Amor Salvaje - José Echegaray

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SOCIEDAD DE AUTORES ESPAÑOLES

COLECCIÓN DE O B R A S DRAMÁTICAS

: • : : ; : Y LÍRICAS : : : : : :

AMOR SALVAJE
: BOSQUEJO DRAMÁTICO :

: EN T R E S A C T O S Y EN P R O S A :

O R I G I N A L

D E

J O S É E C H E 6 A R A Y

CM
MADRID
AMOR S A L V A J E
Esía obra es propiedad de su.
auíor, y nadie podrá, sin su per-
miso, reimprimirla ni represen-
tarla en España y s u s p o s e s i o -
nes, ni en l o s países con l o s
cutiles haya celebrados o s e
celebren en adelaníe íratados-
inlernacionales de p r o p i e d a d
literaria.
El autor s e reserva el derecho
de traducción.
Los representantes de la S o -
ciedad de Autores s o n l o s exclu-
sivamente encargados de con-
ceder o negar el permiso de re-
presentación y del cobro de l o s
derechos de propiedad.
Queda hecho el depósito que
marca la Ley.
AMOR SALVAJE
BOSQUEJO D R A M Á T I C O

EN TRES ACTOS, ORIGINAL Y EN PROSA

POR

JOSÉ ECHEGARAY

Esfrenado en el J E A T R O DE LA COMEDIA por la C o m p a ñ í a


ííel Sr. Novelli en m a y o de 1896.

*l PLAZA DEL CONDE BARAJAS, 5

^ f MADRID
V: M 1929
ES PROPIEDAD

Tip. Yagties. — P l a z a del Conde Barajas, 5.


ADVERTENCIAS

Escribí esta obra en nueve días.


Mi único objeto fué dar una, prueba de admira-
ción al eminente actor italiano Sr. Novelli y pagar-
le un tributo de cortesía.
Imprimo el drama en la misma forma en que ló
presenté - al Teatro de la Comedia.
En la traducción se hicieron algunos cortes y al-
gunas pequeñas modificaciones. Posteriormente, el
Sr. Novelli, con su gran práctica y con buen deseo,
ha hecho otras nuevas modificaciones. De todo ello
se da cuenta en las notas que van al fin.

EL AUTOR
R E P A R T O

PERSONAJES ACTORES

CLARA SRA. GIANNINI.

ADELA (amiga de Clara) MONTI.


LOLA (ídem) SRTA. UKHTINI.

PEDRO D E VARGAS SR. NOVELLI.

GASTON D E NEBREDA RUUGGIERI.

EL MARQUES (padre de Clara). CASSINI.


LUIS ,. Tossi.
EDUARDO DONDINI.

CRIADO 1." N.

IDEM 2.° N.

EGcena c o n t e m p o r á n e a : e n P a r í s .
ACTO PRIMERO
L a escena r e p r e s e n t a u n salón elegante en c a s a de
d o n P e d r o . D i v a n e s , m e s a s d e t e , e t c . E s ©1 s a l ó n
de u n h o m b r e soltero y joven, pero serio. E s de día.

ESCENA PRIMERA
• CRIADO 1." y CRIADO 2.° El Criado I.° puede ser
joven; el'Criado 2." debe ser de más edad.

•CRIA. 1.° ¿Acabaron de almorzar?


CRIA. 2 . ° (Mirando por una de las puertas laterales.)
Están acabando.
C R I A . 1.a
¿.Sabes lo q u e t e d i g o ? Q u e a u n q u e n o co-
nozco P a r í s , m e p a r e c e q u e p a r a e s t a r en
P a r í s y p a r a ser u n a l m u e r z o de jóvenes,
es m u y «pacífico». L l a m é m o s l e a s í : « p a c í -
fico». C u a n d o d o n P e d r o m e h i z o v e n i r d e
M a d r i d , yo p e n s é o t r a cosa.
•CRIA. 2 . " ¿ P u e s q u é te h a b í a s figurado t ú ? A u n q u e
d o n P e d r o n o p a s a d e los t r e i n t a y c i n c o ,
es u n s e ñ o r f o r m a l : n o le g u s t a n l a s f r a n -
c a c h e l a s n i dos d e s ó r d e n e s . Y a u n q u e e s t a -
m o s e n P a r í s , e s t a c a s a es p u r a m e n t e es-
pañola. ¿Comprendes?
C R I A . 1.° Ya, ya lo veo.
CRIA. 2 . ° (Con cierto misterio.) Y además, dicen
q u e se c a s a d o n P e d r o .
CRIA. 1.° ¿Con quién?
CRIA. 2 . ° C o n l a hija del M a r q u é s de S a l v a t i e r r a :
con la señorita Clara.
CRIA. 1.° N O l a c o n o z c o ; a l M a r q u é s , sí.
'CRIA. 2 . ° C o m o q u e el M a r q u é s e s t á e n P a r í s y le
ves todos los d í a s . Y como que la señorita
C l a r a e s t á n e n B u e n o s A i r e s con s u s t í o s .
CRIA. 1.° P u e s t e n d r á q u e v e n i r ella.
CRIA. 2.° E s o e s : v e n d r á ella o se c a s a n « p o r p o -
deres».
CHÍA. 1." Es verdad. «¡El sacramento matrimonial»-
viaja t a n d e s a h o g a d a m e n t e por encima dé-
l o s m a r e s ! Se p a r e c e a dos c i c l o n e s .
CIUA. 2.' ¡Qué cosas dices!
C R I A . 1.' iDigo, q u e a u n q u e d o n P e d r o esté p a r a c a -
s a r s e , esto n i q u i t a n i p o n e , y q u e b i e n
p u d i e r a divertirse entre tanto, y nos di-
vertiríamos todos.
CRIA. 2.° Lorenzo, ¡ eres u n disoluto! M i r a que c u a n -
d o el a m o se e n f a d a . . . a u n q u e es m u y b u e -
no... ¡ M a r í a S a n t í s i m a , é l sí q u e p a r e c e
u n ciclón!
CHÍA. 1." ¡ C á , si es u n b e n d i t o ! E l s e ñ o r i t o G a s t ó n
s i e m p r e le está d a n d o b r o m a s , y l a s sufre.
Yo n o l a s s u f r i r í a .
CIUA. 2 . ° P u e s n o te fíes.
CRIA. 1." Silencio. Y a concluyen.

ESCENA II

(¡ASTON y LUIS; los dos CRIADOS, que se retiran


hacia el fondo.

Lias. (A los criados.) C a f é . . . (Los Criados salen,


y luego, durante la escena, en un momen-
to oportuno, traen el servicio de café.)
GASTÓN. (Arrojándose sobre un diván.) ¡Me can-
s o ! ; M e h a s t í o ! E s t a c a s a es u n M o n a s t e -
r i o y P e d r o u n e r m i t a ñ o . ¡ P e d r o el e r m i -
t a ñ o ! T r e i n t a y c i n c o a ñ o s y es v i e j o : a
•los c u a r e n t a , c a d u c o .
LUIS. P e r o es b u e n o y leal.
GASTÓN. ¿Qué quiere decir «bueno»? ¡Bueno!...
¡ M e j o r e s s o n los s a n t o s ; p e r o se q u e d a n e n
s u s n i c h o s o en s u s h o r n a c i n a s , s i n m e z -
clar su vida de santidad a nuestras vidas:
m u n d a n a s . Si a l o s s a n t o s l e s d a p o r v e n i r
a P a r í s , se a c a b ó P a r í s .
LUIS. No e r e s j u s t o a l h a b l a r a s í d e P e d r o . D e s -
p u é s d e t o d o , n o es u n m i s á n t r o p o : es a l e -
gre a su m a n e r a . Y a d e m á s te quiere m u -
cho.
GASTÓN. Me q u i e r e m u c h o . . . m e q u i e r e m u c h o . . .
B u e n o , y o t a m b i é n l e q u i e r o : c o m o se q u i e -
re a u n « p e r r a z o d e p r e s a » . Yo c r e o q u e
m e q u i e r e p o r q u e le d o m i n o .
Lns. Dilo al r e v é s : «le d o m i n a s p o r q u e t e q u i e -
re». P o r l a f u e r z a n o e r a fácil. (Sonriendo.)
GASTÓN. (Con enojo y rencor.) ¡Que no era fácil!'
— Ü—

... A ol-rps m á s b r a v o s q u e él .les d o m i n é p o l -


l a f u e r z a . Con u n a e s p a d a en l a m a n o , y o
n o r e t r o c e d o a n t e n a d i e : b i e n 16 s a b e s . " A
los d e m á s -podrá d o m i n a r l e s c o n s u s r u -
g i d o s d e l e ó n , con s u s a l a r d e s d e . h o n r a -
d e z , y s o b r e t o d o con s u s r i q u e z a s . ¡A m í ,
no ; a mí, n o ! ' .
Luis. Y es v e r d a d ; P e d r o es m u y r i c o .
GASTÓN. M i l l o n a r i o : c e n t e n a r e s de v e c e s m i l l o n a -
rio. P e r o , s e ñ o r , ¿ c ó m o h a b r á p o d i d o h a c e r
tanto dinero... siendo... siendo... después
d e todo... aun pobre hombre», u n cerebro
m e d i a n o , en s u m a , u n s e r v u l g a r í s i m o ?
(Se descubre constantemente en Gastón el"
rencor y la envidia bajo apariencias bur-
lonas.) Yo c r e o q u e el d i n e r o se e n c a r i ñ a
con l o s t o n t o s .
Luis. P e d r o n o fué n u n c a t o n t o . S u i n t e l i g e n c i a
es c l a r í s i m a ; lo q u e h a y es q u e le f a l t a ese-
b a ñ o de b u e n t o n o a r i s t o c r á t i c o , q u e se r e -
cibe en l a p r i m e r a e d u c a c i ó n o q u e n o se
adquiere jamás.
GASTÓN. Bien le defiendes.
Luis. C u a n d o e s t á él d e l a n t e s i g o v u e s t r o e j e m -
plo y le doy b r o m a s m á s o m e n o s p e s a d a s ;
pero c u a n d o no está delante, tienes razón,
le d e f i e n d o . (Dice esto con cierta, seriedad.)
GASTÓN. (Conteniéndose por el pronto.) ¡Pobre Pe-
dro! Yo t a m b i é n le q u i e r o : e s u n b u e n
amigo. Pero, d e s e n g á ñ a t e , no h a nacido
p a r a l o s r e f i n a d í s i m o s s a l o n e s de P a r í s . E l ,
a l l á en das P a m p a s , e n t r e r e s e s ; o en Ca-
l i f o r n i a , b u s c a n d o p e p i t a s de o r o a t o p e t a -
zos ; o en l a I n d i a , c a z a n d o e l e f a n t e s ; o b a -
ñ á n d o s e en el A t l á n t i c o , en t i e m p o d e t e m -
p e s t a d , e n t r e o l a s e s p u m o s a s : t o d o lo m a -
t e r i a l , l o g r o s e r o , lo e n o r m e ; n u n c a lo
e s p i r i t u a l , lo fino, lo e x q u i s i t o .
Luis. E S q u e t a m p o c o le g u s t a l a v i d a ( ( p a r i s i é n » .
GASTÓN. (Riendo.) Y a lo s é ; en P a r í s se a l a r m a su
c a s t i d a d s a l v a j e . S u p o n i e n d o q u e l o s sal-
v a j e s s e a n c a s t o s , q u e lo d u d o m u c h o . ¡ Q u e
P e d r o éste! ¡Tiene p u d o r e s de elefante!...
Luis. Y el d í a en q u e esté celoso, s u s c e l o s t a m -
b i é n s e r á n celos de e l e f a n t e : ¡enormes!
GASTÓN. ¡Es v e r d a d ! . . . ¡Quisiera verlo!... ¡Quisie-
r a q u i t a r l e su p r i m e r a conquista, a ver q u é
c a r a p o n í a y c ó m o b u f a b a ! (Ttiendo a to-
do reír.)
— 10 —

Luis. ¡Cuidado!. Cuidado, que sería lance pe-


ligroso.
•GASTÓN. ¡ P e d r o e n a m o r a d o ! ¡Los amores del oso!
¡ E l H i m a l a y a en c e l o ! ¡ Lo g r o t e s c o y lo
colosal j u n t o s ! ¡ D u l z u r a s de u n monolito
egipcio! ¡Olí! Quisiera p o n e r l e a p r u e b a ,
a u n q u e m e costase darle u n a estocada...
LUIS. ¡Gastón!
'GASTÓN. Que y o p r o c u r a r í a que no íuese m o r t a l ,
p o r q u e y o le q u i e r o . . . c o m o se q u i e r e a u n
hipopótamo doméstico.
LUIS. P u e s d i c e n q u e se c a s a .
GASTÓN. ¡ Q u e se c a s a P e d r o ! . . . ¡ P e d r o ! . . . ¡ Q u e se
casa él!... ¡Qué idea!. ¿Pero qué dices?...
¡ Imposible!
LUIS. ¿ N o h a s oído n a d a ?
GASTÓN. ¿Yo? N o ; he llegado h a c e dos días. P e r o ,
¿ q u i é n es l a n o v i a ? ¿ L a f u t u r a ? . . . (Rien-
do sarcásticamente.) ¡Dios mío, yo q u i e r o
conocerla!... ¡La novia de Pedro!... ¿Dón-
de está?... ¡Que la t r a i g a n ! . . . ¡Quiero ha-
c e r l e l a c o r t e ! ¡ Q u i e r o s e r el r i v a l d e P e -
dro !
Luis. No t e lo a c o n s e j o .
GASTÓN. ¿ P e r o es q u e a P e d r o se le p u e d e t o m a r en
serio?
LUIS. Creo que viene.
GASTÓN. P u e s n o m e v o y , y eso q u e t e n í a q u e h a -
cer ; p e r o h a d e c o n t a r n o s s u s a m o r e s .

ESCENA III
GASTON y LUIS; por la derecha, PEDRO
y EDUARDO
PEDRO. (A Eduardo.) Q u é q u i e r e s q u e t e d i g a . Ad-
m i r o P a r í s ; reconozco su g r a n d e z a y su
h e r m o s u r a , y es m u y a l e g r e . . . p e r o m e d a
tristeza.
GASTÓN. L a s fieras n a c i e r o n p a r a v i v i r e n l o s b o s -
ques.
PEDRO. L a s florecillas s i l v e s t r e s n o s o n fieras, y en
los b o s q u e s v i v e n y en l o s c a m p o s .
"GASTÓN. ¡ A h ! ¡ T ú e r e s «florecilla s i l v e s t r e » ! ¡ Q u é
p o é t i c o se n o s ¿hizo el b u e n P e d r o y q u é
m o d e s t o ! T e n g o el h o n o r d e p r e s e n t a r a
u s t e d e s (Volviéndose cómicamente hacia
los demás.) a don Pedro Vargas, banquero
a m e r i c a n o d e o''cio y «florecilla s i l v e s t r e »
d e afición. (Todos celebran la ocurrencia.)
No te a p u r e s , P e d r o ; lo q u e q u i s i s t e d e c i r
y a lo c o m p r e n d i m o s .
Comprendido.
Y si n o , p e o r p a r a v o s o t r o s .
¿Te vas a ofender?
(Con tono bonachón.) P u e s y o , ¿ m e ofen-
d o a l g u n a v e z ? Sé q u e , a u n q u e os b u r l á i s
d e m í , sois b u e n o s a m i g o s . D i g o . . . m e p a -
rece...
(Tendiéndole la mano.) Lo s o m o s .
(Lo mismo.) Lo somos. ¡ E r e s t a n b o n a -
chón !
Yo n o ; y o soy t u e n e m i g o . (Sonriendo
fríamente.)
T ú e r e s el q u e m á s m e q u i e r e . ¡ S i t e c o n o -
ceré y o ! A u n q u e a veces h a c e s m o f a d e mí,
es con b u e n a i n t e n c i ó n : p a r a c o r r e g i r m e , ,
p a r a «civilizarme». ¡ E h ! ¿Acerté? L a ver-
d a d es q u e y o n e c e s i t o q u e e n t r e t o d o s m e
«civilicéis». H e v i v i d o t a n t o s a ñ o s en etl se-
n o de l a N a t u r a l e z a , en s u s s o l e d a d e s g r a n -
d i o s a s , en s u s m o n t e s p e d r e g o s o s , a l a s
s o m b r a s de sus selvas, entre las tempesta-
d e s d e s u s m a r e s , q u e s o y a l g o a s í c o m o el
h o m b r e primitivo. Amo, como la Naturale-
za a m a ; q u i z á m á s q u e v o s o t r o s , p e r o c o n
exuberancia, con violencia, b r u t a l m e n t e .
E s t a es l a p a l a b r a : b r u t a l m e n t e . ¡ Si m e
conoceré yo!
¡Progreso! ¡Progreso evidente! El hombre
d e « l a s c a v e r n a s » se n o s v a c o n v i r t i e n d o
en « p o e t a s e l v á t i c o » .
¡ Es verdad!...
¡ V e r d a d i n d i s c u t i b l e ! . . . Se h u m a n i z a ; 3a
fiera m e t e c a d a z a r p a en s u c o r r e s p o n d i e n -
te g u a n t e b l a n c o .
¡Decís que soy p o e t a ! . . . Eso q u i s i e r a : aho-
r a m á s q u e ( n u n c a . Yo sé p o r q u é . (Como
hablando consigo mismo.) P e r o n o lo d i g o ,
n o lo d i g o , q u é os b u r l a r í a i s d e m í . (Vol-
viéndose a ellos.) C i v i l i z a d m e , p o r c a r i d a d :
d e s c u b r i d m e el s e c r e t o d e l a s f r a s e s b o n i -
t a s , d e l a s s o n r i s a s d i s c r e t a s . Yo sé r e í r ,
p e r o a c a r c a j a d a s . S o y v u l g a r : lo c o n o z c o .
¡ Qué r a b i a !
Se c o n o c e ; se h a c e j u s t i c i a . ¡ H a y e s p e -
ranza !
¿De q u e m e civilicéis?
D e q u e te ( ( d o m e s t i q u e m o s » .
i Y u n a . vez d o m e s t i c a d o , te i r e m o s e n s e -
ñ a n d o p o r l o s s a l o n e s del g r a n m u n d o . . .
c o g i d o p o r él l a z o de l a c o r b a t a !
E s o d e b é i s h a c e r si sois b u e n o s a m i g o s .
Lo s o m o s t o d o s .
V o s o t r o s , sí. E s e , n o . (Por Gastón.)
N o t e p o n g a s m e l a n c ó l i c o , P e d r o ; q u e no-
te s i e n t a b i e n .
E s q u e n o te a c u e r d a s de P e d r o . (Golpeán-
dose el pecho.) M a ñ a n a me m a r c h o a Ma-
d r i d ; n o s s e p a r a m o s , ¡ q u é sé y o h a s t a
c u á n d o ! T e p e d í u n r e t r a t o , te p r o m e t í el
mío... y n a d a ; no h a s vuelto a acordarte...
L u e g o d e c í s q u e n o m e civilizo, y n o m e
a y u d á i s . . . E s d e c i r , n o m e a y u d a s t ú . (A
Gastón.)
¡Este pobre Pedro!... (Riendo.)
¡ Y a le r í e s d e m í ! ¿ Q u é t i e n e esto d e p a r -
t i c u l a r ? ¿ N o es d e b u e n t o n o , n o es d e b u e n
g u s t o p e d i r l e s u r e t r a t o a u n a m i g o d¿l
cual v a uno a separarse? ¿También eslo
es r i d í c u l o ? E n t o n c e s n o lo e n t i e n d o .
N o , h o m b r e . . . n o . . . No d i g o eso. Y si t i e n e s
e m p e ñ o . . . V a m o s , a q u í te t r a i g o dos p a r a
q u e e s c o j a s . (Con cierta condescendencia,
de lástima. Sacando del bolsillo del pecho
dos «retratos de fotografía».)
Gracias, Gastón, gracias. C u a n d o digo yo
que tú eres bueno... A ver, a ver... (Cogien-
do los retratos.) E s t e en t r a j e de e s g r i m a . . .
y este en t r a j e de s o c i e d a d , d e ¡ « c o n q u i s -
t a d o r a m o r o s o » ! B u e n a p r e s e n c i a . No te
q u i s i e r a p o r rivail. Yo s o y m á s f u e r t e . . . p e r o
t ú . . . ¡ d e m o n i o ! . . . tú debes volver locas a
las mujeres.
¿ P e r o t ú p i e n s a s en a m o r e s , P e d r o ? C u e n -
ta... cuenta...
(Ruborizándose como un niño y sin querer-
contestar.) E s c o j o é s t e . . . el de l a e s g r i m a . . .
T o m a este o t r o . (Le da otro retrato, que
Gastón toma y guarda en el bolsillo de la
levita.)
No te h a g a s el d i s t r a í d o . C u é n t a n o s t u s
amores.
Sí, q u e los c u e n t e .
N a d a , no te d e j a m o s h a s t a a r r a n c a r t e t u
secreto.
¡ Q u é t o n t e r í a ! Si n o h a y t a l s e c r e t o . . . V o y
— 13 —

a t r a e r t e m i s r e l í a l o s , q u e l o s t e n g o en el
despacho.
•GASTÓN. ¡ Q u e se n o s e s c a p a ! . . . (A los otros.)
PEDRO. N o . . . Si v u e l v o . . . v u e l v o en s e g u i d a . . . a h o -
r a m i s m o . . . ( ¡ P u e s n o se m e h a e n c e n d i -
d o l a c a r a ! . . . ¡ Q u é n e c i o s o y ! ) (Sale por
la derecha.)

E S C E N A IV
GASTON, LUIS y EDUARDO
GASTÓN. Es un pobre hombro.
EDU. Un niño grande. i
LITIS. Pero m u y bueno.
GASTÓN. ¿ N o Je ' h a b é i s v i s l o ? Se h a p u e s t o r o j o co-
m o u n a a m a p o l a p o r q u e le h e m o s h a b l a d o
de sus amores.
EDU. ¡A m í m e d a l á s t i m a ! ¡ Q u é m u j e r h a de

cr á t i c a , p o é t i c a ! . . . ¡ Q u é p a r e j a ! U n oso
negro enamorado de u n a paloma blanca!
tLo monstruoso!
Luis. P u e s a m í m e es m u y s i m p á t i c o P e d r o , y
h a s t a me hacen gracia sus pudores.
GASTÓN. ¡ E s o s p u d o r e s son r i d í c u l o s ! A u n h o m -
b r e a s í n o le p u e d e q u e r e r n i n g u n a m u j e r ,
ni m e r e c e q u e le q u i e r a n . A c a d a c u a l lo
s u y o ; si los h o m b r e s d a m o s en s e r p u d o -
r o s o s , y v e r g o n z o s o s , y t í m i d o s , ¿ q u é les
queda a las mujeres?
LUIS. Me p a r e c e q u e tú n o c o r r e s ese p e l i g r o .
GASTÓN. A Dios g r a c i a s .
LUIS. O g r a c i a s al « d i a b l o » .
GASTÓN. A q u i e n sea.

ESCENA V
<íASTON, LUIS u EDUARDO; PEDRO, que trae seis
o siete retratos de fotografía.
PEDRO. Y a e s t á n a q u í . T o m a el q u e m á s te g u s t e .
(A Gastón.)
GASTÓN. Q u é m á s d a . C u a l q u i e r a . E n t o d o s se refle-
j a con e x a c t i t u d y g a l l a r d í a t u b e l l a e s t a m
p a . (Tomando, uno.) Y ahora volvamos a
lo d e a n t e s , q u e n o h a s c o n s e g u i d o d i s t r a e r -
nos a pesar de tus malicias.
EDU. ¡Sí, h a b í a n o s de t u s a m o r e s !
PEDRO. ¡ V á l g a m e . Dios, o t r a , v e z !
GASTÓN. ¿ N o t i e n e s c o n f i a n z a en n o s o t r o s ?
— 14 —

PEDRO. ¡ E S q u e os v a i s a r e í r d e m í !
Luis. N O nos reiremos; cuenta.
GASTÓN. P o r e s t a vez «te t o m a r e m o s en serio».
PEDRO. ¡Si s u p i e r a i s ! . . . ¡ D i o s m í o ! . . .
GASTÓN. ¡ H a p u e s t o l o s ojos en b l a n c o !
Luis. ¡ . D e c i d i d a m e n t e , se e n a m o r ó P e d r o !
GASTÓN. ¡ L o i n v e r o s í m i l ! . . . ¡Sí, lo i n v e r o s í m i l ! . . . .
¡ Y d u e g o h a b l a n de lo i n v e r o s í m i l !
EDU. ¡Y se h a e n t e r n e c i d o !
GASTÓN. ¡¡Se a c a b ó P e d r o ! . . . ¡ E n a m o r a d o !
Luis. ¡Enamorado!
EDU. ¡ E n a m o r a d o ! (Todos ríen mucho y acosan
a Pedro con sus burlas. Pedro al fin se
siente herido, se le enciende más el rostro •
y le echan fuego los ojos al ver que su
amor, serio y profundo, es objeto de aque-
llas burlas.)
PEDRO. (Estallando con enojo creciente.) ¡Enamo-
r a d o ! . . . ¡ S í , e n a m o r a d o ! . . . C o m o n o lo h a -
b é i s e s t a d o n u n c a v o s o t r o s , c o m o n o le es-
t a r é i s j a m á s . ¿ Q u é s a b é i s v o s o t r o s lo q u e
es q u e r e r c o n el a l m a ? ¡ V o s o t r o s l o s d e l a
e l e g a n c i a y la m o d a ! ¡ O h , n o c o n d e n o l a
¡

e l e g a n c i a , q u e es u n a f o r m a d e a r t e ! ¡ P e r o
c o n d e n o a dos q u e h a c e n d e l a e l e g a n c i a u n
d i s f r a z p a r a el v i c i o ! ¡ V o s o t r o s los e t e r n o s
g o m o s o s ! ¡ Vosotros, seres superficiales, in-
sustanciales, muñecos humanos, imitación
de h o m b r e s p o r l a figura, m e n o s h o m b r e s
q u e l o s m o n o s q u e v e í a y o s a l t a r en l a s
selvas a m e r i c a n a s p o r las copas de los ár-
boles, d a n d o chillidos a g u d o s y h a c i e n d o
gestos grotescos! ¡Vosotros, que cuando
queréis sentir v c u a n d o lleváis las m a n o s
al pecho, no e n c o n t r á i s corazones repletos-
de s a n g r e r o j a , s i n o u n b l a n c o « p l a s t r ó n »
a l m i d o n a d o ! ¿ Q u é s a b é i s lo q u e es a m a r ?
i 'Si, e n a m o r a d o P e d r o , con t o d a su añina,
q u e es f u e g o ; c o n t o d a s u s a n g r e , q u e es,
f u e g o ; con t o d a s u v o l u n t a d p o d e r o s a q u e
le h a d a d o la v o l u n t a d de Dios!
GASTÓN. ¿ N o l o o í s ? ¡ P e d r o c a b a l g a n d o en lo s u -
blime!
LUIS. N a d a , q u e P e d r o se e n a m o r ó d e v e r a s .
EDU. ¡Como u n h o m b r e ! . . . ¡ E s decir, como me-
dia docena de hombres!
GASTÓN.' Como u n Sansón, d i r í a yo.
LUIS. ¿Y desde c u á n d o ?
GASTÓN. Eso es; ¿desde c u á n d o está e n a m o r a d o ?
— 15 —

PEDRO. [Con sencillez.) Toda mi vida.


