Resumo Concurso Psi

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GRUPOS

Lewin usou o conceito físico de “campo de forças” em sua teoria de campo para
explicar os fatores ambientais que influenciam o comportamento humano.

O comportamento não depende nem do passado nem do futuro, e sim dos fatos e
acontecimentos atuais e de como o sujeito os percebe. Os fatos estão interconectados
e constituem um campo de forças dinâmico.

Terapia de Grupo – Fatores Terapêuticos

1. Instilação de Esperança
2. Universalidade
3. Compartilhamento de Informações
4. Altruísmo
5. Recapitulação corretiva do grupo familiar primário
6. Desenvolvimento da Socialização
7. Comportamento imitativo
8. Aprendizagem interpessoal

Pichon Riviere: A partir da Psicologia Social crítica, do final do século XX, os


processos grupais passam a ser compreendidos como projetos, um eterno “vir a ser”
constituídos em uma tensão entre serialidade e totalidade. Há uma ameaça constante
de dissolução do grupo e de volta à serialidade, em que cada integrante assume e
afirma sua individualidade, sendo mais um na presença dos demais. Ao mesmo
tempo, há uma busca pela totalidade, em que cada um dos integrantes participa com
os demais, introjeta-os e dá sentido à relação estabelecida, afirmando-se e assumindo
a totalidade do grupo. Nesse sentido, a metodologia dos grupos operativos de Pichon
Riviere contribuiu para o trabalho de grupos, explicitando seus modos de
funcionamento e permitindo que todos elaborem sobre a experiência coletivamente.

Os Esquemas Conceituais Referenciais Operativos (ECROs): como valores,


crenças, medos e fantasias de cada um dos que estão em contato quando se está
agindo em grupo. São estruturas cognitivas que orientam o funcionamento dos grupos
operativos, influenciando a percepção, interação e aprendizagem dos participantes.
São explorados e trabalhados de forma a promover o desenvolvimento pessoal e
interpessoal, facilitando a reflexão, a mudança e o crescimento dentro do grupo.
PSICOLOGIA SOCIAL
Moscovici: 02 processos fundamentais na elaboração das representações sociais:

Objetivação: É o processo pelo qual conceitos abstratos são transformados em


imagens concretas, fazendo com que as ideias se tornem tangíveis e compreensíveis.
Implica transformar algo abstrato em algo real e visível, facilitando a sua compreensão
e comunicação.

Ancoragem: Refere-se ao processo de integrar novas informações no sistema de


conhecimento pré-existente. Isso envolve ligar novas ideias a conceitos conhecidos,
permitindo que as pessoas compreendam e assimilem novas informações com base
em seus conhecimentos e experiências anteriores.
ENTREVISTA PSICOLOGICA

Para Fontenelle e Mendlowicz: No registro de um exame do estado mental, o


entrevistador pode e deve utilizar “aspas” à vontade, empregando as próprias palavras
dos pacientes para documentar seus sinais e sintomas.

A avaliação da consciência antecede o estudo das demais funções, já que suas


alterações podem resultar secundariamente em sinais e sintomas em qualquer outra
área.

É adequado avaliar a inteligência e a memória pois, quando prejudicadas, justificam


alterações no pensamento.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Para uma criança agir através de seus aspectos psicológicos, psicomotores,


emocionais, cognitivos e sociais, precisa ter um corpo "organizado". A esse aspecto, a
Psicomotricidade nomeia de Esquema Corporal. Sobre o desenvolvimento do
Esquema Corporal podemos afirmar que a experiência do espelho constitui uma fase
importante na confrontação consigo mesmo no processo de formação do esquema
corporal.

Teoria dos Sistemas Dinâmicos: Na Teoria de Esther Thelen, o desenvolvimento


motor é um processo dinâmico de coordenação ativa de múltiplos sistemas do bebê
em relação ao ambiente.

