IMUNOLOGIA Resumo

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IMUNOLOGIA

As células Linfócitos B também são consideradas APCs, quando


há o reconhecimento de moléculas, como carboidratos, ácidos
nucleicos e proteínas menores.
As moléculas tóxicas irão se ligar nos anticorpos D ou N, que
estão presentes nas estruturas dos LB, onde irá haver o internalização
do antígeno que está ligado no anticorpo, para que no final do
processo haja a apresentação do epítopo na fenda do MHCII. Logo
neste caso os LB são considerados APCs, onde por exemplo há essa via
em casos de alergias principalmente.
No entanto é importante lembrar que as células Dendritica e
Macrofago, são APC 's via MHC de classe II. Mas toda célula pode
apresentar o MHC de classe I para o LTCD8+.

OBS:Parte referente ao que fiquei de esclarecer com a Profa Martha.

IMUNIDADE INATA
A imunidade inata é a resposta inicial aos microrganismos que
previne, controla e elimina a infecção do hospedeiro por muitos
patógenos. A mesma irá estimular as respostas imunes denominadas
de Adaptativas, para que as mesmas sejam mais efetivas contra os
microrganismos.
Dividida em 3 linhas de defesa:
- 1° Linha de defesa (Inespecífica): Pele(tecido epitelial),
acidez, secreções, mucosas, cílios.
- 2° Linha de combate (Inespecífica): Células fagocíticas, altas
temperaturas, Sistema do Complemento.
- 3° Linha de combate (Específica): Anticorpos, resposta
imune celular.

IMUNIDADE ADQUIRIDA
Imunidade Humoral é aquela mediada por anticorpos, atuando
assim na neutralização e eliminação de microrganismos e toxinas
extracelulares que possam ser reconhecidas pelos anticorpos, no
entanto essa imunidade não tem uma ação efetiva dentro das células.

Imunidade Celular é mediada por Linfócitos T, atuando assim


como um mecanismo de defesa contra microrganismos intracelulares e
fagocitados. Tendo como umas das principais funções desta resposta
pelas células LT é a ativação de macrófagos.

Células do sistema imune e suas respectivas funções:

- Faocíticas: Irão reconhecer os patógenos a partir dos


PAMP’s (Padrões moleculares associados ao patógeno).

Cada célula será recrutada para momentos críticos específicos


no nosso corpo, como por exemplo os MACRÓFAGOS, DENDRÍTICA E
NEUTRÓFILO que são recrutados para a fagocitose de patógenos. Os
BASÓFILOS, NEUTRÓFILOS e EOSINÓFILOS que são mais presentes em
casos de alergias.
No entanto, quando a resposta imune do nosso corpo provoca
uma exposição exagerada a um determinado antígeno, o organismo irá
também gerar uma resposta imune exagerada, que são classificadas
como estados de alergias ou hipersensibilidades, devido a essa
intensa exposição. Porém o nosso organismo também pode gerar uma
resposta imune exagerada para as nossas próprias moléculas,
resultando em muitos casos em um quadro de reações autoimunes (ex:
doenças autoimunes).

Células: LT e LB
LTCD4+ Possuem a características de auxiliares, logo são linfócitos
auxiliares.
LTCD8+ Possuem a característica de citotoxicidade, logo são linfócitos
citotóxicos.
Os mesmas possuem essas proteínas de membranas CD4+ e CD8+
específicas que são chamadas de marcadores

Órgão linfoides:
VACINAS
● Para que vacinar contra alguns vírus e bactérias?
- Para o corpo produzir defesa (anticorpos) e células de memória (linfócitos TCD4+ e TCD8+, e
linfócitos B) contra alguns vírus/bactérias e não ter a doença
- Prevenir a doença!
- Tomar vacinas em postos de saúde ou clínicas
Tipos de imunização
A imunidade adquirida pode ser dividida em passiva ou ativa. A passiva é representada pelo soro,
placenta e colostro. Já a ativa é a infecção e a vacinação, que pode ser composta por organismos vivos,
organismos mortos, produtos metabólicos ou DNA.
As etapas de desenvolvimento de vacinas são: a descoberta, estudos experimentais, estudos clínicos,
escalonamento, estudos clínicos fase I, estudos clínicos fase II, estudos clínicos fase III, registro e o
produto final, esse processo pode levar de 10 a 20 anos para ser realizado.
O que é uma vacina?
- É uma substância derivada, ou quimicamente semelhante a um agente infeccioso
- É reconhecida pelo sistema imunitário do indivíduo vacinado e gera uma resposta que o protege
de uma doença associada ao agente
- Depende do sistema imunitário e do estado de saúde do indivíduo vacinado
Vacinas Tradicionais
São agentes patogênicos mortos, enfraquecidos ou seus fragmentos. Preparam o sistema imunitário para
um possível ataque produzindo anticorpos e células de memória.
- Vacinas bacterianas atenuadas ou mortas: são eficazes por curtos períodos
- Vacinas virais vivas atenuadas: são mais efetivas (pólio, sarampo e febre amarela)
- Há a utilização de vacinas de vírus inativados, pois vacinas de vírus somente atenuados podem
causar doenças em hospedeiros imunocomprometidos
Vacinas Genéticas
Consistem em plasmídeos bacterianos, incapazes de produzir uma infecção e que estimulam a produção
de células de memória. Os usados na imunização são alterados para transportar genes específicos para
um ou mais antígenos de um patógeno selecionado.
São aplicadas por meio de injeções intramusculares ou por um mecanismo conhecido como revólver
genético, que coloca os plasmídeos dentro de micro esferas de ouro e dispara contra a pele do paciente,
utilizando para isso um disparador de alta pressão.

