous. Mais que veulent les hommes ? C'est peu que leur v o -
lonté soit tortueuse, ils veulent encore courber la volonté de Dieu
selon les désirs de leur cœur, et faire que Dieu agisse selon leur vo-
lonté, tandis qu'eux-mêmes doivent agir uniquement selon la volonté
de Dieu. (S. AUG.)
f. 1 6 , 1 7 . Ces deux versets, rapprochés l'un de l'autre, renferment
un grand et triste enseignement: ils ne peignent que trop bien ce qui
se passe continuellement dans ce monde, quand il s'agit de lutter
contre les méchants, de résister aux ouvriers d'iniquité. Une voix cou-
rageuse s'élève : un homme juste et ferme se met en avant pour sou-
tenir cette lutte, pour organiser celle résistance; il fait appel aux
hommes de cœur qu'il sait aimer la vérité et vouloir le triomphe du
bon droit. Vains efforts. Quelques voix à peine répondent à sa voix :
il reste seul ou à peu près pour combattre le combat du Seigneur ; et
si le Seigneur lui-môme ne venait à son secours, il succomberait cer-
tainement et l'injustice triompherait. (UISNDU.) — S. Augustin remer-
ciait Dieu de lui avoir pardonné les péchés qu'il avait commis, et do
.'.'avoir préservé des péchés qu'il n'avait pas commis. J'attribue à votre
grâce, disait-il en confessant sa misère aux pieds du Seigneur, de n'a-
voir pas commis tout le mal que j e pouvais faire. Il n'y a point de
saint dans le ciel qui ne puisse dire comme le Prophète : « Si le Sei-
gneur ne m'avait protégé, je serais bientôt devenu la proie de l'enfer. »
C'est que la faiblesse de l'homme, sans l'appui de Dieu, est extrême ;
c'est que la corruption de l'homme, sans le remède de la grâce de Dieu,
est un mal incurable. Que trouvons-nous hors de Dieu ? les autres
hommes et nous-mêmes. Si nous nous reposons sur les hommes, nous
tombons avec eux ; si nous nous appuyons sur nous-mêmes, nous a c -
célérons nous-mêmes notre chute. D'ailleurs, disait encore avec tant
de sagesse saint Augustin : Si vous mettez votre espoir dans les hom-
mes, vous vous humiliez d'une manière indigne ; si vous le placez en
vous-même, vous vous élevez témérairement ; l'un et l'autre est égale-
358 PSAUME XC1II.
ment pernicieux. Celui qui s'abaisse en esclave rampera toujours , et
celui qui s'élève en téméraire fera une chute déplorable. (BERmiER.)
— Dieu ne nous découvre-t-il pas de temps à autre des choses terri-
bles au fond de notre âme. L'accès de quelque tentation extraordinaire,
le réveil fortuit de quelque passion longtemps endormie, ou enfin un
éclair de lumière surnaturelle émané de Dieu, suffit pour révéler à nos
regards des cavités inconnues qui recèlent de nouveaux éléments de
péchés. Il est constant que nous portons avec nous d'immenses réser-
voirs de péchés non connus. Les sages dispositions d'une Providence
pleine de miséricorde et l'empire de la grâce qui nous soutient, peu-
vent seuls les empêcher de devenir des faits accomplis. Oh 1 comme
nous nous hâtons de chercher un abri sous le manteau de Dieu, comme
nous nous attachons à ses pieds, quand, pour la première fois, nous
pénétrons ces mystères ! Quelle admirable, quelle heureuse dispro-
portion entre le mal que nous faisons et le mal que nous sommes ca-
pables de faire, que nous avons même été quelquefois sur le point de
commettre!... Si un empereur païen remerciait Dieu tous les jours
pour les tentations qu'il éloignait de lui, combien ne devons-nous pas
le remercier pour les péchés que nous n'avons pas commis? (FABER,
Progrès de rame dans la nie spir., ch. XX.) — Le Prophète explique en
quoi consiste ce secours de Dieu qui a préservé son âme de tomber
dans l'enfer. Si je reconnaissais mon infirmité et m'en humiliais, aus-
sitôt votre miséricorde venait à mon secours, en éclairant mon intel-
ligence, en purifiant mon cœur, en fortifiant ma volonté. (BELLARM.)
fi. 18. Remarquez avec saint Augustin ces mots, «quand j ' a i dit», ou,
«si je disais»; car il y a une infinité d'hommes dontles pieds chancellent
dans la voie du salut ; mais ils ne le disent pas, ils ne confessent pas
leur faiblesse, ils ne reconnaissent pas le danger qui les menace. Dieu
connaît nos maux, mais, dit le saint docteur, il veut que nous en fas-
sions l'aveu, il aime cet aveu, il aime l'humilité qui accompagne cet
aveu. Nous sommes ébranlés, c'est le propre de l ' h o m m e ; Dieu nous
appuie, c'est le caraclèrc de Dieu. Saint Pierre marche sur les eaux,
la frayeur le saisit; il implore le secours de Jésus-Christ, Jésus-Christ
lui tend la main. Notre force dépend donc de Dieu seul, mais Dieu
exige de nous la persuasion de notre faiblesse. Une humble prière est
la route qui conduit à sa miséricorde. (BERTIHER.)
jh 19-23. Paradoxe inconnu à tous ceux qui n'en ont jamais fait
l'expérience, que le corps étant dans la douleur, l'âme puisse être
remplie de consolation cl de joie. Saint Paul en est un témoin fidèle,
PSAUME XCIII. 359
lorsqu'il s'écriait dans un saint transport : « Je suis rempli de conso-
lation et comblé de joie au milieu de toutes mes tribulations, et à me-
sure que les souffrances de Jésus-Christ abondent en nous, nos conso-
lations abondent aussi par Jésus-Christ.» (l\ COR,, I, 5.) — La grandeur
des récompenses est en proportion de la grandeur des tribulations ;
autant de blessures, autant de couronnes ; j e n'ai versé qu'une larme,
je n'ai mérité qu'une consolation ; j ' e n ai versé dix, j e serai dix fois
consolé. (S. JÉRÔME.) — Oui, dans cette vallée de nos maux, que David
appelle éloquemment une vallée de larmes, dans ce torrent de Cédron
où le Sauveur du monde a passé comme nous, et où nous buvons
chaque jour l'eau triste et troublée de notre vie, le bonheur n'est pas
un inconnu, ni môme un absent. Il a franchi avec l'homme, quand
l'homme tomba, le seuil perdu de l'Eden, et, depuis soixante siècles,
banni comme nous, il erre avec nous dans le monde, compagnon sacré
de nos infortunes et concitoyen de notre oxil. Il ne lui est pas permis
de se montrer constamment ni tout entier à notre vue, mais il ne lui
est pas interdit de choisir une heure et de nous la donner. Un j o u r ou
l'autre, il frappe à notre porte, il s'assied au foyer désert ou rempli,
et d'un de ses regards, jeté sur notre cœur, il en tire cette larme uni-
que où nous lisons ce qu'il est. Larmes des mères retrouvant leurs fils
après l'absence et les hasards I larmes du voyageur saluant un matin
les côtes de la patrie longtemps perdue l larmes des héros entre la
victoire et la mort 1 larmes du juste sous le tressaillement de la cons-
cience 1 larmes d'Augustin parlant de Dieu à sa mère au bord des
flots qui vont le ramener à Carthage ! combien n'en compterons-nous
pas, et combien plus que nous ignorons, parce que le cœur de l'homme
si profond pour la misère, l'est bien autrement encore pour la félicité.
La misère lui vient d'un accident, la félicité de sa nature et de sa pré-
destination : « Vos consolations ont rempli mon âme à proportion de
de la multitude des douleurs qui ont pénétré mon âme. » (LACORD.,
conf. de Taul.) — « Est-ce que vous prenez place sur Je siège de l'ini-
quité, vous qui façonnez pour nous la douleur en enseignement? » Le
Prophète veut dire : Nul injuste ne partage votre siège et jamais vous
n'aurez un siège d'iniquité. Il rend ensuite compte du motif pour le-
quel il juge ainsi : « Vous qui façonnez pour nous la douleur en ensei-
gnement. • Je comprends, dit-il, que vous ne proniez point place sur
le siège de l'iniquité, parce que vous ne nous avez pas épargnés
C'est parce que Dieu n'épargne pas ses fidèles, dans le but de les ins-
truire, que le Prophète a d i t : « Vous façonnez pour nous la douleur
360 PSAUME XGIII.
en enseignement »... Vous formiez, dit-il, un enseignement avec la
douleur, c'est-à-dire : vous nous faites de la douleur un enseignement.
Comment la douleur peut-elle être un enseignement pour vous ? Lors-
que vous êtes châtié par Celui qui est mort pour vous, qui ne vous a
pas promis le bonheur en cette vie, qui ne peut d'ailleurs vous t r o m -
per, et qui ne vous donne pas ici tout ce que vous y cherchez. Que
vous donnera-t-il ? et où vous le donnera-t-il ? Combien sera grand
ce que vous donnera Celui qui ne vous donne rien ici-bas, qui vous
instruit et vous fait de la douleur un enseignement 1 Ici-bas le travail
est votre lot, mais le repos vous est également promis. Vous faites at-
tention que vous souffrez ici-bas, mais faites réflexion au repos qui
vous est promis. Si vous pouviez vous en faire une idée, vous verriez
que votre travail n'est pas la compensation de ce repos... Ne soyez
point paresseux au travail un instant, et vous vous réjouirez pendant
toute une éternité. Dieu vous donnera la vie éternelle, pensez au prix
de quel travail vous devez l'acheter. Ce que j ' a i , vous dit Dieu, est à
vendre, achetez-le. Qu'a-t-il donc, qu'il faille acheter ? Mon repos est
à vendre, achetez-le à force de travail. — Le saint Prophète donne
immédiatement un mémorable exemple des volontés rigoureuses du
Père céleste, auxquelles il faut se soumettre : les méchants conspire-
ront contre la vie du juste, et ils condamneront le sang innocent.
Cette soumission est en elle-même très-difficile, mais d'abord les mé-
chants n'ont de pouvoir que celui que Dieu leur donne. C'est donc la
volonté de Dieu et non celle des méchants qu'il faut voir dans les af-
flictions qu'ils nous infligent; ensuite, le juste par excellence ayant été
persécuté et condamné, ceux qui veulent participer à sa gloire doi-
vent s'estimer heureux de participer à ses souffrances. (RENUU.) —
« Mais le Seigneur est devenu mon refuge. » Vous n'auriez jamais
cherché cet asile, si vous n'aviez pas senti le d a n g e r , et vous vous êtes
trouvé dans le danger, afin de recourir à cet asile. Voilà comment
Dieu nous envoie des souffrances pour nous instruire : il permet que
les méchants nous persécutent, et ces persécutions nous font recher-
cher un asile en lui. Tandis que nous jouissons des prospérités mon-
daines, nous ne pensons pas même à cet asile ; car qui se ressouvient
de Dieu en goûtant les satisfactions de la vie présente? Il faut que les
espérances du siècle s'évanouissent, pour que les espérances de Dieu
se raniment. Il faut donc éprouver des disgrâces, pour dire comme lo
Prophète : « Dieu est devenu mon asile, Dieu est devenu l'appui de
mon espérance. » Ce n'est encore que de l'espérance, tandis que nous
PSAUME XGIV.
lommes sur la terre. Nous espérons, nous ne jouissons pas. Mais n e
nous lassons pas d'espérer, nous avons un garant qui ne nous trompe
point; déjà il nous console, il tempère les maux que nous éprouvons;
il est en un mot le soutien de notre espérance. (S. Auu., BERTMER )
— « Il fera retomber sur eux leur iniquité. » Très-juste et très-ordi-
naire Providence de Dieu, de punir les méchants par eux-mêmes et de
faire retomber sur eux leur propre malice. — « Il les fera périr par
leur propre malice. » Ce n'est pas sans raison que le Prophète dit :
i par leur propre malice. » Il m'arrive du bien par leur entremise, et
cependant le Prophète parle de leur malice et non du bien qu'ils me
procurent. Assurément, c'est par le mal qu'ils font que Dieu nous
éprouve et nous frappe. Dans quel b u t nous frappe-t-il? En vue du
royaume des cieux. En agissant ainsi, Dieu nous instruit pour quo
nous méritions son héritage éternel ; et souvent il nous le fait acqué-
rir au moyen des méchants par lesquels il exerce et rend parfaite notre
charité, qu'il veut que nous étendions jusqu'à nos ennemis. (S. AUG).
PSAUME XCIV.
Sommaire analytique.
Ce Psaume, sans titre dans l'hébreu, est attribué à David par les Sep-
tante , la Vulgate et saint Paul, qui le cite sous le nom de David dans
l'ôpitre aux Hébreux (iv, 7). Il fut composé probablement après le trans-
port de l'arche à Sion, et donné aux chantres pour le service divin (i).
Le Roi-Prophète
I. — INVITE LE PEUPLE JUIF A. CHANTER LES LOUANGES DE DIEU *.
1° Il appelle tous les cœurs, toutes les voix, tous les instruments à s'unir
dans la louange divine (1, 2);
2° Il en donne les motifs : a) la grandeur de Dieu, élevé au-dessus do
tous les dieux (3) ; 6) il est le souverain Créateur et Seigneur de la terro,
de la mer et de tout l'univers (4, 5) ; c) il nous a créés, et nous avons
offensé par nos péchés notre Créateur (6) ; d) la providence toute parti-
culière avec laquelle Dieu nous gouverne (7).
IL — IL RAPPELLE QU'lL FAUT JOINDRE A CE CULTE DE LOUANGE L'OBÉISSANCE
A LA VOIX DE DIEU :
1° Il introduit Dieu lui-même parlant à son peuple et l'engageant a ne
point fermer ses oreilles et son creur à la voix qu'il fait entendre (8) ;
2° Il l'engage à éviter la désobéissance et l'obstination des Juifs dans
le désert (9) ;
3° 11 rappelle la peine de cette obstination, les reproches continuels que
Dieu leur a faits , leur aveuglement incessant, leur exclusion de la terro
promise (10, il).
Explications et Considérations.
I. — 1-7.
f. 1, 2. Il y a trois degrés, ou, si l'on veut, trois actions dans ce
préambule du Psaume : chanter les louanges du Seigneur avec joie, ser-
(1) Le Psautier liturgique contient ce p s a u m e selon l'ancienne italique ; co qui
explique les différences avec la traduction de la Vulgate que n o u s lisons ici. —
Ce Psaume parait être un dialogno à trois v o i x , avec une quatrième au nom ttti
Psalmiste (verset 8), cl uno ciuquicnii' au n o m de Dieu (versets S)-H).
PSAUME XGIV. 363
IL — 8-11.
PSAUME XCV.
Sommaire analytique.
Ici, comme dans plusieurs des psaumes précédents, l'objet diffère essen-
tiellement de l'occasion. En effet, il n'y a rien qui ait précisément rapport
au transport de l'arche , ou à la reconstruction du temple, ou au retour
de la captivité, tandis qu'on y voit clairement indiquée la vocation des
Gentils au royaume du Messie. Le Psalmiste invite donc tous les riches,
tous les peuples, à venir adorer le Dieu Sauveur (1).
I. — IL LES INVITE A CÉLÉBRER SES LOUANGES :
1° En chantant un cantique nouveau en son honneur ;
2° En bénissant son nom (1) ;
3° En annonçant le salut qu'il apporte à la terre (2, 3).
II. — IL EN DONNE LUS MOTIFS :
1° La grandeur de Dieu et son excellence infinie au-dessus de tous ceux
qui portent sur la terre le nom de dieux (4, S) ;
2° Sa beauté, sa sainteté, sa magnificence (G).
III. — IL LES INVITE A L'iIONORER PAR DES ACTES :
1° 11 invite les familles des nations à entrer dans les parvis du temple
pour y offrir le sacrifice de la nouvelle loi (7-9) ;
2° 11 en donne les motifs : les lois saintes du Seigneur, l'équité incor-
ruptible du souverain Juge (9, 10) ;
3° Il décrit les efforts de l'avènement du Sauveur : a) la joie du ciel et
de la terre pour le présent (11, 12) ; b) la souveraine équité et la vérité du
jugement futur (13, 14).
(1) L'analogie du style de ce Psaume et des suivants avec Celui d'Isaïe et d'A*
saph les ont fait rapporter par quelques interprètes au temps d'Ezéchias. Ils
paraissent composés tantôt pour les grandes soleumités de Pâques et des Taber-
nacles, tantôt ils se rapportent à la gloire des deux avènements du Messie.
PSAUME XGV. 369
Explications et Considérations.
I. — 1-3.
II.—4-6.
III. — 7 - 1 4 .
fi. 7-9. Toute l'économie du culte divin est décrite dans ces versets:
adorer le Seigneur, célébrer ses grandeurs, chanter la gloire de son
nom, se rendre assidu dans son temple, lui offrir des sacrifices purs
et agréables à ses yeux; enfin, s'acquitter de ces devoirs en union avec
tous les peuples. (BERTHIER.) — Le Prophète fait allusion à l'usage
où étaient les Juifs de porter des victimes au temple, lorsqu'ils y
montaient pour l'adorer. Mais comme il est ici évidemment question
PSAUME XCV. 373
des nations païennes appelées à faire partie de l'Eglise de Jésus-
Christ, il faut voir dans ces victimes, les victimes spirituelles dont
saint Pierre parle dans sa première Epître (u), et qui sont la contri-
tion du cœur, la confession des péchés, la prière, le jeûne, l'aumône,
etc. Mais le texte du psaume regardant tous les peuples, et faisant
mention du sacrifice où l'on n'employait que de la fleur de farine, il
est certain que le Psalmiste a aussi en vue le sacrifice des chrétiens,
le sacrifice où le pain et le vin sont changés au corps et au sang de
Jésus-Christ. — « Adorez le Seigneur dans son saint tabernacle, »
c'est-à-dire dans l'Eglise catholique, car voilà son saint tabernacle.
Que nul ne dise : « Le Christ est ici, le Christ est là, car ii s'élèvera
de faux prophètes. » (MATTU. XXIV, 2 3 , 2 3 . ) Dites-leur ceci : « Il ne
restera pas pierre sur pierre qui ne soit détruite. » Vous m'appelez
vainement à votre muraille blanchie, j ' a d o r e mon Dieu dans son saint
tabernacle. (S. AUG.)
f. 1 0 - 1 3 .
Le Prophète, qui a déjà excité les prédicateurs de la p a -
role de Dieu à l'annoncer au monde entier, et le monde entier à la
recevoir, tressaille maintenant et engage non-seulement les hommes,
mais encore toute la nature, à recevoir le Messie avec crainte et res-
pect. — Règne du Seigneur aussi doux et agréable à ses amis que
terrible et redoutable à ses ennemis. — Règne de Jésus-Christ qui,
ayant trouvé toute la terre dans la corruption et dans le péché, et
par là môme dans la confusion et l'inconstance, a redressé, par la vé-
rité de son Evangile et par sa grâce, les mœurs des hommes, et a
tellement affermi l'Eglise, qui est la terre des vrais Israélites, qu'elle
sera jusqu'à la fin du monde inébranlable à toutes les puissances du
monde et de l'enfer. (DUG.) ( 1 ) — Les créatures même inanimées,
dit saint Paul, ne peuvent souffrir de se voir assujetties malgré elles
aux profanations des pécheurs ; les cieux voient que les hommes étu-
dient leur cours avec tant de soin, sans se mettre en peine d'étudier
les moyens propres à les posséder un jour ; la terre s'attriste d'être
un sujet continuel de guerres entre les rois et les peuples, et de con-
testations entre les particuliers, et de voir qu'on ne pense qu'à elle au
lieu de penser au ciel ; la mer porte avec peine tant de navires dont
les riches cargaisons ne doivent servir qu'à satisfaire l'avarice des
hommes ; les campagnes et tout ce qu'elles contiennent ont de la
llcyiiavil a Uyno, »
(1) C'est ici que plusieurs Pères l a l i m ont lu : « a
qiw l'Eglise a consacrée en l'insérant (Inns mu* d<* ses hymnes.
374 PSAUME X C V .
douleur de fournir au luxe et à la sensualité des hommes : toutes ces
créatures sont assujetties malgré elles à la vanité. Les hommes, au
lieu de les rapporter à Dieu, comme elles le désireraient, leur font vio-
lence en les rapportant à eux-mêmes. Elles tressaillent donc de joie
dans l'espérance, dit le grand Apôtre (NOM. VIII, 21), d'être délivrées
de l'asservissement à la corruption, pour entrer dans la liberté et
dans la gloire des enfants de Dieu. (DUGUET, en part.) — Les cieux sont
les prédicateurs, et la terre les auditeurs. « Que la mer, avec tout ce
qu'elle renferme, soit ébranlée. » Quelle m e r ? le siècle. La mer, avec
tout ce qu'elle renferme, a été ébranlée : le siècle tout entier s'est
soulevé contre l'Eglise au moment où elle se dilatait et s'élevait
comme un édifice dans tout l'univers. Cet ébranlement, l'Evangile l'a
prédit : a Us vous traîneront en jugement. » (MARC, xin, 9.) La mer a
été ébranlée : mais comment la mer pourrait-elle vaincre Celui qui a
fait les cieux ? — « Les campagnes avec tout ce qu'elles contiennent,
seront ravies de joie. » Tous ceux qui sont doux, tous ceux qui sont
paisibles, tous ceux qui sont justes, sont les campagnes de Dieu.
« Alors tous les arbres des forêts seront dans l'allégresse. » Les arbres
des forêts sont les infidèles. Pourquoi se réjouissent-ils déjà ? parce
qu'ils ont été détachés de l'olivier sauvage et entés sur l'olivier franc.
(ROM. xi, 1 7 . ) Alors tous les arbres des forêts seront dans l'allégresse ;
parce que les grands arbres, les cèdres et les cyprès ont ôté coupés,
et que leurs bois incorruptibles ont été transportés pour la construc-
tion de la maison. Us étaient des arbres des forêts, mais avant d'être
greffés et de produire des olives. (S. AUG.) — « Tous les arbres des
forêts tressailliront à la vue du Seigneur, parce qu'il est venu, parce
qu'il est venu pour juger la terre. » Le Seigneur est venu une pre-
mière fois, et il viendra de nouveau plus tard ; il est venu une pre-
mière fois dans son Eglise, sur les nuées. Quelles sont les nuées qui
l'ont p o r t é ? les Apôtres, les prédicateurs, dont saint Paul a d i t .
o Nous faisons les fonctions d'ambassadeurs pour le Christ, vous con-
j u r a n t au nom du Christ de vous réconcilier avec Dieu. » (II COR. V,
20.) Yoilà les nuées sur lesquelles il est venu, sans parler de son
avènement ultérieur, lorsqu'il viendra j u g e r les vivants et les morts...
Il est venu une première fois porté par ses prédicateurs, et il a rempli
toute la terre. Ne résistons pas à son premier avènement, pour n'a-
voir pas à nous effrayer du s e c o n d . . . Pratiquons ce que nous recom-
mande l'Apôtre : « Pleurons comme ne pleurant pas ; réjouissons-nous
comme ne nous réjouissant p a s ; achetons comme ne possédant pas;
PSAUME XGVI. 375
usons du monde comme n'en usant pas, car la figure de ee monde
passe. » Saint Paul veut nous voir exempts du souci de toutes ces
choses. (I Cou. vu, 29-32.) Celui qui est exempt de souci attend avec
sécurité l'avènement de son Seigneur ; car qu'est-ce que cet amour du
Christ, avec lequel on craint sa v e n u e ? N'en rougissons-nous p a s ?
Nous l'aimons et nous craignons sa venue ! Est-il certain que nous l'ai-
mions? ou n'aimons-nous pas nos péchés plus que lui ? Haïssons donc
nos péchés et aimons celui qui doit venir pour punir les péchés. Il
viendra, que nous le voulions ou que nous ne le voulions p a s . . . Il
viendra, et vous n'en savez pas le moment, et peu importe que vous
l'ignoriez, s'il vous trouve préparé. — Le jugement» de Dieu plein d'é-
quité, non conforme aux jugements et aux idées que les hommes s'en
forment. Ils se font à leur mode, sur la terre, un Dieu aussi patient,
aussi insensible que leurs passions le demandent, qui souffre tout et
qui dédaigne de juger ceux qu'il a créés capables d'un bon et d'un
mauvais choix; mais au grand jour, ils seront jugés, non pas selon
leur vérité, mais selon la sienne, in veritate sua. — «Il jugera l'univers
entier selon l'équité et les peuples selon la vérité. » Il jugera l'univers
entier et non point une partie de l'univers, car il n'en a pas acheté
seulement une partie. Il doit juger la totalité, parce qu'il a payé la
rançon de la totalité. « Il jugera selon l'équité, selon la vérité. » Parce
que vous êtes injuste, le juge ne sera-t-il pas j u s t e ? parce que vous
êtes menteur, Celui qui est la vérité ne sera-t-il pas véridique? Si
vous voulez qu'il use do miséricorde envers vous, soyez miséricordieux
avant qu'il ne vienne ; si l'on a commis quelque tort envers vous, r e -
mettez-le et donnez de votre abondance. Et do qui tenez-vous ce que
vous donnez, sinon de lui? Donner du vôtre, ce serait largesse; mais
donner du sien, c'est restitution. « Qu'avcz-vous, en effet, que vous
n'ayez reçu ? » Voilà les victimes très-agréables à Dieu : la miséricorde,
l'humilité, la confession, la paix, la charité. Ofl'rons-les et nous atten-
drons avec sécurité l'avènement du Juge qui jugera l'univers selon
l'équité et les peuples selon sa vérité. ( S . AUG.)
PSAUME XCVI.
Huic David, quando terra ejus J Psaume de David , quand sa terre fut
restituta est. * rétablie.
376 PSAUME XGVI.
1. Dominus regnavit, cxultet ter- 1. Le Seigneur a régné ; que la terre
ra : lœtentur insulœ multœ. tressaille de joie ; que toutes les lies so
2. Nubes, et caligo in circuitu réjouissent (1).
ejus : justitia, et judicium correc- 2. Un nuage ténébreux l'environne. La
tio scdis ejus. justice et le jugement sont le soutien do
3. Ignis ante ipsum prœcedet, son trône.
et inilammabit in circuitu inimi- 3. Lo feu marchera devant lui, et dé-
cos ejus. vorera tout autour de lui ses ennemis.
4. llluxorunt fulgura ejus orbi 4. Ses éclairs ont brillé par tout l'uni-
terrœ : vidit, et commota est terra. vers, la terre les a vus, et en a tremblé.
5. Montes sicut cera iluxcrunt a 5. Les montagnes se sont fondues
facie Domini : a facie Domini om- comme la cire en présence du Seigneur:
nis terra. la présence du Seigneur a fait fondre
toute la terre.
6. Annuntiavcrunt cœli justitiam 6. Les cieux ont annoncé sa justice ;
ejus : et viderunt omnes populi et tous les peuples ont vu sa gloiro.
gloriam ejus.
7. Confundantur omnes, qui 7. Qu'ils soient confondus tous ceux
adorant sculptilia : et qui glorian- qui adorent des images taillées et qui se
tur in simulacris suis. glorifient dans leurs idoles.
Adorate eum omnes angeliejus: Adorez-le, vous tous qui êtes ses anges.
Exod. xx, 4; Nomb. xxvi, 4,5; Deut. v, 8;
Uebr. i, 6.