GASTÓN. «Recuerdo de otro cariño
habido antes de nacer»,
c o m o d i c e el p o e t a . T o d o , t o d o : el i d i l i o , .
la epopeya. La tragedia, ¿ p a r a cuándo?
PEDHO. (Con cierto presentimiento sombrío.) ¡Quiéní
sabe!
GASTÓN. ¡ V a y a p o r los a m o r e s d e P e d r o ! ¿ Y «con-
tra» quién?
PEDRO. (Sin comprender.) ¿Cómo «contra quién»?'
GASTÓN. ¿ Q u e q u i é n es e l l a ?
PEDRO. ¡ E l l a ! . . . ¡ E l l a ! . . . Me d a v e r g ü e n z a d e c i r l o .
N o s o i s d i g n o s d e oír s u n o m b r e d u l c í s i m o .
Y es m u y á s p e r a m i g a r g a n t a p a r a p r o -
nunciarlo.
EDU. ¡Ah! ¡Delicadezas del verdadero a m o r !
¡ E l c r á t e r del v o l c á n p l e g a n d o s u b o c a pa^
r a d e c i r el n o m b r e d e s u a d o r a d a !
GASTÓN. (Con impertinencia insolente.) ¿Y dónde -
l a v i s t e p o r vez p r i m e r a ?
PEDRO. (Con cierta timidez, con sonrisa dulce en
lo posible, etc., etc.) ¿ Y o ? . . . ¿A e l l a ? . . .
¿•Dónde?...
GASTÓN. S í ; ¿ d ó n d e ? . . . ¿A q u e lo a d i v i n o ? E n el
«boulevard».
PEDRO. (Con arranque 'feroz y arrojándose sobre
él.) ¡ M i s e r a b l e ! (Le coge por un brazo; se
quedan los dos mirándose amenazadores;-
los dem.ás los separan.)
GASTÓN. ¡ P e d r o ! . . . ) (Todo esto es rápido, casi si-
Luis. ¡ . P e d r o ! . . . > multáneos los gritos. Se sepa-
EDU. ¡ H o m b r e ! . . . ) ran o los separan.)
GASTÓN. ¡¡Demonio de f i e r a ! . . . ¿ S a b e s lo q u e te d i g o ,
P e d r o ? Q u e es l a « s e g u n d a vez» q u e m e
pones la m a n o encima. La primera nos-
costó s a n g r e a l o s d o s . L a « t e r c e r a » s e r á
l a ú l t i m a p a r a ti o p a r a mí.
PEDRO. E S l a « p r i m e r a vez» q u e o f e n d e s r. i a m u -
j e r a q u i e n a m o ; da s e g u n d a s e r á l a ú l t i -
m a . Y « m u c h o me h a b é i s debido civilizar»
c u a n d o e s p e r o a «la s e g u n d a » .
LUIS. ¡ E a ! Esto acabó. ¡No faltaba m á s ! . . .
PEDRO. C o m o é s e q u i e r a . (Pausa. Quedan todos si-
lenciosos y violentos. Pedro se pasea muy
agitado. Se acerca a la mesa y bebe nervio-
samente un vaso de agua. Acercándose a
Gastón.) Oye, G a s t ó n , ¿ibas q u e r i d o ofen-
derla? ¿Verdad que no?
GASTÓN. ¡Si no la conozco! ¡Cómo h a b í a de o f e n -
derla!...
16

PEDRO. (Con tono cariíwso y arrepentido.) Enton-


ces... p s r d o i i a m e . (¿>c dan un abrazo.)
LUIS. ¡ G r a c i a s a D I O S q u e t e n é i s j uieio !
ÉDU. i v a y a un motivo p a r a u n disgusto!
PEDKO. L s que a C l a r a h a y que re&peiarla.
GASTÓN. ¡ C l a r a ! . . . P e r o ¿ q u i é n es C l a r a ?
PEDRO. La hija del Marqués.
GASTÓN. ¿JJe q u é M a r q u é s ? (Con agitación e impa-
ciencia.)
PEDRO. Del M a r q u é s d e S a l v a t i e r r a .
GASTON. C l a r a ! . . . ¡ E l l a ! . . . ¡ I m p o s i b l e ! . . . ¿ T ú ca-
sarte con C l a r a ? pDelírio!. Locura!.
¡ J actancia!
PEDRO. ¿ P o r q u é ? (otra vez en tono duro.)
GASTÓN. P o r q u e s e r í a Un d e s a t i n o , (otra vez con lono
irónico.)
PEDRO. ¿Por qué?
GASTÓN. Porque... no sería una boda artística. Las
b o d a s d e u n a e n c i n a c a r g a d a de b e l l o t a s
con u n a v i o l e t a e n v u e l t a e n a r o m a s .
PEDRO. Si l a e n c i n a se a r r a n c a l a c o r t e z a t o s c a y
g r o s e r a , y se a h u e c a el c o r a z ó n , y d e él h a -
ce h o n d a y a b r i g a d a « m a c e t a » p a r a l a flor
p e r f u m a d a , y a t i e n e s d e p o s i t a d a a l a viole-
t a en el a l m a d e l a e n c i n a . C o m o este c a s o
he v i s t o m u c h o s e n l a s s e l v a s v í r g e n e s ;
•donde n o h e v i s t o n i n g u n o es en los b o s -
q u e s de artificio.
•GASTÓN. (Conteniéndose.) Bueno. Tanto mejor pa-
r a ti.
PEDRO. (Ya con desconfianza celosa.) ¿ P e r o t ú co-
noces a C l a r a ?
GASTÓN. Sí.
PEDRO. ¿La t r a t a s ? ¿Eres su amigo?... ¿ H a s ha-
b l a d o con ella a l g u n a vez?
•GASTÓN. N o . L a c o n o z c o . . . c o m o s e c o n o c e el cielo
azul... o la estrella lejana.
PEDRO. ¡ A h o r a e r e s t ú el p o é t i c o ! (Con ironía.)
GASTÓN. E s q u e l a p o e s í a e s t á en ella.
PEDRO. M i r a tú cómo a h o r a e s t a m o s conformes.
( ÍASTÓN. (Fingiendo alegría e indiferencia.) La he
v i s t o d o s o t r e s veces. H a c e u n a ñ o , al sa-
l i r del t e a t r o , en el v e s t í b u l o . Se le c a y ó
el p a ñ u e l o ; t u v e l a s u e r t e d e Cogerlo, y se
lo p r e s e n t é r e s p e t u o s o .
PEDRO. A s í se h a c e . ¿Y e l l a ?
GASTÓN. S o n r i ó . . . y m e dio l a s g r a c i a s con su voz
dulce.
PEDRO. N o es v e r d a d .
— 17 —

¡GASTÓN. (Riendo; ya ha recobrado su aplomo.)


¿ Q u e C l a r a n o -lien*; l a voz d u l c e ?
PEDRO. P a r a ti, no.
GASTÓN. ¿Y p a r a ti?
PEDRO. (Con humildad y irisleza.) N o lie h a b l a d o
n u n c a c o n ella; no m e conoce.
GASTÓN. ¿ Y se v a a c a s a r c o n t i g o s i n c o n o c e r t e ?
Te conocía... selvático; n o te conocía «jac-
tancioso».
PEDRO. N O s o y j a c t a n c i o s o c o m o dices. S o y t í m i -
do, m u y t í m i d o . (Se queda pensativo y se
deja caer en un sofá.)
Luis. ¿Que tú eres tímido?
GASTÓN. H a s t a h o y lo h a b í a c r e í d o ; p e r o y a e s t o y
•desengañado.
EDU. L O e s t a m o s t o d o s . (Le rodean riendo para
distraerle del pasado disgusto.)
PEDRO. P u e s lo soy. Os d i g o q u e lo s o y .
Luis. N O lo p r o b a r á s .
PEDRO. Lo p r o b a r e . Oíd. Y o tenía, i n t e r é s e n s e r
a m i g o de u n h o m b r e : de mi s e ñ o r d e m u -
cho r e s p e t o . Me i b a en ello m á s q u e l a v i -
da : ¡la esperanza! Porque sin la esperan-
za, ¿ l a v i d a q u é i m p o r t a ? ¡ B i e n p u e d e
a r r a n c a r s e l o s ojos q u i e n h a d e v i v i r s i e m -
p r e e n ilas t i n i e b l a s ! (Con pasión. Cam-
biando de tono.) P u e s seis m e s e s le e s t u v e
s i g u i e n d o a ese s e ñ o r s i n a t r e v e r m e a p r e -
s e n t a r . ¿ V i a j a b a ? P u e s y o v i a j a b a c o n él.
¿ P a r a b a e n u n h o t e l ? Al h o t e l y o . ¿ T o m a -
ba u n tren? Yo al mismo tren. ¿ U n t r a s -
atlántico? PUES don Pedro V a r g a s al tras-
atlántico. ¡ E r a su s o m b r a ! Y a veis q u é
tontería. ¿Qué m e costaba decirle: «Soy
don P e d r o V a r g a s ; soy u n h o m b r e h o n r a -
d o ; deseo m e r e c e r su a m i s t a d de u s t e d » ?
¿ N o es e s t o ? ¿ E s t á m a l d i c h o ? P u e s e n
«seis m e s e s » n o m e a t r e v í . H a s t a q u e . . .
cierto suceso... m e facilitó l a p r e s e n t a c i ó n .
C o n q u e d e c i d si n o s o y t í m i d o .
GASTÓN. ¿Y cuánto tiempo v a s a necesitar p a r a pre-
s e n t a r t e a C l a r a ? (Siguiendo la. broma.)
Luís. Sí, ¿ c u á n t o t i e m p o ? A v e r , calcula.
PEDRO. (Riendo, con la movilidad de su carácter;
ya le pasó el enojo.) ¡ A h ! . . . De e s o se e n -
c a r g a r á su p a d r e .
GASTÓN. ¿El Marqués?
PEDRO." Justamente.
U N O DE LOS CRIADOS. (Anunciando.) El señor Marqués.
2
- 18 —

E S C E N A VI ;
PEDRO, GASTON, LUIS, EDUARDO y el MARQUES,

PEDRO. (Saliéndole al encuentro.) Don Anselmo...-


digo... señor Marqués...
MAHQ. ¡/Mi q u e r i d o P e d r o ! (Dándole afectuosa-
mente la mano.) ¿ Q u é es eso de M a r q u é s ?
¿•Es q u e n o s t r a t a m o s de e t i q u e t a ?
PEDRO. Dice u s t e d b i e n ; m e j o r es a s í : « D o n A n -
selmo.»
MARQ. P o r h o y . . . D e n t r o de p o c o . . . d e o t r a m a n e -
r a ; y o e s p e r o q u e m e l l a m e s . . . (Quiere decir
cir «¡icidre».)
PEDRO. ¿¡Cómo?... D i g a u s t e d c ó m o .
MARQ. ¿ N O lo a d i v i n a s ? ¡ Q u é t o r p e ! (Volviéndo-
se a los demás.) D i s p e n s e n u s t e d e s ; este
P e d r o m e h a c e p e r d e r la cabeza y ser des-
cortés.
PEDRO. D é j e l e s u s t e d ; s o n a m i g o s ; y a se c o n o c e n
u s t e d e s . (El Marqués, Luis y Eduardo se
dan la mano.) P e r f e c t a m e n t e ; y a se h a n
saludado ustedes. Ahora sigamos nosotros.
GASTÓN. D i s p é n s a m e , p e r o te o l v i d a s d e m í . (A Pe-
dro.) N u n c a h e t e n i d o el h o n o r d e s e r p r e -
sentado al señor Marqués. Preséntame.
PEDRO. B u e n o , te p r e s e n t a r é . Aquí tiene u s t e d a
/Gastón. (Dirigiéndose al Marqués.)
GASTÓN. ¡ Q u é h o m b r e é s t e ! (Riendo.) ¡Ni a p r e -
sentar a un amigo aprendiste!
PEDRO. ¡Ato!... Sí... (Presentándole con cierta se-
riedad.) Gastón Nebreda... m a l a persona...
digo, b u e n a p e r s o n a . Talento... ingenio...
y m u y b u r l ó n . ¡ A h ! . . . R e c o g i ó u n a vez el
p a ñ u e l o dé C l a r a e n el v e s t í b u l o d e l t e a t r o .
Ya e s t á s p r e s e n t a d o .
GASTÓN. Señor Marqués...
MARQ. S e ñ o r d e N e b r e d a . . . (Se dan la mano.)
GASTÓN. No le c r e a u s t e d . N o soy b u r l ó n , a l m e n o s
con l a s p e r s o n a s d e r e s p e t o . Con él es d i s -
tinto.
PEDRO. ¡ E a ! Se a c a b a r o n l a s p r e s e n t a c i o n e s . Y a
se i r á n u s t e d e s c o n o c i e n d o . A h o r a v a m o s
a lo n u e s t r o . (Al Marqués.)
GASTÓN. (Como para • despedirse.) No q u i s i é r a m o s -
molestarles...
Luis. (LO mismo.) De n i n g ú n modo...
EDU. (Preparándose también para marcharse.)
. Y p a r a d e j a r l e s en l i b e r t a d . . .
— 19 —

PEDRO. N o ; eso n o . (Deteniéndoles.) De n i n g ú n


m o d o . D i r í a i s q u e os h e e c h a d o d e m i c a s a .
Que n o conozco l a s conveniencias sociales.
Que soy u n pequeño salvaje.
GASTÓN. ¡Un «pequeño salvaje»! ¡Nunca diré yo
eso!
PEDRO. C o r r i e n t e , p u e s el « m a y o r s a l v a j e » d e e s t a s
regiones civilizadas. Conque n o os m a r -
c h é i s ; n o lo c o n s i e n t o .
"GASTÓN. (Insistiendo.) Sin embargo...
Luis. Ustedes t e n d r á n que hablar...
GASTÓN. De a s u n t o s i n t e r e s a n t e s . . . y s e c r e t o s .
MARQ. Interesantes, s í : secretos, no. Lo q u e y o
v e n í a a decir a P e d r o p u e d e n oírlo todos
sus amigos, y los suyos son los míos.
GASTÓN. Mil g r a c i a s , señor M a r q u é s .
PEDRO. Me a l e g r o ; así n o p o d r á n b u r l a r s e de m í
d e l a n t e d e u s t e d . (Pausa. El Marqués le
mira sonriendo.Pedro le mira con ansie-
dad y como suplicando.)
MARQ. ¿ P o r ' q u é m e m i r a s a s í ? (A Pedro.)
PEDRO. No s é . . . Yo m u c h a s v e c e s m i r o . . . p o r cos-
tumbre... sin saber p o r qué.
MARQ. P u e s y o sí lo &é.
PEDRO. ¿De veras?
GASTÓN. Decididamente, estorbamos. (Levantán-
dose.)
PEDRO. H e d i c h o q u e n o . (Con tono rudo.)
MARQ. ¡ E s t o r b a r ! De n i n g ú n modo. Y l a p r u e b a
es q u e v o y a d e c i r l e a P e d r o . . . lo s i g u i e n -
t e : ((Me m i r a s c o n e s a fijeza y e s a a n s i e -
d a d como p r e g u n t á n d o m e : ¿ H a escrito u s -
t e d esa c a r t a ? L a definitiva, l a q u e h a d e
decidir de m i suerte...» ¡De la t u y a !
¿Acerté?
PEDRO. Acertó usted.
MARQ. P u e s b i e n ; l a lie e s c r i t o , y la t r a i g o ; y h o y
m i s m o se l a m a n d o a C l a r a .
PEDRO. ¡ Ay, Dios m í o , q u é b u e n o es u s t e d ! ¡ C u á n -
to l e d e b o ! (Abrazándose a él conmovido.)
GASTÓN. (Aparte a Eduardo.) (Estas expansiones
d e f a m i l i a ¡me e m p a l a g a n . )
Eou. (Lo mismo a (¡asían.) (Pues vamonos.)
GASTÓN. (No. T e n g o c u r i o s i d a d , m u c h a c u r i o s i d a d
por conocer esa carta. Estoy impaciente, y
si y o p u d i e r a e s t a r n e r v i o s o , lo e s t a r í a . )
EDU. (.Gastón... G a s t ó n . . . )
GASTÓN. (Silencio...)
MARQ. (A Pedro.) ¿Conque m e debes m u c h o ?
— 20 —

PEDRO. ¡ L a v i d a ! O í d l o : le d e b o l a v i d a .
MARQ. P r e c i s a m e n t e lo q u e t e debo a ti.
PEDRO. P o r Dios, d o n A n s e l m o . . .
MARQ. ¿ U s t e d e s n o s a b e n c ó m o se m e p r e s e n t é
p o r vez p r i m e r a ? P r e s e n t a c i ó n a l a a m e r i -
cana.
PEDRO. (Queriendo interrumpirle.) ¡ Don Anselmo!
MARQ. (Sin hacerle caso.) Después de seguirme
seis m e s e s p o r t i e r r a y p o r m a r . s i n a t r e -
verse a d e c i r m e : «Don P e d r o V a r g a s , m u y
servidor de usted...»
.Luis. i'Ah! ¿ E r a u s t e d el de l a h i s t o r i a q u e a n -
tes nos contó?
GASTÓN. LO había adivinado.
MARQ. ¿Contó ya la historia?
LUIS. Pero no completa.
MARQ. L O s u p o n í a . ¡Yo l a c o m p l e t a r é !
.PEDRO. ¡ A y , D i o s del cielo, q u e n o a c a b a n ! (Le
sonroja que cuenten sus heroicidades.)
MARQ. P u e s v i a j á b a m o s j u n t o s en u n t r a s a t l á n t i -
co, c u a n d o n o s a s a l t ó u n a t e m p e s t a d , ¡ y ai
f o n d o c o n el b u q u e ! Se c o g i e r o n l a s l a n -
c h a s c o m o se p u d o . . . es d e c i r , y o n o c o g í
n i n g u n a . P e d r o , sí, p o r q u e es m u y f u e r t e .
Yo m e r e v o l v í a e n t r e l a s o l a s e n c o m e n d a n -
d o m i a l m a a Dios y p e n s a n d o en m i hija...
en m i p o b r e C l a r a . . .
PEDRO. ¡Qué despacio cuenta usted, don A n s e l m o !
P u e s n a d a . . . y o p e n s é : « E s t a es l a o c a s i ó n
de p r e s e n t a r m e . » Me a r r o j é a l a g u a ; en
d o s b r a z a d a s m e a c e r q u é a él, y le d i j e
respetuosamente: «Señor Marqués, permí-
t a m e usted que m e . p r e s e n t e , a u n q u e deplo-
r o l a o c a s i ó n . » L a v e r d a d es q u e n o l a de-
ploraba.
Luis. ¡Magnífico!
EDU. ¡Admirable!
GASTÓN. Admirable, sí; pero extravagante.
MARQ. Y m e cogió en s u s b r a z o s . . . m e s o s t u v o c o n
fuerzas de titán, y m e salvó.
PEDRO. C o n q u e a s í fué m i p r e s e n t a c i ó n , y se a c a -
b ó l a h i s t o r i a . H a b l e m o s de o t r a c o s a .
MARQ. P u e s h a b l e m o s de l a c a r t a p a r a C l a r i t a .
PEDRO. D e eso sí. A h , d o n A n s e l m o , y o t a m b i é n
ducho entre d u d a s y e s p e r a n z a s : olas que
m e precipitan en abismos de n e g r u r a s ;
olas que me llevan a r r i b a , a r r i b a , donde
e s t á el cielo a z u l , el sol, el a i r e q u e sé r e s -
pira... ¡Déme usted la m a n o , don Anselmo!
— 21 —

MARQ. L a s d o s m a n o s . . . ¡ y l a c a i t a ! (Le da la
carta.)
PEDRO. (Cogiéndola con ansia, i ¡ A h ! . . . ¡ M í a !
MARQ. Y c o m o estos s e ñ o r e s s a b e n lo q u e h i c i s t e
por mí, no quiero que m e tengan p o r in-
grato. P u e d e s leerla en voz alta.
GASTÓN. (A Eduardo.) (¡Será curiosa!)
PEDRO. P u e s voy a leerla en voz alta, p a r a q u e
todos gocéis conmigo.
Luis. (A Gastón en voz baja.) (Es mucho supo-
ner.)
GASTÓN. ( ¿ P o r q u i é n lo d i c e s ? )
Luis. ( P o r ti.)
GASTÓN. (¡Ah, malicioso!)
PEDRO. Oíd... o í d el « p r e g ó n » d e m i f e l i c i d a d . (Le-
yendo.) «Querida hija m í a , m i querida
•Clara d e m i a l m a : Llegó el m o m e n t o deci-
sivo. Y a c o m p r e n d e s q u e se t r a t a d o P e -
d r o . T ú s a b e s lo q u e le d e b o : lo q u e le d e -
bemos. P u e s bien, Clarita m í a ; la m a y o r
d i c h a d e m i v i d a s e r í a q u e le a c e p t a s e s p o r
esposo. E s m u y b u e n o , e s ' m u y noble... R e -
s u é l v e t e ; d a m e u n a a l e g r í a . ¡'Si v i e r a s c o n
qué ansia espero t u contestación! ¿Y él?
No l e c o n o c e s p e r s o n a l m e n t e ; s i l e c o n o -
cieses, c o m p r e n d e r í a s lo q u e s u f r e el p o b r e
h i j o m í o , p o r q u e a u n q u e t ú n o lo a c e p t e s . . .
s i e m p r e s e r á m i h i j o . » (L,a lectura de esta
carta, las interrupciones, las entonaciones
diversas... todo queda encomendado al ta-
lento del actor.) ¡Ay, d o n Anselmo! ¡Ay,
p a d r e m í o ! (Abrazándose a él.)
MARQ. S i g u e ; si n o a c a b a .
PEDRO. Ya, ¿para qué?
MARQ. H a y u n a postdata.
PEDRO. ¿¡Sí?... A v e r . . . (Leyendo.) « T e m a n d o ©1
r e t r a t o d e P e d r o . .A m í m e p a r e c e m u y g u a -
po. ¿ Y a ti?» ¡ G r a n i d e a ! . . . ¡ M a g n í f i c a
idea!... ¡Feliz i d e a !
MARQ. Y a te lo decía yo.
PEDRO. - P r e c i s a m e n t e a q u í t e n g o u n a colección de
r e t r a t o s . (Cogiendo las fotografías; todos
se ríen y hablan por lo bajo, dando anima-
ción al cuadro.) A ver... A ver... Ayúden-
me... a y ú d e n m e . . . A y ú d a m e t ú , q u e tienes
b u e n g u s t o . (A Gastón.)
GASTÓN. (Riendo con risa algo siniestra.) Curioso...
¡ M u y c u r i o s o e l c a s o ! ¡ Y a lo c r e o q u e t e
a y u d a r é ! (Todos rodean a Pedro, que va
22 -

examinando las fotografías una por una.