A vacina do tétano é aplicada 3 meses após o contato com a bactéria, assim a vacina ativa o sistema
imunológico, principalmente as células de memória que irão produzir anticorpos em grande quantidade e
com rapidez.

Influenza
São trivalentes, obtidas a partir de culturas em ovos embrionados de galinha. Portanto, são contra
indicados a pessoas que apresentam histórico de anafilaxia a proteínas do ovo ou a outros componentes
da vacina. Pode causar eritema, dor, enduração pouco intensos, febre, mal-estar e mialgia
Vacinas Vias Orais
A vacina da pólio é via oral, estimulando as respostas de IgA nas mucosas que protegem os indivíduos da
infecção natural que incide pela via oral.
Essas vacinas são compostas por vírus vivos atenuados que podem infectar células dendríticas no
intestino e estimulam fortes respostas inatas que, então, promovem a ativação de células T e B.
Vírus HIV
Estabelece uma infecção latente, altamente variável e incapacita o componente chave do sistema
imunológico (CD4+).

Soroterapia
Imunização passiva, não estimula a produção de anticorpos e não produz células de memória (linfócitos T
e B). O tratamento dura somente o tempo que os anticorpos injetados persistem,é de curta duração.

Vacinação é preventivo/profilático, há a injeção de patógenos e a pessoa não contraiu a doença.


A Soroterapia é terapêutica, age após contrair a doença, há a injeção de anticorpos prontos.

SISTEMA DO COMPLEMENTO
São proteínas séricas e de superfície celular que interagem umas com as outras e com outras moléculas
do sistema imunológico de uma maneira altamente regulada para gerar produtos que eliminem os
microrganismos.
Produtos da ativação do complemento ligam-se covalentemente às superfícies dos microrganismos ou dos
anticorpos ligados aos antígenos nos microrganismos.
A ativação do complemento é inibida por proteínas reguladoras que estão presentes nas células do
hospedeiro normal e ausente nos microrganismos.
O fígado produz C3, C6 e C8.
Os macrófagos produzem C2, C3, C4 e C5.
Os neutrófilos armazenam C6 e C7.
Funções do Complemento
- Opsonização e fagocitose - ligação de C3b (ou C4b) ao microrganismo (opsonização), reconhecimento do
C3b ligado pelo receptor de C3b do fagócito e fagocitose do microrganismo
- Estimulação das reações inflamatórias - ligação de C3b ao microrganismo, liberação de C3a, proteólise
de C5, liberação de C5a, recrutamento e ativação dos leucócitos por C5a, C3a, e destruição do
microrganismo por leucócitos
- Citólise mediada pelo complemento - ligação de C3b à bactéria, ativação dos componentes finais do
complemento, formação do complexo de ataque à membrana (CAM), lise osmótica da bactéria
O Complexo de Ataque à Membrana é dividido em: Via Clássica, Via Alternativa e Via da Lectina.
A Via Clássica é um dos principais mecanismos de imunidade humoral adaptativa, é ativada
diretamente pelo patógeno ou indiretamente por anticorpos que se ligam na superfície do patógeno.
(C1qrs)
A Via Alternativa é um mecanismo efetor da imunidade inata, fornece uma amplificação para as
outras duas vias.
A Via da Lectina é um mecanismo efetor da imunidade inata, ligadora de manose.

As proteínas do complemento não se ligam às células normais do nosso organismo


devido que a ativação do Sistema do complemento é inibida por proteínas reguladoras que
estão presentes nas células normais do nosso organismo e não nas dos microrganismos.