8. audivit et laîtata est Sion. 8. Sion l'a entendu, et s'en est réjouie.
Et exultavcrunt filinï Judœ , Et les filles de Juda ont tressailli de joio,
propter judicia tua Domino : Seigneur, à cause do vos jugements, (2)
9. Quoniam tu Dominus altissi- 9. parce que vous êtes le Seigneur très-
mus super omncm terram : nimis haut sur la terre. Vous êtes infiniment
exaltatus es super omnes deos. élevé au-dessus de tous les dieux.
10. Quidiligitis Dominum,odite 10. Vous qui aimez le Seigneur, haïs-
malum : custodit Dominus animas sez le mal ; le Seigneur garde les âmes
sanctorum suorum, de manu pec- de ses saints, et il les délivrera de la main
catoris liberabit eos. du pécheur. Amos. v, 15. Hom. xn, 9.
1 \. Lux or ta est justo, et rcctis 11. La lumière s'est levée pour lo
coi de lœtitia. juste, et la joio pour ceux qui ont lo
cœur droit.
42. LaHamini justi in Domino : 12. Réjouissez-vous, justes, dans lo Sei-
et confitemini memoriœ sanctifi- gneur; et célébrez , par vos louangos,la
cationis ejus. mémoire de sa sainteté.
Sommaire analytique.
Explications et Considérations.
I. — 1-9.
PSAUME XCVII.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, où le Psalmiste célèbre les victoires du Messie, ses
deux avènements et l'entrée de tous les peuples dans son Église,
I. — IL EXPOSE LES MOTIFS DE CE NOUVEAU CANTIQUE :
1° Les merveilles que Dieu a opérées (1) ;
2° Le salut donné à la terre par Jésus-Christ (2) ;
3° La justice, la miséricorde et la vérité de Dieu manifestées à tous les
hommes (3) ;
IL—IL INDIQUE LA DOUBLE MANIÈRE DONT ILS DOIVENT S'ACQUITTER DE CE DEVOIR'.
1° Par la joie du cœur, les cantiques et les transports de l'allégresse (4) ;
2° Par les accords réunis de tous les instruments de musique (5, 6) ;
III. — 11 invite la terre, la mer, les lleuves, les montagnes, à s'associer
à ces cantique, à cette joie commune, et leur donne pour cause que Dieu
est le juge de tout l'univers, qu'il doit juger selon les règles de la justico
et de l'équité (7-9).
Explioations et Considérations.
I. — 1-3.
f. 1 - 3 . L'homme nouveau connaît ce cantique, le vieil homme no
le connaît pas ; le vieil homme est la vie ancienne, l'homme nouveau
PSAUME XCVII. 387
est la vie nouvelle ; la vie ancienne nous vient d'Adam, la vie nouvelle
se forme dans le Christ. (S. AUG.). — Les choses merveilleuses qui
doivent faire la matière de ce cantique nouveau sont les mystères de
l'Incarnation, de la vie, de la mort et de la résurrection du Sauveur,
merveilles toutes nouvelles et qu'on n'avait pas vues auparavant.
L'homme sauvé, l'homme vainqueur du péché, l'homme racheté de la
mort éternelle, l'homme rétabli dans sa justice primitive, l'homme
associé pour toujours à la sainteté, au bonheur, à la gloire de son Dieu,
c'est là une si grande merveille, une grâce si excellente, un bienfait si
général, que l'on conçoit facilement que le Prophète appelle la nature
entière à partager ses sentiments de reconnaissance et d'amour.
(DUGUET). — L'objet de ce nouveau cantique, c'est Jésus-Christ cruci-
fié, merveille inouïe jusqu'alors. Un nouveau prodige demande un
cantique nouveau. C'est l'homme qui a souffert, mais chantez en
l'honneur de Dieu; il a souffert comme homme, mais c'est comme
Dieu qu'il nous a sauvés. (S. JÉRÔME). — L'humilité, les souffrances,
l'obéissance jusqu'à la mort, et jusqu'à la mort de la croix, ont été les
armes dont Jésus-Christ s'est servi pour nous sauver, « sa droite et son
saint bras.» (IDEM).—« Parce que le Seigneur a opéré des merveilles. »
Quelles merveilles? « Sa droite et son bras ont opéré guérison pour
lui-même. » Quel est ce saint bras de Dieu? Noire-Seigneur Jésus-
Christ. Ecoutez Isaïe : « Qui a cru à notre parole, et à qui le bras du
Seigneur a-t-il été révélé? » (ISAI LUI, I ) . Le saint bras de Dieu et sa
droite sont donc la même chose. Notre-Seigneur Jésus-Christ est donc
la droite et le bras de Dieu ; c'est pourquoi il a opéré guérison pour
lui-même, car beaucoup sont guéris pour eux et non pour Dieu. Com-
bien y en a-t-il qui désirent la santé du corps et qui la recouvrent de
lui; ils ont été guéris par lui et ne sont pas guéris pour lui? Comment
sont-ils guéris par lui sans ôtre guéris pour lui? Lorsqu'ils ont recou-
vré la santé, ils se jettent dans la débauche; malades, ils étaient
chastes; guéris, ils deviennent adultères; malades, ils ne faisaient tort à
personne; guéris, ils usent des forces qui leur sont revenues pour atta-
quer et opprimer les innocents : ils sont guéris et non pour Dieu.
Quel est celui qui est guéri intérieurement? Celui qui, par sa foi, est
guéri dans son cœur et transformé en un hommme nouveau, de sorte
que sa chair mortelle, qui languit ici-bas pour un temps, recouvre elle-
même, à la fin, la santé la plus parfaite. Soyons donc guéris pour Dieu.
Mais, afin d'être guéris pour lui, il faut avoir confiance en sa droite :
i parce que sa droite et son bras ont opéré notre salut pour lui-même. »
388 PSAUME XCVII.
( S . AUG.). (1). — «Le mystère du salut des hommes, après être demeuré
caché dans tous les siècles passés, a été découvert par les oracles des
Prophètes, selon l'ordre du Dieu éternel, et a ôté connu de tous les
peuples, afin qu'ils obéissent à la foi. » (ROM. xvi, 2 5 , 2 6 ) . — A qui
Dieu a-t-il fait connaître son Sauveur? à quelque partie de l'univers
ou à l'univers entier? 11 ne l'a fait connaître à aucune partie de la
terre seulement. Que nul ne trompe, que nul ne mente, que nul ne
dise : Le Christ est ici, le Christ est là. ( MATTH. XXIV, 2 3 ) . Celui qui
dit : t II est ici, il est là, » ne montre que des portions de la terre. A qui
le Sauveur a-t-il fait connaître son Sauveur? Ecoutez : « Il a révélé la
justice à la face des nations. » C'est de lui, en effet, qu'il a été dit :
« Et toute chair verra le Sauveur envoyé de Dieu; » (Luc. n i , 6 ) ; et
d o n t S i m é o n a dit aussi, en les recevant entre ses mains : « Mes yeux
ont vu le Sauveur qui vient de vous, que vous avez préparé devant la
face de tous les peuples. (Luc. II, 2 9 , 3 0 ) . — « Il s'est souvenu de sa
miséricorde et do sa vérité. » Quand il a fait ses promesses, il a
été touché de compassion; comme il a réalisé la miséricorde qu'il
avait promise, la vérité a suivi sa miséricorde; la miséricorde a d'abord
mis en avant les promesses, et les promesses ont été suivies de la
vérité. ( S . AUG.). — « Souvenez-vous, dit saint Paul, que le Christ
Jésus s'est dévoué d'abord pour le peuple circoncis, afin de vérifier
la parole de Dieu et de confirmer les promesses faites à nos pères.
Quant aux Gentils, ils doivent glorifier Dieu de la miséricorde qui
leur a été faite; » (HOM. XV) ; cor cette promesse était faite à la mai-
son d'Israël et non pas aux nations, quoiquecelles-ci dussenty participer.
Dieu a donné Jésus-Christ aux Gentils par une pure miséricorde; il l'a
donné aux Juifs par miséricorde et pour accomplir ses promesses.
(ROM. xv, 9 ) . — Toutes les contrées de la terre ont vu le salut de Dieu,
parce que le Sauveur a tout racheté, dit saint Augustin, en donnant
un si grand prix pour ce rachat.
II. — 4 - 6 .
III. — 7-9.
Ghrist. C'est lui qui est la source, nous sommes les fleuves, si toutefois
nous méritons de l'être. Jésus-Christ est la source, les saints sont les
.fleuves. Ceux qui sont inférieurs aux saints sont de simples ruisseaux;
d'autres sont des torrents, ceux qui ont de l'eau pour un temps, et
qui se dessèchent aux premiers vents de la tentation. Il n'y a pas
qu'un seul fleuve : autant de saints, autant de fleuves; mais ces fleuves
ne sont pas opposés entre eux, ce sont les fleuves de Jésus-Christ, qui
sortent d'une même source et parmi lesquels règne le plus parfait
accord. ( S . JÉRÔME). — « Les montagnes tressailliront de joie en pré-
sence du Seigneur, parce qu'il vient, parce qu'il vient juger la terre.»
Les montagnes sont les grands : Dieu vient juger la terre et ils se ré-
jouissent. Mais il y a d'autres montagnes qui trembleront d'effroi,
lorsque Dieu viendra juger la terre. Il y a donc de bonnes montagnes
et il y a de méchantes montagnes : les bonnes montagnes sont élevées
par l'esprit, les méchantes sont gonflées par l'orgueil. « Les montagnes
tressailliront de joie en présence du Seigneur, parce qu'il vient, parce
qu'il vient juger la terre : il jugera tout l'univers selon la justice, et
les peuples selon l'équité. » Que les montagnes se réjouissent donc,
parce qu'il ne jugera pas injustement. Peut-être, si le juge devait être
quelque homme aux yeux de qui la conscience ne peut être ouverte,
les innocents eux-mêmes trembleraient-ils, s'ils devaient attendre
de lui une récompense glorieuse, ou redouter le châtiment d'une con-
damnation; mais quand viendra Celui qui ne peut être trompé, que
les montagnes se réjouissent et qu'elles se réjouissent en toute sécu-
r i t é : il répandra sur elles, sa lumière et ne les condamnera pas...
Mais si les montagnes saintes se réjouissent, que les montagnes injustes
tremblent d'effroi. Mais puisqu'il ne vient pas encore, est-il nécessaire
qu'elles tremblent? Qu'elles se corrigent et se réjouissent. Il est en
votre pouvoir de décider de quelle manière vous voulez attendre le
Christ. Il diffère de venir, pour n'avoir pas à vous condamner quand
il viendra. (S. AUG.).— Sous cette image si hardie, des fleuves qui battent
des mains et des montagnes qui tressaillent d'allégresse, le Psalmiste
veut représenter les nations, émues de la présence du Juge suprême
de l'univers, se félicitant de voir enfin arriver le règne de lajustice et
de l'équité. La seule pensée que le Seigneur vient juger la terre suf-
fit pour que toutes les nations soient comblées de joie. Elles ont vu si
longtemps le crime triompher, les bons souffrir, les impies se moquerl
11 leur tardait de voir l'iniquité confondue et l'ordre partout rétabli.
Le Seigneur vient..., elles se rassurent; il est certain, dès lors, que
PSAUME XCVIU.
toute justice sera faite, que toute équité sera accomplie. (RENDU). —
Dieu, qui a communiqué môme à la création inanimée le mouvement
et l'inclination de servir ses élus, appellera le ciel et la terre au dis-
cernement de son peuple. (Ps. XLIX, 4). Ils ne manqueront pas d'y
accourir, d'une part, pour combattre avec lui contre les insensés, (SAG.
x, 21), mais avec bien plus d'empressement encore pour applaudir et
rendre hommage à ses enfants. Ce sera une jubilation universelle : la
mer et tout ce qu'elle contient, l'univers et tous ceux qui l'habitent,
seront en mouvement; les fleuves battront des mains et les montagnes
bondiront d'allégresse à la vue du Seigneur, parce qu'il sera venu
juger la terre. « Venez, les bénis de mon Père, possédez le royaume
qui vous a été préparé dès le commencement. » Gomme s'il disait :
Mon Père n'a rien fait qu'en vue de vous; la création du monde
n'était qu'un préparatif du grand ouvrage dont la gloire des saints
serait le dernier accomplissement, et quand il posait les premiers
fondements de cet univers, c'est votre royaume qu'il préparait. (Mgr
PIE, DISC, et Inslr. t. v m , 227).
PSAUME XCVIU.
Psalmusipsi David. Psaume de David.
1. Dominus regnavit, irascantur 1. Le Seigneur a régné , que les peu-
populi : qui sedet super cberubim, ples frémissent ; il est assis sur les ché-
movoatur terra. rubins, que la terre frissonne d'effroi.
2. Dominus in Sion magnus : et 2. Le Seigneur est grand dans Sion ;
excclsus super omnes populos. il est élevé au-dessus de tous les peuples.
3. Confiteantur nomini tuo ma- 3. Qu'ils rendent gloire à votre grand
»no : quoniam terribile, et sanc- nom, parce qu'il est terrible et saint,
';um est :
4. et honor régis judicium di- 4. et que la majesté du Roi aime la
ligit. justice.
Tu parasti directiones : judi- Vous avez dressé des voies droites ;
cium et justitiam in Jacob tu fc- vous avez exercé la justico et lo juge-
cisti. ment dans Jacob.
5. Exaltate Dominum Deum nos- 5. Exaltez le Seigneur notro Dieu, ot
trum, et adorate scabellurn podum adorez l'escabeau do ses pieds , parce
ejus : quoniam sanctum est. qu'il est saint.
6. Moyses et Aaron in sacerdo- (). Moïse et Aaron étaient ses Prêtres,
tibus ejus : et Samuel inlcr eos , et Samuel était du nombre do ceux qui
qui invocant nomen ejus : invoquaient son nom (1) ;
Invocabant Dominum , et ipso ils invoquaient lo Seigneur, et lo Sei-
exaudiebat eos ; gneur les exauçait.
(1) Moïse a été à la fois grand-prêtre et chef politique, Aaron grand-prôtre
seulement, et Samuel chef politique f e u l e m e n t , bien que plusieurs Pères aient
«loimé à ce dernier le titre <lo grmul-prâtre. Moïse fut grand-prêtre, institué de
Dieu pour donner la consécration sacerdotale ii HOU frère Aaron et à ses enfants.
392 PSAUME XGVIII.
7. In columna nobis loquebatur 7. Il leur parlait au milieu de la co-
ad eos. lonne de nuée.
Custodiebant tcslimonia ejus, et Ils gardaient ses ordonnances, et le
prœceptum quod dédit illis. précepte qu'il leur avait donné.
8. Domine Deus noster tu exau- 8. Seigneur, notre Dieu, vous les exau-
diebas eos : Deus tu propitius ciez. O Dieu ! vous avez été clément pour
fuisti eis, et ulciscens in omnes eux lors même que vous les punissiez (i).
adinventiones eorum.
9. Exaltate DominumDeum nos- 9. Exaltez le Seigneur notre Dieu, et
trum, et adorate in monte sancto adorez-le sur sa sainte montagne, parce
ejus : quoniam sanctus Dominus que le Seigneur notre Dieu est saint.
Deus noster.
Sommaire analytique.
(1) La deuxième partie d e ce verset est susceptible d'un double sens : Vous
punissiez toutes leurs affections coupables, ou : vous tiriez vengeance de toutes
les injustices commises contre eux. Le premier sens est plus vraisemblable.
(2) Co Psnumo se compose de trois s t r o p h e s , terminées chacune p a r le mot
saint. Les trois choses qui sont successivement nommées saintes sont : 1° le
nom du grand roi ; 2° l'escabeau de ses p i e d s , l'arche, figure de l'humanité do
Notrc-Seigucur ; 3° enfin, lo roi lui-uièuie (1-3; 4, 5 ; 6-9). Grand nombre d'inter-
prètes ont vu dans cette répétition u n e allusion à la Trinité. — Ce Psaume était
p r o b a b l e m e n t chanté par deux voix, avec u n c h œ u r . La première voix fait un
récitatif (versets 1 , 2 , — G, 7). La seconde adresse la parole à Dieu ( 3 , 4); enfin,
le c h œ u r termine chaque s t r o p h e , 5,9).
PSAUME XCV1II. 393
Explications et Considérations.
I. — 1-5.
IL — 6 - 8 .
« Dieu leur parlait dans une colonne de nuée ; » mais cette colohne
n'était qu'une figure. Nous possédons Celui que ces ombres annon-
çaient, nous adorons l'escabeau de ses pieds. Dieu nous a parlé et
nous parle encore par son propre Fils. Notre foi est plus lumineuse
que celle de Moïse, d'Aaron et de Samuel. Dieu, par sa providence,
disait l'Apôtre aux Hébreux convertis à la foi, a disposé quelque chose
de meilleur pour nous que pour ces grands hommes. Gardons-nous
de ne pas écouter Celui qui nous parle, de rejeter le médiateur de la
nouvelle alliance, dont le sang parle bien mieux que celui d'Abel.
(HEBR. x n . ) — « Us gardaient ses témoignages et les commandements
qu'il leur avait donnés. » Le Prophète le dit, et il n'y a point à le nier.
Etaient-ils donc sans aucun péché? comment cela? Quand ils gar-
daient ses commandements, ils gardaient ses témoignages. Voyez
comment Dieu veut nous former, de peur que nous ne présumions de
notre justice, comme si clic était parfaite. Voilà Moïse et Aaron qui
sont au nombre de ses prêtres ; voilà Samuel qui est un de ceux qui
invoquent son nom : Dieu leur parlait du sein de la colonne de nuée;
il les exauçait, parce qu'ils gardaient ses commandements ; et cepen-
dant le P r o p h è t e poursuit en ces termes : « O Seigneur notre Dieu,
vous leur avez été propice. » Dieu n'est dit propice qu'à l'égard des
péchés; c'est lorsqu'il pardonne qu'on dit qu'il est propice. Et qu'a-
vait-il donc à punir en de tels saints, pour leur être propice en leur
p a r d o n n a n t ? Il a été propice en leur remettant les péchés et propice
en les punissant; car, que lisons-nous ensuite? « Vous leur avez été
propice, et vous les avez punis dans leurs affections. » Voyez ce que
le Prophète veut nous enseigner ici : Dieu est irrité contre celui qu'il
ne châtie pas de ses péchés, et il est vraiment, propice pour celui à
qui non-seulement il remet les péchés qui l'empêcheraient d'acquérir
la vie future, mais encore à qui il inflige un châtiment, afin qu'il cesso
de se complaire dans son péché... «Vous les avez punis dans leurs
affections. » Assurément, le Prophète a voulu parler ici des fautes quo
Dieu voyait dans leurs cœurs et que les hommes ne connaissaient pas;
car ils vivaient au milieu du peuple de Dieu, sans que personne eût
u n e plainte à porter contre e u x . . . Mais Dieu connaissait peut-être en
eux quelque chose à purifier ; car ce qui semble parfait aux hommes
est encore imparfait aux yeux de la divine p e r f e c t i o n . . . Ces saints
vivaient sous l'œil de Dieu, en apparence sans aucune faute, dans uno
perfection semblable à celle des Anges ; mais Dieu savait ce qui leur
manquait, et il châtiait jusqu'à leurs moindres fautes. Or, il les châ-
PSAUME XGIX. 399
tiait, non p a r colère, mais par miséricorde ; il les châtiait pour perfec-
tionner une œuvre commencée, et non pour condamner une œuvre
rejetée. Dieu les a donc punis de toutes leurs fautes. Gomment les a-t-il
punis? Je cherche comment ils ont été punis, et, dans l'ordre des
choses humaines, j e ne trouve rien ; mais, si j e me reporte à ce que
je sais que souffrent les serviteurs de Dieu, j e vois qu'ils ont été châ-
tiés tous les jours. Lisez et voyez les châtiments qui les ont frappés,
et vous, qui avancez dans la voie de Dieu, supportez aussi ces châti-
ments. Tous les jours ils avaient à souffrir les contradictions du peu-
ple; tous les jours ils avaient à souffrir ceux qui vivaient dans l'ini-
quité, et ils étaient forcés de vivre au milieu de ceux dont ils reprenaient
tous les jours les désordres. Telle était leur punition. Gclui-là n'est
pas encore avancé dans la piété, pour qui cette punition est légère ;
car l'injustice des autres vous torture à proportion de l'éloignement
que vous avez pour votre propre injustice. (S. AUG.)
III. — 9.
f. 9. Quelle est cette sainte montagne où nous devons rendre nos
adorations à Dieu? C'est l'Eglise de Jésus-Christ, cetto montagne
élevée au-dessus de toutes les autres, où il a plu au Seigneur d'ha-
biter jusqu'à la fin des siècles; cette montagne visible à tout l'univers,
qui s'élève de la terre au ciel pour y conduire sûrement ceux qui ne
rampent plus ici-bas ; cetto montagne do l'Eglise unique, do l'Egliso
catholique, la seule qu'on peut nommer sainte, et hors do laquelle on
no peut espérer d'être exaucé, à l'égard surtout des choses de l'éternité,
selon cette réponse de saint Augustin à un païen : « Ne vous glorifiez
pas de co que, si vous criez vers Dieu, Dieu envoie de la pluie, puisque
Dieu la fait tomber sur les justes et sur les injustes. » Il vous a exaucé
pour des choses temporelles, il ne vous exaucera pas pour les choses
éternelles, à moins que vous ne l'adoriez sur sa montagne sainte.
(SACY.)
PSAUME X C I X .
Sommaire analytique.
Explications et Considérations.
I. — 1, 2 .
qu'es-tu, toi qui les examines? qu'est celui qui a fait, et ces choses
que tu examines et toi qui les examines? quel est-il? Dis qui il est;
mais pour le dire, il (aut que ta pensée le conçoive; car tu peux con-
cevoir certaines pensées et ne pouvoir les exprimer, mais tu ne pour-
ras jamais exprimer ce que ta pensée n'aura pu concevoir. Quêta
pensée se porte donc vers lui, avant de dire qui il est, et, pour le con-
cevoir, approche-toi de lui; car, lorsque tu veux voir un objet, pour
ôtre en mesure d'en parler, tu t'en approches pour le considérer, dans
la crainte d'une erreur, si l'objet n'était vu que de loin. Mais, de
même que l'on voit avec les yeux corporels, de même Dieu n'est
aperçu que par l'esprit, il n'est considéré et vu que par le cœur. Et
où est-il ce cœur au moyen duquel on le voit? « Bienheureux, dit le
Seigneur, ceux dont le cœur est pur, parce qu'ils verront Dieu. »
(MATTH". V, 8 ) . J'ai examiné comme je l'ai pu toute la création, j'ai
observé la nature corporelle dans le ciel et sur la terre, et la nature
spirituelle en moi-même... et pourtant, que puis-je comprendre de
moi en moi-môme? Gomment donc pourrai-je concevoir ce qui est
au-dessus de moi? Cependant la vue de Dieu est promise au cœur de
l'homme, « 1 , pour qu'il l'obtienne, Dieu lui impose l'obligation de
travailler à purifier son cœur, car l'Ecriture nous dit : Préparez-vous
de manière à voir ce que vous aimez, avant même de le voir. (S. AUG.)
— « Servez le Seigneur dans la joie. » La joie, l'allégresse, le vrai
contentement, sont les conséquences naturelles d'une foi vive à l'exis-
tence, à la protection, à la toute puissante bonté de Dieu. Tout ser-
vice est plein d'amertume : tous ceux que leur condition oblige à servir
ne le font qu'en murmurant. Ne craignez pas le service de ce maître,
il ne donnera lieu à aucun gémissement, à aucun murmure, à aucune
irritation : là, nul ne demande à être vendu à un autre maître, tant il
est doux d'avoir été racheté par lui. (S. AUG.) — Le Prophète s'adresso
à vous, qui supportez toutes choses dans la charité, et qui vous réjouis-
sez en espérance : servez le Seigneur, non dans l'amertume d'un
esprit de m u r m u r e , mais « dans la joie de l'amour; présentez-vous
devant sa face avec allégresse. » Il est facile d'être transporté de joio
pour quelque cause extérieure, mais c'est devant Dieu qu'il faut vous
livrer à l'allégresse. Que ces transports soient moins ceux de votro
langue que ceux de votre conscience. (S. AUG.). — « Sachez que lo
Seigneur est Dieu. » La science de Dieu est nécessaire : 1° avant do
nous déterminer à nous présenter devant Dieu, nous devons savoir co
qu'il est; 2 ° la connaissance de Dieu est le commencement de la vertu;
PSAUME XCIX. 403
3° elle est la gloire de l'âme fidèle : « Que le sage ne se glorifie pas
dans sa sagesse, que le fort ne se glorifie point dans sa force, que le
riche ne se glorifie point dans sa richesse; mais que celui qui se glo-
rifie, dit le Seigneur, se glorifie de me connaître et de savoir que j e
suis le Seigneur; » (JÉRÉM. IV, 2 3 , 2 4 ) ; 4 ° elle est la lumière qui nous
conduit au ciel : « La vie éternelle consiste à vous connaître, vous, le
seul vrai Dieu, et celui que vous avez envoyé, Jésus-Christ. » (JEAN
XVII, 3 ) . — Point de chrétien qui ne sache que le Seigneur est le vrai
Dieu, le Créateur de toutes choses, et le plus grand nombre agit
comme s'il n'en était pas convaincu. — « Il nous a faits et nous ne
nous sommes pas faits nous-mêmes. » Qu'avez-vous l a n t à vous réjouir?
Quel motif de vous enorgueillir? Un autre vous a faits; et vous vous
vantez, et vous vous glorifiez, et vous vous élevez, comme si vous vous
étiez faits vous-mêmes. 11 vous est avantageux que Celui qui vous a
faits vous rende parfaits. « C'est lui qui nous a faits. » Nous ne devons
pas nous enorgueillir, tout le bien qui est en nous, nous le tenons de
notre Créateur. Tout ce que nous avons fait en nous est pour nous
matière à condamnation, tout ce qu'il a fait en nous est pour nous
l'objet de la couronne céleste. (S. AUG.).— « Nous ne nous sommes pas
faits nous-mêmes; » donc, nous tenons de Dieu tout ce que nous avons
d'être; à chaque moment que nous existons, c'est de Dieu que nous
existons : nous sommes l'ouvrage de Dieu, et nous n'avons en n o u s -
mêmes aucun moyen de conserver cet ouvrage; celui-là s e u l ' p e u t le
conserver, qui lui a donné la première existence. Conséquence de
cette vérité, se voir sans cesse dans l'être de Dieu et penser à lui uni-
quement comme à Celui qui nous a faits pour lui et vers lequel nous
devons retourner. — Nous sommes appelés le peuple de Dieu, parce
que Dieu est notre roi; nous sommes appelés ses brebis, parce qu'il
est notre pasteur. Nous sommes ses brebis et chacun de nous est une
brebis, et ses brebis ne font qu'une brebis. Et quelle n'est pas pour nous
l'infinie tendresse de notre pasteur? 11 a quitté quatre-vingt-dix-neuf
de ses brebis et il est descendu en chercher une seule qui était p e r d u e ;
il la reporte sur ses épaules, (Luc. xv, 4 , î>), rachetée de son sang. Le
pasteur est mort avec assurance pour sa brebis, il est ressuscité et il
possède sa brebis : « Nous sommes son peuple et les brebis de son p â -
turage. • ( S . AUG.).
