Szondi Peter - Introduccion A La Hermeneutica Literaria

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A B A D ü f EDITORES
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R n n iim m M
I

A LA HERMENEUTICA
LITERARIA
LECTURAS
Serie Teoría literaria

T ít u l o o r i g in a l : Einfuhrungin die literarische Hermeneutik

© J o sé Ma n u e l C uesta A b a d , de la Introducción, 2 0 0 6

© SuHRKAMP VERLAG, Frankfurt am Main, 1975


© A ba d a E d it o r e s , s . l ., 20 0 6
para todos lospaíses de lengua española
Plaza de Jesús, 5
2 8 0 14 Madrid
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producción GUADALUPE GlSBERT

ISBN 13 9 7 8 - 8 4 - 9 6 2 5 8 - 7 9 - 2
ISBN 10 8 4 - 9 6 2 5 8 - 7 9 - 3
depósito legal M. 36 . 5 5 3 - 2 0 0 6

preimpresión Dalubert Alié y Escarola Leczinska


impresión Lavel, S .L .
PETER SZONDI
Introducción a la
hermenéutica literaria
EDICIÓN DE
J ean B o lla c k y H e l e n S t ie r l in

introducción
JOSÉ MANUEL CUESTA ABAD

traducción
JOAQUÍN CHAMORRO MIELKE

A B A D A E D IT O R E S
LECTURAS DE TEORÍA LITERARIA
LECTIO STRICTA
L a hermenéutica material de P eter S zondi

J o sé M a n u el C u esta A bad

«La verdadera historicidad consiste en descubrir la causa


genética inscrita en el objeto mismo, por tanto interna,
objetiva; pero desde el momento en que ese principio
de evolución es descubierto en el objeto mismo, es pre­
ciso renunciar a las propias ideas preconcebidas; y no
hay que hacer más que seguir al objeto en su génesis».
F . - W . S c h e l l in g

E l arte de la in te rp reta ció n com ienza allí d on d e la lectura de u n


texto e n fre n ta a la e vid e n c ia d e qu e el v e rd a d e ro se n tid o está
ausente. Esta ausencia, que no se c o n fu n d e con u n a carencia de
sig n ific a c ió n (pues el texto sie m p re sig n ific a : in c lu so c u a n d o
«nada>> sign ifica), com parece en la in te rp re ta c ió n com o ve la -
m ien to de lo literal, d istancia te m p o ral, esp esor e n a p arien cia
equívoco de u n a exp resió n cuya oscu rid ad , si n o del todo escla­
recid a, p u ed e ser al m en o s desp ejada p o r m ed io de reglas que
m u estre n los facto re s de su re siste n c ia , tal vez ir re d u c tib le , a
u n a « p e rfe c ta c o m p r e n s ió n » . E l v ie jo id e a l filo ló g ic o de la
p erfecta c o m p ren sió n de u n texto p re su p o n ía , no ya que dicha
co m p ren sió n fu era factible, sino ante tod o que sólo p o d ía aspi­
ra r a serlo en v irtu d de los p rin c ip io s m etódicos que c o n cern ía
estipular e in v en tariar en cada caso —según de qué tipo de texto
se tratara— al ars interpretandi. Las herm enéu ticas llam adas « r e g io ­
n a les» su rg ie ro n así de la tentativa de ad ecuació n de sus m éto ­
dos de in terp retació n a los caracteres supuestam ente específicos
8 JO SÉ M A N U EL CU ESTA ABAD

d e lo s d is tin to s tip o s de te x to s (sa g ra d o s, ju r íd ic o s , lite r a r io s ,


h is tó r ic o s ...) . P e ro la in c ip ie n te c o n s titu c ió n e n el siglo X IX de
u n a te o ría g e n e ra l de la c o m p r e n s ió n d io lu g a r a u n a tr a n s f o r ­
m a c ió n h is tó r ic a ra d ic a l e n el m o d o de c o n c e b ir el c o m e tid o
a sig n a d o h a sta e n to n c e s a la h e r m e n é u tic a . U n c a m b io q u e se
v islu m b ra ya e n esta c o n s ta ta c ió n p ro g ra m á tic a de S c h le ie rm a -
c h e r: « L a h e r m e n é u tic a c o m o arte de la comprensión [Kunst des Ver-
síe/icns] n o ex iste a ú n engeneral, s in o só lo d iv e rsa s hermenéuticas
especiales» \ El énfasis q u e an tes se p o n ía e n la in v e n c ió n de p r o ­
c e d im ie n to s té c n ic o s d ir ig id o s a la c o r r e c ta c o m p r e n s ió n d e
u n a s y o tra s clases de tex to s tie n d e a re c a e r a h o ra e n la re fle x ió n
s o b r e la u n iv e r s a lid a d d e l « c o m p r e n d e r » , d e s u e r te q u e lo s
lím ite s e n tr e las h e rm e n é u tic a s especiales d e ja n de se r re le v a n ­
tes o se d e s d ib u ja n p o r c o m p le to e n aras d e u n a Universalherme-
neutik. E sta p é r d id a de la e sp e c ific id ad de lo s m é to d o s i n t e r p r e ­
ta tiv o s tr a d ic io n a le s e n la g e n e r a lid a d de u n a m o d e rn a
h e r m e n é u tic a filo só fic a to r n a p ro b le m á tic a , e n efecto , la p o s i­
b ilid a d d e q u e se p u e d a h a b la r h o y c o n f u n d a m e n to de u n a
h e r m e n é u tic a « l i t e r a r i a » .
E l p r o b le m a h is tó r ic o d e l q u e p a r te P e te r S z o n d i e n su
Introducción a la hermenéutica literaria ( l 9 7 5 1
2) se cifra p re c is a m e n te e n
esta in c e r tid u m b r e : « la p re g u n ta de si la d isc ip lin a a la q u e este
lib r o o fre c e u n a in tr o d u c c i ó n existe to d a v ía n o p u e d e r e c ib ir
u n a re s p u e s ta a firm a tiv a s in m á s » . T al p re m is a d ic e ya m u c h o
so b re el sig n ific a d o q u e se h a d e d a r a q u í a la p a la b ra Einfilhrung:

1 F. D, E. Schleiermacher, Hermeneutik und Kritik, Frankfurt a, M .f Suhrkamp, 1977, ed.


de Manfred Frank (basada en la edición de 1838 de F. Lücke), p. 75-
2 P. Szondi, Einfuhrung in die iiterarische Hermeneutik (Studienausgabe der Vorlesungen, Bd.
5), Frankfurt a. M ., Suhrkamp, 1975« e<^- dejean Bollacky Helen Stierlin. El libro,
publicado postumamente, tiene su origen en las lecciones de carácter metodológico
impartidas por Szondi en los últimos años de la década de los 6o'. Conviene indi­
car que las reflexiones hermenéuticas de Szondi están estrechamente ligadas desde el
principio a los «problemas interpretativos» (Interpretationsprobleme) planteados por la
poesía tardía de Hólderlin, a la que el crítico dedicó distintos seminarios y escritos.
Vid. P. Szondi, Estudiossobre Hólderlin (con un ensayo sobre el conocimientofilológico), Barcelona,
Destino, 19 9 2. trad. d e j. L . Vermal.
IN T R O D U C C IÓ N 9

« S itr o d u c c ió n » n o d e sig n a e n este caso u n a e x p o sic ió n e s q u e ­


m á tic a de los c o n c e p to s e le m e n ta le s y lo s p r in c ip io s m e to d o ló ­
gicos d e u n a d is c ip lin a c o n s o lid a d a , s in o u n a re fle x ió n c rític a
cuyo p r o p ó s i t o c o n s is te e n tr a z a r la vía q u e , e n a te n c ió n al
p a sa d o y al p r e s e n te , p u e d a e n c a m in a r o c o n d u c ir (filhren) a la
f u n d a a á ó n d e u n a h e r m e n é u t i c a l i t e r a r i a a ú n p o r v e n ir . La
in tr o d u c c ió n a d ic h a h e r m e n é u tic a n o pasa só lo p o r u n a re v i­
s ió n d e l tr á n s ito d e lo s a n tig u o s m é to d o s i n te r p r e ta tiv o s a la
m o d e r a » te o r ía g e n e ra l d e la c o m p r e n s ió n : r e q u ie r e ta m b ié n
u n a i n t e r p r e t a c i ó n c r ític a , a n c la d a e n la s itu a c ió n e p o c a l d e l
p re s e n te , d e las c o n d ic io n e s h is tó r ic a s d e las q u e d e p e n d e la
p o sib le in s titu c ió n d e u n a d is c ip lin a quizás in e x iste n te . El t r a ­
ta d o de S z o n d i se s itú a p u e s e n tr e u n « y a n ó » y u n « to d a v ía
n o » , e n c ie r r a u n a f lu c tu a c ió n te m p o r a l e n tr e d o s p o s ic io n e s
e n c o n flic to q u e t r a s lu c e n u n p r o c e s o h is tó r ic o - d ia lé c tic o :
h e rm e n é u tic a esp ecial ( « l i t e r a r i a » ) vs. h e rm e n é u tic a u n iv e rsa l
( « f ilo s ó f ic a » ) . P ara c o m p r e n d e r el alcan ce d e esta c o n tr a p o s i­
c ió n es p r e c is o c o n s id e r a r el g e sto d ia lé c tic o q u e a tra v ie sa d e
p r i n c i p i o a f i n el p e n s a m ie n to c r ític o d e S z o n d i. U n g e sto ,
a n te s q u e u n m é to d o o u n mM do de p r o c e d e r a u to m a tiz a b le ,
q u e se expresa te n a z m e n te e n la p r e te n s ió n d e ^ u e la te o ría lite ­
r a r ia se c o n v ie rta , a tra v é s d e c ie r ta c o n c ilia c ió n ( n o e n t e r a ­
m e n te pacífica) e n tr e filo lo g ía y filo so fía, e n v e rd a d e ro c o n o c i­
m ie n to c rític o .
E n su p r im e r a o b ra , Teoría del drama moderno (19 5 6 '), la p e r s ­
pectiva dialéctica d e S z o n d i q u e d a p e rfila d a e n c o n tra ste c o n los 3

3 P. Szondi, Theorie des modernen Dramas, l88o-l<)50 [título establecido desde esta edi­
ción], Frankfurt a. M ., Suhrkamp, 1970 ( la de 19 5 ® ; vid. Teoría del drama moderno. Ten­
tativa sobre ¡o trágico, Barcelona, Destino, 1994., trad. d e j. O rduño). El tratamiento
dialéctico de los géneros poéticos es una constante en la obra de Szondi: desde Ver-
such iiberdasTragische (Frankfurt a. M ., Insel, 196I5 trad. cit.), donde aborda la filosofía
dialéctica de lo trágico en la tradición rom ántico-idealista que va de Schelling y
Hegel a Nietzsche y Benjamín, basta las lecciones académicas y los magistrales ensa­
yos dedicados a la reconstrucción de la poética —ciertamente dialéctica—de los géne­
ros ideada por esa misma tradición: vid. P. Szondi, Poetik und Geschichtsphiíosophie /. Antike
IO JO SÉ M A N U E L CU ESTA A B A D

parad ó jico s efectos que se d esp rend en del sistem a dialéctico


constru id o p o r H egel. La con exió n entre una concepción
«adialéctica» de form a y contenido, inducida p o r el corolario
de la estética idealista sobre la recíproca determ inación —y al fin
identidad—de ambos, y una poética «ah istórica» e idealizante,
sustentada en la categorización esencial e in tem p o ral de los
géneros literario s, es una consecuencia de la culm inación del
pensamiento dialéctico e bistórico en la filosofía de Hegel. Vea­
m os, p o r ejem plo, un pasaje de la Estética hegeliana donde, en
referen cia a la form a artística clásica, se observa lo siguiente:
« E l arte que sólo debe buscar e inventar su contenido verda­
dero descuida aún el lado de la form a; pero allí donde la fig u ­
ració n de la form a (die Bildung der Form) se ba convertido en el
interés esencial y la tarea aprop iad a, allí se co n figu ra con el
progreso de la representación (Darsteüung) tam bién el contenido
de u n m odo imprevisto e inaparente, así com o hem os visto en
general que la form a y el contenido van de la m ano en su p e r­
feccio n am ien to » 4. N o es sólo que H egel conciba el contenido
com o la mise enforme de una esencia que de lo contrario p erm a­
necería retraída en su irrealid ad silenciosa o absorta en un
torpe balbuceo p refig u rad o r. Es que en la filo so fía hegeliana
del arte la form a, que tiene de su lado la p otencia identitaria
del sistema, predom ina de p o r sí sobre un contenido que sólo

und Modeme in derÁstketik der Goethe&it. HegelsLehre von der Dichtung(Studienausgabe der Vor-
lesungen, Bd. 2), Frankfurt a. M., Suhrkamp, 1974 (Poéticajfilosofía de la historia I,
Madrid, Visor, 1992. trad. de F. L. Lisi); Poetik und GeschichtsphilosophieII. Von der normati-
venzyrspekulativen Gattungspoetik. Schellings Gattungspoetik, Fankfurt a. M., Suhrkamp, 1974
{Poéticajfilosofa de Iqhistoria II, Madrid, Machado Libros, 2006, trad. d ej. L. Aránte-
gui). Los artículos sobre Schiller, Fr. Schlegel y otros aspectos de la teoría literaria
romántica (algunos de ellos recogidos también bajo el epígrafe general de «Supera­
ción del clasicismo» en la versión española de los Estudios sobre Holderlin) pueden
encontrarse en la excelente edición francesa de P. Szondi, Poésie etpoétique de i’idéalisme
allemand, París, Gallimard, 1974.
4 G.W.F. Hegel, Vorlesungen überdieÁsthetik, Frankfurt a. M., Suhrkamp, 1970. vol. II
(Werke, Bd. 14). p. 29 (vid. Lecciones sobre la estética, Madrid, Akal, 1989, trad. de A.
Brotóns Muñoz).
INTRODUCCIÓN II

merece tal nom bre com o configuración que brota súbitamente


de la tarea form ativa a la p ar que ésta progresa en el p erfeccio­
nam iento de su «interés esencial».
E n el fond o la paradoja irru m p e tan p ronto com o se hace
ostensible la i H M a que el pensamiento hegeliano deja abierta
entre sistema e historia: si la dialécAca sistem ática am enaza con
absorber los caracteres particulares de lo histórico en beneficio
de la id entidad (p o r más que ésta sea en el E sp íritu A bsoluto
resultado tan sólo incoado en el comienzo), la dialéctica histórica
real term ina, antes o después, p o r agrietar la im placable p ro ­
gresión tectónica del sistema reduciéndola a l»s escom bros de
un form alism o m ecanicista. Puesto que en las poéticas de in s­
piración hegeliana la form a es al sistema lo que el contenido a
la historia, o b ie n la m od erna teoría de los géneros poéticos
insiste en la dim ensión sistemática sacrificando los contenidos
históricos concretos a la generalidad intem poral de las form as,
o bien se inclina hacia la vertiente histórica sepultando bajo lo
particular y tem poral de dichos contenidos los fragm entos
arru in ad os de las form as genéricas. Este dilem a, falso en su
abstracta form u lación , se despliega para Szondi en tres o p cio ­
nes tomadas p or la estética y la poética contemporáneas. La p ri­
mera, representada p o r Benedetto G roce, hace suya la pérdida
de la esencia sistemática y rechaza drásticamente la legitim idad
de incluir en la estética las tres categorías poéticas (lírica, épica,
dram a). E n oposición frontal se encuentra la segunda opción,
ejem plificada p o r los Grundbegrijfe der Poetik [Conceptosfundamentales
de Poética] de Em il Staiger (de quien el p ropio Szondi había sido
discípulo directo en Z ú ric h ), que se p ro p o n e « rem o n tarse
hasta térm in o s in tem p o rales p artie n d o siem p re del fu n d a ­
m ento h istó rico de la p oética y de las tip o logías literaria s
específicas». E n cam bio, la tercera p osibilidad estriba en una
concentración en el ám bito de lo h istó rico que, sin d ejar de
rem itirse a la dialéctica hegeliana entre form a y contenido, se
12 J O SÉ M A N U E L C U E ST A A B A D

im p o n e la tarea de c o n stru ir u n a estética h istó rica « m á s allá


incluso de la lite ra tu ra » . Las obras invocadas com o ejem plares
so n ah o ra éstas: Die Theorie des romans [Teoría de la novela] de G .
Lukács, Ursprung des deutschen Trauerspiels [El origen del 'TrauerspieV ale­
mán} de W. B en ja m in y Philosophie der neuen Musik [Filosofía de la nueva
música] de T h . W. A d o rn o .
La in flu en cia de A d o rn o y de B e n ja m in fue sin duda d eci­
siva en la fo rm a ció n de la teoría crítica de S zo n d i5. Pero si hay
un d en om in ad or com ún entre las tres obras citadas, no es otro
que el de u n a a cen tu ació n de la id ea según la cual el carácter
tem poral es inerradicable de la dialéctica entre form a y con te­
n id o . BW ^orm as literarias no están en la h istoria com o objetos
extraños que flotan sem ihundidos en u n m ar agitado: ellas m is­
mas están interiorm ente trabajadas p o r el tiem po. L o tem poral
es p o r tanto u n m om en to in m a n e n te al p ro c e so fo rm a tivo ,
decantación de un co n ten id o en co n trad icció n con el aspecto
fosilizado con el que se presenta la fo rm a en la obra concreta.
E l « d ra m a m o d e rn o » no es una sim ple m an ifestació n h istó ­
rica de una form a atem poral (p. e., lo dramático en Staiger), ni u n
agregado de caracteres adjetivos sumados a u n género sustantivo
(D ram a + con ven cion es fo rm a les de época + tem ática b u r ­
guesa). Las variedades del dram a m o d ern o resultan más bien ,
según Szondi, de las contradicciones entre form as consideradas

