IMUNOLOGIA Resumo
IMUNOLOGIA Resumo
IMUNOLOGIA Resumo
IMUNIDADE INATA
A imunidade inata é a resposta inicial aos microrganismos que
previne, controla e elimina a infecção do hospedeiro por muitos
patógenos. A mesma irá estimular as respostas imunes denominadas
de Adaptativas, para que as mesmas sejam mais efetivas contra os
microrganismos.
Dividida em 3 linhas de defesa:
- 1° Linha de defesa (Inespecífica): Pele(tecido epitelial),
acidez, secreções, mucosas, cílios.
- 2° Linha de combate (Inespecífica): Células fagocíticas, altas
temperaturas, Sistema do Complemento.
- 3° Linha de combate (Específica): Anticorpos, resposta
imune celular.
IMUNIDADE ADQUIRIDA
Imunidade Humoral é aquela mediada por anticorpos, atuando
assim na neutralização e eliminação de microrganismos e toxinas
extracelulares que possam ser reconhecidas pelos anticorpos, no
entanto essa imunidade não tem uma ação efetiva dentro das células.
Células: LT e LB
LTCD4+ Possuem a características de auxiliares, logo são linfócitos
auxiliares.
LTCD8+ Possuem a característica de citotoxicidade, logo são linfócitos
citotóxicos.
Os mesmas possuem essas proteínas de membranas CD4+ e CD8+
específicas que são chamadas de marcadores
Órgão linfoides:
VACINAS
● Para que vacinar contra alguns vírus e bactérias?
- Para o corpo produzir defesa (anticorpos) e células de memória (linfócitos TCD4+ e TCD8+, e
linfócitos B) contra alguns vírus/bactérias e não ter a doença
- Prevenir a doença!
- Tomar vacinas em postos de saúde ou clínicas
Tipos de imunização
A imunidade adquirida pode ser dividida em passiva ou ativa. A passiva é representada pelo soro,
placenta e colostro. Já a ativa é a infecção e a vacinação, que pode ser composta por organismos vivos,
organismos mortos, produtos metabólicos ou DNA.
As etapas de desenvolvimento de vacinas são: a descoberta, estudos experimentais, estudos clínicos,
escalonamento, estudos clínicos fase I, estudos clínicos fase II, estudos clínicos fase III, registro e o
produto final, esse processo pode levar de 10 a 20 anos para ser realizado.
O que é uma vacina?
- É uma substância derivada, ou quimicamente semelhante a um agente infeccioso
- É reconhecida pelo sistema imunitário do indivíduo vacinado e gera uma resposta que o protege
de uma doença associada ao agente
- Depende do sistema imunitário e do estado de saúde do indivíduo vacinado
Vacinas Tradicionais
São agentes patogênicos mortos, enfraquecidos ou seus fragmentos. Preparam o sistema imunitário para
um possível ataque produzindo anticorpos e células de memória.
- Vacinas bacterianas atenuadas ou mortas: são eficazes por curtos períodos
- Vacinas virais vivas atenuadas: são mais efetivas (pólio, sarampo e febre amarela)
- Há a utilização de vacinas de vírus inativados, pois vacinas de vírus somente atenuados podem
causar doenças em hospedeiros imunocomprometidos
Vacinas Genéticas
Consistem em plasmídeos bacterianos, incapazes de produzir uma infecção e que estimulam a produção
de células de memória. Os usados na imunização são alterados para transportar genes específicos para
um ou mais antígenos de um patógeno selecionado.
São aplicadas por meio de injeções intramusculares ou por um mecanismo conhecido como revólver
genético, que coloca os plasmídeos dentro de micro esferas de ouro e dispara contra a pele do paciente,
utilizando para isso um disparador de alta pressão.
A vacina do tétano é aplicada 3 meses após o contato com a bactéria, assim a vacina ativa o sistema
imunológico, principalmente as células de memória que irão produzir anticorpos em grande quantidade e
com rapidez.