II. — 3 , 4 .
PSAUME C.
Psalmus ipsi David. Psaume de David.
1. Misericordiam , et judicium 1. Je chanterai, Seigneur, devant vous
cantabo tibi Domine : votre miséricorde et votro justice.
Psallam , Je les chanterai sur des instruments,
2. et intelligam in via immacu- 2. Je m'appliquerai à connaître la voie
lata, quando venics ad me. qui est pure et sans tache; quand vous
viendrez à moi (1).
(1) On sait qua dans l'hébreu le futur équivaut souvent a l'imparfait; mais ici
PSAUME G. 405
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, que l'on rapporte communément au temps où David
fut reconnu roi par toutes les tribus (1), et qui peut ôtre regardé comme
le modèle abrégé des devoirs d'un roi envers son peuple, d'un pasteur
envers son troupeau, d'un supérieur, d'un chef ou d'un père de famille,
David expose ce qu'il a été (2)
I. — PAR RAPPORT A OIEU :
1° En cherchant sa gloire par l'exercice de la miséricorde et de l a j u s -
tice (1). *
2° En implorant son secours, c'est-à-dire a) en chantant ses louanges
dans les sentiments d'une joie tout intérieure ; b) en comprenant par la
prudence ce qu'il doit faire (2).
IL — PAR RAPPORT AU PROCHAIN,
1° Dans la conduite générale de la vie, a) en gardant l'innocence du
cœur,* b) en donnant l'exemple des vertus aux personnes de sa maison (2);
ce dernier temps troublerait l'harmonie du psaume, il serait donc mieux de con-
server le futur avec saint Jérôme ot les hébraïsanls, dans les versets 2, 3, 5.
(1) Ce sentiment s'appuie sur le verset 8, ( ù David déclare qu'il exterminera
de la ville, qui n e p e u t être que celle de Jérusalem, tous les scélérats. (ROSES-
MUM.RU.)
406 PSAUME G.
2° Dans les conseils, a) en ne se proposant jamais de chose injuste; b)
en baissant les prévaricateurs ; c) en ne prenant jamais de mauvais con-
seillers (3) ; d) en abandonnant ceux de ses amis qui font le mal (4) ;
3° Dans les entretiens familiers : a) en poursuivant les calomniateurs,
surtout les calomniateurs secrets (îi) ;
4° Dans los repas, a) en éloignant de sa table les superbes et les gens
dominés par la cupidité (0);
III. — ET TLUS PARTICULIEREMENT PAR RAPPORT A CEUX QU'IL ASSOCIE A SON
ADMINISTRATION
1° En choisissant les hommes fidèles pour les faire asseoir près de lui;
2° En prenant pour serviteurs ceux qui sont sans tacho (7) ;
3° En éloignant de sa cour tous les orgueilleux et ceux dont la boucho
profère l'iniquité (7) ;
4° En punissant les méchants dans tout son royaume et en les bannis-
sant do loutcs les cités du peuple.
Explications et Considérations.
1.-1,2.
f. 1. Ce psaume est proprement le psaume des rois, et de tous ceux
qui gouvernent sous eux à proportion de l'étendue de leur pouvoir;
c'est pour eux un règlement de conduite, une ordonnance de cons-
cience privée. Il convient encore plus particulièrement aux évoques et
à tous les supérieurs ecclésiastiques, que Jésus-Christ associe à sa
royauté spirituelle, ainsi qu'à son sacerdoce. C'est l'art de gouverner
dans tous les sens que le Psalmiste entreprend de chanter. — Les
simples fidèles y trouvent aussi d'abondantes instructions pour eux-
mêmes. Ils y voient que de soins ils doivent prendre pour se soustraire
aux dangers des conversations et des exemples du monde, pour ne se
lier qu'avec des amis de Dieu, pour marcher avec sécurité dans la nuil
de ce siècle, et mériter de se présenter pleins d'une juste confiance au
grand jour de l'éternité. (BERTIUER.) — Ce que contient le premier
verset de ce psaume, nous devons le chercher dans le psaume tout
entier : « Seigneur, je célébrerai dans mes chants votre miséricorde et
votre jugement, » Que nul ne se flatte de l'impunité à cause de la mi-
séricorde de Dieu, parce que le Seigneur exerce aussi le jugement ;
mais, d'un autre côté, que personne de ceux qui se sont changés et
améliorés n'ait frayeur du jugement de Dieu, parce que la miséricorde
précède ce jugement. En effet, les hommes dans leurs jugements, se
PSAUME G. 407
laissent quelquefois vaincre par la miséricorde et agissent contre la
justice, et l'on trouve en eux la miséricorde et non le jugement ; mais
quelquefois aussi, en voulant rendre un jugement rigoureux, ils p e r -
dent la miséricorde. Mais Dieu, môme en usant de la bonté de sa misé-
ricorde, ne perd pas la sévérité de son j u g e m e n t , de même que dans
lasévérité de son jugement, il ne perd pas la bonté de sa miséricorde.
Que si nous voulons distinguer, par l'ordre des temps, la miséricorde
et le jugement, peut-être trouverons-nous que le Prophète ne les a
pas placés sans motif dans l'ordre qu'il a suivi, ne disant pas : le j u g e -
ment et la miséricorde, m a i s : « la miséricorde et le jugement. » Si
donc nous distinguons ces deux choses par le temps qui leur est propre,
peut-être trouverons-nous que le temps présent est celui de la miséri-
corde, et que le temps à venir est celui du jugement. Quand vous
voyez les justes et les injustes regarder le même soleil, jouir de la
même lumière, boire les eaux des mêmes sources, être nourris par la
même pluie, être comblés des mêmes fruits de la terre, respirer le
même air, posséder également les biens de ce monde, gardez-vous de
croire que Dieu soit injuste en donnant toutes ces choses également,
et aux justes et aux injustes. C'est le temps de la miséricorde ; ce n'est
point encore celui du jugement. En effet, si Dieu ne nous épargnait
d'abord par miséricorde, il ne trouverait personne à couronner par
jugement. C'est donc le temps de la miséricorde, tandis que la patience
de Dieu amène les pécheurs à la pénitence. (S. AUG.) — Où sont ceux
qui veulent que ce soit déroger à la perfection de la contemplation,
que de s'attacher aux attributs divins, auxquels il faut, disent-ils, pré-
férer la contemplation de son essence? En savent-ils plus que Jésus-
Christ qui, dans la plus haute oraison qu'il ait daigné nous manifester,
d i t : « Mon Père saint, mon Père j u s t e ? » Qui sait ce que c'est que
l'essence de Dieu ? Mais qui ne sait ou ne doit savoir que c'est son
essence qu'on adore sous le nom de sainteté et de justice? Célébrons
donc sans lin ces deux divins attributs. Disons avec David: « O Sei-
g n e u r i e vous chanterai miséricorde et j u g e m e n t , » parce que c'est
dire avec Jésus-Christ et en Jésus-Christ : « Mon Père saint, mon Père
juste. » Méd. s. l'Ev.,
(BOSSUET, 2, S. LXVII j . ) — T a n t que vous
confierez le ministère de votre sainte parole, ô mon Dieu, j e prêcherai
ces deux vérités sans les séparer jamais : la première, que vous êtes
un Dieu terrible dans vos jugements ; et la seconde, que vous êtes le
père des miséricordes et le Dieu de toute consolation. J e ne serai
jamais assez téméraire pour prêcher votre miséricorde sans prêcher
408 PSAUME G.
votre justice, parce que j e sais les conséquences dangereuses qu'en
tirerait l'impiété ; mais aussi me ferai-je un crime de prêcher les
rigueurs de votre justice sans parler en môme temps des douceurs do
votre miséricorde , parce que la foi m'apprend, et que c'est vous-même
qui me l'avez révélé, que votre miséricorde sauve les pécheurs, ou bien
que votre justice seule ne peut que les damner et les réprouver. Je
joindrai donc Tune et l'autre ensemble pour pouvoir toujours dire,
comme David : « Seigneur, je chanterai vos bontés et vos jugements.»
(BOUUD., Sévér. de la Pénitence.) — Le Prophète semble nous avertir
ici que nous devons chanter les louanges de Dieu avec intelligence et
nous appliquer à connaître le sens des psaumes que nous chantons,
afin que notre esprit ne s'égare point et ne demeure sans fruit, alors
que la bouche seule s'acquitte du devoir de louer Dieu. (S. JÉR.) —
Quand notre voix psalmodie des chants que nous ne pouvons com-
prendre , associons-nous du moins aux intentions de l'Eglise notre
mère : nous savons bien que nous prions, et Dieu prend notre prière
comme il prend la prière de l'enfant. — « Je marchais dans l'inno-
cence de mon cœur, etc. » David commence par nous dire ce qu'il était
à ses yeux et aux yeux de Dieu ; il nous dira ensuite ce qu'il était aux
yeux des autres et du peuple. Je marchais dans cette voie, portant l'in-
nocence dans mon cœur ; mon cœur, ma pensée, mon action, appar-
tenaient au bien ; je défendais mon cœur des mauvaises pensées et
des désirs pervers ; je savais que la vie et la mort sortent du cœur.
« Au milieu de ma maison. » Ne pas se contenter de ce témoignage
intérieur de son c œ u r ; plusieurs sont irréprochables au dehors, sur la
place publique ; mais, dans leur maison, dans leur intérieur, ils se
souillent de toutes les iniquités. (BELLARM.)
fi. 2. Celui qui aime l'iniquité ne marche plus, parce qu'il n'a plus
où marcher. En effet, toute méchanceté est dans les entraves, laseulo
innocence est au large ; seule, clic a une voie libre où marcher. « Je
marchais dans l'innocence de mon cœur, au milieu de ma maison. »
Ce que le Prophète appelle le milieu de sa maison, c'est : ou bien l'E-
glise, dans laquelle marche le Christ, ou bien son cœur, parce quo
notre cœur est notre maison intérieure. Dans ce s e n s , le Prophète
ne ferait qu'expliquer ce qu'il vient de dire : « Dans l'innocence do
mon cœur. » Qu'est-ce que l'innocence de son cœur ? Le milieu de sa
maison. Quiconque a dans son cœur une maison mauvaise, en est
constamment rejeté au dehors ; car celui qui est pressé dans son cœur
par une mauvaise conscience, est comme un homme que ferait fuir do
PSAUME G. 409
sa maison l'eau qui y pénétrerait, ou la fumée qui la rendrait inhabi-
table ; il n'y pourrait rester; ainsi l'homme dont le cœur n'est point
en paix ne peut habiter volontiers dans son cœur. De tels hommes
sortent d'eux-mêmes par tous les efforts de leur esprit, se répandent
au dehors, et se plaisent dans les choses extérieures qui regardent le
corps ; ils cherchent le repos dans les frivolités, dans les spectacles,
dans la débauche, dans tous les désordres. Pourquoi cherchent-ils le
bonheur au dehors d'eux-mêmes? Parce qu'il ne fait pas bon pour
eux au dedans, et qu'ils n'ont pas de quoi se réjouir dans leur cons-
cience. (S. AUG.)
II. — 3 - 6 .
III. — 6-8.
f. 6. Devoir indispensable des princes et de tous les supérieurs, à
quelque ordre qu'ils appartiennent, de se servir de leurs propres yeux
pour voir les choses par eux-mêmes, puisqu'eux-mêmes en rendront
compte à Dieu.—Ne pouvant tout voir par eux-mêmes, qu'ils jettent les
yeux sur des hommes d'une probité et d'une fidélité reconnue. (DUG.)
Souvent on ne se préoccupe que de leur habileté, de leur fidélité, et on
ne voit pas que ces hommes, à qui l'on confie une partie si importante
de l'autorité souveraine, perdent les autres et se perdent eux-mêmes
par l'exemple d'une vie dépravée. — « Celui qui marchait dans la voie
pure et sans tache m'a servi. » Il m'a servi, dit-il, et ne s'est pas servi
lui-même. En effet, beaucoup sont les ministres de l'Evangile ; mais
ils le sont pour eux-mêmes, parée qu'ils cherchent leur propre intérêt
et non celui du Ghrist. (PLULIP., II, 2 4 . ) Qu'est-ce donc que servir le
Christ? C'est chercher les intérêts du Christ. Toutefois, lorsque des
méchants annoncent l'Evangile, les autres sont sauvés , mais eux sont
punis. En effet, il a d i t : « Faites ce qu'ils disent et ne faites pas ce
qu'ils font. » (MATTH., XXIII, 3 . ) Ne craignez donc rien quand vous
entendez prêcher l'Evangile par un méchant. Malheur à celui qui sert
le Christ pour soi-même, c'est-à-dire qui ne cherche que son propre
avantage ; quant à vous, acceptez ce qui vient du Christ. (S. AUG.) —
Pavid compte comme un des plus grands avantages de son règne, de
PSAUME C. 413
voir assis auprès de lui des hommes justes et fidèles ; parmi toutes lés
faveurs qu'il avait reçues du Dieu de ses pères, ce n'étaient pas ses
victoires et ses prospérités dont il était le plus touché : c'était la vertu
et lajustice des sujets qui présidaient à ses conseils et qui environ-
naient son t r ô n e , et l a p i é l é des Nathan et des Chusaï lui parut une
marque plus sensible de la protection du Seigneur sur lui, que la con-
quête de Jérusalem et les dépouilles des nations ennemies de sa gloire.
Un homme juste est un présent du ciel, et les grands surtout ne sau-
raient trop honorer la vertu, parce que la puissance ne peut leur donner
que des sujets, et que la vertu toute seule leur.donne des amis fidèles
et sincères. (MASSILL., Mélange des bons, etc.)
f. 7, 8. La maison de ceux qui sont dépositaires de l'autorité ne
doit jamais être ouverte à ces superbes, à ces insolents qui oppriment
les faibles par leurs calomnies et leurs impostures. — Nous pouvons
aussi rapporter au cœur ce qui est dit de la maison. Celui qui pratique
l'orgueil n'a pas habité dans mon cœur ; aucun de ceux qui lui res-
semblent n'a habité dans mon cœur ; l'orgueilleux n'y a pas habité,
car l'injuste n'habite pas dans le cœur du juste. Le juste, alors même
qu'il serait séparé de vous p a r de grandes distances, habite avec vous,
si vous n'avez qu'un même cœur. (S. AUG.) — La préoccupation d'un
roi sage, et de tout homme que Dieu a placé à la tête de ses sembla-
bles, est de protéger la vie des bons contre les attaques et leurs mœurs
contre les scandales des méchants. « Dès le matin, » dit-il, avant que
le mal eût jeté de profondes racines, je faisais disparaître de la terre
tous ceux dont la vie était un danger pour leurs frères. — « Dès le
matin, je mettais à mort tous les pécheurs de la terre. >» Ces paroles
renferment évidemment un sens mystérieux ; car le Prophète ne veut
pas dire qu'il souillait ses mains à chaque lever de l'aurore en r é p a n -
dant le sang humain ; cette interprétation serait aussi absurde qu'in-
croyable. La cité du Seigneur, c'est l'édifice spirituel que chaquo
homme construit en lui-même ; les pécheurs de la terre sont ceux
dont le Sauveur a dit : a C'est du cœur que sortent les mauvaises pen-
sées, les envies, les adultères, les rapines, les faux témoignages et autres
vices semblables. » Celui qui purifie son cœur chasse, par la pensée
de Dieu, de l'édifice spirituel qu'il construit, ces pécheurs de la lerro
qui sortent de la chair terrestre et corrompue. Les premiers feux de
l'aurore naissent dans une âme en même temps qu'une vérité salutaire
commence à éclairer celte âme où il faut détruire et exterminer toutes
les pensées coupables ; car si l'on ne prend soin de retrancher ces pre-
AU PSAUME CL
miers mouvements qui portent au mal, la pensée sera bientôt suivie
de l'acte mauvais. Ainsi, par exemple, une pensée d'adultère est un
de ces pécheurs de la terre ; si vous ne retranchez et n'exterminer
cette pensée de votre âme comme avec un glaive, et si vous ne la re-
tranchez dès le matin, c'est-à-dire aussitôt qu'elle se produit, elle
vous conduira plus loin, et de la simple pensée du crime, vous serez
entraîné dans la consommation du crime lui-même. ( S . BASILE, M
ISAI, v.) — Ce dernier verset nous transporte aussi à ce grand et ter-
rible j o u r où Jésus-Christ fera éclater sur le monde entier sa miséri-
corde et sa justice. Le temps de cette vie est comme le temps de
la nuit à l'égard de l'autre m o n d e , où toutes choses paraîtront
comme en plein jour. Dans ce temps-ci, Dieu use de miséricorde et
épargne les pécheurs pour les inviter à se convertir ; mais viendra le
malin, le commencement de l'éternité, où il tuera par le souffle de sa
bouche et par l'arrêt d'une malédiction irrévocable tous les pécheurs
de la terre, et empêchera que sa cité sainte ne soit souillée par aucun
de ceux qui se trouveront coupables d'iniquité. ( S . AUG.)
PSAUME CI.
Oratio pau péris, cum anxius Prière du pauvre lorsqu'il sera dans
fuerit, et in conspectu Domini ef- l'affliction, et qu'il répandra sa prière en
fuderit precem suam. la présence du Seigneur.
1. Domine exaudi orationem 1. Seigneur, exaucez ma prière, et quo
meam : et clamor meus ad te ve- mes cris s'élèvent jusqu'à vous.
niat.
2. Non avertas faciem tuam a 2. Ne détournez point votre visage de
me : in quacumque die tribulor , moi : en quelque jour que je me trouve
inclina ad me aurem tuam. afffigô. Inclinez votre oreille vers moi.
In quacumque die invocavero En quelque jour que je vous invoquo,
te, velociter exaudi me : hâtez-vous de me secourir.
3. Quia defecerunt sicut fumus 3. Car mes jours se sont évanouis
dies mei : et ossa mea sicut cre- comme la fumée, et mes os se sont des-
mium aruerunt. séchés comme l'herbe des champs. Pi,
xxxi, 20, LXVII , 2.
4. Percussus sum ut fœnum , 4. J'ai été frappé comme l'herbo ; et
et aruit cor meum : quia oblitus mon cœur s'est flétri, parce j'ai oublié de
sum comedere panem meum. manger mon pain (1).
5. A voce gemitus mei adhaîsit 5. A la voix de mes gémissements, mes
os meum carni mea;. os se sont collés à ma peau.
G. Similis factus sum pclli- 6. Je suis devenu semblable au pélican
cano solitudinis : factus sum sicut du désert; je suis devenu comme le hi-
nyeticorax in domicilio. bou qui se retire dans les ruines.
(1) Dan» l'hébreu, le mot traduit par cremium, signifie le lieu où l'on brûle quel-
que chose, le foyer ou la pierre du foyer. — Nous préférons, avec saiut Jérotno et
Cobnnella, l'entendre de bronches sèches faciles à brûler, dont on se sert pour
allumer le four.
PSAUME Ci.
7. Vigilavi, et factus sum sicut 7. J'ai veillé et Je suis devenu comme
passer solitarius in tecto. le passereau solitaire sur les toits.
8. Tota die exprobrabant mibi 8. Tout le jour mes ennnemis m'acca-
inimici mei : et qui laudabant me, blaient d'outrages, et ceux qui me louaient
adversum me jurabant. juraient ma perte ,
9. Quia cinerem tanquam pa- 9. parco quo jo mangeais la cendro
nem manducabam, et potum meum comme le pain , et quo je mêlais mes
cum fletu miscebam. larmes avec mon breuvage (1).
10. A facie irai et indignationis 10. A la vue de votre colère et de votro
tuai : quia elevans allisisti me. indignation, parce que après m'avoir
élevé vous m'avez brisé (2],
11. Dies mei sicut umbra decli- 11. mes jours ont décliné comme
naverunt : et ego sicut fœnum l'ombre, et j'ai séché comme l'herbe des
arui. champs.
12. Tu autem Domine in œter- 12. Pour vous, Seigneur , vous subsis-
num permanes : et memoriale tez éternellement, et la mémoire de
tuum m generationem et genera- votre nom se transmet d-'âge en Age.
tionem.
13. Tu exurgens miscreberis 13. Vous vous lèverez , et vous aurez
Sion : quia tempus miserendi ejus, pitié de Sion, parce que le temps est
quia venit tempus. venu , lo temps d'avoir pitié d'elle ,
14. Quoniam placuerunt servis 14. parce quo ses pierres ont été agréa-
tuis lapides ejus : et terrai ejus bles à vos serviteurs, et qu'ils s'attendri-
miserebuntur. ront à la vue de ses décombres (3).
15. Et timebunt gentes nomen 15. Et les nations craindront votre
tutun Domine, et omnes reges nom, Seigneur ; et tous les rois de la
terra?, gloriam tuam. terre votre gloire (4),
16. Quia aidificavit Dominus 10. parce que le Seigneur a bâti Sion,
Sion : et videbitur in gloria sua. et il paraîtra dans sa gloire. Joan. i, 14(4).
17. Respexit in orationem hu- 17. Il a jeté un regard sur la prière de
milium : et non sprevit precem ceux qui sont dans l'humiliation, et il
eorum. n'a point rejeté leurs demandes.
18. Scribantur haie in genera- 18. Que ces choses soient écrites pour
tione altéra: et populus,quicrea- uno autre génération, et le peuple qui
bitur, laudabit Dominum : doit naître louera le Seigneur;
19. Quia prospexit de excelso 19. parce qu'il a regardé du haut de
sancto suo : Dominus de cœlo in son sanctuaire; le Seigneur a regardé du
terram aspexit : ciel sur la terre,
20. Ut audiret gemitus compe- 20. pour écouter les gémissements des
ditorum : ut solveret fdios inte- captifs, pour délivrer les enfants de ceux
remptorum tuorum : qui ont été mis à mort ;
21. Ut annuntient in Sion no- 21. afin qu'ils annoncent dans Sion le
(1) La particule quia n'a point de rapport à ce qui précède, ou peut la prendre
pour ideo.— Cahen pense qu'il s'agit ici de la cendre qui, de la tete du Prophète,
tombait sur son pain. Mais on peut dire avec autant de vraisemblance que la
cendre est mise ici pour le deuil, parce ce que, dan» le deuil, on demeurait assis
dans la cendre.
(2) Vous m'avez élevé pour me précipiter de plus haut par une chute plus cruelle.
(3) Vos serviteurs aiment jusqu'aux ruines, jusqu'aux pierres, jusqu'à la pous-
lièrc en laquelle est réduite une ville qui leur «si si chère.
(4) Pour l'intelligence de co verset et de» suivants, il faut se rappeler que le
retour de la captivité est considéré comme l'avant-coureur de la venue du Messie,
et de la conversion do tous les peuples au culte du vrai Dieu,
416 PSAUME CI.
men Domini : et laudem ejus in nom du Seigneur, et ses louanges DATA
Jérusalem, Jérusalem,
22. In conveniendo populos in 22. lorsque les peuples et les rois S'AS-
unum , et reges ut serviant Do- sembleront et s'uniront de concert poer
mino. servir le Seigneur.
23. Respondit ei in via virtutis 23. Il dit à Dieu dans le temps de sa
suaî : Paucitatem dierum mcorum force : Faites-moi connaître le petit
nuntia mihi. nombre de mes jours.
24. Ne revoces me in dimidio 24. Ne me rappelez pas au milieu df
dierum meorum : in generationem mes jours , vous dont les années s'ôlan*
et generationem anni tui. dent de génération en génération.
25. Initio tu Domine terram 25. Dès le commencement, Seigneur,
fundasti : et opéra manuum tua- vous avez fondé la terre ; et les cieux
rum sunt cœli. sont les ouvrages de vos mains.
26. Ipsi pcribunt, tu autem pcr- 26. Ils périront; mais vous, vous sub-
mânes : et omnes sicut vestimen- sisterez toujours ; ils vieilliront tOttS
tum vetcrascent. comme un vêtement.
Et sicut opcrtorium mutabis eos, Vous les changerez comme un habit
et mutabuntur : dont on se couvre, et ils seront changés;
27. tu autem idem ipse e s , et 27. mais pour vous, vous êtes toujours
anni tui non déficient. le même, et vos années ne passeroot
point.
28. Filii servorum tuorum habi- 28. Les enfants de vos serviteurs AU-
tabunt : et semen eorum in sa?cu- ront une demeure permanente; et LEUR
lum dirigetur. postérité sera stable éternellement.
Sommaire analytique.
Ce Psaume peut être considéré comme une prière que David PÉNITEOT
adresse au Christ au nom du peuple Juif, O U que ce peuple, captif À Baby-
ione, adresse au Verbe, conducteur spécial du peuple de Dieu, pour OBTENIR
le rétablissement de Jérusalem (i).
I. — IL DEMANDE A DIEU
1° Qu'il l'exauce et que sa prière ait accès jusqu'à lui dans les cieux
2° Que Dieu jette sur lui un regard favorable (2) ;
3° Qu'il l'exauce promptement, quel que soit le jour où il le priera
(1) D'après quelques oxégètes modernes, ce psaume aurait été composé Mffll
fin de la captivité de Babyione, car l'auteur y suppose Jérusalem détruite (ver». 1$,
18, 21, 22), o t l c temps fixé pour le retour de la captivité, d'après Jércmie, prN
d'arriver (v. 14). D'ailleurs, le style sent la décadence de la langue ; il est peu étoffc,
le parallélisme tombe dans les mots (vers. 18-20). (LE Hm.)—Rien de plus mèlaneê*
lique que ce p s a u m e , toutes los images et les métaphores y respirent la tri**
tesse et le deuil. C'est, en effet, qu'il s'agit des ruines de Sion, des pierre» DIT
persées de Jérusalem, des douleurs et de l'exil du peuple captif, du sang do» ttMiï*
tyrs nou vengé encore, de leurs enfants proscrits, de l'asservissement de la patHl,
de la gloire de Dieu éclipsée parmi les nations, de cette gloire que les roi» étw>
g r r s doivent adorer, que les b a r b a r e s doivent redouter, de cette gloire do DTT
d o n t les aimées sont éternelles. — Ces plaintes sublimes, ces élans d'cspera&f?,
ces supplications pleines de repentir et d'amour, ont fait ranger co psaume, fSS
l'Eglise, p a r m i les psaumes de la pénitence.
PSAUME CI. 417
1° La brièveté de sa vie ;
2° Le manque absolu de force et do grâces (3, 4) ;
3° L'abandon et la solitude où il se trouve (6, 7) ;
4° La haine des hommes, tant de ses ennemis quo de ses amis (8, 9) ;
5° Le juste courroux de Dieu contre lui (9, 10) ; .
6° Sa mort prochaine (H).
III. — IL CONÇOIT L'ESPÉRANCE QUE DIEU VIENDRA A SON SECOURS, PARCE QU'lL EST
TOME II,
418 PSAUME CI.
Explications et Considérations.
