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Entenda divórcio bilionário de emir de Dubai que envolve traição e fuga

Xeque é considerado um risco para sua ex-mulher e filhos

O emir de Dubai Mohammed bin Rashid al-Maktoum - AFP
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São Paulo

O emir de Dubai, xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum, foi condenado nesta terça-feira (21) por um tribunal em Londres a pagar mais de 554 milhões de libras (cerca de R$ 4,2 bilhões) à ex-esposa, a princesa Haya, 47, e aos dois filhos Jalila, 14, e Zayed, 9.

Haya, filha do falecido rei Hussein da Jordânia, era a sexta esposa do xeque. No ano de 2019 ela saiu escondida de Dubai para se instalar em Londres, dizendo ter medo do marido, que era acusado de mandar sequestrar duas de suas filhas para que elas não escapassem de sua influência.

Na época, o xeque ainda insinuou que Haya teria o traído com um segurança da equipe inglesa, o ex-militar Russell Flowers. Rumores surgiram alegando que a princesa chegou a ser chantageada por alguns seguranças para que não revelassem o romance.

O emir de Dubai, Mohammed bin Rashid al-Maktoum, durante reunião na Arábia Saudita - Bandar Saudi - 14.dez.21/Press Agency via Reuters

Porém, segundo o Daily Mail, as chantagens não aconteceram, no entanto, Haya pagou US$ 1,6 milhão (cerca de R$ 9,2 milhões) a Flowers por um contrato de confidencialidade. Com os rumores da traição, o emir mandou espionar a chefe contratada pela princesa, Fiona Shakleton, membro da Câmara dos Lordes.

Apesar de os advogados do xeque tentarem evitar que a espionagem fosse revelada, não conseguiram. Além disso, ele também tentou comprar um palacete vizinho ao da princesa, apenas para espioná-la melhor.

Devido a essas atitudes, al-Maktoum foi considerado, pelo juiz Philip Moor, uma ameaça aos próprios filhos, e a quantia bilionária da sentença do divórcio visa proteger as crianças do próprio pai. O objetivo é evitar que as crianças sejam sequestradas, disse o magistrado na decisão.

No início deste ano, o presidente da Divisão da Família da Inglaterra confirmou que al-Maktoum ​havia ordenado que os telefones de Haya e de seus advogados fossem hackeados usando o Pegasus, software de uma empresa israelense e considerado uma das armas de espionagem digital mais modernas já feita.

"A principal ameaça que eles enfrentam vem do próprio xeque, não de fontes externas", afirmou Moor. O juiz instruiu o xeque a fazer um pagamento único de 251,5 milhões de libras em três meses para Haya pela manutenção de suas mansões em território britânico, para cobrir o dinheiro que ela disse que ele lhe devia por joias e cavalos de corrida e para garantir futuros gastos com segurança pessoal.

O xeque é vice-presidente e premiê dos Emirados Árabes Unidos e também foi instruído a fornecer 3 milhões de libras para a educação dos filhos, e foi intimado a pagar 11,2 milhões de libras por ano para os cuidados das crianças e pela segurança delas quando se tornassem adultos.

A soma final, apesar de ser considerada por alguns advogados de Londres a maior sentença pública já ordenada por um tribunal de família inglês, é menos da metade dos 1,4 bilhão de libras que a defesa de Haya havia pedido no início do processo judicial.

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