También esta escena queda encomendada
al actor.)
Luis. Veamos...
EDU. (Aparte.) ( ¡ Q u é i d e a l a de este p a p á ! )
GASTÓN. E n t r e el s e ñ o r M a r q u é s y n o s o t r o s v a m o s
a casar a P e d r o ; conque mucho cuidado y
m u c h o tino. Las « p r i m e r a s impresiones son
d e c i s i v a s » . Si n o le g u s t a a l a p r e c i o s a
m a r q u e s i t a el r e t r a t o q u e le m a n d e m o s , P e -
dro está perdido.
PEDRO. (Tomándolo por lo serio.) E s v e r d a d ; d i c e s
¡bien. E s c o s a m u y i m p o r t a n t e . . . A y, D i o s
mío... ¡Dios nos d é b u e n a m a n o ! ¡ A h o r a
m e da un miedo h o r r i b l e ! ¡ Las « p r i m e r a s
i m p r e s i o n e s son decisivas»! Don Anselmo,
¿ y si le p a r e z c o feo a C l a r a ? (Todos se
ríen y hablan entre sí.)
GASTÓN. N O seas modesto.
PEDRO. ¿ Y si le p a r e z c o a n t i p á t i c o ?
MARQ. ¡No digas d e s a t i n o s ! . . .
PEDRO. ¿ Y si de p a r e z c o t o s c o y v u l g a r ? . . . A v e r . . .
a ver... ¿Que les parece esta fotografía?
(Enseñando un retrato.)
GASTÓN. F r a n c a m e n t e , m u y m a l . P a r e c e s u n «oso
negro».
PEDRO. (Tristemente.) Sí... un oso n e g r o . (Miran-
do el retrato.)
MARQ. E n efecto, e s t á n p a s a d a s l a s t i n t a s . . . es
m u y oscura.
PEDRO. ¡ F u e r a ! (Arrojando la fotografía, sobre la
mesa.) ¿Y ésta?... Observen ustedes ésta...
(Enseñando otra fotografía.)
GASTÓN. Poco m a r c a d o ; desvanecidas las t i n t a s ;
m u y d é b i l . . . P a r e c e s u n «oso b l a n c o » .
PEDRO. (Siempre en serio.) P u e d e ser... sí... u n
«oso b l a n c o » . (La echa, sobre la mesa.)
EDU. Podre P e d r o , qué a p u r o s p a s a por encon-
trarse guapo.
PEDRO. P u e s esta... ¿eh?... ¿Qué tal? (Enseñan-
do otro retrato.)
GASTÓN. N O e s t á s de s u e r t e . (Riendo con todos.)
PEDRO. T o d o s los r e t r a t o s te p a r e c e n m a l .
GASTÓN. Es que yo me tomo m u c h o interés por mis
a m i g o s . «Yo q u i e r o . . . q u e t o d o s m i s a m i -
g o s se casen))... y q u e se c a s e n b i e n .
MARQ. Esta... ¡esta e s ' magnífica! ¡Qué gallar-
d í a ! . . . ¡Qué nobleza!... ¡Qué expresión!...
PEDRO. ¡ N o e s t á m a l ! . . . (Mirándola con interés y
— 23 —

cierto placer infantil.) ¡Fuerza... expre-


sión!... ¿Qué dices tú, crítico desconten-
t a d i z o ? (A Gastón.) A q u í n o s o y « u n oso».
Y si d i c e s q u e l o s o y , t e a b r a z o f u e r t e . . .
(Queriendo decir que le ahoya.)
•GASTÓN. Y p r u e b a s q u e lo e r e s .
PEDRQ. D e c i d i d a m e n t e escojo é s t a : l a q u e h a e s -
cogido d o n Anselmo. N o h a y q u e p e n s a r l o
más. V e n g a l a c a r t a . . . v e n g a el s o b r e . . .
(Pretende meter la fotografía en el sobre,
pero el sobre es pequeño y no puede.) Pero
si n o c a b e e n el s o b r e . . . es m u y p e q u e ñ o . . .
es m u y p e q u e ñ o .
GASTÓN. « U n oso» n o c a b e e n n i n g u n a p a r t e , y m e -
n o s e n u n s o b r e : se n e c e s i t a u n a j a u l a .
PEDRO. Estás pesado... ¡pesado de v e r a s ! Las gra-
cias, p a r a ser graciosas, n o h a n de ser
« p l o m i z a s » . (Algo enojado.)
GASTÓN. ¿ E S que te enfadas?
PEDRO. NO m e enfado... pero...
GASTÓN. Quiero d e s e n o j a r t e ; y en p r u e b a de m i
afecto... v o y a c o n t r i b u i r , s i q u i e r a s e a e n
m í n i m a p a r t e , a tu. f e l i c i d a d . D a m e e s a
c a r t a y. t u r e t r a t o .
PEDRO. ¿ P a r a qué?
GASTÓN. ¿ N o te fías de mí?
PEDRO. Y a l o c r e o . (Sin embargo vacila.)
GASTÓN. P u e s venga la carta y tu fotagrafía. Me
, v o y a t u d e s p a c h o ; b u s c o u n s o b r e q u e se
a c o m o d e «a t u t a m a ñ o » . . . a r r e g l o t u r e t r a -
to... u n a cubierta... u n a c i n t a vistosa... y
h a b r é tomado p a r t e en esta difícil'y sim-
p á t i c a o b r a d e t u d i c h a f u t u r a . . . (Dice esto
en forma cortés y cariñosa.)
PEDRO. ¡Magnífico!... ¡Gracias!... ¡Mi buen Gas-
t ó n ! . . . ¡ T o m a ! . . . (Le da con efusión la
carta y la fotografía.)
•GASTÓN. (Le niira sonriendo.) S o y con u s t e d e s , se-
ñ o r e s . (Sale por la derecha.)

ESCENA VII
PEDRO, el MARQUES, LUIS y EDUARDO
Luis. (A Eduardo.) ( N o m e fío d e G a s t ó n . )
EDU. (A Luis.) ¿Por qué?
PEDRO. E n el f o n d o , ¡ q u é b u e n o es G a s t ó n , q u é c a -
r i ñ o s o ! ¿ N o le p a r e c e a usted, d o n Ansel-
mo?
MARQ. C i e r t a m e n t e . . . u n a p e r s o n a m u y fina... y
de b u e n i n g e n i o .
PEDRO. Y m u y b r a v o : se j u e g a l a v i d a . . . p o r c u a l -
quier cosa.
MARQ. Mal hecho. L a vida vale mucho p a r a ju-
g á r s e l a p o r f r u s l e r í a s . N o s l a dio Dios
no h a y que despreciarla.
PEDRO. Quise decir que Gastón n u n c a tiene miedo.
¿ S a b e u s t e d (Al Marqués.) cómo nos c o n o -
c i m o s ? ¿ O s a c o r d á i s ? (A Luis y Eduardo.)
Luis. Y a lo c r e o . ¡ B u e n o s d í a s n o s h i c i s t e i s p a -
sar !
PEDRO. L a p r i m e r a vez q u e n o s e n c o n t r a m o s e n el
m u n d o G a s t ó n :.y y o , r e ñ i m o s e s t r e p i t o s a -
m e n t e , f e r o z m e n t e . ¡ E l se b u r l ó de m í ! . . .
A h o r a t a m b i é n se b u r l a ; p e r o a h o r a es u n
b u e n a m i g o . De u n a m i g o se s u f r e t o d o ;
de u n e x t r a ñ o , n a d a . D i g o . . . m e p a r e c e . . .
P u e s se b u r l ó de m í , y y o le m a l t r a t é de
p a l a b r a . . . y «de o b r a » : a v e c e s soy m u y
b r u t a l . Al d í a s i g u i e n t e n o s b a t i m o s , y h e -
ridos q u e d a m o s los d o s : pero su h e r i d a
f u é m á s g r a v e q u e l a m í a . P o r q u e yo s o y
m á s f u e r t e . . . p o r e s o ; m á s v a l i e n t e q u e él,
no, n o lo soy.
MARQ. L o c u r a s de l a j u v e n t u d .
PEDRO. Después h e m o s sido m u y a m i g o s .
MARQ. M a l a s son l a s b r o m a s .
Luis. Y peligrosas.
MARQ. De u n a b r o m a a u n a e s t o c a d a . . . h a y p o c o
camino.
ESCENA VIII
PEDRO, el MARQUES, LUÍS y EDUARDO; GASTON
entra con un pliego cerrado y sellado con sus cinco
sellos de. lacre.
GASTÓN. Y a e s t á a q u í c o n s u s « c i n c o sellos» de l a -
cre : p a r e c e n « c i n c o g o t a s de' s a n g r e » . De
tu s a n g r e , P e d r o , ¡ q u é es t a n e s p e s a y t a n
e n c a r n a d a ! Y a la conozco.
PEDRO. Y y o l a t u y a . (Dándole la mano noble-
mente.)
GASTÓN. Tome usted, señor Marqués. (Dándoselo.)
P e r o debe u s t e d c e r t i f i c a r l o : es m u y i m -
p o r t a n t e . E l p o r v e n i r v a en él.
MARQ. Sí; ahora mismo.
PEDRO. P u e s n o p e r d a m o s u n m i n u t o . Don A n s e l -
mo, v a y a u s t e d en s e g u i d a .
— 25 —

MARQ. -Ya v o y , h o m b r e ; y a v o y .
PEDRO. ¡ P r o n t o ! . . . ¡Don Anselmo!...
MARQ. S e ñ o r e s . . . D o n L u i s . . . (Despidiéndose; se-
dan la mano.)
Luis. Señor Marqués...
MARQ. A m i g o m í o . . . (A Eduardo.)
EDU. S i e m p r e s u y o . . . (Se despiden.)
MARQ. (A Gastón") Señor mío... he tenido u n a
v e r d a d e r a satisfacción...
GASTÓN. H a sido u n h o n o r p a r a mí... Y espero que
n o s e r á e s t a l a ú l t i m a vez q u e n o s v e a m o s .
MARQ. L O c e l e b r a r é infinito.
PEDRO. Q u e se h a c e t a r d e . . . V a m o s , v a m o s . . . (Le
lleva hacia el fondo. El Marqués se lleva
consigo la carta. Gastón, Luis y Eduardo
forman en primer término un grupo, mien-
tras en el fondo se despiden Pedro y el
Marqués.)
EDU. (A Gastón.) T i e n e s el g e s t o b u r l ó n .
Luís. Tienes la cara que reservas p a r a las gran-
des infamias.
GASTÓN. ¿ N O s a b é i s lo q u e diice? (Con misterio y
malicia.)
EDU. ¿Qué h i c i s t e ?
GASTÓN. S i l e n c i o . . . s i l e n c i o . . . No p u s e el r e t r a t o d é
P e d r o : m e q u e d é con él. (Se ríe sarcásti-
camente: una risa traidora.)
Luis. ¡Gastón!...
GASTÓN. « P u s e el m í o » .
Luis. ¡ G a s t ó n ! , . . (Sin poder dominar su indig-
nación.)
EDU. ¡ G r a c i o s í s i m o !... ¡ A d m i r a b l e ! . . . ¡ Q u é c a -
r a p o n d r á P e d r o c u a n d o lo s e p a !
GASTÓN. C l a r a g a n a en. el c a m b i o . ¿ S e a c o r d a r á
de m í C l a r a ? Yo n u n c a l a olvido.
Luis. L a b r o m a es m á s s e r i a d e lo q u e p r e s u m e s . .
GASTÓN. ¿Y qué?
Luis. Te puede costar cara.
GASTÓN. ¿ S a n g r e acaso? ¿Y qué?
Luis. ¡Gastón!... ¡Gastón!
EDU. ¡.Delicioso!... ¡ I n g e n i o s o ! . . . ¡ F i n del si-
g l o ! . . . ¡ P a r a P o d r o , el fin d e l m u n d o ! . . .
¡ P a r a G a s t ó n , el p r i n c i p i o del c i e l o !
PEDRO. (Después de despedir al Marqués viene al
primer término muy alegre.) ¡Los bra-
z o s ! . . . ¡los b r a z o s ! . . . ¡ T o d o s ! . . . ¡ t o d o s ! . . .
¡ U n a b r a z o , G a s t ó n ! ¡ Q u é feliz s o y !

FIN DEL ACTO PRIMERO


ACTO SEGUNDO
L a m i s m a decoración del acto p r i m e r o . E s de día.

ESCENA PRIMERA
ADELA, LOLA y CRIADO f° (o 2."). Entran por
el fondo acomyañadas del Criado.

ADELA. D i g a u s t e d a la s e ñ o r a q u e dos a m i g a s su-


y a s d e s e a n v e r l a . (Al Criado.)
CRIADO. Si la señora tiene la bondad de decirme a
quién debo a n u n c i a r .
ADELA. (A 'Lola.) ¿ D e c i m o s n u e s t r o s n o m b r e s ?
LOLA. No... no... La s o r p r e s a s e r á m a y o r no sa-
b i e n d o q u i é n e s s o m o s . C o n s e r v e m o s el i n -
cógnito.
ADELA. (Al Criado.) Y a lo o y e u s t e d . D o s a m i g a s
de ((pensión». (El Criado se inclina y sale
por la dereclia.)

ESCENA II
ADELA y LOLA. Las dos son jóvenes, muy jóvenes;
pero Adela es casada y tiene un poco más de serie-
dad que su compañera. Lola es soltera, vivaracha,
algo aturdida, habla sin pensar lo que dice: mucha
movilidad.

ADELA. ¿ C u á n t o t i e m p o h a c e q u e no h a s visto a
Clara?
LOLA. El m i s m o t i e m p o que t ú : creo que cinco
a ñ o s . N o . . . a g u a r d a . . . (Haciendo memoria.)
¡Salisle d o s a ñ o s a n t e s q u e n o s o t r a s p a r a
c a s a r t e . E s u n a de l a s v e n t a j a s q u e t i e n e
el c a s a r s e : s a l i r de l a p e n s i ó n . C l a r a s a -
lió a l a ñ o s i g u i e n t e . Y y o l a ú l t i m a . L a ú l -
t i m a en t o d o . ¡ Q u é d e s g r a c i a d a , s o y ! L a
ú l t i m a en l a c l a s e ; l a ú l t i m a e n s a l i r d e
¿a p e n s i ó n , y t a m b i é n s e r é l a ú l t i m a e n c a -
sarme.
E n el r e i n o d e los c i e l o s , los ú l t i m o s s o n
los p r i m e r o s . (Riendo </ haciéndole un
mimo.)
S í ; p e r o en l a t i e r r a , los ú l t i m o s . . . s o n l o s
últimos.
¡ C u á n t o deseo d a r u n a b r a z o a C l a r a !
Y dime, ¿es v e r d a d que está c a s a d a ?
Sí, h i j a .
P e r o si m e a s e g u r a s t e a l v e n i r q u e n o e s t á
el m a r i d o . ¿ C ó m o se p u e d e c a s a r u n a m u -
j e r s i n t e n e r u n m a r i d o a m a n o , o p o r lo
m e n o s «a l a v i s t a » ?
E s q u e se h a n c a s a d o « p o r p o d e r e s » .
¡ A h ! . . . ¡ Y a ! . . . (Sin comprenderlo bien.)
¿ Y es lo m i s m o c a s a r s e « p o r p o d e r e s » q u e
«del o t r o m o d o » . . . c o m o t ú ? . . .
Lo m i s m o . « E l lazo», d e t o d a s m a n e r a s «es
indisoluble».
¡Qué cosa t a n s i n g u l a r ! . . . ¿Y por qué no
h a v e n i d o el e s p o s o ?
T e d i r é . T e d i r é lo q u e m e h a n d i c h o . P a -
r e c e q u e , c o n c e r t a d a l a b o d a , se f u e r o n a
M a d r i d el M a r q u é s y el s e ñ o r d e V a r g a s ,
a r e s o l v e r n o sé q u é a s u n t o s . P e n s a b a el
M a r q u é s d e s p a c h a r p r o n t o , irse a Améri-
c a y t r a e r s e a C l a r a . P e r o c a y ó e n f e r m o de
a l g u n a g r a v e d a d . N a d a le dijo a C l a r a p o r -
q u e n o se a l a r m a s e ; p e r o p a s a b a t i e m p o ,
n o m e j o r a b a el p o b r e d o n A n s e l m o , el fu-
t u r o se v o l v í a loco d e d e s e s p e r a c i ó n ; y al
fin, c o m p a d e c i d o el M a r q u é s , r e s o l v i ó t e r -
m i n a r l a b o d a « p o r p o d e r e s » . Se c a s a r o n
P e d r o y C l a r a , y a n o c h e llegó C l a r a a c o m -
p a ñ a d a de s u t i a d o ñ a G e r t r u d i s .
Y a . . . y a lo c o m p r e n d o .
H a y m á s . Q u e el e s p o s o , c o n su. p a p á p o l í -
tico, d e b e n l l e g a r « h o y m i s m o » d e M a d r i d .
Me a l e g r o , m e a l e g r o ' m u c h í s i m o ; y si vi-
niese estando yo aquí, mejor. ¡Qué g a n a s
t e n g o d e c o n o c e r l e ! ¡ M e g u s t a io q u e n o
t e p u e d e s f i g u r a r el c o n o c e r a l o s m a r i d o s
d e m i s a m i g a s ! ¡A v e r q u é c a r a t i e n e n ! . . .
(Riendo.) ¡Soy m u y curiosa!
¿ Y n o d e s e a s c o n o c e r (cal t u y o » ?
¿ E l m í o ? ¿Mi m a r i d o ? ¡ P e r o si n o se s a b e
quién será!
— 28 —

ADULA. Pues por eso.


LOLA. ¿ Y c ó m o es P e d r o ? ¿ N o se l l a m a P e d r o ?
ADELA. S Í ; P e d r o se l l a m a .
LOLA. ¡ Q u é n o m b r e t a n feo... t a n p r o s a i c o ! ¡ S i
se l l a m a s e Adolfo, o A r t u r o , o E r n e s t o !
P e r o , ¡ P e d r o ! . . . ¡ Q u i t a a l l á ! . . . ¿ Y es r i c o ?
ADELA. I n m e n s a m e n t e rico.
LOLA. i Qué g u s t o ! ¿De modo que C l a r a p o d r á
gastar mucho?
ADELA. T o d o lo q u e q u i e r a .
LOLA. A S Í deben ser los m a r i d o s . ¿Y es g u a p o ,
fino, e l e g a n t e ?
ADELA. N O lo sé. N o l e c o n o z c o , y C l a r a t a m p o c o .
LOLA. P e r o , ¿ c ó m o se h a c a s a d o C l a r i t a s i n c o -
nocerle?
ADELA. Y a ves tú... las circunstancias. Te diré,
«en r e s e r v a » , q u e y o c r e o q u e el M a r q u é s
t e n í a p r i s a e n a t r a p a r a l m i l l o n a r i o . Le
•daría m i e d o el m o r i r s e s i n h a b e r h e c h o l a
boda. Así s o n los p a d r e s .
LOLA. De t o d a s m a n e r a s , n o lo e n t i e n d o . C a s a r s e
«por poderes», p a s e : pero «enamorarse
p o r p o d e r e s » , n o sé c ó m o p u e d e s e r . Y c a -
s a r s e s i n e s t a r e n a m o r a d a . . . h e oído d e c i r
q u e es m a l a c o s a . (Con seriedad cómica.)
ADELA. P u e s se d a n c a s o s , y C l a r a es u n a h i j a
obediente y cariñosa."
LOLA. N o . . . p u e s m i r a . . . p e n s á n d o l o b i e n , « n o es
t a n raro». ¿ T e a c u e r d a s de Luisa? Nues-
tra amiga : aquella morenita t a n avispa-
da. Tenía un h e r m a n o teniente d e Caballe-
r í a , y ella s i e m p r e m e e s t a b a h a b l a n d o d e
su h e r m a n o . - Me e n s e ñ ó u n r e t r a t o , y y o ,
con el r e t r a t o y lo q u e L u i s a m e d e c í a . . .
c r e o q u e m o e n a m o r é del t e n i e n t e . (Con
mucha, volubilidad.) S í . . . s í . . . lo c o m p r e n -
. d o : puede u n a e n a m o r a r s e «por poderes».
ADELA. P o r q u e tú eres m u y vehemente.
LOLA. !Y C l a r a m á s ! ¡ C l a r a da, m i e d o ! R e c o n -
c e n t r a d a ; p e r o . . . C l a r a . . . en fin... y a l a co-
noces.
ADELA. E S verdad.
LOLA. i Y n o v i e n e C l a r i t a ! (Se levanta impacien-
te i/ va a las puertas a observar.) ¡Tengo
u n o s d e s e o s d e verla,; A v e r si c o n el c a s a -
miento « h a cambiado». V n observo q u e to-
d a s m i s a m i g a s , en c u a n t o se c a s a n , ((cam-
b i a n » . Y o , c o n v e r l a s , conozco e n s e g u i d a
— 29 —

si se 'lian c a s a d o o n o . T i e n e n u n n o sé
qué.
ADELA. P u e s me parece que Clarita no h a b r á cam-
biado.
LOLA. M u j e r , ¿ q u é c o s a s d i c e s ? P u e s si l l e v a « m á s
de u n mes de casada».
ADELA. P e r o está c a s a d a «por poderes». (Riendo.)
LOLA. ¡ Qué m á s d a ! . . . P a r a tener otro aspecto...
es lo m i s m o . P e r o , c a l l a . . . c r e o q u e v i e n e . . .
sí, v i e n e . . . Voy a t a p a r m e l a c a r a a v e r si
m e c o n o c e . . . ¡Ay, C l a r i t a , c u á n t a s c a c h e t i -
n a s me tienes d a d a s !

ESCENA III
ADELA ¡i LOLA; CLARA, por la derecha.

CLARA. Dispensen ustedes... Me h a n dicho... Pe-


r o . . . ¡ D i o s m í o . . . si es A d e l a ! . . .
ADELA. ¡ C l a r i t a m í a ! (Se abrazan cariñosamente.
Lola, a cierta distancia, riendo y tapándose
infantilmente la caía con la mano.)
CLARA. ¡Mujer, qué herniosa estás, pero qué cam-
biada !
LOLA. ¡ Y a lo c r e o ! . . . Y a m í , ¿ n o m e c o n o c e s ?
¡A q u e n o m e c o n o c e s !
CLARA. ¡Toma... también me traes u n a mascari-
t a ! . . . A ver... a ver. A c é r c a t e . . / S í . . . ¡sí t e
conozco! ¡Lola!... ¡Lolilla!
LOLA. ¡ C l a r i t a ! . . . (Saltándole al cuello.)
CLARA. ¡Qué alegría t a n g r a n d e ! . . . ¡Qué b u e n a s
s o i s ! . . . ¡ V e n i r a v e r m e en s e g u i d a ! . . . P e -
ro, ¿ c ó m o h a b é i s s a b i d o m i l l e g a d a ? . . .
ADELA. P o r los p e r i ó d i c o s s u p e q u e i b a s a l l e g a r ,
y t o d o s los d í a s m a n d a b a u n c r i a d o a p r e -
g u n t a r si h a b í a s l l e g a d o . ¡ A h í t i e n e s , q u é
cosa tan fácil!
CLARA. ¡Siempre ian cariñosas, t a n m o r u n a s ! . . .
¡Mis a m i g a s í n t i m a s , mis i n s e p a r a b l e s ! . . .
Venid, venid... Sentémonos juntas... como
en el j a r d í n de l a p e n s i ó n , en l a s h o r a s d e
r e c r e o . ¿Os a c o r d á i s ? Y a s í j u n t i t a s t o m á -
b a m o s n u e s t r a « m e r i e n d a » , c o m o se dice
en E s p a ñ a : nuestro «gouier», como decía-
m o s allá. (Se sientan formando un grupo
íntimo y poético.) ¡Qué tiempos aquellos,
niñas mías!
LOLA, P u e s y o e s t o y m á s a g u s t o f u e r a de l a
«pensión»: no me riñen, no me obligan a
— 30 —

estudiar lecciones, y de un día a otro....


(Se detiene.)
CLARA. ¿Qué?
ADELA. A C a c a r é p o r e t l a : «de u n d í a a o t r o , m e
s a l e u n n o v i o y m e c a s o » . (Se ríen las tres
como tres niñas.)
LOLA. N O ; si t o d a v í a n o t e n g o n o v i o . D e s d e q u e
salí de l a «pensión no ne vuelto a tener no-
vio)). (Se echan a reír otra vez.)
CLARA. S i e m p r e lo m i s m o : n o h a c a m b i a d o .
LOLA. V a y a u n a g r a c i a , como que estoy soltera..
T ú sí. (A Clara.) Y a lo d e c í a y o . (Volvién-
dose a Adela.) E r a preciso. Te e n c u e n t r o ,
m á s h e r m o s a (A Clara.); p e r o m á s f o r m a l ,
m á s severa... ¡ u n a inquietud poética... u n
desasosiego romántico!...
ADELA. L a g r a v e d a d d e l n u e v o e s t a d o . Ya v e s t ú ,
¡una señora casada!
LOLA. A v e r . . . a v e r . . . q u e te o b s e r v e d e s p a c i o .
(A Clara. La mira por todas partes con cu-
riosidad cómica.) ¡Un poco pálida!...
¡Ojos l á n g u i d o s ! . . . ¡ U n a mezcla de m e l a n -
colía y d e t r i s t e z a ! . . . ¡ U n a tristeza ale-
gre!... ¡Tienes la m i s m a cara que tenías
en t i e m p o d e e x á m e n e s ! . . . ¡Aquella a n s i e -
d a d ! . . . ¡ N a d a , n a d a . . . lo m i s m o q u e c u a n -
do i b a n a e x a m i n a r t e ! . . . (Todas se echan
a reír; pero Clara un poco avergonzada.)
ADELA. ¡Qué cosas dice esta L o l a !
LOLA. T o m a , yo d i g o la v e r d a d . Yo t e n g o m u c h a
penetración, por m á s que digáis vosotras...
ADELA. P e r o , c r i a t u r a (A Lola.), C l a r a está espe-
r a n d o a s u e s p o s o . E s t á p a r a l l e g a r . . . y se
c o m p r e n d e q u e esté a n s i o s a . . . y c o n m o v i d a .
LOLA. ¿ P e r o de v e r a s n o l e c o n o c e s ? (Pausa. Cia-
ra se ríe; las otras la observan con afán.)
No m i e n t a s : tú no h a s sido n u n c a e m b u s -
tera. Altiva, s í ; orgullosa, t a m b i é n ; m a l
genio, a l g u n a s veces:..; b u e n a y leal, siem-
pre...; pero embustera, nunca.
CLARA. L a m e n t i r a es h u m i l l a n t e ; m e r e p u g n a .
LOLA. Bueno, pues entonces me dirás la verdad.
¿'Conocías a t u n o v i o . . . d i g o , a t u m a r i d o ?
CLARA. ¡ Q u é c u r i o s a e r e s ! . . . S í ; le c o n o c í a .
ADELA. N O te r u b o r i c e s , t o n t i n a .
LOLA. Ya, ¿ p a r a qué?
CLARA. E S d e c i r . . . le c o n o c í a . . . y n o le c o n o c í a .
LOLA. ¿ Y c ó m o es e s o ?
CLARA. Del m o d o m á s n a t u r a l .
- - ;íi

LOLA. A ver cómo.