5 La dedicatoria a la memoria de Adorno ( « DemAndenken TheodorW. Adornos^) que apa­


rece en el ensayo de Szondi sobre los conceptos de lo ingenuo y lo sentimental en
Schiller sugiere basta qué punto el crítico literario consideraba al filósofo, no sólo
como el lúcido delator de los mitos ocultos tras la « dialéctica de la Ilustración»,
sino también como el pensador que había llevado lo elegiaco-sentimental en filoso­
fía al extremo de proponer una «dialéctica negativa»: vid. P. Szondi, «Das Naive ist
das Sentimentalische. Zur Begriffsdialektik in Schillers Abhandlung», Schriften II
(Essays: Satz und Gegensatzj Lektüren und Lektionen; Celan-Studien), Frankfurt
a. M., Suhrkamp, 1978, pp- 59 y ss. Por su parte, Adorno dedicó a Szondi su escrito
sobre la lírica tardía de Hólderlin, titulado «Parataxis» e incluido en Notas sobre lite-
ratura, un estudio en el que no por azar se reivindica la clarividencia histórico-dia­
léctica del poeta frente a la hipostatización ontológica de su poesía en la interpreta­
ción de Heidegger.
IN TRO D U C C IÓ N 13

e s ta tu s , canónicas p o r cu anto te n d ría n de esenciales, y los


nuevos contenidos que cu estionan de raíz, y «d esd e d e n tro » ,
la vigencia de las estructuras form ales en las que em ergen com o
una antinom ia in tern a. E n la dialéctica entre la aparente esta­
bilidad norm ativa de las form as y los contenidos que p o n e n en
tela de ju ic io su capacidad de e n u n ciar lo nuevo tiene lu gar el
m om ento histórico de la obra literaria. Frente a las poéticas de
raigam bre id ealista, en las que el m o vim ien to d ialéctico sólo
contem pla u n h orizonte últim o, el de la síntesis, la totalidad, la
un iversalid ad o la id e n tid a d , el c rite rio d ialéctico de S zo n d i
descarta la d ed u cció n d«i « d ra m a m o d e r n o » a p a r tir de las
categorías esenciales de la p o ética sistem ática de los g é n e ro s
para focalizar el análisis en la exposición de las contradicciones
desde el in te rio r de cada obra, en dond e las dificultades técn i­
cas surgen com o s i s m a s de una disonancia tem poral ind iso -
ciable del p resente h istó rico .
La crítica dialéctica esbozada en Teoría del drama moderno cons­
tituye u n a p e c u lia r ad ap tació n de la dialéctica de lo concreto
p reco n izad a p o r A d o r n o en Filosofía de la nueva música, en cuya
in tro d u cción se lee: « E l m étodo dialéctico, y especialm ente el
que se asienta sobre sus pies en lu gar de estar patas a rrib a , no
puede consistir en tratar los fenóm enos individuales com o ilu s­
traciones o ejem plos de algo ya sólidam ente existente y d isp en ­
sado p o r el m ovim iento m ism o del concepto; así es com o dege­
n e ró la dialéctica en re lig ió n de E stad o. M ás b ie n se exige
transform ar la fuerza del concepto universal en el autodesarro-
11o del objeto concreto y resolver la enigm ática im agen social de
éste con las fuerzas de su p ro p ia in d iv id u a c ió n » ; o b ie n : « E l
p ro c e d im ien to [de la crítica] es in m a n e n te : la exactitu d del
fenóm eno, en u n sentido que sólo se desarrolla en éste m ism o,
se con vierte en garan tía de la verd ad y en fe rm e n to de su no
verdad. La categoría guía de la con trad icció n es ella m ism a de
naturaleza doble: que las obras configuren la contradicción y en
tal configuración la hagan surgir de nuevo en los rasgos de su
im perfección constituye la medida de su éxito, mientras que al
mismo tiempo la fuerza de la contradicción se burla de la con­
figuración y destruye las o b ra s» 6. H e aquí la regla de o ro de
toda crítica dialéctica: la contradicción está en las obras como
p rin cip io constructivo que determ ina internam ente el
mom ento destructivo de su configuración. La obra no es tota-
lizable justo por el hecho de que las contradicciones hacen que,
al mínimo roce de la interpretación, su estructura estalle en peda­
zos. E n uno de sus escritos juveniles, «Actualidad de la filoso­
fía » (19 3 1), el propio A dorno abjuraba de la síntesis y la totali­
dad prescritas p o r las versiones idealistas de la dialéctica y
propugnaba, inspirándose en la lectura constelativa de lo frag­
mentario de Benjam in, una idea de la interpretación filosófica
como «deconstrucción» (Auskonstruktion) de las obras en peque­
ños elementos carentes de intención. A esta m icrología mate­
rialista debe la herm enéutica szondiana su absorción en los
intersticios textuales que emergen en la obra como estigmas de
la dialéctica tem poral involucrada en su com posición. E l p ro ­
yecto teó rico -literario de Szondi supone así un cuestiona -
miento tanto del esencialismo hipostático de ascendencia idea­
lista com o del positivism o m iope que la filo lo gía no sólo
alem ana había heredado de la fascinación p o r la autoridad
inobjetable de los hechos. Es este doble correctivo, dirigido ya
sea contra la dictadura de lo fáctico en la «ciencia literaria» de
tendencia filológico -historicista, o ya contra la universalización
del « co m p ren d er» en la herm enéutica filosófica del siglo X X ,
el que aparece de nuevo como un hilo conductor en la Introduc-

6 Th. W. Adorno, Filosofía de la nueva música, Madrid, Alcal, 2 0 0 3 , pp. 32 - 33 " trad. de A.
Brotóns Muñoz. Una secuela —afín a Szondi—de la crítica dialéctica auspiciada por
las reinterpretaciones hegeliano-marxistas de la Escuela de Frankfurt se encuentra
en la «ciencia crítica de la literatura» proyectada por Peter Bürger en Theorieder
Avanigarde (l 974 : vid. Teoría de la vanguardia, Barcelona, Península, 1987).
ción a la hermenéutica literaria. E l diagnóstico de Szondi se resume
pues en la siguiente afirm ación: « L a hermenéutica fue en otros
tiempos u n sim ple sistema de reglas, m ientras que hoy es una
simple teoría de la com prensión» (p. 43)*
La herm enéutica filosófica restituye el im pulso del idea­
lism o a la universalidad p o r vía de la reflexió n existencial.
Conviene recordar cuáles son las obras en las que se consuma
el giro hacia una teoría general de la com prensión: Die Entstehung
der Hermeneutik [ 1 9 0 O : El surgimiento de la Hermenéutica] deW . Dilthey,
Sein undfyit [ic)2 7 : S e rj Tiempo] de M . H eidegger y Wahrheit und
Methode [ 1 9 6 0 : Verdadj Método] de H .- G . Gadam er7. En el título
de la obra de Dilthey el térm ino alemán «E n tsteh u n g», que se
traduce a menudo como « o rig e n » , cuando literalm ente suele
significar «surgim ien to» o « gén esis», insinúa la posibilidad,
confirm ada p o r la lectura del texto, de que la com prensión sea
concebida como una facultad congénita a la naturaleza hum ana
y, p o r ende, universal e intem poral. De hecho Dilthey sostiene
que « la posibilid ad de una in terpretació n universalm ente
válida puede derivarse de la naturaleza del com prender (Natur
des Verstehens)^, que a su vez está enraizada en la «n aturaleza
humana universal» (die allgemeine Menschennatur) 8. N o es fácil saber
en qué pueda consistir una interpretación um versalm ente

7 A esta tríada habría que añadir hoy el nombre de Paul Ricoeur, cuyas contribucio­
nes a la hermenéutica filosófica (p. e.t Le Conjlitdes interprétations. Essais d*herméneutique,
París, Seuil, 1969) comenzaron a difundirse por los mismos años en que Szondi
elaboraba su introducción. En lo que atañe a los contenidos de una filosofía de la com­
prensión, Jean Grondin ha señalado que una hermenéutica general puede definirse
i) como una «una teoría universal y normativa de la interpretación que propone
reglas universales, válidas para todas las ciencias interpretativas», y 2) como «una
reflexión filosófica sobre el fenómeno de la comprensión y el carácter interpretativo
de nuestra experiencia del mundo», vid. J . Grondin, Le tournantphénoménologique de
rherméneutique, París, P.U .F., 2 0 0 3 , p- 84* En realidad esta distinción es reductible
«ad unum», pues tales reglas pretendidamente universales sólo pueden ser deter­
minaciones no menos generales de una reflexión teórica sobre la naturaleza esencial
—y en última instancia ahistórica—del comprender.
8 Vid. W. Dilthey, « E l surgimiento de la hermenéutica», en Dos escritossobre hermenéu­
tica, Madrid, Istmo, 2 0 0 0 , p. J l , trad. de A . Gómez Ramos (cuya edición, además
i 6 J O S É M A N U E L C U EST A A B A D

válida, se d iría que situada p o r encim a del tiem po y del espacio


h istóricos, y m enos todavía en qué sentido cabe h ablar de una
n atu raleza h u m an a u n iversal de la que h ab ría de segu irse la
in falibilidad del com pren der. E n cualquier caso, la h erm en éu ­
tica de D ilthey prescinde de las reglas especiales aplicables en la
in terpretación de los textos c o » el fin p ro fu n d izar en los c o n ­
ten ido s universales de la co m p ren sió n , entre los que destacan
los conceptos psicológicos, de suyo históricos p o r dem ás y rela-
tivizables, de « v iv e n c ia » (Erlebnis), « e m p a t ia » (Einfühlung) y
« re viv en cia» (Nacherleben). N i que decir tiene que la n o ció n de
em patia, que designa la rep rod u cció n un tanto m isteriosa en el
intérprete del m undo psíquico y de las experiencias biográficas
del autor encapsuladas en la obra, poco o nada puede ap o rtar a
la solución de los problem as interpretativos que suscita la lectura
de los textos concretos. E n este sen tid o , la Einfühlung carece de
toda relevancia para la Einfuhrung de Szond i p o r el solo hecho de
que se perm ite dar p o r resueltos los problem as textuales que ha
de contem plar y som eter a crítica una herm enéutica literaria.
E n la filo s o fía de H e id e g g e r la h e rm e n é u tica de sesgo
fen o m en o lógico hace las veces de instrum ento para una h ip os-
tatización de la existencia p o r m edio de una ontologización del
co m p ren d e r. E l Dasein es, en efecto, el ente que existe « c o m ­
p re n d ie n d o » , y este m odo de ser com pren sión del S er entraña
toda p osible apertu ra de y a la existencia. N o está en cu estió n

de excelente, traslada con todo rigor el título original). En torno a la relación entre
crítica literaria y filología Dilthey hace una indicación perspicaz que no está de más
transcribir aquí: «la crítica literaria es el requisito previo de la filológica: pues pre­
cisamente a partir del choque con lo incomprensible y lo carente de valor surge su
impulso, y la crítica literaria, en cuanto vertiente estética de la filológica, tiene su
recurso auxiliar en ésta», ed. cit., p. 95 - No se trata sólo de que Dilthey subraye la
Unverstándlichkeit o incomprensibilidad como objeto propio de la crítica literaria de
base hermenéutica, sino también de que, a pesar de su recelo ante el universalismo
diltheyano, Szondi retomará en su introducción la tesis de que la hermenéutica literaria
es la «vertiente estética de la filológica» y de que ésta sólo puede ser un instrumento
auxiliar de aquélla.
IN TRO D U C C IO N 17

ah ora la com plejid ad de la h erm en éu tica on tológica diseñada


p o r H eidegger, ni la p ro fu n d id a d de sus análisis fen o m e n o ló -
gicos. T odo consiste de nuevo en advertir que en Serj Tiempo el
concepto heideggeriano de com pren sión se eleva al rango de u n
axiom a o n to ló gico cuya u n iversalid ad excluye cu alq u ier c o n ­
descendencia a los aspectos particulares de la práctica in te rp re ­
tativa. De este m od o la d ife re n c ia entre « c o m p r e n d e r » y
« e x p lic a r» —p roveniente de la epistem ología d ecim onónica de
las ciencias del e sp íritu — queda zanjada con la a firm a c ió n de
que u n o y o tro n o so n m ás que derivados existenciales de u n
Verstehen p rim ario concom itante del ser m ism o de la existencia;
o el concepto de c írc u lo h erm e n é u tico , de u n a im p o rta n cia
que no puede ser obviada p o r n in gu n a teoría de la in terp reta­
ció n , se convierte, on to logizad o, en u n fen ó m en o ínsito en la
estructura existencial d el s e r-a h í (c fr. Serj Tiempo, §§ 3 1 y 3 2 ) ,
que p o r eso m ism o se d e fin e tam b ién com o el ser que existe,
circularm ente, com pren dien d o el com pren der. In cluso la idea
de una herm enéutica de la facticidad está im buida de sustancia
ontológica, p u es^ íeid egg er es proclive a equiparar los co n ten i­
dos de lo fáctico con la detección, que nada tiene de inm ediata,
de las c o n d icio n e s de p o sib ilid a d de la co m p re n sió n en los
fenóm enos de una existencia cotidiana generalizable.
E l giro ontológico de la herm enéutica incluye una explicita-
ción de los con ten id os « a p r io r i» del c o m p ren d er. Esta re o ­
rien tación trascendental de la teoría de la com pren sión —ya en
H eid egger d eu d o ra del c riticism o k an tian o — se c o m p e n d ia ,
dom esticada o u rb an izad a, en la sistem atización que o frece
G ad am er en Verdadj método. L a Universalitatsanspruch o p reten sión
de un iversalid ad de la h erm e n é u tica filo só fic a gad am erian a
consiste, no ya o no sólo en la subsunción de lo on to lógico en
lo lin g ü ístico ( « E l ser, que p ued e ser c o m p ren d id o , es le n ­
g u a je » ), sino sobre tod o en la trascend en talización del c o m ­
p ren der, cuyas estructuras se convierten en precon d icion es del
i8 JO SÉ M A N U E L CU E STA A B A D

c o n o c im ie n to y e n p re su p u e sto s c im e n ta d o re s de la c r ip t a
e p iste m o ló g ic a . L a tesis seg ú n la cual la « h is t o r ia e fe c tu a l»
(Wirkungsgeschichte), la p re co m p re n sió n tran sm itid a y a u n tiem p o
textualm ente sedim entada en cada h o rizo n te h istó rico , es c o n s­
titutiva de lo co m p ren d id o y subyace com o req u isito p o sib ilita -
d o r e n c u a lq u ie r m o d a lid a d de c o n o c im ie n to c o n d u c ir ía a
c u e stio n a r el d ogm atism o c ie n tífic o a través de u n a h isto riz a -
c ió n crítica de sus categorías: si n o fu era p o rq u e en G ad am er el
análisis de la p re -e stru c tu ra de la c o m p re n sió n se p o n e al s e r­
vicio de u n a lin g ü isticid a d y u n a h isto ric id a d q u e, u n iversales
p o r esenciales, p re sid e n a m o d o de u n primum mobile to d o a c o n ­
tecer p o sib le de la h isto ria, la c o m p re n sió n y el co n o c im ie n to .
E l tratad o de G a d a m e r fu e , sin em b a rg o , u n revu lsivo p ara el
esco ram ien to de la « c ie n c ia lit e r a r ia » alem an a h acia lo h is tó ­
ric o re iv in d ic a d o p o r H . R . Ja u s s y la Rezeptionsásthetik. S z o n d i
co m p arte c o n Ja u s s cierta actitud p ro v o c a d o ra 9: la su p e ra c ió n
de la ciencia literaria p o r m ed io de u n a re h a b ilitació n h e rm e ­
néutica de la h isto ria literaria. Pero m ientras que en la « p r o v o ­
c a c ió n » de Ja u ss prevalece la in te n c ió n de c o rre g ir la p e rsp e c ­
tiva ah istórica d om in an te p o r entonces en la crítica eu ro p ea de
cuño form alista y estructuralista, en la de S zo n d i tiene más peso
la re c u sa c ió n d el a n q u ilo s a m ie n to —id e a lista u n a veces, otras
positivista— que afectaba m ed u larm en te a la crítica filo ló g ica de
tra d ició n germ ánica.
El té rm in o Literaturwissenschaft, « c ie n c ia lit e r a r ia » , da n o m ­
b re a u n m o d o de en te n d er el c o n o c im ie n to filo ló g ic o co n tra
el que lanza u n d esm en tid o la h erm en éu tica szond iana. Q u e el
análisis y la in te rp re ta c ió n de las obras literarias p u ed a n re cia -

9 El programa teórico-crítico de Jauss, sintetizado en el título <^Literaturgeschichte ais Pro-


vokation der Literaturwissenscha» [La historia literaria comoprovocación de la ciencia literaria], data
de la conferencia inaugural pronunciada por el crítico alemán en la Universidad de
Constanza en 1967: vid. H. R. Jauss, La literatura comoprovocación, Barcelona, Penín­
sula, 1976, trad. d e j. Godo.
IN T R O D U C C IÓ N 19

m a r p ara sí la d e n o m in a c ió n de c ie n c ia , c o n to d a la so le m n e
legitim id ad a la que esta palabra aspira en la tra d ic ió n filo só fic a
(epistéme, scientia, Science, Wissenschaft) , no deja de ser u n a p etició n de
p rin c ip io tras la que se esco n d e u n a m ix tific a c ió n asu m ida sin
reservas p o r el cien tificism o a criü co de la filo lo g ía de base h is -
toricista. La Introducción es, en este sen tid o , u n a v a ria c ió n sobre
u n m ism o tem a ab ord ad o en o tro s dos escritos m eto d o ló gico s:
« A c e rc a del co n o c im ie n to filo ló g ic o » y « L a h erm e n é u tica de
S c h le ie r m a c h e r » 10. E n to d o s ello s se d e fie n d e de u n a u o tra
fo rm a la id e a de que el c o n o c im ie n to de la lit e r a t u r a es u n
a rte, y n o u n a cie n cia : el arte de la crítica e in te rp re ta c ió n de
lo s texto s lit e r a r io s . L a p r o p ia p a la b ra a rte , q u e en o tro
tiem p o sig n ific ó u n c o n ju n to de reglas a d q u irib le s m ed ia n te
aprend izaje y aplicables a la co n secu ció n m etód ica de u n a tarea
p rod uctiva (ars fren te a natura), ha llegado a sig n ifica r u n a capa­
c id a d c re a d o ra o u n a d estreza en p a rte in n a ta d e la q u e ,
d eb id o a su tra sfo n d o subjetivo e irra c io n a l, n o es p o sib le d ar
cuenta (ars fre n te a scientia). D e ahí esta ob servación de S z o n d i:
« E l arte de la in te rp re ta c ió n n o llegó a e lab o ra r u n a d o ctrin a
m aterial de la in te rp re ta c ió n , la cual m uy b ie n h u b ie ra p o d id o
estar presidida p o r la circularidad de la com pren sión . L a palabra
'a r te ’ se e m p lea b a c ie rta m e n te en a q u e l se n tid o a n tig u o qu e
hace re c o rd a r el 'arte de la fu g a ’ (Kunst der Fuge) —ars interpretandi,
técnica de la in te rp re ta c ió n —, p e ro la o p in ió n de que se trataba
de u n arte q u e se p u e d e m o s tra r, p e r o n o e n s e ñ a r, y m e n o s
a ú n so m e te r a u n a n á lisis c rític o de c a rá c te r g n o s e o ló g ic o ,

10 La primera versión de «Acerca del conocimiento filológico^ apareció bajo el título


« Z u r Erkenntnisproblematik in der Literaturwissenschaft» [«Sobre la problemá­
tica del conocimiento en la ciencia literaria»] en DieNeue Rundschau (73 ‘ L I 9 ® 2 ), y
fue publicado años después como prólogo en la primera edición de los Hólderiin-Stu-
dien. Mit einem Traktat über philologische Erkenntnis (Frankfurt a. M ., Insel, 1967)- « L ’her-
méneutique de Schleiermacher» se publicó inicialmente en traducción francesa de
A . Buguet en la revista Poétique (2, 19 7 0 ); Ia versión alemana está recogida en P.
Szondi, Schrífien II, cit., pp. 106-130*
20 JO SÉ M A N U E L CU ESTA ABAO

estuvo sin duda p rop iciad a p o r la elección de esta p ala b ra»