I. —1, 2.
fi. 1, 2. Toutes les qualités de la prière sont renfermées dans ces
versets : 1° La nécessité : l'homme, sans le secours de Dieu, ne peut
sortir de l'esclavage du péché, et, dans les voies ordinaires de la
Providence, le secours céleste n'est accordé qu'à la prière ; 2° l'humi-
lité, l'homme pécheur sent sa misère et se présente ici devant Dieu
comme un pauvre dénué de toute ressource, si Dieu ne le regarde
d'un œil favorable; '1° la ferveur : les instances que fait le Prophète,
ou ceux au nom de qui il parle, sont vives, réitérées plusieurs fois, et
mises sous tous les jours les plus propres à toucher le cœur de Dieu;
4° la constance : il s'engage à prier durant tout le cours des tribula-
tions, et, dans cette vie, la mort seule est le terme de nos misères ;
5° la confiance : il ose demander à Dieu de se rendre attentif, de ne
point détourner son visage, d'accélérer le moment de sa visite. (BER-
TIIIER). — Ces pressantes instances sont naturelles dans la bouche d'un
homme malheureux, qui voit le temps s'enfuir et qui peut craindre de
tomber pour toujours dans l'abîme, s'il n'est promptement secouru.
(BELLARM.) — Les prières sont plus touchantes encore quand elles
s'élèvent du sein d'une nation qui se sent dépérir. — Les délais sont
funestes pour nous : tous les moments coûtent la vie à plusieurs d'en-
tre nous, et tous ceux qui périssent, périssent sans ressource. La ma-
lédiction, que nous avons préférée au salut qui nous était offert, con-
sume et dévore tout notre peuple. Attendez-vous qu'elle n'y laisse
ni germe ni espérance pour la faire cesser? Hâtez-vous, ou vous vien-
drez après notre perte. (DUGUET).
II. — 3-11.
hibou caché dans les recoins obscurs des édifices est aussi une des
images dont se sert la philosophie de saint Thomas pour nous aider
à concevoir l'esprit humain dans ses rapports avec la vérité : il est,
à l'égard de la vérité, comme l'oiseau de nuit en face d'une trop vivo
lumière. Cela csl vrai surtout do l'esprit plongé dans l'ombre do la
PSAUME CI. 423
III. - 12-17.
f. 1 2 - 1 5 .
Mais de vous, Seigneur, que dois-je dire? c Mes jours ont
décliné comme l'ombre, mais vous, Seigneur, vous demeurez éter-
nellement. » Que l'Eternel daigne sauver celui qui ne doit durer qu'un
temps! car, si j e suis déchu, vous n'avez pas vieilli; vous avez toute
votre force pour me délivrer, comme vous l'avez eue pour m'humilier.
i Mais vous, Seigneur, vous demeurez éternellement, et votre mémoire
passera de la génération à la génération. » Votre mémoire, parce que
42G PSAUME CI.
vous n'oubliez p a s ; de la génération, no» pas dans une seule génération,
mais « de la génération à la génération ; » car nous avons reçu la pro-
messe de la vie présente et celle de la vie future. (S. AUG.). — Toute
grandeur humaine s'efface, le monde passe, la vie s'évanouit. Dieu
seul est éternel et immuable, et le seul dont la mémoire passera dans
tous les âges. A qui donc s'attacher, à une grandeur qui disparaît en
un m o m e n t ? à un monde qui passe comme un éclair, à une vie qui
s'évanouit comme l'ombre? Non, à celui-là seul qui subsiste éternelle-
ment et dont les récompenses, non plus que la mémoire, ne passeront
jamais. (DUGUET). — Sans doute, nous ne connaissons point les mo*
ments arrêtés clans les desseins de Dieu, et par là même que nous
n'avons point de mesure certaine pour l'appliquer aux temps que Dieu
s'est réservés, c'est un travail inutile et une curiosité condamna-
ble que de nous jeter dans des suppositions dont il nous cache les
principes. Mais, quoique l'intervalle entre la promesse et le temps où
Dieu l'accomplira nous soit inconnu, nous n'en sommes pas moins cer-
tains que ce temps est marqué dans ses décrets d'une manière fixe et
précise ; que ce temps lui est toujours présent et que rien ne peut lo
retarder. — Ce temps que Dieu rend présent à l'esprit du Prophète,
c'est celui dont l'Apôtre a dit : « Lorsqif est venue la plénitude des
temps, Dieu a envoyé son Fils. » C'est maintenant le temps de la pa-
tience de Dieu, de l'orgueil, de l'injustice des méchants, des souffrances
et des humiliations des justes. Il viendra un autre temps, que Dieu
seul a marqué, auquel l'injustice sera détruite et les justes tirés de
l'oppression. (DUG.). — Dans d'autres Psaumes, le Prophète, au nom
de son peuple, éprouvé par ses ennemis, avaitexcité Dieu à se lever,à
dissiper ses ennemis, à les mettre en fuite devant sa face. 11 avait été
même plus loin : il l'avait interpellé et, en quelque sorte, gourmande
de ce qu'au lieu de se lever, il semblait dormir en abandonnant son
peuple jusqu'à la fin. (Ps. x u n , 23). Maintenant, co n'est plus l'accent
du reproche, ce n'est pas même celui de l'appréhension et du doulo :
c'est le ton de l'assurance cl lo langage do l'affirmation : « Vous allez
vous lever, Seigneur, et vous aurez pitié de Sion; car le temps d'en
avoir pitié, oui, ce temps est venu. » Toutes les phases de l'ancien
peuple de Dieu figuraient et prophétisaient les destinées du peuple
chrétien. Pendant qu'elle chemine à travers les siècles, il y a un jour,
il y a une heure où l'Eglise de Jésus-Christ se retrouve plaeée dans
des conditions analogues n toutes colles qu'a traversées l'ancien Israël.
Et c'est celte analogie, cetto identité des situations qui appelle au-
P S A U M H UI. 4ZI
IV. — 18-28.
PSAUME en.
Sommaire analytique.
Ce Psaume, l'un des plus beaux, est par excellence le cantique des mi-
séricordes du Seigneur. Il en découle une onction délicieuse qui retrempe
l'âme de sa vertu et la renouvelle de sa joie. Le Prophète, considérant en lui-
même les deux grandes grâces do la justification et do la glorification dos
pécheurs, s'excite à louer, à remercier Dieu pour un si grand bienfait (1).
I. — 11 invite son âme â bénir le Seigneur, d'où découlent, comme do leur
source, ces deux grâces ; il fait appel à toutes les puissances de son âme,
et en particulier à sa mémoire, pour qu'elles n'oublient jamais les bienfaits
de Dieu (1,2).
II. — POUR EXCITER DAVANTAGE SA RECONNAISSANCE, IL EXPOSE LA GRANDEUR
DES BIENS QU'IL A REÇUS :
1° Dans la justification : o) le pardon do tous ses péchés ; b) la guérison
de toutes ses infirmités (3) ; c) la grâce de la persévérance, qui l'empêche
de retomber dans le péché et la mort (4) ;
2° Dans la glorification, dont il énumère trois effets principaux : a) la
couronne éternelle quo donne le justo juge, mais que nous devons aux
grâces que nous octroie sa miséricorde ; b) l'accomplissement de tous nos
désirs ; c) les qualités glorieuses qui renouvelleront notre corps (li).
III. — LE PROPHÈTE INDIQUE LES DEUX SOURCES DE CES BIENFAITS :
1° L'une qui vient de Dieu, c'est-à-dire sa miséricorde, a) qui protège
les justes dans l'affliction (6) ; b) qui les éclaire ot los guide dans la voie!
du salut, comme elle a guidé Moïse conduisant les Israélites dans la terro
promise (7) ; c) qui s'exerce, non pas une fois, mais dans toutes les cir-
(1) La composition ce ce psaume, d'après les exégôtes modernes, doit être rap-
portée au temps qui suivit le retour de l'exil ; ils eu donnent pour indices et pour
preuves les chaldaisuies nombreux (versets 3, 4, 5), et les locutions qui appar-
tiennent évidemment à. un style moderue. Seulement, disent-ils, ce psaume a été
fait à l'imitation de ceux de David, dout il contient beaucoup de fragments (ver-
sets 8, 10.) Ce serait en ce sens qu'il faut expliquer l'inscription hébraïque qui
l'attribue à David.
436 PSAUME CIL
constances, avec une grande patience et une grande longanimité (8) ; d)
qui apaise le juste courroux excité par nos péchés (9) ; e) qui, lors même
qu'elle punit, le fait avec bonté et bien au-dessous de ce que méritent nos
péchés ;
2° L'autro qui vient de nous, c'est-à-dire la crainte de Dieu, et qui est la
seconde source des grâces divines : a) dans les commencements de la
conversion, elle éclaire les pécheurs d'une lumière céleste et met en fuite
les ténèbres des péchés (H, 12); 6) dans le progrès de la conversion,
Dieu préserve par sa miséricorde paternelle, de toute rechute, les pécheurs
convertis qui le craignent, miséricorde qui leur est nécessaire, 1) à cause
de la nature de notre corps composé de boue (13) ; 2) parce que ce corps,
qui se corrompt, appesantit l'âme (14, 15). — c) Dans la fin, Dieu soutient
par sa miséricorde ceux qui le craignent, pour les rendre éternellement
heureux (16), ainsi que leurs descendants, s'ils sont fidèles observateurs
de sa loi (17, 18).
IV. — LE PROPHÈTE, SE CONSIDÉRANT COMME INCAPABLE DE RENDRE A DIEU DE
DIGNES ACTIONS DE GRACES POUR DE SI GRANDS BIENFAITS, INVITE TOUTES LES
CRÉATURES A SUPPLÉER A CE QUI LUI MANQUE :
1° 11 admire et révère le Seigneur comme un roi dont l'emploi est au-
dessus de tous les autres emplois (19) ,•
2° Il invite les Anges à le louer, à le bénir, a) à cause de la puissance
dont il les a revêtus (20), b) parce qu'ils sont ses ambassadeurs et ses mi-
nistres (21);
3° Il excite toutes les créatures à s'associer à ses louanges (22).
Explications et Considérations*
1.-1,2.
II. — 3-5.
ayez confiance. » (JEAN, XVI, 33.) Quelle raison pour nous d'avoir
confiance, parce qu'il a vaincu le monde ? Est-ce que nous l'aurions
vaincu nous-mêmes? Oui, nous l'avons v a i n c u : vaincus en nous-
mêmes, nous triomphons en lui. Il vous couronne donc, parce qu'il
couronne ses dons et non vos mérites. (S. AUG.) — Maintenant vous
entendez parler de biens, et vous y aspirez ; vous entendez parler de
biens, et vous soupirez après, et peut-être, quand vous péchez, êtes-
vous trompé par votre empressement à choisir entre ces biens ; vous
vous rendez coupable de ne point écouter le bon conseil de Dieu sur
ce que vous devez mépriser ou choisir, et peut-être même de négliger
de savoir si vous ne vous êtes pas trompé dans le choix du bien. Tou-
tes les fois que vous péchez, vous cherchez une sorte de bien, vous
vous cherchez une sorte de réfection intérieure. Les choses que vous
cherchez sont peut-être bonnes, mais elles deviendront mauvaises
pour vous, si vous abandonnez celui qui les a faites bonnes. O âme,
cherchez votre bien. Le bien d'un autre est différent du vôtre, et toutes
les créatures ont un bien qui leur est propre, dans la conservation de
leur intégrité et dans la perfection de leur nature ; il importe à tout
être imparfait d'acquérir ce qui est nécessaire pour sa perfection. O
âme, cherchez votre bien. Or, « nul n'est bon, si ce n'est Dieu. »
(MATTH., XIX, 17.) Le souverain bien est votre bien. Que manque-t-il
donc à celui dont le souverain bien est le bien ? Il y a des biens infé-
rieurs qui sont bons pour d'autres êtres... Sont-ce là les biens que vous
cherchez ? Dieu vous les donne aussi ; mais gardez-vous de ne chercher
que ces seuls biens. Vous qui êtes attaché au Ghrist, quel plaisir trou-
TCZ-VOUS à être le compagnon des animaux? Elevez votre espérance
jusqu'à celui qui est le bien des biens. ( S . AUG.) — Lacomparaison du
renouvellement de l'homme justifié, et à plus forte raison glorifié, avec
le renouvellement de la jeunesse dé l'aigle est fondée sur ce que l'aigle
entre tous les oiseaux, a les yeux les plus perçants, qu'il bâtit son nid
dans les lieux les plus élevés, qu'il suit toujours dans son vol une voie
droite, qu'il a le plus grand soin de ses petits, et qu'il est en cela l'i-
mage imparfaite des justes qui, par les yeux de la foi, pénètrent j u s -
que dans le ciel, y établissent dès maintenant leur demeure, ont tou-
jours une vigueur nouvelle, s'élèvent sur des ailes, comme l'aigle, au
plus haut des cieux, volent et ne tombent jamais en défaillance. Gom-
ment les aigles se renouvellent-ils? P a r le renouvellement de leur
plumage, dit saint Jérôme, en aiguisant leurs ongles émoussés, en
usant contre la pierre la longueur trop grande de leur bec qui les cm-
442 PSAUME CH.
pèche de manger, dit saint Augustin, en fixant leurs yeux sur le soleil
1
pour leur donner un; nouvelle force. C'est à cette sainte nouveauté
de vie que nous invite dès maintenant le grand Apôlre en plusieurs
endroits de ses Epîtres : « llqnouvclcz-vous dans l'intérieur de votre
âme. » (Epnrcs., iv, 23.) Quoique dans nous, l'homme extérieur se dé-
truise, néanmoins l'intérieur se renouvelle de jour en j o u r . ( I COR.,
iv, 16.) « Dépouillez-vous du vieil homme et de ses œuvres, etrevôlei-
vous de cet homme nouveau, qui par la connaissance de la vérité, se
renouvelle selon l'image de celui qui l'a créé. » (COLOSS., m, 9, 4 )
a Si donc quelqu'un est à Jésus-Christ, c'est une nouvelle créature; le
passé n'est plus, tout est devenu nouveau.» (II COR., V, 47.)—C'est ce
renouvellement de vigueur et de force que prédit le prophète Isaïe :
« C'est lui qui donne la vigueur aux bras affaiblis, qui remplit de force
les infirmes, » L'adolescence se consume dans les travaux, la jeunesse
a ses langueurs ; mais ceux qui espèrent dans le Seigneur auront tou-
jours une vigueur nouvelle ; ils s'élèveront sur des ailes comme l'aigle;
ils courront et ne tomberont jamais en défaillance. (ISAIB, XL, 29-31.)
—- En nous annonçant que notre jeunesse se renouvellera comme colle
de l'aigle, le Psalmiste a prophétisé la grâce du baptême. L'aigle ra-
jeunit en ce sens que, se dépouillant de ses vieilles plumes, il se pare
de plumes nouvelles comme d'un revêtement de jeunesse, et il res-
semble en effet alors au jeune aiglon, parce que ses ailes, encont
inhabiles et sans expérience, doivent peu à pou s'exercer à voler. De
même nos néophytes, lorsqu'ils se présentent au baptême, se dépouil-
lent de la vétusté du péché, et se revêtent d'une sainteté nouvelle;
ils semblent revivre en recevant la grâce de l'immortalité. Comme
l'aigle redevient aiglon, nos néophytes redeviennent enfants... Toute-
fois, remarquons que le Psalmiste ne dit pas : Votre jeunesse se re-
nouvellera comme celle des aigles, mais bien comme celle de l'aigle î
car il n'a en vue qu'un seul aigle, celui dont la jeunesse se renouvelle
en nous, Jésus-Christ Notre-Seigneur qui, en effet, s'est rajeuni comma
l'aigle, au j o u r glorieux de sa résurrection. (S. AMBR., Serm. in att.l
En Jésus-Christ seul nous pouvons retrouver une jeunesse immortelle,
et lui seul aussi peut d o n n e r à notre jeunesse l'appui et la force doal
elle a besoin. Semblable à l'aigle qui, selon la comparaison de l'Eeri»
ture (DEUT., XXXII, M), provoque ses petits à voler, vole au-desse?
r
d eux, étend sur eux ses ailes et les emporte sur ses épaules, Jéj«f*
vole au-dessus de nous, en nous rappelant ses enseignements elfe
vertus sublimes; il étend sur nous ses ailes quand il fait sentir a noire
PSAUME CH. 443
cœur la douce chaleur de son amour, et il nous emporte sur ses divines
épaules quand, nous appuyant sur elles, nous allons nous reposer au
séjour de la gloire,
III. — G-18.
IV. — 19-22.
ÏOME II. 29
450 PSAUME cm.
PSAUME cm.
Sommaire analytique.
Ce Psaume, le plus fini de tous peut-être, à n'en juger que par les règles
d'une critique humaine, est une des plus belles productions de David,
auquel on peut le rapporter avec les Septante, la Vulgate et la version
syriaque, aussi bien que d'après la magnificence et la couleur du stylo.
(t)Dieu laisse périr les êtres qu'il a créés pour un temps, et avec la même faci-
lité qu'il a laissé périr ceux-là, il donne l'existence à d'autres êtres, et rcuouvollfl
la face de la terre. — L'Eglise applique ces paroles au renouvellement moral de
la terre par l'Esprit-Saint.
PSAUME cm. 453
Le Roi-Prophète, embrassant d'une seule vue de l'esprit toutes les œu-
vres de la création, contemple en elles la souveraine sagesse de Dieu,
invite son âme à le bénir, à le louor, et à le proclamer admirable :
I. — DANS LE CIEL :
1° Dans le ciel empyrée, a) où Dieu a son trôno (1). b) où il est revêtu
de la lumière comme d'un manteau (2);
2° Dans le ciel des astres : a) qu'il a déployé comme un pavillon au-
dessus de la terre, 6) dont il a recouvert d'eaux les hauteurs comme d'un
lambris (3) ;
3° Dans le ciel atmosphérique, dans lequel a) il rasssemble les nuées,
sur lesquelles il s'assied comme un char ; b) il agite les vents, sur les ailes
desquels il marche (4) ; c) il excite les tempêtes, dont il fait ses messagers
et ses ministres (5).
IL — SUR L \ TERRE,
Explications et Considérations.
I . — 1-5.
II. — 6 - 2 5 .
f. 6 - 9 . La terre est soutenue par la main de Dieu, elle n'a pas d'au,
tre fondement que la parole divine, d'autre appui que son immuablo
volonté. Elle se balance harmonieusement dans l'espace; d'admirables
lois d'équilibre la soutiennent, sans appui apparent, dans l'immensité.
— Appliquer ces paroles à cette terre serait, j e le crains, entrer dans
une voie sans issue; car, comment dire qu'elle ne sera pas inclinôo
PSAUME c m . 457
ÏII. 2 5 - 3 0
PSAUME crv.
Alléluia. Alleluia.
1. Gonfitemini Domino, et invo- 1. Louez le Seigneur, et invoquez son
cate nomen ejus : annuntiate inter nom; annoncez ses œuvres parmi les
gentes opéra ejus. nations.
2. Cantate ei, et psallite ci : nai*- 2. Chantez ses louanges , chantez-los
rate omnia mirabilia ejus. sur les instruments; racontez toutes ses
merveilles.
3. Laudamini in nomine sancto 3. Glorifiez-vous dans son saint nom;
ejus : leetetur cor queerentium Do- que le cœur de ceux qui cherchent le
minum. Seigneur se réjouisse
4. Qucerite Dominum, et confir- 4. Cherchez le Seigneur, et soyez rem-
mamini : quajrite faciem ejus sem- plis de force; cherchez sa face sans
per. cesse.
5. Mcmentote mirabilium ejus , r>.Souvenez-vous de ses merveilles, des
quai fecit : prodigia ejus, et judi- prodiges qu'il a opérés, et des jugements
cia oris ejus. qui sont sortis de sa bouche,
0. Scmen Abraham, servi ejus : O.vons, postérité d'Abraham, qui êtes
filii Jacob electi ejus. ses serviteurs; vous, enfants de Jacob,
qu'il a choisis.
7. Ipse Dominus Deus noster : 7. C'est lui qui est lo Seigneur notro
in universa terra judicia ejus. Dieu , lui dont les jugements s'exercent
par toute la terre.
8. Memor fuit in sœculum tes- 8. Il s'est toujours souvenu de son al-
tament! sui ; verbi, quod manda- liance , de la promesse qu'il a faite pour
vit in mille generationes : être accomplie dans la suite de toutes
les races ;
9. Quod disposuit ad Abraham : 9. du traité qu'il a conclu avec Abra-
et juramenti sui ad Isaac : ham, et du serment qu'il a fait à Isaac,
10. Et statuitillud Jacob in pra> 10. et qu'il a confirmé à Jacob comme
ceptum : et Israël in testamentum décret inviolable ; et à Israël, pour être
eeternum : une alliance éternelle ,
11. Dicens : Tibi dabo terram H . en disant : Je vous donnerai la terre
Chanaan , funiculum hsereditatis de Chanaan pour votre héritage,
vestroe.
12. Cum essent numéro brcvi, 12. alors qu'ils étaient encoro en très-
paucissimi et incoho ejus : petit nombro , et étrangers dans cette
terre.
13. Et pertransierunt de gente 13. Et ils passèrent d'une nation à
in gentem , et de rcgno ad popu- une autre, et d'un royaume à un autre
lum alterum : peuple (I).
14. Non reliquit hominem no- 14.11 ne permit point qu'aucun homme
cero eis : et corripuit pro eis re- leur fit du mal ; et il châtia mémo dos
ges. rois à cause d'eux : (2)
15. Nolite langere christos meos : lo. Gardez-vous bien de toucher âmes
et in prophetis meis nolite mali- oints, et de maltraiter mes prophètes.
gnari.
16. Et vocavit famem super ter- 16. Et il appela la famine sur la terre;
vum venundatus est Joseph. Joseph, qui fut vendu comme esclave.
18. Humiliaverunt in compedi- 18. Il fut humilié parles entraves qu'on
bus pedesejus, ferrum pertransiit lui mit aux pieds ; le fer transperça son
animam ejus, Amo (2),
19. douce venirct verbum ejus. 19. jusqu'à ce que sa prédiction fût
Eloquium Domini inllammavit accomplie.
eum : La parole du Seigneur l'enflamma.
20. misit rex, et solvit cum ; 20. Le roi envoya rompre ses liens ;
princeps populorum , et dimisit le prince des peuples le mit en liberté.
eum.
21. Constituit eum dominum do- 21. Il l'établit maître de sa maison, et
mus suaî : et principem omnis à la tête de tout ce qu'il possédait,
possessionis suœ:
22. Ut erudiret principes ejus 22. afin qu'il instruisît les grands de
sicut semetipsum : et senes ejus sa cour comme lui-même, et qu'il ensei-
prudentiam doceret. gnât la sagesse aux anciens de son con-
seil (3).
23. Et intravit Israël in ^Egyp- 23. Et Israël eutra dans l'Egypte ; et
tum : et Jacob accola fuit in terra Jacob demeura et fut habitant dans la
Cham. terre de Chain.
24. Et auxit populum suum ve- 24. Et le Seigneur multiplia extraor-
hementer : et firmavit cum suj)er dinaircment son peuple, et le rendit plus
inimicos ejus. puissant quo ses ennemis. Exod. i, 17.
25. Convertit cor eum ut odi- 25. Il changea leur cœur , afin qu'ils
rent populum ejus : et dolum fa- haïssent son peuple, et qu'ils opprimas-
cerent in servos ejus. sent ses serviteur par la ruse.
26. Misit Moysen servum tuum; 20. Il envoya Moïse, son serviteur, et
Aaron, quem elegit ipsum. Aaron, dont il avait fait choix. Exod. m,
10. îv, 29.
27. Posuit in eis verba signo- 27. Il mit en eux sa puissance, pour
rum suorum , et pçodigiorum in faire des signes et des prodiges dans la
terra Cham. terro de Cham. Exod. vu, 10 et suiv.
28. Misit tenebras , et obscura- 28. Il envoya les ténèbres, et remplit l'air
vit : et non exacerbavit sermoncs d'obscurité; et il no manqua pasd accom-
suos. plir ce qu'il avait dit. Exod. x, 21 (4).
29. Convertit aquas eorum in 29. Il changea leurs eaux en sang ; et
sanguincm : et occidit pisecs eo- fit mourir leurs poissons. Exod. vu, 20.
rum.
30. Edidit terra eorum ranas, in 30. Leur terre produisit des grenouilles
penetralibus regum ipsorum. jusque dans l'intérieur dos palais de lours
rois. Exod. vin, 0.
31. Dixit, ot veuit cœnomiia : 31. 11 dit, et il vint dos myriades do
et cinifes in omnibus fînibus eo- mouches, et des moucherons envahirent
rum. toute la contrée. Exod. ix, C.
(1) En hébreu : Omnem baculum panis, le pain est appelé bâton, parce qu'il
soutient ceux qui s'en nourrissent, connue le bâton soutient ceux qui s'appuient
dessus.
(2) Il fut jeté dans les fers jusqu'à ce que se fût accomplie la prophétie qu'il
avait faite au grnnd panotier et au grand écliansoji de Pharaon.
(3) En sorte qu'il rendit tous ses princes dépendants de Joseph, et Joseph
forma à la sagesse tous les vieillards de Pharaon.
(4) Non exacerbavit, signifie : Dieu u'a point aunuNé ses paroles.
470 PSAUME CIV.
32. Posuitl pluvias eorum gran- 32. Il changea leurs pluies en grôles, et
dinem , ignem comburcntcm in fit tomber un feu qui brûlait leurs cam-
'terra ipsorum. pagnes. Exod. vin, 24.
33. Et pcrcussit vineas eorum , 33. Et il frappa leurs vignes et leurs
et ficulneas eorum : et contrivit figuiers; et il brisa tous les arbres qui
lignum finium eorum. étaient dans tout 1e pays.
34. Dixit, et venit locusta, et bru- 34. A sa voix accoururent des saute-
chus, eu jus non erat numerus : relles et des chenilles sans nombre.
35. Et eomedit omne fœnum in 35. Et elles consumèrent toute J'horbo
terra eorum : et eomedit omnem de leurs champs ; et elles dévorèrent
fruefum terne eorum. tous les fruits de leur pays ;
30. Et pcrcussit omne primoge- 30. et il frappa tous les premiers-nés
nitum in terra eorum : primitias sur leur terre , les prémices de tout leur
omnis laboris eorum. travail. Exod. xn , 29.
37. Et eduxit eos cum argento 37. 11 lit sortir les Israélites chargés
et auro : et non erat in tribubus d'or et d'argent, sans qu'il y eut un seul
eorum infirmus. malade dans leurs tribus. Exod.xu, 35 (4).
38. La'tata est /Egyptus in pro- 38. L'Egypte se réjouit de leur départ,
fectionc eorum : quia incubuit ti- parce qu'elle était saisie par la frayeur
mor eorum super eos. qu'elle avait d'eux.
39. Expandit nubcm in protec- 39. Il étendit une nuée pour les mettre
tionem eorum, et ignem ut lucerct k couvert, et il fit briller un feu pour les
eis per noctem. éclairer pendant la nuit. Exod. xiu, 21.
Ps. LXXVII, 14. I Cor. x, i.
40. Petierunt, et venit coturnix : 40. ils demandèrent; et il fit venir des
et pane cœli saturavit eos. cailles, et il les rassasia du pain du ciel.
Exod. xvi, 13.
41. Dirupit petram,et fluxerunt 41. II fendit la pierre , et des eaux
aquaî : abieruntin sicco ilumina; jaillirent, et elles coulèrent comme un
fleuve dans le désert, Nomb. xix, 11,
42. Quoniam memor fuit verbi 42. parce qu'il se souvint de Ja parolo
sancti sui, quod habuit ad Abra- sainte qu'il avait donnée à Abraham, son
ham puerum suum. serviteur. ï. Moj/s. xv, 14; xvn, 7.