Influenza
São trivalentes, obtidas a partir de culturas em ovos embrionados de galinha. Portanto, são contra
indicados a pessoas que apresentam histórico de anafilaxia a proteínas do ovo ou a outros componentes
da vacina. Pode causar eritema, dor, enduração pouco intensos, febre, mal-estar e mialgia
Vacinas Vias Orais
A vacina da pólio é via oral, estimulando as respostas de IgA nas mucosas que protegem os indivíduos da
infecção natural que incide pela via oral.
Essas vacinas são compostas por vírus vivos atenuados que podem infectar células dendríticas no
intestino e estimulam fortes respostas inatas que, então, promovem a ativação de células T e B.
Vírus HIV
Estabelece uma infecção latente, altamente variável e incapacita o componente chave do sistema
imunológico (CD4+).
Soroterapia
Imunização passiva, não estimula a produção de anticorpos e não produz células de memória (linfócitos T
e B). O tratamento dura somente o tempo que os anticorpos injetados persistem,é de curta duração.
SISTEMA DO COMPLEMENTO
São proteínas séricas e de superfície celular que interagem umas com as outras e com outras moléculas
do sistema imunológico de uma maneira altamente regulada para gerar produtos que eliminem os
microrganismos.
Produtos da ativação do complemento ligam-se covalentemente às superfícies dos microrganismos ou dos
anticorpos ligados aos antígenos nos microrganismos.
A ativação do complemento é inibida por proteínas reguladoras que estão presentes nas células do
hospedeiro normal e ausente nos microrganismos.
O fígado produz C3, C6 e C8.
Os macrófagos produzem C2, C3, C4 e C5.
Os neutrófilos armazenam C6 e C7.
Funções do Complemento
- Opsonização e fagocitose - ligação de C3b (ou C4b) ao microrganismo (opsonização), reconhecimento do
C3b ligado pelo receptor de C3b do fagócito e fagocitose do microrganismo
- Estimulação das reações inflamatórias - ligação de C3b ao microrganismo, liberação de C3a, proteólise
de C5, liberação de C5a, recrutamento e ativação dos leucócitos por C5a, C3a, e destruição do
microrganismo por leucócitos
- Citólise mediada pelo complemento - ligação de C3b à bactéria, ativação dos componentes finais do
complemento, formação do complexo de ataque à membrana (CAM), lise osmótica da bactéria
O Complexo de Ataque à Membrana é dividido em: Via Clássica, Via Alternativa e Via da Lectina.
A Via Clássica é um dos principais mecanismos de imunidade humoral adaptativa, é ativada
diretamente pelo patógeno ou indiretamente por anticorpos que se ligam na superfície do patógeno.
(C1qrs)
A Via Alternativa é um mecanismo efetor da imunidade inata, fornece uma amplificação para as
outras duas vias.
A Via da Lectina é um mecanismo efetor da imunidade inata, ligadora de manose.
Via Alternativa
- Não envolve anticorpos
- É ativada pelo contato de certas proteínas do complemento ou dos patógenos
- C3 se combina com proteínas do complemento chamadas de: Fator B, Fator D e Fator P (properdina), que
estão presentes na superfície de um patógeno
- O C3 é então fragmentado em C3a e C3b
- Da mesma forma que a via clássica ela participa da citólise, da opsonização e da inflamação
- Fator B, Fator D, Properdina, C3, C5, C6, C7, C8 e C9
Bactérias gram-positivas e alguns fungos que possuem paredes celulares espessas impedem a ligação de
proteínas do complemento (CAM)
Funções benéficas das proteínas do complemento são a opsonização para potenciar a fagocitose, quimiotaxia e
ativação de fagócitos, lise de bactérias e células infectadas ou transformadas, regulação da resposta de
anticorpos, limpeza de imune-complexos e fagocitose de células apoptóticas.
Funções maléficas das proteínas do complemento são inflamação e anafilaxia.
PARASITAS
Causam danos ao hospedeiro por:
● Competir por nutrientes
● Causam danos teciduais
● Destróem células
● Bloqueio mecânico
Muitos parasitas se adaptam e enganam com sucesso as respostas imunes inata e adquirida do hospedeiro.
Muitos fatores são envolvidos: idade, sexo, condição nutricional e hormonal do indivíduo.