(Introducción, pp. 45 s.).
Las razones p o r las que Szondi insiste en defender una con­
cepción « a rtístic a » de la in terp retació n sustentan al m ism o
tiem po su idea del conocim iento crítico de la obra literaria. La
objetividad, la universalidad, la validez general y la dura necesi­
dad son los fetiches dogmáticos del conocim iento científico. E n
cam bio, el conocim iento artístico lleva consigo, in elu ctab le­
mente, tres rasgos que convienen tam bién a la creación e in ter­
p retación de las obras literarias: la tem poralidad (histórica), la
particularidad (idiográfica) y la libertad (subjetiva). U na « d octrin a
material de la interpretación» tendría que corresponder tanto
al carácter artístico de su m étodo cuanto al m odo de ser igual­
m ente artístico de las obras literarias: y desde la estética k an ­
tiana la palabra arte sólo puede emplearse « c o n todo d erecho»
para denom inar « la producción p or m edio de la libertad» (die
Hervorbringurtg durch Freiheit, cfr. Crítica delJuicio, § 43 )- E l universa­
lism o ontologizante de la herm enéutica filosófica y la a u to ri­
dad inapelable del datum en la filología positivista son cóm p li­
ces secretos en el in ten to de legitim ar su con o cim ien to
reinyectando en el concepto de com prensión un sucedáneo de
la necesidad « c ie n tífic a » . Es precisam ente este culto a la vali­
dez general o al im perio de lo factual, en cuyos preceptos lega-
liform es perm anece larvada la fuerza inexorable de lo necesa­
rio , el que im pid e de antem ano la ap ertu ra de la p ráctica
interpretativa a la historicidad , la p articu larid ad y la libertad
de las que es producto (cierto que traspasado de contradiccio­
nes) cada obra literaria.
E n tanto que reflexión crítica, la hermenéutica literaria ha de
p oner en u n p rim er plano la dialéctica entre la inm ersión en la
esfera m aterial del texto y la m ed iación h istó rico -co n cep tu al
que inevitablemente comporta toda interpretación. N o es casual
que Szo n d i recu rra a la im agen del « su m e rg irse » (versenken)
IN TROD UCCIÓN 21

para indicar la relación del acto interpretativo con el texto11. La


concentración m inuciosa en la d im ensión textual era cierta­
m ente un viejo postulado filológico que habían reform u lad o,
cada uno a su m anera, los distintos m étodos, aún vigentes a
finales de los años sesenta, de la llamada «interpretación inm a­
nen te» (de la werkimmanente Deutungal cióse reading) cultivada p o r la
crítica formalista eslava, la Stilkritik alemana o el New Criticism n o r­
team ericano. S in em bargo, la h erm enéutica de Szond i se
im pone la tarea de historizar la inm anencia sin restar p o r ello
im portancia a la e xp lo ració n porm enorizad a de los estratos
form ales del texto. «Always h isto ric ize !» , exhorta —no sin
cierta iro n ía — Fx^dric Ja m e so n al com ienzo de The Political
Unconscious. Este im perativo, irren u n ciab le para una crítica
materialista, se deriva de la estructura misma del pensan^ento
dialéctico: la auto conciencia. Dialéctico es ya el c o n o c^ iien to
que se dirige a un objeto dado y al mismo tiempo considera las
condiciones, indefectiblem ente históricas, de su cognoscibili­
dad. Szond i deja escrita su Introducción p o r la m ism afcaoca en
que Jam eson expone, en Marxism and Form (19 7 1), su program a de
crítica dialéctica fundado en « a m arxist h erm e n e u tic» 112. U na
hermenéutica sólo puede ser marxista si sus categorías interpre­
tativas son concebidas como tales, esto es: como una m ediación
que a su vez debe ser interpretada —y en su caso cuestionada—
desde una perspectiva herm enéutico-m aterialista. La historiza-
ción de Szondi requ iere p o r tanto explicitar los fundam entos
dialécticos de una d octrina m aterial de la in terp retación , de
una herm enéutica que contenga tanto la regulación de la prác-

11 Vid. R. Nágele, «Texte, histoire et sujet critique. Remarques sur la théorie et la pra-
tique de Therméneutique ehez Peter Szondi», en Vade critique (Un colloquesurl’oeuvre de
Peter Szondi), ed. de M. Bollack, Lille, Presses Universitaires de Lille, 1979»P* 55 -
12 F. Jameson, «Towards Dialectical Criticism», MarxismandForm. Twentieth- Century Dialec-
ticalTheoriesofLiterature, Princeton, N.J., Princeton University Press, 1971* Para hacerse
una idea de la posible afinidad de loin entre Szondi y Jameson basta con recordar los
autores a los que éste dedica los ensayos de su libro: Adorno, Benjamín, Marcuse,
Blocb, Lukács, Sartre.
2 2 JO SÉ M A N U E L CU E ST A A S A D

tica interpretativa como el examen crítico de su consistencia


histórica. Tratemos pues de precisar cuáles son para Szondi los
principios teórico-críticos de una hermenéutica material de la obra
literaria:
* una herm enéutica literaria no puede estatuir sus reglas
mediante un retorno a los modelos filológicos del pasado, lo
que supondría invocar de nuevo los conceptos de la herm enéu­
tica prefilosófica. La reflexión sobre las premisas conceptuales,
metodológicas e ideológicas de la interpretación se torna indis­
pensable por el mero hecho de que una hermenéutica material
ha de traer consigo « la conciencia de la propia h istoricidad»
(das Bewusstsein der eigene Historvjtat) . Si es cierto que las reglas inter­
pretativas de la hermenéutica precrítica están ligadas a las dis­
tintas funciones que prescribe su horizonte de época, y si tam ­
bién lo es que la filología tradicional cree posible prescindir del
análisis de sus propios contenidos históricos, no lo es menos el
hecho de que las categorías universales de la hermenéutica filo­
sófica están condicionadas p o r la hegemonía de la autorrefle-
xión crítica en la modernidad y se pretenden inmunes a la his­
toricidad del com prender sobre la que teorizan desde una
posición hiperurania. Por tanto, una doctrina material de la
interpretación literaria sólo puede constituirse sobre la base de
la dialéctica entre esas dos concepciones históricas de la herm e­
néutica. Quiere esto decir que, según arguye Szondi, «así como
la interpretación no puede pasar por alto los hechos que aportan
el texto y su historia, así tampoco la apelación a los hechos puede
pasar p o r alto las condiciones bajo las cuales se conocen los
hechos» («A cerca del conocimiento filológico», p. 3 1);
* una hermenéutica literaria debe arm onizar en lo posible
el tratamiento de los caracteres particulares del texto con los
contenidos generales que la interpretación (en cuanto m edia­
ción crítica) implica o determina; y ello de manera que el détail
concret y los rasgos idiográficos del texto no resulten fagocitados
IN T R O D U C C IÓ N 23

por el momento abstractivo de la interpretación. Habida cuenta


de que el saber filológico es sobre todo una actividad, la praxis
de la interpretación ha de servirse de reglas cuya validez sólo
puede ser decidida p o r el reajuste aplicativo al que obliga en
cada caso la inm ersión en las particularidades materiales de las
obras. Szondi recuerda algo que a menudo se olvida: los textos
se presentan com o individuos y no com o ejemplares, p o r lo
que su interpretación tiene que producirse de acuerdo con el
proceso concreto del que son resultado, y no según una regla
abstracta que ni siquiera podría enunciarse sin la comprensión
de los pasajes y las obras individuales. L a historicidad misma
está en el texto, no como referencia a un contenido em pírico
que la trasciende o la subsume en u n acontecer general, sino
como factor inherente del que depende su individuación: « la
historicidad form a parte precisamente de su particularidad, por
lo que sólo puede ser enteram ente justo con la obra de arte
aquel modo de consideración que permita ver la historia en la
obra de arte y no aquel que vea la obra de arte en la h is t o r ié
(«A cerca del conocimiento filológico», pp. 3 8 - 2 9 ) 13;
* una hermenéutica material es una hermenéutica de la temporali­
dad centrada en la interpretación textual de las discontinuidades
y contradicciones inmanentes al proceso de configuración de la
obra literaria14. La práctica interpretativa de Szondi privilegia

13 La noción szondiana de Historigtat está inspirada en la concepción histórico-materia­


lista de Walter Benjam ín. En lugar de ofrecer una «imagen eterna del pasado»,
como hace la perspectiva épica del historicismo, el conocimiento histórico del mate­
rialista apela a una «experiencia única con é l» . Para Benjamín la historia es objeto
de una construcción dialéctica a la que atañe la supervivencia de lo ya sido como o ri­
gen que sólo puede ser reconocido en cada presente. Szondi hace suya, por lo demás,
la idea benjaminiana de la interpretación histórica como construcción por la que la
obra queda conservada y absorbida en la obra de una vida, en ésta la época y en la
época el decurso histórico: vid. W. Benjamín, «Historia y coleccionismo: Eduard
Fuchs», Discursos interrumpidos I, Madrid, Taurus, 1989' e<L d e j. Aguirre, pp. 9 1-9 2.
14 Rainer Nágele ha destacado atinadamente que para Szondi «la historia no aparece
simplemente en el texto como la denotación positiva de una significado, sino como
una diferencia temporal inmanente al proceso mismo de la significación», vid.
«Texte, histoire et sujet critique», cit., p. 52.
24 JO SÉ M A N U E L C U E ST A A B A D

críticam ente dos proced im ien tos tom ados de entre las reglas de
exégesis textual establecidas p o r la herm enéu tica filoló gica tra­
d icio n al: el análisis de las variantes textuales y el m étodo de los
pasajes p aralelos (Parallelsteüenmethode). Las variantes textu ales,
p o r ejem plo los esbozos que H ó ld e rlin hizo de algunos de sus
h im n o s tardíos o las distintas versio n es fragm en tarias de u n
poem a inacabado de M allarm é com o Hérodiade, no sólo p e rm i­
ten recon stru ir la « gé n e sis» de la obra en relación con el p r o ­
ceso m aterial de su escritura, sino tam bién los hiatos tem p o ra­
les que em ergen en el cotejo de los textos com o vacilacio n es,
tachaduras, correccion es o co n trad iccio n es. Estas variacion es
tem porales pueden rem itir, llegado el caso, a contenidos singu ­
lares de u n a e x p e rie n c ia b io g ráfic a , textualizada a su vez en
notas, cartas, docum entos o ensayos, que debe ser considerada
en la in te rp re ta c ió n com o u n a d im en sió n constru ctiva de la
obra. Pero es aún m ayor la relevancia herm enéutica del m étodo
de los pasajes paralelos, del que Szo n d i encuentra u n a exp o si­
c ió n técn ica en dos tratad os ya re m o to s del ars interpretandi, la
Einleitungzur richtigen Auslegung vernünfftiger Reden und Schrijften [17 4 2 :
Introducción a la correcta interpretación de discursosj escritos racionales] de
J . M . C h ladeniu s, y el Versuch einer allgemeinen Auslegungskunst [ l 757 :
Ensmo de un arte general de la interpretación] de G . F r. M e ie r 15. L a
in terp retación de los pasajes p aralelos (locaparallela, Paralielstellen)
se basa ya sea en la idea de que una m ism a expresión, una p ala­
b ra, una frase, u n a m etáfora, puede aparecer en distintos tex­
tos de u n m ism o au to r con sign ificad o s d iferen tes, o ya en el
supuesto de que d iferentes expresiones p u ed e n lo calizarse en
d istin to s textos co n u n sen tid o equ ivalen te. L a d istin ció n de
M e ie r en tre « p a ra le lism o v e rb a l» ( Wortparallelismus: id en tid ad

15 Conviene no olvidar que la Introducción de Szondi está dedicada al estudio de los tra­
tadistas de hermenéutica alemanes de los siglos XVIII y XIX, con especial atención a las
artes de la interpretación prefilosóficas de J . M. Chladenius, G. Fr. Meier y Fr. Ast.
Sobre estos autores puede consultarse la obra de M. Ferraris, Historia de la hermenéutica,
Madrid, Akal, 2 0 0 0 , trad. d e j. Pérez deTudela.
IN T R O D U C C IÓ N 25

de las palabras) y «paralelism o re a l» (Sachparallelismus: identidad


de la « c o s a » significada) plantea a la in terp retación el reto de
detectar hom onim ias y sinonim ias entre las expresiones de dos
o más textos. E l sim ple paralelism o yerbal, hace n o tar Szond i,
es p o r p rin cip io fácil de captar, pues estriba en la doble a m ú l­
tiple o cu rre n cia de las m ism as p alabras, p ero n o lo es tanto
saber si la m ism a p ala b ra tien e el m ism o sig n ifica d o e n dos
pasajes, n i siq u ie ra si el pasaje p arale lo es el a p ro p ia d o para
d ilu c id a r el sig n ifica d o que se h a de in te rp re ta r, p o rq u e la
d ec isió n sobre tod o ello está ya p reviam en te tom ada p o r la
estrategia interpretativa (Introducción, p . 1 6 3 ) . E n tod o caso, el
m étod o de los pasajes p ara le lo s es algo más que u n a técn ica
p ro b a to ria para la in te rp re ta c ió n de la constan cia o la v a ria ­
ció n contextual del significad o am biguo u opaco de un pasaje.
Es tam bién u n p ro c e d im ie n to que hace p osible evid en ciar la
escan sió n te m p o ra l, m arcad a p o r cesuras, im p líc ita en la
escritura de u n a ob ra lite ra ria com o la fo rm a quebrada de su
historicidad :

«pues las contradicciones o las inconsecuencias de una obra


no son simplemente consecuencia del tiempo que necesitó su
composición, sino más bien de la posible integración en la
obra del elemento tem poral. Si el curso temporal no es un
simple objeto para la obra (tiempo narrado) ni un medio de
expresión exterior a su intención (tiempo de la narración); si
la idea de la obra sólo se revela en su movimiento hacia fuera,
en su salida a la diferencia temporal, la obra sólo puede con­
cebirse como un proceso en el que cada pasaje debe ser inter­
pretado teniendo en cuenta su posición en dicho proceso.
Esta relación entre la estructura de la obra y la temporalidad
es uno de los temas de la teoría histórica de las formas litera­
rias ...» (Introducción, p. l6 7 )"J.16

16 Señalemos de paso que la « hermenéutica de la temporalidad» de Szondi es coetá­


nea de la «Retórica de la temporalidad» (1969) de Paul de Man, un ensayo que
—aunque desde otras posiciones críticas—cuestiona el automatismo de la dialéctica
26 J O SÉ M A N U E L C U E ST A A B A D

* una herm enéutica literaria « m o d e r n a » exige la re c o n c i­


liació n de filolo gía y estética. Szondi conocía esta in d icació n de
F r. S ch legel: « L a h isto ria de la p oesía m o d ern a quizó en la
estética» (Literary Notebooks, ed. de H an s E ic h n e r, § 1374 )- L a
tra d ic ió n ro m á n tic o -id e a lista —a cuyo estudio está dedicada
buena parte de la obra szondiana— sentó las bases tanto para la
co n cep ció n dialéctico-esp ecu lativa del arte y la literatu ra i n i­
ciada p o r S ch iller, los Schlegel y Sch ellin g com o para la h isto -
rizació n de la estética consu m ada en la filo so fía de H ege l. L a
p re te n sió n h istó rica de la estética p o stilu strad a n o fue al fin
otra que la de su le g itim ac ió n com o filo s o fía del arte moderno.
Pero la estética sólo llega a ser m od erna en la m edida en que sus
categorías interpretativas c o rre sp o n d a n a (y en cie rto m od o
reproduzcan) las características históricas del arte coetáneo. D e
m odo que la reconciliación de que habla Szondi supone la revi­
sión de los criterios y las reglas de la exégesis filológica trad icio ­
nal a la luz de la estética m o d e rn a y de las fo rm as actuales de
com pren sión del arte y la literatu ra. Es ésta una tesis en la que
resuena, atenuada, otra de la Filosofía déla nueva música: « U n a filo ­
sofía de la m úsica no p u ed e ser hoy más que u n a filoso fía de la
nueva m ú sica» . A esta tajante restricción de A d o rn o siem pre se
le puede rep roch ar su reduccionism o partisano, proclive a una
com pren sión ideológica, lastrada p o r la m itología del progreso,
de la historia de las form as artísticas, cuando no sospechoso de
ceder a una apología norm ativa y elitista del arte de vanguardia.
C o n todo, para Szondi la herm enéutica literaria sólo puede ser
hoy teoría y práctica de la in terpretación de la literatura del p re-

sujeto/objeto atribuida a la tradición romántica y propone una reinterpretación del


lenguaje alegórico de la literatura moderna en términos de dialéctica temporal
inmanente a la obra: «The dialectical relationship between subject and object is no
longer the central statement o f romantic thought, but this dialectic is now located
entirely in the temporal relationship that exist within a system o f allegorical signs»,
vid. P. de Man, «The Rhetoric o f Temporality», Blindness and Insight. Essays in theRhetoric
ofcontemporoiy Criticism, Londres, Routledge, 1983 (2a ed. revisada, con una introduc­
ción de W. Godzich), p. 208.
IN T R O D U C C IÓ N 27

sente. Y ello p o r la sola razón de que la conciencia de la p ro p ia


h isto ric id a d im p o n e a la te o ría m aterial de la in te rp re ta c ió n
u n a relación constitutiva con el arte y la literatura de su tiem p o .
A h o ra b ie n , ¿ q u é rasgo d o m in an te del arte y la lite ra tu ra de
«%u tie m p o » ten d ría que in c o rp o ra r com o clave constructiva
una h erm enéutica literaria actual? Szondi responde p o n ien d o
e n ju e g o la etim ología m ítica de la palabra « h e rm e n é u tic a » ; es
el hermetismo el carácter que d efine a las form as de expresión de
la poesía m od ern a y al que, p o r tanto, debe atenerse una h e r­
m en éutica de ^ fccb ra lite ra ria . E stam os de nuevo ante una
in flexión h istó rico -d ialéctica. L a h erm enéutica ilustrada, de la
que es aquí exponente la técnica racio n al de C h lad en iu s, tr a ­
taba de resolver los p ro b lem as interpretativos que suscitan las
form as de una oscuridad (Dunckelheit) asociada de p referen cia a
lo am biguo (zuieydeutig). Pero el eso laaectA ie^ o de tal oscuridad
estaba determ inado, en lo que respecta a las obras poéticas, p o r
la d octrin a de la imitatio naturae, es d ecir: p o r la idea de que las
palabras son re p rese n ta c ió n de u n a r^ flid a d p reexisten te.
M ientras que la h erm enéutica prem o dern a tiende a conceder a
la « c o s a » p rim a cía sobre las palabras que la rep resen ta** en
consonancia con la teo ría clasicista de la m im esis poética, una
h erm enéutica literaria actual no puede elu d ir el hecho de que
en la poesía m o d e rn a las p alabras, le jo s de ser in te rp reta b les
p o r re fe re n c ia a una realid ad d en otad a, triu n fa n sobre la
« c o sa » hasta el extrem o de b o rra r sus huellas representaciona-
le s y de hacer del texto un artefacto suirreferencial (scripturapoé­
tica sui ipsius interpres?). E n palabras de Szondi:

«en nuestra concepción de la poesía hay una ruptura, aún más


radical que las negaciones de las épocas anteriores, con la tesis
de la imitación. C on la concepción de una poesía absoluta a
finales del siglo X I X y de una poesía abstracta en el X X , no sólo
desapareció la referencia de la poesía a un objeto exterior
—que antaño tenía que imitar—, sino que además fue posible
una poesía que renunciaba a producir por medio de la ficción
un objeto propio, una poesía cuyo objeto era más bien ella
misma, y que debía su unidad a la composición de momentos
verbales, y no sólo semánticos, referidos de múltiples formas
unos a otros, y no a la coherencia de un objeto imaginario o
de un mundo imaginario» (Introducción, pp. IOI s.).