Respostas locais inflamatórias


Produtos do sistema do complemento atuam sobre os vasos sanguíneos e aumentam a permeabilidade vascular.
- Aumentam os fluidos nos vasos sanguíneos e extravasam imunoglobulinas e moléculas do complemento
- Migração de macrófagos, leucócitos e linfócitos é aumentada. Atividade bactericida dos macrófagos e
leucócitos também é aumentada
C1 - opsonização de vírus
C3a - mediador inflamatório
C5a - mediador inflamatório

Ativação da Via Clássica


- Anticorpos IgM ou IgG
- C1qrs
- C4b, C2a, C3b, C6, C7, C8 e C9

Via Alternativa
- Não envolve anticorpos
- É ativada pelo contato de certas proteínas do complemento ou dos patógenos
- C3 se combina com proteínas do complemento chamadas de: Fator B, Fator D e Fator P (properdina), que
estão presentes na superfície de um patógeno
- O C3 é então fragmentado em C3a e C3b
- Da mesma forma que a via clássica ela participa da citólise, da opsonização e da inflamação
- Fator B, Fator D, Properdina, C3, C5, C6, C7, C8 e C9

OBS: O ácido siálico pode atuar inibindo esta via.


Via da Lectina
- Os macrófagos ingerem os microrganismos e outros materiais estranhos ao organismo através da
fagocitose, e então liberam substâncias químicas estimulando o fígado a produzir lectina.
- Essas proteínas se ligam a manose (carboidrato)
- Umas das lectinas se ligam à manose
- Ativam então C4, C2, C3, C5, C6, C7, C8 e C9

Alterações do Sistema do Complemento


- Deficiência de C1, C2 ou C4 causam distúrbios vasculares do colágeno que resultam em
hipersensibilidade (anafilaxia)
- Deficiência de C3 (embora rara) aumenta a suscetibilidade de infecções recorrentes com
microrganismos piogênicos (microrganismos com capacidade de provocar infecção purulenta-pus)

Bactérias gram-positivas e alguns fungos que possuem paredes celulares espessas impedem a ligação de
proteínas do complemento (CAM)

Funções benéficas das proteínas do complemento são a opsonização para potenciar a fagocitose, quimiotaxia e
ativação de fagócitos, lise de bactérias e células infectadas ou transformadas, regulação da resposta de
anticorpos, limpeza de imune-complexos e fagocitose de células apoptóticas.
Funções maléficas das proteínas do complemento são inflamação e anafilaxia.
PARASITAS
Causam danos ao hospedeiro por:
● Competir por nutrientes
● Causam danos teciduais
● Destróem células
● Bloqueio mecânico
Muitos parasitas se adaptam e enganam com sucesso as respostas imunes inata e adquirida do hospedeiro.
Muitos fatores são envolvidos: idade, sexo, condição nutricional e hormonal do indivíduo.
Sistema do complemento pode ser eficaz quando se neutraliza 1:1. Isto não é eficaz quando pensamos em um
macrófago para uma Ascaris (multicelular)
Papel dos anticorpos nas infecções parasitárias

Os parasitas driblam as respostas imunológicas por:


1. Reclusão anatômica no hospedeiro - vertebrado
- Estágios intracelulares evitam parte da resposta imunológica
2. Variação antigênica
- Diferentes estágios do ciclo de vida do parasito (Plasmodium) expressam diferentes antígenos
- Variação antigênica também no protozoário extracelular Giardia lamblia
Trypanosomas africanos produzem glicoproteínas variáveis de superfície que cobre todo o
parasito (VGS). Parasitos expressando novos VSG escapam da detecção por anticorpos,
replicam e continuam a infecção. Permite a sobrevivência do parasito dentro do hospedeiro por
meses a anos.
As VGS envolvem totalmente o parasita impedindo que o sistema imunológico reconheça
antígenos, de ter acesso a esses antígenos, os mecanismos imunitários reconhecem e atacam
essas VGSs.
3. Mecanismo anti-imune
- Larvas hepáticas de Schistossoma produzem enzimas que clivam anticorpos
4. Migração
- Dirofilaria se movimenta evitando reações inflamatórias locais
5. Mimecrismo molecular
- Esporocistos de Schistossoma produzem moléculas de superfície similar a moléculas de
hemolinfa de miracídios

Ácido siálico
● Hospedeiro expressa ácido siálico que pode inibir a via alternativa do complemento (proteção contra o
autorreconhecimento)
● Esquistossomos removem o ácido siálico do hospedeiro e o transfere para a sua superfície celular

Helmintos evadem a imunidade de vertebrados por:


● Tamanho
● Cobertura de proteínas que os tornam seguros
● Mimecrismo molecular (o parasito pode imitar estruturas e funções do hospedeiro)
● Reclusão anatômica
● Imunossupressão
● Mecanismos anti-imunes
● Migração

Helmintos evadem a imunidade de invertebrados por:


● Reclusão anatômica
● Mimecrismo molecular
● Imunossupressão

Protozoários evadem a imunidade de vertebrados por:


● Reclusão anatômica
● Variação antigênica
● Recobrimento de membrana
● Imunossupressão
● Mecanismos auto-imunes
Protozoários evadem a imunidade de invertebrados por:
● Reclusão anatômica

Parasitas helmintos
● Embora o complemento e outros fatores da resposta imune natural possam contribuir para a defesa
contra a infecção por helmintos, a resposta imune específica com a produção de anticorpos e citocinas é
importante.
● As células TCD4+ ou TCD8+ do tipo 2 são produtoras de citocinas como IL-4, IL-5 e IL-13 que, entre
outras funções, induzem a produção de IgE pelas células B e ativação de eosinófilos, mastócitos e
basófilos, respectivamente, componentes fundamentais na defesa contra helmintos.
● Anticorpos da classe IgE ligam-se aos basófilos circulantes ou mastócitos teciduais, induzindo a
liberação de histamina e outros mediadores da reação de hipersensibilidade imediata, que leva à
destruição de helmintos.
● Os mecanismos falham devido ao tamanho (inibição da resposta primária e inflamação), cobertura com
moléculas do hospedeiro (disfarce molecular), mimecrismo molecular, reclusão anatômica,
imunossupressão (manipulação da resposta imune)

Parasitos protozoários
● Resposta celular
- Protozoários intracelulares – Citocinas Th1 ativam macrófagos.
- Macrófagos ativados produzem reativos intermediários do oxigênio (ROI) após fagocitose. O NO
contribui para resistência do hospedeiro na maioria das infecções parasitárias.
- Ativação do complemento – promove a destruição dos microrganismos, a fagocitose (ligação
covalente de C3b) e estimulam a infamação (C3a e C5a).
- Linfócitos T citotóxicos em células infectadas.
● Resposta humoral
- Protozoários extracelulares - opsonização, ativação do complemento.
- Neutralização – Impedimento da entrada de esporozoítos de malária em hepatócitos.

Parasitas fungos
● O principal mecanismo de defesa contra fungos é desenvolvido pelos fagócitos, que os destroem por
meio da produção de NO e de outros componentes secretados por essas células. Adicionalmente, há
participação de IFN-γ, aumentando a função de neutrófilos e macrófagos, não havendo evidências de
atividade citotóxica por células TCD8+.
● Os fungos driblam o sistema imunológico por:
- penetração e multiplicação em células - evita mediadores extracelulares;
- variação de antígenos de superfície - dificulta o reconhecimento e ativação de receptores da
imunidade;
- revestimento de PAMP (padrões moleculares associados a patógenos que impede o
reconhecimento pelo receptores);
- modulação de sinais inflamatórios;
- internalização de células não-fagocíticas - escapa de mecanismos de defesa extracelulares;
- modulação de TLR (receptores de reconhecimento de padrões PAMP) para infectar células e
garantir sua multiplicação;
- persistência nos macrófagos - fagocitose não é necessariamente a morte do microorganismo;
- evasão do Sistema Complemento através da ligação com os inibidores do complemento;
- evasão da resposta inata humoral através da produção de moléculas de superfície
anti-complemento inibido a formação da C3 convertase.

Parasitas vírus
ALERGIAS
É uma resposta imunológica exagerada que se desenvolve após a exposição a um determinado antígeno e
que ocorre em indivíduos suscetíveis ou previamente sensibilizados.

● Reações dependentes de IgE


● Reações dependentes de IgE e mastócitos
● Reações dependentes de IgE e mastócitos e outras células
● Reações dependentes de IgG

Tipos de alergias:
● Injeção: picadas de abelhas, mosquitos e formigas; medicamentos
● Ingestão: alimentos e medicamentos
● Inalação: pólen, ácaros, látex, pelos de animais
● Contato: pelos, plantas, pólen, ácaros, látex

As reações alérgicas se manifestam de formas diferentes, dependendo dos tecidos afetados, incluindo:
● Erupções cutâneas na pele
● Congestão nasal
● Constrição brônquica
● Dor abdominal
● Diarreia
● Choque sistêmico.

Forma sistêmica mais extrema (anafilaxia):


Os mediadores derivados de mastócitos podem restringir as vias aéreas para o ponto de asfixia e causar
colapso cardiovascular, levando à morte. O termo anafilaxia indica que os anticorpos IgE, podem conferir o oposto
da proteção (Profilaxia).
Clínico do paciente com Anafilaxia:
- Perda de consciência
- Urticária
- Inchaço da língua, incapacidade para engolir
- Inchaço rápido dos tecidos da garganta.

Fatores genéticos e ambientais:


Os indivíduos atópicos produzem altos níveis de IgE em resposta a alérgenos ambientais, enquanto os
indivíduos normais geralmente produzem outros isotipos de Ig, como IgM e IgG, e apenas pequenas quantidades
de IgE. A quantidade de IgE sintetizada depende da propensão de um indivíduo a gerar células T auxiliares
específicas de alérgenos que produzem IL-4 e IL-13, porque estas citocinas estimulam a mudança da classe dos
anticorpos de células B para IgE.