Sistema do complemento pode ser eficaz quando se neutraliza 1:1. Isto não é eficaz quando pensamos em um
macrófago para uma Ascaris (multicelular)
Papel dos anticorpos nas infecções parasitárias
Ácido siálico
● Hospedeiro expressa ácido siálico que pode inibir a via alternativa do complemento (proteção contra o
autorreconhecimento)
● Esquistossomos removem o ácido siálico do hospedeiro e o transfere para a sua superfície celular
Parasitas helmintos
● Embora o complemento e outros fatores da resposta imune natural possam contribuir para a defesa
contra a infecção por helmintos, a resposta imune específica com a produção de anticorpos e citocinas é
importante.
● As células TCD4+ ou TCD8+ do tipo 2 são produtoras de citocinas como IL-4, IL-5 e IL-13 que, entre
outras funções, induzem a produção de IgE pelas células B e ativação de eosinófilos, mastócitos e
basófilos, respectivamente, componentes fundamentais na defesa contra helmintos.
● Anticorpos da classe IgE ligam-se aos basófilos circulantes ou mastócitos teciduais, induzindo a
liberação de histamina e outros mediadores da reação de hipersensibilidade imediata, que leva à
destruição de helmintos.
● Os mecanismos falham devido ao tamanho (inibição da resposta primária e inflamação), cobertura com
moléculas do hospedeiro (disfarce molecular), mimecrismo molecular, reclusão anatômica,
imunossupressão (manipulação da resposta imune)
Parasitos protozoários
● Resposta celular
- Protozoários intracelulares – Citocinas Th1 ativam macrófagos.
- Macrófagos ativados produzem reativos intermediários do oxigênio (ROI) após fagocitose. O NO
contribui para resistência do hospedeiro na maioria das infecções parasitárias.
- Ativação do complemento – promove a destruição dos microrganismos, a fagocitose (ligação
covalente de C3b) e estimulam a infamação (C3a e C5a).
- Linfócitos T citotóxicos em células infectadas.
● Resposta humoral
- Protozoários extracelulares - opsonização, ativação do complemento.
- Neutralização – Impedimento da entrada de esporozoítos de malária em hepatócitos.
Parasitas fungos
● O principal mecanismo de defesa contra fungos é desenvolvido pelos fagócitos, que os destroem por
meio da produção de NO e de outros componentes secretados por essas células. Adicionalmente, há
participação de IFN-γ, aumentando a função de neutrófilos e macrófagos, não havendo evidências de
atividade citotóxica por células TCD8+.
● Os fungos driblam o sistema imunológico por:
- penetração e multiplicação em células - evita mediadores extracelulares;
- variação de antígenos de superfície - dificulta o reconhecimento e ativação de receptores da
imunidade;
- revestimento de PAMP (padrões moleculares associados a patógenos que impede o
reconhecimento pelo receptores);
- modulação de sinais inflamatórios;
- internalização de células não-fagocíticas - escapa de mecanismos de defesa extracelulares;
- modulação de TLR (receptores de reconhecimento de padrões PAMP) para infectar células e
garantir sua multiplicação;
- persistência nos macrófagos - fagocitose não é necessariamente a morte do microorganismo;
- evasão do Sistema Complemento através da ligação com os inibidores do complemento;
- evasão da resposta inata humoral através da produção de moléculas de superfície
anti-complemento inibido a formação da C3 convertase.
Parasitas vírus
ALERGIAS
É uma resposta imunológica exagerada que se desenvolve após a exposição a um determinado antígeno e
que ocorre em indivíduos suscetíveis ou previamente sensibilizados.
Tipos de alergias:
● Injeção: picadas de abelhas, mosquitos e formigas; medicamentos
● Ingestão: alimentos e medicamentos
● Inalação: pólen, ácaros, látex, pelos de animais
● Contato: pelos, plantas, pólen, ácaros, látex
As reações alérgicas se manifestam de formas diferentes, dependendo dos tecidos afetados, incluindo:
● Erupções cutâneas na pele
● Congestão nasal
● Constrição brônquica
● Dor abdominal
● Diarreia
● Choque sistêmico.
