Inicial Indenização Por Danos Morais Retificada

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA

Vara Cível da Comarca de Duque de Caxias

CHARLES GUILHERME COSTA DE VASCONCELLOS , residente

e domiciliado no endereço Rua Mogi, n° 175, DUQUE DE


CAXIAS, RIO DE JANEIRO, CEP 25051-160 , vem, por
seus advogados, Jaina Martins Estigarribia Campos Oliveira
conforme procuração em anexo, à presença de Vossa Excelência,
propor

AÇÃO REVISIONAL C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS

Em face da BANCO BRADESCO S.A., pessoa jurídica de


direito privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o nº
60.746.948/0001-12, com sede no endereço NÚCLEO CIDADE
DE DEUS, S/N PRÉDIO VERMELHO, 4º ANDAR, Bairro
VILA YARA, CEP 6029900, OSASCO -
SP, pelos fatos e fundamentos a seguir apresentados:

PRELIMINARMENTE

DAS PUBLICAÇÕES E INTIMAÇÕES

Com fulcro no artigo 77, V, do CPC/2015, requeremos que todas as intimações


pertinentes ao processo em tela sejam endereçadas, EXCLUSIVAMENTE em
nome do advogado Jaína Martins Estigarribia Campos Oliveira OAB/RJ 134000

DA GRATUIDADE

Nos termos do art. 4o da Lei 1.060/1950, o autor afirma, para os devidos fins e sob as
penas da Lei, não possuir condições de arcar com o pagamento das custas e demais
despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, pelo que requer o
benefício da gratuidade de justiça.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição


inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.

§ 1o Se superveniente à primeira
manifestação da parte na instância, o
pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e
não suspenderá seu curso.

§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se


houver nos autos elementos que evidenciem a falta
dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte comprovação do preenchimento
dos referidos pressupostos.

§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o
Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

EMENTA

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DPVAT.


AÇÃO DE COBRANÇA. GRATUIDADE DE
JUSTIÇA. Decisão interlocutória que rejeita pedido
de gratuidade de justiça. Reforma que se impõe.
Conceitos de gratuidade de justiça e assistência
jurídica integral e gratuita que não se confundem. A
gratuidade de justiça é a dispensa do pagamento das
custas, despesas processuais e honorários
advocatícios, nos exatos termos do art. 98 e
seguintes do CPC/2015, presumindo-se verdadeira a
alegação de insuficiência de recursos deduzida
exclusivamente por pessoa natural, presunção que
somente poderá ser afastada caso existam elementos
nos autos a não recomendar o deferimento da
gratuidade de justiça, hipótese em que caberá ao
interessado a comprovação de seus requisitos. A
assistência jurídica, por sua vez, compreende a
atuação judicial e extrajudicial integral e gratuita na
defesa dos necessitados, a ser prestada com
exclusividade pela Defensoria Pública aos que
comprovarem insuficiência de recursos, nos termos
do art. 5º, LXXIV e art. 134 e seguintes, ambos da
Constituição Federal, e não demanda a apreciação
pelo Poder Judiciário, sendo de exclusiva atribuição
institucional da Defensoria a análise de seus
requisitos no caso concreto, inclusive quanto à
comprovação da condição de necessitado a que alude
o texto constitucional. Hipótese em que a agravante
exerce o ofício de diarista, não havendo, nos

autos, qualquer indicativo a justificar o afastamento


da presunção de veracidade da declaração de
insuficiência de recursos. Direito subjetivo à
gratuidade de justiça reconhecido, nos exatos termos
do art. 98 do CPC/2015. RECURSO PROVIDO.

"Requisitos da Gratuidade da Justiça.


Não é necessário que a parte seja pobre ou
necessitada para que possa beneficiar-se da
gratuidade da justiça. Basta que não tenha
recursos suficientes para pagar as custas,
as despesas e os honorários do processo.
Mesmo que a pessoa tenha patrimônio
suficiente, se estes bens não têm liquidez
para adimplir com essas despesas, há
direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz
Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz.
MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo
Civil comentado. 3a ed. Revista dos
Tribunais,2017.Vers. ebook. Art. 98).