CLAHA. P a p á m e m a n d ó el r e t r a t o d e P e d r o . (Son--
riendo.)
ADELA. Y a . . . o i c e s b i e n ; es n a t u r a l . '
LOLA. ¿ Q u e c o n o c e s el r e t r a t o d e t u m a r i d o ? ¡ Q u é .
g r a c i a ! E s o no e s c o n o c e r l e .
CLARA. Ya ves tú... ¡ p a p á le debe t a n t o ! Dice que
le debe la viua. P o n g a m o s q u e e x a g e r a p o r
b o n d a d ; s i e m p r e q u e d a q u e le d e b e m u -
cho. Y p a p á H u b i e r a t e n i d o u n d i s g u s t o t a n .
g r a n d e si yo n o h u b i e r a c o n s e n t i d o . . . ¡ Y o
p o r m i p a d r e lo doy t o d o : v i d a , f e l i c i d a d . . .
todo!
LOLA. Perfectamente.
ADELA. E S O hace u n a buena hija.
LOLA. P e r o precisemos la cuestión. ¿Tú no ha-
bías visto n u n c a a tu futuro h a s t a que pa-
p á t e m a n d ó l a f o t o g r a f í a de d o n . P e d r o ?
CLARA. ¡ Q u é L o l a ! (Esquivando la contestación.)
LOLA. (Palmo te ando.) T e c o g í . A esto h a s de c o n -
testar.
ADELA. E s t a L o l a es t e r r i b l e .
LOLA. C u i d a d o , q u e t a n t o se m i e n t e c o n el s i l e n -
cio m a l i c i o s o c o m o c o n l a m e n t i r a d e s c a -
r a d a . No te m e e s c a p a s , h i p o c r i t i l l a .
CLARA. (En un momento de expansión.) P u e s sí...
con v o s o t r a s n o q u i e r o s e r r e s e r v a d a . L e
h a b í a visto a n t e s . . . (Se acerca y les habla
con misterio; el grupo se estrecha.) No sa-
b í a q u i é n e r a , n o h a b í a h a b l a d o c o n él, pe-
ro le h a b í a v i s t o . ¿ F u é p r e s e n t i m i e n t o ?
¡Quién s a b e ! Le vi, y su i m a g e n q u e d ó
g r a b a d a en m i s p u p i l a s p a r a s i e m p r e .
C u a n d o r e c i b í el r e t r a t o q u e m e m a n d ó m i
p a d r e , n o t u v e m á s q u e c o m p a r a r . ((¿Es-
te?...» Y c e r r é l o s o j o s , y m i r é d e n t r o d e
•mí, y r e p e t í : «Sí, es é s t e . . . es a q u é l . » Q u é
a l e g r í a : i g u a l e s ; e r a n i g u a l e s el r e t r a t o
q u e m e m a n d a b a y el q u e y o l l e v a b a en el
a l m a . Me h u b i e r a s a c r i f i c a d o p o r m i p a -
dre, p e r o y a n o t u v e q u e s a c r i f i c a r m e :
acepté de corazón.
LOLA. ¡ M u y b o n i t o ! ¡Y m u y p o é t i c o ! ¡ Y m u y
n o v e l e s c o ! Así q u i s i e r a y o c a s a r m e . Q u e
r e s u l t a r a q u e m i m a r i d o e r a el t e n i e n t e ,
h e r m a n o de mi a m i g a .
ADELA. ¡ Q u i é n s a b e ! (A Lola.) P e r o sigue... s i -
g u e . . . (A Clara.)
CLARA. '¡Si lo b e d i c h o todo!.'
- 32 -

LOLA. Tocio n o . ¿ D ó n d e le v i s t e ? ¿ C ó m o ? ¿ C u á n -
do? ¿ C u á n t a s veces? Señor, h a y que p u n -
tualizar las cosas.
ADELA. Si n o es q u e te m o l e s t a n n u e s t r a s p r e g u n -
tas.
CLARA. ¡Quieres callar! ¡Molestarme vosotras!...
A n i e s de q u e v i n i e s e i s , t o d o eso lo estaba,
yo h a b l a n d o c o n m i g o m i s m a : ¡ a h o r a lo
h a b l a r é con m i A d e l a y m i L o l a ! (Con
mucho cariño.)
ADELA. 'Siempre t a n b u e n a y siempre t a n franca.
LOLA. C o n q u e ¿ d ó n d e le v i s t e ?
CLARA. Al s a l i r del t e a t r o . . . e n el v e s t í b u l o ; v i u n
caballero... que me llamó la atención: esta
es l a v e r d a d .
LOLA. ¿ E S m u y g u a p o ? ¡ Q u é g u s t o si es g u a p o ! . . .
¡No, l o d i g o c o n f r a n q u e z a ; a m í m e g u s t a
q u e l o s - m a r i d o s de m i s a m i g a s s e a n g u a -
pos! ¡Qué h o r r o r , trata)' gente fea!
ADELA. Basta, niña, basta.
CLARA. ¿ G u a p o ? N o s é . . . Me p a r e c e q u e sí. E s fino
sin a f e c t a c i ó n : e l e g a n t e s i n e x a g e r a c i o n e s
r i d i c u l a s ; h a y en él u n n o sé q u é de e n e r -
g í a . . . S u voz es d u l c e y c a r i ñ o s a .
LOLA. ¡Te cogí! ¿No decías que n u n c a h a b l a s t e
c o n él?
ADELA. Tiene r a z ó n Lola.
CLARA. N O ; OS d i j e l a v e r d a d : n o h e h a b l a d o c o n
él n u n c a . E s t á b a m o s én el v e s t í b u l o . . . él
h a b l a b a con. s u s a m i g o s y yo o í a s u voz.
LOLA. P o n í a « l a voz d u l c e » p o r q u e s a b í a q u e le
e s t a b a s o y e n d o . . . L o s h o m b r e s s o n a s í . ¡Si.
lo s a b r é y o !
ADELA. ;TÚ?
LOLA. S Í , y o . E s o h a c í a s i e m p r e el t e n i e n t e c u a n -
d o e s t a b a en el « p a r l o i r » d e l a p e n s i ó n con
su h e r m a n a . «Querida Luisa», con voz gor-
da. E n t r a b a yo : «Querida Luisa», con u n a
voz finísima. (Ella imita las dos entonacio-
nes.) P e r o s i g u e . . . s i g u e . . . (A Clara.)
ADELA. Si no la dejas.
LOLA. Ya me quedé m u d a .
CLARA. P u e s y o le m i r é . . . s i n q u e r e r . . . Me d i s t r a -
j e y se m e c a y ó el p a ñ u e l o .
LOLA. Yo t a m b i é n lo «he d e j a d o c a e r » v a r i a s v e -
oes. (Adela y Clara se echan a reír.)
CLARA. N O , h i j a ; p o c o a p o c o . Yo «no le dejé c a e r ,
se c a v ó él».
— 33 —

LOLA. S o n . m u y Iru-viesos 4os p a ñ u e l o s de l a s se-


ñoritas.'
CLARA. T o d o s los c a b a l l e r o s q u e e s t a b a n c e r c a se
¡ p r e c i p i t a r o n p a r a 'cogerlo. E l fué m á s l i s t o
q u e t o d o s , y m e lo p r e s e n t ó , r e s p e t u o s a -
mente, diciendo: «Señorita.» N a d a m á s ;
n o dijo m á s : os lo j u r o .
LOLA. ¿Y tú?
CLARA. N o s é . . . n o r e c u e r d o . . . Me p a r e c e q u e m e
incliné y que me puse m u y encendida.
LOLA. i Qué c o s a t a n l i n d a ! . . . V e r o s d o s v e c e s en
la vida... y y a casados. La p r i m e r a : «¡Se-
ñ o r i t a ! » y d a r t e el p a ñ u e l o . L a s e g u n d a :
« ¡ C l a r a ! ) ) y d a r t e los b r a z o s . P o r q u e y o
c r e o q u e os a b r a z a r é i s . ¿ P o r q u é n o ? M a -
r i d o y ' m u j e r . . . ¡ A y ! Yo q u i e r o e s t a r p r e -
sente.'
ADELA. ¡ P o r Dios, L o l a !
CLARA. ¡Qué cosas dices!
LOLA. ;.Qué t i e n e de p a r t i c u l a r lo q u e d i g o ? E s -
t á n c a s a d o y se e n c u e n t r a n «¡ t r a s l a r g a
ausencia!». Tras «larga ausencia» la gente
se a b r a z a s i e m p r e , y m á s s i e n d o m a r i d o y
m u j e r . H a s t a es u n a o b l i g a c i ó n . A m í m e
g u s t a q u e se c u m p l a n l a s o b l i g a c i o n e s .
ADELA. M e n o s en l a p e n s i ó n .
LOLA. Porque era muy niña.
ADELA. Niña... n i ñ a sigues siéndolo.
LOLA. (A Clara.) ¿ Y n o le v o l v i s t e a v e r ?
CLARA. ¡Lo'lilla! (Se vé que excusa el contestar.)
LOLA. Contesta... contesta.
CLARA. D O S O t r e s v e c e s a. lo s u m o .
LOLA. ; D ó n d e ? ¡Ves t ú c ó m o lo va c o n f e s a n d o
t o d o ! (A Árlela.)
CLARA. En p a s e o ; y o iba en c o c h e y él p a s a b a a
caballo.
LOLA. ¿Y m o n t a b i e n ?
CLARA. A m í m e p a r e c e q u e sí. ¡ M u y g a l l a r d o ! No
d i r á s q u e soy h i p ó c r i t a v r e s e r v a d a .
LOLA. A S Í m e g u s t a . ¿ Y se d a b a p o r e n t e n d i d o ?
CLARA. Miraba... m i r a b a . . . como queriendo salu-
dar.
LOLA. ;.Y tú?
CLARA. M u j e r . . . yo m e h a c í a l a d i s t r a í d a .
LOLA. ¡ Qué ingratitud!
CLARA. C o n q u e y a lo s a b é i s t o d o .
LOLA. Todo, no.
CLARA. ¿Pues qué m á s quieres saber? (Haciéndo-
le un mimo.)
3
Si h a s p e n s a d o m u c h o en él.
(Caita vez más expansiva y animada.) Sí;,
h e p e n s a d o m u c h o en P e d r o . S i e m p r e m e
parecía que estaba ante mí presentándo-
m e el p á l m e l o . ¿'Seré y o t a m b i é n n i ñ a ? S o n
c o s a s d e a r r i b a : es q u e Dios m e o r d e n a b a
q u e p e n s a s e en P e d r o ; e r a c o m o si u n a voz
m i s t e r i o s a m e d i j e s e : « P i e n s a e n él, a c o s -
túmbrate a quererle; m i r a que v a a ser
t u m a r i d o . » Y c o m o el t r a t o e n g e n d r a ca-
r i ñ o . . . c o n el t r a t o l l e g u é a q u e r e r l e m u c h o .
¡ V a y a u n t r a t o ! A s í h e t r a t a d o y o al t e -
n i e n t e . . . es d e c i r , con l a i m a g i n a c i ó n . . . d o s
a ñ o s , y n o m e m u e r o p o r él.
E s q u e é s t a (Por Ciara.) t i e n e m u c h a i m a -
ginación. Cuidado, c u i d a d o ; tu cabecita,
con s e r t a n f o r m a l , m e d a m á s m i e d o q u e
i a de. é s t a c o n t o d a s s u s l o c u r a s .
Al fin m e h a c e s j u s t i c i a .
(Pensativa.) P u e d e ser que t e n g á i s razón.
S i . . . e s t o s s u e ñ o s . . . e s t a i d e a . . . este v i v i r en.
un m u n d o q u e n o es el m u n d o de l a r e a l i -
d a d . . . q u e es u n m u n d o q u e y o m e f o r j o . . .
me da miedo. P o r fortuna, mis sueños de
ayer... son realidades hoy.
¿ Y c ó m o l e d e j a s t e d e v e r ? Q u i e r o saberlo-
t o d o , t o d o . E n l a n o v e l a , y en el d r a m a , y
en l a v i d a q u i e r a q u e t o d o se e x p l i q u e m u y
c l a r i t o ; p a r a eso t e l l a m a s C l a r a . S e ñ o r ,
« r e m a t a r las cosas».
P u e s a los p o c o s d í a s m e llevó m i p a d r e -
a A m é r i c a y se a c a b ó el c a b a l l e r o d e l p a -
ñuelo. (Sonriendo.)
Se a c a b ó e l p e r s o n a j e r e a l y e m p e z ó el p e r -
sonaje soñado. H a y que tener m u c h o cui-
d a d o con esos p e r s o n a j e s «de los s u e ñ o s » .
Como no tienen n i n g ú n defecto... nos enlo-
quecen.
¡Y se a c a b ó mi c o n f e s i ó n g e n e r a l !
¡ P u e s si f a l t a lo m á s i n t e r e s a n t e !
¡ P o r Dios, h i j a ! . . . Si os lo c o n t é t o d o , h a s -
ta mis m á s íntimos pensamientos... hasta
mis sueños. ¿Qué m á s quieres, n i ñ a ?
P u e s conocer a tu marido, a tu Pedro.
P u e s te q u e d a s c o n m i g o y le c o n o c e r á s h o y
mismo. Hoy mismo llega: no me h a n te-
l e g r a f i a d o l a h o r a , n o sé en q u é t r e n v i e -
nen... p e r o viene h o y con m i - p a d r e . . .
E s q u e q u i e r o c o n o c e r l e a n t e s de q u e llegue..
CLARA. ¿Te h a s vuelto loca?
ADELA. ¡Qué c r i a t u r a ésta!
LOLA. ¿ N O te c a s a s t e t ú « p o r p o d e r e s » ? P u e s y o
quiero conocerle... vamos... «por poderes».
CLARA. N O sé c ó m o , ni te c o m p r e n d o .
LOLA. ¿ Y el r e t r a t o ? ¿Y el r e t r a t o q u e te m a n d ó
tu padre?
CLARA. ¡ Ya!
ADELA. Tiene razón. A veces tiene b u e n a s o c u r r e n -
cias esta chica.
LOLA. . S i e m p r e t e n g o yo r a z ó n . ¿ C o n q u e n o s e n -
s e ñ a s el retrato"?
CLARA. ¿ P o r q u é n o ? (Sin levantarse.)
LOLA. Pues n o t e h a g a s la remolona.
CLARA. S í . . . h i j a s . . . sí... Os d a r é g u s t o . (Se levan-
ta, va a un mueble y saca el retrato, que
es, naturalmente, el retrato de Gastón.)
LOLA. ¡A ver!
ADELA. ¡ A v e r ! (Las dos con mucha curiosidad.
Le miran, se ríen, hacen monadas; Clara
al (¡o avergonzada.)
LOLA. ¡Muy guapo!.:. ¡Muy simpático!... ¡Me
gusta muoho!... De veras. Has tenido m u y
b u e n a elección. E s d e c i r , h a t e n i d o b u e n a
elección t u p a d r e .
CLARA. (A Adela.) ¿ Y a ti q u é te p a r e c e ?
ADELA. (Sin Lanío entusiasmo como Lola.) Todo
u n c a b a l l e r o . . . U n a figura a r i s t o c r á t i c a . . .
i n a fisonomía inteligente...
CLARA. T o d o eso m e p a r e c e a m í . Y a v e i s si s o y
franca.
LOLA. V a m o s . . . ¡ q u e e s t á s l o c a p o r é l ! Confiésalo.
CLARA. (Entregándose ya.) Sí, le q u i e r o c o n t o d a
tmi a l m a . N o s o ' a p a r t a de m i p e n s a m i e n t o .
C o n v o s o t r a s n o ¡he de fingir. Me p a r e c e
q u e a poco q u e p o n g a él de s u p a r t e , v o y a
a ñ o r a r l e . ¡Qué deseo de v e n i r a E s p a ñ a !
¡ Y q u é i m p a c i e n c i a en t o d o el v i a j e ! S o b r e
l a c u b i e r t a d e l b u q u e . . . en n o c h e s d e l u n a
clara... v m i r a n d o al horizonte... p e n s a b a :
«Allí e s t á E s p a ñ a ; allí e s t á él.» Y m e p a -
recía verle, l l a m á n d o m e d e s d e lejos. Mi-
r a n d o el m a r «verdoso» m e a c o r d a b a de
s u s o j o s . . . q u e son « v e r d e s » t a m b i é n . C u a n -
d o las olas cabrilleaban, sus b l a n c a s espu-
m a s me p a r e c í a n «pañuelos de batista» y
q u e él i b a a r e c o g e r l o s , y a n d a n d o s o b r e
l a s o l a s , v e n í a al e n c u e n t r o del b u q u e a
• ofrecérmelos: «Señorita.» ¡Y maquinal-
— 36 —

mente me inclinaba hacia fuera! ¡Seré


niña!
LOLA. ¡Y d i c e n q u e y o soy l o c a !
CLARA. T i e n e s r a z ó n . No s o y u n a m u j e r j u i c i o s a .
Yo n u n c a lo h e s i d o m u c h o , y el sol d e
América me h a inflamado la imaginación.
¡ E s t a b o d a es t a n e x t r a ñ a ! . . . ¡ D u d o . . . y
e s p e r o . . . y m i r o el r e t r a t o . . . y q u i s i e r a que1

h a b l a s e . . . ' a v e r si P e d r o s i e n t e c o m o y o , y
p i e n s a como yo, y quiere como y o !
LOLA. ¿ P e r o no te h a escrito n u n c a ? ¡No p u e d e
ser!
CLARA. Me h a escrito u n a s c u a n t a s c a r t a s ; p e r o
s i e m p r e p o r c o n d u c t o de m i p a d r e , y, se-
g ú n p a r e c e , con s u «visto b u e n o » y s u s co-
rrecciones.
LOLA. Los p a p a s son a veces m u y entrometidos.
ADELA. ¡Niña!
CLARA. D e m o d o cpie el p o b r e n o h a p o d i d o e s c r i -
b i r con l i b e r t a d . C a r t a s m u y c a r i ñ o s a s . . .
pero m u y contenidas, muy respetuosas.
Sí... a l g ú n a r r a n q u e del c o r a z ó n . . . Se v e . . .
se ve q u e m e q u i e r e . . . P e r o . . .
LOLA. ¿Pero qué?
CLARA. Q u e p r e f i e r o v e r su r e t r a t o . . . a l e e r s u s
cartas.
LOLA. P u e s p r o n t o s a l d r e m o s de d u d a s y v e r e m o s
c ó m o se e x p l i c a el c a b a l l e r o .
CLARA. ¡ M u y p r o n t o ! (Con impaciencia nerviosa.)
E s t a noche a m á s tardar... acaso esta tar-
de... q u i é n s a b e si d e u n m o m e n t o a o t r o .
(Se pasea sin poder dominar su ansiedad.)
LOLA. L O c o m p r e n d o . . . lo c o m p r e n d o . . . Yo t a m -
b i é n e s t o y m u y n e r v i o s a . . . y n o m e h e ca-
sado... Conque qué sería... ¿Verdad?...
(También se pasea nerviosísima.)
ADELA. ¡ A y , Ihijas! L e d e s c o m p o n é i s a u n a l o s
n e r v i o s . (Se levanta y también se pasea.
Se pasean las tres, muy nerviosas todas.)
LOLA. P e r o ¿ p o r q u é n o v i e n e ese h o m b r e ? (Pa-
seándose siempre.)
CLARA. N o sé, h i j a , n o sé. (Lo mismo.)
ADELA. E S q u e a v e c e s los m a r i d o s s o n m u y p e s a -
d o s . (Se ha contagiado al ver a las"otras.)
LOLA. ¡Son irresistibles!... Es decir, deben serlo.
Yo n o lo sé, a D i o s g r a c i a s . N o . . . a D i o s
gracias, tampoco.
CLARA. ;.Cuándo vendrá? ¡Cuándo v e n d r á !
LOLA. Eso digo yo, ¿ c u á n d o ? . . . Que v e n g a n , que
— 37 —

v e n g a n esos m a r i d o s , q u e n o s p o n e m o s n e r -
viosas.
ADELA. YO creo q u e no viene n u n c a .
CLARA. No d i g a s eso. ¡ C a l l a ! . . . (Deteniéndose.)
¿'No o í s ? . . . (Las otras dos se paran.)
LOLA. SÍ... me parece que sí.
CLARA. U n c o c h e h a e n t r a d o e n el p a t i o .
LOLA. ¿ S e r á él?
ADELA. ¿Pudiera ser él?
CLARA. (Nerviosísima.) ¿Pero comprendéis esto?...
¿Y si es P e d r o ? ¡ M i m a r i d o ! . . . ¡ D i o s m í o ,
n o s é lo q u e s i e n t o ! ¡ Q u é i m p r e s i ó n t a n
p r o f u n d a ! . . . ¡ D e v e r a s o s lo d i g o : y o p e n -
sé q u e i b a a t e n e r m á s v a l o r !
ADELA. ¡ T e h a s p u e s t o p á l i d a ! . . . (Acuden las dos
a. sostenerla.)
LOLA. ¡ Y a lo c r e o ! . . . N o es p a r a m e n o s . E s t a r
c a s a d a « p o r p o d e r e s » . . . ¡ y d e p r o n t o «ca-
sarse de veras»!... ¡ A mí m e d a b a algo!
CLARA. ¿ P e r o s e r á é l ? . . . ¡ Si es él, q u e v e n g a p r o n -
t o ! . . . ¡ S e a c e r c a n ! . . . (Poniendo el oído;-
las tres forman un grupo.) ¡ Sí!. ¡ Alh!.

ESCENA IV
(LA It A. ADELA, LOLA y el MARQUES

CLARA. ¡ P a p á ! . . . ¡ P a p á m í o ! . . . (Corre a él y se
abrazan.)
MARQ. ¡ M i C l a r i t a ! . . . ¡Mi h i j a ! . . . ¡ L a h i j i t a m í a !
CLARA. ¡ Qué alegría!...
MARQ. ¡ C u á n t o t i e m p o ! . . . (Reparando en Adela
y Lola.) ¡Ah!... Perdonen ustedes... Hace
t a n t o que no veía a m i Ciara...
CLARA. (Haciendo las presentaciones.) Adela de
Velarde... Lola Fuensanta... Dos a m i g a s
íntimas...
ADELA. Señor Marqués...
LOLA. Señor Marqués...
MARQ. ¿Y no me pregunstas n a d a ?
CLARA. ¡Papá mío!...
MARQ. ¿ N o m e p r e g u n t a s p o r él-
CLARA. ¡ S í . . . sí p r e g u n t o ! . . . (Abriendo mucho los
ojos y mirando con ansia a su padre.)
MARQ. P u e s ' v i e n e c o n m i g o ; t u P e d r o v i e n e con-
migo. ¿No m e comprendes?
— 38 —

CLARA. (Con profunda emoción.) Sí te c o m p r e n d o . . .