As doenças caracterizadas por Hipersensibilidade são classificadas de acordo com o tipo de Resposta Imune e o
mecanismo efetor responsável pela lesão tecidual.
2- HIPERSENSIBILIDADE TARDIA:
Reação de fase tardia consiste no acúmulo de leucócitos inflamatórios, incluindo neutrófilos, eosinófilos, basófilos
e células T auxiliares. A inflamação é máxima em cerca de 24 horas e em seguida diminui gradualmente.
ALERGIA ALIMENTAR:
Alergia alimentar é um termo utilizado para descrever reações adversas a alimentos, dependentes de mecanismos
imunológicos, IgE mediados ou não.
● A alergia alimentar é mais comum em crianças. Estima-se que a prevalência seja aproximadamente de
6% em menores de três anos e de 3,5% em adultos e estes valores parecem estar aumentando.
● A alergia alimentar por leite de vaca, ovo, trigo e soja desaparecem, geralmente, na infância, ao contrário
da alergia a amendoim, nozes e frutos do mar que podem ser mais duradouras e algumas vezes por toda
a vida.
- Reações adversas ao alimento: Reações adversas aos alimentos - qualquer reação anormal à ingestão de
alimentos ou aditivos alimentares. Elas podem ser classificadas em tóxicas e não tóxicas.
- As reações graves e fatais: Podem ocorrer em qualquer idade, mesmo na primeira exposição conhecida
ao alimento, mas os indivíduos mais susceptíveis parecem ser adolescentes e adultos jovens com asma e
alergia previamente conhecida a amendoim, nozes ou frutos do mar.
- As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%). Os aditivos mais implicados em
reações adversas são os sulfitos (asma), o glutamato monossódico e a tartrazina (urticária).
● Reações sistêmicas: Obstrução das vias respiratórias, urticária, diminuição da pressão arterial,
arritmia.
● Reações localizadas: Prurido, inchaço, náuseas, vômitos, cólicas, diarréia.
• O trato gastrintestinal (TGI) é o maior órgão linfóide do organismo, e o local de contato com várias proteínas da
dieta.
• Estima-se em adultos, que aproximadamente 2% dos antígenos alimentares ingeridos sejam absorvidos e
passem pela barreira intestinal de forma intacta.
- Substrato genético
- Dieta com proteínas com capacidade alergênica
- Quebra dos mecanismos de defesa do trato gastrintestinal
- Quando há incapacidade do desenvolvimento de tolerância oral
Mecanismos de defesa:
- Mecanismos de defesa inespecíficos: barreira mecânica constituída pelo próprio epitélio intestinal e pela
junção firme entre as células epiteliais, a flora intestinal, o ácido gástrico, as secreções biliares e
pancreáticas e a própria motilidade intestinal. O muco que recobre as células epiteliais contém
diferentes mucinas, auxilia na formação de barreira e facilita a adesão de bactérias através de
componentes de sua parede celular, promovendo sua eliminação pela peristalse.
- Mecanismos de defesa específicos ou imunológicos: o tecido linfóide associado ao TGI (GALT - Gut
Associated Lymphoid Tissue) e seus componentes e a IgA secretora. A IgA secretora incorporada ao muco
de revestimento pode inibir a adesão bacteriana às células epiteliais, neutralizar vírus e toxinas
bacterianas e prevenir a penetração de antígenos alimentares na barreira epitelial.
Nesta fase da vida, a barreira intestinal é imatura e mais permeável, tornando o epitélio
mais suscetível à penetração dos diferentes antígenos, portanto, mais vulnerável à sensibilização
alérgica. • Há produção diminuída de anticorpos IgA secretores específicos, o que favorece a
penetração de alérgenos e consequentemente a ocorrência de alergia alimentar.
Aleitamento materno:
Similaridade antigênica da espécie e pelos fatores protetores carreados, sejam imunológicos ou
não-imunológicos, que contribuem para a manutenção de uma microbiota adequada neste período
precoce da vida.