43. Et eduxit populum suum 43. Et il fit sortir son peuple rempli
in exultatione, et electos suos in d'allégresse, et ses élus transportés do
hrtitia. joie.
44. Et dédit illis regiones gen- 44. Et il leur donna les contrées dos
tium : et labores populorum pos- nations, et ils héritèrent des travaux des
séderont: peuples,
45. Ut custodiant justificationcs 45. afin qu'ils gardent ses ordonnan-
ejus, et legem ejus requirant. ces pleines de justice, et qu'ils s'appli-
quent à la recherche de sa loi.
Sommaire analytique.
Dans ce Psaume, qui est comme une suite du psaume CIII, et où lo
Psalmiste, après avoir raconté les merveilles de la création, montre celles
de la Providence dans le gouvernement du peuple de Dieu, le Prophète,
se rappelant la conduite paternelle et providentielle de Dieu à l'égard do
son peuple (VI Paroi., xvi, 8) (2),
(1) Dans toutes les tribus d'Israël, il ne se trouva pas un seul malade qui fut
par là obligé de rester en Egypte.
er
(2) Les quinze premiers versets de ce psaume se lisent au I livre des Paraît-
PSAUME CIV. 471
pomènes (xvi, 8-23) ; ils y sont rapportés comme ayant été chantés û la translation
de l'arche. Il est donc probable qu'ils ont été composés par David l u i - m ê m e
Quant au reste du psaume, il n'est point aussi certain qu'il soit du môme temps
©t d u mémo a u t e u r . Toutefois, malgré l'opinion d e quelques exégètes, qui en
reculent la composition après la captivité, nous croyons quo l'uniformité du style
est une raison de croire qu'il est tout entier du uiêuic auteur.
472 PSAUME CIV.
I. — 1-5.
(1) N.-B. Ce psaume, et les deux suivants, étant, dans leur plus grande partie,
une éiiumératiou di>s bienfaits de Dieu sur sou peuple, de ses m u r m u r e s , do son
ingratitude, de son idolâtrie et dos châtiments qui en furent la juste punition,
n'ont guère besoin que do l'analyse raisonnéo quo nous en donnons et à laquelle
n o u s nous contontous d'ajouter quelques réflexions qui sont l'abrégé sommaire
de la doctrine dos Pères.
PSAUME CIV. 473
Par ce mot « toujours >, le Prophète a-t-il voulu nous dire que, p e n -
dant toute notre vie d'ici-bas, comme nous la passons à partir du mo-
ment où nous savons qu'il nous faut chercher Dieu, nous devons le
chercher encore après l'avoir trouvé ? Car la foi l'a déjà trouvé, mais
l'espérance le cherche encore ; et la charité qui l'a déjà trouvé par la
foi, cherche à le posséder par la vision, dans laquelle il sera si pleine-
ment trouvé qu'il nous suffira, et que nous n'aurons plus à le cher-
cher. . . Chercher le Seigneur signifiant qu'on aime le Seigneur, l'a-
voir trouvé n'empêchera pas de le chercher ; et, au contraire, l'amour
de Dieu ne faisant que s'accroître, la recherche de Dieu ne fera que
s'accroître aussi, après qu'on l'aura trouvé. ( S . AUG.) — Nul n ' a p -
proche plus près de la connaissance de la vérité que celui qui com-
prend dans les choses divines, eût-il déjà fait de grands progrès, qu'il
reste encore bien des choses à chercher, à acquérir. (S. LÉON, Serm.
IXde Nativ.) — C'est un devoir pour nous de chercher Dieu toujour
dans nos actions, en ne faisant rien que sous sa conduite ; de le cher-
cher toujours dans la prière qui doit être continuelle, pour ôtre égale
ànos besoins; de le chercher avec le souvenir de ses jugements et de ses
bienfaits ; de le chercher toujours, jusqu'à ce que nous jouissions de
laclaire vision des cieux. — Nous devons toujours chercher la présence
de Dieu et nous appliquer avec un zèle persévérant à ce que Dieu, qui
nous accorde de jouir de sa présence, ne s'éloigne pas de nous. Durant
cette vie, c'est la foi qui c h 3 r c h e la présence, de Dieu, c'est l'espérance
qui le trouve ; mais c'est la charité qui l'obtient pleinement dans la
yie éternelle, là où l'amour de la vraie présence ne peut ni diminuer ni
in hune psalrn.)
s'éteindre. ( S . PROSPER,
IL — 6-22.
son œil, suivant cette parole de Zacharie : « Celui qui vous touche,
me touche à la prunelle de l'œil. » (ZACH., n , 8 . ) Voilà pourquoi il
nous fait encore cetle défense si expressive : Ne touchez point à ceux
qui sont les oints du Seigneur, et gardez-vous d'exercer sur eux la
malignité de vos jugements. Désordre essentiellement opposé à cette
subordination dont Dieu est l'auteur, et par conséquent le conserva-
teur et le vengeur , puisque, du moment que je censure la vie et la
conduite de quiconque est au-dessus de moi, j e m'élève au-dessus de
lui, je me fais le juge de mon juge, et par là, j e renverse l'ordre où
Dieu m'avait placé, et m'expose aux suites malheureuses quo l'Apôtre
nous fait craindre d'un tel renversement. Désordre qui affaiblit et
qui énerve ; disons mieux : qui ruine et qui anéantit l'obéissance des
inférieurs ; car il est impossible que cette facilité à juger et à juger
mal ne produise peu à peu un secret mépris de celui môme dont on
juge, et que ce mépris ne fasse naître la contradiction, les murmures,
les révoltes de l'esprit et du cœur ; d'où il arrive qu'on n'a plus, dans
les sociétés les plus réglées, qu'une obéissance extérieure, qu'une
obéissance politique, qu'une obéissance sans mérite; parce que ce
n'est point une obéissance chrétienne. (DOURD. sur le jug. tém.) —
t Ils ont passé d'une nation à une Etutre nation, et d'un royaume à un
autre p e u p l e . . . Il a appelé la faim sur la terre, et il a brisé toute la
force du pain. » Ne négligeons point l'examen des termes employés
par les saintes Ecritures : « Il a appelé la faim sur la terre, » comme
si la faim était un personnage ou un corps animé, ou un esprit capa-
ble d'obéir à Celui qui l'appelait , tandis que la faim n'est qu'une
cause de destruction amenée par le manque de nourriture, qui devient
comme une maladie pour ceux qui l ' é p r o u v e n t . . . « Il a appelé la
faim, » en ce sens qu'il a ordonné que la famine sévît, de sorte q u ' a p -
peler signifiât nommer, que nommer signifiât dire et que dire signifiât
ordonner ; car il a appelé la faim, « lui qui appelle les choses qui ne
sont pas, comme celles qui sont. » (ROM., IV, 1 7 . ) Dieu a appelé la
faim, c'est-à-dire qu'il a fait éclater ce fléau qui déjà existait dans une
disposition secrète de sa volonté. (S. AUG.) — Famine spirituelle des
âmes d'autant plus redoutable qu'elle est moins sensible. — Dieu ôte
la force du pain de sa parole, lorsqu'il permet que la vérité soit an-
noncée d'une manière si humaine, qu'elle devient inutile à ceux qui
l'entendent. — « Il a envoyé un homme devant eux. » Quel h o m m e ?
Joseph. Comment l'a-t-il envoyé? «Joseph est vendu pour ôtre esclave.»
Assurément, cette vente a été le crime des frères de Joseph, et cepen-
476 PSAUME CIV.
dant Dieu a envoyé Joseph en Egypte. Il nous faut donc bien com-
prendre cette grande vérité, que Dieu tire un bon parti du mal quo
font les hommes, comme les hommes tirent un mauvais parti du bien
que Dieu fait. . . Le fer qui, selon le Prophète, a transpercé son âme,
nous représente les souffrances d'une dure nécessité, et l'affliction do
Joseph, jusqu'à ce que sa parole fût accomplie et que l'événement eût
justifié fou interprétation des songes. (S. AUG.) — Quoi de plus mal-
heureux que Joseph, si l'on juge de ses épreuves avec l'esprit du
monde ; mais quoi de [dus heureux, si l'on en juge par les règles do
la sagesse de Dieu ! — Nous voyons dans la mission confiée à Joseph
les caractères principaux de la mission donnée au pasteur des âmes,
au prédicateur de l'Evangile : 1 ° Il faut qu'il soit envoyé, « misit » ;
2° il doit marcher devant les autres par le bon exemple qu'il leur
donno, « ante cos » ; 3° il doit ôtre doué d'une force peu commune,
d'une force virile, « virum » ; 4° il doit être humble, jusqu'à devenir
le serviteur, l'esclave de tous, « in servum venumdatus est Joseph » ;
5° il doit avoir une patience à toute épreuve et supporter, si Dieu le
permet, les plus mauvais et les plus rudes traitements, « humiliaverunt
in compedibus pedes ejus » ; 6 ° il doit être plein de zèle et de ferveur,
« eloquiam Domini inflammavit eum » ; 7 ° il doit se regarder commo
placé à la tête de la maison de Dieu, « constituit cum dominum do-
mus suœ » ; 8 ° il doit instruire tous ceux qui lui sont soumis, mémo
les rois et les grands de la terre, « ut erudiret principes sicut semetip-
sum ». — Saint Ambroisc considère Jacob comme le modèle de tous
ceux qui veulent vivre heureux sur la terre. — Que peut-il manquer
en effet à celui qui est toujours accompagné de la vertu ? Dans quelle
situation ne sera-t-il pas puissant? dans quel état de pauvreté no
scra-t-il pas riche? dans quelle obscurité ne scra-t-il pas brillant?
dans quelle inaction ne sera-t-il pas laborieux? dans quelle infirmité
ne sera-t-il pas vigoureux ? dans quelle faiblesse ne sera-t-il pas plein
de force ? dans quelle solitude ne scra-l-il pas accompagné ? Il aura
pour compagne l'espérance de la vie bienheureuse ; pour vêtement,
la grâce du Très-Haut; pour ornement, les promesses de la gloire.
(S AMBR., de Jacob et vita beata.) — « H changea leur cœur, afin qu'ils
prissent son peuple en haine. » Faut-il prendre cette parole à la lettre
et croire que Dieu change le cœur de l'homme pour qu'il commette le
p é c h é ? ou bien n'était-ce pas une faute, ou n'était-ce qu'une faute
légère de haïr le peuple de Dieu et d'emptoyer la fourberie contre ses
serviteurs ? Dieu est-il donc l'auteur de ces péchés si graves, lui qu'on
PSAUME CIV. 477
ne peut croiro l'auteur même du plus léger péché ? Non, sans d o u t e .
Les Egyptiens n'étaient pas bons avant de haïr ion peuple ; ils étaient,
au contraire, assez méchants et assez impies pour porter aisément
envie au bonheur des étrangers établis chez eux. En multipliant son
peuple, Dieu, par ce bienfait même, poussa ces méchants à l'envie.
En effet, l'envie est la haine du bonheur des autres : c'est ainsi qu'il
porta leur cœur à haïr son peuple par envie et à accabler ses servi-
teurs par mille fourberies.'Ce n'est donc pas en faisant le mal, mais,
au contraire, en faisant du bien à son peuple, qu'il a excité à la haine
le cœur des Egyptiens, déjà méchant par lui-môme. Il n'a point per-
verti un cœur droit, mais il a dirigé vers la haine pour son peuple
leur cœur déjà pervers par lui-même, afin de tirer le bien du mal
qu'ils feraient. (S. AUG.)
III. — 23-45.
f. 23-45. Admirable multiplication du peuple de Dieu dans l'Egypte,
figure de l'Eglise qui, dans ses commencements, était réduite à peu
de personnes, et que le Seigneur a multipliée au point où nous la
voyons maintenant. — Impossibilité pour les vrais serviteurs de Dieu
d'être longtemps d'accord avec los Egyptiens , c'est-à-dire avec les
mondains: ils les haïront toujours, parce qu'ils ne peuvent souffrir ni
leurs maximes, ni leur conduite, et ils ne manqueront jamais de trou-
ver mille artifices pour les accabler. Mission divine de Moïse et d'Aa-
ron. — Plus une mission est nouvelle et extraordinaire, plus elle a
besoin d'être confirmée par des miracles extraordinaires. — Plaies
d'Egypte. (V. ps. LXXXVH.)— Sortie triomphante des Israélites.— Sortir
d'une dure épreuve chargé de nombreuses richesses, quel inestimable
bonheur! — Aucun infirme do corps dans los tribus d'Israël; mais
aucun qui ne soit infirme dans l'âme et dans Israël, et même parmi
les chrétiens. — C'était par crainte, et non par conscience et par
amour, que les Egyptiens donnèrent la liberté aux Israélites. Imago
trop fidèle des dispositions de plusieurs chrétiens qui ne font rien que
par une crainte intéressée, toujours prêts à se révolter contre Dieu,
sans jamais céder, sinon aux coups sensibles, ou au moins aux me-
naces de sa justice rigoureuse. — « Le Seigneur fit sortir les Israélites
avec beaucoup d'or et d'argent, » parce qu'ils n'étaient pas encore
capables de mépriser le salaire temporel, sans doute, mais légitime,
dû à leurs travaux. Or, si les Israélites ont trompé les Egyptiens, en
leur empruntant de l'or et de l'argent, il ne faut pas croire que Dieu
commande de semblables ruses à ceux dont le cœur est élevé vers le
478 PSAUME CIV.
ciel, ou qu'il les approuve, s'ils les mettent en œuvre. En effet, Dieu,
d'après ces paroles, a permis plutôt que prescrit cette action à ce
peuple dont il voyait le cœur et dont il connaissait l'avarice. Cepen-
d a n t des âmes charnelles pourraient alléguer comme motifs d'appro-
bation pour la conduite des Israélites, que les Egyptiens n'ont souf-
fert de leur part que ce qu'ils méritaient, et que, si les Israélites ont
employé la ruse, ils n'ont fait que reprendre à des hommes injustes
le salaire qui leur était dû. Mais répondons simplement que Dieu s'est
servi, tant de l'injustice des Egyptiens que de la faiblesse des Israélites
pour figurer et prédire par ces faits les choses qu'il voulait accomplir
un jour. ( S . AUG.) — Providence de Dieu sur son peuple dans lo
désert, bienfaits nouveaux, raison de ces bienfaits, et fin que Dieu s'y
proposait ; — nuée qu'il étend pour les protéger, figure de la foi et
des deux rapports qui la caractérisent : son obscurité et sa lumière
Elle est obscure, parce qu'elle a Dieu pour objet; lumineuse, parce
qu'elle est donnée à l ' h o m m e ; obscure, parce que Dieu est grand ;
lumineuse, parce qu'il est j u s t e ; obscure, parce que l'homme est
borné ; lumineuse, parce qu'il est raisonnable ; obscure, pour ne point
la confondre avec les vérités qui tombent sous les s e n s ; lumineuso,
pour la distinguer de l'erreur ; obscure enfin, parce qu'elle doit nous
soumettre , et lumineuse, parce qu'elle doit nous conduire. (Mgr DB
BOULOG. su}' la Foi.) — « Et il leur donna les pays des nations, et les
fit entrer en possession des travaux des peuples. » Comme si nous de-
mandions quelle est la valeur de ces biens donnés aux Hébreux, et do
peur qu'on ne pensât que cette félicité temporelle accordée par Dieu
à son peuple est le souverain bien , le Prophète nous reporte de suito
à la recherche du souverain bien, et nous signale dans le corps du
psaume, l'âme qui s'y trouve on quelque sorte cachée : « Afin, dit-il,
qu'ils gardassent ses ordonnances pleines de justice, et qu'ils re-
cherchassent sa loi. » Il faut conclure de là que si les serviteurs et los
élus de Dieu, enfants de la promesse, véritable et légitime race d'A-
braham et imitateurs de sa foi, reçoivent de Dieu ces biens terrestres,
ce n'est pas pour qu'ils se plongent dans le luxe, ou qu'ils s'engourdissent
dans une sécurité coupable. Ils doivent, au contraire, posséder ces
biens que la miséricorde divine leur a préparés et dans la recherche
desquels ils pourraient se laisser absorber par de laborieux soucis,
de telle sorte qu'ils s'appliquent à la recherche de ce qui peut leur
procurer le bien éternel, c'est-à-dire qu'ils gardent ses ordonnances
et recherchent sa loi. (S. AUG.)
PSAUME CV. 479
PSAUME CV.
Alléluia. AUcluia;
1. Confitemini Domino quoniam 1. Louez le Seigneur, parce qu'il est
bonus : quoniam in saeculum mi- bon , parce que sa miséricorde est éter-
sericordia ejus. nelle. Judith, xni, 21.
2. Quis loquetur potenlias Do- 2. Qui racontera les ouivres do la puis-
mini, auditas faciet omnes laudes sance du Seigneur, et qui publiera toutes
ejus ? ses louanges? Eccli. X L I H , 35.
3. Beati qui custodiunt judi- 3. Heureux ceux qui gardent l'équité,
cium, et faciunt justitiam in omni et qui pratiquent la justice en tout temps.
temporo.
4. Mémento nostri Domine in 4. Souvenez-vous de nous , Seigneur,
beneplacito populi tui : visita nos dans votre bieuveillance pour votre peu-
in suiutari tuo : ple ; visitez-nous pour nous sauver (1),
5. Advidenduminbonitateelcc- 5. afin que nous voyions les biens dont
torum tuorum , ad lœtandum in jouissent vos élus, que nous nous réjouis-
laetitia gentis tuœ : ut lauderis sions de la joie de votro peuple , et que
cum heredilate tua. vous soyez loué dans votre héritage.
6. Pcccavimus cum patribus nos- G. Nous avons péché avec nos pères ;
tris : injuste egimus, iniquitatem nous avons agi injustement ; nous avons
fecimus. commis l'iniquité (2).
7. Patres nostri in TEgypto non 7. Nos pères ne comprirent point vos
intellexerunt mirabilia tua : non merveilles dans l'Egypte ; ils ne se sou-
fuerunt memores multitudinis mi- vinrent point de vos innombrables misé-
sericordiœ tuaî. ricordes
Et irritaverunt ascendentes in Et ils vous irritèrent lorsqu'ils mon-
mare, mare Rubrum. taient vers la mer Rouge. (3).
8. Et salvavit eos propter no- 8. Et le Seigneur les sauva à cause de
men suum : ut notam faceret po- son nom, afin de faire connaître sa puis-
tentiam suam. sance.
9. Et increpuit mare Rubrum, et 9. 11 gronda la mer Rouge, et elle so
siccatum est : et ex deduxit eos in dessécha; et il les conduisit au milieu
abyssis sicut in deserto. des abîmes comme dans les plaines du
désert. Exod. xiv, 21.
10. Et salvavit eos do manu 40. Et il les sauva des mains do ceux
odientium : etredemit eos de manu qui los haïssaient ; et il les délivra des
inimici. mains de leur onnomi.
11. Et operuit aqua tribul.ntes 11. La mer engloutitceuxqui les pour-
eos : unus ex eis non remansit. suivaient , sans qu'il eu restât un seul.
Exod. xiv, 27.
12. Et crediderunt vertus ejus : 12. Alors ils crurent à ses paroles , et
et laudaverunt laudom ejus. ils chantèrent ses louanges (4).
13. Cito fecerunt, obliti sunt 13. Mais ils s'en lassèrent bientôt; ils
operum ejus : et non sustinuerunt oublièrent ses œuvres, et ils n'attendirent
consilium ejus. pas l'accomplissement de ses dosseins.
14. Et concupierunt concupis- 14. Ils s'abandonnèrent à dos désirs
(1) In beneplacito, à cause do la bieuveillance que vous portez à votre peuple.
(2) Dans les grandes calamités , c'était l'usage do faire ainsi la confession pu-
blique de ses péchés (I Esdr. ix, 6, 7; Tob. m, 3, 4; Judith, vu, 19; llaruch. i,
15-20; II, 5-8; Dan. ix. G).
(3) Allusion au murmure qui procoda le passage de la mer Rouge.
4) Allusion au cantique de Moïse.
480 PSAUME CV.
centiam in deserto : et tentave- déréglés dans le désert; et tentèrent
runt Deum in inaquoso. Dieu dans un lieu où. il n'y avait point
d'eau. Exod. xvn, 2.
Uï. Et dédit eis petitionem ipso- 15. Et il leur accorda leur demande;
rum : et misit saturitatem in ani- et il envoya de quoi rassasier leurs dé-
mas eorum. sirs. Nomb. xi, 31.
16. Et irritaverunt Moysen in 16. Et ils irritèrent dans le camp
castris, Aaron sanctum Domini. Moïse et Aaron, le saint du Seigneur.
17. Aperta est terra, et degluti- 17. La terre s'entrouvrit, et elle en-
vit Dathan, et operuit super con- gloutit Dathan, et elle se referma sur la
grcgationem Abiron. troupe d'Abiron. Nomb. xvi, 32.
18. Et exarsitignis in synagoga 18. Un feu s'alluma au milieu de ces
eorum : flamma combussit pecca- factieux, et la flamme consuma ces mé-
tores. chants.
19. Et fecerunt vitulum in Ho- 19. Et ils fabriquèrent un veau près
reb : et adoraverunt sculptile. d'Horeb ; et ils adorèrent un ouvrage de
sculpture. Exod. xxxn, 4.
20. Et mutavcrunt gloriam suam 20. Et ils changèrent leur gloire contre
in similitudinem vituli comedcntis l'image d'un veau qui mange de l'herbe.
fœnum.
21. Obliti sunt Deum, qui sal- 21. Ils oublièrent lo Dieu qui les avait
vavit eos , qui fecit magnalia in sauvés, qui avait fait de grandes choses
JEgypto . dans l'Egypte,
22. mirabilia in terra Chain : 22. des prodiges dans la terre de
terribilia in mari Hubro. Cham , des choses terribles dans la mer
Rouge.
23. Et dixit ut disperderet eos : 23. Et il avait résolu de les perdre, si
si non Moyses electus ejus stetisset Moïse , qu'il avait choisi, ne se fût pré-
in confractione in conspectu ejus. senté devant lui sur la brèche (1),
Ut avertoret iram ejus ne dis- pour détourner sa colère et prévenir
perderet eos : leur ruine.
24. et pro nihilo habuerunt ter- 24. Et ils comptèrent pour rien uno
ram desidcrabilem : terre si digne de leurs désirs.
Non crcdidcrunt verbo ejus , Us ne crurent point à sa parole;
25. et murmuraverunt in tabcr- 25. ils murmurèrent dans leurs tentes;
naculis suis : non exaudierunt vo- et n'écoutèrent point la voix du Soi-
cem Domini. gneur.
20. Et elevavit manum suam 26. Et il leva sa main sur eux, et jura
super eos : ut prosterneret eos in de les anéantir dans le désert (2),
deserto :
27. Et ut dcjiceret semen eorum 27. et d'abaisser leur race parmi les
in nationibus : et dispcrgeret eos nations, et de les disperser en divers pays.
in regionibus.
28. Et initiati sunt Rcclphegor : 28. Ils se consacrèrent à Béelphégor,
et comederuut sacrilicia mortuo- et ils mangèrent des victimes immolées
rum. aux morts.
(1) Si Moïse ue se hit tenu sur la brèche pour l'arrêter, si Moïse ne se fut pré-
senté devant Dieu pour intercéder eu leur faveur. L'image est prise d'un mur em-
porté d'assaut, auquel on a fait brèche, et où un soldat valeureux se présente pour
repousser ceux qui se précipitent daus la place. Ici Dieu est l'ennemi qui veut
pénétrer, Moïse le défenseur qui ee tient sur la brèche et demande grâce. (D'Au..)
(2) Et elevavit peut siguificr qu'il j u r a de les faire tomber morts dans le désert
c o m m e les h o m m e s j u r e n t en levant la main ; on attribue ici cet acte h Dieu,
(Exod. vi, 8).
PSAUME CV. 4si
29. Et irritaverunt eum in adin- 29. Et ils irritèrent lo Seigneur par
ventionibus suis : et multiplicata leurs œuvres criminelles ; et le châtiment
est in eis ruina. éclata sur un grand nombre
30. Et stotit Pbinoes , et placa- 30. Mais Phinéôs se présenta; il apaisa
vit : et cessavit quassatio. le Seigneur, et le fléau cessa ses ravages.
Nomb. xiv.
31. Et reputatum est ei in jus- 31. Et ce zèle lui fut imputé à justice
tiam, in generationem et genera- pour toujours, et dans la suite de toutes
tionem usque in sempiternum. les générations.
32. Et irritaverunt eum ad aquas 32. Us irritèrent encore Dieu aux eaux
contradictionis : et vexatus est de contradiction ; et Moïse fut châtié à
Moyses propter eos : cause d'eux (1 ) ;
33. quia exacerbaverunt spiri- 33. car ils aigrirent son esprit,
tum ejus.
Etdistinxitin labiis suis : et il fut défiant dans ses paroles.
34. non disperdiderunt gentes, 34. Us n'exterminèrent point les na-
quas dixit Dominus illis. tions que le Seigneur avait marquées ;
35. Et commixti sunt inter gen- 35. mais ils se mêlèrent parmi ces na-
tes, et didicerunt opéra eorum : tions , et ils apprirent leurs œuvres.
36. et sorvieruntsculptilibus eo- 36. Et ils adorèrent leurs idoles sculp-
rum, et factum 63t illis in scanda- tées, et ce fut pour eux une occasion de
lum. scandale.
37. Et immolaverunt filiossuos, 37. Et ils immolèrent leurs fils et leurs
et filias suas dsemoniis. filles aux démons.
38 Et effuderunt sanguinem in- 38. Us répandirent le sang innocent,
nocentent : sanguinem filiorum le sang de leurs fils et do leurs filles ,
suorum et filiarum suarum , quas qu'ils sacrifièrent aux idoles de Chanaan,
sacrificaverunt sculptilibus Cha- taillées en sculpture.
naan.
Et infecta est terra in sanguini- Et la terre fut souillée par des flots
bus , de sang.
39. et contaminata est in operi- 39. Elle fut souilléo par leurs œuvres
bus eorum : et fornicati sunt in criminelles; et ils se prostituèrent à leurs
adinventionibus suis. inventions (2).
40. Etiratus est furoro Dominus 40. La colôro du Seigneur s'enflamma
in populum suum : abominatus contre son peuple ; et il eut en abomina-
est baîreditatem suam. tion son héritage.
41. Et tradidit eos in manus 41. Et il les livra entre les mains des
gentinm : et dominati sunt eorum nations ; et ceux qui les haïssaient les
qui oderunt eos. courbèrent sous leur joug (3).
42. Et tribulaverunt eos inimici 42. Leurs ennemis los opprimèrent; ils
eorum, et bumiliati suntsub ma- furent humiliés sous leur puissance,
nibus eorum,
43. sœpo libcravit eos. 43. et souvent Dieu les délivra.
Ipsi autem exacerbaverunt eum Mais ils l'irritèrent de nouveau par
in consilio suo et humiliati sunt leurs desseins ; et ils furent humiliés à
in iniquitatibus suis. cause de leurs injustices.
44. Et vidit cum tribularentur : 44. Il considéra leur détresse, et il
et audivit orationem eorum. écouta leur prière.
45. Et memor fuit testamenti 45. Il se souvint de son alliance ; il se
sui : et pœnituit eum secundum repentit selon la grandeur de sa miséri-
multitudine misericordiaî suœ. corde.