Reflexo de Darwin: Prensão

Reflexo de Moro: susto, diante de sensação de queda


LUDOTERAPIA

Bandeira e Krug: roteiro de análise da entrevista lúdica diagnóstica, desenvolvido a


partir de um conjunto de questionamentos que o psicólogo clínico deve fazer a si
mesmo ou em supervisão, a fim de ampliar sua possibilidade de escuta dos
fenômenos observados na entrevista:

Dimensão 1 – análise de como a criança se relaciona com a situação de avaliação

Dimensão 2 – análise das formas da atividade lúdica da criança;

Dimensão 3 – análise dos conteúdos da atividade lúdica da criança;

Dimensão 4 – análise da experiência de encontro da criança com o psicólogo.


PIAGET

O construtivismo é representado por Jean Piaget, que considera que a aprendizagem


decorre da interação do indivíduo com seu meio social. O foco da abordagem é o
desenvolvimento dos processos cognitivos, partindo de dentro para fora. A inteligência
é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a
construção contínua de novas estruturas.

ASSIMILAÇÃO: Ao entrar em contato com o mundo, a criança torna sua algo que é
do mundo. Interpreta. Esse processo envolve escolhas, pois, ao selecionar algo,
naturalmente rejeito alguma coisa.

ACOMODAÇÃO: Organização que a criança tem para interpretar o mundo, que se


modifica nessa relação com o mundo/objeto. Desequilíbrio -> Assimilação ->
Acomodação Equilíbrio. Processo dinâmico de equilibração, necessário ao
conhecimento!

Exercício dos reflexos inatos (0 a 1 mês) é caracterizado pela repetição dos


esquemas motores inatos. Ex: comportamentos de respirar, de sugar o leite materno e
de chorar.
Reações circulares primárias (1 a 4 meses) formação das primeiras estruturas
adquiridas: os hábitos. Ex: quando o bebê faz algo intencional que o agrada/ atrai
tenta repetir a ação.

Reação circular secundária (4 a 8 meses) – a criança já interage com o meio,


envolve objetos externos.

Reação dos esquemas secundários- coordenação (8 a 12 meses) – controle sobre


a manipulação do meio externo. As crianças então conseguem coordenar esquemas
elementares para conseguir algo que querem. Ex: agarrar um brinquedo.

Reações circulares terciárias - representação (12 a 18 meses) o início do


desenvolvimento do pensamento simbólico, em que a criança realiza imagens
mentais, ou seja, a capacidade de representar simbolicamente uma realidade
mentalmente. Ex: aproxima um objeto puxando algo sobre o qual está situado.

Representação (18 a 24 meses) – representação dos objetos ausentes e de seu


deslocamento. É a transição para o período pré-operacional. Ex: encaixar objetos
numa determinada sequência.
HUMANISTAS

História: O movimento que desembocou no estabelecimento da Psicologia Humanista


teve seu início no ambiente acadêmico norte-americano do pós guerra. Oposição ao
Behaviorismo e a Psicanálise.

Argumentam que a motivação humana é intencional e auto-motivada. Seguindo a


sentença gestaltista, o homem é um todo único e indivisível, é uma gestalt.

A oposição teve como influências anteriores principais as obras do neuropsiquiatra


Kurt Goldstein, da Psicologia da Gestalt e de teóricos da personalidade. Resistências
em se apontar um teórico como fundador da Psicologia Humanista, tal como foram
Watson para o Behaviorismo e Freud para a Psicanálise, não podendo se falar do
surgimento da auto denominada Terceira Força em Psicologia sem atribuir o papel
principal a Abraham Maslow.

Importante ressaltar que que o Humanismo e o Existencialismo tem diferenças


fundamentais. Psicólogos humanistas como Maslow (1963) por exemplo, criticam os
traços anticientíficos e antibiológicos do Existencialismo, e principalmente sua
tendência ao niilismo desesperado (que ele atribui entre outros a Nietzsche,
considerando-o precursor do Existencialismo), à glorificação do nada (Sartre) e à
vivência da vida como absurdo sem sentido (Camus, Sartre).

Conceitos de Carl Rogers

SELF: visão que o sujeito tem de si próprio, baseada em experiências passadas,


estimulações presentes e expectativas futuras;

SELF IDEAL: conjunto das características que o sujeito gostaria de ter (uma visão
ideal de si mesmo);

CONGRUÊNCIA: grau de exatidão entre as nossas observações e as de um


observador externo acerca de nós;

INCONGRUÊNCIA: grau de discrepância entre as nossas observações e as de um


observador externo acerca de nós;

AUTO ATUALIZAÇÃO: impulso inerente que conduz todo organismo a desenvolver-


se, tornar-se autônomo, amadurecer, expressar-se, ser responsável por ativar todas as
capacidades do organismo.
BEHAVIORISMO

Fundado por John B. Watson, baseada na crença de que os comportamentos podem


ser medidos, treinados e mudados.