As doenças caracterizadas por Hipersensibilidade são classificadas de acordo com o tipo de Resposta Imune e o
mecanismo efetor responsável pela lesão tecidual.

Como as moléculas chegam até as células do sistema imunológico e causam alergia?


- Absorção intestinal (nutrientes – proteínas e glicoproteínas; fármacos)
OBS: Algumas substâncias não proteicas, como o antibiótico penicilina, podem induzir fortes respostas de IgE.
Estes fármacos reagem químicamente com os resíduos de aminoácidos em proteínas próprias para formar
conjugados hapteno carreador, que induzem as respostas de células T auxiliares produtoras de IL-4 e a produção
de IgE.

- Inoculação (toxinas, fármacos)


- 3- Contato
TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADE:

1- Hipersensibilidade Imediata: O antígeno é reconhecido por mecanismos.


- Mecanismo 1: Reconhecimento pelos mastócitos e dendríticas

Como o alérgeno contribui para a liberação de histamina e citocinas pelos mastócitos?


A ligação cruzada de IgE ligada ao antígeno ativa as proteínas tirosina quinases (Lyn e Syk), que por sua
vez causa a ativação de uma cascata de MAP quinase e da fosfolipase Cγ (PLCγ). A PLCγ catalisa a liberação de
IP3 e DAG do PIP2 da membrana. O IP3 provoca a liberação do cálcio intracelular do retículo endoplasmático. O
cálcio e DAG ativam a PKC, que fosforila os substratos tais como a proteína da cadeia leve da miosina e, assim,
leva à degradação e liberação de mediadores préformados. O cálcio e as MAP quinases combinam para ativar a
enzima fosfolipase A2 citossólica (PLA2), que inicia a síntese dos mediadores lipídicos, incluindo a prostaglandina
D2 (PGD2) e o leucotrieno C4 (LTC4). —-> FOTO DO SLIDE 29
- Mecanismo 2: Reconhecimento pelos linfócitos B

- Receptores de alta afinidade (FcεRI) - presentes em mastócitos e basófilos.


- Receptores de baixa afinidade (FcεRII) - presentes em macrófagos, monócitos, linfócitos, eosinófilos e
plaquetas
Sinalização pelas interleucinas IL- 21 e IL-6.

- Mecanismo 3: Reconhecimento pelas dendríticas e pelos linfócitos B


OBSERVAÇÕES:
- Embora os indivíduos saudáveis não respondam ou tenham respostas inofensivas de células T e de
anticorpos a antígenos ambientais comuns, os indivíduos atópicos desenvolvem respostas fortes de TH2
e produzem IgE na exposição a estas substâncias potencialmente alergênicas.
- As reações mediadas por IgE ocorrem minutos após a exposição ao alimento envolvido, as não mediadas
por IgE, e mesmo as mistas, podem demorar de horas até dias para se tornarem clinicamente evidentes.

- Hipersensibilidade Aguda (está dentro da imediata)


A reação completa da pápula e do halo eritematoso podem aparecer dentro de 5 a 10 minutos após a
administração do antígeno e geralmente desaparece em menos de 1 hora. A reação da pápula e do halo
eritematoso é dependente de IgE e de mastócitos.

2- HIPERSENSIBILIDADE TARDIA:
Reação de fase tardia consiste no acúmulo de leucócitos inflamatórios, incluindo neutrófilos, eosinófilos, basófilos
e células T auxiliares. A inflamação é máxima em cerca de 24 horas e em seguida diminui gradualmente.
ALERGIA ALIMENTAR:
Alergia alimentar é um termo utilizado para descrever reações adversas a alimentos, dependentes de mecanismos
imunológicos, IgE mediados ou não.
● A alergia alimentar é mais comum em crianças. Estima-se que a prevalência seja aproximadamente de
6% em menores de três anos e de 3,5% em adultos e estes valores parecem estar aumentando.
● A alergia alimentar por leite de vaca, ovo, trigo e soja desaparecem, geralmente, na infância, ao contrário
da alergia a amendoim, nozes e frutos do mar que podem ser mais duradouras e algumas vezes por toda
a vida.
- Reações adversas ao alimento: Reações adversas aos alimentos - qualquer reação anormal à ingestão de
alimentos ou aditivos alimentares. Elas podem ser classificadas em tóxicas e não tóxicas.