E l esquema histórico esbozado en estas líneas encubre un p ro ­


blema teórico-crítico: el de la poesía como form a p o r excelen­
cia del concepto estético de modernidad. La dialéctica entre la
sujeción de la poesía «an tigua» a la doctrina de la im itación y
la tendencia de la poesía « m o d ern a» a la negación de la m im e­
sis constituye menos una explicación histórica plausible que un
argumento crítico dirigido a la caracterización diferencial de lo
m oderno en literatura. Esta equiparación de poesía y m oderni­
dad responde a la idea —que ha llegado a convertirse en u n tema
recurrente de la estética y la teoría literaria contem poráneas—
de « la lírica como paradigma de lo m o d e rn o » 17. E n este sen­
tido, la hermenéutica literaria de Szondi no trata sino de expo­
ner las pautas de una práctica interpretativa adecuada a los p ro ­
blemas « esp ecífico s» que plantea la poesía lírica m oderna.
U na poesía cuyos referentes, entre simbólicos e históricos, lle­
van en los ensayos críticos szondianos los nombres de H ólder-
lin, Mallarmé, Rilke y C elan 18. Hay pasajes oscuros: y la herm e-

17 Vid. W. Iser (ed.), ImmanenteÁsthetik. Ásthetische Reflexión: Lyrik aís Paradigma der Modeme (Poe-
tik und Hermeneutik II), Munich, Fink, 1966. Este volumen ha sido un punto de
referencia casi constante en los debates teórico-literarios de los últimos decenios del
siglo XX sobre la «centralidad» de la lírica en la modernidad estética. Véanse, por
ejemplo, las discusiones sobre el sentido teórico (y no ya histórico) del concepto de
«modernidad» que aparecen en H .-G . Gadamer, «Sobre poética y hermenéu­
tica», Estéticaj hermenéutica, Madrid, Tecnos, 1996 (introd. de A . Gabilondo; trad. de
A . Gómez Ramos), o en P. de Man, «Lyric and Modernity», Blindness and Insight, cit.
18 Los estudios sobre Hérodiade de Mallarmé y sobre el poema «Engführung» de Celan
están recogidos en la edición francesa de P. Szondi, Poésie et poétiques de la modernité,
Lille, Presses Universitaires de Lille, 1981, ed. de M. Bollack. El ensayo sobre Celan,
redactado en francés por Szondi, aparece traducido al alemán en los Celan-Studien,
Schriftenll, cit. (Estudiossobre Celan, Madrid, Trotta, 2 0 0 5, trad. de A. Pons.)
náutica tradicional se disponía a ilum inarlos dando p o r sen­
tado que tras ellos siempre subsiste, como una contraseña in fa­
lible, la « c o sa » significada o el objeto pensado in ten cio n al-
m ente p o r el autor. S in em bargo, la herm enéutica literaria
m oderna debe afrontar la interpretación de una obscuritas que,
destruidos los lenguajes representacionales, abolida (según un
ablativo absoluto muy de Mallarmé) la figuración icástica de lo
real en el poem a, no puede solventarse apelando a un objeto
denotado o a una entidad conceptual que haría posible desci­
frar las metáforas, las contradicciones y las ambigüedades1920 . Hay
pues pasajes oscuros: pero la opacidad prolifera p o r doquier en
el poema m oderno, y el desafío crítico que tiene ante sí la h er­
m enéutica literaria estriba, no tanto en elaborar una teoría
general de la opacificación del lenguaje en la poesía del p re ­
sente, sino en interpretar cada poema asumiendo que su oscu­
ridad reside ya en la singularidad de su expresión.
E n Szondi la doctrina material de la interpretación literaria
se encam ina hacia una hermenéutica de lo idiomático. P o r insólita y
acaso imposible que parezca esta pretensión, lo cierto es que lo
idiomático es inseparable de lo poemático. Más aún: un texto es
poema sólo si se presenta con la singularidad material de u n fac-
tum que sin embargo ostenta los caracteres re-presentadonales e
iterativos de u n signum. C o n razón ha hecho notar D errida que
un signo no es nunca u n acontecim iento si acontecim iento
quiere decir unicidad em pírica irrem plazable e irrepetible:
« U n signo que no tuviera lugar más que una vez* no sería un
signo. U n signo puram ente idiom ático no sería u n s ig n o » 30.

19 Es significativo que Jameson se refiera también a la oscuridad poética en su proyecto


de hermenéutica dialéctica: «Thus, faced with obscure poetry, the na'ive reader
attempts at once to interpret, to resolve the immediate difficulties back into the trans-
parency of rational thought; whereas for a dialecticaily trained reader, it is the obs-
curity itself which is the object o f his reading, and its specific quality and structure
that which he attempts to define and to compare with others forms of verbal opa-
city», Marxism and Form, p. 341.
20 J. Derrida, La voixet lephénoméne, París, P.U.F., 1967. p- 55 -
30 J O SÉ M A N U EL C U ESTA A B A D

E n la m edida en que debe ser representación de algo (no


im porta adora si real o im aginario), un signo ha de poder repe­
tirse « a pesar y a través de las deform aciones que le hace sufrir
lo que se llama su acontecimiento em p írico » . La posibilidad de
la Representación, señala D errida, es también la de la repetición
reproductiva en la que se expresa una « id ealidad » (sentido, sig­
nificado, Vorstellung) que se identifica com o presencia diferida en
cada reaparición del signo. Pero lo que es generalm ente válido
para el sentido com ún del lenguaje y la sign ificació n no lo es
tanto para la textura literal del poema. Porque cada poem a rea­
liza precisam ente esa p osib ilid ad inaudita de unas palabras
replegadas en la presentación de la prop ia m aterialidad sin que
p o r ello desaparezca su d im en sión significante o signatura! (de
firm a o inscripción individual). N o es que el poem a se consti­
tuya en la expresión estrictam ente idiolectal de u n individuo
inefable, pues en tal caso la irradiación significante del texto se
resolvería en la pura arbitrariedad o en la mera glosolalia de un
sujeto autista. El texto poético objetiva en sus form as sígnicas
una singu larid ad , una experiencia única del lenguaje y en él,
in d iscrim in ab le de la m aterialidad de las palabras y del acto
—com o tal m om entáneo e irrep etib le— de la escritura. E l
um bral significativo del poem a es p o r ello com parable al del
nom bre p ro p io , siem pre que éste conserve de algún m odo la
fu nción mágica que ve en él una designación necesaria e insus­
tituible para la existencia factual misma de lo designado.
N o es indiferente que uno de los últimos escritos de Szondi,
« L a hermenéutica de Schleierm acher», se abra con una dedica­
toria a Paul Celan. La teoría de la interpretación de Schleierm a­
cher comparte con la lingüística de W. von H um boldt la idea de
que el lenguaje sólo existe realmente en los actos de su producción
y ejecu ción . L u ego u n enunciado o u n texto es, para decirlo
con los térm inos saussureanos, parole antes que langue, realidad
concreta e individual, nunca del todo idéntica a otra, más que
IN TRODUCCIÓN m

producto de u n sistema o u n código gram atical construido « a


p o ste rio ri» com o u n autómata idealista capaz de hablar fuera
dal espacio y del tiem po. La herm enéutica de Schleierm acher
trata de complementar la atención a las estructuras generales del
lenguaje con el análisis detenido de sus ocurrencias particulares.
La com prensión de u n texto o u n enunciado tiene que in clu ir
así dos aspectos sin cuya com penetración no puede existir: de
una parte, la «interpretación gram atical» considera el discurso
en su relación con la totalidad de la lengua; de otra, la « in te r­
pretación p sic o ló g ic a » , tam bién denom inada « té c n ic a » , se
ocupa del discurso en su relación con la particularidad del autor
(circunstancias h istórico-biográficas, pensam iento, e stilo ...).
Pero entre la totalidad virtual de la lengua y las ejecuciones rea­
les del discurso no se da una continuidad que pueda ser prevista
sistemáticamente. Los actos de habla o de escritura llevan co n ­
sigo las huellas de una particularidad anóm ica y de u n sentido
contextual irreconducible a la arm onía preestablecida del sis­
tema. Gom o ha subrayado M anfred Frank, en Schleierm acher
la lengua es « u n universal sin gu lar» 2I, una actividad creadora
en la que cada acto de habla m odifica en cada m om ento su sen­
tido general infundiendo innovaciones semánticas y estructura­
les en la aparente repetición de patrones gramaticales.
Szondi encuentra en Schleierm acher la ejem plaridad de un
método interpretativo sólidam ente textual, la conexión dialéc­
tica entre h erm enéu tica, retó rica y poética o la fo rm u la ció n
avantla lettre de una lúcida concepción estructural del lenguaje.
Pero sobre todo descubre en su teoría herm enéutica u n m odo
de entender el texto y la escritura como « a c to » en el que tiene
lugar « u n a p orción de vid a» , como realidad concreta, surgida
de la experiencia singular de un individuo, a la que se aplica la
interpretación psicológica y técnica. E n esta doble m odalidad

21 M. Frardc, «Le texte et son style. La théorie herméneutique du langage chez Schleier-
macher», en L'ade critique, cit., p. 33.
32 JOSÉ M A N U E L C U E ST A ABAD

de in te rp re ta c ió n « e l d iscu rso sigue sie n d o co n ceb id o com o


hecho objetivo (ais Tatsache) en el sujeto pensante, referid o n o ya
a la totalidad de la lengua, com o en la in terp retación gram ati­
cal, sin o a la to talid ad de d ete co ^ B ad o h o m b re y de su vida.
P ero este desplazam iento de acento im p lica el estu d io de esa
individualidad subjetiva. E n la in terp retación técnica el acento
se pone en la techné, en el estilo individual, en tanto que m o d ifi­
cación p articu lar de la lengua y en tanto que m o d o p articu la r
de com posición; en la i n t e r p ^ l c i ó n psicológica se p on e en la
to talid ad de la vida del in d iv id u o » 22. Para co m p re n d e r el
m otivo de fo n d o de la d ed icato ria a C e la n que aparece en el
ensayo sobre Sch leierm ach er basta con evocar ah ora u n pasaje
de El Meridiano. E l poem a, dice allí C elan , es « len g u a je actu ali­
zado, lib e ra d o bajo el signo de una in d iv id u a c ió n sin d u d a
radical, pero que al m ism o tiem po tam bién recuerda siem pre
los lím ites que le marca el lenguaje, las posibilidades que le abre
el le n g u a je » , a lo que añade líneas después: « E l p o em a sería
entonces —más claram ente que basta ah ora—la co n fig u ra c ió n
del len gu aje sin gu lar de u n in d ivid u o y, según su más ín tim o
ser, presente, p re se n c ia » 23.
L a h erm en éu tica lite ra ria de S zo n d i se p o n e fin a lm e n te ^
prueba en la interpretación de u n poem a de C elan : « E n g fü h -
r u n g » 24\ L a p alab ra que da títu lo a este p oem a es m u ltívoca:

22 P. Szondi, «Schleiermachers Hermeneutifc Heute», Sehrijtenll, cit., p, 126. Puesto


que de la «vida del individuo» se trata, mencionemos que este artículo (Paul Celan
zym Gedúchtnis, reza la dedicatoria) se publicó primero traducido al francés en 1970,
el mismo año de la muerte de Celan y un año antes del suicidio de Szondi.
23 P- Celan, «Der Meridian» [1960], GesQmmelte Wérfre, Bd. 3, Frankfurta. M-, Suhrkamp,
2 0 0 0 , ed. de B. Allemann & St. Reichert, pp. 197-198 (vid. Paul Celan, Obras com­
pletas, Madrid, Trotta, 1999. trad. de J . L. Reina Palazon).
24 P- Szondi, «Lecture de Strette. Essai sur la poésie de Paul Celan», Poésies etpoétiques de
ia modemité, cit., pp. 165 ss. Este ensayo vio la luz en la revista Critique (n° 288, mayo
de 1971) y fue traducido por los editores alemanes de los escritos szondianos con el
título «Durch die Enge geführt. Versuch über die Verstandlichfeeit des modernen
Gedichts», Celan-Studien, Schriftenll, pp. 345~389- El poema en cuestión pertenece al
libro de Celan Sprachgitter (1959: fofo del lenguaje).
IN T R O D U C C IÓ N 33

puede significar, en su acepción musical, «Stretto » (de stric-


tus), es decir, « la parte de una fuga en la que tan sólo se
encuentran fragmentos del tema, y que es como un diálogo
apremiante y vehemente» (Littré), o la parte en la que «el tema
y la respuesta se persiguen con entradas cada vez más p ró xi­
m as» (Robert); puede indicar el estrechamiento de una con­
ducción, el conducir estrechando («e n g führen», «conduire
en resserrant»), el conducto estrecho («S tricte -co n d u ite » )
por el que hay que pasar o la estricta manera de componer un
poema; puede sugerir, en el poema celaniano, la angustia y la
angostara de los deportados en los campos de exterminio, de
los hornos crematorios o de las chimeneas por cuyos conduc­
tos salen, reducidas a columnas de humo, las almas de los inci­
nerados. La Einführung no hace sino preparar el camino que
habría de conducir hacia la Engführung. Para Szondi « E n g fü h -
rung-Stretto-Estrecham iento» señala también el itinerario,
trazado por la presencia material de las palabras, que debe
recorrer la lectura del poema. La interpretación textual invoca
aquí de nuevo las imágenes de la textura, el tejido, el e n tr^ íji-
miento, la trama o la urdimbre: «siendo el texto textura ver­
bal, la interpretación no añade nada extraño al texto si trata de
describir el tejido verbal». El poema celaniano está «tejido de
voces», tissu des voix, y la lectura procede por inmersión en una
inmanencia sin fondo, un entramado de múltiples relaciones
literales que sólo la interpretación puede establecer siguiendo
de cerca las trayectorias delineadas por el propio texto. El
bucle textual del que parte la lectura szondiana se sitúa en esta
doble interpelación: Lies nicht mehr —schau! / Schau nicht mehr—geh!
(« N o leas más —¡mira! / No mires más — ¡ve!» ). El texto es legi­
ble y visible al mismo tiempo, extensión material surcada por
letras que (se) describen (como) un paisaje hecho de palabras e
imágenes. Szondi interpreta los imperativos del poema en
estos términos:
34 JO SÉ M A N U E L C U ESTA A B A D

«Las acciones de leer y de m irar corresponden a la ambigüe­


dad de la extensión, que es a la vez texto y escena. La prim era
orden, al sustituir la lectura por la mirada, parece querer tras­
pasar la textualidad del paisaje y considerarlo como tal. Pero la
segunda orden, contradiciendo, anulando la prim era (por
una figura esencial en Stretto, como se verá), sustituye la mirada
por el movimiento. ¿Esto quiere decir que el texto que se lee
y la escena (tablean) que se ve deben dejar paso a la realidad,
que permite al lector-espectador avanzar? Sí y no. No es la fic­
ción de la textualidad, de la poesía, la que es abandonada en
favor de la realidad. No es la pasividad receptiva del lector-
espectador la que ha de borrarse ante la acción llamada real,
ante el compromiso. Muy al contrario: el texto mismo rechaza
servir a la realidad y continuar ju gando el papel que desde
Aristóteles se le asigna. La poesía cesa de ser mimesis, represen­
tación: se convierte en realidad. Realidad poética, claro está,
texto que no sigue ya una realidad, sino que se proyecta él
mismo y se constituye en realidad. Por eso no hay que 'leer'
este texto ni 'm irar’ la escena que podría describir. Lo que el
poeta se impone y pide al lector es avanzar en la extensión que
es su texto» (cfr. «Lecture de Strette» , pp. 16 7-6 8 ).

Si un texto está hecho de palabras de las que cabe esperar algún


significado, por críptico, entrecortado o absurdo que resulte,
¿có m o entender que la textualidad de un poema sea « r e a li­
dad» no referida a otra, expresión intransitiva, signo sólo de sí
misma (que, interpretada, nunca es ella misma)? E n tanto que
realidad poética, el texto no significaría algo, no dependería
alegóricam ente de otra cosa, no sería sino u n acto singular,
lenguaje radicalmente actualizado, apelación a avanzar en cada
lectura hacia la experiencia única que ofrece la estricta presen­
cia material del poema. La realitépoétique es, según traducen acer­
tadamente los editores alemanes del ensayo szondiano, poetische
Realitdt: no la realidad efectiva, Wirklichkeit, de enfática resonancia
hegeliana, a cuyo servicio tendría que ponerse el poema como
IN T R O D U C C IÓ N 35

representación de algo anterior o exterior. Sino presentación


concreta e individual de W^^existencia en el acto de escritura.
Esta idea de realidad no aboca a una reificación p o r la que el
poema quedaría sumido en el rmatismo de una cosa que, a pesar
de su opacidad inexpugnable, emitiría destellos de sentido. La
realidad poética es oscura no por ser poética, sino p o r ser rea(
lidad. La lectura de Szondi se basa en una tesis ontológica: el
poema revela que la realidad (realité-Realittit) es polisémica, calei-
doscópica, de una ambigüedad plural e indiferenciable. Nada o
poco tiene que ver esta ambigüedad con la diferencia, filosófi­
camente atávica e ilustre, entre apariencia y esencia, expresión y
contenido, etc. E n la interpretación la dialéctica se convierte en
una amphibolica: la lógica disyuntiva de la contradicción
( « a u t .. .au t» ) nada tiene que hacer frente a la ambigüedad
insoluble de la realidad poética. El poema sólo puede devenir
realidad en la medida en que su lenguaje sea material, concreto
y, al mismo tiempo, temporal, plural, tan contradictorio como
congruente en su lógica sin concepto. U n ejem plo. E n el
poema de C elan se habla de « u n a hora que no tiene h erm a­
n a s» , digamos que la hora de la muerte, y de quienes yacían
dormidos allí, en la extensión-paisaje-texto del poema, sin que
nada ni nadie logre despertarlos. Más tarde encontramos u í R>s

versos que dicen así:

Ich bins, ich,


ich lag, zwischen euch, ich war
offen, war
hórbar, ich tickte euchzu, euerAtem
gehorchte, ich
bin es noch immer, ihr
schlaftja.

Soy y o ,yo ,
yacía yo entre vosotros, estaba yo
abierto, era
36 JO SÉ M A N U E L C U ESTA A B A D

audible, yo os di un toque de tic-tac, vuestro aliento


obedeció, yo
aún lo soy, vosotros
dorm ís, sí.

La expresión en la que hay que reparar es ich tickte euch zu: «yo os
di u n toque de tic-tao » (o « y o os *tictaqueé^>). E l verbo « tic -
ke*r» significa en general «h acer tic-tac» , de m anera que en la
form a conjugada del poem a tien e la fuerza sugestiva de una
palabra onom atopéyica que evoca la peratxsión m on ó to n a del
engranaje de un reloj. Pero Szondi advierte que ese verbo toda­
vía significaba en el alemán del siglo XIX «to car con la punta de
los d ed o s» , una acepción que posiblem ente C elan , dada su
pasión p or la lectura de diccionarios, tuvo presente. La traduc­
ción francesa de Je a n Daive —« au to rizad a» p o r el poeta— que
Szondi cita en su ensayo vierte la frase com o « je vous donn ai
T alarm e» (« y o os di la a la rm a » ), con lo que opta p o r in te r­
pretar el vocablo original dándole un significado que, aunque
sugerido, literalm ente no tiene. La frase encierra además una
reverberació n fo n o -g rá fic a p o r la que la textura del « y o » se
inmiscuye, p or así decir, en su acción y en el objeto de ésta (ich
tickte / ich.. .euch). E n el poem a el verbo qu iere d ecir tanto
« h a c e r tic -ta c » com o « t o c a r » : « L o que toca, lo que da la
alarma es reloj al m ism o tiem p o, em blem a del tiem p o, el
tiem po m ism o, la te m p o ra lid a d » , concluye Szond i. A ten o r
de esta interpretación, pod ría pensarse que el verso celaniano
tien e en d efin itiva m ucho de len gu aje rep resen tacio n al, sea
siquiera porque recurre a una onom atopeya cuya literalidad o
son o ridad expresiva rem ite —de u n m odo « e m b le m á tic o » y,
p o r eso m ism o, con ven cion al y conceptual— a la n o ció n de
tem p o ralid ad . Pero « e l tiem po m ism o » , ya im plícito en la
coalescencia de diversos significados y en el tránsito connotativo
de uno a otro , sólo hace su ap arición en este m om ento del
INTRODUCCIÓN 37

poem a com o una experiencia única, real en tanto que in ase­


quible a toda representación figurativa y a toda síntesis sem án­
tica, inseparable de la singularidad literal y figural del texto que
la piüsenta. E l verbo tickte « e s » la m etonim ia sonora del reloj
como ritm o mecánico e impasible del tiempo físico; es el doble
golpe de un segundo en cuyo intervalo el « y o » yaM entre
«vosotros»; es el toque del dedo que desea despertar a los d o r­
midos (y tal vez resucitar a los m uertos); es la acción o el conjuro
de un «yo audible» que ya no puede ser oído p o r « vo so tro s» ;
es el instante en dos tiempos de una alarma a la que sólo obedece
el alien to o el silen cio de los a u se n te s... Es todo esto y más
y sólo aquíy sólo ahora.