Behaviorismo Clássico

Também chamado de behaviorismo metodológico, é conhecido como “Psicologia S-R”,


por causa da relação entre estímulo e resposta.

Psicologia > ramo das ciências naturais que tem como princípios a objetividade e a
experimentação, e como finalidade prever e controlar o comportamento. Watson tinha
como proposta abandonar o estudo dos processos mentais, como pensamentos e
sentimentos, e focar no comportamento observável. Na perspectiva do behaviorismo
clássico, um comportamento é sempre resposta a um estímulo.

Behaviorismo Radical / Skinner

Teve seu desenvolvimento como uma filosofia da ciência comportamento humano. A


parte experimental constituiria a Análise Experimental do Comportamento, enquanto a
Análise Aplicada do Comportamento refere-se às aplicações práticas.

Skinner era um antimentalista: rejeitava como causas do comportamento entidades


mentais como cognição, id, ego e superego, inconsciente coletivo, etc. Não nega a
existência dos processos mentais, mas nega que eles são as causas do
comportamento. O behaviorismo radical se opõe ao behaviorismo metodológico de
Watson, que acreditava na existência de processos mentais.

Embora Skinner tenha sido um grande proponente da Análise do Comportamento,


dizer que essa ciência é "também conhecida como behaviorismo radical" não está
correto. Behaviorismo radical é a filosofia que fundamenta a Análise do
Comportamento, mas eles não são a mesma coisa.

Comportamento Respondente é aquele controlado por seus antecedentes. Este tipo


de comportamento é muitas vezes uma resposta reflexa a um estímulo específico,
como o salivamento de um cão ao ouvir um sino, previamente associado à comida (um
clássico exemplo de condicionamento pavloviano).

“O comportamento operante é fortalecido ou enfraquecido pelos eventos que seguem


a resposta. Enquanto o comportamento respondente é controlado por seus
antecedentes, o comportamento operante é controlado por suas consequências”.
Condicionamento operante: método de aprendizagem que ocorre por meio de
reforços e punições para o comportamento. Através de condicionamento operante,
uma associação é feita entre um comportamento e uma consequência para esse
comportamento. Quando um resultado desejável segue uma ação, o comportamento
torna-se mais provável de ocorrer de novo no futuro. Respostas seguidas de efeitos
adversos, por outro lado, tornam-se menos prováveis de acontecer novamente no
futuro. O esquema então seria Sd-R-Sr (Sd representa o estímulo discriminativo,
aumentando a probabilidade de ocorrência de uma resposta R. Após a resposta segue
o estímulo reforçador Sr, que pode ser um reforço ou uma punição).

1. O reforço aumenta a probabilidade de que o comportamento ocorra novamente;

2. A punição diminui a probabilidade de que o comportamento ocorra novamente;

3. No reforço positivo e na punição positiva estímulos são adicionados;

No reforço negativo e na punição negativa estímulos são retirados. Há três níveis de


seleção dos comportamentos:

1. Nível filogenético: aspectos biológicos da espécie e da hereditariedade do indivíduo;


2. Nível ontogenético: toda a história de vida do indivíduo;

3. Nível cultural: aspectos culturais que influenciam a conduta humana.

Em uma contingência de reforçamento, temos três componentes principais


(contingência: circunstâncias em que comportamento ocorre e as consequências que
ele produz):

 Antecedente: O estímulo ou evento que ocorre antes do comportamento.


 Comportamento: A ação ou resposta do organismo.
 Consequente: O estímulo ou evento que ocorre após o comportamento.

Contingência de reforço positivo: ocorre quando a apresentação de um estímulo


agradável após um comportamento aumenta a probabilidade de esse comportamento
ocorrer novamente. Exemplo: receber uma recompensa por bom desempenho.