● Reações tóxicas: Dependem mais da substância ingerida (toxinas bacterianas presentes em


alimentos contaminados) ou das propriedades farmacológicas de determinadas substâncias
presentes em alimentos (cafeína no café, tiramina em queijos maturados).
● Reações não-tóxicas: Dependem de susceptibilidade individual e podem ser classificadas em:
não imunomediadas (intolerância alimentar) ou imuno-mediadas (hipersensibilidade alimentar
ou alergia alimentar).

- As reações graves e fatais: Podem ocorrer em qualquer idade, mesmo na primeira exposição conhecida
ao alimento, mas os indivíduos mais susceptíveis parecem ser adolescentes e adultos jovens com asma e
alergia previamente conhecida a amendoim, nozes ou frutos do mar.

- As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%). Os aditivos mais implicados em
reações adversas são os sulfitos (asma), o glutamato monossódico e a tartrazina (urticária).

● Reações sistêmicas: Obstrução das vias respiratórias, urticária, diminuição da pressão arterial,
arritmia.
● Reações localizadas: Prurido, inchaço, náuseas, vômitos, cólicas, diarréia.
• O trato gastrintestinal (TGI) é o maior órgão linfóide do organismo, e o local de contato com várias proteínas da
dieta.
• Estima-se em adultos, que aproximadamente 2% dos antígenos alimentares ingeridos sejam absorvidos e
passem pela barreira intestinal de forma intacta.

Para o desenvolvimento de alergia alimentar são necessários:

- Substrato genético
- Dieta com proteínas com capacidade alergênica
- Quebra dos mecanismos de defesa do trato gastrintestinal
- Quando há incapacidade do desenvolvimento de tolerância oral

Mecanismos de defesa:
- Mecanismos de defesa inespecíficos: barreira mecânica constituída pelo próprio epitélio intestinal e pela
junção firme entre as células epiteliais, a flora intestinal, o ácido gástrico, as secreções biliares e
pancreáticas e a própria motilidade intestinal. O muco que recobre as células epiteliais contém
diferentes mucinas, auxilia na formação de barreira e facilita a adesão de bactérias através de
componentes de sua parede celular, promovendo sua eliminação pela peristalse.

- Mecanismos de defesa específicos ou imunológicos: o tecido linfóide associado ao TGI (GALT - Gut
Associated Lymphoid Tissue) e seus componentes e a IgA secretora. A IgA secretora incorporada ao muco
de revestimento pode inibir a adesão bacteriana às células epiteliais, neutralizar vírus e toxinas
bacterianas e prevenir a penetração de antígenos alimentares na barreira epitelial.

Por que as crianças desenvolvem mais alergias alimentares?

Nesta fase da vida, a barreira intestinal é imatura e mais permeável, tornando o epitélio
mais suscetível à penetração dos diferentes antígenos, portanto, mais vulnerável à sensibilização
alérgica. • Há produção diminuída de anticorpos IgA secretores específicos, o que favorece a
penetração de alérgenos e consequentemente a ocorrência de alergia alimentar.

Aleitamento materno:
Similaridade antigênica da espécie e pelos fatores protetores carreados, sejam imunológicos ou
não-imunológicos, que contribuem para a manutenção de uma microbiota adequada neste período
precoce da vida.
OBS: Os alérgenos alimentares são na sua maior parte representados por glicoproteínas hidrossolúveis com peso
molecular entre 10 e 70 kDa.
Fatores de risco para as alergias:

● Herança genética: Embora não haja testes genéticos diagnósticos disponíveis para identificar indivíduos
com risco de alergia alimentar, a história familiar de alergia alimentar é o melhor indicativo de risco
para o seu aparecimento.

● Dieta: dieta da gestante e da nutriz, a idade da introdução de alimentos sólidos e de alimentos


alergênicos, a exposição aos aeroalérgenos, entre outros, têm sido alguns dos fatores ambientais
investigados no desenvolvimento da alergia alimentar.
Crianças com alto risco para atopia, o aleitamento materno deve ser ainda mais estimulado e prolongado
(até dois anos ou mais).
Deve-se orientar que se evite a introdução do leite de vaca no primeiro ano de vida. Em alguns países, na
impossibilidade do aleitamento materno, recomenda-se a utilização profilática de fórmulas com
alergenicidade reduzida

Estudos apontam efeito protetor eficiente do leite materno entre lactentes com risco familiar de alergia
alimentar se amamentados exclusivamente até os quatro meses de vida, demonstrado pela redução na
incidência cumulativa de alergia à proteína do leite de vaca até os 18 meses e de dermatite atópica até os
três anos de idade

Ideal: aleitamento
exclusivo até os 6
meses de idade

O leite de outros mamíferos (caprinos e ovinos) por sua similaridade antigênica ao leite de vaca não apresentam
vantagem na sua utilização como preventivos da alergia à proteína do leite de vaca. Vale ressaltar que 90% das
crianças com alergia à proteína do leite de vaca apresentam também reação alérgica ao leite de cabra e ao de
ovelha.