Por tais razões, com fulcro no artigo 5o, LXXIV da Constituição Federal e pelo artigo 98
do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.

I. DA SINOPSE FÁTICA

A parte Autora possui conta bancária junto a instituição Financeira


Ré, tendo feito uso do serviço de crédito “Conta Garantida”, na data de 06 de março de
2023 . O valor do crédito concedido foi de 100.000,00, já inclusos impostos e taxas
administrativas.

As partes pactuaram que o pagamento deveria ser realizado em 1


parcelas fixas, mensais e sucessivas, cada uma no valor R$ 106.392,31 totalizando um
Custo Efetivo Total da operação no valor de R$ 106.392,31 .
O instrumento particular de crédito firmado entre as partes
apresenta, a taxa nominal de juros de 6,39 %a.m. e 110,29 % a.a.

Ocorre que determinada taxa de juros remuneratórios imposta pelo


banco réu está é abusiva, uma vez que a mesma está em considerável discrepância da
taxa média do mercado financeiro, segundo o Bacen, para a mesma operação de crédito,
à época da celebração do instrumento particular.

A época da celebração do contrato de crédito entre as partes, 06 de


março de 2023, a taxa média do mercado financeiro, segundo o Bacen, para a respectiva
operação de crédito era de 3,29 % ao mês e 47,55 % ao ano, ou seja, valor bem menor
do que o pactuado.
Para fins de comprovação da taxa média de juros remuneratórios
para respectiva operação de crédito, segundo o Banco Central, basta uma consulta
simples no portal eletrônico
(https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=pre
pararTelaLocalizarSeries), utilizando-se dos seguintes códigos de pesquisa: 25445 para
taxa média mensal, ou ainda 20726 para taxa média anual.

Logo, por simples cálculo matemático, é possível auferir que a taxa


de juros remuneratórios celebrada ao ano entre as partes está 94,22 % acima da taxa
média do mercado financeiro, conforme o BACEN. Determinada discrepância em
relação a taxa média configura ABUSIVIDADE por parte do Banco Réu.

Desta maneira, conforme entendimento jurisprudencial pacífico,


além da limitação da taxa de juros remuneratórios, deve ser

reconhecida a abusividade do contrato para fim de que sejam afastados os efeitos


decorrentes da mora.
Para tanto, a parte autora, requer, em sede de tutela de urgência,
que seja autorizado o depósito judicial dos valor tido como incontroverso e suficiente
para quitação completa do contrato, segundo a planilha de cálculos que acompanha a
presente peça exordial, que representa o depósito judicial de R$ 100.000,00 (cem mil
reais) .

No mérito, a parte requer que a taxa de juros remuneratórios seja


limitada a média do mercado, segundo o Bacen, com a consequente limitação da parcela
ao novo valor apresentado.

A planilha de cálculo em anexo permite que Vossa Excelência


visualize os valores que acabam onerando excessivamente a parte autora, em
decorrência da respectiva taxa de juros remuneratórios abusivos e muito acima da média
do mercado financeiro.

II. DO DIREITO

A. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR

Trata-se de uma relação de consumo, em que fica evidente a


incidência do Código de Defesa do Consumidor, havendo inclusive Súmula do STJ que
concretiza este entendimento. A relação de consumo pode ser observada na
origem dos débitos, ao analisarmos as operações de crédito que
configuram.

STJ - Súmula 297 O Código de Defesa do Consumidor é aplicável as instituições


financeiras.

Assim, estão presentes os elementos que formam a relação jurídica


consumerista, quais sejam a presença do consumidor, do fornecedor, da prestação de um
serviço e da vulnerabilidade do Requerente perante a Requerida, incidindo a Lei nº
8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor.

“Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza


produto ou serviço como destinatário final.
(...)
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional
ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade
de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços.
(...)”

Sabe-se que sendo o consumidor, ora Requerente, parte mais fraca e


vulnerável nesta relação jurídica, o ônus da prova inverte-se, cabendo este à parte que
detém o maior poder.
Assim é a previsão do artigo 6º, inciso VIII, do CDC, onde define
que é um direito básico do consumidor, a inversão do ônus da prova, cabendo ao
fornecedor apresentar as provas que se fizerem necessárias.

“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


(...)

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