Contingência de reforço negativo: ocorre quando a remoção de um estímulo


aversivo após um comportamento aumenta a probabilidade de esse comportamento
ocorrer novamente no futuro. Exemplo: desligar um alarme ao apertar um botão.

Contingência de punição positiva: ocorre quando a apresentação de um estímulo


aversivo após um comportamento diminui a probabilidade de esse comportamento
ocorrer novamente. Exemplo: receber uma advertência por comportamento
inadequado.

Contingência de punição negativa: ocorre quando a remoção de um estímulo


agradável após um comportamento diminui a probabilidade de esse comportamento
ocorrer novamente. Exemplo: perder privilégios por má conduta.

Em meados do século XX, Skinner propôs as máquinas de ensinar > dispositivos


mecânicos que permitiam aos alunos aprenderem em seu próprio ritmo, fornecendo
respostas imediatas e feedback, o que é um princípio central do condicionamento
operante de Skinner. Embora possam parecer obsoletas, atualmente é aplicada
em softwares educacionais e tarefas online que utilizam princípios similares
de instrução programada.

Modelagem é um procedimento utilizado na análise do comportamento para a


aquisição de novas respostas ou aprimoramento do repertório comportamental
preexistente. Esse método baseia-se no reforço sucessivo de aproximações à
resposta desejada, moldando o comportamento passo a passo até que o
comportamento final seja alcançado. É uma técnica fundamental para ensinar
comportamentos complexos que não podem ser facilmente adquiridos de uma só vez.

Habituação: processo pelo qual a resposta a um estímulo diminui gradualmente após


exposição repetida ao mesmo estímulo. Trata-se de diminuir ou eliminar respostas a
estímulos que se tornam irrelevantes ou menos significativos.

Discriminação: capacidade de distinguir entre diferentes estímulos e responder de


maneira apropriada a cada um.

Generalização: ocorre quando um comportamento aprendido em uma situação é


transferido para outras situações semelhantes. É o oposto da discriminação.
PSICOTERAPIA BREVE

Tratamentos caracterizados basicamente pela redução do período de intervenção, se


comparadas às psicoterapias clássicas. Trabalham com objetivos definidos, precisos e
focais. São mais eficazes quando os sintomas são recentes, pois visam reduzir
rapidamente o sofrimento e prevenir a cronificação dos problemas psicológicos.

Para que a psicoterapia breve seja eficaz, é necessário que o paciente tenha algumas
características específicas, como:
 Um problema definido e bem delimitado.
 Transtornos recentes e de caráter leve.
 Boa motivação para o tratamento.
 Força e plasticidade do ego, que são capacidades do ego de se adaptar e
mudar.
 Capacidade de insight, ou seja, a capacidade de compreender e refletir sobre
seus próprios problemas.

03 elementos cruciais (tripé) para a efetividade da psicoterapia breve (também como


Foco/Estratégias/Objetivos):
Foco: concentra-se em problemas específicos, evitando uma abordagem dispersa.
Atividade: envolve a participação ativa do terapeuta e do cliente na busca de soluções
práticas e imediatas.
Planejamento: estabelece um plano de ação claro com metas e prazos definidos.

Uma psicoterapia breve de base analítica seguirá a definição para psicanálise,


acrescida da presença de um foco, ligado à angústia que leva o paciente a consultar-
se, e de um limite de tempo previamente estabelecido, geralmente até um ano de
duração.

O foco na PB de base analítica está diretamente ligado à queixa principal do paciente,


buscando uma compreensão sobre a angústia que motivou a busca pela terapia. Seu
objetivo vai além da simples minimização dos sintomas. A intenção é que o paciente
compreenda suas angústias e inibições, ainda que de forma mais breve, e não apenas
reduza sintomas de maneira superficial.

Fundamenta-se em princípios psicanalíticos clássicos como a interpretação, a análise


da transferência, o uso de associações livres e a manutenção da neutralidade do
terapeuta.
Modalidade eclética em psicoterapia breve: refere-se ao uso de diversos recursos e
técnicas terapêuticas que são posteriormente analisados e adaptados conforme a
situação particular do paciente. Permite que o terapeuta tenha flexibilidade para
ajustar a intervenção de acordo com as necessidades específicas do paciente,
aumentando a eficácia do tratamento em um período de tempo limitado.