(1) Moïse douta s'il serait possible à Dieu de faire sortir de l'eau du rocher; il
fut puni de ce doute en mourant sans entrer dans la terre promise.
(2) La fornication est ici le culte d'un faux dieu.
(3) V. 41 et suiv. Ces versets sont relatifs au temps des juges.
TOME II, . 3 1
482 PSAUME CV.
46. Et dédit eos in misericordias 46. Il fit éclater sur eux ses miséri-
in conspectu omnium qui cepe- cordes envers eux, à la vue de tous ceux
rant eos. qui les avaient rendus captifs.
47. Salva nos Domine Deus 47. Sauvez-nous, Seigneur notre Dieu,
noster : et congrega nos de natio- et rassemblez-nous du milieu des nations,
nibus : afin que nous rendions gloire à votro
l't confiteamur nomini sancto saint nom , et que nous mettions notro
tuo : et gloriemur in lande tua. gloire dans vos louanges.
48. Benedictus Dominus Deus 48. Béni soit le Seigneur, le Dieu d'Is-
Israël a sœculo et usque in srecu- raël , dans tous les siècles. Et tout lo
lum : et dicet omnis populus : peuple dira : Ainsi soit-il, ainsi soit-il (i).
Fiat, fiât.
Sommaire analytique.
Ce Psaume est comme la contre-partie du précédent. Le Psalmiste y par-
court l'histoire du peuple hébreu depuis la sorlio d'Egypte jusqu'au temps
des Juges, et considère les bienfaits dont Dieu l'a comblé, malgré son in-
gratitude, ses murmures et ses infidélités. — Rien n'empêche d'attribuer
à David la composition de ce psaume, où, d'après les exégètes les plus
autorisés, le style ne renferme aucune trace d'une époque plus récente.
(LE HIR.) Quelques autres ont pensé que ce psaume pouvait être reculé
jusqu'au temps de la captivité, et, dans cette hypothèse, l'auteur aurait
emprunté à David les versets 1, 46, 47 de ce psaume, qui se lisent au
er
1 livre des Paralipomèncs. L'auteur du verset 48 leur paraît évidemment
postérieur a la captivité.
I. — LE rROriIÈTE EXHORTE TOUS LES ISRAÉLITES A LOUER DIEU :
1° En proclamant sa bonté et sa miséricorde (1) ;
2" En publiant sa puissance et ses œuvres (2) ;
3° En imitant sa justice et sa sainteté (3);
4° En demandant pour tout le peuple la grâce et le salut qui doivent
tourner à la gloire de Dieu (4, 5) ;
5° En reconnaissant et en confessant leurs offenses envers Dieu (6).
II. — IL EXrOSE ALTERNATIVEMENT LES INFIDÉLITÉS DES ISRAÉLITES, LES CHATI-
MENTS QUI EX ONT ÉTÉ LA JUSTE TUNITION ET LA BONTÉ DE DIEU A LEUR ÉGARD t
1° Lors de la sortie d'Egypte : a) leur péché d'ignorance, d'oubli et de
murmure (7) ; b) la bonté de Dieu dans le passage miraculeux de la mer
Rouge (8-10) ; c) la vengeance exercée contre les Egj'ptiens en faveur des
Hébreux (11, 12);
2° A leur entrée dans le désert : o) leur péché d'ingratitude et de con-
voitise sensuelle (13, 14); b) la bonté de Dieu leur accordant co qu'ils
désiraient, et le châtiment qui suivit l'accomplissement de leurs désirs (ili);
(1) Ce verset indique quo lo peuple devait répondre ici : Amen, Alléluia.
PSAUME CV. 483
3° Dans le voyage à travers le désert : a) leur péché d'envie et d'ambi-
tion contre Moïse et Aaron (10); b) la vengeance que Dieu lira du crime
de Dathan et d'Abiron, en permettant que la terre les engloutît eux et
leurs compagnons (17, 18);
4° Durant leur séjour dans le désert : a) l'adoration du veau d'or et
l'oubli de Dieu, et le châtiment dont Dieu voulait les frapper suspendu par
Moïse (19-23) ; 6) leurs nouveaux murmures et la punition dont ils furent
suivis (24-27) ; c) leurs désordres et le culte rendu à Bôclphôgor punis par
la mort d'un grand nombre, la vengeance de Dieu arrêtée par l'interven-
tion do Phinôês (28-31) ; d) leur impatience et leurs contradictions provo-
quant la justice de Dieu môme contre Moïse (32, 33) ;
5° Après leur entrée dans la terre promise : a) leur tolérance coupable
à l'égard des Chananéens, la participation à leur culte sacrilège et à leurs
abominations (34-39) ; b) la juste punition de ces crimes par les ennemis
qui les réduisirent en captivité et dévasteront leur contrée (40-43) ; c) la
miséricorde de Dieu se souvenant de son alliance et fléchissant la dureté
de leurs vainqueurs (43-46).
III. — IL TERMINE :
1° En demandant à Dieu la délivrance de son peuple, pour célébrer ses
louanges et sa gloire (47) ;
2° En commençant ce cantique de louange et exhortant le peuple de
Dieu à s'unir à lui (48).
Explications et Considérations.
I. — 1-6.
f. 1-6. Ce psaume et le précédent sont si étroitement liés entre eux,
que le premier nous signale le peuple de Dieu dans ses élus, de la part
desquels aucune plainte ne s'est élevée, et qui sont du nombre do
ceux en qui Dieu s'est complu (1 Cou. x, v), et que le second nous
signale les hommes du peuple dont les murmures ont provoqué en
Dieu de l'amertume, sans que pourtant sa miséricorde les ait aban-
donnés. Le Psalmiste parle au nom de ceux d'entre eux qui, s'étant
convertis, ont imploré leur pardon, et il rapporte des exemples de
pécheurs envers lesquels a éclaté la divine miséricorde, riche môme
envers ceux qui l'offensent. (S. AuG.) — Il en est qui louent le Sei-
gneur parce qu'il est puissant ; il en est d'autres qui le louent parce
qu'il est bon à leur égard; il en est enfin qui le louent absolument,
parce qu'il est bon.— Les premiers sont des esclaves qui le craignent ;
les seconds sont des mercenaires qui ne pensent qu'à leurs intérêts ;
484 PSAUME CV.
les troisièmes sont des enfants qui rendent honneur à leur père.
(S. BERN., Ep. xi.) — Après avoir invité tout son peuple à exalter le
Seigneur, à publier les prodiges de sa miséricorde, lo Prophète, se
repliant en quelque sorte sur lui-même, considère que personne n'est
capable d'exalter comme il faut la puissance de la miséricorde divine.
(BERTDIER.) — « Qui peut suffire à raconter ses œuvres? qui sondera
ses merveilles? qui pourra dépeindre la grandeur de sa puissance, ou
qui entreprendra de raconter sa miséricorde. On ne peut ni diminuer,
ni accroître, ni connaître la grandeur de Dieu. » (ECCLI. XVIII, 2-5.)
Dieu est invisible, ineffable, infini; tout discours est réduit au silence
pour exprimer ses grandeurs, toute intelligence condamnée à l'im-
puissance pour sonder ses divines perfections et les concevoir. (S. DTIL.)
— Mais si quelqu'un est digne de célébrer les merveilles de la puis-
sance du Seigneur d'une manière qui lui plaise, ce sont ceux qui
gardent les règles de la justice, et qui font, en tout temps et dans
toutes les occasions ce qui est juste, car s'il est bon de le louer par
nos discours, il est bien mieux de le louer p a r nos œuvres et par la
pratique de la justice. — Or, il ne suffit pas d'être juste par inter-
valles : l'observation de la justice est un devoir de tous les âges, de
tous les temps, de toutes les conditions, de toutes les situations. « Ai-
mez le Seigneur votre Dieu, gardez ses préceptes, ses lois, ses ordon-
nances en tout temps. (Dent.) — En raison de la signification voisine
des deux mots jugement et justice, il semble qu'on peut les employer
l'un pour l ' a u t r e ; cependant, si l'on veut les prendre dans leur
sens propre, j e ne doute pas qu'il n'y ait entre eux une différence,
et que l'on ne doive dire de celui qui j u g e bien qu'il garde le juge-
ment, et de celui qui agit bien, qu'il pratique l a j u s t i c e . — «Visitez-
nous par le salut que vous nous donnez. » Il s'agit ici du Sauveur
lui-même, au nom duquel les péchés sont remis et les âmes guéries,
afin que les justes puissent garder le jugement et pratiquer lajustice.
(S. AUG.) — « Afin que nous voyions la bonté dont vous comblez vos
élus. » Les biens de la terre, plaisirs, honneurs, richesses, sont, pour
l'ordinaire, le partage des méchants et des réprouvés; les seuls véri-
tables biens sont les biens des élus, ceux que Dieu réserve à ses amis.
Ce sont ceux-là qu'il faut désirer de voir. « Afin que nous voyions les
biens promis à vos élus. » La béatitude pleine et parfaite consislo
dans la vision d e Dieu : « J e serai rassasié, lorsque voire gloire m'ap-
paraîtra. » (Ps. xvi, 15.) Dieu lui-môme sera pour nous la réunion do
tous les biens. Avare, que cherchiez-vous à recevoir? que peut de-
PSAUME CV. 485
mander à Dieu celui à qui Dieu ne suffit pas ? (S. AUG., Serm. 7° sur
dîv.) — Nous nous réjouirons dans le ciel avec Dieu et avec les saints,
« pour nous réjouir de la joie qui est propre à votro peuple. » La rai-
son pour laquelle nous devons nous réjouir en Dieu est tirée de son
infinie perfection, à laquelle participe, en lui devenant semblable, celui
qui le voit face à face et le goûte dans la plénitude de son â m e .
Beaucoup veulent se réjouir, mais peu cherchent la joie propre au
peuple de Dieu. — Fausse joie du monde, à laquelle il ne faut p r e n -
dre aucune part. — Se réjouir de la seule joie qui est propre au peu-
ple de Dieu.
II. — 7-33.
fi. 7-12. Que signifient ces paroles : « Nos pères n'ont pas compris
vos merveilles,» sinon qu'ils n'ont pas compris ce que vous vouliez leur
donner en acccomplissant ces merveilles ? Qu'est-ce donc, sinon la
vie éternelle et non un bien temporel, mais un bien immuable, qu'il
faut attendre par la patience ? Or, dans leur impatience, ils ont m u r -
muré, ils se sont livrés à l'amertume de leur cœur, et ils ont cherché
le bonheur dans les biens de la vie présente, biens fugitifs et t r o m -
peurs. « Us ne se sont pas souvenus de l'abondance de votre miséri-
corde. » Le Prophète adresse ses reproches à leur intelligence et à
leur mémoire. En effet, ils avaient besoin d'intelligence pour se r e n -
dre compte des biens éternels auxquels Dieu les appelait au moyen
de ces biens temporels, et de mémoire pour ne pas oublier du moins
les miracles que Dieu avait opérés dans le temps, et croire avec pleine
confiance que Dieu les délivrerait de la persécution de leurs ennemis,
avec la puissance dont ils avaient déjà fait l ' é p r e u v e . . . (S. AUG.) —
Remarquons surtout que l'Ecriture a voulu accuser les Juifs de n ' a -
voir pas compris ce qu'ils devaient comprendre, et de ne s'être pas
souvenus de ce qu'ils devaient garder dans leur mémoire : deux choses
que les hommes ne veulent pas qu'on leur impute comme fautes, et
cela, afin d'être moins suppliants, moins humbles vis-à-vis de Dieu,
en présence de qui ils doivent confesser ce qu'ils sont, afin, que par
son secours, ils puissent devenir ce qu'ils ne sont pas. (S. AUG.) —
« Il a menacé la mer Rouge et elle s'est desséchée. » Le Prophète a p -
pelle du nom de menace la puissance divine qui a fait ce miracle... Il
y a une force trôs-secrète, trôs-cachéc, par laquelle Dieu agit, do telle
sorte que même les êtres privés de sentiment obéissent immédiate-
ment à sa volonté. (IDEM.) — On s'étonne de l'insensibilité ou plutôt
48G PSAUME CV.
de la stupidité des anciens Israélites, qui n'avaient point l'intelligence
des merveilles opérées sous leurs yeux, qui ne s'en souvenaient pas,
qui irritaient Dieu dans le temps où il les comblait de bienfaits. —
Mais quelle raison bien plus forte de s'étonner, et en môme temps de
condamner un grand nombre de chrétiens à qui Jésus-Christ, ses
mj'stères, ses enseignements, sont presqu'inconnus, après tant de
siècles de prédications, d'instructions et de miracles. — Dieu ne sauve
les pécheurs que pour manifester la gloire de son nom et pour faire
mieux connaître la grandeur de sa puissance, qui paraît effectivement
davantage par cette opposition do la misère, do la malice et de la cor-
ruption de ceux qu'il sauve. (DUGUET.)
fi. 13-15. Ingratitude et inconstance du cœur humain, qui quelque-
fois sert et loue Dieu par humeur et par caprice, et qui se lasse bientôt
de recourir à lui, si Dieu ne lui accorde d'abord ce qu'il demande. —
Rien de plus odieux que cette précipitation qui semble imposer des
lois à Dieu dans le môme moment qu'on implore son secours, et qui
change en une espèce de servitude cette bonté toute gratuite par
laquelle il promet de nous secourir. — Exemple terrible du malheur
de ceux qui se dégoûtent des choses spirituelles et soupirent après les
plaisirs du siècle qui tuent et ne rassasient pas les âmes. Souverain
malheur et dernier effet de la colère de Dieu, lorsqu'il semble exaucer
ces demandes déréglées qui ne vont qu'à satisfaire les passions. (DU-
GUET.) — Us étaient dans un lieu aride, desséché et sans eau, parce
qu'ils ne reconnaissaient pas la divine rosée qui leur était ménagée
par l'Esprit-Saint dans la colonne de nuée qui les précédait. (S. JÉR.)
— L'intempérance est la cause de tous les vices. 1° Elle est la cause
de l'inconstance dans la vertu : « Us se lassèrent bientôt. » 2° Elle
jette dans m oubli complet de Dieu : « Us oublièrent les œuvres de
Dieu. » Elle substitue au culte de Dieu, le culte d'une autre divinité,
dont saint Tanl a dit dans son langage énergique : « Leur Dieu est
leur ventre. » (PujLirr. m , 19.) 3° Elle est impatiente de tout frein,
et se laisse aller aux murmures contre Dieu : « Ils n'attendirent pas
le temps de ses conseils. » 4° L'intempérance est insatiable : « Ils dé-
sirèrent ardemment de manger des viandes dans le désert. »
f. 16-18. Châtiment terrible de l'indépendance ambitieuse que ces
malheureux rebelles affectèrent à l'égard de Dieu, en refusant de se
soumettre à ceux qu'il avait mis au-dessus d'eux. — Image vive,
quoique très-imparfaite du feu de l'enfer, qui ne s'éteindra jamais cl
brûlera une infinité de malheureux réprouvés, sans jamais les consu-
P S A U M E CV. 487
mer. (DUG.) — « Leur sort malheureux, dit l'Apôtre saint Pierre, ne
dort point. » Que ce mot est terrible 1 que la patience de notre Dieu
r
est redoutable 1 Nous ne vo} ons plus d'hommes punis comme les
Israélites murmurateurs dans le désert ; mais notre Dieu a m a r q u é
un jour où tous les pécheurs boiront le calice de sa fureur ; et c'est ce
j o u r qu'il faut méditer sans cesse. (BERTniER.)
f. 19-33. P l û t à Dieu que ce crime de l'adoration du veau d'or eût
fini avec leurs auteurs, et qu'il ne fût pas renouvelé tous les jours par
des chrétiens qui s'adorent eux-mêmes, qui ne se lèvent chaque j o u r
que pour jouer et se divertir, et dont l'oisiveté, la bonne chère, le
plaisir, le divertissement remplissent toute la vie. — « Dieu déclare
qu'il les ferait périr, si Moïse, son élu, ne s'était tenu devant lui en s'of-
frant à ses coups. » C'est là une preuve de ce que vaut auprès de Dieu
l'intercession des saints. Moïse, certain que la justice de Dieu ne pou-
vait le frapper, a obtenu miséricorde pour des coupables que Dieu
pouvait frapper avec justice. ( S . AUG.)— Jusqu'où va l'aveuglement du
cœur de l'homme, lorsqu'il a renoncé volontairement à la lumière de
Dieu pour s'abandonner à ses ténèbres. (DUG.) — « Us comptèrent pour
rien la terre qu'ils devaient désirer. » Mais l'avaient-ils vue ? Com-
ment donc ont-ils compté pour rien une terre qu'ils n'avaient pas vue,
sinon comme la suite l'explique? « Et ils ne crurent point à ses p a -
roles. » Assurément, si cette terre, où l'on disait que coulaient le lait
et le miel, n'avait été la figure d'une grande chose, et si de ce signe
visible elle n'avait conduit à la grâce invisible et au royaume des
cieux ceux qui comprenaient les merveilles de Dieu, les Israélites ne
seraient point accusés d'avoir compté pour rien cette t e r r e . . . Mais ce
qui rend surtout leur incrédulité coupable, c'est qu'ils n'ont compté
pour rien cette terre si désirable, que parce qu'ils n'ont pas cru aux
paroles de Dieu, qui des petites choses les conduisait aux grandes ;
et parce que, se hâtant de jouir des biens temporels qu'ils goûtaient
selon la chair, ils n'ont pas attendu patiemment, comme il a été dit
plus haut, l'exécution des desseins de Dieu. ( S . AUG.) — Qu'un homme
ait l'insolence de dédaigner ce que Dieu estime, de mépriser ce que
Dieu promet, il y a là un si étrange renversement de toutes les idées
saines et vraies, que nous ne devons pas nous étonner si le mépris
que firent les Israélites d'une contrée que Dieu leur avait dépeinte
comme délicieuse a été puni sévèrement ; à plus forte raison Dieu
punira-t-ii le mépris que les hommes auront fait, jusqu'à la fin de leur
vie, de l'éternel et glorieux séjour promis à ses fidèles serviteurs. (BEI.-
488 PSAUME GV.
LARM.) — Combien, parmi les chrétiens, d'infidélités semblables à
celles des Israélites ? combien de refus d'écouter la voix intérieure et
la parole extérieure de Dieu ? combien de murmures secrets dans nos
tentes, c'est-à-dire dans notre cœur, et peut-être même au dehors, sur
les difficultés prétendues de conquérir cette terre qui nous est pro-
mise, et sur la rigueur des conditions auxquelles cette promesse est
attachée ? (DUGUET.) — Vingt-quatre mille hommes du peuple tués
par l'ordre de Dieu pour l'expiation du crime d'idolâtrie. Mais qui
pourrait dire le nombre de ceux que Dieu immole tous les jours à sa
justice pour ce même péché ? « L'enfer s'est élargi, il a ouvert ses
gouffres immenses, et tout ce qu'il y a de puissant, d'illustre et de glo-
rieux dans Israël y descendra en foule, confondu avec le peuple. »
(ISAI. V, 1 4 . ) — Faute légère de défiance de la part de Moïse, et qu'on
apercevrait à peine, si Dieu ne l'avait sévèrement punie. — Dieu de-
mande beaucoup à ceux à qui il a donné beaucoup. — (IDEM.) « Ils
immolèrent leurs fils et leurs filles aux démons. » Au sens moral, ils
immolèrent leur sens et les facultés de leur âme. (S. JÉR.)
III. — 3 4 - 4 8 .
PSAUME CVI.
Àlloluia. Alléluia.
1. Confitemini Domino quoniam 4. Louez le Seigneur, parce qu'il est
bonus : quoniam in sœculum mi- bon, parce que sa miséricorde est éter-
sericordia ejus. nelle (f).
2. Dicant qui redempti sunt a 2. Qu'ils le publient ceux qui ont été
Domino, quos redemit de manu rachetés par lo Seigneur, qu'il a rachetés
inimici : et de rogionibus congro- do la puissanco do l'ennemi, qu'il a ras-
gavit eos , semblés des régions lointaines,
3. a solis ovtu , et occasu ; ab 3. du lever du soleil, et du couchant,
aquilone, et mari. du nord, et de la mer du midi.
4. Erraverunt in solitudine in 4. Ils ont erré dans la solitude, dans
ihaquoso : viam civitatis habitaculi les lieux arides; et ils ne trouvaient
non invenerunt, point le chemin d'une ville habitée ,
5. Esurientcs, et sitientes : ani- 5. épuisés de faim et de soif; et leur
ma eorum in ipsis defecit. âme tombait en défaillance.
6. Et clamavcrunt ad Dominum G. Dans leur affliction, ils crièrent vers
cum tribularentur : et de necessi- le Seigneur, et il les délivra do leurs né-
tatibus eorum eripuit eos. cessités pressantes ,
7. Et deduxit eos in viam rec- 7. et il les conduisit dans une voio
tam : ut iront in civitatem habita- droite, afin qu'ils pussent aller dans une
tionis. cité habitable
(i) La forme de ce Psaume est unique. Los trois premiers versets forment une
lorte de prélude ; puis viennent quatre strophes où la pensée suit régulièrement
k m ô m e m a r c h e ; le tableau suivant fora comprendre co petit chof-d'œuvro de
poésie :
re
État du peuple de Dieu l strophe, 2° strophe, 3° strophe, 4° strophe.
kns la captivité ou l'épreuve v. 4, 5. 10-12. 17, 18. 23-27.
Prière à Dieu.
v. 6, 7. 13, 14. 19, 20. 28-30.
Délivrance immédiate.
Sommaire analytique.
Explications et Considérations.
I. — 1-9.
II. —10-17.
f. 1 0 - 1 7 .
Second esclavage, l'esclavage de la concupiscence et du
péché. Parcourons les principaux traits de cette humiliante servitude.
— 1 ° Le pécheur étendu dans les ténèbres au sein des ombres de la
m o r t , comme un cadavre atteint déjà de la corruption du tombeau.
2° Le pécheur enchaîné dans les fers de ses passions et de ses désor-
dres — réduit à la plus honteuse servitude et à la mendicité la plus
entière, — et humilié dans les travaux les plus ignominieux : « Mal-
heureux homme que je suis, qui me délivrera de cette honteuse ser-
vitude ? » « Dieu, qui a commandé à la lumière de jaillir du milieu
des ténèbres (I COR. IV, 6), fait sortir le pécheur des ténèbres et de
l'ombre de la mort, et brise tous les liens du péché par la force de
sa grâce. — 3 ° La faiblesse, la maladie, l'épuisement total du p é -
cheur en dehors de la grâce de Dieu, ne trouvent personne qui vienne à
son secours. — Le péché, les babiludes invétérées, l'esclavage des
passions, beaucoup plus difficiles à rompre que les portes d'airain et
les barrières de fer. (DUG.) — Us sont sous l'esclavage du monde et
de leurs passions, et quels liens I Ils paraissent légers, et leur poids
est intolérable; ils paraissent accompagnés de plaisirs, et ils portent
dans l'âme une douleur mortelle; sous ces chaînes, nul véritable
repos, nul solide bonheur, nulle espérance capable de consoler. (S. AUG.)
— Voyons comment Dieu les délivre de toutes ces misères : 1 ° Dieu
les tire de leurs ténèbres par les lumières de la foi et des grâces de
l'Esprit-Saint. «Il les fît sortir des ténèbres et de l'ombre de la mort. »
La première lumière de l'intelligence, c'est la foi. (S. PIER. DAM.,
L. H, Ep. 5 ) ; toute grâce est une lumière. — 2 ° Dès que cette lumière
a brillé à nos yeux, Dieu brise les chaînes qui tenaient notre cœur
captif : « Et il rompit leurs liens. » Il renouvelle, pour le pécheur qu'il
rend à la liberté, ce qu'il a fait pour saint Pierre : « Et voilà q u ' u n
Ange du Seigneur parut, et la lumière brilla dans la prison, et l'Ange,
frappant Pierre au côté, l'éveilla et lui dit : lève-toi p r o m p t e m e n t ; et
les chaînes tombèrent de ses mains. » (Act. xn, 7 . ) — 3 ° Les liens
étant rompus et les chaînes brisées, il leur ouvre les portes de la p r i -
son, et leur rend la liberté : « Il a brisé les portes d'airain, et rompu
les barres de fer. » C'est par des portes que nous défendons le passage,
c'est par des verroux que nous fortifions la clôture de nos demeures.
Que figurent ces portes ? la contradiction. Que signifient ces verroux ?
la rébellion. Le fer, qui dompte tous les métaux, esl le symbole de l'au-
502 PSAUME GVI.
dace, et l'airain le symbole de l'opiniâtreté. Les portes d'airain, c'est
donc la contradiction opiniâtre; les verroux de fer, la rébellion auda-
cieuse. Dieu brise donc les portes d'airain et les verroux de fer, lors-
qu'il dompte et brise, par la componction intérieure, la rébellion
audacieuse et opiniâtre d'un cœur endurci dans le crime. (Rien, DE
S. YIGT.)
III. — 17-22.
IV. — 24-32.
l'intelligence qui veille sur le corps et l'âme, est plongée par le péché
dans un profond sommeil : « Vous serez comme un homme qui dort a u
milieu de la mer, comme un pilote assoupi qui a perdu le gouvernail. »
(PROV. XXIH, 3 4 ) Deux choses, dit saint Thomas, empêchent l'âme do
voir la vérité : la violence des passions, qui détourne l'âme des choses
intellectuelles pour la porter tout entière vers les choses sensibles, et
la sollicitude produite par les préoccupations des choses terrestres.—
La grande et absolue dépendance où l'homme est de Dieu, ne paraît
en aucun lieu avec plus d'éclat que sur la mer, lorsqu'il se voit sur
quelques planches réunies, exposé à toute la fureur de cet élément
indomptable, lorsqu'il voit de près ce qu'il ne connaissait que par le
récit des voyageurs, la puissance d'une tempête, l'élévation des flots,
l'immensité et la profondeur des mers, et la mort se présentant de
toutes parts. — Démoralisation des hommes en présence du naufrage,
alors que toute énergie, toute résolution les abandonnent, et qu'ils
s'alarment jusqu'à perdre l'esprit. — Puissance de Dieu qui commando
avec autorité aux vents et aux tempêtes : « Il domine l'orgueil de la
mer, et apaise ses flots soulevés. » (Ps. LXXXVIU, 1 0 . ) — Lorsque le
vent de l'orgueil agite la mer du cœur humain, les flots des désirs s'é-
lèvent jusqu'au ciel. — « Ses flots s'élèvent, ils montent jusqu'aux
cieux et descendent jusqu'au fond des abîmes. » Voilà une agitation
bien violente ; c'est une vive image des esprits curieux : leurs pensées,
vagues et agitées, se poussent, comme des flots, les unes les autres ;
elles s'enflent, elles s'élèvent démesurément ; il n'y a rien de si élevé
dans le ciel, ni rien de si caché dans les profondeurs de l'enfer , où ils
ne s'imaginent de pouvoir atteindre ; et les conseils de sa Providence,
et les causes de ses miracles, et la suite impénétrable doses mystères,
ils veulent tout soumettre à leur jugement. Malheureux qui, s'agitant
de la sorte, ne voient pas qu'il leur arrive comme à ceux qui sont
tourmentés par la tempête : «Ils sont troublés comme des ivrognes,»
la tête leur tourne dans ce mouvement ; là, toiu.o leur sagesse so
dissipe, et, ayant malheureusement perdu la route, iJs se heurtent
u
contre des écueils, ils se jettent dans des abîmes. (BOSSUE*"; * r l'E-
glise, ii° p.) Image non moins vive des vicissitudes continuelle.? aux-
quelles les hommes sont exposés durant cette vie, tantôt élevés jus-
qu'au ciel par la confiance qu'inspire la foi, tantôt abaissés jusqu'au
fond des abîmes par le découragement ou les font tomber la timidité,
la faiblesse, la défiance. — T r o u b l e , émotions causées par la vue do
tant de maux. Ils sont comme un homme ivre, ne sachant ni ce qu'ils
500 PSAUME CY1.
font, ni ce qu'ils disent. — Dieu change, quand il lui plaît, les tem-
pêtes les plus violentes, les vents les plus furieux, en une brise douce
et paisible. Ainsi tomba tout-à-coup la fureur des vents et des flots, à
3a voix de Jésus-Christ qui les menaçait ; et il ne fait pas un moindre
miracle lorsque, parmi les frayeurs d'une conscience alarmée et les
-douleurs de l'enfer, il fait sentir tout-à-coup à une âme repentante,
par une vive confiance, avec la rémission de ses péchés, cette paix qui sur-
passe toute intelligence. (BOSSUET, Or. fun. d'Anne de G.) — Saint Augus-
tin applique toute cette description à l'Eglise. Cette quatrième tenta-
tion nous met tous en péril. Tous, en effet, nous sommes sur le môme
navire : les uns comme ouvriers, les autres comme passagers; tous, ce-
p e n d a n t , partagent ensemble le danger dans la tempête et le salut
dans le port. « Ceux qui descendent sur mer dans les navires, et qui
travaillent au milieu des grandes eaux, » c'est-à-dire au milieu de
peuples nombreux ( A r o c , xvir, 15), ont vu les ouvrages du Seigneur
et ses miracles dans les profondeurs des abîmes. Qu'y a-t-il, en effet,
de plus profond que le cœur h u m a i n ? C'est de là que s'échappent lo
plus souvent les ouragans, et que viennent les tempêtes des séditions
et des dissensions qui agitent le navire. Et qu'arrive-t-il alors? Dieu
voulant que les pilotes et les passagers crient également vers lui,
« Dieu a dit, et le souffle de la tempête a tenu bon. » Que veut dire :
« a tenu bon ? » Il a continué, il a persévéré, il agite encore le naviro,
il le ballotte en tous sens, et sa fureur ne cesse pas. Et qu'est-il arrivé?