OBS: Os alérgenos alimentares são na sua maior parte representados por glicoproteínas hidrossolúveis com peso
molecular entre 10 e 70 kDa.
Fatores de risco para as alergias:
● Herança genética: Embora não haja testes genéticos diagnósticos disponíveis para identificar indivíduos
com risco de alergia alimentar, a história familiar de alergia alimentar é o melhor indicativo de risco
para o seu aparecimento.
Estudos apontam efeito protetor eficiente do leite materno entre lactentes com risco familiar de alergia
alimentar se amamentados exclusivamente até os quatro meses de vida, demonstrado pela redução na
incidência cumulativa de alergia à proteína do leite de vaca até os 18 meses e de dermatite atópica até os
três anos de idade
Ideal: aleitamento
exclusivo até os 6
meses de idade
O leite de outros mamíferos (caprinos e ovinos) por sua similaridade antigênica ao leite de vaca não apresentam
vantagem na sua utilização como preventivos da alergia à proteína do leite de vaca. Vale ressaltar que 90% das
crianças com alergia à proteína do leite de vaca apresentam também reação alérgica ao leite de cabra e ao de
ovelha.
Alguns pontos são enfatizados como importantes medidas preventivas para lactentes com risco para ocorrência
de alergia alimentar:
- Aleitamento materno exclusivo até o final do primeiro semestre de vida, retardando-se a introdução
precoce de alimentos sólidos.
- Não há indicação de dietas restritivas hipoalergênicas para gestante no último trimestre de gestação,
com exceção do amendoim. Restrições de ovo, leite de vaca e peixe não são recomendadas a priori,
somente em situações individualizadas.
- Academia Americana de Pediatria recomenda o uso de fórmulas hipoalergênicas em caso de
necessidade. O leite de vaca deve ser introduzido após o 1º ano de vida, o ovo após o 2º ano, o
amendoim, as nozes e os peixes após o 3º ano.
- Sociedade Europeia de Alergia e Imunologia Pediátrica - introdução dos alimentos considerados
potencialmente alergênicos a partir da interrupção do aleitamento materno exclusivo. Recomenda o uso
de fórmulas hipoalergênicas ou hidrolisados como medida preventiva em situações onde o aleitamento
não ocorre mais de forma exclusiva.
• Os antioxidantes presentes na dieta (ácido ascórbico, betacaroteno, alfa-tocoferol, selênio e zinco) podem
neutralizar o efeito deletério do estresse oxidativo presente na inflamação alérgica e consequentemente
reduzirem a lesão tecidual.
• A vitamina D apresenta papéis importantes relacionados ao sistema imunológico, como função tolerogênica das
células dendríticas, diferenciação de linfócitos e manutenção da integridade da mucosa intestinal.
Sugere-se o consumo das fontes de vitamina D.
• Na nossa dieta predomina a ingestão de ácido linoleico (óleo de soja) comparativamente ao gama-linolênico.
• A prostaglandina E2 (PGE2), derivada do ácido araquidônico (20:4, n-6) proporciona maior síntese de IgE, devido
à indução de diferenciação da célula B na presença de IL-4.
• É descrito um desequilíbrio entre as séries n-6 e n-3 na membrana celular de pacientes atópicos (alérgicos),
tornando estes pacientes vulneráveis aos eventos adversos da PGE2.
1- Cutâneas:
Urticária e angioedema - urticária é caracterizada pela presença de pápulas eritematosas bem delimitadas na
pele, de contornos geográficos com halo central e, em geral, intensamente pruriginosas. As lesões resultam do
extravasamento de líquido oriundo de pequenos vasos ou de capilares à derme superficial.
Frequentemente a urticária induzida por alimentos pode vir acompanhada de sintomas gastrointestinais ou
respiratórios. Por ser reação do tipo imediato, a identificação do alimento envolvido pode ser mais fácil, uma vez
que a manifestação ocorre até duas horas após a ingestão do alimento.
Dermatite herpetiforme- Caracteriza-se pela presença de lesões pápulo-vesiculares crônicas em áreas extensoras,
principalmente em cotovelos, joelhos e região glútea. Ela é mediada principalmente por linfócitos T.