A psicoterapia breve, conforme Maurício Knobel, é caracterizada por alguns princípios


fundamentais:

 Caráter transferencial: Esse é um dos princípios fundamentais da


psicoterapia breve. A transferência é um fenômeno em que sentimentos e
expectativas originalmente associados a figuras importantes do passado do
paciente são transferidos para o terapeuta.

 Caráter não-regressivo: A psicoterapia breve procura evitar a regressão, ou


seja, a volta a estágios anteriores do desenvolvimento psíquico do paciente.

 Caráter elaborativo de predomínio cognitivo: Enfatiza a importância de


aspectos cognitivos no processo terapêutico, focando na reestruturação de
pensamentos e crenças disfuncionais.

 Caráter de mutação objetal: Refere-se à capacidade de alterar percepções e


informações errôneas sobre si mesmo e sua história, promovendo uma
vivência real onde o indivíduo se torna um agente ativo de sua própria vida.

Na psicoterapia breve, conforme desenvolvida por Hector J. Fiorini, a primeira


entrevista é crucial para estabelecer a base para o tratamento. As etapas são:

1. Diagnóstico Inicial: Realizar uma avaliação preliminar para entender a


problemática do paciente.

2. Esclarecimento do Problema e Orientação Terapêutica: O terapeuta


esclarece o problema e define a abordagem terapêutica.

3. Elaboração Conjunta e Ajustes: Trabalhar com o paciente para ajustar o


entendimento e a abordagem terapêutica conforme necessário.

4. Definição de Objetivos e Acordos: Estabelecer objetivos do tratamento e


acordos com o paciente.

5. Contrato Terapêutico: Formalizar o contrato e definir as regras básicas da


interação terapêutica.
Em um processo de psicoterapia breve, a transferência deve ser manejada de uma
forma um pouco diferente de como ocorre em uma terapia de longa duração, tentando
evitar assim que se estabeleça a neurose de transferência, a qual só dissolveria em
um trabalho terapêutico de longo prazo.
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Avaliação da motivação para mudança

 Estágio de pré-contemplação: A pessoa não reconhece o uso de substância


ou o comportamento como sendo um problema.
 Estágio de contemplação: O paciente está ambivalente – começa a ter
consciência de seu problema, pensa em mudar seu comportamento, mas teme
as perdas que terá com essa mudança.
 Estágio de determinação: O paciente quer realizar a mudança, já tomou a
decisão. Dúvida sobre como fazer para mudar.
 Ação: O paciente já está efetivamente realizando mudanças no seu
comportamento, fazendo tentativas concretas para superar seus problemas.
 Manutenção: Nessa fase, o paciente já vem há algum tempo mantendo sua
mudança de comportamento, entretanto, a qualquer momento podem aparecer
situações de risco com que ele necessitará lidar. Ou seja, nesse estágio o
paciente ainda pode recair e ter de recomeçar alguns processos. O trabalho
aqui tem como foco evitar a recaída e consolidar os ganhos provindos da
mudança.

 1. Fase "pré-contemplativa": Despreocupação


 2. Fase "contemplativa": Tomada de consciência
 3. Fase de preparação: Decide fazer algo
 4. Fase da ação: Investe tempo e dinheiro pra mudança, tentativas concretas
 5. Fase da manutenção: Está alerta aos sinais de recaída
CLÍNICA AMPLIADA

Conceito: Tem por finalidade contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e
do sofrimento que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo
saúde/doença.

Ambiência: Visa criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem


a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de
encontro entre as pessoas.

Gestão Participativa: É a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e


decisão quanto à ampliação das tarefas da gestão.

Acolhimento: É reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade


de saúde. Deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e
usuários/populações.

Transversalizar: É reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde


podem conversar com a experiência daquele que é assistido.

Matriciamento é uma metodologia de gestão do trabalho em saúde que tem como


objetivo ampliar as possibilidades de realizar a clínica ampliada e integração dialógica
entre distintas especialidades e profissões. Ele consiste no modo de produzir saúde
em que duas ou mais equipes realizam uma construção compartilhada, criando uma
proposta de intervenção a ser aplicada para um caso ou um grupo.
PSICODRAMA

Pode ser definido como uma via de investigação da alma humana mediante a ação. É
uma escola de pensamento, de pesquisa e intervenção nas relações interpessoais,
nos grupos, entre grupos ou de uma pessoa consigo mesma.