« Q u ie n ha apren d ido a 'le e r ’ la escritura de C e la n —escribe


Szondi—sabe que se trata de no elegir entre las diferentes signi­
ficaciones, com prende que éstas no difieren, sino que coinciden.
L ^ m b ig ü e d a d , convertida en m edio del conocim iento, hace
ver la unidad de lo que parecía diferencia. Sirve a la p re c isió n ^
Ledio stricta: arte de la lectu ra-en-fu ga. Línea a línea, el com en­
tario se trenza con el texto, dialoga con él en urwfnovimiUnto
contrapuntístico que despliega variaciones im previstas de un
tema fragm entario. La lectura se adentra en la estrechez in te r­
lineal, avanza a través de pasajes oscuros, va de u *ib ra l en
um bral, se sum erge (versenkt sein: u n verbo al fin trágico en la
vida de Celan y de Szondi) en el espacio vacío que m edia entre
el silencio y las palabras, casi a ciegas, sin reglas prefijadas que
puedan descifrar el «verd adero sen tid o » del poem a. La h e r­
m enéutica m aterial triu n fa ju sto allí donde parece fracasar
como m étodo. Sólo enseña el obstinado rigor de la lectura.
PETER SZONDI
Introducción
a la hermenéutica literaria
Este texto sobre la hermenéutica literaria corresponde a la lección impartida por P. Szondi en Berlín duran­
te el semestre de invierno del curso 1967-1965. Las notas alpie son del editor alemán, salvo que se indique
¡o contrario. Aquellas que añaden un asterisco (*) al número proceden de anotaciones originales de Szondi.
I

La h erm enéu tica literaria es la te o ría de la in te rp reta c ió n


—interpretatio- de obras literarias. A u n q u e la herm eng|atica ha
im pregnado en g ra ^ m ed id a la filo so fía y, com o a u to rrefle-
x ió n , las ciencias hum anas d el siglo X X , la p regu nta de si la
disciplina a la que este lib ro ofrece una in tro d u cción todavía
existe no puede re c ib ir una respuesta afirm ativa sin m ás. fin
19 O Oapareció el artícu lo de D ilthey titulado Die Entstehung der
Hermeneutik (El surgimiento de la Hermenéutica)-, una parte considera­
ble de la obra entera de Dilthey está dedicada, com o es sabido,
a una teo ría de la co m p ren sió n (especialm ente la h istó rica)
que debía servir de base a las ciencias del espíritu. E n la afora
de H eidegger Serj tiempo (19 2 7 ), el análisis de la com pren sión
llamada existencial, así com o la evidenciación de u n círculo en
la co m p ren sió n y de su enraizam iento en la « c o n stitu c ió n
existencial del se r-a h í, en la co m p ren sió n in te rp re ta tiv a » 1,
ocupan un lugar destacado. Tres decenios después, en 19 6 0 ,
apareció el libro de G adam er Verdadj método, subtitulado Funda-

I M. Heidegger, Seinund&it, Halle, 1927, p- 153 [Ser^ Tiempo, Madrid, Trotta, 2 0 0 3 ,


trad. de Ju an Eduardo Rivera C .].
42 PETER SZONDI

méritos de una hermenéutica filosófica. Y ú ltim am en te (19 6 7 ) ha apa­


re c id o la tra d u c c ió n alem ana del lib ro de E m ilio B e tti Teoría
generóle della interpretazione ( l 955 ) (Allgemeine Auslegungslehre ais Methodik
der Geisteswissenschafien). N adie p o d rá d ecir que la h erm en éu tica
es u n a d isc ip lin a d esaten d id a, y m en o s aú n que las cien cias
hum anas, y en especial las ciencias de la literatura, se han m os­
trado p o c o receptivas o re fra cta ria s a las su geren cias que les
llegaban de D ilth ey, H eid egger y G a d am er. E l hecho de que,
sin em bargo, apenas haya actualm ente una herm enéutica litera­
ria, tien e su ex p lic a c ió n en la n atu raleza de la h e rm e n é u tica
h oy existeiü p . E l a rtícu lo de D ilth ey de 1 9 0 0 , que esboza de
una form a progMHiwtica el nacim iento de la h erm en éu tica, se
basa en la tesis de la p rogresión regular en la h istoria de la h e r ­
m enéu tica. T em p ran am en te se hizo del arte de la in te rp re ta ­
ción, escribe, una « d escripció n de sus reglas. Y del conflicto en
torno a estas reglas, del combate entre las distintas orientaciones
a propósito de la interpretación de obras esenciales y de la nece­
sidad que así se im ponía de fundam entar las reglas nació la cien­
cia de la herm enéutica. Ésta es la teoría del arte de la in terpreta­
ción de m onum entos de la escritura. A l establecer la posibilidad
de una interpretación universalm ente válida basada en el análisis
de la com pren sión , cond u jo finalm ente a la solu ció n del p r o ­
blem a general con que se in ic ió aquel d eb ate; al análisis de la
e x p e rie n c ia in te r io r se u n ió el an álisis de la c o m p re n sió n , y
am bos p ro p o rc io n a n a las ciencias del esp íritu la p ru eb a de la
p o s ib ilid a d de u n c o n o c im ie n to u n iversalm en te vá lid o en
ellas, así com o de sus lím ites, en la m edida en que este c o n o c i­
m ien to se halla c o n d icio n a d o p o r la m an era en que o r ig in a ­
riam e n te se n o s dan los h echos p s íq u ic o s » * . E l a rtícu lo de 2

2 W. Dilthey, Die Entstehungder Hermeneutik, en W. D., Gesammelte Schriften, vol. 5. 4 a ed.,


Stuttgart-Gotinga, 1964. p- 3 2 0 [«E l surgimiento de la Hermenéutica», en W.
Dilthey, Dos escritossobre Hermenéutica, Madrid, Istmo, 2000, ed. de A . Gómez Ramos].
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 1 43

Dilthey, cuyo valor com o docum ento históricam ente in fo rm a ­


tivo suele so b re v a lo ra rse 3', q u ie re d em o stra r cóm o « d e la
n ecesid ad de u n a c o m p re n sió n p ro fu n d a y u n iversalm en te
válida nació el virtuosism o filo ló gico y, a p a rtir de él, las reglas
^ l a su b o rd in ació n de las m ism as a u n fin d etasm in ad o p o r la
situación de la ciencia en u n m om ento dado, hasta que fin a l­
m ente se en co n tró en el smé I í r s de la c o m p ren sió n u n pu nto
de p artid a seg u ro p ara establecer las r e g la s » 4". N o se d iscu te
que en la h isto ria de la h e rm e n é u tica , que se in ic ia c o n lo s
griegos y los alejan drin o s y con tin ú a en los Padres de la Iglesia,
la Ed ad M edia, el H u m an ism o, la R efo rm a, la Ilu stració n y el
id e a lism o a lem án , se p u ed e a p rec ia r tal d e s a rro llo . P e ro la
« p r o g r e s ió n r e g u la r » 5 postu lad a p o r D ilth ey no p arece que
sea in c u e stio n a b le . Es verd ad que la d e sc rip c ió n de D ilth ey
cuenta con la « situ ac ió n de la ciencia en un m om ento d a d o » .
B ®-o hay q u an regu n tarse si la regularidad que él q u iere p e rc i­
b ir en la evolu ción de la h erm en éu tica no su prim e el cam bio
h istórico al pasar p o r alto el m om ento h istó rico del concepto
m ism o de co m p ren sió n y la h isto ricidad de las reglas. L a í*er-
m enéutica fu e en otro s tiem p os u n sim ple sistem a de reglas,
m ien tras que hoy es u n a sim p le te o ría de la c o m p re n sió n , y
esto no significa que en las reglas entonces aplicadas n o subya­
ciera u n concepto in a rticu la d o de co m p ren sió n , n i tam poco
que u n a teo ría de la co m p re n sió n deba hoy re n u n c ia r a f o r ­
m u lar reglas de una fo rm a nueva o le esté p erm itid o su p o n e r
que las reglas antigu as h an con servad o su valid ez. E l cam bio
h istórico no se puede re d u cir al hecho de que, con el p ro g re ­
sivo ah ondam iento en la cuestión h erm enéu tica, el análisis de

3* Se puede aprender mucho más de otras exposiciones, como el artículo Hermeneutik,


de G, Ebeling (en Die Religión in Geschichte und Gegemvart. Handwdrterbuchfür Theologie und
Religionswissenschajl, ed. de K . Galling, 3a ed-, Tubinga, 1957 y ss., vol. 3, pp. 242-262)-
4 W. Dilthey, Die Entstehungder Hermeneutik, p. 32 0 .
5 Ibid.
44 PETER SZONDI

la com prensión haya encontrado « u n punto de partida seguro


para establecer las reglas» . E l p ro p io concepto de co m p ren ­
sión cambia en la historia, igual que cambia la concepción de
la obra literaria, y este doble cam bio tiene com o consecuencia
necesaria una m o d ificació n de las reglas y los c riterio s de la
in te rp reta c ió n , o en todo caso hace necesaria su revisió n .
Pero dado que la herm enéutica ha ido transform ándose, en el
sentido de la evolu ción señalada p o r D ilthey, p ero esp ecial­
m ente a través del cam bio a que el p ro p io D ilthey som etió la
p roblem ática h erm en éu tica, cada vez más en una cien cia de
fundam entos, se siente su p erior a la que antaño fue su tarea,
que no era sino la p ro p ia de una d o ctrin a m aterial de la
interpretación.
Esto tiene para las ciencias de la literatura* —siem pre que se
trate de las filologías más recientes— unas consecuencias muy
distintas de las que pueda tener para la filología clásica, la teo­
logía o la ju risp ru d en cia. M ientras que estas últim as d iscip li­
nas cuentan con u n a larga trad ició n h erm en éu tica, que en
todo m om ento tien en la p osib ilid ad de revisar, las p rim eras
proceden de una época en la que se p ro d u jo aquel giro d eci­
sivo en la h erm en éu tica, que para D ilth ey fue u n m érito de
Schleierm acher, que supuso proceder, más allá de las reglas, a
u n análisis de la com prensión. Pero, m ientras que esta fu n d a-
m entación filo só fica de la herm enéutica estuvo en S c h le ie r­
m acher ligada a una con tin u ación de la herm enéu tica m ate­
rial, fu era de la teología sólo quedó el im pu lso filo só fic o .
A dem ás, las ciencias de la literatu ra de los ú ltim os cien años
apenas experim entaron, a pesar de las tendencias opuestas que
en ellas se daban, la necesidad de una herm enéutica m aterial

• El término alemán Liieratunoissenschafl equivale, en su sentido más genérico, a Filología


y en su acepción más estricta a Teoría Iiteraría, entendiendo por tal los métodos de
análisis e interpretación que aspiran a un «conocimiento científico de la litera­
tura». [N. del T.]
INTRODUCCIÓN A LA H E R M E N É U T IC a B t ER A R IA - 1 45

basada en sus prem isas: para el p ositivism o, los bechos de la


vida y la obra de u n au to r eran datos cuya in te ligib ilid a d era
incuestionable. L a hiflioria de las ideas, in flu id a p o r Dilthey,
se apoyaba sobre su teoría de la posibilidad de la com prensión
histórica; su atención se dirigía m enos al texto singular que al
espíritu de la época que en él hablaba, y com o no dudaba de la
posibilidad de acceder a ese espíritu a través de la empatia |MR-
fühlung), la in terpretación de los textos tam poco suponía para
ella n in gún problem a. Luego llegó la época de la in terp reta­
ció n , en la que aún nos hallam os y de la que h abría p o d id o
esperarse una reviüalizaeiín de la herm enéutica, del ars interpre-
tandi, más que del positivism o y de la historia de las ideas. Pero
apenas hizo algo más que adoptar u n nom bre: arte de la in ter­
pretación, y u n concepto: el círculo herm enéutico.
E l concepto de círculo, de suma im portancia gnoseológica
para la herm enéutica, tanto en lo que concierne a sus fu n d a­
mentos filosóficos como en lo que se refiere a su m etodología,
desem peña en la práctica actual de la interpretación u n papel
que parece dispensar a la herm enéutica de la crítica de su p arti­
cular form a de conocim iento. E l escándalo del círculo, que la
com prensión debe reconocer como condición suya, ha acabado
convirtiéndose en u n tranquilizante. « L o decisivo [...] no es
salir del círculo, sino entrar en él del m odo ju s t o » 6: esta tesis,
sin duda justa, de H eidegger, fue muy bien recibida, y en ade­
lante se respondería a cuestiones y dudas de tipo m etodológico
con la recom endación general de m overse dentro del círculo
herm enéutico. El arte de la interpretación no llegó a elaborar
una doctrina m aterial de la in terp retación , la cual m uy bien
hubiera podido estar presidida p o r la circularidad de la com ­
prensión. La palabra « a rte » se empleaba ciertamente en aquel
sentido antiguo que hace recordar el «arte de la fuga» —ars ínter-

6 M. Heidegger, 5ein und/fyit, op. cit., p. 153-


46 P ET E R SZO NDI

pretandi, técnica de la in te rp re ta ro n —, pero la op inión de que se


trataba de u n arte que se puede m ostrar, p ero no enseñar, y
m enos aún som eter a un análisis crítico de carácter gnoseoló-
gico, estuvo sin duda propiciada p or la elección de esta palabra.
Pero lo que Dilthey llamaba la progresión regular en la his­
toria de la herm enéutica, la evolución desde la herm enéutica
m aterial hacia la herm enéutica filosófica, no p u e d e ^ M tM n e .
La h erm enéu tica literaria no puede establecer sus reglas
mediante un retorno al pasado, esto es, a la herm enéutica p re­
filosófica. Si hablamos de herm enéutica literaria, y no de h er­
m enéutica filológica, es principalm ente porque la teoría de la
interpretación en la que pensam os tendrá que distinguirse de
la herm enéutica trad icion al de la filo lo gía clásica en que ésta
no considera el carácter estético de los textos que interpreta en
un ju icio que sigue a la interpretación, sino que lo convierte en
prem isa de la interpretación m isma. Es decir: las reglas y crite­
rios tradicionales de la interpretación filológica tienen que ser
revisados a la luz de la com prensión actual de la literatura.
C o n esto hemos aludido a otra diferencia más con la h erm e­
néutica filológica: la conciencia de la p rop ia historicidad, a la
que hoy una herm enéutica literaria no p od ría ya renu nciar,
m ientras que la filología tradicional, la llamada filología histó­
rica, trabaja con el convencimiento de que ella puede prescindir
de su propia posición histórica y transportarse a cualquier época
pasada. Los problem as que plantean la historicidad de la com ­
prensión, la inclusión de la propia posición histórica en el p ro ­
ceso de la comprensión, el papel de la distancia histórica y la his­
toria de las influencias y repercusiones, han venido a ocupar en
la reciente hermenéutica filosófica posterior a Dilthey, y últim a­
mente de m odo especial en Gadam er, el centro de la reflexión.
Q uien intente fijar los contornos de la actual hermenéutica lite­
raria tendrá que revisar tam bién, desde este punto de vista, la
tradicional hermenéutica filológica.
IN TRODUCCIÓN A LA H E R M E N ÉU T IC A L IT E R A R IA - 1 47

Si se considera que en la época de la form ación de la co n ­


ciencia h istó rica la h erm en éu tica se con virtió —y no sin una
cierta relación causal— de ciencia reguladora del análisis de lo
que acontece en el acto de la com pren sión en ciencia, p o r así
d ecirlo , fen o m en o ló gica, se e n co n trará com p ren sib le el
carácter a h is tó riR de los p rin cip io s traBücionaleRle la in te r­
p retación , tanto más cuanto que en sus rasgos esenciales se
rem on tan a la antigüedad tardía. S in em bargo, para la c o n ­
ciencia actuaW e la h istoricidad del conocim iento, el carácter
ah istórico de la antigua h erm en éu tica es u n hecho d ign o de
atención porque la herm enéutica se halla, en sus dos p ro p ó si­
tos dom inantes desde el p rin cip io , íntim am ente ligada al p r o ­
blem a de la historicidad.
U n o de estos p ro p ó sito s es el de establecer lo que en u n
pasaje dicen las palabras, el de d eterm inar el sensus ¡itteralis. E l
otro es el de saber lo que el pasaje quiere d ecir, el sentido al
que las palabras se refieren sólo com o signos: es la interpreta­
ción del sensusspiritualis, la interpretación alegórica. A m bos p ro ­
pósitos están presentes en los com ienzos tanto de la h e rm e ­
néutica filo ló g ica com o de la h erm en éu tica teo lógica. Pero
¿cuál es su relación con el problem a de la h isto JÉ ^ fe d ?
La determ inación del sentido de las palabras fue una tarea
que en G recia la lectura de H om ero hizo muy pronto in elu d i­
ble. Para los atenienses de la época clásica y para los alejan d ri­
nos, el lengu aje de H o m ero había dejado de ser in m ed iata­
m ente com pren sible. F rie d ric h Blass com para la distancia
lingüística que les separaba de H o m ero con la distancia exis­
tente entre nosotros y la Canción de los Nibelungos7. E n el origen de
la intención de determ inar el sensus litteralis está, pues, el fe n ó ­
m eno de los cam bios en la lengua, del envejecim iento de las

7 Fr. Blass, Hermeneutik und Kritik. En Handbuch der kíassischert Altertums-Wissenschafi in systema-
tischerDarstelhmg..., ed. de I. v. MüUer, vol. I, Munich, 1892, p. 149*
48 PET ER SZO NDI

e x p re sio n e s establecidas en la le n g u a . E l sensus litteralis es el sensus


grammaticus. E l h e rJB e n e u ta es u n in té rp r e te , u n m e d ia d o r q u e,
e n v irtu d de sus c o n o c im ie n to s lin g ü ístico s, hace co m p ro íisib le
lo qu e n o se c o m p ren d e , lo q u e ha dejado de ser co m p re n sib le . Y l o
h ace su stitu y e n d o la p a la b ra q u e ya n o se c o m p r e n d e p o r o tra
p e r te n e c ie n t e al le n g u a je d e sus le c to r e s . L a p rá c tic a h e r m e ­
n é u tic a co n sistía así en la s u p e ra c ió n de la d ista n c ia h is tó ric a a
la q u e la o b ra de H o m e r o se h a lla b a . E l o b je to d e esta o c u p a ­
c ió n n o era la p e c u lia rid a d h is tó r ic a de su o b ra y su le n g u a , y
m e n o s a ú n la r e f le x ió n s o b re el c a m b io lin g ü ís t ic o , s o b r e la
d is ta n c ia h is tó r ic a . A l s u s tit u ir la s p a la b r a s in c o m p r e n s ib le s
p o r otras de u so c o r r ie n t e , la d ista n c ia h is tó ric a era m ás b ie n
e sc a m o te a d a . L a d e t e r m in a c ió n d e l sensus litteralis c o m o sensus
grammaticus im p lic a b a algo m ás q u e el p r o p ó s it o de h a c e r c o m ­
p re n sib le lo in c o m p re n s ib le : im p lic a b a la in t e n c ió n de re sc a ­
ta r el te x to de H o m e r o , q u e p a r a lo s a te n ie n s e s de la é p o c a
clá sica y lo s a le ja n d r in o s e ra u n te x to c a n ó n ic o , d e su le ja n ía
h is tó ric a y tra sla d a rlo al p re s e n te , la in t e n c ió n d e h a c e rlo n o
s ó lo c o m p r e n s ib le , s in o ta m b ié n e n c ie r t o m o d o a c tu a l, de
p r e s e n t a r lo c o m o u n te x to q u e n o h a b ía p e r d id o v ig e n c ia ,
c o m o u n texo c a n ó n ic o .
L a fu n c ió n a c tu alizad o ra, ca n c ela d o ra de la d istan cia h is tó ­
ric a e n tre le c to r y a u to r, es a ú n m ás c lara e n la in t e r p r e t a c ió n
a le g ó ric a q u e e n la g ram a tica l, y tan to e n la h e rm e n é u tic a te o ­
ló g ic a ju d a ic a y c ris t ia n a c o m o e n la in t e r p r e t a c ió n de
H o m e r o h ech a e n la a n tig ü e d a d . « L a exégesis a le g ó ric a , o a le -
go resis, h a d ese m p e ñ a d o e n tod as las re lig io n e s c o n d o c u m e n ­
tos sagrad o s u n im p o rta n te p a p e l p a ra c o n fe r ir a las f o r m u la ­
c io n e s fija s u n c o n t e n id o n u e v o y a c tu a l y c o n s e r v a r a sí
ta m b ié n la a u t o r id a d d e u n e s c r ito c a n ó n i c o » 8. S o b r e la

8 Die Religión ín Geschichte und Gegenwart, op. cít., vol. I, p. 238 (artículo Allegorie).
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 1
49

in te r p r e ta c ió n aleg ó rica de H o m e ro escribe W o lf-H a rtm u t


F ried rich :

«Para los griegos, las epopeyas hom éricas eran textos canóni­
cos, un bien cultural inalienable, aunque hubiese dejado de
existir el m undo en el cual y para el cual habían nacid o. La
alego resis se desarrolló, en nuestro círculo cultural, a p artir
de la discusión sobre H B n e ro , y nació sobre todo de la insa­
tisfacción que producían las afirm aciones hom éricas sobre los
dioses. E l p o e ta -filó so fo presocrático Je n ó fa n e s protestó
contra las calum nias que H o m ero y H esíodo habían dicho
sobre los dioses, y Platón quiso expulsar a los poetas de su
república p o r considerarlos maestros del erro r. La respuesta
fue la in terpretación alegórica, ya practicada en la época de
los sofistas, y luego p o r los cínicos, antes de ser elaborada por
los estoicos. A l presentar a los dioses com o personificaciones
de potencias cósm icas o m orales, se alejaba de ellos todo lo
escandaloso: la ofensa de D iom ed es a A fro d ita sign ificó en
adelante la victoria de la inteligencia griega sobre la irracion a­
lidad bárbara, y el adulterio de A frodita con Ares una recon­
ciliación de dos fuerzas vitales opuestas. [ ...] E n el siglo I I
a .C ., el filó lo go Orates de Pérgam o, form ad o en el esto i­
cism o, creía que todos los con o cim ien to s científicos de su
época se encontraban ya en H o m e r o » 9.