A liberação não-imunológica de histamina pode ocorrer após a ingestão de morangos, alguns tipos de queijo e
tomate, da mesma forma frente a bactérias presentes em alimentos contaminados como atum e sardinha
estragados, que podem converter a histidina em níveis elevados de histamina, gerando urticária por intoxicação
exógena.
2- Gastrointestinais:
- Síndrome da alergia oral ou síndrome Pólen-Fruta: É restrita à orofaringe, incluindo início rápido de
edema, hiperemia, prurido e sensação de queimação de lábios, língua, palato e garganta. Os sintomas
costumam ser breves e desencadeados por frutas e vegetais frescos
- Esofagite eosinofílica alérgica É decorrente de hipersensibilidade mista (IgE mediada e não-IgE mediada).
Caracteriza-se por apresentar processo inflamatório eosinofílico nas camadas mucosa, muscular e/ou
serosa do esôfago. Leite de vaca, trigo, soja, amendoim e ovo.
- Gastrite eosinofílica alérgica Reação de hipersensibilidade a alimentos do tipo mista (IgE mediada e não
IgE-mediada) e caracterizada pela presença de processo inflamatório eosinofílico nas camadas mucosa,
muscular e/ou serosa do estômago. Leite de vaca, milho, soja, amendoim e bacalhau.
- Enteropatia induzida por proteína alimentar Diarreia persistente ou crônica, em geral acompanhada de
vômitos, resultando em má absorção intestinal.
3- Respiratórias:
Edema de laringe e/ou crises de asma de intensa gravidade. Os sintomas tipicamente incluem prurido em
orofaringe, tosse, dispneia, sibilos e disfonia.
Diagnóstico laboratorial:
Determinação de IgE sérica específica:
• A determinação da IgE específica auxilia apenas na identificação das alergias alimentares mediadas por IgE, de
tipo I, ou imediatas, e nas reações mistas.
• Desvantagens:
- São dolorosos
- Podem provocar reações alérgicas exacerbadas (choque anafilático) ou seja desencadear reações
sistêmicas.
Procedimento: Gotas do alérgeno são colocadas sobre a pele do antebraço ou das costas, numa disposição
predeterminada, e a pele é então perfurada.
- São considerados testes positivos os em que haja formação de pápula com pelo menos 3 mm de
diâmetro médio, reação com o controle positivo (solução de histamina) e ausência de pápula com o
controle negativo (excipiente da solução).
- Não há restrição de idade para a realização do teste, entretanto, devese ter em mente que crianças
menores de seis meses de idade, podem não ter sido expostas a vários alimentos, com possibilidade de
testes positivos apenas para aqueles a que já foram sabidamente expostas.
Sugestões dos alimentos mais alergênicos para teste de provocação oral (TPO):
Leite, ovo, trigo, soja e amendoim.
O teste de provocação oral (TPO) é o método mais confiável para estabelecer ou excluir o diagnóstico de alergia
alimentar. Durante o TPO o indivíduo deve ingerir o alimento envolvido, em doses crescentes, sob observação
médica, para que se possa verificar a ocorrência ou não de reações adversas, documentar a natureza dos sinais e
sintomas observados e a quantidade de alimento necessária para deflagrá-los.
Na emergência:
• Além da interrupção do alimento envolvido, o tratamento deve estar voltado para o alívio do sintoma
desencadeado.
• É importante nesta fase que se identifique o paciente que está evoluindo para reação mais grave:
edema de glote e/ou choque anafilático.
• Em geral, os pacientes devem ser liberados com a prescrição de anti-histamínico oral por prazo nunca
inferior a sete dias.
• Em casos mais extensos um curso rápido de corticosteroides orais pode ser necessário.
• Na presença de sintomas respiratórios o tratamento deve ser iniciado com a nebulização de agente
broncodilatador que deverá ser mantido, sobretudo nos com antecedentes de asma, por no mínimo cinco
dias.
• Os pacientes com manifestações gastrintestinais, além da suspensão do alimento da dieta deverão
receber tratamento sintomático (antiemético e/ou antiespasmódicos) e soluções hidratantes.