É uma abordagem que privilegia a interação do indivíduo com o meio em que vive no
seu processo de formação. Busca desenvolver a espontaneidade, leva ao
fortalecimento mental, liberando os aspectos criativos eventualmente tolhidos.

No exercício do psicodrama, o indivíduo verbaliza e dramatiza as suas emoções e


sentimentos em um palco, como na realidade. O psicodrama ajuda a entender e
resolver questões e conflitos, auxiliando na construção de um novo olhar sobre os
relacionamentos.

Moreno dizia que a espontaneidade é o motor do comportamento. Ela se manifesta


através da expressão das emoções e sentimentos reais ou imaginários, como raiva,
medo, alegria, amor e ódio.

O Teatro da Espontaneidade é um fundamento do Psicodrama que se baseia na


representação dramática de textos livres, sem ensaio prévio. Segundo Moreno, esse
tipo de representação estimula a livre participação de todos do grupo, fazendo surgir
na ação dramática a criatividade, resgatando a espontaneidade perdida pelo indivíduo
durante a sua existência.

Foi assim que, durante o desenvolvimento dessas atividades, ele percebeu que as
representações dramáticas improvisadas têm a capacidade de produzir mudanças
comportamentais nos atores. Descobriu, assim, que poderia dirigir as representações
espontâneas para uma finalidade terapêutica.

É importante ressaltar que o psicodrama é só uma das vertentes da Socionomia,


ciência criada por Moreno, que estuda as leis sociais e suas relações.

A Socionomia é um referencial teórico e metodológico consistente e profundo, capaz


de trabalhar questões individuais e grupais, no contexto clínico e socioeducacional, ou
seja, em instituições e empresas.

Através da ação de improviso, trabalha demandas de forma profunda, possibilitando


alcançar resultados que sustentem as relações saudáveis, por meio do resgate e
fortalecimento do potencial espontâneo-criativo de cada ser e cada grupo.
A Socionomia possui três ramificações: a sociodinâmica, a sociometria e
a sociatria, conforme detalhado, abaixo:

 A Sociodinâmica estuda a estrutura dos grupos sociais e sua dinâmica, e as


redes de vínculos entre os componentes dos grupos.

Utiliza, por exemplo, o “role playing” (“interpretação de papéis”), no qual o sujeito


assume um papel, podendo ser até mesmo diferente dos papéis que desempenha em
sua vida, com o objetivo de fazer um treino espontâneo-criativo, de modo a pesquisar
mundos desconhecidos e desenvolver um melhor autoconhecimento.

Essa representação pode ser de modo inconsciente, para preencher um papel social,
ou consciente, para representar um papel adotado. Pode se referir a relações
interpessoais conflituosas, inspiradas na vida real.

O role playing promove o desenvolvimento da autopercepção e a catarse, ou seja,


uma avalanche de emoções que libera sensações de angústia e tristeza, produzindo o
estreitamento de laços entre o grupo, o bem-estar do indivíduo e proporciona um
sentimento de purificação.

 Já a Sociometria se encarrega de fazer o estudo quantitativo das


características psicossociais dos grupos.

Através do teste sociométrico, se explora, mapeia e mensura relações ou vínculos


estabelecidos pelos indivíduos, que de uma maneira direta não são perceptíveis, e
expressa-as através de gráficos representativos das relações interpessoais,
possibilitando a compreensão da estrutura grupal.

Moreno descreve o teste sociométrico como um instrumento que analisa as estruturas


sociais em função das escolhas e rejeições manifestadas dentro de um grupo.

 A Sociatria, por sua vez, propõe-se à transformação social através do


tratamento dos sistemas sociais, que visa o aperfeiçoamento das relações
humanas.

Utiliza-se das seguintes ferramentas: psicoterapia de grupo; psicodrama;


sociodrama; psicodrama público; teatro espontâneo; entre outras.