« Et les flots ont été soulevés. Ils montent jusqu'aux cieux, » par leur
courage, « et ils descendent jusqu'au fond des abîmes » dans leur ter-
reur. Combats au dehors, frayeurs au dedans. « Leur âme était con-
sumée p a r tant de maux. Ils étaient troublés, et chancelaient commo
un homme ivre. » Ceux qui sont assis au gouvernail et qui sont fidè-
lement attachés à leur navire sentent ces paroles : « Ils étaient trou-
blés, et chancelaient comme un homme ivre. • Assurément, quand ils
parlent, quand ils lisent, quand ils expliquent les livres saints, ils
paraissent sages ; mais malheur à eux si la tempête s'élève, « toute
leur sagesse s'est évanouie. » Quelquefois, tous les conseils des hom-
mes sont réduits à rien ; de quelque côté qu'ils se retournent, les Ilots
mugissent, la tempête est furieuse, les bras leur t o m b e n t ; de quçl
côté tourner la proue, à quels flots présenter le flanc du navire, dans
quelle direction favoriser la course, de quel rocher s'éloigner, de peur
qu'il ne périsse? aucun do ceux qui gouvernent le navire ne le voit.
Quelle ressource leur reste-t-il, si ce n'est celle-ci: « Et ils ont crié
PSAUME CVI. 507
vers le Seigneur au milieu de leur affliction, et il les a délivrés des
nécessités où ils se trouvaient. » « Il a commandé à la tempête et elle a
tenu bon ; transformée en un vent paisible. » Elle a tenu bon,
non sous la forme de tempête, mais sous la forme d'un vent
doux et favorable « Et les flots de la mer ont fait silence. » Ecoutez
à ce sujet la voix d'un pilote exposé à ces dangers, humilié et délivré :
i Mes frères, dit-il, j e ne veux pas vous laisser ignorer, touchant la
tribulation qui nous est survenue en Asie, que le poids en a ôté excessif
et qu'il a dépassé nos forces, (toute la sagesse de l'Apôtre était absor-
bée), au point que nous étions lassé de vivre. » (I COR., I, 8.) Eh quoil
Dieu abandonnerait-il ceux que leurs forces a b a n d o n n e n t ? o u bien les
forces ne leur manquent-elles de la sorte que pour augmenter sa
gloire? Qu'ajoute, en effet, l'Apôtre? « Mais nous avons reçu en nous-
mêmes l'arrêt de mort, afin que nous ne mettions pas notre confiance
en nous, mais en Dieu, qui ressuscite les morts. » « Il a commandé à la
tempête, et elle a tenu bon, transformée en un vent paisible. » Déjà
ces hommes, dont toute la sagesse était absorbée, avaient reçu en eux-
mêmes l'arrêt de m o r t , « et les flots de la mer ont fait silence ; » et
ils ont été comblés de joie par le silence des flots, et le Seigneur les a
conduits dans le port qu'ils souhaitaient. Que le nom du Seigneur soit
donc confessé, non par nos mérites, non par nos forces, non par notre
sagesse, mais « par ses miséricordes. » Aimons, dans toutes nos déli-
vrances, Celui que nous invoquons dans toutes nos souffrances.
(S. AUG.)
V. — 3 3 - 4 3 .
PSAUME CVII.
Sommaire analytique.
I. — 1-3.
IL — 5-14.
sance..., mais vous agirez au-dedans. Que veut dire : € Vous ne sortirez
pas ? » Vous n'apparaîtrez pas. Assurément, quand les martyrs étaient
enchaînés et conduits au supplice, qu'ils étaient traînés en prison,
quand on les montrait publiquement à la populace pour lui servir
de j o u e t , quand ils étaient livrés aux bêtes, quand ils étaient frappés
par le fer, quand ils étaient consumés par le feu, ne les méprisait-on
pas comme gens abandonnés de vous, comme gens privés de tout
secours? Et comment Dieu agissait-il en eux ? comment les consolait-
il intérieurement ? comment leur rendait-il donc l'espérance de la vie
éternelle ? comment n'abandonnait-il pas leurs cœurs, où l'homme
habitait en silence, heureux, s'il était bon ; misérable, s'il était m é -
chant ? Celui qui ne sortait pas à la tête de leurs armées les abandon-
nait-il donc pour cela? N'a-t-il pas, au contraire, introduit l'Eglise
jusque dans l'Idumée et dans la ville fortifiée, bien plus sûrement que
s'il fût sorti à la tête de leurs armées? En effet, si l'Eglise voulait faire
la guerre et combattre par l'épée, elle paraîtrait combattre pour la
vie présente ; mais, c'est parce qu'elle a méprisé la vie présente, qu'il
s'est fait un si grand amas de témoignages pour la vie future.
(S. AUG.)
fi. 1 2 , 1 3 . « Donnez-nous votre secours dans la détresse, parce que
le secours qui vient de l'homme est vain. » Que ceux qui n'ont point
en eux le sel de la sagesse s'en aillent maintenant souhaiter aux leurs
le salut temporel, qui n'est que la vanité du vieil homme. « Donnez-
nous votre secours ; » donnez-le-nous du côté môme par où vous semblez
nous abandonner, et secourez-nous par cette voie, t Avec Dieu, nous
triompherons, et lui-môme réduira nos ennemis au néant. » Nous ne
triompherons ni avec notre glaive, ni avec nos chevaux, ni avec nos
cuirasses, ni avec nos boucliers, ni avec la force de nos armées, ni au
dehors. A quelle place donc? Au-dedans de nous, là où nous sommes
cachés. Mais comment triompherons-nous au-dedans? « Avec Dieu,
nous triompherons. » Nous serons comme avilis et comme foulés aux
pieds , nous serons considérés comme des hommes de nulle valeur ;
mais Dieu réduira nos ennemis au néant. C'est ce qui est arrivé à nos
ennemis : les martyrs ont été foulés aux pieds, et, par leur patience,
par leur courage à supporter les tourments', par leur persévérance
jusqu'à la fin, ils ont triomphé avec l'aide de Dieu. (S. AUG.) — Ainsi
en est-il de tous les saints dans tout le cours des siècles. Le monde les
regarde dans la tribulation, dans les exercices de la pénitence, dans
la solilude, comme le rebut de la terre, comme des malheureux sans
520 PSAUME GVIII.
appui et sans ressource, comme des imbéciles qui n'ont eu le talent ni
de faire fortune, ni de se rendre utiles à la société. Ces hommes cachés
ou opprimés sont néanmoins des héros aux yeux des Anges et de Dieu
m ê m e ; ils sortent de ce monde, chargés des dépouilles de tous les
ennemis du salut. L'histoire du monde ne parlera point de ces exploits,
mais les fastes de l'éternité en conserveront la mémoire. Toute la
grandeur humaine p é r i r a , et celle des saints sera comme celle de
Dieu, immuable et immortelle. (BERTHIER.)
PSAUME cvm.
13. ïn memnriam redeat iniqui- 13. Quo l'iniquité de ses pères revive
tas patrum ejus in conspectu Do- dans le souvenir du Seigneur; et que lo
mini : et peccatum matris ejus non péché de sa mère no soit point effacé (i).
deleatur.
14. Fiant contra Dominum sem- 14. Que leurs crimes soient toujours
per , et dispereat de terra niemo- devant le Seigneur; et que leur mémoire
ria eorum : périsse de dessus la terre ;
15. pro eo quod non est recor- 1!>. parce qu'il ne s'est point souvenu
datus facere misericordiam. de faire miséricorde.
16. Et persccutus est hominem 1G. Il a persécuté l'homme pauvre et
inopem , et mendicum , et com- dans l'indigence, afin de faire mourir ce-
punctum corde mortificare. lui dont le cœur était percé de douleur.
17. Et dilexit maledictionem, et 17. Il a aimé la malédiction, elle tom-
veniet ei : etnoluit benedictionem, bera sur lui ; il a rejeté la bénédiction,
et elongabitur ab eo. elle s'éloignera de lui ;
Et induit maledictionem sicut il s'est revêtu de la malédiction comme
vestimentum, etintravit sicut aqua d'un vêtement; elle a pénétré comme
in interiora ejus, et sicut oleum in l'eau dans ses entrailles, et comme l'huile
ossibus ejus. jusque dans ses os (2).
18. Fiat ei sicut vestimentum, 18. Qu'elle lui soit comme le manteau
quo operitur : et sicut zona , qua dont il se couvre, et comme la ceinture
semper prœcingitur. qui serre toujours ses reins.
19. Hoc opus eorum , qui detra- 19. Tel est le salaire que Dieu réserve
hunt mibi apud Dominum : et qui à ceux qui me calomnient en présence
loquuntur mala adversus animam du Seigneur, et qui profèrent des paroles
meam. meurtrières contre mon âmo.
20. Et tu Domine, Domine , fac 20. Et vous, Seigneur, Seigneur, pre-
mecum propter nomen tuum : nez ma défense à cause de votro nom,
quia suavis est misericordia tua : parce que votre miséricorde est pleine
de douceur.
Libéra m e , Délivrez-moi,
21. qui egenus et pauper ego 21. parce que jo suis pauvre et dans
sum: et cor meum conturbatum l'indigence, et que mon cœur est tout
est intra me. troublé au-dedans de moi.
22. Sicut umbra cum déclinât, 22. J'ai été enlevé comme l'ombre qui
ablatus sum : et excussus sum si- est sur son déclin ; et je suis poussé do
cut locustœ. côté et d'autre comme les sauterelles (3).
23. Genua mea infirmata sunt a 23. Mes genoux sont affaiblis par lo
jejunio : et caro mcaimmutata est jeûne, et ma chair s'est Hoirie fauto
propter oleum. d'huile.
24. Et ego factus sum oppro- 24. Je suis devenu pour eux un sujet
brium illis : vidoruntme, et move- d'opprobre ; ils m'ont vu, et ils ont se-
runt capita sua. coué la tête.
25. Adjuva me Domine Deus 25. Venez à mon aide , Seigneur mon
meus : salvum me fac secundum Dieu; sauvez-moi selon votre miséricorde.
misericordiam tuam.
\ï) Quand les pères ont été saints, on peut rappeler utilement le souvenir de
leurs mérites en faveur de leurs enfants coupables ; mais ai, au contraire, les
pères ont été eux-mêmes coupables, quelle défense reste-t-il à leurs enfants, qui
ne peuvent alléguer ni leur justice, ni celle de leurs aïeux (BOKDII..)
(2) Trois degrés progressifs : le vêtement, l'oau, l'huile.
(3) « Je suis jeté de çà et de là comme la sauterelle. » La sauterelle ne demeuro
jimais en place.
522 PSAUME CV1II.
26. Et sciant quia manus tua 26. Et que tous sachent que c'est l'œu-
Iisec : et tu Domine fecisti em. vre de votre main, et que c'est vous,
Seigneur, qui faites ces choses.
27. Malediccnt illi, et tu bcnc- 27. Ils me maudiront, et vous me bé-
dices : qui insurgunt in me , con- nirez. Que ceux qui s'élèvent contre moi
fundantur : servus autem tuus lœ- soient confondus; mais, pour votre ser-
tabitur. viteur, il sera rempli de joie.
28. Induanturquidetrahunt mi- 28. Que ceux qui me calomnient soient
bi, pudore : et operiantur sicut di- couverts de honte ; et qu'ils soient enve-
ploide confubione sua. loppés de leur confusion comme d'un
double manteau.
29. Confitebor Domino nimis 29. Et je glorifierai le Seigneur do
in ore meo : et in medio multorum toute la force de ma voix ; et je le loue-
laudabo eum. rai au milieu d'une grande assemblée,
30. Quia astitit a dextris paupe- 30. parce qu'il s'est tenu à la droite
ris, ut salvam faceret a persequen- du pauvre, afin de sauver mon âme do
tibus animam meam. ceux qui la persécutent.
Sommaire analytique.
Iruction de leur postérité et l'oubli complet de leur nom dans une seule
génération, et les enfants portant ainsi la peine due aux crimes de leurs
pères (12-14) ;
2° Il en indique la cause : a) le défaut de miséricorde (15) ; b) leur excès
de cruauté (16) ; c) la préférence qu'ils ont donnée à la malédiction sur la
bénédiction (17, 18); d) leurs calomnies et leurs mensonges (19).
III. — IL IMPLORE LE SECOURS DE DIEU ET EN DONNE POUR MOTIF :
1° La puissance do Dieu et sa bonté souverainement miséricordieuse;
2° Sa pauvreté, son indigence, l'épuisement de ses forces, l'état de fai-
blesse auquel il est réduit, la perte de son honneur et de sa réputation
(20-24) ;
3° Dieu attestera ainsi sa miséricorde et sa puissance (25, 26) ;
4° Il couvrira de confusion ses ennemis, et répandra la joie dans lo
cœur de son serviteur (27, 28).
IV. — Il promet à Dieu do solennelles actions de grâces, en reconnais-
sance d'un si grand bienfait (29, 30).
Explioations et Considérations.
I. — 1--4.
fi. i, 2 . « Dieu, ne taisez pas ma louange; » c'est-à-dire : Judas
m'a trahi, les Juifs m'ont persécuté et attaché à la croix, et ont cru
m'avoir perdu sans aucune espérance de retour ; mais, pour vous, « no
taisez pas ma louange. » L'Eglise tout entière, sur tous les points du
globe, chante les louanges du Seigneur, et ainsi se trouve accomplie
cette prière qu'il faisait à son Père : « O Dieu, ne taisez pas ma
louange. » Voyez combien est grande la dignité des prêtres; les p r ê -
tres ouvrent la bouche, et c'est par leur ministère que Dieu ne se tait
point sur les louanges de son Fils. (S. JÉR.) — La gloire de l'âmo
juste est inséparable de la gloire de Dieu, elle ne peut donc la cher-
cher qu'en Dieu. « C'est en Dieu que mon âme sera glorifiée, » d i t
ailleurs le Psalmiste. » (Ps. xxxin, 3 . ) « Que celui qui se glorifie se
glorifie dans le Seigneur. » (I COR. I, 3 1 . ) — 11 est donc permis de
chercher en Dieu sa gloire, sa justification et sa louange, et de remet-
tre en ses mains la défense de son innocence opprimée. Il saura bien
parler quand il sera temps. — Le pécheur est ici distingué de
l'homme trompeur, parce que ce dernior fait une espèce particulière
en matière de calomnie, lorsqu'il feint d'être l'ami de celui qu'il dé-
524 PSAUME CVIII.
chire cruellement en son absence. (DUG.) — « Ils m'ont comme assiégé
par leurs discours remplis de haine, etc. » Quel excès de perversité,
quels coupables complots, quelle préméditation dans le crime ! Voilà
ce qui provoque surtout l'indignation de. Dieu : c'est cette combinaison
savante et réfléchie du crime dans les méchants qui le commettent.—
Grande différence entre celui que la séduction et l'entraînement font
tomber dans le crime, et celui qui en fait profession, qui le commet à
froid, et surtout qui va jusqu'aux dernières limites en exerçant sa
méchanceté sur l'innocence elle-même. (S. CURYS.) — Comme les
justes aiment Jésus-Christ gratuitement, ainsi les impies le haïssent
gratuitement; car de même que les bons recherchent la vérité pour
elle-même et sans intérêt personnel, ainsi les méchants recherchent
l'iniquité; ce qui fait dire à un auteur profane parlant d'un célèbre
conspirateur (SAU.USTR, Cahlina), qu'il était méchant éternel sans mo-
tif. ( S . AUG.) — C'est là la plus rude épreuve de la patience : on cède
plus facilement dans les autres maux où la malice des hommes ne se
met pas ; mais, quand la malignité de nos ennemis est la cause de nos
disgrâces, on a peine à trouver de la patience. Et la raison, c'est que,
par exemple, dans les maladies, un certain cours naturel des choses
nous découvre plus clairement l'ordre de Dieu, auquel notre volonté,
quoique indocile, voit bien néanmoins qu'il faut se r e n d r e ; mais cet
ordre, qui nous est montré dans les nécessités naturelles, nous est
caché, au contraire, par la malice des hommes. Lorsque nous sommes
circonvenus par des fraudes, par des injustices, par des tromperies;
lorsque nous voyons que nos ennemis nous ont comme assiégés et
environnés par des paroles de haine ; ainsi que parle le divin Psal-
miste, que les sorties pour nous échapper, les avenues pour nous
secourir, sont fermées par une circonvallation d'iniquité, et que, do
quelque côté que nous nous tournions, leur malice a pris les devants,
et nous a fermés de toutes parts, alors il est malaisé de reconnaître
l'ordre d'un Dieu juste parmi tant d'injustices qui nous pressent; et
comme rien ne nous paraît que la malice des hommes qui nous trom-
pent et qui nous oppriment, notre cœur croit avoir droit de se révol-
t e r ; et c'est là qu'on se sent poussé aux derniers excès. O Jésus,
Jésus crucifié par les impies ! ô juste persécuté de la manière du
monde la plus outrageuse ! venez ici à notre secours, et faites-nous
voir l'ordre de Dieu dans los maux que nous endurons par la malice
e
des h o m m e s . (DOSSUKT, IV Serm. sur la Passion.)
f. 3, 4. « Au lieu de m'aimer, ils m'ont calomnié. » Six sortes de
PSAUME GVIII. 525
procédés à l'égard du prochain : rendre le bien pour le mal, ne point
rendre le mal pour le m a l ; rendre le bien pour le bien, rendre le
mal pour le mal ; ne point rendre le bien pour le bien, rendre le mal
pour le bien. Les deux premières sont propres aux justes, et la pre-
mière des deux est la meilleure; les deux dernières sont propres aux
méchants, et la dernière est la pire des d e u x ; les deux du milieu sont
pour les gens qui vivent entre le bien et le. mal, mais la première a p -
partient plutôt aux bons et la seconde aux méchants. (S. AUG.) —-
Ainsi les deux extrêmes sont : rendre le bien pour le mal, ce fut le
procédé de Jésus-Christ; et rendre le mal pour le bien, ce fut le crime
des Juifs. Le Psalmiste réunit ces deux extrêmes et fait entendre par
là qu'il ne parle que de Jésus-Christ, qui a rendu le plus grand bien
pour le plus grand mal, et que des Juifs, qui ont rendu le plus grand
mal pour le plus grand bien. — « Et moi, cependant, j e priais. »
Voyez quelle sagesse ! quelle modération l quelle douceur 1 quelle
piété 1 Je ne prenais pas les armes, jo ne marchais pas pour les com-
battre, pour me venger; c'est près de vous que je me réfugiais, dans
cette forteresse inexpugnable, dans ce port inaccessible à la tempête,
dans l'asile assuré de la prière, par laquelle toutes les choses les plus
difficiles deviennent faciles et légères. J'implorais votre alliance, votre
protection, ces armes invincibles, ce secours auquel rien ne peut ré-
sister. (S. CURYS., in hune Ps. et hom. xxix, in Gen.) — « Et moi,
cependant, j e priais. » Voilà les armes du Seigneur, la prière ; telles
doivent être aussi nos armes. Si nous sommes persécutés, si nous
sommes l'objet de l'envie, de la haine, disons : « Au lieu qu'ils devaient
m'aimer, ils me déchiraient par leurs médisances; et moi, que faisais-je?
je priais. » Etait-ce pour triompher de mes ennemis? A Dieu ne plaise.
Le Seigneur ne priait point pour obtenir de vaincre ses ennemis.
« Pour moi, je priais. • Quel était l'objet de ma prière? « Mon Père,
pardonnez-leur, parce qu'ils ne savent ce qu'ils font. » — Quel bien
ont-ils reçu? quel mal ont-ils rendu ? Il répond : « De la haine pour
mon amour. » Voilà leur crime tout entier, et il est grand. En effet,
quel mal pouvaient lui faire ses persécuteurs, à lui qui mourait par
sa propre volonté, el non par nécessité ? Mais le crime le plus grand
du persécuteur était sa haine elle-même, bien que le supplice de la
victime fût volontaire. (S. AUG.) — Le Psalmiste a bien expliqué d'ail-
leurs sa première parole : « Au lieu do m'aimer, » et démontré qu'il
s'agissait pour eux, non de lui donner un amour quelconque, mais de
lui rendre l'amour qu'il leur portait. (S. AUG.) — Considérez, ô chré-
526 PSAUME CVIII.
lien, ô prêtre, ô religieux, l'exemple de votre Seigneur : c'est par un
baiser qu'il a accueilli le traître disciple qui vient pour le livrer à ses
bourreaux ; s'il ouvre la bouche, c'est afin de prier son Père pour ceux
qui le crucifient, et nous que devons-nous faire à l'égard de nos frères?
(S. JÉR.)
II. — 5-19.
Seigneur qui est mon juge. » Ce que nous devons craindre, c'est ce
tribunal du souverain Juge, dont la sentence est sans appel, parce
qu'elle est conforme aux lois de l'éternelle vérité. — « Et que sa
prière même lui soit imputée à péché. » Le repentir de Judas a été
un nouveau et plus grand crime. Comment cela? • Il s'en alla et se
pendit ; » après avoir trahi son maître, il se donna la mort à lui-même.
Je le dis à l'honneur de la clémence et de la miséricorde du Seigneur,
Judas offensa Dieu plus gravement en se donnant la mort qu'en t r a -
hissant son divin Maître. Sa prière aurait dû servir à sa pénitence,
elle s'est tournée en nouveau péché. Ainsi en est-il de ceux qui se sont
séparés volontairement de l'Eglise, ou qui persévèrent volontairement
dans le crime, ils prient et leur prière se tourne en péché. Le souve-
rain malheur de l'homme est que sa prière ne soit pas exaucée ; mais
le plus grand malheur qui puisse lui arriver, est que sa prière même
lui soit imputée à péché, devienne un péché. Or, la prière devient un
péché, ou à raison de sa forme, ou à raison de sa matière, ou à rai-
son des circonstances mêmes qui l'accompagnent. — 1° A raison de
sa forme, clic est un péché lorsqu'elle n'est pas dirigée vers Dieu ; 2 °
à raison de sa matière, elle devient un péché, lorsqu'on demande à
Dieu ce qu'on ne doit pas lui demander, la mort d'un ennemi ou des
choses nuisibles au salut; 3 ° à raison des circonstances qui l'accom-
pagnent, elle est un péché : a) lorsque le pécheur prie avec l'intention
formelle de persévérer dans son péché : « Si j ' a i considéré l'iniquité
dans mon cœur, Dieu ne m'exaucera pas, » (Ps. LXXV, 1 8 ) ; « Il y a
une prière exécrable, celle de l'homme qui ferme l'oreille pour ne
pas écouter la loi, » (PROV. XXVIII, 9 ) ; b) lorsque la prière est faite
avec négligence affectée : « Maudit est celui qui fait l'œuvre de Dieu
avec négligence, » (JÉR. XLVIM, 1 0 ; ; c) lorsqu'elle se fait du milieu du
tumulte des passions et des affections qui tiennent le cœur attaché à
la terre : « Tu seras humilié, tes paroles s'entendront au sein de la
poussière, la voix sera celle d'une pythonisso, lu murmureras de
faibles sons comme s'ils sortaient de l'abîme, » (ISAI. XXIX, 4 ) ; d)
lorsqu'à la prière se joint un sentiment d'arrogance ou d'ambition,
telle était la prière du Pharisien ; ( L u c . x x i u ) ; e) lorsqu'elle est mêlée
d'hypocrisie : « Lorsque vous prierez, vous ne serez point comme les
hypocrites, qui aiment à prier debout dans les synagogues et sur les
places publiques, pour ôtre vus des hommes ; en vérité, je vous le dis,
ils ont reçu leur récompense. » (MATTH. VI, 5 ) ; / ) enfin, lorsqu'elle
part d'un cœur fermé à la miséricorde et à la charité fraternelle ;
338 PSAUME GVIII.
» Laissez votre présent devant l'autel, et allez tout d'abord vous
réconcilier avec votre frère, et alors vous viendrez m'offrir votre pré-
sent. » (MATTII. XXIII, 1 4 . ) La prière devient un péché dans la bouche
de celui qui maudit son ennemi. Voici un chrétien qui demande la
mort de son ennemi, et il poursuit de sa prière celui qu'il n'a pu
atteindre de son glaive. Celui qu'il maudit vit encore, mais celui qui
l'a maudit est déjà coupable de sa mort. Prier de la sorte, c'est com-
battre dans ses prières contre le Créateur de tous les hommes, ce qui
fait dire au Roi-Prophète parlant de Judas : « Que sa prière lui soit
imputée à péché. » — La vie des impies et des pécheurs est courte.
« Nul bien pour l'impie ; Dieu abrégera ses jours : ceux qui ne crai-
gnent pas la face du Seigneur passeront comme l'ombre; » (ECCLI.