A los ejem plos ofrecidos p o r F rie d ric h de personificaciones de


los dioses y los h é ro e s se a ñ a d ie r o n o tro s m á s: A g a m e n ó n
com o el éter, A quiles com o el sol, H elen a com o la tierra, Paris
com o el aire y H é c to r c o m o la lu n a , o D é m e te r com o el
hígado, D io n iso com o el bazo, A p o lo com o la bilis. In clu so la
identificación, h istó ricam en te tan im p o rta n te , del dios G ro n o s
con el tie m p o (chrónos) e n tra en este c o n te x to 10. La alegoresis

9 W .-H . Friedrich, Allegoñsche Interpretation, en FischerLexikon. Literatur II, I a Parte, ed. de


W .-H . FriedrichyW . K illy, Frankfurt a.M ., 1965» P- J 9 -
10 CJr. Fr. Blass, HermeneutikundKritik, op. cit, p. 15 1.
5 o P E T E R SZO N D I

de Efacnero en la Sto a, que a firm ab a que las ideas de su épc»a


se e n co n trab an anticipadas, p re fig u ra d as, e n JP o m e r o b a jo u n
m an to aleg órico, constituyó tam b ién el m o d elo m etó d ico p ara
la exégesis alegórica del A n tig u o T estam en to, y más tarde ta m ­
b ié n d el N uevo Testam ento. E l Cantar de los cantares, p o r e je m p lo ,
que según el sensus litteralis n o p o d ía c o n stitu ir U n texto religioso ,
fu e in te rp re ta d o a le g ó ric a m e n te e n el siglo I I d .C . p o r el
ra b in o B e n A t ib a com o canto al a m o r en tre Israel y Je h o v á . Y
a ú n m ás clara es la re la c ió n entre la alegoresis ju d ía y la griega
en F iló n de A le ja n d ría , q u ie n v a lié n d o se de la in te rp re ta c ió n
alegórica trató de arm on izar el A n tig u o T estam ento co n la m ís­
tica filo só fic a de su tiem po igual que el antes m en cio n a d o G r a ­
tes de P é rg a m o q u iso elevar a H o m e r o p o c o m e n o s qu e a la
a ltu ra de la cien cia n a tu ra l del siglo II p re c ris tia n o . L a in t e r ­
p retació n alegórica del A n tig u o Testam ento cu m plió lu ego con
el cristian ism o u na nueva fu n c ió n : la de re la c io n a r el A n tig u o
c o n el N u e v o T e sta m e n to . U n te m p ra n o te s tim o n io de esta
a le g o re sis es el c a p ítu lo 4 de Ia E p ís to la a los G á la ta s. S a n
P ab lo, a q u ie n se rem on ta la in te rp re ta c ió n d el A n tig u o T esta­
m en to com o p re fig u ra c ió n d el N u evo —la llam ad a in te rp r e ta ­
c ió n tip o ló g ic a —, e sc rib e lo sig u ie n te a lo s gálatas, a q u ie n e s
q u iere co n v ertir:

«D ecidm e: si queréis someteros a la ley, ¿p o r qué no escu­


cháis lo que dice la ley? Porque en la Escritura se cuenta que
Abrahán tuvo dos hijos: uno de la esclava y otro de la m ujer
libre, pero el de la esclava nació de modo natural, m ientras
que el de la libre fue por una promesa de Dios. Esto significa
algo más: las m ujeres representan dos alianzas; una, la del
monte Sinaí, engendra hijos para la esclavitud; ésa es Agar, y
corresponde a la Jerusalén de hoy, esclava ella y sus hijos. E n
cambio la Jerusalén de arriba es libre y ésa es nuestra madre,
pues dice la Escritura: alégrate, la estéril que no das a luz,
rom pe a gritar, tú que no conocías los dolores, porq u e la
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 1 5 1

abandonada tiene m uchos hijos, más que la que vive con el


m arido. Pues vosotros, hermanos, sois hijos p or la promesa,
como Isaac. A hora bien, si entonces el que nació de m odo
natural perseguía al que nació por el espíritu, lo mismo ocu­
rre ahora. Pero ¿qué añade la E scritu ra ?: Echa fuera a la
esclava y a su hijo, porque el hijo de la esclava no compartirá
la herencia con el hijo de la libre. Por tanto, herm anos, no
somos hijos de esclava, sino de la m ujer lib r e » 1'.

E l ejem p lo es esp ecialm en te sign ificativo , pues to m a dos fig u ­


ras del A n tig u o T estam en to co m o p e rso n ific a c io n e s d el A n t i­
g u o y d el N u e vo T e sta m e n to , e in tro d u c e la r e la c ió n e n tre
am bos, que la exégesis a leg ó rica trata de m o strar, com o in t e r ­
p re ta c ió n a le g ó ric a e n el A n tig u o T e sta m e n to . E ste e je m p lo
está, p o r lo dem ás, em p a re n ta d o c o n ld jn te r p r e ta c ió n qu e ve
en la d isp o sició n de A b ra h á n a sacrificar a Isaac u n a p re fig u ra ­
c ió n del sa crificio de C risto p o r D io s.
A q u í hay u n aspecto qu e n o debe q u ed a r in a d v e rtid o , y es
que la in te rp r e ta c ió n tip o ló g ic a , a d ife r e n c ia de la a leg o re sis
de H o m e ro en la S to a, n o su p rim e tanto la d istan cia h istó ric a
com o la su p era en el co n c e p to de p r e - fig u r a c ió n , e n la d if e ­
ren cia entre p ro m esa y cu m p lim ie n to —en el doiole sen tid o de
la palabra aufheben (su p e ra r), p o rq u e el escalonam ienÉo te m p o ­
ra l es m a n te n id o c o m o d ife r e n c ia e n tre p ro m e sa y c u m p li­
m ie n to , p e r o a la vez n iv e la d o e n la a rm o n ía p re e sta b le c id a
que se in tro d u ce en tre el A n tig u o y el N u evo T estam en to—.
E sto s p o c o s e je m p lo s b a sta n p a ra p o n e r de m a n ifie s to la
d ob le in te n c ió n existente en el o rig e n de la h erm e n é u tica y en
la m o tiv a c ió n de la m ism a , a sa b er: la su p e ra c ió n y la s u p r e ­
sió n de la d istancia h istó rica en tre texto y le cto r. L a h isto ria de
la h erm en éu tica n o se p u ed e en te n d er sólo com o aqu ella m a r- I

II Cálalas 4 , 2 1 - 3 1 .
52 PET ER SZO NDI

ch a r e g u la r d e la q u e h a b la b a D ilt h e y ; e n la m is m a m e d id a ,
p o r lo m e n o s , es ta m b ié n u n a d isp u ta e n tre esas d os in t e n c io ­
n e s. P u e s, a p e sa r d e c o m p a r tir la te n d e n c ia la te n te a salvar la
d ista n c ia h istó ric a , las dos fo rm a s de in te rp r e ta c ió n , la g r a m a ­
tic al y la a le g ó ric a , s o n fo rm a s o p u e sta s. U n a y o tra in t e n ta n
re s o lv e r el p r o b le m a d e l e n v e je c im ie n to d e lo s texto s, q u e se
v u e lv e n in c o m p r e n s ib le s y o b s o le t o s , c o n p r o c e d im ie n t o s
c o n t r a r io s . L a in t e r p r e t a c ió n g ra m a tic a l se c e n tra e n el a n t i­
g u o s ig n ific a d o , qu e q u ie re c o n se rva r p o r el p ro c e d im ie n to de
s u s tit u ir la e x p r e s ió n q u e el tie m p o h is t ó r ic o h a v u e lto
e x trañ a, o , p a ra e m p le a r u n té rm in o de la lin g ü ístic a : el sign o ,
p o r o t r o n u e v o , o b ie n p o r e l d e u t iliz a r lo e n u n a g lo sa q u e
a c o m p a ñ a y e x p lica el sig n o a n tig u o . L a in t e r p r e t a c ió n a le g ó ­
ric a , e n c a m b io , se e n c ie n d e e n e l s ig n o e x tra ñ o , al q u e a t r i­
b u ye u n n u e vo s ig n ific a d o q u e n o p ro c e d e d e l u n iv e rso m e n ­
ta l d e l te x to , s in o de su in t é r p r e t e . E s ta in t e r p r e t a c ió n n o
n e c e sita c u e stio n a r el sensus litteralis, p u es se basa e n la p o s ib ili­
d ad d e u n s e n tid o m ú ltip le d e l te x to . L a in t e r p r e t a c ió n g r a ­
m atica l, e n c a m b io , q u e p re c e d e h is tó ric a m e n te a la a le g ó ric a
y q u e , p o r ta n to , n o h ay q u e e n t e n d e r p r im a r ia m e n t e c o m o
u n a in te rp r e ta c ió n an tité tica o crític a de ésta, n o d eja b a , c o n ­
s e c u e n te c o n su in t e n c ió n , q u e e l s ig n ific a d o a n tig u o fu e se
a rra stra d o p o r el to rb e llin o del cam b io h is tó ric o , p u es d eseaba
c o n s e r v a r lo e n su id e n tid a d . L a p r im e r a d is p u ta im p o r t a n te
e n tre las d os o rie n ta c io n e s se p r o d u jo e n el se n o d e la h e r m e ­
n é u tic a p a trís tic a e n tre las escu elas te o ló g ic a s de A le ja n d r ía y
A n t io q u ía . E l d o c u m e n to te ó ric o m ás im p o rta n te de la in t e r ­
p re ta c ió n a le g ó ric a d e A le ja n d r ía es el lib r o I V d e la o b ra d o g ­
m ática de O ríg e n e s titu la d a PeriarchSn (de la p r im e r a m ita d d el
siglo I I I d . C . ) :

« E l cam ino correcto para adentrarnos en la Escritura y com ­


p re n d e r sus sentido es, a m i p arecer, el que la E scritu ra
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 1 53

m isma nos in d ica. E n los p roverbio s de Salo m ó n ( 2 2 ,2 o )


encontramos la siguiente instrucción en relación a las divinas
escrituras: "Escríbelo tres veces con cuidado y reflexión para
que aprendas a responder con entendim iento y con verdad a
lo que se te p regu n ta” . D e^m ism o m odo debem os nosotros
meditar tres veces el sentido de la Sagrada Escritura. E l simple
puede edificarse sólo con la carne del texto (p or d en om inar
así al significado m eram ente literal), p ero quien ha com en ­
zado a com prender, y aún más el que ha acabado de com pren­
der, el perfecto, sem ejante a aquellos de quienes el apóstol
dice (I C o r. 2 ,6 ): "con los hom bres perfectos exponem os un
saber, pero no el saber in fe rio r de este m u nd o; exponem os
u n saber divino y secreto, u n saber escondido, el que c o n ­
form e al decreto de Dios antes de los siglos había de ser nues­
tra gloria” , el perfecto es edificado p or la ley del espíritu, que
anuncia com o una som bra los bienes venideros. Pues igual
que el hom bre se com pone de cuerpo, alma y espíritu, tam ­
bién la Escritura, dada para la salvación de los hom bres p or la
generosidad divina, se com pone de estos tre s» 12.

La ú ltim a frase resu m e la a p o rta c ió n de O rígenes, que va más


allá de la co n cep ció n trad icio n al de la alegoresis. Si la d o c trin a
del se n tid o trip le , el so m ático (h is tó ric o -g ra m a tic a l), el p s í­
quico (m oral) y el n eum ático (alegórico-m ístico), co rresp o n d e
a la trico to m ía de la an tro p o lo g ía y la o n tcip g ía de O rígenes, la
alegoresis aparece e n éste, co m o ha observado E b elin g , « n o
com o u n a re in te rp re ta c ió n arb itra ria , sino o rien tad a a la esen­
cia de la cosa m ism a de qu e t r a t a » 13. La teología de A n tio q u ía
no se deriva, com o la de O rígenes, del p latonism o alejan d rin o ,
sino que se apoya e n la escuela filológica, ig u alm ente radicada
en A lejan d ría, que to m a com o base la re tó ric a de A ristó teles.
Los de A n tio q u ía cultiv an la exégesis h is tó ric o -g ra m a tic a l y

12 Orígenes, Überdie Grundlehren der Glaubenswissenschaft, trad. de K . Fr. Schnitzer, Stutt-


gart, 18 3 5 , pp. 26 2 y s.
13 G . Ebeling, Hermeneutik, op. cit., p. 247 -
54 PETER SZO ND I

rechazan la alego resis, conservad lo la interpretación tipológica


del A n tigu o Testam ento, esto es, la relación de éste con el
Nuevo. El program a herm enéutico de Teodoro quedó recogido
en su escrito, hoy p erd id o , titulado Contra allegoricos (s. iv/v)
(probablem ente de contenido idéntico al de su Líber de allegoria et
historia contra Origenem, del que sólo se conscwv>un fragm ento).
Una segunda disputa decisiva entre las dos form as de in ter­
pretación puede verse en la lucha de la Reform a contra la d oc­
trina escolástica del sentido p lu ral de la Escritura, que m arcó
toda la herm enéutica m edieval. E n esta disputa tuvo un signi­
ficad o papel el fn n n an ism o del fin de la E d ad de M edia y su
reactualización de la orientación gramatical, que se rem onta a
Aristóteles: el estudio de las lenguas bíblicas, las ediciones y los
com entarios filológicos reforzaban la posición £el sensus littera-
¡is. E n éste confiaba L u tero cuando proclam ó el llam ado princi­
pio de la Escritura1*, que afirm ab a la claridad de la E scritu ra, la
cual se interpreta a sí misma y no requiere de ninguna in stan ­
cia interpretativa externa —com o la Iglesia—,
Q uizá sean estas pocas indicaciones suficientes para m os­
trar en qué m edida la oposición entre interpretación gram ati­
cal e in terpretación alegórica recorre la historia de la h erm e­
néu tica. Y tam bién para evidenciar que la h isto ria de la
herm enéutica no es la de una dialéctica interna entre estos dos
puntos de vista, siendo más b ie n la historia misma la que deja
su marca en el terreno de la herm enéutica com o disputa entre
ambas form as de interpretación y su alternancia. E l com ienzo
de la Edad M oderna, con el cam bio que supuso en la relación
del h om bre con la realid ad , y que se concretó en todos los
terrenos de una m anera en cada caso específica (ejem plo céle­
bre es la introd u cción de la tercera dim ensión en la p intu ra), 14

14 Cfr. K . Holl, Luthers Bedeutungfür den Fortschrití der Auslegungskunst (1920), en K . H .f


GesammelteAufsát& %urKierchengeschichte, vol. I, 6a ed., Tubinga, 1932, pp. 544 " 5^ 2 .
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 1 55

llevó a la herm enéutica teológica a la victoria del p rin cip io de


la interpretación gram atical sobre la alegórica.
C o n todo, los lazos de ambas tendencias con la historia son
incom parablem ente i^ te^iverso s de lo que podría h a q f creer
este ejem plo escolar. N o sólo el p redom inio de una sobre otra
estuvo históricam ente condicionado, tam bién lo estuvo nece-
sariam ente la in terpretación alegórica m ism a, aunque trasla­
dase el texto de otros tiem pos al horizonte histórico de su p ro ­
pia época: ella confiere al texto un índice h istórico que no es
el de su génesis, sin o el de su in te rp reta ció n . P o r eso cabe
también seguir los acontecim ientos históricos dentro de la ale­
go resis. E n cambio la interpretación histórico-gram atical, con
su insistencia en el sentido original, el cual no se puede susti­
tuir, sino transm itir en traducción o com entario, m uestra una
cierta constancia; la historia parece reducirse aquí al paulatino
refin am ien to de los m edios filo ló gico s y al in crem en to de la
p roducción erudita y del saber, dos factores a los que la aaito-
con cepción positivista de la filo lo g ía debe su p ro g re so . N o
obstante, la interpretación gram atical-histórica se encuentra a
su vez som etida al cam bio h istó rico , y de doble m an era. P o r
un lado, la independencia respecto de la p ropia p osició n h is­
tórica, que parece distinguir a la interpretación del sensus littera-
lis frente a la alegoresis, sólo es aplicable a su intención, no a su
práctica. Entre las tareas actuales de la herm enéutica se cuenta
el análisis del m om ento interpretativo, inherente tam bién a la
investigación positivista. Podrá la orien tació n h istó ric o -g ra -
matical no querer dejarse in flu ir p o r su propia p osición en la
fijació n del sensus litteralis, pero la insistencia m ism a en el sensus
litteralis es a su vez u n hech o h istó rico . La p ro p ia p o sició n se
deslizará sin d ificu ltad en la investigación filo ló g ica m ism a,
puesto que, en p rim e r lu gar, ella contribu ye a d ecid ir si u n
pasaje es com prensible o incom prensible, es decir, si necesita
o no de una corrección, y en segundo lugar, en caso de que se
56 P E TE R SZONDI

a d m ita la n e c e sid a d d e e n m ie n d a , de r e c tif ic a c ü n , el p u n to d e


vista p r o p i o e stá im p lic a d o e n las c o n je tu r a s q u e se h á g a n al
re s p e c to . N o se tr a t a só lo d e q u e el d e c id irs e p o r u n a c o n j e ­
tu r a f r e n te a o tr a p o s ib le sea ya u n a in te r p r e ta c ió n ; es q u e la
c u e s tió n re la tiv a a las c o n je tu r a s q u e el filó lo g o p u e d e y n o
p u e d e h a c e r d e p e n d e d el h o r iz o n te h is tó ric o d el m is m o .
P e ro la i n t e r p r e t a c i ó n g r a m a ti c a l- h i s tó r ic a está ta m b ié n
s o m e tid a al c a m b io h is tó ric o de o tr a m a n e ra . La in te n c ió n e n
el s e n tid o h is tó r ic o se m o d if ic a c o n el c a m b io e n la c o n c e p ­
c ió n de la h is to ria . N o se tra ta só lo d e q u e ésta n o p u e d e ser e n
la filo lo g ía , d e sp u é s de la f o r m a c ió n d e la c o n c ie n c ia h is tó ric a
e n la s e g u n d a m ita d d e l siglo X V I I I y su a fia n z a m ie n to p o s iti­
v ista e n el siglo X IX , la misma q u e d o m in ó e n A te n a s y e n A le ­
j a n d r ía , o e n la F lo re n c ia de la é p o c a d e l H u m a n is m o . L o q u e
e n su lib r o Verdadj método G a d a m e r lla m a a p o ría s d e l h i s t o r i -
c is m o '3 h a c u e s tio n a d o la base m is m a d e la in te r p r e ta c ió n g r a ­
m a tic a l-h is tó r ic a . S i la p o s ib ilid a d d e e x p e r im e n ta r lo m ism o
q u e e x p e r i m e n t a r o n o tr a s é p o c a s es d u d o s a , n o es m e n o s
d u d o s o q u e se p u e d a fija r el s e n tid o exacto de lo q u e e n ellas se
e s c rib ía . E sta p e r t u r b a c i ó n d e la f ilo lo g ía tr a d ic io n a l, h i s t ó ­
ric a , q u e se c re e i n d e p e n d i e n t e d e l p r o p i o p u n t o d e vista
—d e s c o n o c id o p a r a sus r e p r e s e n ta n te s y q u e acaso p o r e llo
re fo rz ó a ú n m ás su s e g u rid a d —, d e te r m in a la h e r m e n é u tic a de
n u e s tra é p o c a . E llo se p u e d e p e r c ib ir e sp e c ia lm e n te e n el c o n ­
c e p to de Wirhungsgeschichte o h is to r ia d e l e fe c to , q u e —e n B e n ja ­
m ín , p e r o ta m b i é n e n G a d a m e r y e n la c ie n c ia a c tu a l d e la
l i t e r a t u r a , p o r e je m p lo e n H a n s R o b e r t J a u f t, d e f o r m a e n
cada caso m u y d i f e r e n t e 156— h a q u e d a d o in te g ra d o e n la í n t e r -