¡ P e r o n o le v e o ! (Mirando a la puerta.)
¿Por qué no viene?
MARQ. P u e s a h í está... d e n t r o d e dos m i n u t o s ,
aquí. Me h e adelantado p a r a prevenirte.
Clarita, recíbele m u y cariñosa.- ¡ Si supie-
ras qué miedo trae!... ¡Qué emoción la su-
y a ! . . . U n h o m b r e fuerte como u n H é r c u -
les, y c a s i t e n e m o s q u e s o s t e n e r l e e n t r e s u s
a m i g o ? y yo._ :
CLARA. ¿iDe v e r a s ? . . . '(Sonríe y también ella vacila
un tanlo y tiene que apoyarse en un mue-
ble.) ¡ P o b r e P e d r o ! . . . ¡ Q u é b u e n o d e b e s e r !
LOLA. ¡ T a m b i é n é l ! . . . T o d o s l o s q u e se c a s a n s e
ponen así.
MARQ. E S v e r d a d . ¡ Q u é g r a c i o s a ! . . . (Se refiere a
Lola; la mira sonriendo.) Así s o n todos.
P e r o P e d r o m á s . Los m á s fuertes son los
m á s débiles en estos lances.
CLARA. ¿Pero no viene?
MARQ. E n s e g u i d a . Mi c o c h e se a d e l a n t ó . (Se acer-
ca al balcón.)
ADELA. Solemne momento, Clarita.
CLARA. (Maquinalmente.) Ya ves tú...
MARQ. ¿Y m i q u e r i d a h e r m a n a ? (Pregunta des-
de el balcón.)
CLARA. E n s u c u a r t o ; llegó m u y f a t i g a d a l a p o b r e .
¿Pero y Pedro?
MARQ. ¡ G r a c i a s a Dios!... A h í está su coche... Y a
b a j a . . . (Viene a buscar a Clara.) Anímale,
Clarita... E s t a r á m u y cortado... ¡Es u n
h o m b r e t a n sencillo, t a n b u e n o ! . . . Dale u n
abrazo.
CLARA. P a p á . . . (En voz baja.) (Me d a v e r g ü e n z a . )
MARQ. ¿Por qué? E s tu marido.
LOLA. (A Adela en voz baja.) Sí. q u e le a b r a c e , a
v e r q u é c a r a p o n e n l o s d o s . (Todos están
mirando hacia la puerta: con ansiedad
unos, otros con curiosidad. Esta entrada
de Pedro hay que estudiarla bien.) .
MARQ. L e d a r í a m u c h a p e n a si le r e c i b i e s e s c e r e -
moniosamente,
CLARA. (Prestando oído.) ¡ Y a está ahí!... ¡ E s él!
(Vacila visiblemente. Adela y Lola acuden
a ella.)
MARQ. (Asomándose a la puerta.) ¡Por aquí...
a q u í e s t á . . . a q u í está C l a r a !
CLARA. ¡ÍDÍOS mío!
— 39 —

.ADELA. ¡ Animo!
LOLA. ¡Y a l e g r í a !
MARQ. Entra, Pedro; entra, q u e te l l a m a Clara.

ESCENA V
CLARA, ADELA, LOLA y el MARQUES; por el fon-
do, PEDRO y GASTON. Al presentarse los tres, como
Pedro entra con cierta timidez de niño, Gastón viene
un poco más avanzado.

CLARA. (Viendo a Gastón.) ¡Sí!... ¡El!... ¡Pedro!


¡Al fin!... (Se adelanta y abraza a Gas-
tón; mejor dicho, cae en sus brazos.)
PEDRO. ¡ A h ! . . . (La actitud de Pedro queda enco-
mendada al actor. El actor expresará con
su talento la angustia, la sorpresa doloro-
sa, los celos salvajes, la vergüenza de ver-
se en ridículo, todo lo que el personaje
debe sentir. En el Maxqués domina el asom-
bro. Gastón sonríe y se deja abrazar. En
' Adela y Lola, curiosidad natural. Los gru-
pos deben estudiarse con sumo cuidado.)
CLARA. (Separándose de Gastón y notando la sor-
presa de su padre y la actitud casi trágica
de Pedro.) ¡No comprendo! (Volviéndose
hacia su padre.) ¿Pero no es mi Pedro?
GASTÓN. (Inclinándose con galantería un poco bur-
lona.) D e s g r a c i a d a m e n t e , n o .
PEDRO. ¡IEI!... ¡Ella!... ¡No!... ¡ C a i m a ! . . , ¡Me
a h o g o ! . . . (A media voz, pero trágica.)
MARQ. (Procurando dominar la situación y echar-
lo a broma..) ¡ P e r o , hija, p o r D i o s ! Se te
t u r b ó l a v i s t a . (Disculpándola con los de-
más.) ¡Qué chiquilla, qué a t u r d i d a está!...
T u m a r i d o , t u P e d r o . . . es é s t e . .(A. Clara.)
CLARA. (Confundida y sin poder dominar un movi-
miento repuliivo.) ¡Ah!... ¡Ese!...
PEDRO. S Í . . . y o . . . yo soy, Clara. (Pausa.)
LOLA. (En voz baja a Adela.) (¡Qué chasco!)
ADELA. (¡Silencio!)
PEDRO. ¿ P a r a m í ni s i q u i e r a l a m a n o ? . . . ¡ A g o t a -
d o y a t o d o el c a r i ñ o !
CLARA. ¡ Q u é i d e a ! (Se acerca y le da la mano, pe-
ro fríamente.)
PEDRO. (En voz baja al Marqués, que se habrá
acercado a él.( ( ¡ P a d r e . . . p a d r e . . . llévese
. . . .10 —

usted u toda esa g e n t e ! ¡No p u e d o m á s ! . . -


Solo... solo con ella.)
MARQ. ¡ S Í , 'hijo! ¡ L a p o b r e está a v e r g o n z a d a !
(En voz alta.) P u e s a h o r a . . . si u s t e d e s m e
• d i s p e n s a n este h o n o r , les p r e s e n t a r é a m i
' h e r m a n a , que está allá dentro. Llegó t a n
f a t i g a d a , q u e n o h a p o d i d o s a l i r d e sus=
h a b i t a c i o n e s ; p e r o t e n d r á s u m o g u s t o en
recibir a ustedes.
ADELA. Será un placer p a r a nosotras.
GASTÓN. Y p a r a mí un honor.
LOLA. (A Adela.) (Yo m á s a 'gusto m e q u e d a r í a ,
aquí.)
ADELA. (Calla, n i ñ a . )
MARQ. P a s e n u s t e d e s . . . o si n o , y o les e n s e ñ a r é el.
c a m i n o . (Salen por la derecha.)

ESCENA VI
CLARA y PEDRO

CLARA. (Pama. Aparte.) ( ¡ S o l a , s o l a con él... y no-


es é l ! ¡ E s t o es u n s u e ñ o , u n a p e s a d i l l a !
¡ Q u é b u r l a i n f a m e es e s t a ! ¡ E s e h o m b r e . . .
ese h o m b r e m i m a r i d o ! . . . ¡ I m p o s i b l e . . . i m -
p o s i b l e !) (Se miran los dos desde cierta
distancia. La escena queda, encomendada
a los actores. Hay «mucho que liacer»; los
actores lo adivinarán.)
PEDRO. (En esta, escena su acento toma lodos los
•matices: timidez, miedo, dulzura, desespe-
ración, rabia, grosería, todo.) ¿Me tiene
u s t e d m i e d o ? . . . N o . . . n o es e s t o . (Con rabia
de sí mismo.) ¿ M e t i e n e s m i e d o ? . . . Así,
a s í . . . E r e s m í a , y te p u e d o h a b l a r d e este-
m o d o . ¿ M e t i e n e s m i e d o , C l a r a ? (Va a
acercarse; ella retrocede.)
CLARA. • Miedo... miedo, no. ¿ P o r qué?
PEDRO. ¿ P u e s p o r q u é te a l e j a s de m í ? ¡ Y o so/y el
único h o m b r e q u e tiene derecho p a r a a c e r -
c a r s e a C l a r a : el ú n i c o , el ú n i c o ! . . . L o s
d e m á s , n o . ' ¡ G a s t ó n , t a m p o c o ! (Con ira
contenida, o como el actor crea; en adelan-
te suprimiré casi todas las acotaciones,
entregando la interpretación de los senti-
mientos al ador.)
CLARA. ¿ G a s t ó n ? . . . ¿ Q u i é n es G a s t ó n ?
PEDRO. E s e . . . ese... ¿ N o lo s a b í a s ? E s e a quien-
h a s confundido conmigo. ¡Ese a q u i e n
l i a s c e ñ i d o l o s b r a z o s ! . . . ¡ N o , C l a r a , no>
h a g a s e s o ! ¡'No, p o r D i o s ! . . . (Avanza unos:
pasos; ella retrocede.)
N o lo s a b í a . No s a b i a s u n o m b r e . ¡ Y o noi
sé n a d a , y o n o c o m p r e n d o n a d a ! (Con
desesperación más o menos contenida.)
P e r d o n e usted.
No l o d i g a s a s í : « P e r d o n e u s t e d . » ¡ A h , el.
t o n o c e r e m o n i o s o ! H a s de d e c i r : « P e r d o -
na, Pedro.» ¡No, t a m p o c o ; n u n c a ! ¿ T ú
d e c i r m e «que te p e r d o n e » ? N o ; ¡ « p e r d ó n » !
¡ P a l a b r a m a l d i t a en b o c a de u n a m u j e r !
«Perdón, supone culpa». ¡Clara... Clara...
h a r í a .yo t a l e s c o s a s si t u v i e r a q u e p e r d o -
n a r t e , que no h a b r í a modo de que nos per-
d o n a s e Dios, p o r m u y misericordioso que
quisiera ser! .
¿ P e r o q u é d i c e , q u é .dice este h o m b r e ? '
¿ Q u é d i c e u s t e d ? . . . N o . . . n o . . . y a lo s é . . .
y a sé q u e n o es d e este m o d o . . . ¿ Q u é di-
c e s ? . . . (Está aterrada.)
P e r o si e s t á s t e m b l a n d o . . . si n o m e d e j a s
a c e r c a r . . . si a p e n a s lie t o c a d o t u m a n o . . .
¡Y en c a m b i o . . . él... G a s t ó n . . . a n t e m í . . . te-
.ha t e n i d o e n s u s b r a z o s ! . . . ¡ N o , p e o r , p e o r -
mil veces : tú le h a s c e ñ i d o los t u y o s ! ¡ Sin
titubear, con a p r e s u r a m i e n t o a m o r o s o , con
ceguedades de ansia, con desmayos de pla-
cer, c o n p a l i d e c e s d e a m o r ! . . . ¡ S i lo h e
v i s t o . . . si lo h e v i s t o ! . . . ¡Y n o h e h e c h o
n a d a ! . . . ¡>E1 a s o m b r o y el e s t u p o r m e h a n
q u i t a d o l a f u e r z a y el p e n s a m i e n t o ! Y n o
os h e c o g i d o e n t r e m i s b r a z o s c u a n d o e s t a -
b a s en l o s s u y o s , y n o os h e h e c h o p e d a -
z o s ! ¡iSí!... ¡ C o g e r ! . . . ¡ A h o g a r ! . . . ¡ D e s p e -
dazar!... ¡Pedazos?... ¡Trizas!... ¡Jirones!'
(Retrocediendo.) ¡No... p o r Dios, p o r D i o s !
¿Qué c u l p a .hay e n m í ? Creí q u e era u s -
ted... q u e e r a s tú. Y v e r d a d e r a m e n t e yo no
c o m p r e n d o n a d a d e lo q u e n o s p a s a . N i
c o m p r e n d o m i e r r o r . . . n i es j u s t o su e n o -
jo d e u s t e d . . . (Corrigiéndose.) tu enojo.
¡ N o es j u s t o ! C o n f i e s e u s t e d . . . n o . . . confie-
s a q u e n o es j u s t o . N o sé lo q u e d i g o : t e n -
go m i e d o ; l a v e r d a d , t e n g o m i e d o .
T i e n e s r a z ó n . No m e c o n o c e s . D e b e s c r e e r
q u e soy u n a fiera. U n h o m b r e b r u t a l , r e -
p u g n a n t e . Si c o m p r e n d o lo q u e p a s a p o r
ti. D e b e s t e n e r m e m i e d o ; d e b e s o d i a r m e -
c a s i . . . N o ; o d i a r m e , n o , C l a r a : n o lo. m e -
rezco. T o d a v í a no merezco t u a m o r ; pero
tu odio, t a m p o c o . . . Y l e n t a m e n t e , a fuerza
d e c a r i ñ o , de d u l z u r a , d e a m o r . . . t ú m e
i r á s q u e r i e n d o . ¡Yo p o r ' t i . . . soy c a p a z de
todo... de todo!... Espera... ten calma... ten
c o n f i a n z a . . . n o m e t e n g a s m i e d o . . . Si e r e s
m í a , ¿por qué h a s de h u i r de mí?
Y a e s t o y t r a n q u i l a . (No lo está.) N o h u y o .
(La verdad es que retrocede a medida que
Pedro se acerca.) P e r o es p r e c i s o e x p l i c a r
e s t o . . . esto q u e h a s u c e d i d o . . . T ú e r e s o t r o . . .
t ú h a s c a m b i a d o . . . y o n o te c o n o c í a . . . y o
me h a b í a a c o s t u m b r a d o a o t r a idea... esto
es: ¡a otra idea!... ¡a otro h o m b r e !
¡ A otro h o m b r e ! . . . ¡Condenación!... ¡ Cla-
r a ! . . . (Con voz terrible.) ¡ C l a r a ! . . . ¡Ves
t ú . . . v e s t ú . . . n o s a b e s lo q u e d i c e s . . . h a y
p a l a b r a s que pueden costar la vida!... ¡Si
la vida no es n a d a : está pendiente de u n
h i l o , de u n a l i e n t o . . . u n a p a l a b r a , y l a
m u e r t e ! ¡ P o r Dios v i v o , C l a r a , p i e n s a lo
q u e d i c e s ! ¡ P i e n s a lo q u e d i c e s o m e v o l v e -
ré loco!
P u e s n o d i r é n a d a . Si t ú n o q u i e r e s . . . n o
diré nada.
(Procurando dominarse.) N o , eso n o . H a -
blemos ; calma, pero hablemos.
¿Sin enojarte?
Sin e n o j a r m e .
P u e s b i e n . . . . p o r q u é . . . ¿ p o r q u é ¡ha s i d o
«esto»? ¿ P o r q u é h a s u c e d i d o «esto»?
¿El qué?
Este cambio grotesco, esta b u r l a infame,
e s t a s o r p r e s a h o r r i b l e . (Dice esto sin poder
contenerse: deja hablar al corazón.)
¿ E s decir, que es cosa grotesca, infame,
horrible, según tú, que yo sea tu m a r i d o y
n o G a s t ó n ? R e p í t e l o . ¡ N o ; n o lo r e p i t a s !
N o h e q u e r i d o d e c i r eso. ¡ P o r D i o s S a n -
t o ! ¿ L o e s t á s v i e n d o ? ¡ O t r a vez se t e en-
c i e n d e n l o s ojos, y te t i e m b l a l a voz, y se
t e c r i s p a n l o s d e d o s ! . . . (Retrocede espan-
tada.)
Es yerdad... yo me contendré. (Dominán-
dose con un esfuerzo supremo.)
(Siente que le domina y abusa instintiva-
mente de su fuerza.) ¡ A s í . . . a s í . . . con t r a n -
— 43 —

quilidad... sin violencias, q u e son injus-


t a s ; y o lo d i g o , « i n j u s t a s » !
PEDRO. ¡ ¡ ¡ R e p u g n a n t e s ! ! ! ¡ I n j u s t a s ! . . . (Con ira
reconcentrada.)
CLARA. (Con altivez, ya se va atreviendo con Pe-
dro, aunque a veces vuelve a tenerle mie-
do; pero el instinto de mujer la sostiene:
adivina que puede dominar a Pedro, o al
menos comienza a creerlo.) Sí, y o n o m i e n -
t o ; m i d i g n i d a d n o se r e b a j a h a s t a l a m e n -
t i r a . Sé q u e n o h a y c u l p a e n m í , ¿ p u e s p o r
qué h e de h u m i l l a r m e ?
PEDRO. (La admira; la contempla con admiración.
Aparte.) (¡Qué h e r m o s a ! ¡Qué noble!...
¡Aunque m e cueste l a vida h a d e querer-
me!) Pues habla.
CLARA. ¿ Y O ? ¿ P a r a qué? Yo n o sé n a d a . E n todo
c a s o p r e g u n t a ; r e s p o n d e r é c o m o si m e p r e -
g u n t a s e Dios.
PEDRO. Gracias, C l a r a ; t u mano.
CLARA. N O ; t o d a v í a , n o . A n t e s de d a r t e m i m a n o
q u i e r o s a b e r s i es l a m a n o d e u n h o m b r e
de h o n o r l a q u e v o y a e s t r e c h a r . (Ya em-
pieza a busar de sü fuerza.)
PEDRO. ¡ C l a r a ! . . . (Avanza con ira.) ¡ N o ! . . . Me
c o n t e n g o , m e c o n t e n g o . Si n o c r e y e s e q u e
t i e n e s r a z ó n , ¡ a y de t i y a,j de m í ! . . . P e r o
p o r alhora m e c o n t e n g o . S i g u e . (Quiso
arrojarse sobre Clara, pero se dominó. Cla-
ra retrocedió con nuevo espanto.)
CLARA. Pregunta.
PEDRO. Sea... pero deja, deja que m e domine. ¡Las
sienes m e s a l t a n ! ¡Mis ideas se confun-
d e n ! . . . Debo estar m u y pálido, ¿ v e r d a d ? . . .
No t e m a s , y o m e contendré... Dicen m i s
a m i g o s q u e "a v e c e s s o y u n a ñ e r a ; n o t e -
m a s : contigo, a u n q u e sea ñera, siempre
s e r é ñ e r a e n j a u l a d a . . . C l a r a . . . C l a r a . . . (Cla-
ra le mira con curiosidad.) Ves... y a estoy
sosegado... Mis iras p a s a n pronto... Ante
ti... c a e n a l s u e l o y se a r r a s t r a n y t e l a -
m e n los pies. Sigamos..: sigamos. Oye...
¿ p o r q u é a l e n t r a r ese h o m b r e . . . ?
CLARA. ¿Quién?
PEDRO. Gastón.
CLARA. ¡Siempre Gastón!
PEDRO. Así se llama.
CLARA. Bueno, ¿qué m á s d a ? P r e g u n t a lo q u e i b a s
a preguntarme.
¿ P o r q u é al e n t r a r G a s t ó n «te f u i s t e a él y
le c e ñ i s t e los b r a z o s » ?
P o r q u e p e n s é q u e e r a s t ú . . . q u e e r a mi e s -
p o s o : el e s p o s o q u e m e h a n d a d o .
¿ Y p o r q u é lo c r e í s t e ?
P o r q u e Gastón...
(Con estallido de ira y de amenaza.) ¡No-
p r o n u n c i e s ese n o m b r e !
¿iPues n o d i c e s q u e es el s u y o ?
Es verdad. Acaba.
Pensé que... aquel hombre... era mi m a r i -
d o , p o r q u e G a s t ó n es i g u a l al r e t r a t o .
¿A q u é r e t r a t o ?
Al q u e m e m a n d ó m i p a d r e .
¿Al m í o ? . . . ¡ P e r o , d e s d i c h a d a , h a s p e r d i -
do la razón!
¡Sí... creo q u e l a h e p e r d i d o ! . . . Aquel r e -
t r a t o , ¿ m e lo m a n d ó m i p a d r e . . . mi p r o p i o
padre?...
Sí, e l ; yo lo vi.
¿Y m i p a d r e p u d o e n g a ñ a r m e , e s c a r n e -
cerme... pero escarnecerme horriblemente?
¿ P u d o j u g a r c o n los a f e c t o s m á s s a g r a d o s
del c o r a z ó n ? ¿ P u d o d e c i r m e : « A m a a ese-
h o m b r e , á m a l e ; es t u e s p o s o ; a c o s t ú m b r a -
te a q u e r e r l e . . . » ? ¿ P u d o h a c e r t o d o e s t o m i
p a d r e ? . . . No, no-es posible... ¡ P u e s enton-
ces es q u e h a p e r d i d o l a r a z ó n !
¿ D ó n d e e s t á ese r e t r a t o ? . . . E l q u e t e m a n -
dó t u p a d r e . . . mi r e t r a t o , c o m o t ú d i c e s ;
¿dónde está?
(Tomándolo de la mesa en que le dejaron
antes.) T o m a . . . m í r a l o . . . es é l . . . n o e r e s
t ú . . . y mi p a d r e m e lijo q u e e r a s t ú . . . y
él m i s m o p u s o el r e t r a t o en l a c a r t a . . . ¿-no-
es v e r d a d ?
¡ N o ! . . . (Asaltado por el recuerdo.) ¡El,,
n o . . . G a s t ó n ! . . . ¡ D a m e ! . . . ¡ S í . . . él... v i l l a -
n o ! . . . ¡ vi 11 a n o ! . . . ¡ G a s t ó n ! . . . ¡ G a s t ó n ! . . .
(Corriendo a la puerta de la derecha y lla-
mando a gritos.) Aquí... aquí...
P e r o , ¿ q u é se p r o p o n e ? . . . ¿ P o r q u é le l l a -
ma?...
¡Gastón!... ¡Gastón!
¡Dios m í o ! . . . ¡ P a d r e ! . . . ¡ p a d r e !
— 45 —

ESCENA VII
PEDRO, CLARA, GASTON y el MARQUES. Cuando
parezca oportuno pueden aparecer en una de las
puertas, observando tras la cortina, Adela y Lola.

MARQ. ¿ Q u é q u i e r e s , h i j a m í a ? ¿ P o r q u é m e lla-
m a b a s d e ese m o d o ?
CLARA. ¡ P a d r e . . . p a d r e d e m i a l m a ! (Se abraza
a él llorando. Pedro y Gastón se miran fija-
mente, cada uno expresará lo que debe
expresar; sólo diremos que la sonrisa de
Gastón es siempre pía y burlona, sin exa-
geración.)
GASTÓN. (A Pedro.) ¿Me llamabas?
PEDRO. SÍ.
-GASTÓN. ¿ P a r a qué?
PEDRO. P a r a decirte u n a cosa.
GASTÓN. ¿ Y cuál es?
PEDRO. E s t a : q u e t ú « e s c a m o t e a s t e » rni r e t r a t o y
m a n d a s t e el t u y o a C l a r a .
•GASTÓN. (Fingiendo sorpresa, pero siempre con un
matiz de ironía.) ¿Que yo...? ¿Dices, que
y o ? A v e r . . . (Tornando el retrato que Pedro
conservaba en sus manos.) S í . . . el m í o . . .
¿ Y y o lo h e m a n d a d o ?
PEDRO. Sí.
MARQ. ¿Eso hizo?... ¡Ah!...
PEDRO. SÍ.
GASTÓN. Dios mío... u n a equivocación... u n error...
. u n a confusión de retratos... u n aturdimien-
to q u e d e p l o r o . (Inclinándose ante Clara.)
PEDRO. ¿Le llamas aturdimiento?
GASTÓN. ¿Qué otro n o m b r e puede tener?
PEDRO. ¡Villanía!
GASTÓN. ¡ Pedro!
PEDRO. ¡Villanía como t u y a ! ¡Ruin, mezquina, ve-
nenosa!
•GASTÓN. Otra p e r s o n a que tuviera ciertas condicio-
n e s s o c i a l e s d e q u e tú c a r e c e s , n o d a r í a e s a
i m p o r t a n c i a t r a g i c ó m i c a a u n suceso q u e
n i n g u n a i m p o r t a n c i a t i e n e , y s e r í a el p r i -
m e r o q u e se r i e s e del g r a c i o s o « q u i d p r o
quo».
PEDRO. Y O también río. P e r o como sov h o m b r e
— 46 —

g r o s e r o y b r u t a l ; c o m o d e s c o n o z c o o no-
quiero r e s p e t a r c i e r t a s conveniencias socia-
l e s ; c o m o y o n o t o l e r o q u e del m o m e n t o
m á s feliz -de m i v i d a h a y a s h e c h o e s c a r n i o ;
c o m o y o n o s u f r o q u e n i p o r s o r p r e s a y es-
c a m o t e o h a y a s t e n i d o en t u s b r a z o s a Cla-
ra... yo t a m b i é n m e río, pero b r u t a l m e n t e ,
y m e r í o p e n s a n d o en q u e te v o y a l l a m a r
« m i s e r a b l e » , « c a n a l l a » , «cobarde'»... Sí, co-
b a r d e , q u e n o te a t r e v e s a c o n f e s a r lo q u e
h a s hecho. Dos veces te h e l l a m a d o cobar-
d e . . . ¿ A c u d o a l a t e r c e r a ? (Avanzando so-
bre él.)
GASTÓN. N o es n e c e s a r i o . T e n d r á s n o t i c i a s m í a s .
CLARA. ¡ A y , p a d r e m í o ! (Abrazándose a él, des-
pués de oír con toda su alma lo que se di-
cen.)
PEDRO. Tendré noticias tuyas, ¿cuándo?
GASTÓN. Muy pronto.
PEDRO. P o r p r o n t o q u e s e a , se m e h a r á t a r d e . (Es-
tudíese el cuadro final. Telón.)

F I N DEL ACTO SEGUNDO


ACTO TERCERO
L a m i s m a d e c o r a c i ó n , de los a c t o s a n t e r i o r e s . S i n
embargo, advertiremos que esta decoración debe-
t e n e r : A l a i z q u i e r d a del a c t o r , u n a o d o s p u e r t a s ,
c o m u n i c a n d o c o n l a s h a b i t a c i o n e s d e C l a r a . A la
d e r e c h a , u n b a l c ó n , q u e so s u p o n e q u e d a a l j a r -
d í n ; c u a n d o se a b r e e n t r a l a l u z e s p l é n d i d a del
sol n a c i e n t e ; e l b a l c ó n , e n p r i m e r t é r m i n o . E n se-
g u n d o t é r m i n o , u n a p u e r t a , q u e se s u p o n e q u e co-
m u n i c a con l a s h a b i t a c i o n e s d e l M a r q u é s . E s de
n o c h e t o d a v í a : l a s ú l t i m a s h o r a s d e l a n o c h e ; el
d í a e s t á p r ó x i m o ; el b a l c ó n e s t á c e r r a d o . U n c a n -
delabro con luces.