A diferença entre o psicodrama e o sociodrama consiste em que o psicodrama


evidencia o indivíduo, embora sempre visto como um ser em relação, e no sociodrama
evidencia o próprio grupo.
Principais conceitos do Psicodrama:

Espontaneidade-criatividade – A espontaneidade e criatividade são conceitos que


variam entre as pessoas e os contextos vividos por cada uma. Funcionam como um
regulador para dosar a quantidade e qualidade necessária de ação para cada situação
vivida em cada momento.

Ao contrário do teatro clássico, sem textos prévios, Moreno descobriu que as pessoas
que atuavam representando suas próprias histórias de vida podiam alcançar a catarse
de integração, fenômeno que possibilita às pessoas conhecerem e libertarem
emoções e sentimentos muitas vezes represados, levando ao entendimento e
conforto.

A espontaneidade é entendida como a capacidade do indivíduo de responder de


maneira nova e adequada a uma situação

Tele – O conceito de tele traduz a capacidade de perceber os acontecimentos e as


inter-relações entre os seres de forma objetiva, mesmo que tais fatos não ocorram de
forma clara ou perceptível. É a capacidade de perceber o outro como ele é, sem
distorcer suas características. A tele permite ver o outro como ele é, promovendo
assim, um encontro.

Teoria de papéis – Essa teoria se refere basicamente ao estudo dos papéis e dos
seus vínculos. Para Moreno, papel é uma forma específica de funcionamento que
assumimos em uma determinada situação e momento.

Através da dramatização, é possível viver diversos papéis. Os papéis se desenvolvem


passando por três fases distintas:

 Role taking (assumir o papel)

É o primeiro contato com o papel. Nesse momento o comportamento vem tal qual o
estabelecido de um papel pronto. O indivíduo apenas vai imitá-lo a partir de modelos
disponíveis. Não permite variação e nenhum grau de liberdade.

 Role playing (jogar com o papel)

É uma o desempenho que permite certo grau de liberdade. Consiste em lidar com o
personagem e explorar simbolicamente suas possibilidades de representação. É um
nível consciente de reflexão e interação.

 Role creating (criar o papel)


O desempenho do papel nessa etapa permite alto grau de liberdade, deixando
margem à iniciativa pessoal, como no caso do ator espontâneo. Na criação de papéis
há mais improviso e, em consequência disso, mais carga emocional e possibilidade de
reações mais espontâneas durante a cena.

Matriz de Identidade: representa o contexto social e afetivo do qual o indivíduo faz


parte antes e após o nascimento. É a rede relacional primária que envolve a criança
desde a concepção.

É como se fosse uma “placenta social” que delineia o desenvolvimento infantil e a


construção de uma teoria da personalidade. A matriz de identidade cria as bases para
o primeiro aprendizado da criança. Sistematiza a formação da identidade e a ideia de
desenvolvimento da personalidade em três etapas de desenvolvimento:

Identidade do Eu – primeira fase:

Matriz de identidade total indiferenciada, na qual a criança se confunde com o meio.


Na identidade do Eu, a criança experimenta uma identidade consigo mesma e todas
as pessoas e objetos do seu meio ambiente através da mãe como intermediária. Ela
não diferencia pessoas e objetos, também não distingue fantasia de realidade.

Reconhecimento do Eu – segunda fase:

Matriz de identidade total indiferenciada, na qual a criança começa a perceber o meio


em que vive. Reconhecimento do Eu singular como pessoa, quando a criança percebe
que a imagem no espelho é dela mesma.

Reconhecimento do Tu – terceira fase:

Matriz de identidade total diferenciada, Reconhecimento do tu, reconhecimento dos


outros. Nesta fase a criança se torna capaz de reconhecer o outro, mostra-se capaz
de compreender o desempenho de seu papel por outro, e de desempenhar os
papéis que observa de forma a verdadeiramente se colocar no lugar do outro. Nesta
fase já acontece a total diferenciação entre fantasia e realidade.

Quais são as principais técnicas usadas no Psicodrama?