Alguns pontos são enfatizados como importantes medidas preventivas para lactentes com risco para ocorrência
de alergia alimentar:
- Aleitamento materno exclusivo até o final do primeiro semestre de vida, retardando-se a introdução
precoce de alimentos sólidos.
- Não há indicação de dietas restritivas hipoalergênicas para gestante no último trimestre de gestação,
com exceção do amendoim. Restrições de ovo, leite de vaca e peixe não são recomendadas a priori,
somente em situações individualizadas.
- Academia Americana de Pediatria recomenda o uso de fórmulas hipoalergênicas em caso de
necessidade. O leite de vaca deve ser introduzido após o 1º ano de vida, o ovo após o 2º ano, o
amendoim, as nozes e os peixes após o 3º ano.
- Sociedade Europeia de Alergia e Imunologia Pediátrica - introdução dos alimentos considerados
potencialmente alergênicos a partir da interrupção do aleitamento materno exclusivo. Recomenda o uso
de fórmulas hipoalergênicas ou hidrolisados como medida preventiva em situações onde o aleitamento
não ocorre mais de forma exclusiva.

Nutrientes com propriedades imunomoduladoras:


• Alguns alimentos não são apenas fonte de possíveis alérgenos causadores de reações de hipersensibilidade, mas
podem conter nutrientes com propriedades imunomoduladoras: antioxidantes e ácidos graxos da família ômega 3
(n-3) - efeito protetor contra o desenvolvimento de doenças alérgicas

• Os antioxidantes presentes na dieta (ácido ascórbico, betacaroteno, alfa-tocoferol, selênio e zinco) podem
neutralizar o efeito deletério do estresse oxidativo presente na inflamação alérgica e consequentemente
reduzirem a lesão tecidual.

• A vitamina D apresenta papéis importantes relacionados ao sistema imunológico, como função tolerogênica das
células dendríticas, diferenciação de linfócitos e manutenção da integridade da mucosa intestinal.
Sugere-se o consumo das fontes de vitamina D.

• Na nossa dieta predomina a ingestão de ácido linoleico (óleo de soja) comparativamente ao gama-linolênico.
• A prostaglandina E2 (PGE2), derivada do ácido araquidônico (20:4, n-6) proporciona maior síntese de IgE, devido
à indução de diferenciação da célula B na presença de IL-4.
• É descrito um desequilíbrio entre as séries n-6 e n-3 na membrana celular de pacientes atópicos (alérgicos),
tornando estes pacientes vulneráveis aos eventos adversos da PGE2.

Manifestações clínicas de hipersensibilidade a alimentos:

1- Cutâneas:
Urticária e angioedema - urticária é caracterizada pela presença de pápulas eritematosas bem delimitadas na
pele, de contornos geográficos com halo central e, em geral, intensamente pruriginosas. As lesões resultam do
extravasamento de líquido oriundo de pequenos vasos ou de capilares à derme superficial.
Frequentemente a urticária induzida por alimentos pode vir acompanhada de sintomas gastrointestinais ou
respiratórios. Por ser reação do tipo imediato, a identificação do alimento envolvido pode ser mais fácil, uma vez
que a manifestação ocorre até duas horas após a ingestão do alimento.

Dermatite herpetiforme- Caracteriza-se pela presença de lesões pápulo-vesiculares crônicas em áreas extensoras,
principalmente em cotovelos, joelhos e região glútea. Ela é mediada principalmente por linfócitos T.

A liberação não-imunológica de histamina pode ocorrer após a ingestão de morangos, alguns tipos de queijo e
tomate, da mesma forma frente a bactérias presentes em alimentos contaminados como atum e sardinha
estragados, que podem converter a histidina em níveis elevados de histamina, gerando urticária por intoxicação
exógena.

2- Gastrointestinais:

- Hipersensibilidade gastrintestinal imediata Náuseas, vômitos, dor abdominal e diarréia - aparecem em


minutos ou até duas horas após a ingestão do alérgeno alimentar. Leite de vaca, ovo, amendoim, soja,
trigo e frutos do mar.

- Síndrome da alergia oral ou síndrome Pólen-Fruta: É restrita à orofaringe, incluindo início rápido de
edema, hiperemia, prurido e sensação de queimação de lábios, língua, palato e garganta. Os sintomas
costumam ser breves e desencadeados por frutas e vegetais frescos

- Esofagite eosinofílica alérgica É decorrente de hipersensibilidade mista (IgE mediada e não-IgE mediada).
Caracteriza-se por apresentar processo inflamatório eosinofílico nas camadas mucosa, muscular e/ou
serosa do esôfago. Leite de vaca, trigo, soja, amendoim e ovo.
- Gastrite eosinofílica alérgica Reação de hipersensibilidade a alimentos do tipo mista (IgE mediada e não
IgE-mediada) e caracterizada pela presença de processo inflamatório eosinofílico nas camadas mucosa,
muscular e/ou serosa do estômago. Leite de vaca, milho, soja, amendoim e bacalhau.