ESCENA PRIMERA
ADELA; después el MARQUES. Adela, aplicando el
oído a la puerta de la uerecha. El Marqués entra por
la puerta de la izquierda.
MARQ. Adela...
ADELA. (Volviéndose.) ¡Ah!... Señor Marqués..
(Vienen los dos al primer término.)
MARQ. P e r d o n e usted. Acaso la t r a t o con d e m a s i a -
d a c o n f i a n z a . P e r o es q u e a u n q u e h a c e p o -
c a s h o r a s q u e l a c o n o z c o , es u s t e d p a r a m í
como u n a a m i g a leal de m u c h o s años.
ADELA. L a ' c o n f i a n z a de u s t e d m e h o n r a y m e c o m -
place, don Anselmo.
MARQ. ASÍ... bien d i c h o : n a d a de Marqués.
ADELA. Es usted m u y bueno.
MARQ. ¿ Q u i é n le g a n a a u s t e d e n b o n d a d ? Y a se
conoce que quiere u s t e d m u c h o a m i C l a r a .
No h a c o n s e n t i d o u s t e d e n s e p a r a r s e de-
ella d e s d e el s u c e s o t r i s t í s i m o d e e s t a t a r d e .
C o n ella h a p a s a d o u s t e d l a n o c h e c o m o s i .
fuese su h e r m a n a . G r a c i a s , A l e l a , g r a c i a s .
(Le da la mano afectuosamente.)
ADELA. Estaba la pobre Clarita tan afectada, tan
a c o n g o j a d a . . . . q u e m e dio m i e d o . ¡ E s u n a -
sensitiva! ¡No sabe usted qué noche h a pa-
s a d o ! H a t e n i d o fiebre, p e r o n o h a q u e r i d o
— 48 —

q u e se le l l a m a s e a u s t e d . ¡Toda la noche
llorando.!
-MARQ. ¿Y ahora?
ADELA. A h o r a se q u e d ó u n p o c o m á s t r a n q u i l a y
m e p a r e c e q u e d u e r m e . P o r eso m e s a l í u n
m o m e n t o a esta sala. ¿ E s m u y t a r d e , don
Anselmo?
MARQ. E s t á a m a n e c i e n d o . (Va al balcón y le en-
treabre.) P e r o a ú n n o es de d í a . No t a r d a -
r á m u c h o . (Vuelve a cerrar el balcón.)
.ADELA. ¿Y usted t a m p o c o h a d o r m i d o n a d a ?
MARQ. B u e n o e s t o y y o p a r a d o r m i r , con lo q u e h a
s u c e d i d o . . . y «lo q u e v a a s u c e d e r » .
ADELA. (Con interés,.) ¿Teme usted algo?... Acaso
el d i s g u s t o de e s t a t a r d e . . .
MARQ. T e n d r á c o n s e c u e n c i a s t r i s t e s . Sí, s e ñ o r a ,
m u y t r i s t e s , T a l vez en c u a n t o a m a n e z c a
' d e l ' l o d o . . . se b a t i r á n P e d r o y G a s t ó n . ¿Y
quería usted que yo d u r m i e s e ?
ADELA. ¿ P e r o n o se h a p o d i d o e v i t a r . . . n o se p u e -
de evitar todavía?
MARQ. N O les c o n o c e u s t e d a n i n g u n o de los dos.
¡ S o b r e t o d o a ese G a s t ó n , q u e t i e n e l a s a n -
gre m á s venenosa!...
ADELA. P e r o , don Anselmo, ¿es posible que p o r u n a
equivocación, por u n suceso que m á s tiene
d e c ó m i c o q u e d e d r a m á t i c o , y del c u a l to-
dos debiéramos reírnos, expongan su vida
dos hombres?
MARQ. E n la apariencia tiene usted r a z ó n ; pero
en l a v i d a , a v e c e s , b a j o l a c o m e d i a m á s
regocijada, late la m á s desconsoladora
tragedia.
ADELA. S i n e m b a r g o . . . d o s a m i g o s , d o s a m i g o s ín-
t i m o s . . . y s i n n i n g ú n m o t i v o en q u e r e a l -
m e n t e esté e m p e ñ a d a l a h o n r a . . .
MARQ. Si y a le d i g o a u s t e d q u e t i e n e u s t e d r a -
zón"., p e r o n o la t i e n e u s t e d .
ADELA. ¿.Cómo es eso?
MARQ. N O conoce usted a Gastón.
ADELA. N O le c o n o z c o , es v e r d a d . Y h a b l a n d o f r a n -
c a m e n t e , no me h a sido simpático. M u y
b u e n t o n o , p e r o u n a l m a m u y fría.
MARQ. ¡ A h ! Tiene usted b u e n instinto. E s u n mi-
serable, u n libertino, un h o m b r e sin con-
ciencia y sin v e r d a d e r o s afectos.
.ADELA. ¿Y de u n h o m b r e a s í e r a a m i g o el s e ñ o r
de V a r g a s ?
MARQ. ¿ Q u é q u i e r e u s t e d ? P e d r o es u n n i ñ o . U n
— 49 —

niño m u y grande, pero sin m á s malicia


que u n c h i q u i t í n d e cinco a ñ o s . H a s t a a h o -
r a n o h a c o m p r e n d i d o q u e Gastón le h a
odiado siempre.
ADELA. ¿ Y esa «casualidad»... o esa «burla» del
c a m b i o de r e t r a t o s ? . . .
MARQ. « I n t e n c i o n a d a » • sí, s e ñ o r a . L o s é p o r L u i s ,
un amigo d e Pedro y de Gastón... a quien
h e ido a v e r esta t a r d e después del suceso.
Me lo h a c o n t a d o t o d o .
ADELA. ¡ Qué indignidad !
MARQ. ¡Una indignidad! P o r supuesto, que Luis
quiso p r e v e n i r n o s ; pero Gastón le a s e g u r ó
q u e y a t e n í a C l a r a el v e r d a d e r o r e t r a t o d e
P e d r o . A d e m á s , Luis i g n o r a b a q u e llegá-
s e m o s h o y . E n fin, A d e l a , q u e G a s t ó n es
un malvado.
ADELA. L O creo, d o n Anselmo,
MARQ. Puede usted creerlo.
ADELA. ¿ Y ese lance?...
MARQ. H e hecho cuanto h e podido p a r a evitarlo ;
pero los d o s son jóvenes, valientes, con po-
co j u i c i o y m u c h o r e n c o r , y se b a t i r á n . ¡ E s -
toy m u e r t o , Adela, estoy m u e r t o ! Mi pobre
Pedro, t a n noble, t a n h o n r a d o t e , q u e podía
h a c e r t a n feliz a m i h i j a . . . y e s e G a s t ó n ,
q u e es u n e s p a d a c h í n f o r m i d a b l e . . . ¡ V á l -
g a m e Dios, q u é d e s g r a c i a !
ADELA. ¿ Y d i c e u s t e d q u e se b a t e n . . . ? .
MARQ. (Con desaliento.) Al r o m p e r el d í a ; a b a j o ,
en e l j a r d í n p r ó x i m o o e n el i n v e r n a d e r o .
A espada.
ADELA. ¿ Y u s t e d lo c o n s i e n t e ?
MARQ. P o r desgracia, no necesitan m i consenti-
m i e n t o . Y o i g a u s t e d , s i e n d o el j a r d í n d e l
h o t e l i n m e d i a t o el sitio e s c o g i d o , l e s t e n g o
a l o s a d o s a m i a l c a n c e h a s t a el ú l t i m o m o -
mento. H a b l a r é con Pedro... h a b l a r é con
G a s t ó n . . . a v e r si c o n s i g o c o n v e n c e r l e s .
ADELA. ¡ P e r o si n o h a y m o t i v o !
MARQ. No nos h a g a m o s ilusiones: h a y motivo, y
m u y g r a v e . ¡ S e o d i a n ! . . . Con " l o s a f e c t o s
p r o f u n d o s d e l a l m a n o se j u e g a , y G a s t ó n
e s c a r n e c i ó e l a m o r d e P e d r o . G a s t ó n n o es
h o m b r e q u e t o l e r a i n s u l t o s . . . y P e d r o le
insultó. ¿Quiere usted m á s ?
ADELA. ES verdad...
MARQ. C r e o q u e v i e n e C l a r a . . . (Acercándose a la
puerta de la derecha.) ¡Pobre hija mía!
¿ S a b e a l g o d e este conflicto?
¡•No... n o s a b e n a d a ! D é j e m e u s t e d con;
ella.
G r a c i a s , A d e l a . Yo con a q u e l l a s fieras...
Usted con esa niña.
Q u i z á e s a n i ñ a es m á s p e l i g r o s a q u e a q u e -
l l a s fieras. E n fin... y o m e e n t i e n d o .
i yo t a m b i é n . H a s t a luego...
H a s t a l u e g o , d o n A n s e l m o . (Sale don An-
selmo por la izquierda.)

ESCENA I I
ÍDELA y CLARA, por la izquierda.
(Con mucho cariño.) ¿ P e r o q u é es e s o ,
Clarita? ¿ P o r qué no descansas un poco?
¿Por qué no duermes? Es m u y temprano.
No p u e d o d o r m i r . E n c u a n t o c i e r r o l o s o j o s
veo a q u e l l a e s c e n a r i d i c u l a a n t e m í . No-
h a y n a d a m á s t r á g i c o , a v e c e s , q u e lo r i -
dículo. Y luego Pedro... mi marido... por-
q u e h a y q u e h a c e r s e c a r g o de q u e es « m i
m a r i d o » , el h o m b r e a q u i e n e s t o y u n i d a
p a r a siempre... ¡Pedro, brutal, violento,
u n a e s p e c i e d e fiera!... ¡Sí, s e r á b u e n o , g e -
n e r o s o , t o d o . lo q u e q u i e r a s ; p e r o e s t a r
temblando siempre ante él...! ¡Qué vida
me espera!... ¡No, no me resigno!
¿ D e q u i é n es l a c u l p a ?
M í a n o lo es. (Protestando.) Me d i j e r o n :
ese es el h o m b r e a q u i e n h a s d e q u e r e r , y
s u m i s a como u n a n i ñ a puse toda mi alma,
y t o d a m i v i d a en el e m p e ñ o d e q u e r e r l e .
Hija «más obediente», ¿dónde la encuen-
t r a s ? N o , l a c u l p a n o es m í a , n o es m í a .
¿ P u e s de quién? ¿De Pedro?
N o , n o s o y t a n i n j u s t a . E l -ridículo y l a .
d e s d i c h a h a caído sobre los dos. (Empieza
Clara por graduaciones muy tenues a ha-
cer justicia a Pedro.)
Entonces la culpa, ¿será de tu p a d r e ?
¡Pobre padre mío! Ahora mismo suírirá
tanto como yo.
P u e s v u e l v o a r e p e t i r m i p r e g u n t a . . . ¿de-
q u i é n es l a c u l p a ?
No lo sé.
(Con energía y acercándose a Clara: sos-
pecha que Clara ama a Gastón, y quiere
— 51 —

salvarla.) Y o , s í ; de ese h o m b r e : d e G a s t ó n .
CLARA. E S p r e c i s o n o s e r i n j u s t o s : y a le o í s t e . F u é
« u n e r r o r » , n o u n a ((burla».
ADELA. ¿ Y si h u b i e r a s i d o u n a b u r l a ?
CLARA. H u b i e r a sido u n a b u r l a de « m u y m a l
gusto».
ADELA. ¡ Q u é b l a n d a m e n t e le j u z g a s ! ¿ N a d a m á s ?
CL.UU. U n a i m p e r t i n e n c i a , u n a f a l t a de t a c t o , u n
e s c a m o t e o p o c o d i g n o . (Lo va confesando,
pero con trabajo: todavía defiende a Gas-
tón.) P e r o t a m p o c o h a y q u e e x a g e r a r l a s
c o s a s . D e s p u é s de t o d o , y o n o c r e o q u e h a -
y a sido «un c r i m e n h o r r e n d o » .
ADELA. Lo h a s i d o . P o r q u e e s a b r o m a t a n m a n s a
puede m a t a r tu felicidad y la de P e d r o .
CL^RA. ¡ Dios m í o , q u é e m p e ñ o en m i r a r l o t o d o
p o r el l a d o d r a m á t i c o ! G a s t ó n t e n í a r a z ó n .
U n h o m b r e de m u n d o , de e d u c a c i ó n m á s
e s c o g i d a q u e lo es l a d e m i e s p o s o , h u b i e r a
s i d o el p r i m e r o en r e í r s e d e u n s u c e s o q u e
sólo a l a r i s a se p r e s t a .
ADELA. . No te reiste tú, Clara. E s preciso que e s a s
justa.
CLARA. Y O , no... pero Pedro...
ADELA. L O q u e p a r a ti es a n g u s t i a y q u i z á d e s e s -
peración, no puede ser alegría p a r a tu m a -
rido.
CLARA. P e r o y o m e c o n t u v e en l o s l í m i t e s d e l a s
CLARA. P e r o une c o n t u v e en l o s l í m i t e s de l a s c o n -
veniencias sociales, y no insulté a Gastón.
ADELA. N O sólo n o le i n s u l t a s t e e n t o n c e s , s i n o q u e
a h o r a «le defiendes». (Con ironía y triste-
za; ve que la ilusión por Gastón está muy
arraigada.)
CLARA. Si en él n o h u b o m á s q u e e r r o r , ¿ p o r q u é
n o h e de d e f e n d e r l e ?
ADELA. ¿ Y si fué m a l i c i a i n f a m e ? ¿ Y si él p e n s ó
e s t o ? « C l a r a es a r d i e n t e , a p a s i o n a d a . . . E n
m i r e t r a t o se a c o s t u m b r a r á a v e r m e ; p o n -
d r á e m p e ñ o en a m a r m e , c r e y e n d o q u e s o y
s u p r o m e t i d o : m e a m a r á a l fin... Y c u a n -
d o P e d r o se p r e s e n t e , el c o r a z ó n d e s u e s -
posa, e s t a r á o c u p a d o t o d o él con m i p r o p i a
i m a g e n . D e s p u é s , d e j e m o s al tiempo...)) ¿Y"
si p e n s ó e s t o ?
CLARA. ¡ N O t a n t o ! ¡No t a n t a m a l d a d ! ¡Dios mío,
qué afán de m a n c h a r l o todo!
ADELA. N O es fácil m a n c h a r l a c o n c i e n c i a de G a s -
tón.
CLARA. P e r o c a l u m n i a r l e es fácil.
¡ C l a r a ! . . . ¡ P o b r e C l a r a ! . . . ¡Ale d a s m i e -
d o ! . . . Soy l e a l , C l a r a ; sé- l e a l c o n m i g o .
G a s t ó n l i a c o n s e g u i d o su o b j e t o : «le a m a s » .
(Con energía dolorosa.)
¡Adela!... ¡Adela!... (Protestando con.
energía laminen.) S í ; le « q u i s e » , p e r o fué
cuando pensé que mi h o n r a era compati-
ble con m i a m o r ; m á s a ú n : ¡ q u e p a r a s e r
h o n r a d a debía a m a r l e m u c h o ! . . . Pero aque-
llo... a q u e l l o . . . « p a s ó » .
¡Ojalá!
¡ E s q u e s u p o n e s . . . es q u e i m a g i n a s ! . . . A d e -
la... Adela... ¡por Dios!
(Luchando noble g desesperadamente.) No
b a s t a que dejes de q u e r e r a Gastón o que
lo d i g a s . E s p r e c i s o q u e le d e s p r e c i e s , q u e
le o d i e s : l o m e r e c e . No b a s t a q u e r e s p e t e s
l a h o n r a de P e d r o . E s p r e c i s o q u e le a m e s :
lo m e r e c e .
(También defiende desesperadamente su
ilusión.) ¡ O h ! Dios mío, ¡qué cosas dices!
L a v o l u n t a d m a n d a ; el d e b e r se c u m p l e ;
p e r o con el c o r a z ó n n o se j u e g a . (En todo
esto una mezcla de ironía y de desespera-
ción.) Me decís : «Te m a n d o q u e q u i e r a s
«a éste» c o n t o d a tu a l m a . » Y y o r e s p o n -
d o : ((Bueno, y a le q u i e r o . » Y v o s o t r o s :
« P u e s a h o r a , te o r d e n o q u e le o d i e s c o n t o -
d o s t u s o d i o s . Q u e a q u í te t r a i g o (¡otro»
h o m b r e , a quien n u n c a h a s visto, y h a s de
adorarle.» ¡Bien está!... ¡Bien está!...
¡ Ah ! Q u i t o a m o r e s , p o n g o o d i o s ; q u i t o i n -
d i f e r e n c i a s , p o n g o a m o r e s ; c o m o si el p e -
cho fuese u n t a b l e r o de a j e d r e z y se m u d a -
s e n en él de c a s i l l a i l u s i o n e s y d e s e o s ,
odios y r e p u g n a n c i a s , l á g r i m a s y risas, lu-
ces y s o m b r a s a v u e s t r o c a p r i c h o , a m o d o
de p e o n e s i n e r t e s ; ¡ c o m o si y o n o t u v i e s e
un alma y un corazón!
No sé q u é d e c i r t e : rae d a s ni i edo.
(Conteniéndose, con voz débil y ocultándo-
se el rostro.) Y a mí también me da miedo
de m í m i s m a .
Perdóname... iperdóname... (Abrazándola
y haciéndola cariños.)
No, si h a c e s b i e n ; si y o h a r í a lo m i s m o .
Te p o r t a s como u ñ a b u e n a a m i g a y como
u n a m u j e r h o n r a d a . P r o c u r a s m i felicidad
como mi p a d r e , como todos. Gastón...
— 53 —

ADELA. ¡Es un miserable!... ¡ I ' n miserable!... ¡To-


d o lo q u e t e d i j o P e d r o ! . . . ¡ C r é e m e ! . . .
¡Créeme, por Dios!
CLARA. Sí, y a lo sé. Aihora es p r e c i s o a c u m u l a r so-
bre Gastón todas las bajezas, todas las ini-
q u i d a d e s , p a r a q u e y o le d e s p r e c i e y le a b o -
r r e z c a . Si es j u s t o , si es m o r a l l o ' q u e h a -
ces. P e r o , A d e l a , l a i n t e n c i ó n es c o n o c i d a ,
y l a e x a g e r a c i ó n s a l t a a los ojos. Y y o n o
m a n d o en m i s a f e c t o s : quiero, p o r q u e ' q u i e -
ro ; odio, p o r q u e o d i o ; desprecio, p o r q u e
desprecio.
ADELA. ¡ P o r Dios, C l a r a ! . . .
CLARA. D u e ñ o , b i j a , c o n v e n c i d í s i m a . G a s t ó n es u n
malvado. Pedro, un angelote.
ADELA. ¡ A h ! Si p u d i e r a s t r a t a r a G a s t ó n o c h o
d í a s . . . con t u t a l e n t o y 1u b u e n s e n t i d o . . .
¡qué pronto llegaría el.desengaño!
CLARA. (Con energía.) Si P e d r o h u b i e r a s i d o o t r o
h o m b r e , eso h u b i e r a h e c h o . L o s a f e c t o s y
l a s i l u s i o n e s n o se m a t a n c o n g r i t o s , c o n
a m e n a z a s ni con violencias.
ADELA. Si P e d r o te h u b i e s e a m a ' o m e n o s , eso h u -
biera hecho.
CLARA. ¿ T a n t o me a m a ? ¿Desde c u á n d o ? (Con
ironía.)
ADELA. ESO no lo sé: él te lo dirá.
CLARA. Será preciso que t e n g a m o s u n a explica-
c i ó n f r a n c a y l e a l . Q u i e r o q u e él m e c o n o z -
ca y quiero conocerle yo.
ADELA. (Mirando al fondo.) P u e s creo que viene.
CLARA. (Sin poder dominar su repugnancia o su
miedo.) No... a h o r a n o , m á s tarde.
ADELA. P u e s e n t r a en t u c u a r t o .
CLARA. T a m p o c o ; e n t r a r á él. ¿ C r e e s t ú q u e h a y
r e s p e t o s q u e c o n t e n g a n a ese h o m b r e , t o d o
pasión, todo violencia? No, v e n ; d e t r á s de
e s a c o r t i n a n o s p o d e m o s o c u l t a r . A v e r lo
que hace.
ADELA. C o m o t ú q u i e r a s . Le creo t a n noble, q u e
c o n o b s e r v a r l e , s i n q u e él lo s e p a , n a d a
perderá.
CLARA. Veremos... me inspira miedo... pero tam-
b i é n c u r i o s i d a d . (Se ocultan las dos detrás
del tapiz o de las cortinas de la segunda
parte de la izquierda. La escena preceden-
te es muy importante y hay que estudiarla
con cuidado, porque en ella se, va, a prepa-
rar ida transformación de Claran. Empieza
Gastón, aunque Caá no lo confiese, a inspi-
rarle eludas; empieza Pedro a inspirarle
curiosidad; son matices muy sutiles que el
talento de la actriz podrá hacer valer.)

ESCENA 111
CLARA y ADELA, ocultas detrás del cortinaje; el pú-
blico lo sabe y aun puede verlas en algún momento
o constantemente, según convenga. PEDRO, entran-
do por el fondo.
PEDRO. N O se h a b r á l e v a n t a d o t o d a v í a : es m u y
t e m p r a n o . (Pausa.) P a r a m í , y o n o s é si
a m a n e c e r á a l g u n a vez. M e p a r e c e q u e se
. me p r e p a r a u n a noche m u y larga. (Se
aproxima lentamente y con profunda emo-
ción a la primera puerta de la izquierda,
que es la del cuarto de Clara. Toda esta
escena, que en gran parte es «escena mu-
da», queda encomendada al actor.) Qui-
siera verla... y no m e atrevo. Dice q u e soy
u n a ñ e r a . ¡ Q u é m a n s a es e s t a fiera! (Se
detiene vacilante y pensativo.)
CLARA. (Cuando hablen ellas dos, siempre en voz-
baja.) ¿-Le o y e s lo q u e d i c e ?
ADELA. NO. ' •
PEDRO. ¡ Q u i é n s a b e lo q u e p o d r á s u c e d e r ! . . . ¡ S i
n o l a v i e r a m á s ! N o ; es p r e c i s o q u e e l l a
sepa ¡cuánto la he querido!... Es preciso
q u e n o m e d e s p r e c i e . . . ¡ P r i m e r o el d e s p r e -
cio y l u e g o el o l v i d o ! . . . M o r i r c o n e s t a i d e a
sería la condenación eterna.
ADELA. (A Clara.) N o se a t r e v e a e n t r a r .
CLARA. N O le oigo.
PEDRO. (Alzando la voz.) S o y s u m a r i d o . . . es m í a . . .
t e n g o d e r e c h o a r o m p e r e s a p u e r t a . . . y-
obligar a Clara a que m e oiga... ¡Es su
obligación oírme!... C u m p l a m o s todos nues-
t r a obligación.
CLARA. (A Adela.) A h o r a sí le o i g o : l a v i o l e n c i a ,
l a a m e n a z a , como antes, como siempre.
(Pedro se precipita a, la puerta; va a for-
zarla, pero se detiene.)
ADELA. P u e s sin e m b a r g o se d e t i e n e . ¿ N o v e s ? N i
a l l a m a r se a t r e v e .
PEDRO. (Retrocediendo, con desaliento y tristeza.)
¿ Q u é c o n s e g u i r í a ? Si p u d i e r a u n o h a c e r
p r e s a en l a s a l m a s c o m o se h a c e p r e s a e n
los c u e r p o s : c o g e r su « a l m a » , a p r e t a r l a
c o n t r a <da m í a » , i n f u n d i r l a t o d o el a m o r
q u e t e n g o , e n t o n c e s , b u e n o . P e r o esto n o
es posible : l a s a l m a s n o son p a l p a b l e s ; la
f u e r z a n o s i r v e c o n t r a e l l a s . Si u n a c h i s -
p a d e fuego se a c e r c a a u n c o m b u s t i b l e ,
con s e r é s t e r u i n m a t e r i a , e n él p r e n d e y
p r o n t o lo c o n v i e r t e e n h o g u e r a . Y m i a l m a
es t o d a l l a m a r a d a s , y el a l m a d e C l a r a e s
t o d a h i e l o , <y m e a c e r c a r í a a ella, y l a a p r e -
t a r í a contra mí... y su a l m a seguiría sien-
do hielo... N a d a p u e d o . . . n a d a p u e d o . . . si
ella n o ((quiere q u e r e r m e » . . . ¡ n a d a p u e d o !
.ADELA. ¿¡Entiendes algo?
CLARA. De u n m o d o v a g o : m e d i a s p a l a b r a s ; a l -
g u n a e x c l a m a c i ó n ; n o sé lo q u e dice.
..PEDRO. ¿ Y s i p i e r d o l a v i d a e n ese l a n c e ? ¿ Y s i
q u e d a vivo G a s t ó n ? ¡ E n t o n c e s q u e d a Cla-
r a s i n defensa e n p o d e r de ese m a l v a d o !
N o . . . n o . . . es p r e c i s o q u e y o l a v e a . . . ¡ P e r o
si m e r e c h a z a s i e m p r e . . . s i n o m e q u i e r e . . .
si m e d e s p r e c i a ! . . . ¡ C l a r a . . . C l a r a ! . . . ¡ N o
m e c o n o c e s , n o m e c o n o c e s ! (Se. deja caer
en una silla y oculta el rostro entre las
manos: llora./
ADELA. ¿ T a m p o c o le h a s o í d o a h o r a ?
CLARA. No.
ADELA. Mira... m i r a . . . ese h o m b r e t a n violento,
t a n amenazador... está llorando.
CLARA. No l o sé. T i e n e l a c a b e z a e n t r e l a s m a n o s ,
p e r o n o s é s i l l o r a . M e p a r e c e difícil q u e
P e d r o l l o r e p o r m í . N o lo n i e g o : d i g o q u e
n o lo s é . . H e a p r e n d i d o a n o c r e e r e n i l u -
siones.
PEDRO. (Levantándose con ímpetu.) ¡Ea!... ¡Es
p r e c i s o ! . . . ¡ C o b a r d í a e s t ú p i d a ! . . . (Se acer-
ca resuelto a la puerta; luego se detie-
ne; esto varias veces, graduadas, como re-
sulte mejor. Es una escena muda que el ac-
tor interpretará como crea oportuno.) ¡No!
No m e atrevo... no m e atrevo... no m e atre-
v o . . . (Sale por el fondo desesperado.)

