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Televisão

Demitido com doença rara, Arnaldo Duran processa a Record e pede R$ 3 milhões

Repórter quer ser reintegrado pelo desligamento, considerado ilegal por seus advogados

Arnaldo Duran em foto publicada no Instagram: jornalista está processando a Record - @arnaldoduran no Instagram
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Aracaju

Demitido entre o Natal e Réveillon de 2023, o repórter Arnaldo Duran, 67, entrou na Justiça contra a Record. O jornalista diz que foi alvo de capacitismo por parte da emissora de Edir Macedo e pede que seja reintegrado como funcionário.

Caso não seja possível seu retorno à televisão, Duran pede que a emissora que foi sua antiga empregadora seja condenada por danos morais. Ao todo, o jornalista pede cerca de R$ 3 milhões.

O F5 teve acesso ao processo, que foi ajuizado na última segunda-feira (29) na 89ª Vara do Trabalho de São Paulo. No caso, os advogados de Duran defendem que a emissora explorou a sua doença rara em reportagens e programas de entretenimento.

Em 2016, Arnaldo Duran foi diagnosticado com ataxia espinocerebelar do tipo 3, uma doença degenerativa do sistema nervoso, também chamada de síndrome de Machado-Joseph ou "doença do tropeção". Entre os sintomas estão a falta de coordenação de movimentos musculares voluntários e a perda de equilíbrio.

Em entrevistas, na época em que descobriu o problema de saúde, o jornalista afirmou que quase perdeu a fala com a doença, mas que a recuperou com o tratamento e com orações. O depoimento foi dado em participações em atrações produzidas pela Igreja Universal do Reino de Deus.

Duran pede R$ 400 mil apenas de danos morais. O resto do valor é relacionado a questões trabalhistas, como o desligamento, considerado irregular por seus advogados, já que ele estava em meio ao tratamento.

A ação pede que a Record pague ou providencie um treinamento de readaptação do jornalista ao mercado de trabalho, considerando os problemas de locomoção causados pelo seu problema e sua idade avançada. Para a defesa do jornalista, a Record cometeu capacitismo ao desligá-lo.

Um elemento usado pelos advogados para provar esse ponto é que Duran nunca aparecia no ar de muletas desde que foi diagnosticado com a doença. "Ao esconder o uso dos equipamentos ortopédicos do repórter, a ré (Record) pratica o preconceito do capacitismo, que é a presunção de que portadores de deficiência têm mais dificuldade (ou são incapazes) de realizar os mesmos trabalhos que as pessoas sem deficiência", diz a defesa.

O caso ainda não tem data para ser julgado. A Justiça marcou para o dia 19 de junho uma audiência de conciliação para que um possível acordo seja negociado.

Procurado pelo F5, os advogados de Arnaldo Duran confirmaram a ação, mas não disponibilizaram mais detalhes. O jornalista não respondeu às tentativas de contato feitas pelo F5. A Record também foi procurada, mas não respondeu até a última atualização deste texto.

Veterano, Arnaldo Duran tem uma vasta carreira na televisão. O repórter teve passagens pela Globo e pela extinta Rede Manchete (1983-1999). Duran também trabalhou no SBT, onde fez parte da equipe do Aqui Agora nos anos 1990.

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