VIH, 1 3 ) ; et vécût-il un grand nombre d'années, sa v i c e s t toujours
courte, parce que la plupart de ses jours sont nuls pour le salut, et
non-seulement nuls, mais tout opposés au salut, mais la matière
même d'une éternelle réprobation. (BERTUIER.) — Quel sujet de tris-
tesse et de larmes éternelles, lorsqu'un autre vient prendre la place
et la couronne qui nous étaient destinées! — Dieu punit souvent les
enfants pour les péchés de leurs pères, non pas, à la vérité, d'une pu-
nition intérieure qui regarde l'âme, ici chacun porte son propre
fardeau, mais d'une punition extérieure qui regarde les maux de cette
vie, lesquels s'étendent quelquefois jusqu'à la troisième et la quatrième
génération et au-delà. Loin d'accuser ici Dieu d'injustice, il faut bien
plutôt louer sa miséricorde et sa sagesse de ce qu'en punissant, par
des peines temporelles, jusqu'aux petits enfants de ceux qui l'ont
offensé par leurs crimes, il épouvante salutairement tous les autres, à
qui ces châtiments servent de leçon. (DUGUET.) — « Que l'usurier r e -
cherche tout son bien. » Vous lui avez donné une somme d'argent
comme aux autres, Seigneur, qu'en a-t-ii fait? Il ne l'a point gardée
dans un linge, il ne l'a point enfouie dans la terre, sans se soucier de
la faire fructifier, mais, dès qu'il fut en possession du talent do son
m a î t r e , il reçut de ses ennemis trente deniers, et s'en servit pour
vendre son maître. C'est p o u r q u o i , je vous en supplie, Seigneur,
exigez de lui l'usure de votre argent. (S. JÉR.) — Le pécheur, au mo-
ment de la mort, éprouve tout ce que dit ici le Prophète, avec celle
différence que, par rapport à lui, les suites de cet état d'abandonne-
m e n t et de réprobation sont éternelles. Tout ce qu'il possédait de
vertus purement humaines ne peut suppléer à son indigence spiri-
tuelle : ce sont comme des travaux perdus pour lui. Il ne trouve au-
PSAUME CVIII. 529
curie ressource ni dans l'estime publique, ni dans le talent qu'il a eu
de traiter les grandes affaires, ni dans l'amour de ses proches, ni d a n s
les regrets de ses amis. Ses véritables enfants devraient être les œ u -
vres de la piété chrétienne, l'exercice de l'amour de Dieu, la charité
du prochain, le zèle de la religion, l'imitation de Jésus-Christ et des
saints. Tout cela lui manque. C'est peut-être un sage du monde, u n
philosophe qui eût été révéré dans le paganisme ; mais au tribunal de
Dieu ces noms ne sont point admis. Il ne connaît point l'Evangile, et
c'est l'Evangile qui l'accusera. Jésus-Christ n'est pas venu pour ac-
quérir des philosophes au royaume de son Père, mais pour peupler
le ciel d'hommes qui aient méprisé le faste de la philosophie et l'or-
gueil du monde, qui aient combattu l'amour-propre, fait la guerre à
leurs sens, pratiqué l'humilité et le renoncement; qui aient supporté,
en esprit de foi, les tribulations de cette vie, et qui n'aient soupiré q u e
pour le séjour des saints. (BERTUIER.)
f. 15-19. Judas ne s'est pas souvenu de faire miséricorde à Celui
qui l'avait accueilli avec tant de bonté, au moment même où il venait
le trahir p a r un baiser. ( S . JÉR.) — « Il a persécuté l'homme pauvre
et indigent, et cherché à faire mourir celui dont le cœur était brisé de
douleur. » Le dernier degré de la cruauté, le comble de l'inhumanité,
c'est de s'attaquer à celui qui devrait bien plutôt exciter les senti-
ments de la pitié et de la commisération. Celui qui en est arrivé à ce
degré descend jusqu'aux instincts des bêtes féroces, il les surpasse
même en cruauté. Les animaux tiennent de la nature cet instinct de
férocité ; l'homme, au contraire, qui a la raison en partage, prostitue
au crime cette noble faculté. (S. CHRYS.) — Personne ne se présente
la malédiction comme l'objet de ses désirs et de son a m o u r ; mais
tous les pécheurs commettent avec choix et de leur plein gré des a c -
tions qu'ils savent devoir ôtre suivies do la malédiction. — « Voilà
que je mets aujourd'hui en présence la bénédiction et la malédiction :
la bénédiction, si vous obéissez aux commandements du Seigneur
votre Dieu ; et la malédiction, si vous n'obéissez point aux préceptes
du Seigneur votre Dieu, et si vous vous détournez de la voie que je
vous montre maintenant pour marcher après des dieux étrangers que
vous ne connaissez pas. » (Deut. xi, 26-28.) — Divers degrés de malé-
diction : 1° En ôtre couvert comme d'un vêtement : ce sont les m a l é -
dictions extérieures qui ne frappent qu'au dehors ; — 2 ° la malédiction,
« entrant comme l'eau dans les entrailles : » ce sont les malédictions
intérieures qui entrent au-dedans de l ' à m e ; — 3° « comme l'huile
TOME H. 34
530 PSAUME CVIII.
dans ses os : » ce sont les malédictions qui pénètrent jusque dans le
fond, dans le plus intérieur de l ' â m e , jusqu'au cœur ; — 4° « en ôtre
ceint à jamais comme d'une ceinture : » c'est cette terrible et éter-
nelle malédiction que Dieu lancera contre les réprouvés, au grand
jour du jugement dernier. (DUGUET.) — Le péché a cela de propre,
qu'il imprime une tache à l'âme, qui va défigurant en elle toute sa
beauté, et passe l'éponge sur les traits de l'image du Créateur qui s'y
est représenté lui-même. Mais un péché réitéré, outre cette tache,
produit encore dans l'âme une pente et une forte inclination au mal,
à cause qu'entrant dans le fond de l'âme, il ruine toutes ses bonnes
inclinations, et l'entraîne, par son propre poids, aux objets de la terre.
L'Ecriture se sert de trois comparaisons puissantes pour exprimer le
danger de cette maladie : « Il s'est revêtu de la malédiction ainsi que
d'un vêtement; elle a pénétré comme l'eau au-dedans de lui, et,
comme l'huile, jusque dans ses os. » La malédiction est dans le pé-
cheur par habitude comme le vêtement, parce qu'elle emplit tout son
extérieur, toutes ses actions, toutes ses paroles; sa langue ne fait que
débiter le mensonge ; elle entre comme l'eau dans son intérieur, et y
va corrompre ses pensées en sorte qu'il n'en a plus que celles de son
ambition, etc. ; et enfin elle pénètre comme l'huile dans ses os, c'est-
à-dire dans ce qui soutient son âme et lui donne sa solidité. Il étouffe
tous les sentiments de la foi, car enfin tout s'évanouit dans ces grandes
attaches qu'il a au péché ; il ruine l'espérance, car tout son espoir est'
dans la terre ; il étouffe la charité, car l'amour de Dieu ne peut point
s'accorder avec l'amour des créatures; ou bien le vêtement marque la
tyrannie, l'eau l'impétuosité, l'huile une tache qui se répand partout
et ne s'efface quasi jamais. (BOSSUET, Sur le péché d'habitu
« Voilà l'œuvre de ceux qui me calomnient auprès du Seigneur. » Le
Prophète n'a pas dit : « Voilà la récompense, » mais : « voilà l'œu-
vre. » En effet, il est évident que ce vêtement dont l'impie se revêt
et celui dont il se couvre, cette eau, cette huile, cette ceinture, signi-
fient les œuvres par lesquelles l'impie acquiert l'éternelle malédiction.
(S. AUG.)
III. — 20-28.
f. 20-27. Toutes les conditions d'une sainte prière sont dans ces
versets : une grande idée de Dieu et de son saint nom ; une pleine
confiance en sa bonté et en sa miséricorde ; un sentiment profond de
sa propre misère, de son indigence, des blessures de son âme. 11 y a
PSAUME CV1II. 531
beaucoup de force et d'instruction dans ces mots : Seigneur, faites
avec moi ; si je suis seul, je ne puis rien ; avec vous, je puis tout. Jésus-
Christ seul pouvait se servir de cette expression dans toute son é t e n -
due ; car il dit lui-même qu'il est toujours avec son Père, que son Père
fait tout avec lui, que ses opérations sont celles de son Père. Maïs
S. Paul disait aussi : « Je suis, par la grâce de Dieu, ce que je suis ;..,
j'ai plus travaillé que tous les autres, non pas moi néanmoins, mais
la grâce de Dieu avec moi.» Le grand secret de la paix et du bonheur,
est que Dieu fasse tout avec nous. S'il est l'agent principal en tout et
partout, il ne sera pas à craindre que nous fassions mal ce que nous
faisons ou ce que nous voulons faire. (BERTUIER.) — Voyons la reli-
gion et tout à la fois l'humilité du Prophète; les maux qu'il e n d u -
rait étaient un titre légitime pour obtenir le secours de D i e u . . .
Cependant, il ne fait point usage de ce titre, et ne met sa confiance
que dans la bonté de Dieu : « Agissez pour moi à cause de votre nom.»
Ce n'est point parce que j ' e n suis digne, mais parce que vous êtes bon
et miséricordieux. Il ajoute : « Parce que votre miséricorde est pleine
de douceur. » Il n'en est pas ainsi de la miséricorde des hommes, qui
devient souvent, dans leurs mains, un instrument de destruction et de
mort, tandis que Dieu n'est jamais miséricordieux que dans notre i n -
térêt, v Délivrez-moi parce que je suis pauvre, etc. » Il prie Dieu de
nouveau de le délivrer, non parce qu'il est digne, ni parce qu'il est
juste, mais parce qu'il est tout à fait accablé et en proie à d'innom-
brables douleurs. (S. CURYS.) — « J'ai disparu comme l'ombre à son
déclin. » C'est là une figure de la mort. De même, en effet, que la
nuit vient au déclin de l'ombre, ainsi la mort vient au déclin de la
chair mortelle. (S. AUG.) — « J*ai été jeté ça et là comme les saute-
relles: » J'étais venu pour protéger mon peuple, et j e lui ai dit :
« Jérusalem, Jérusalem, qui tues les Prophètes et qui lapides ceux
qui sont envoyés vers toi, combien de fois ai-je voulu rassembler tes
enfants, comme une poule rassemble ses petits sous ses ailes. » (MATTH.
XXIII.) J'étais venu comme une poule pour les protéger, et ils m'ont
accueilli avec les dispositions les plus hostiles; j'étais venu comme
une mère, et ils m'ont mis à mort comme un homicide. « J'ai été jeté
ça et là ainsi que les sauterelles. » Qu'est-ce à dire ? Us m'ont persé-
cuté, ils m'ont rejeté. J'habitais Nazareth, ils m'ont persécuté. Je suis
venu à Capharnaûm, leur haine m'y a poursuivi. De Capharnaùm, j e
suis venu à Bethsaïde, j ' y ai trouvé de nouveaux persécuteurs. Je suis
venu à Jérusalem, j e ne pouvais consentir à me séparer de mon peu-
532 PSAUME CVIII.
pie, ils m'y ont persécuté avec plus d'acharnement : « J'ai été jeté ça
et là ainsi que les sauterelles. » (S. JÉR.) — Etat d'un homme accablé de
maux : sa vie s'éteint, il erre de côté et d'autre comme les sauterelles,
ses genoux ne peuvent plus le soutenir, sa chair est desséchée. Jésus-
Christ, durant sa passion, fut réduit à cet état déplorable. Il était
l'éternel, et sa vie sur la terre s'enfuyait comme l'ombre; il était le
centre de tous les êtres, de tous les biens, de toutes les perfections,
immuable dans son bonheur, invariable dans ses décrets, et il fut sur
la terre exposé à toutes les tempêtes, l'objet de toutes les contradic-
tions, le jouet de toutes les passions des hommes. La fin de tant de
contrastes fut la gloire et le triomphe de Jésus-Christ. Ce rocher, dit
saint Augustin, futbattu des flots, mais toutes ces vagues se sont brisées
contre l u i ; ses ennemis ont péri, et lui seul subsiste. Voilà notre mo-
dèle : « Soyons dans ce siècle, qui est une mer pleine d'orages, soyons
prêts à braver toutes les tempêtes ; ne cédons à aucun ouragan, sou-
tenons tous les assauts, subsistons avec Jésus-Christ. » (BERTIIIER.) —
Jésus-Christ n'a pas été seulement accablé, mais rassasié d'opprobres;
les Juifs Pont traité de samaritain, et disaient : « C'est au nom de
Beelzebuth, prince des démons, qu'il chasse les d é m o n s ; n'est-il pas
le fils de Joseph ? est-ce que ses frères et ses sœurs ne sont pas au
milieu de n o u s ? » Et encore : « Toi qui détruis le temple de Dieu et
le rebâtis en trois jours, descends maintenant de la croix. » ( S . JÉR.)
— Soyons bien aise d'être traité comme Jésus-Christ, que le monde
n'approuve rien de ce quo nous faisons, et qu'il secoue la tête en nous
voyant, comme il l'a secouée en voyant Jésus Christ sur la croix. (DUG.)
— « Que tous sachent que votre main est là, et que c'est vous, Sei-
gneur, qui faites ces choses. » Que les Juifs comprennent que leur
haine homicide n'a point prévalu contre moi, mais que c'est par l'effet
de votre volonté et de la mienne que j ' a i souffert; c'est pour cela que
j'ai dit en tant qu'homme : Mon Dieu, je suis venu pour faire votro
volonté ; c'est votre volonté et la mienne, et non leur volonté, qui ont
été cause de mes souffrances. Ce que vous avez voulu, je l'ai voulu
moi-même. Il fallait que le scandale vînt, mais malheur à celui par
lequel il est venu. (MATTH. x v m ) , (S. JÉR.) — Trois choses ont con-
couru à la rédemption du genre humain : la volonté de Dieu, l'ac-
ceptation de Jésus-Christ, la méchanceté des Juifs ; ce sont comme
trois prodiges dans cet événement : prodige de justice et de miséri-
corde de la part de Dieu, prodige de soumission et d'amour de la
p a r t de Jésus-Christ, prodige d'aveuglement et de fureur de la part
PSAUME CIX. 533
des Juifs. Un quatrième prodige, c'est que les hommes se p e r d e n t ,
après avoir été rachetés à si grands frais. (BERTUIER.)
f. 2 8 . « Us maudiront et vous bénirez. » C'est donc une vaine et
menteuse malédiction que celle des enfants des hommes, qui aiment
la vanité et recherchent le mensonge. (Ps. iv, 3.) Dieu, au contraire,
lorsqu'il bénit, agit comme il parle. (S. AUG.) — Le Roi-Prophète
nous apprend que toutes les malédictions de ses ennemis ne peuvent
prévaloir contre la bénédiction de Dieu ; que non-seulement elles ne
lui feront aucun mal, mais que ces outrages et ces opprobres r e t o m -
beront de tout leur poids sur les auteurs. « Mais votre serviteur se
réjouira en vous. » La source de la joie est la môme d'où découlent
sur lui tant de biens. (S. CURYS.) — Ce n'est pas seulement le châti-
ment, mais l'humiliation, mais la honte, qu'il appelle sur eux, afin
qu'elle soit pour eux une correction et une occasion de devenir
meilleurs. (S. CURYS.)
IV. — 29-30.
f. 29-30. Pour tous ces biens qu'il a reçus de Dieu, il lui offre un
h y m n e , un cantique de louanges, d'actions de grâces; il annonce à
tous les hommes les œuvres de sa puissance, et publie comme sur un
théâtre les bienfaits dont Dieu l'a comblé. Voilà le sacrifice, voilà
l'offrande que Dieu a pour agréable : c'est de conserver toujours
le souvenir de ses bienfaits, de le graver profondément dans son
âme, de le publier continuellement, de le porter à la connaissance
de tous les hommes. (S. CURYS.) — Il est aisé de faire violence au
pauvre, parce qu'il est pauvre ; mais, plus il paraît méprisable et
abandonné, plus on doit craindre de lui faire violence, parce qu'en
croyant n'attaquer qu'un homme, on attaque Dieu, « qui se tient à la
droite du pauvre, » et qui se déclare l'appui des faibles et le défen-
seur des opprimés. (BERTUIER.)
PSAUME CIX.
Psalmus David. Psaume de David.
1. Dixit Dominus Domino meo : 1. Le Seigneur a dit à mon Seigneur :
Sedc a dextris meis : Asseyez-vous h ma droite,
Donec ponam inimicos tuos , jusqu'à ce que je réduise vos ennemis
scabellum pedum tuorum. à vous servir de marche-pied(l).
2. Virgam virtutis tuœ emittet 2. Le Soigneur fera sortir de Sion le
Dominus ex Sion : dominaro in sceptre de votre puissance. Régnez au
medio inimicorum tuorum. milieu de vos ennemis.
(1) Le titre de Seigneur, de Souverain, donné par David au Messie, prouve sa
divinité, — Voyez 3°Jettre de M. Drach.
PSAUME CIX.
3. Tecum principinm in die vir- 3. La principauté est avec vous au
tutis tuae in splendoribus sancto- jour de votre puissance, au milieu de Ja
rum : ex utero ante luciferum splendeur des Saints. Je vous ai engen-
genui te. dré de mon sein avant l'étoile du matin(l).
4. Juravit Dominus, et non pœ- 4. Le Seigneur l'a juré, et il ne s'en
nitebit eum : Tu es sacerdos in repentira point : Vous êtes Prêtre pour
irternum secundum ordincm Mcl- l'éternité selon l'ordro de Melchisedech.
cbisedccb.
o- Dominus a d extris tuis, con- 5. Le Seigneur est à votre droite; il a
fregit in die ira; suœ reges. brisé les rois au jour do sa colère.
6. Judicabit in nationibus, im- 6. Il exercera son jugement au milieu
plebit ruinas : conquassabit capita des nations; il multipliera les ruines; il
in terra multorum. écrasera sur la terre les têtes d'un grand
nombre.
7. De torrente in via bibet : 7. 11 boira dans le chemin de l'eau du
propterea exaltabit caput, torrent ; et c'est pour cela qu'il élèvera
sa tête (2).
Sommaire analytique.
Explications e t Considérations.
I. — 1, 2.
f. 1. Autant ce psaume est court par le nombre des paroles, a u t a n t
il est grand et considérable par le poids des pensées. (S. AUG.) —Dieu
a un Fils, et ce Fils est Dieu comme lui-môme, et ce Fils est engendré
de son Père éternellement, substantiellement ; « il est la splendeur de
sa gloire, l'image de sa substance. » (HIÏBR. 1 , 3.) Telles sont les ma-
gnificences que chante David dans ce psaume : « Le Seigneur a dit à
mon Seigneur. » C'est Dieu le Père qui parle à Dieu le Fils, et lui rap-
pelle l'ineffable secret de son éternelle génération. — Il est beau que
David, à qui le trône était promis en figure de Jésus-Christ, fût le pre-
mier à reconnaître son empire en l'appelant son Seigneur, comme s'il
eût dit : Eu apparence, c'est à moi quo Dieu promet un empire qui
PSAUME CIX.
m
n'aura point de fin ; mais, en vérité, c'est à vous, ô mon Fils, quiètes
aussi mon Seigneur, qu'il est donné ; et j e viens en esprit le premier
de tous vos sujets, vous rendre hommage dans votre trône, à la droite
de votre Père, comme à mon souverain Seigneur. C'est pourquoi il nè
dit pas en général : Le Seigneur a dit au Seigneur ; mais : « à mon
Seigneur. > (BOSSUET, Med.) — Nous le voyons premièrement comme
Dieu, et nous disons : « C'est ici notre Dieu, et il n'y en a point d'autre.»
Car s'il est engendré, il est Fils ; s'il est Fils, ii est de même nature
que son Père ; s'il est de même nature, il est Dieu, et un seul Dieu
avec son Père ; car rien n'est plus de la nature de Dieu que son unité.
— 11 est roi : j e le vois en esprit assis dans un trône. Où est ce trône ?
A la droite de Dieu ; le pouvait-on placer en plus haut lieu ? Tout re-
lève de ce trône. : tout ce qui relève de Dieu et de l'empire du ciel y
est soumis. Voilà son empire. (BOSSULÎT, Med. LUJ.) — « Asseyez-vous
à ma droite. » Cette expression métaphorique, asseyez-vous, signifie
deux choses, disent saint Chrysostômc et saintThomas : la majesté et le
repos ; la majesté, il y a ici égalité d'honneur ; le trône est le symbole
de la royauté , et, comme il n'y a qu'un seul trône, tous deux parta-
gent l'honneur de la même royauté. C'est ce qui faisait dire à saint
Paul (HEBB., I, 7, 8) : « Dieu a fait des esprits ses envoyés, et des
flammes ses ministres. Mais au Fils, il dit : « Votre trône, ô Dieu, sera
un trône éternel. » (S. CURYS.) — « Asseyez-vous à ma droite, o La
divinité nous est marquée, on ne peut plus clairement, dans la première
partie de ce verset ; elle ne l'est pas moins dans la seconde : le Fils
assis à la droite du Père, c'est le signe de sa puissance, de son égalité
parfaite avec son Père, il est Dieu comme le Père. Mais s'il y a égalité
parfaite entre le Père et le Fils , il y a aussi distinction de personnes :
le Fils est engendré du Père ; « il s'assied à sa droite. » — On peut
dire aussi que ces paroles rappellent et supposent l'humanité de
Jésus-Christ: Il fait son entrée dans les cieux, il y est reçu comme
un hôte, et une place distincte lui est assignée par Dieu son Père. Le
Fils de Dieu est donc aussi le Fils de l ' h o m m e , puisqu'on lui donne le
repos, la puissance et la gloire ; le repos après les travaux et les dou-
leurs de sa vie mortelle. Il partage maintenant le trône de son Père,
associé à son empire comme il l'est à sa divinité. C'est le Seigneur : il
siège dans le séjour de la gloire, et rien n'arrive dans le monde sans
son ordre et sa permission. « Asseyez-vous. » Sa puissance est inébran-
lable, il est assis. Bien différent des rois et des princes de ce monde,
qui sont pour ainsi dire debout sur leurs trônes, prêts à partir au
PSAUME CIX. 537
II. — 3.
fi. 3. C'est toujours le Seigneur qui parle au Seigneur, c'est Jéhovah
qui s'entretient avec Adonaï fait homme. Pourquoi le Fils de Dieu d o -
minera-t-il au milieu de ses ennemis ? « La souveraineté est en vous
au jour de votre puissance, » c'est-à-dire: elle n'y est pas survenue
accidentellement, elle y est essentiellement à jamais. C'est celte même
vérité qu'Isaïe exprime en ces termes : « Il porte sur son épaule le
signe de sa domination, » (ISAI., IX, C) ; c'est-à-dire: il la porte en lui-
môme, dans sa nature, dans sa substance ; prérogative que n'ont pas
les rois, dont la souveraineté est tout entière dans leurs nombreuses
armées. (S. GIIRYS.) — La souveraineté est avec lui, elle lui appartient,
c'est son droit, c'est son patrimoine éternel sur la terre comme dans
les cieux, elle ne le quitte jamais. Êtes-vous roi, lui demandait p i l a l e ?
540 PSAUME CIX.
III. — 4-6.
cieux. Il n'y a que ceux qui souffrent avec lui qui pourront espérer
d'être glorifiés avec lui. — L'Eglise aussi, comme son divin époux,
marchant au Calvaire, a souvent été renversée dans le chemin, et elle
y a bu de l'eau du torrent ; mais, au lendemain de sa chute, et p r é c i -
sément à cause de son humiliation de la veille, elle a toujours relevé
la tête plus haut. Elle est née dans le sang du Christ ; elle a posé son
trône royal à Rome, sur le corps ensanglanté de Simon-Pierre, le
premier vicaire du Christ; son histoire n'est qu'une longue traînée de
sang versé pour elle. (Mgr PIE, Elog. des vol. Cath., t. v, p . 55.) —
c C'est une loi établie, nous dit Bossuet, que l'Eglise ne peut jouir
d'aucun avantage qui ne lui coûte la mort de ses enfants, et que, p o u r
affermir ses droits, il faut qu'elle répande du sang. Son Epoux l'a
rachetée par le sang qu'il a versé pour elle, et il veut qu'elle achète
p a r un prix semblable les grâces qu'il lui accorde. » (BOSSUET, Panég.
de S. Th. de Cant.) — « Il boira du torrent dans la voie; » il boira le
calice de sa passion, « mais ensuite il élèvera la tête. » Buvons avec
lui les afflictions, les mortifications, les humiliations, la pénitence, la
pauvreté, les maladies ; buvons de ce torrent avec courage ; que ce
torrent ne nous entraîne p a s , ne nous abatte pas, ne nous abîme
pas comme le reste des hommes. Alors, nous lèverons la tête; les tètes
orgueilleuses seront brisées, nous venons de le voir ; mais les têtes hu-
miliées par un abaissement volontaire seront exaltées avec Jésus-
Christ. (BOSSUET, Médit, ui* Jour.)
t
LIVRE II (suite).
PSAUMES.
LIVRE III.
LXXII. — Quam b o n u s Israël Deus 118
LXXIII. — Ut quid, Deus, repulisti in finem 137
LXXIV. — Confitebimur tibi, Deus 150
LXXV. — Notus iu Judaîa Dnns 161
LXXVI. — Voce m e a ad Dominum clamavi, voco m e a ad Deum 171
LXXVII. — Àttendite popule meus lflgem m e a m 182
LXXVIII. — Deus, venerunt gentes in haereditatem t u a m 204
LXXIX. — Qui régis Israël, intende, 213
LXXX. — Exultate Deo adjutori nostro 222
LXXXI. — Deus stetit in synagoga deoruin 234
LXXXII. — Deus, quis similis erit tibi 239
LXXXIII. — Quam dilecta tabernacula tua 245
LXXXIV. — Benedixisti, Domine, terram t u a m 259
LXXXV. — Inclina, Domine, aurem t u a m , et exaudi m e 268
LXXXVI. — F u n d a m e n t a ejus in montibus sanctis 276
LXXXVII. — Domine Deus salutis meœ 281
LXXXVIII. — Misericordias Domini in œternum cantabo 290
2 TABLE.
LIVRE IV.
PSAUMES.
LXXXIX. — Domine refugium factus es nobis 307
XC. — Qui habitat in adjutorio Altissimi 317
XCI. — Bonum est confiteri Domino 330
XCII. — Dominus regnavit, decorem indutus est 340
XCIII. — Deus ultionum Dominus 346
XCIV. -—Venite, exultemus Domino 361
XCV. — Cantate Domino canticum n o v u m , cantate 367
XCVI. — Dominus regnavit, exultet terra 376
XCVII. — Cantate Domino canticum novum ; quia mirabilia; 385
XCVIU. — Dominus regnavit, irascantur populi 391
XCIX. — Jubilate Deo omnis terra, servite Domino 399
C. — Misericordiam et judicium cautabo tibi 405
CI. — Domine oxnudi orationem meaui, et clauior meus 414
CH. — Benedic anima m e a Domino, et omnia q u » intra m e s u n t . . . 433
CIII. — Benedic a n i m a m e a Domino, Domine Deus m e u s 450
CIV'. — Confitemini Domino, et invocate n o m e n ejus: 469
CV. — Confitemini Domino, quoniam b o n u s , quoniaiit in saeculum.. 479
LIVRE V.
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