Solilóquio: Durante a dramatização, quando o indivíduo sofre um bloqueio, ele é


estimulado a dizer em voz alta sentimentos e pensamentos evocados durante a
dramatização. Essa técnica faz um desbloqueio, assim a pessoa consegue dar
andamento ao desempenho do papel. * Objetivo: chegar à catarse *
Duplo: O diretor ou o ego auxiliar coloca-se ao lado do protagonista e expressa, com
gestos ou falas, o que ele entende que o outro quer expressar, mas não está
conseguindo, por inibição, dificuldade de autopercepção ou expressão, ou por
qualquer outro motivo. * Indiferenciação do Eu e do Tu *

Espelho: O protagonista sai de cena e passa a ser espectador de seu drama / assiste
outra pessoa fazendo o seu papel e identifica coisas que ele não percebeu em si
mesmo. Vai enxergar aquilo que ele faz, mas não tem clareza. * Reconhecimento do
Eu *

Inversão de papéis: Nesta técnica, o protagonista é convidado a trocar de lugar com


outro personagem. Assim, ele vai representar o papel do outro, vai tentar vivenciar a
experiência que o outro vivenciou. * Reconhecimento do Tu * - só é possível conhecer
o outro, colocando-se no lugar dele.

A inversão de papéis tem um poder terapêutico muito forte, pois abre uma consciência
maior de si mesmo. A pessoa toma noção do que está ao seu redor e do impacto
causado por suas ações.

Neste ponto, é importante salientar que, para a aplicação dessas técnicas o


profissional psicodramatista precisa estar muito bem preparado e ter concluído a
formação que é constituída por três níveis, e dividida em dois
focos: socioeducacional e psicoterápico.

O profissional com formação em psicodrama se apropria de um conjunto amplo de


instrumentos e técnicas que servem na preparação para o antes, o durante e o depois
da cena, para tratar o que foi observado durante as dramatizações.

Como acontece a sessão de Psicodrama?

A prática das sessões do psicodrama está baseada no tripé: contextos, etapas e


instrumentos, conforme segue:

Contextos – refere-se ao ordenamento de vivências de indivíduos que se relacionam


numa circunstância de tempo-espaço. São três no psicodrama:

 Social – é constituído pela realidade social como ela é de fato. Pelo espaço
concreto, ou seja, geográfico, e pelo tempo cronológico. Nesse contexto estão
as normas culturais, econômicas e políticas que influenciam a forma de viver
do indivíduo.

 Grupal – é no contexto grupal que se encaminha, primeiramente, o trabalho da


sessão. É constituído pela realidade do grupo assim como ela é. Apresenta
situações definidas e objetivos específicos dentro de um tempo e espaço
preestabelecidos.

 Dramático – constituído pela realidade dramática, pelo tempo subjetivo e pelo


espaço fenomenológico, estruturado sobre um espaço concreto, devidamente
marcado. É o ambiente em que os papéis psicodramáticos podem surgir e ser
explorados.

Etapas – Dividem-se em três etapas distintas a ação psicodramática:

 Aquecimento – quando o grupo se prepara para entrar em ação. Neste


momento ocorre a escolha da cena e do protagonista. O aquecimento é
importante para que a dramatização aconteça de forma espontânea e
proveitosa, sem que nenhuma outra preocupação interfira.

 Dramatização – é a etapa da “representação” propriamente dita, na qual a


cena dramática realmente acontece com maior nível de espontaneidade
possível.

 Compartilhamento – é a etapa da participação terapêutica do grupo, ou seja,


o protagonista, demais participantes e a plateia participam conjuntamente,
apresentando suas percepções. Ao final da dramatização, os participantes,
egos-auxiliares e plateia são estimulados a falar sobre a experiência vivida,
relatar sentimentos, emoções e recordações despertadas.

Instrumentos – São cinco os instrumentos do psicodrama:

 Palco – é o espaço onde o contexto dramático ocorre. Este é um cenário


bastante livre e móvel.

 Protagonista – é o sujeito que surge para a ação dramática, trazendo consigo


os sentimentos comuns que envolvem o grupo.

 Diretor – é o agente terapêutico que coordena a sessão. É dele a função de


fazer a leitura e análise psicodramática, conforme a demanda do grupo.

 Ego auxiliar – é o agente terapêutico que serve ao protagonista e ao diretor


durante a cena dramática. Tem ao mesmo tempo as funções de ator, auxiliar
terapêutico e observador social.

 Plateia – é o conjunto dos demais participantes da ação psicodramática.

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