- Gastroenterocolite eosinofílica alérgica Leite de vaca, os cereais, a soja, o peixe e o ovo

- Enteropatia induzida por proteína alimentar Diarreia persistente ou crônica, em geral acompanhada de
vômitos, resultando em má absorção intestinal.

3- Respiratórias:
Edema de laringe e/ou crises de asma de intensa gravidade. Os sintomas tipicamente incluem prurido em
orofaringe, tosse, dispneia, sibilos e disfonia.

- Rinite alérgica e Asma persistente Leite de vaca ou ao ovo.


- Asma e rinite pela inalação de partículas alimentares Padeiros, carregadores e agricultores que
armazenam alimentos.

Diagnóstico laboratorial:
Determinação de IgE sérica específica:
• A determinação da IgE específica auxilia apenas na identificação das alergias alimentares mediadas por IgE, de
tipo I, ou imediatas, e nas reações mistas.

In vivo: Testes cutâneos de hipersensibilidade imediata


• É um teste simples, rápido e pode ser realizado no próprio consultório do médico capacitado e requer cuidados
em sua realização e interpretação. A utilização de extratos padronizados confere a estes testes valores preditivos
positivos de no máximo 60%, mas raramente são negativos em reações IgE mediadas (valor preditivo negativo de
até 95%).

Teste cutâneo intradérmico:


• Os alérgenos suspeitos são injetados na pele.

• Desvantagens:
- São dolorosos
- Podem provocar reações alérgicas exacerbadas (choque anafilático) ou seja desencadear reações
sistêmicas.

Procedimento: Gotas do alérgeno são colocadas sobre a pele do antebraço ou das costas, numa disposição
predeterminada, e a pele é então perfurada.
- São considerados testes positivos os em que haja formação de pápula com pelo menos 3 mm de
diâmetro médio, reação com o controle positivo (solução de histamina) e ausência de pápula com o
controle negativo (excipiente da solução).
- Não há restrição de idade para a realização do teste, entretanto, devese ter em mente que crianças
menores de seis meses de idade, podem não ter sido expostas a vários alimentos, com possibilidade de
testes positivos apenas para aqueles a que já foram sabidamente expostas.

Teste alergênico em animais:


A dermatite atópica (ou atopia) é a alergia à substâncias presentes no ambiente, como ácaros de poeira,
pólens ou bolores (fungos). Acomete cães, principalmente das raças Poodle, Maltês, Lhasa Apso,
Labrador e Golden Retriever e tem seu surgimento de 1 a 3 anos de idade, principalmente. Pet Care
conta com os testes intradérmicos para identificação dos alérgenos (substâncias que causam alergia)
com a finalidade de se identificar tais substâncias e realizarmos a produção das vacinas especificamente
para o seu animal. Este teste é mais eficaz do que o exame de sangue(conhecido como ELISA) para se
identificar os alérgenos, pois avaliamos a reação de hipersensibilidade (reação alérgica) no próprio
órgão alvo da doença, ou seja, a pele.

Sugestões dos alimentos mais alergênicos para teste de provocação oral (TPO):
Leite, ovo, trigo, soja e amendoim.

O teste de provocação oral (TPO) é o método mais confiável para estabelecer ou excluir o diagnóstico de alergia
alimentar. Durante o TPO o indivíduo deve ingerir o alimento envolvido, em doses crescentes, sob observação
médica, para que se possa verificar a ocorrência ou não de reações adversas, documentar a natureza dos sinais e
sintomas observados e a quantidade de alimento necessária para deflagrá-los.

Tratamento da alergia alimentar:

Na emergência:
• Além da interrupção do alimento envolvido, o tratamento deve estar voltado para o alívio do sintoma
desencadeado.
• É importante nesta fase que se identifique o paciente que está evoluindo para reação mais grave:
edema de glote e/ou choque anafilático.
• Em geral, os pacientes devem ser liberados com a prescrição de anti-histamínico oral por prazo nunca
inferior a sete dias.
• Em casos mais extensos um curso rápido de corticosteroides orais pode ser necessário.
• Na presença de sintomas respiratórios o tratamento deve ser iniciado com a nebulização de agente
broncodilatador que deverá ser mantido, sobretudo nos com antecedentes de asma, por no mínimo cinco
dias.
• Os pacientes com manifestações gastrintestinais, além da suspensão do alimento da dieta deverão
receber tratamento sintomático (antiemético e/ou antiespasmódicos) e soluções hidratantes.

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