ESCENA IV
CLARA y ABELA vienen al primer término.
ADELA. ¿Y qué?
CLARA. Nada.
ADELA. A n t e t u p u e r t a se h a d e t e n i d o , y e r e s s u y a ,
s u y a . N o es el h o m b r e b r u t a l q u e d e c í a s .
— 56 —

CLARA. Qué p r o n t o absuelves a P e d r o y qué p r o n -


to c o n d e n a s . . .
ADELA! ¿A q u i é n ? . . . ¿A G a s t ó n ?
CLARA. A n a d i e . . . No sé lo q u e i b a a d e c i r . . . N o es-
j u s t o lo q u e i b a a d e c i r . L a v e r d a d es q u e
mi cabeza no está m u y segura. Siento a n -
g u s t i a «y f a t i g a y J a i t a d e r e s p i r a c i ó n .
A i r e . . . n e c e s i t o a i r e . . . (Va al balcón y lo-
abre; entra la luz de la madrugada.) Ya
a m a n e c e : el v i e n t e c i l l o de l a m a ñ a n a m e
c a l m a r á u n p o c o . (Pausa.) ¡Qué h e r m o s o
e s t á el o r i e n t e ! ¡ Q u é h e r m o s o e s t á el j a r -
d í n ! A p a g a e s a s l u c e s . (A Adela.) Haz, e l
f a v o r . L a l u z d e l d í a y la luz a r t i f i c i a l for-
m a n un contraste qué me hace daño. ¡La
v e r d a d y l a m e n t i r a frente a frente! ¡ F r e n -
te a f r e n t e y c o m p i t i e n d o ! . . . Y a v e c e s b r i -
lla m á s l a m e n t i r a q u e l a v e r d a d . . . ¡lo a r -
tificial q u e lo v e r d a d e r o ! A p a g a , A d e l a ,
a p a g a . E s u n a o f e n s a a Dios m a n d a r al"
sol de los c i e l o s q u e n a c e los r a y o s m i s e r a -
b l e s de u n a s l a m p a r i l l a s d e s a l ó n . (Adela
apaga las luces; el salón queda, alumbrado
por el sol naciente, que va aumentando la-
intensidad hasta el fin del acto.)
ADELA. T Ú lo ' h a s d i c h o : a v e c e s l a m e n t i r a b r i l l a
m á s que la verdad.
CLARA. (Hiendo irónicamente, pero con risa, forza-
da.) ¡Ay, q u é A d e l a é s t a ! ¡ D e t o d o s a c a
p a r t i d o ! Sí, y a lo c o m p r e n d o . ¡ E l a m o r de
P e d r o es el "sol q u e n a c e ! ¡ E l a m o r de-
G a s t ó n , l a t u c e c i l l a de s a l ó n ! . . . ¿ N o e r a
e s a tu i d e a ? . . .
ADELA. No finjas i r o n í a s q u e n o s i e n t e s p a r a o c u l -
t a r d u d a s y a n g u s t i a s que te o p r i m e n .
CLARA. ¡ E S verdad!... ¡Es verdad, Adela! (Se-
abrazan.)
ADELA. Ven a tu c u a r t o , ¿por qué no d u e r m e s ?
CLARA. N O ; q u i e r o e s t a r a q u í u n r a t o . E l fresco
de l a m a ñ a n a m e c o n s u e l a . Al a b r i r este
b a l c ó n p a r e c e q u e se m e h a m e t i d o en el
a l m a u n r a y o d e sol.
ADELA. C o m o q u i e r a s . (Pausa; las dos miran al
jardín; va aumentando la claridad.)
CLARA. P e r o , ¡calla!... ¿Qué es aquello?... ¿ N o
v e s ? . . . ¡ T r e s c a b a l l e r o s e n ese j a r d í n ! . . .
¡ A e s t a s h o r a s ! . . . ¿ Q u é s i g n i f i c a e s t o ? (A
Adela.)
ADELA. N O s é . . , q u é i m p o r t a . . . v e n . . . (Quiere sepa-
— 57 —

varia del balcón, pero Clara se resiste.)'


CLARA. N O ; deja, deja. ¡Es m u y e x t r a ñ o ! P e r o ,
¿ q u i é n es a q u e l ? . . . ¿ Q u i é n es a q u é l ? . . . ¡No-
es i l u s i ó n ! . . . ¡ A d e l a . . . A d e l a . . . m i r a . . . m i -
r a ! . . . ¿ T a n a b a n d o n a d a estoy de la m a n o
de D i o s q u e lo veo en t o d a s p a r t e s . . . o es
él... o es G a s t ó n ?
ADELA. S Í , es G a s t ó n . E s t a vez n o t e e n g a ñ a s .
CLARA. (Con expresión de sorpresa.) ¿El aquí? ¿ A
e s t a s ñ o r a s ? . . . ¿ P e r o a q u é v i e n e ? Dios-
mío, Adela, no me engañes. (Empezando
a sospechar la verdad.) ¿ Q u é s i g n i f i c a es-
to?... ¡La v e r d a d !
ADELA. Cálmate, Clara.
CLARA. A q u e l l o s i n s u l t o s de P e d r o . . . a q u e l l a s a m e -
n a z a s de G a s t ó n . . . ¡ U n d u e l o ! . . . ¡ S e t r a t a
de u n duelo!
ADELA. S Í . . . ¿pero quién sabe todavía?
CLARA. ¡ Q u é d u d a c a b e ! . . . E s p e r a n q u e r o m p a el
día... ¡Dios m í o , qué d e s g r a c i a ! . . . ¡Y sin
razón, sin motivo!... P o r u n a casualidad,,
o p o r u n a b r o m a i n d i s c r e t a a lo s u m o . . .
¡ Qué l o c u r a ! . . . ¡ E s e ! c a r á c t e r de P e d r o ! . . .
¡ N o lo n i e g u e s : él p r o v o c ó a G a s t ó n ! . . .
ADELA. N^O sin c a u s a . ¿ Q u i é n p r o v o c a ? ¿ E l q u e
defiende s u d i g n i d a d u l t r a j a d a , o el q u e
h a c e e s c a r n i o d e lo m á s s a g r a d o ?
CLARA. ¡ C a l l a ! ¡ C a l l a ! ¡O m e v o l v e r é l o c a ! P e r o
m i p a d r e n o p u e d e c o n s e n t i r l o . (Todo esto
con agitación, con ansiedad, con pasión.)
ADELA. Y n o lo c o n s i e n t e . P e r o n o se h a o p u e s t o
a p a r e n t e m e n t e a q u e el d u e l o se v e r i f i q u e
en el. j a r d í n i n m e d i a t o . . . a fin d e t e n e r l o s
a los d o s m u y cerca, h a s t a el ú l t i m o i n s t a n -
te. H a b l a r á "con P e d r o , l l a m a r á a G a s t ó n ,
p a r a c a l m a r l e . . . y t o d o se a r r e g l a r á , n o
t e n g a s m i e d o . Tu p a d r e e s t á s e g u r o d e c o n -
vencerles.
CLARA. E S O es... explicaciones f r a n c a s . . . excusas
d i g n a s . . . Q u e l o s d o s c e d a n u n p o c o . . . ¡Si
sería u n absurdo... u n absurdo!... Un ras-
go d e d e m e n c i a .
ADELA. A h o r a t r a n q u i l í z a t e . . . Y a v e r á s c ó m o vie-
n e n a b u s c a r a G a s t ó n ile p a r l e de t u p a -
d r e . . . y c ó m o e n t r a en l a s h a b i t a c i o n e s d e l
Marqués.
CLARA. E S v e r d a d . . . m e d i a n d o m i p a d r e e n el a s u n -
to e s t o y m á s t r a n q u i l a . (Se pasea con agi-
tación por la sala; dice que está tranquila,
pero no lo está. Adela se queda observando
en la ventana.)
ADELA. Y a lo creo... ven... v e n conmigo...
CLARA. No. P a s e á n d o m e calmo mejor los nervios.
No l e s p i e r d a s d e v i s t a .
ADEIA. N O tengas cuidado.
CLARA. ¿ H a n venido a buscar a Gastón p a r a que
entre a h a b l a r con m i p a d r e ?
ADELA. No... todava no.
CLARA. ¡Cuánto tardan!
ADELA.Í E s t a r á tu padre convenciendo a Pedro.
o

CLARA. " ¿ Q u e h a c e n ? . . . E s o s . . . l o s t r e s q u e h e m o s
visto, ¿ q u é h a c e n ?
ADELA. Pasean y hablan tranquilamente.
CLARA. ¡ T r a n q u i l a m e n t e ! . . . ¿ Y... é l . . . G a s t ó n ?
ADELA. G a s t ó n e s t á frío, i m p a s i b l e . S o n r í e c o n i n -
diferencia, como si n o se p r e p a r a s e a d a r
muerte a u n amigo.
CLARA. L O S h o m b r e s s o n a s í : t e d i r á n q u e eso lo
q u e p r u e b a es « s u v a l o r » .
.ADELA. ¿ Y t ú le a d m i r a s p o r s u v a l o r ?
CLARA. N O h e p e n s a d o e n t a l cosa. P e n s á n d o l o ,
pensaría u n a infamia.
ADELA. Al m e n o s n o s a b e s fingir.
CLARA. N O sé f i n g i r : s i a l g ú n d í a t e d i g o q u e d e s -
p r e c i o a G a s t ó n , s e r á p o r q u e le d e s p r e c i e .
H a s t a e n t o n c e s . . . n o p u e d o d e c i r lo q u e n o
siento.
ADELA. Así te quiero.
CLARA. Y' a h o r a , ¿ q u é h a c e n ? . . . ¿ q u é h a c e n ? . . . (Al
mismo tiempo quiere y no quiere asomarse
a la ventana..)
ADELA. Ven a verlo.
CLARA. N O; yo no. Dímelo tú.
ADELA. L a c o n v e r s a c i ó n se h a a n i m a d o y r í e n m u -
cho. G a s t ó n es el m á s e x p r e s i v o , el m á s
b r o m i s t a . E n s u s a d e m a n e s , q u e s o n ele-
g a n t í s i m o s , se conoce q u e está « c o n t a n d o
a l g o » , y l o s d e m á s c e l e b r a n «lo q u e c u e n -
ia». A c é r c a t e . . . es c u r i o s o . . .
CLARA. NO.
ADELA. E s p e r a . . . ¡ a h ! . . . explica «cómo a l g u i e n c a e
en s u s b r a z o s » . . . ¡ y c o n q u é m í m i c a t a n
e x q u i s i t a lo e x p l i c a ! . . . ¡ D i o s m e p e r d o n e ,
p o r o y o c r e o q u e l e s refiere c o n g r a n r e g o c i -
jo el" l a n c e d e a y e r : d e q u é m o d o t ú l e
c e ñ i s t e el c u e l l o !
CLARA. (Se precipita al balcón.) ¡ M e n t i r a ! . . . (Ob-
serva con empeño.) No... ¡Creo q u e tienes
— 59 —

razónl... L a risa de ese hombre m e hace


d a ñ o . (Se retira del balcón y se deja caer
en el sofá. Le ha repugnado la risa de Gas-
tón.)
ADELA. Ven... ven... que l o s caballeros siguen de
buen humor.
CLARA. Basta.
ADELA. ¡Ah!... U n criado h a venido a buscar a
Gastón.
CLARA. ¡Al ñ n ! (Poniéndose en pie.)
ADELA. L e h a b l a y se d i r i g e n a l p a b e l l ó n d e l M a r -
qués.
CLARA. ¡ G r a c i a s a Dios!,
ABELA. (Deja el balcón y se acerca a Clara.) ¿Es-
tás m á s tranquila?
CLARA. S Í . (Aparte.) ( A veces u n a s o n r i s a dice
mucho.)
ADELA. ¿En qué piensas?
CLARA. En nada.
ADELA. ¿ E m p i e z a a p a l i d e c e r el í d o l o ? (Acercán-
dose y en voz baja.) D i q u e s í ; d a m e e s a
alegría.
CLARA. L a s luces d e la m a ñ a n a son m u y pálidas.
ADELA. Pues Pedro...
CLARA. ¡Qué pretensión la t u y a ! ¡Que en m e n o s
de v e i n t i c u a t r o h o r a s h e d e o d i a r a l q u e
a m a b a y h e d e a m a r al q u e m e e r a indife-
r e n t e ! No t a n t o , A d e l a .
ADELA. S i l e n c i o . . . P e d r o v u e l v e . . . (Asomándose al
foro.)
CLARA. P u e s d é j a m e s o l a c o n él. H a z m e ese f a v o r .
Quiero hablarle.
ADELA. (Con regocijo.) ¡ Y a le b u s c a s !
CLARA. Y O n o m i e n t o : n o le b u s c o , p e r o n o Je h u -
yo. V e t e . . . t e lo r u e g o .
ADELA. Adiós... b u e n ánimo... p o n algo d e t u p a r -
te... ¡ p o b r e C l a r a ! (Sale por la izquierda.)

ESCENA V
CLARA y PEDRO. Clara se retira un poco hacia el
fondo. Pedro entra sin verla. Esta escena, importan-
tísima y decisiva, queda encomendada a los actores.

CLARA. ¡Bien sabe Dios que con t o d a mi a l m a quie-


r o q u e este h o m b r e m e s a l v e !
PEDRO. N O ; e s t a v e z t e n d r é v a l o r . Si n o m e d a á n i -
mos Clara, Gastón m e m a t a . Aprecio aho-
r a m i s m o l a v i d a es t a n p o c o , q u e n o s a b r é
— 60 —

defenderla. ¡Sepamos la verdad!... Pene-


t r a r e n el c o r a z ó n d e C l a r a . . . y s i e s t á ,
¡ a r r a n c a r l a , a u n q u e el c o r a z ó n se v e n g a
d e t r á s ! ¡ E a ! . . . a n o p e r d e r el t i e m p o . A
« g o l p e a r » l a p u e r t a . (Se acerca con «vio-
lencia», pero llama con «timidez».) ¡Cla-
r a ! . . . ¡ C l a r a ! . . . (En voz baja y temerosa.)
CLARA. N O llames, P e d r o ; estoy a q u í . (Avan-
zando.)
PEDRO. ¡ C l a r a ! . . . (Volviéndose con rapidez. Pau~
sa. Se miran los dos profundamente; com-
prenden que ha llegado un instante deci-
sivo.)
CLARA. M u y temprano despiertas.
PEDRO. N O m á s que tú.
CLARA. Y O n o ihe d o r m i d o .
PEDRO. YO tampoco.
CLARA. E l sueño, como los m a l o s amigos, huye-
c u a n d o m á s se le n e c e s i t a .
PEDRO. P u e s si t o d a l a n o c h e estuviste despierta,.
h a b r á s pensado mucho.
CLARA. Mucho.
PEDRO. ¿En quién?
CLARA. E n t i . . . (Movimiento de alegría de Pedro.)
Y en Gastón.
PEDRO. (Sin poder contenerse.) ¡ C l a r a ! . . . S i es
v e r d a d , n o lo d i g a s . Si es d e s e o d e a t o r -
m e n t a r m e , n o sea cruel.
CLARA. ¿Prefieres que mienta?
PEDRO. NO, la verdad, aunque me martirice.
CLARA. P u e s l a v e r d a d te digo.
PEDRO. Dila siempre. Yo n o p u e d o vivir así, n i t ú
tampoco. Quiero conocer tu a l m a e n t e r a :
tus ilusiones, t u s esperanzas, t u s desenga-
ños. Y e n c a m b i o , v o y a m o s t r a r m e a t i
como s o y ; seré torpe y brutal, pero soy u n
h o m b r e d e ' h o n o r , y te a m o c o m o n a d i e
puede amarte. Cuándo nos conozcamos
l o s d o s , t ú d e c i d i r á s de n u e s t r a s u e r t e .
CLARA. De t u h o n o r n o h e d u d a d o n u n c a ; tienes-
b u e n fiador, m i p a d r e .
PEDRO. No dudes tampoco de m i cariño.
CLARA. (Con tristeza.) ¡Quién p u e d e estar seguro-
de s u s a f e c t o s ! A l a s n u b e s d e l cielo se l a s
lleva u n s o p l o d e a i r e ; a l a s i l u s i o n e s d e l
a l m a . . . se l a s l l e v a el d e s e n g a ñ o .
PEDRO. L O d i c e s c o n t r i s t e z a y zne d a s a l e g r í a . N o
sé p o r q u é , o d i o t u s i l u s i o n e s . Sí l o s é : l a s
odio p o r q u e n o l a s h e f o r j a d o y o . ¡ Q u e se-
d e s v a n e z c a n , q u e se b o r r e n ! ¿ M e c o m p r e n -
des?
T a l vez.
Oye, ' C l a r a , h o y n o e s t o y e n o j a d o , n o t e
a m e n a z o , no me exalto... Hoy no m e ten-
drás miedo...
No ; todavía no.
P u e s bien, hablemos... no como m a r i d o y
m u j e r . . . s i n o c o m o dos b u e n o s a m i g o s : siii
e s c r ú p u l o s , sin t e m o r e s , sin o c u l t a r n a d a . . .
n a d a , ¡la v e r d a d , l o d a l a v e r d a d !
Sen c o m o tú q u i e r a s . D i s p u e s t a estoy a n o
o c u l t a r l e n a d a : n i el m á s r e c ó n d i t o d e m i s
p e n s a m i e n t o s , n i m i d e s e o m á s v a g o , n i mi
a r d i e n t e e s p e r a n z a . . . (Al observar un mo-
vimiento de Pedro.) Veo q u e t i e m b l a s ; q u e
p r o c u r a s d o m i n a r t e . Si n o c r e e s q u e p u e d a s
conseguirlo, m á s vale que dejemos aquí
nuestra conversación.
No... no... Después... ¿quién sabe?... Qui-
zá e s t a o c a s i ó n es ú n i c a en l a v i d a . (Algo
pensativo.)
N o . . . eso n o . . . n o d i g a s eso... (Por un mo-
vimiento instintivo se acerca a Pedro com-
prende gue se refiere al duelo próximo.)
Oye, C l a r a ; y o c o m p r e n d o lo q u e p o r ti
p a s a , y p o r eso m e m u e r d e n y m e e n v e n e -
n a n la s a n g r e l a d e s e s p e r a c i ó n y l o s celos.
Oye, C l a r a , ¿ t ú c o n o c í a s a G a s t ó n ? . . . T e
d i s g u s t a q u e p r o n u n c i e ese n o m b r e , p e r o
es p r e c i s o ; é l o c u p a t u s v i g i l i a s y o c u p a
tus sueños. C o n t é s t a m e : ¿conocías a Gas-
tón?
S í : le vi dos o t r e s veces. T e d i r é c ó m o .
E s i n ú t i l ; conozco esa h i s t o r i a : u n a histo-
ria insulsa, descolorida... (Exaltándose;
una mirada de Clara le contiene.)
Si c o n o c e s l a h i s t o r i a , n o t e n g o q u e c o n t a r -
la. Y m e a l e g r o . . . p o r q u e m e r e p u g n a h a -
b l a r d e esto.
;A.h! (Con alegría descompuesta; su carác-
ter lo domina.) De m o d o q u e y a n o es m i
v i o l e n c i a lo ú n i c o eme t e r e p u g n a . . . ¡ s i n o
t a m b i é n l a h i s t o r i a de G a s t ó n ! ¡ T e r e p u g -
n a p e n s a r en é l ! ¡ Y a e s t a m o s i g u a l e s él y
y o ! Le a l c a n c é . . . de m a l a m a n e r a , ¡ p e r o
le a l c a n c é ! ¡ A h , C l a r a , si n o c o n s i g o q u e
m e q u i e r a s , m e v o l v e r é l o c o ! . . . ¡Y si m e
v u e l v o loco, n o e s t a r á s m u y s e g u r a a mi
l a d o ! . . . i C l a r a ! . . . ¡ C l a r a ! . . . ¡ V i d a de m i
v i d a , l u z de m i s o j o s ! . . . (Se acerca a ella
apasionadamente. Clara retrocede.) Per-
d o n a ; n o te-mas... D é j a m e u n m o m e n t o . . .
(Deteniéndose.) Espera... espera que me
calme. ¡Hasta las alegrías y las esperan-
z a s s o n en m í b r u t a l e s ! . . . L a s a n g r e a c u d e
al corazón... acude a la cabeza... y no sé...
n o s é . . . n o r e s p o n d o d é m í . . . ¡ N o te v a y a s , ,
por Dios!... ¡Un instante... p a r a que me
c a l m e ! . . . ¡ A h , C l a r a ! . . . (Se deja caer en
un sofá y se oculta el rostro. Pausa.)
CLARA. (Si es v e r d a d eso q u e d i c e . . . ¡ P e d r o m e
quiere mucho!... ¿Pero será verdad?)
( Aparte.)
PEDRO. (Levantándose.) Ya me hice dueño de mí.
Sigamos.
CLARA. Sigamos, pues.
PEDRO. E n a q u e l l a é p o c a . . . en l o s t i e m p o s de a q u e -
lla h i s t o r i a , ¿ a m a b a s a G a s t ó n ?
CLARA. NO.
PEDRO. P i é n s a l o b i e n ; n o te e n g a ñ e s a ti m i s m a ;
no m e e n g a ñ e s a mí.
CLARA. N O le amaba.
PEDRO. ¿Sentiste s i m p a t í a por él?... ¿ P e n s a s t e al-
g u n a s v e c e s en é l ? . . . ¿ T e dio p e n a d e j a r de-
verle?
CLARA. Sí.
PEDRO. (Da una especie de grito o rugido y hace
un movimiento como para arrojarse sobre
Clara; pero se contiene rápidamente v por
completo.) N o ; n o t e a s u s t e s : estoy t r a n -
quilo. ¿Lo ves? Estoy t r a n q u i l o .
CLARA. T e d o m i n a s ; p e r o n o e s t á s t r a n q u i l o . Con
l a s u ñ a s te d e s g a r r a s el p e c h o . P e d r o . . . ¡lo
e s t o y v i e n d o ! (Pedro por debajo de la ca-
miseta se araña el pecho.)
PEDRO. E n t o d o c a s o , n o h e l l e g a d o t o d a v í a a l co-
razón. Sigamos.
CURA. Sigamos.
PEDRO. C u a n d o recibiste aquel retrato maldito y
p e n s a s t e q u e e r a el d e t u p r o m e t i d o e s p o -
so, ¿ a c e p t a s t e con p l a c e r ?
CLARA. SÍ.
PEDRO. ¿ Y si h u b i e r a s r e c i b i d o el m í o ?
CLARA. H u b i e r a v a c i l a d o ; a ti n o t e c o n o c í a . AI
fin h u b i e r a c e d i d o , p o r q u e le q u i e r o m u c h o -
a m i p a d r e ; pero por deber, con temor,,
sin alegría.
63 —