15 C fr . H .- G . G ad am er, Wahrheit und Methode. Grurubjige einerphilosophischen Hermeneutik, 2 a


ed. am pliada co n un suplem ento, T u bin ga, 19 6 5 , p p. 2 0 5 y ss. [en adelante Wohr-
heit und Methode; Verdadj Método, Salam anca, Síguem e, 1977 » trad. de A . A gud y R . de
A g ap ito ].
16 C fr. W. Benjam ín, DieAujgabedes Uberset&rs, en W .B ., Tableauxparisiens, trad. alemana con un
prólogo sobre la tarea del traductor, Heidelberg, 19 2 3 , actualmente en Gesammelte Schrif-
IN T R O D U C C I Ó N A L A H E R M E N É U T I C A L I T E R A R I A - 1 5 7

p r e t a c i ó n . U n d o c u m e n t o , n o c é le b r e , p e r o a c tu a l, es t a m ­
b ié n el d ic ta m e n de u n c o leg a d e la filo lo g ía a n tig u a s o b re u n
o p ú s c u lo m u y i n f l u i d o p o r la teoría crítica d e s a r r o lla d a e n lo s
a ñ o s t r e in ta , e s p e c ia lm e n te p o r M ax H o r k h e i m e r 17.
E l m é to d o e n q u e se basa u n a in tr o d u c c ió n a la h e r m e n é u ­
tica lite r a r ia c o m o la q u e a q u í se ir lte n ta c o n s tr u ir es re su lta d o
d e la re sp u e sta a la p r e g u n ta d e si existe h o y u n a h e r n ^ n é u t i c a
lite r a r ia . Las re fle x io n e s y lo s e x c u rso s h is tó ric o s p r e c e d e n te s
h a n p u e s to d e m a n if ie s to la a u s e n c ia e n la a c tu a lid a d d e u n a
h e r m e n é u tic a lite r a r ia e n el s e n tid o d e u n a d o c tr in a m a te ria l
(es d e c ir, q u e in clu y a la p rá c tic a ) d e la in te r p r e ta c ió n d e tex to s
lite r a r io s y la ra z ó n d e esa a u s e n c ia . A l m is m o tie m p o h e m o s
c o n s id e ra d o la ^ n ú l t i p l e s im p lic a c io n e s h istó ricas-d e la h e r m e ­
n é u tic a . D e lo cu al se s ig u e n in m e d ia ta m e n te d o s c o n s e c u e n ­
cias: n o se tra ta d e s u p lir a c rític a m e n te la a u se n c ia d e u n a h e r ­
m e n é u tic a l i t e r a r i a e n n u e s tr a é p o c a c o n la h e r m e n é u tic a
filo ló g ic a q u e lo s sig lo s p r e c e d e n te s n o s h a n tr a n s m itid o ; e n
p r im e r lu g a r, p o r q u e ésta tie n e , c o n tra su in te n c ió n , p re m isa s
h istó ric a s, y e n se g u n d o lu g a r, p o r q u e n o e n te n d e m o s p o r h e r ­
m e n é u tic a l i t e r a r i a u n a te o r ía n o filo ló g ic a d e l ^ n t e r p r e t a -

ten IV, I, p p . 9 - 2 1 [ « L a tarea del trad u cto r», AngelusNovus, Barcelona, Edhasa, 19 7 0 .
trad. de H . A . M urena]; Urtyrungdesdeutschen Trauerspiels, ed. revisada al cuidado de R . T ie -
demann, Frankfurt a.M ., 19 6 3 , pp. 7- 44 (Erkenntniskritische Vorrede), actualmente en Gesam-
melte Schriften 1, 1 , op. cit, 1974. pp- 2 0 7 -2 3 7 [ * E 1 origen de ’T rauerspiel’ alem án », en
Obras 1 - 1 , M adrid, Abada, 2 0 0 6 , trad. de A lfredo Brotons]. Literaturgeschichte und Literatur
wissenschaft, en W. B . AngelusNovus. Auqrewáhlte Schriften 2. , Franldurt a.M ., 19 6 6 , pp. 4 5 0 -
456- Actualm ente en Gesammelte Schriften III, op. cit., 19 7 2 , pp. 2 8 3 -2 9 O ; EduardFuchs, der
Sommier undder Historiker, en W. B ., AngelusNovus, op. cit., pp. 3 0 2 -3 4 3 [«H isto ria y colec­
cionismo: Eduard Fuchs», Discursos interrumpidos I, Madrid, Taurus, 1973. trad. d e j. A gui-
rre]; GeschichiphilosophischeThesen, en W . B ., Schriften, Frankfurt a.M ., 1955 <vol. I, pp. 4 9 4 “
5 0 6 [«Tesis de filosofía de la historia», Discursos interrumpidosI, cit.]. Tam bién en W. B .,
Uluminationen. Au^ewáhlte Schriften, Frankfurt a.M ., 19 b 1 . pp- 2 6 8 - 2 7 9 -H - - G . Gadam er,
WhhrheitundMethode, pp. 2 8 4 - 2 9 0 . H . R. Jauft, UteraturgeschichtealsProvokotionderLiteratunuis-
senschaft, e n H . R . J . , LiteraturgeschichteaisProvokation, Frankfurt a.M ., 1970 (Suhrkamp 418).
pp. 1 4 4 - 2 0 7 [Laliteraturaa)moprovocación, Barcelona, Península, 19 76, trad. d e j. G odo].
17 G fr . al respecto P. Szondi, Ubereine «Freie (d.h.freie) UniversitSt». Stellungnahmen eines Phi-
lologen, Fran kfu rt a .M ., 1973 (Suhrkam p 6 2 0 ) , p p. 6 8 - 8 7 . donde se expresa deta­
lladam ente la p osició n de Szon di en este con flicto .
58 P ET E R SZO ND I

ción, sino una teoría que reconcilie la filología con la estética.


Ella habrá, p o r tanto, de sustentarse en nuestra actual concep­
ció n del arte, y será una teoría a su vez históricam ente con d i­
cionada, y no una teoría in tem p oral y uh#%,rsalmente válida.
P o r eso, el p ro ced er sistem ático es en esta in tro d u cción tan
poco apropiado com o la descripción histórica. Esta introduc­
ció n no puede lim itarse a reseñar la evolución histórica de la
herm enéutica, ni tampoco prescindir de ella y proyectar exnihilo
una herm enéutica m oderna; sólo el exam en crítico de teorías
anteriores de la herm enéutica nos puede hacer conscientes de
la h isto ricid ad no sólo de éstas, sino tam bién de la m oderna
herm enéutica que intentamos concebir. E l procedim iento más
indicado es, pues, el que com bina los métodos histórico y siste­
m ático: el examen crítico de la historia de la herm enéutica con
vistas a la constitución de un futuro sistema que algún día apa­
recerá a su vez com o un sistema histórico. A qu í se hace necesa­
rio , no sólo p o r m otivos prácticos, tales com o la época y la
com petencia, sino p o r la lógica m isma del tema, lim itarse a la
h erm en éutica de épocas que aún ejercen alguna in flu en cia
sobre la nuestra: la Ilu stración , el siglo X V I I I y los com ienzos
del X I X ; p o r eso se prescindirá en lo que sigue de las doctrinas
antigua y medieval de la interpretación, y también de la h erm e­
néutica del ffu m anism o y de la época de la Reform a, cuya obra
princip al es la Clavisscripturae sacrae, de Flacius (156 7).
2

En 1742 apareció en Leipzig un libro de seiscientas páginas arti­


culado en 753 parágrafos: Jo h a n n M artin Chladenii Einleitungzur
richtigenAusIegungvemünfftiger Reden undSchrifften (Introducción a la interpreta­
ción correcta de discursosj escritos racionales). Chladenius vivió de 17 10 a
1759; Wlfcenberg, Rejpzig, Goburg y Erlangen fueron los lugares
donde desarrolló su actividad. Además de obras filosóficas y teo­
lógicas publicó, diez años después de la Introducción a la interpretación
correcta..., una Allgemeine Geschichtswissenschaft (Ciencia general de la historia).
A l citar aquí a Chladenius, al empezar con él a exponer la herm e­
néutica literaria (más exactamente: la hermenéutica no teológica
y no jurídica) de los siglos X V III y X IX , hemos de añadir que él y su
obra hermenéutica estuvieron durante mucho tiempo olvidados y
hoy son casi desconocidos. E n ninguna gran enciclopedia aparece
su nom bre, e incluso Jo a ch im Wach, que —si no me equivoco—
fue el prim ero que volvió a tener en cuenta su herm enéutica,
cuando en el prim er tomo (1926) de su Historia de la teoría hermenéu­
tica en el siglo X IX : la comprensión, en tres tomos, habla de Chladenius,
sólo considera su Ciencia de la historia'**. Hasta 1933 no apareció, en 18

18 J . Wach, Das Verstehen. Gmndzüge einer Geschichtederhermeneutischen Theorie imig. Jahrhundert. 1-III.
6o P ET E R SZO ND I

el tercer tom o, m encionada y brevemente expuesta la Introducción


a la interpretación correcta... Antes de Wach hay referencias a Chlade-
nius en algunos trabajos de h isto rio g ra fía ; así en B ern h eim ,
quien en su Lehrbuch der historischen Methode und der Geschichtsphilosophie
(Tratado del método históricoy defilosofía de la historia) dice de C h lade-
nius que fue el p rim ero que « in ten tó d e fin ir de m anera más
precisa la relación del m étodo h istórico con la teo ría general
del conocim iento y con la ló g ic a » 19, cosa que después de él
nadie volvió a intentar durante m ucho tiempo-, tam bién en el
germanista U nger en un «bosquejo de los principios de la h is­
to ria» titulado ¿jir Entwichlung des Problems der historischen Objektivitát bis
Hegel20 (Sobre la evolución del problema de la objetividad histórica hasta Hegel)
y publicado en 1 9 2 3 . Wach conocía —a diferencia de sus prede­
cesores— no sólo la Ciencia general de la historia, sino tam bién la
Introducción a ¡a interpretación correcta de discursosy escritos racionales, y
observó que la Ciencia general de la historia es propiam ente una ree­
laboración del capítulo octavo de la Introducción a la interpretación
correcta..., titulado VonAuslegungHistorischenNachrichten undBücher21 (De
la interpretación de relatosj libros históricos). A unque Wach conocía el
m arco general herm enéutico en el que las ideas de Ghladenius
sobre la relatividad del conocim iento histórico tienen su sitio,
la sección dedicada a G hladenius del tercer tom o de su ob ra 22
está totalmente prisionera de esta problem ática relativista y de la
respuesta de Chladenius en su teoría del Sehe-Punckt (punto de
vista). A l señalar esta unilateralidad en la exposición de la teo-

Reimpresión reprográfica de la primera edición (Tubinga, 1926 y ss.), Hildesheim,


1966, vol I, p. 27, n. 2-
19 E. Bernheim, Lehrbuch der historischen Methode und der Geschichtsphilosophie. Mit Nachweis der
wichtigsten Queller und HiljsmitteízumStudium der Geschichte, 1889, 5a y 6a ediciones, revisa­
das y aumentadas, Leipzig, 1908, p. 183.
20 R. Unger, GesammelteStudien, vol. I: Aufsátze%urPrirugpienlehrederLiteraturgeschichte. Reim­
presión reprográfica de la I a edición (Berlín, 1929), Darmstadt, 1 9 6 6 (Wiss.
Buchgesellschaft), pp. 9 8 - I O O .
21 J . Wach, Das Verstehen, op. cit., vol. III, p. 26, n. 2.
22 Ibid., pp. 2 3-32 .
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 2 6l

ría herm enéutica de C h laden ius en ^fech —la única que


conozco—, no lo hago con in te n c ió n crítica. Wach habla de
C h ladenius en el contexto de la h isto rio grafía desde Ranke
hasta el positivism o; se com pren de que, en el excurso sobre
C hladenius, tuviera que considerar a éste com o un precu rsor
de aquellos teóricos de la h isto rio grafía a quienes interesaba
sobre todo el problem a de la objetividad del c o n ® im ie n to h is­
tórico y que, desde D ro ysen hasta D il t ^ y , con trib u yeron de
form a decisiva a orien tar la evolución p osterior de la h erm e ­
néutica23. Aunque en lo que sigue no podemos pasar p or alto la
teoría del Sehe-Punckt, ésta no aparecerá como lo único notable
de la obra de Chladenius. Sin duda no es posible discutir aquí
en todos sus detalles su extenso trabajo; pero com o es im p o r­
tante no sólo prestar atención a problem as herm enéuticos p ar­
ticulares, sino también form arse una idea de las intenciones y de
la naturaleza de los sistemas hermenéuticos en general, se consi­
derará prim eram ente la obra de Chladenius en su conjunto.
Su objeto es, como reza el título, la «interpretación correcta
de discursos y escritos ra c io n a les» . L o s dos adjetivos, que no
disim ulan el espíritu del siglo x v m —piénsese en la concisión
del título antes corriente: Ars interpretandi—, tienen una fu n ció n
precisa, que necesita a su vez de una interpretación. La palabra
racional indica el tipo de discursos y escritos cuya interpretación
ha de enseñarse; la palabra correcta expresa no tanto la pretensión
como la intención de la interpretación que se enseña. A unque,
al no lim itar el objeto de la in terpretación a un detawminado
tipo de textos, GM adenius va más allá de las hermenéuticas tra­
dicionales, dedicadas o a la Sagrada Escritura o al Corpus iuris o a
los escritos de autores antiguos, superando así la especializaciGki
tradicional en ben eficio de la teoría general de la interpreta-

23 Szondi tuvo la intención de explicar esta relación de la objetividad con la herme­


néutica en la segunda parte, no desarrollada, del curso.
62 P E T E R SZO N D I

ción, inexistente antes del siglo x v m , ésta tiene en C hladenius


sus lím ites, los cuales la d istinguen claram ente de los enfoques
p osteriores —desde Sch leierm ach er hasta G ad am er y B etti—. Si
éstos se p rop on en elaborar una teoría de la com prensión para la
que, desde Schleierm acher, las diferencias de los escritos que se
trata de co m p ren d e r se vuelven p rogresivam ente irrelevantes,
para Chladenius lo im portante no es saber cóm o se com prende,
cóm o interpretar algo « co rrecta m e n te » , y esta cuestión sólo se
plantea cuando la co m p ren sió n correcta no está garantizada,
cuando el pasaje es oscuro. Y a antes de exam inar más detenida­
m ente el trasfon do de los térm in o s « c o r re c to » y « r a c io n a l» ,
se puede reconocer la im portancia de C hladenius en la historia
de la herm enéutica; con él, la herm enéutica abandona el largo
p erío d o en que sólo existía com o una especialidad centrada en
u n d om in io determ inado, p ero no lleva a cabo la u n ificació n a
costa de los problem as concretos que se plantean a la in te rp re ­
tación n i a costa de la diversidad real de las obras interpretadas,
que sólo u n a teo ría filo só fica y p sico lógica de la co m p ren sió n
puede apreciar. C o n esto queda ya indicado p o r qué la obra de
C hladenius es de particular interés para nosotros: ella es lo bas­
tante general para abarcar todos los problem as que una h erm e ­
néutica literaria actual, p o r distinta que sea su m anera de tratar­
los, debe considerar com o constitutivos —pero al m ism o tiem po
es lo suficiente em pírica, es decir, especializada para que en ella
los p rob lem as p articu lares n o q u ed en siem p re ya, com o hoy
suele decirse, fuera de consideración en beneficio del acto de la
com prensión—,
Pero ¿c ó m o hay que e n te n d er lo que el títu lo a n u n c ia : la
interpretación de discursos y escritos racionales? E n el Prólogo se
puede leer:

« . . . las d o c tr in a s exp u estas [en e l lib r o ] p r e s e n ta n u n arte


g e n e ra l de la in te rp re ta c ió n , es d e c ir, u n a cie n cia apta p ara
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 2 63

todo tipo de libros y suficiente para cada tipo de libro. Sin


embargo, en lo de suficiente hay que hacer una excepción
con la Sagrada Escritura. Considero la interpretación de este
libro sagrado y divino como un chef d’oeuvre, una coronación
de la interpretación, en la cual no sólo hay que aplicar ven­
tajosamente todas las artes del arte filosófico y general de la
interpretación, sino también hacer uso de reglas especiales.
La Sagrada Escritura encierra misterios, por lo que un intér­
prete de la misma tiene que interpretar pasajes misteriosos.
Pero todo el m undo convendrá conmigo en que no es lo
mismo explicar pasajes en cuyo sentido hay algo que el inge­
nio y la razón humanos han descubierto que elucidar pasajes
en los que hay algo que supera la razón. Todo el mundo ten­
drá por lo menos que conceder que las reglas para interpre­
tar libros humanos se rodearían de una multitud de notas y
explicaciones si hubiese que aplicarlas a un libro que es de
origen divino y encierra una sabiduría divina. Estas notas,
restricciones y explicaciones pertenecen a la teología exegé-
tica, a cuyo cultivo se han dedicado con el mayor esmero dis­
tintos eruditos de nuestra Iglesia. Por eso debe considerarse
el arte filosófico de la interpretación sólo como una prepa­
ración, y muy útil, para la interpretación de la Sagrada
Escritura; pero no contiene todo lo que en este caso es nece­
sario saber y observar» (b4“ 5).