PEDRO. ¡Qué noble eres, p e r o qué p o c a p i e d a d t i e -


n e s de m í ! . . . ¡ C l a r a ! . . . ¡ C l a r a ! . . . (A pun-
to de estallar.)
CLARA. ¿Prefieres que m i e n t a ?
PEDRO. N O . D a m e l a m a n o . C o m o a u n b u e n ca-
m a r a d a . Soy t u m a r i d o , t u d u e ñ o . . . eso s í . . .
t u dueño... P o d í a p e d i r u n beso, u n beso
que no acabase n u n c a ; p o r q u e h a y besos
que n o a c a b a n ¡ n i en el c i e l o ! . . . ¡ y o t r o s
q u e p a l p i t a n e t e r n a m e n t e e n el i n f i e r n o !
Y y o . . . y o n o te p i d o m á s q u e l a m a n o . . . .
¡ P a r a s e r t a n b r u t a l , soy b i e n h u m i l d e !
CLARA. L a m a n o , s í ; y de c o r a z ó n . Lo q u e y o t e
d i g a s e r á eco d e m i c o n c i e n c i a . L o que y o
te c o n c e d a te lo c o n c e d e r á , el a l m a . T o m a ,
P e d r o . (Le da la mano, que Pedro estrecha
entre las suyas profundamente conmovido.
Aparte.) ( E s b u e n o , sí... es b u e n o . ) (Pedro
se separa de Clara y llora, si cree el actor
que debe llorar, y si no lo que al actor le
dicte su inspiración.)
PEDRO. ¡ No sé p o r q u é h a g o e s t o ! (Con enojo con-
tra sí mismo.) U n a s veces, débil como u n
n i ñ o ; o t r a s veces, b r u t a l c o m o u n s a l v a j e .
¡ Q u é difícil es q u e t ú l l e g u e - a c o m p r e n -
d e r m e y a a m a r m e ! ¡ Yo m e h e c r i a d o l u -
c h a n d o con l a N a t u r a l e z a y soy l a v e r d a d !
Tú perteneces a u n a sociedad refinadísima,
a l a de G a s t ó n , y h a s r e s p i r a d o d e s d e n i ñ a
una atmósfera falsa y convencional.
CLARA. Al m e n o s en e s t a o c a s i ó n n o lo d e m u e s t r o .
PEDRO. Tienes razón. Sigue.
CLARA. Pregunta.
PEDRO. De suerte, ¿que h a s empezado a a m a r a
Gastón?
CLARA. No ; e m p e z a r , n o : ¡ « y a le a m a b a » !
PEDRO. ¡ A h ! (Da un grito de rabia, se precipita
sobre Clara y la oprime furioso entre sus
brazos. Clara no se defiende. Se ve que
siente un placer desconocido.) ¿ Y si p o r
e s a p a l a b r a t e h i c i e s e p e d a z o s ? ¿ Y si c i ñ e -
r a m i s m a n o s , que son fuertes, m u y fuer-
tes,, a l r e d e d o r de t u cuello b l a n c o y d e l i c a -
do y t e a h o g a s e ? ¿ Y si m i s l a b i o s , y a q u e
n o te p u e d e n b e s a r , m o r d i e s e n l o s t u y o s ?
CLARA. M a t a r m e , sí... A h o g a r m e , sí... M o r d e r , sí...
B e s a r , n o . T o d a v í a n o . (Con languidez, sin-
defenderse, sin huir, dulcemente.)
PEDRO. ¡ A h ! . . . « T o d a v í a » , n o . . . H a s d i c h o : ((toda-
— 64 —

vía», no... ¡Dios m í o ! . . . ¡Dios m í o ! . . . ¡En-


t o n c e s . . . a l g u n a vez... s í ! . . . (Transición.
Mirando alrededor.) ¡ Q u é h e r m o s a es l a
l u z q u e e n t r a p o r ese b a l c ó n ! . . . ¡ C u e n t a . . .
cuenta!... ¿Cómo amaste a Gastón? (Bur-
lándose, riendo, importándole poco que hu-
biese ainado a Gastón, porque comprende
que ese amor o ha muerto o va a morir.)
CLARA. T e lo h e d i c h o . M e i n s p i r a b a s i m p a t í a s u
recuerdo... me dijeron que debía amarle
m u c h o . . . y n o s é . . . Ja c o s t u m b r e . . . l a i d e a
de que e r a suya...
PEDRO. ¿ Y ahora? ¿Sigues amándole? La v e r d a d :
c o m o si t e o y e s e D i o s . D i o s t e o y e : q u e
p a r a ti ¡yo soy Dios!
CLARA. M i a m o r . . . e r a c o m o u n a c o r r i e n t e . . . se h a
p a r a d o d e p r o n t o . . . y a h o r a . . . a h o r a . . . (En
el fondo hay cierta coquetería; se compla-
ce en atormentar un poco a. Pedro.)
PEDRO. A h o r a ¿ q u é ? (Con suprema angustia.)
CLARA. La corriente empieza a retroceder.
PEDRO. ¡ Y O l a e m p u j a r é ¡hacia a r r i a b a h a s t a q u e
se h u n d a e n su p r o p i a f u e n t e ! S i g u e .
CLARA. L O dije t o d o ; n o p r e g u n t e s m á s .
PEDRO. ¡ P u e s p r e g ú n t a m e t ú p o r q u é te q u i e r o !
CLARA. ¿Por qué me quieres?
PEDRO. No lo sé.
CLARA. ¿Desde c u á n d o ?
PEDRO. D e s d e q u e e r a s n i ñ a y te v e í a p a s a r e n t u
coche.
CLARA. ¿ Y después?
PEDRO. ¡ Pensé siempre en t i ; trabajé siempre por
ti; soñé siempre contigo, y he despertado,
y m e d i j e r o n q u e t u alma" e r a m í a . . . y t u
a l m a e r a de G a s t ó n !
CLARA. ¡ No e r e s g e n e r o s o !
PEDRO. Te a m o d e m a s i a d o p a r a serio.
CLARA. Al m e n o s n o h a b l e s d e e s e h o m b r e .
PEDRO. C u a n d o t ú n o p i e n s e s e n él.
CLARA. (Al oído con voz tentadora.) Desp-éciale.
PEDRO. ¡ C u a n d o le c a s t i g u e !
CLARA. De m o d o q u e n o c e d e s ; ¿ v a s a b a t i r t e ? . . .
c o n é l . . . a h o r a . . . e n el j a r d í n .
PEDRO. ¿Lo sabías?
CLARA. SÍ.
PEDRO. P u e s a h o r a lo s a b e s a ú n m e j o r . (La idea
de la próxima lucha; la sospecha de que
quizá Clara quiere impedir el duelo por
un resto de simpatía en favor de Gastón,
— 65 —

todo esto enardece la sangre de Pedro, que


vuelve en el final de la escena a sus arran-
ques brutales y a. sus violencias, gradua-
dos como crea conveniente el actor.)
CLARA. ¡ I m p o s i b l e ! . . . ¡ E s e d u e l o es i m p o s i b l e !
PEDRO. ¡ E S i n e v i t a b l e ! . . . L e i n s u l t é , n o t a n t o co-
rno m e r e c í a , p e r o l o b a s t a n t e p a r a q u e t e n -
ga derecho a exigirme u n a reparación.
CLARA. N o , P e d r o , n o . ¡ T e lo s u p l i c o . . . t e lo exi-
j o ! . . . R e n u n c i a a ese d u e l o .
PEDRO. (Ha vuelto, a pesar suyo, al louo violento.)
¡ A b ! . . . ¡Así sois t o d a s l a s m u j e r e ! ¡¡Me
s u p l i c a s con l á g r i m a s en l o s ojos q u e n o
m e b a t a con G a s t ó n ; y si yo fuese t a n d é -
bil, t a n c a n d i d o o t a n c o b a r d e q u é a c c e -
diese a tus ruegos, no me p e r d o n a r í a s nun-
ca y m e despreciarías s i e m p r e ! ¡Creerías
q u e h e t e n i d o m i e d o p o r q u e G a s t ó n es g r a n
e s p a d a c h í n , y c r e c e r í a él... a n t e t i . . . t o d o
lo q u e y o m e n g u a s e ! . . . ¡ N o . . . n o . . . n o t a n
n e c i o ni t a n c r é d u l o !
CLARA. ¡ N o . i . y o n o p i e n s o e s a s c o s a s ! T e lo j u r o .
PEDRO. A h o r a , ' n o ; ¡pero l u e g o , sí. ¡ L a m u j e r rio
a m a al c o b a r d e ! ¿ E s q u e q u i e r e s q u e y o
lo s e a p a r a t e n e r ese p r e t e x t o d e n o q u e -
r e r m e ? ¡ P u e s , sí, m e b a t i r é , m e b a t i r é , . ,
n o s u p l i q u e s , n o llores, es i n ú t i l ! ¡ P e r o
o y e . . . d i m e si q u i e r e s « q u e v u e l v a » ! . . . P o r -
q u e si n o m e d i c e s : ((Vuelve, P e d r o . . . » ,
¡ « y a n u n c a ; allá m e q u e d a r é . . . y t ú que-
darás libre»!... ¡Yo p o r ti, ; or a h o r r a r t e
u n a l á g r i m a , d o y m i v i d a . . . l a d o y . . . t ú lo
v e r á s ! . . . O él o y o : escoge. ¿ N a d a m e d i -
c e s ? E l . Me d i c e s : ((¿Vuelve?» ¡ C o n ki
a y u d a de Dios, a q u í m e t e n d r á s !
CLARA. ¡ P e r o t ú m e e n l o q u e c e s ! . . . ¿ Q u é es lo q u e
me pides?... ¿Que yo escoja u n a v i d a ? . . .
¡ P e r o , Dios m í o ! . . . . ¡ E s . p a r a p e r d e r l a r a -
zón !
PEDRO. ¡ P u e s p i é r d e l a . . . yo l a p e r d í ! . . . ¡ S i e n t o
q u e en m í se d e s b o r d a n t o d o s los i m p u l -
sos de mi n a t u r a l e z a s a l v a j e ! . . . ¡ B a s t a n t e
m e c o n t u v e ! A h o r a , q u i e r o , m a n d o , exijo...
¡El o yo!

5
— 66 —

ESCENA V I
CLARA y PEDRO; GASTON por la puerta de las-
habitaciones del Marqués.

GASTÓN. (Deteniéndose sorprendido al verlos.) ¡Ah!.


PEDRO. ¡ Gastón!
CLARA. ¡El!
GASTÓN. Dispense usted, s e ñ o r a ; salgo del cuarto
d e l s e ñ o r M a r q u é s ; es t a n t e m p r a n o , q u e
no imaginé encontrar aquí a nadie, y tomé
el c a m i n o m á s c o r t o p a r a h a j a r a l j a r d í n . . .
(Inclinándose respetuoso.)
CLARA. ¿Al jardín va usted?
GASTÓN. Sí, señora.
CLARA. ¿A batirse con Pedro?
GASTÓN. E l lo h a q u e r i d o y m i d i g n i d a d l o e x i g e .
CLARA. N o lo c o n s i e n t o . (Pedro hace un movimien-
to de ira, pero se contiene; su actitud en.
esta brevísima escena queda encomenda-
da al actor.)
GASTÓN. S e ñ o r a , es i n e v i t a b l e . S u e s p o s o d e u s t e d
se n i e g a a d a r m e e x p l i c a c i o n e s . D e m o d o
que n o he podido ceder a los ruegos del
Marqué?. Sin embargo...
CLARA. ¿Qué?
PEDRO. ¿Qué?
GASTÓN. Sin embargo, si usted, señora, c o m p r e n -
diendo q u e l a razón e s t á de m i parte...
« p r o n u n c i a u n a p a l a b r a . . . u n a s o l a . . . ¡muy
breve»... q u e yo n o d e j a r é q u e usted t e r -
m i n e . . . y « e s a p a l a b r a » es c o m o u n a « r e -
paración» d e l a s violencias de s u esposo,
« r e n u n c i a r é a ese duelo» : p a l a b r a d e h o -
n o r . (Se ve que Gastón lo que quiere es hu-
millar a Pedro, hacer que Ciara le ruegue.
Pedro apenas puede dominarse, pero
aguarda.)
CLARA. (Comprendiéndolo.) Sería u n a humillación
para Pedro, que yo...
GASTÓN. S e ñ o r a , él m e h u m i l l ó a n t e s . (Pausa pro-
longada.) Señora, espero esa p a l a b r a .
CLARA. (Con suprema dignidad.) «No l a p r o n u n -
cio».
GASTÓN. (Contrariado, pero respetuoso.) Señora...
'(Se inclina y sale por el fondo.)
PEDRO. (Con inmensa alegría.) ¡Ah!... ¡Gracias...
gracias, Clara!
CLARA. (Con profunda emoción.) ¡«Vuelve», P e -
— 67 —

d r o ! . . . ¡Quiero «que' vuelvas»!... ¡ T e es-


pero !
PEDRO. ¡ C l a r a ! . . . (Se precipua, coge a Clara en
sus brazos y la besa.) Y a h o r a . . . f u e r z a ,
corazón, vista segura, golpe certero, ener-
gías salvajes de m i naturaleza, ¡no m e
f a l t é i s ! . . . Sí, v o l v e r é . . . (Sale por el fondo.)
ESCENA VII
CLARA; después ADELA
•CLARA. ¡ P e d r o ! ¡ P e d r o ! ¡Dios mío, h e perdido l a
razón!... E s e h o m b r e consigue enloquecer-
me... ¡ N o ; no quiero que muera, quiero
v e r l e o t r a v e z ! . . . (Todo este monólogo con
agitación extrema, como la actriz lo sien-
ta.) ¡ Y a h a b r á l l e g a d o . . . y a h a b r á n c r u z a -
do los h i e r r o s . . . G a s t ó n e s d i e s t r o . . . P e d r o
v a c i e g o . (Asomándose al balcón; luego se
retira.) ¡ N o . . . n o se v e n a d a ! . . . ¡Adela!..,-
¡Adela!...
ADELA. ¿ Q u é ? ¿ N o h a s i m p e d i d o el d u e l o ?
CURA. ¡Al contrario... al contrario! ¿Lo compren-
d e s t ú ? . . . ¡Yo casi les h e obligado!... ¡Yo
m i s m a ! . . . D i o s m í o , ¿ q u é h e h e c h o ? (An-
gustiada, afligida, llorosa, etc., etc.)
ADELA. ¡Pero Clara... p o r Dios!...
•CLARA. ¡ E s p e r a ! . . . ¡Vienen!... Viene uno... pero
¿ c u á l ? ¿ C u á l s e r á ? (Se abraza aterrada a
Adela.)
ESCENA VIII
CLARA, ADELA y PEDRO
PEDRO. ¡Clara!...
•CLARA. ¡ P e d r o ! (Se confunden en un abrazo.)
PEDRO. ¡Por fin!...
CLARA. ¡Por fin!
PEDRO. ¡ T e lo dije!... ¡«Volveré», y «he vuelto»!
ADELA. ¿Y Gastón?
PEDRO. ¡ N O s é ! . . . ¡Qué i m p o r t a ! . . . Allá q u e d ó ;
herido... sí... ¡herido! ¡ E n tierra él! ¡Yo,
e n t u s b r a z o s ! (A Clara.)
CLARA. (Reconociéndole con ansia.) ¡También san-
gre!... ¿Estás herido?
PEDRO. ¡ P o c a cosa... n o te espante... v e n , v e n a
m í , y m á n c h a t e c o n m i s a n g r e , q u e e s el
b a u t i s m o d e t u a m o r ! (Se abrazan estre-
- chámente.)

FIN
N O T A S

PRIMERA

E n l a t r a d u c c i ó n i t a l i a n a n o se ¡hicieron m á s que-
las siguientes modificaciones :
Se c o r t ó c a s i t o d a l a p r i m e r a e s c e n a d e l p r i m e r
acto entre los criados, reduciéndola a u n a s c u a n t a s
frases
P e d r o n o e n t r e g a a G a s t ó n l a c a r t a y el r e t r a t o ,
s i n o este ú l t i m o , q u e G a s t ó n t r a e p r e p a r a d o c u a n d o -
v u e l v e a e s c e n a . De s u e r t e q u e a v i s t a del e s p e c t a -
d o r s e p o n e n los sellos a l a c a r t a .
E n el s e g u n d o a c t o se h i c i e r o n t a m b i é n a l g u n o s ;
p e q u e ñ o s c o r t e s ; p e r o l a p r i n c i p a l m o d i f i c a c i ó n fué
reducir a la mitad la escena entre Clara y Pedro,,
a fin de l l e g a r c o n m á s r a p i d e z a l a e x p l i c a c i ó n defi-
nitiva.
E n el a c t o t e r c e r o , a d e m á s de v a r i o s c o r t e s , se s u -
p r i m i e r o n todos los bocadillos que dicen C l a r a y Ade-
la d e t r á s de l a c o r t i n a , q u e d a n d o sólo el m o n ó l o g o -
de P e d r o .
T a m b i é n , se a b r e v i ó l a e s c e n a e n t r e éste y C l a r a .
P o r ú l t i m o , s i g u i e n d o l o s c o n s e j o s de l o s q u e v i e -
r o n los e n s a y o s , se h i z o q u e s a l i e s e , e n l a e s c e n a
final del d r a m a , L o l a , a fin de t e r m i n a r l a o b r a c o n
u n a nata cómica.

SEGUNDA

P o s t e r i o r m e n t e , el s e ñ o r Novelli, con s u g r a n p r á c -
t i c a t e a t r a l , con b u e n d e s e o , q u e le a g r a d e z c o , y c o n
e n t u s i a s m o , q u e n u n c a o l v i d a r é , p o r l a o b r a y p o r ©I
a u t o r , se p r o p o n e i n t r o d u c i r a l g u n a s o t r a s m o d i f i c a -
ciones, cuyo texto no incluyo p o r q u e no h a llegado
a m i p o d e r a l d a r el d r a m a a l a i m p r e n t a , p e r o q u e
s e g ú n m e explicó el i n s i g n e a c t o r s o n l a s s i g u i e n t e s :
E n el p r i m e r a c t o , f o t o g r a f í a s de P e d r o y G a s t ó n
a p a r e c e n en l a escena.
Al ñ n a l , G a s t ó n n o d i c e lo q u e h a h e c h o : se d e j a
q u e lo a d i v i n e el p ú b l i c o .
E n el s e g u n d o a c t o i n t r o d u c e o t r o p e r s o n a j e , a
s a b e r : d o ñ a G e r t r u d i s , t í a d e C l a r a , q u e salo a es-
cena p a r a d a r m á s a n i m a c i ó n al c u a d r o .
A d e m á s , se e x p l i c a q u e l a b o d a se h a v e r i f i c a d o
p o r p o d e r e s p o r e n f e r m e d a d de P e d r o , q u e , c r e y e n d o
m o r i r , quiso d e j a r su f o r t u n a a Clara.
Se s u p r i m e p o r c o m p l e t o l a e s c e n a d e este a c t o
e n t r e P e d r o y C l a r a . E s t a se r e t i r a a v e r g o n z a d a del
e r r o r que h á cometido, y a t e r r a d a a n t e la actitud
a m e n a z a d o r a d e P e d r o . Ño presencia, pues, la p r o -
v o c a c i ó n d e éste.
E n el a c t o t e r c e r o , a l a s e s c e n a s en q u e figura A d e -
l a se s u s t i t u y e n o t r a s e q u i v a l e n t e s en q u e t o m a p a r t e
doña Gertrudis.
OBRAS Dh DON JOSÉ ECHEGARAY

El libro t a l o n a r i o , c o m e d i a en u n acto, o r i g i n a l y en
verso.
L a e s p o s a del v e n g a d o r , d r a m a en tres actos, o r i g i n a l
y e n verso.
La ú l t i m a n o c h e , d r a m a en tree a c t o s y u n epílogo, ori-
ginal y e n verso.
E n el p u ñ o de la e s p a d a , d r a m a t r á g i c o en tres a c t o s ,
original y en verso.
U n sol que n a c e y u n sol que m u e r e , c o m e d i a en u n
acto, o r i g i n a l y e n verso.
Gomo e m p i e z a y c ó m o a c a b a , d r a m a t r á g i c o en t r e s ac-
tos, o r i g i n a l y e n verso. ( P r i m e r a p a r t e de u n a tri-
logía.)
£1 g l a d i a d o r de R á v e n a , t r a g e d i a en u n acto y e n
verso, imitación.
O l o c u r a o s a n t i d a d , d r a m a en tres a c t o s , o r i g i n a l y en
prosa.
Iris de p a z , c o m e d i a en u n acto, o r i g i n a l y en verso.
P a r a tal c u l p a tal p e n a , d r a m a e n dos a c t o s , o r i g i n a l
y en v e r s o .
Lo que n o p u e d e decirse, d r a m a en t r e s a c t o s , o r i g i n a l
y en p r o s a . ( S e g u n d a p a r t e de l a trilogía.)
En el pilar y en la cruz, d r a m a en tres a c t o s , o r i g i n a l
y en verso.
Correr en p o s de u n i d e a l , c o m e d i a o r i g i n a l , en t r e s
a c t o s y en v e r s o .
A l g u n a s veces aquí, d r a m a o r i g i n a l , en tres a c t o s y en
prosa.
Morir por no d e s p e r t a r , l e y e n d a d r a m á t i c a o r i g i n a l ,
en u n acto y e n verso.
En el s e n o de la m u e r t e , l e y e n d a t r á g i c a o r i g i n a l , e n
t r e s a c t o s y en v e r s o .
B o d a s t r á g i c a s , c u a d r o d r a m á t i c o del s i g l o XVI, ori-
g i n a l en u n acto y en verso.
M a r s i n o r i l l a s , d r a m a o r i g i n a l , en tres a c t o s y en
verso.
La m u e r t e en los l a b i o s , d r a m a e n tres a c t o s y en p r o s a .
El g r a n g a l e o t o , d r a m a o r i g i n a l , en tres actos y e n
v e r s o , p r e c e d i d o de u n d i á l o g o en p r o s a .
H a r o l d o el n o r m a n d o , l e y e n d a t r á g i c a o r i g i n a l , en trefe
a c t o s y esn verso.
Los d o s c u r i o s o s i m p e r t i n e n t e s , d r a m a en tres a c t o s y
e n verso. (Tercera p a r t e d e l a t r i l o g í a . )
Conflicto entre dos d e b e r e s , d r a m a en tres a c t o s y en
verso.
Un m i l a g r o en E g i p t o , estudio t r á g i c o , en tres a c t o s
y en verso.
P i e n s a m a l . . . ¿y a c e r t a r á s ? , c a s i p r o v e r b i o , en tres ac-
t o s y en verso.
L a p e s t e de Otranto, d r a m a o r i g i n a l , e n tres a c t o s y
en verso.
V i d a a l e g r e y m u e r t e triste, d r a m a o r i g i n a l , en t r e s
a c t o s y en verso.
El b a n d i d o L i s a n d r o , estudio d r a m á t i c o , én tres c u a -
dros y en p r o s a .
Dé m a l a raza, d r a m a en tree a c t o s y en p r o s a .
Dos f a n a t i s m o s , d r a m a e n tres a c t o s y en p r o s a . ,
El c o n d e Lotario, d r a m a en u n acto y e n v e r s o .
La r e a l i d a d y el delirio, d r a m a en tres a c t o s y en p r o s a .
El h i j o d e c a r n e y el hijo de hierro, d r a m a e n t r e s ac-
tos y en prosa.
Lo s u b l i m e en lo v u l g a r , d r a m a e n tres a c t o s y en verso.
M a n a n t i a l que no s e a g o t a , d r a m a en tres a c t o s y en
verso.
Los r í g i d o s , d r a m a e n tres a c t o s y en v e r s o , p r e c e d i d o
de u n d i á l o g o - e x p o s i c i ó n en p r o s a .
S i e m p r e en ridículo, d r a m a en tres a c t o s y en prosa. • .
El p r ó l o g o de u n d r a m a , d r a m a en u n acto y en v e r s o .
Irene de Otranto, ó p e r a en tres a c t o s y en verso.
Un critico i n c i p i e n t e , c a p r i c h o c ó m i c o en tres a c t o s y
en p r o s a .
C o m e d i a s i n d e s e n l a c e , e s t u d i o c ó m i c o - p o l í t i c o , en t r e s
a c t o s y e n prosa.
El hijo de Don J u a n , d r a m a o r i g i n a l , en tres a c t o s y e n
p r o s a , i n s p i r a d o por l a l e c t u r a de la o b r a de I b s e n
titulada «Gengangere».
S i c v o s n o n v o b i s o la ú l t i m a l i m o s n a , c o m e d i a r ú s t i c a
o r i g i n a l , en t r e s a c t o s y en p r o s a .
M a r i a n a , d r a m a o r i g i n a l , en tres a c t o s y u n e p í l o g o ,
en p r o s a .
El poder de la i m p o t e n c i a , d r a m a en tres a c t o s y en
prosa.
A la orilla del m a r , c o m e d i a en tres a c t o s y u n e p í l o g o ,
en prosa.
La r e n c o r o s a , c o m e d i a en t r e s a c t o s y en p r o s a .
M a r í a - R o s a , d r a m a t r á g i c o , de c o s t u m b r e s p o p u l a r e s ,
en t r e e a c t o s y en p r o s a . ( T r a d u c c i ó n . ) 4 .
M a n c h a que l i m p i a , d r a m a t r á g i c o , en c u a t r o a c t o s y
en p r o s a .
El p r i m e r acto de un d r a m a , c u a d r o d r a m á t i c o , e n
verso.
El e s t i g m a , d r a m a en t r e s a c t o s y e n p r o s a ;
La c a n t a n t e callejera, a p r o p ó s i t o l í r i c o , en u n c u a d r o
y en p r o s a .
S e m í r a m i s o la hija del aire ( r e f u n d i c i ó n ) . D r a m a en
t r e s j o r n a d a s y en v e r s o .
T i e r r a b a j a , d r a m a e n t r e s a c t o s y en p r o s a . ( T r a d u c -
ción.)
La c a l u m n i a por c a s t i g o , d r a m a en p r o s a , en t r e s a c t o s
y un prólogo.
La d u d a , d r a m a o r i g i n a l , en t r e s a c t o s y en p r o s a .
El h o m b r e n e g r o , d r a m a o r i g i n a l , e n t r e s a c t o s y en
prosa.
S i l e n c i o de m u e r t e , d r a m a o r i g i n a l , en t r e s a c t o s y e n
prosa.
El loco Dios, d r a m a o r i g i n a l , en c u a t r o a c t o s y en p r o s a
M a l a s h e r e n c i a s , d r a m a o r i g i n a l , en t r e s a c t o s y en
prosa.
La e s c a l i n a t a de un t r o n o , d r a m a t r á g i c o o r i g i n a l , en
c u a t r o a c t o s y en v e r s o .
La d e s e q u i l i b r a d a , d r a m a o r i g i n a l , en c u a t r o a c t o s y
en p r o s a .
A f u e r z a de a r r a s t r a r s e , f a r s a c ó m i c a , o r i g i n a l , en u n
p r ó l o g o y t r e s a c t o s , en p r o s a .
Entre dolora y c u e n t o , m o n ó l o g o .
El m o d e r n o E n d i m i ó n , í d e m .
El c a n t o de la s i r e n a , í d e m .
El preferido y los c e n i c i e n t o s , d r a m a v u l g a r o e s c e n a s
de f a m i l i a , en u n p r ó l o g o y d o s -actos, por Librado
Ezguienza. s
1000359510
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