La palabra « ra c io n a l» n o solam ente indica que lo que aquí se


q u ie re e n señ a r n o es u n a h e rm e n é u tica esp ecial (ju ríd ic a o
h istó ric a , p o r e je m p lo ), sin o u n a h erm e n é u tica g e n e ra l —o,
com o tam bién dice C h laden iu s: una h erm enéutica filosófica—;
al m ism o tiem po señala tam bién los lím ites de esta d iscip lin a.
La Sagrada E scritu ra n o se cuenta, com o prod u cto que es de la
revelación , en tre los lib ro s racio n ales. C h la d e n iu s m an tien e
así la d istin ció n trad icio n al entre hermenéutica sacra y hermenéutica
profana. Pero la diferencia no es absoluta. Desde los tiem pos del
H um anism o y de la R e fo rm a, los p rin c ip io s de la h e rm e n é u -
64 P ET E R 5Z0N D I

tica filoló gica de los textos antiguos, es d ecir, de la h e rm e n é u ­


tica p ro fa n a , habían sido cada vez más relevantes p ara la in te r­
p retación de los textos bíb licos: C h ladenius conserva esta te n ­
dencia cuando dice que el arte general de la in terp retació n del
que él trata puede valer com o una p re p a ra c ió n p ara la in te r­
pretación de la Sagrada Escritura. Sus reglas no son com pleta­
m ente inadecuadas para la Sagrada E scritu ra, p ero h an de ser
com plem entadas con otras que tengan en cuenta el carácter de
revelación de la Sagrada Escritu ra. L a d istin ción , que C h la d e ­
n iu s acepta, entre hermenéutica sacra y hermenéutica profana gu ard a
estrecha relación con su exigencia de que la tarea y las reglas de
la h erm en éu tica hayan de d ep end er, tam bién d en tro d el arte
general de la in terp retación que él desarrolla, de la naturaleza
y d el g é n e ro de los textos a in te rp re ta r. L a te n sió n en tre el
p o stu la d o de u n a h erm e n é u tica ge n e ra l que deba valer p ara
todos los textos, al m enos p ara todos los textos ra cio n ales, es
d ecir, escritos sólo p o r h om bres, y esta re la ció n al co n ten id o
de los m ism os es evidente. Q u ince años después de aparecer la
ob ra de C h la d e n iu s p u b licó G e o rg F rie d ric h 1l ® i e r su Versuch
einer allgemeinen Auslegungskunst (Ensayo de un arte general de la interpreta­
c i ó n . E n este ensayo se p rod u ce, com o observa D ilth ey en su
artícu lo El surgimiento de la Hermenéutica2
425, la u n ió n de la h e r m e ­
n éutica clásica y la h erm en éu tica b íb lica. E n él se esboza u n a
teo ría gen eral de los signos en la que n ecesariam en te se hace
abstracción de la especificidad del texto a in terp retar. C o n ello
desaparece la a n tin o m ia in te rn a que caracteriza al sistem a de
C h lad en iu s, lo cual plantea, en con sid eració n de u n a h e rm e ­
néu tica lite ra ria actual, la cu estió n de si ello supuso u n p r o ­
greso, de si la relación de la h erm enéutica al con ten id o puede

24 G. Meier, Versuch einer allgemeinen Auslegungskunst, Halle im Magdeburgischen 1757 *


Reproducción fotomecánica, Düsseldorf, 1965 (= Instrumentaphitosophica —Series herme­
néutica 1).
25 W. Dilthey, Die EntstehungderHermeneutik, p. 326. Cfr. infra, capítulos 5 y 6-
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 2 6 5

y debe ser abandonada. Sin duda la relación al contenido tam ­


poco está exenta de problem as, pero presupone que el tipo de
texto, que debe d eterm inar las reglas de su interpretación, no
está determ inado p o r su in te rp re ta c ió n p ü n o establecido de
antem ano. Es indiscutible que éste es el caso cuando distingui­
mos en tre, p o r ejem plo, textos ju ríd ico s y textos históricos,
p ero no cuando distinguim os entre textos históricos y textos
poéticos. Hasta qué p u n to considera ya C hladenius, cons­
ciente o inconscientem ente, esta problem ática en su sistema
—aunque éste distingue pocos géneros—es algo que habrá que
m ostrar, así como la necesidad de repensar la cuestión de la
relación al contenido respecto a las distintas variedades exis­
tentes dentro de la poesía.
El postulado de la relación al contenido lo form ula G hla-
denius en el Prólogo. Todo depende,

«en la interpretación, de la naturaleza de las cosas de que


trata un libro o un pasaje que queremos interpretar. Se sus­
tituirá en cada caso aquello que las meras palabras de un
pasaje no pueden por sí solas transmitir al lector que no va al
libro con otro conocimiento que el de la lengua, y se tendrá
que conseguir que el lector pueda comprender el sentido del
pasaje. Pero un pasaje dogmático supone un conocimiento
distinto que un pasaje histórico, o un pasaje dogmático o
histórico a secas, o un pasaje dogmático o histórico in sp i­
rado, o una ley, o un deseo, o una promesa, por lo cual un
intérprete tendrá que hacer algo distinto en cada clase de
pasaje, según la naturaleza de su contenido. Y así es también
necesario en el arte de la interpretación examinar todos los
tipos de pasajes desde el punto de vista de su contenido y
mostrar lo que en cada uno se supone como conocimiento;
de este modo se revelarán, ellas solas, las causas de la oscuri­
dad que pueden presentar toda clase de pasajes, y con ellas la
manera de elim inarla» (b2).
66 PETER SZONOI

E l p ostulado de la re la c ió n al co n ten id o se derfep aq u í muy


claram ente de u n a concepción precisa de la tarea h erm en éu ­
tica y —previam ente a ella— de una co n cep ció n precisa de la
estructura textual, de lo que u n pasaje es y de lo que lo hace
oscuro. La tensión entre relación al contenido y la pretendida
validez universal, que antes habíamos considerado inherente al
sistema de C h ladenius, debemos localizarla más precisam ente
en el punto donde el concepto que se tiene del pasaje, de su
posible oscuridad y de la interpretación que necesariam ente ha
de dársele, coin cid e con el concepto de una h erm en éu tica
especial —dogm ática, h istó rica, ju ríd ic a —. H ay que su po n er
que el p ro p ó sito de C h lad en iu s de exp o n er lo que sería u n
« a rte general de la in terpretación , es decir, una ciencia apta
para todo tipo de lib ro s » (b 4 ), sólo se puede conciliar con su
recién citada exigencia de p a rtir en la in te rp reta c ió n de la
naturaleza de las cosas de que trata el libro que se quiere in te r­
pretar porque su herm enéutica se basa en una concepción del
texto para la cual lo que varía según el tema no es la naturaleza
del pasaje m ism o, sino sólo su in terp retación ; en otras pala­
bras: la in terpretación tiene que adecuarse no tanto al pasaje
com o al tema de que trata el pasaje —y ello p orque, en la con ­
cep ció n de C h lad en iu s, la estructura del pasaje perm anece
id én tica a p esar de la diversidad de temas y la diversid ad de
interpretaciones a que la p rim era da lugar.
E l p roblem a es, com o se verá, de capital im po rtan cia. Y
encierra la explicación de que Chladenius pueda caracterizar su
obra com o u n arte general de la in terp retación aunque sólo
trate de dos clases de discursos y escritos: i) « los relatos y libros
h istó rico s» y 2) «las verdades generales y los tratados» . N o
sólo falta aquí la herm enéutica teológica, sino tam bién la ju r í- 26

26 Chladenius, £ín/eiíung..., capítulo 8, pp. 18 1-370 ; capítulo 9 >pp- 37 I- 4,96 -


IN TROD UCCIÓN A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 2 67

dica y —lo que aquí es más im portante—la filológica o literaria.


Sobre esto se lee en el Prólogo-.

«Esta vez sólo proporciono los principios de todo el arte de la


interpretación, y me detengo en los libros históricos y dog­
máticos. Pero hay otros tipos de libros y de pasajes dignos de
interpretación. Los más nobles entre ellos son los que contie­
nen leyes, que junto con las órdenes, promesas, contratos y
otras disposiciones se ajustan al concepto general de opinio­
nes de la voluntad. [...] Hay también otra clase de libros que
debe ser examinada de manera más precisa en el arte de la
interpretaci^jj, y que es la de los llamados inspirados, de los
que los más nobles son los poéticos. Pues como en ellos
domina una forma especial de pensamiento, de modo que
parecen encerrar una doctrina especial de la razón, su
interpretación es de un orden completamente distinto del
que es propio de la interpretación de los libros puramente
dogmáticos o meramente históricos. A ún tengo entre
manos un estudio de este importante capítulo del arte de la
interpretación [...]» (bq).

Esta continuación parece que nunca apareció, y la Ciencia gene­


ral de la historia que Chladenius publicó diez años después de la
Introducción... muestra que la p rio rid ad de los escritos históricos
fren te a los p oéticos, que encontram os en la Introducción...,
corresp on d ía a un in terés específico del autor. Esto es tanto
más de lam entar p o r cuanto que la « d o c trin a especial de la
razón » que, como se dice en la sección recién citada, los libros
poéticos parecen encerrar, esto es, la idea de una lógica p o é ­
tica específica, era una idea extraordinariam ente atrevida no
sólo para la prim era mitad del siglo X V III, sino tam bién para la
concepción que hoy tenem os de la poesía, y que resulta tanto
más actual cuanto que tal lógica poética sigue siendo h oy u n
desiderátum o a lo sumo sólo existen tentativas de desarrollarla.
68 PET E R SZO ND I

La obra de Chladenius contiene ya tales tentativas, y ésta es una


de las razones p o r las que m erece la m ayor aten ció n en este
contexto. E l que en ella la poesía no quede totalm ente re le ­
gada, a pesar de su lim itación a los escritos históricos y dogm á­
ticos, tien e su razón en el fen ó m en o del con ten id o « in s p i­
ra d o » , que para Chladenius parece distinguir a la poesía, pero
que tam bién desem peña un papel en los lib ro s h istó rico s y
dogm áticos. E n la d ed u cció n de la necesaria diversid ad de
interpretaciones Chladenius distingue, com o ya se ha m encio­
nado, entre el pasaje seco dogm ático, el seco histórico, el in s­
pirado dogmático y el inspirado histórico, entre otros más. E l
que para nosotros la idea del « p u n to de vista», es decir, de la
p osició n histórica, no ocupe, a d iferen cia de Wach, el centro
del interés, puede ahora form ularse de m anera positiva: com o
los elementos de una herm enéutica literaria, que, según C h la­
d en iu s, su p o n en una lógica poética, están con ten id os en su
tratam ien to de los pasajes in sp irad o s de lib ro s h istó rico s y
dogmáticos, este tratam iento —dicho de otra m anera: la teoría
de la m etáfora, tal com o Chladenius la expone—habrá de o cu ­
par u n im portante puesto en nuestra exposición.
Pero p rim ero hem os de ocu p arn o s de la d e fin ic ió n del
in térprete y de la d eterm in ación , que de dicha d e fin ic ió n se
deriva, de la tarea que corresponde al arte de la interpretación.
Y a en el Prólogo encontram os las siguientes frases, que sirven de
p u n to de p artid a al capítulo, del que acabam os de citar un
p árrafo, donde se postula la relación al contenido:

« T o m e m o s u n c o m en tario : d ejem o s a u n lad o to d o lo que


p ro ced a de la crítica y la filo lo g ía y n o exp liq u em o s sin o los
pasajes que hem os supuesto que p o d rían llegar a en ten d er los
lecto res que aú n n o están su ficien tem en te capacitados para
en ten derlos, p ro p o rcio n án d o les aquellos conceptos y c o n o ci­
m ientos de los que p o d rían carecer. In terp retar no es e n to n -
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA • 2 69

ces otra cosa que aportar aquellos conceptos qi^ son necesa­
rios para la comprensión perfecta de un pasaje» (bl y s.).

Chladenius sabía perfectam ente que esta d efinición del acto de


interpretar se apartaba de la tradicional. H abitualm ente, p r o ­
sigue, se dice que interpretar «equivale a m ostrar el verdadero
sentido de un pasaje» (b2). Este concepto no es falso, pero el
otro , esto es, el que establece la d e fin ic ió n que él bh dado,
presta « u n fu nd am ento más sólid o a u n arte filo só fic o de la
in terp retación , y gracias a él resulta m ucho más claro lo que
un intérprete debe hacer con toda clase de pasajes o scu ro s»
(b 2 ). Sería ocioso preguntarse aquí si C h ladenius tiene o no
razón en este ju ic io . Más bien habría que averiguar cuál es su
idea de la com prensión, es decir, del « sen tid o » de u n pasaje,
y qué concepto de su posible oscuridad le lleva a u n a d e fin i­
ción de la in terp retación según la cual in terp retar es apo rtar
los conceptos necesarios para la com pren sión perfecta de u n
pasaje, de los cuales el lasto r puede carecer. Po r lo demás, no
es casual que, en el lenguaje de Chladenius, tanto lo que n o so ­
tros llam am os el sentido de u n a palabra o de un pasaje com o
lo que llam am os com prensión o intelección reciban el mismo
nom bre, Verstand: como posteriorm ente en el uso hegeliano del
térm ino « co n ce p to » (Begriff), en el térm ino Verstand coinciden
aquí lo subjetivo y lo objetivo. Pero, a diferencia de H egel, hay
en este uso una com o ingenu a inm ediatez que es la razón de
que, a pesar de las reflexio n es particu lares de C h lad en iu s,
asom brosam ente atrevidas para el siglo X V I I I y de in n egable
actualidad en el X X , su h erm en éu tica no sea, tom ada en su
conjunto, adecuada a los conocim ientos actuales. Esto resulta
evidente cuando C h lad en iu s enum era los distintos tipos de
oscuridad que puede haber en u n pasaje para que podam os
saber con qué clase de oscuridad tiene que habérselas la in te r­
pretación. La oscuridad
70 P E T E R SZO N D I

«se debe a veces a que un pasaje está corrom p id o; y esta


oscuridad la elim ina el crítico cuando presenta el texto
corregido y com pletado; o bien a un conocim iento in su fi­
ciente de la lengua en que el libro está escrito; y ésta oscuri­
dad debe elim inarla el gramático y filólogo; o bien a que las
palabras son usadas de form a ambigua; pero esta oscuridad
no puede elim inarse de una m anera fundada. Todas estas
dificultades no son asunto del intérprete, y, por tanto, tam ­
poco del arte de la interpretación. Pero incontables veces
sucede tam bién que encontram os pasajes que no presentan
ninguna de estas oscuridades y que, sin em bargo, no se
entienden. [...] U n examen más preciso nos m uestra que
esta oscuridad procede de que las palabras y las frases no
siempre son capaces ellas solas de trasladar al lector el c o n ­
cepto que el autor les ha asociado, y de que el solo co n o ci­
m iento de una lengua determ inada no nos capacita para
entender todos los libros y pasajes redactados en esa lengua.
Una idea que las palabras deben trasladar al lector implica ya
frecuentem ente otros conceptos sin los cuales no puede ser
com prendida. Por eso, si el lector no posee ya esos concep­
tos, las palabras no pueden surtir su efecto y p roducir en él
los conceptos que en otro lector debidamente formado segu­
ramente p rod u cirían» (antes de b).

U n a h erm en éu tica actual debe ir en u n d oble respecto más allá


d e la c o n c e p c ió n a q u í fo rm u la d a . G u a n d o C h la d e n iu s dice
que la e lim in a c ió n de lo s dos p rim e r o s tipo s de o sc u rid a d —la
d eb id a a u n texto c o rro m p id o y la d eb id a al d e sc o n o c im ie n to
de la le n g u a — so n tarea d el c rític o te x tu al o d e l g ra m á tic o , y
n ie g a la co m p e te n c ia d el h e rm e n e u ta en d ich a tarea, n o hace
m ás q u e se g u ir u n a tr a d ic ió n q u e , to d avía e n lo s siglo s X IX y
X X , c o n s id e ra la h e r m e n é u tic a y la c rític a c o m o d is c ip lin a s
em p aren tad as, p e ro in d e p e n d ie n te s la u n a de la otra. F ren te a
esto h a b ría que m o strar que tanto la fija c ió n de u n texto com o
la d el se n tid o de u n p asa je so b re la base de la h is to r ia de la
IN TRO D U CC IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 2 71

le n g u a , esto es, lo qu e com p ete a la c rític a y a la gram ática, es


todavía in te rp re ta c ió n . L a c o n je tu ra de u n crítico textual, o ya
la su p o sic ió n de la n e c esid a d de u n a co n je tu ra , de u n a in t e r ­
v e n ció n en el texto, n o p u ed e separarse de su co m p re n sió n d el
p asaje, del m is ^ o m o d o que el d esc ifra m ie n to de u n m a n u s ­
c rito n o sim p lem en te p reced e y fu n d am e n ta la c o m p re n sió n ,
sin o que está sie m p re d e te rm in a d o ta m b ié n p o r ésta —e n u n
p ro ce so en el qu e la c o m p re n sió n y el d escifra m ie n to se a n ti­
cip an , se c o n fir m a n y se c o rrig e n u n o a o tro —278
.2 L a situ a c ió n
n o es m uy d ife re n te resp ecto a los p ro b le m a s que p la n te a n la
gram ática y la h is to ria de la le n g u a . S in u n c o n o c im ie n to d e
ciertas p o sib ilid a d e s de c o n stru c c ió n y de ciertos sig n ific a d o s
de palabras h oy obsoletos en la lengu a alem ana actual (dejem o s
aquí a u n lado el m ism o caso en las lengu as extran jeras), no es
p o sib le e n te n d e r algu n o s pasajes de textos d el siglo X V I I I , p o r
e je m p lo . P e ro el so lo c o n o c im ie n to d e l s ig n ific a d o q u e u n a
p a la b ra p u d o te n e r e n o tro s tie m p o s ta m p o c o g a ra n tiz a la
c o m p re n sió n exacta d el p asa je , p o r lo que la d e c isió n p o r u n
sig n ifica d o tien e sie m p re carácter h e rm e n é u tic o . E l sig u ien te
ejem p lo p ued e ilu stra r este caso:
E n la p astoral de G o eth e Die Laune des Verliebten (El capricho de un
amante), de 17 6 7 , fig u ra n estos versos: Dereine nach ihrsieht, sie nach
dem andem blickt. / Denck ich nur dran, mein Herí mócht’ dafür Bofíheit
reiflen28 ( « U n o se fija en e lla , ella se fija e n o tro . / C u a n d o
p ie n so e n e llo , m i c o ra z ó n estalla de c ó le r a » ) . S i se p a rte de
que p ara e n te n d e r u n texto es n e cesa rio c o n o c e r la le n g u a en
que está escrito, p ara e n ten d er El capricho de un amante, de G o eth e,
es necesario c o n o c er la len gu a alem ana de los años 1 7 6 0 - 1 7 7 0 ,
y esto significa que, p ara co m p ren d e r los versos citados, hay que

27 Gfr. Interpretationsprobleme, pp. 2 6 6 y ss. y 3 0 6 y s s .


28 J . W. Goethe, GedenkQusgübe der Werke, Briefe und Gespráche, vol. 4 ! Derjunge Goethe, ed. de
E. Beutler, 19 53, p. 34.
72 PETER SZONDI

saber que en aquella época Boflheit [malicia, maldad] jiadía sig­


nificar tam bién « e n o jo » o « c filt r a » . Esta es una inform ación
que obtiene el lingüista consultando, p o r ejemplo, diccionarios
de la época, y que hoy puede obtenerse más cóm odam ente del
d iccio n ario de G rim m . Este caso parece co rresp o n d er al
segundo tipo de oscuridad que m enciona Chladenius: la debida
« a un conocim iento insuficiente de la lengua en que el lib ro
está escrito; y esta oscuridad debe elim inarla el gramático y filó ­
lo g o » (antes de b ). Esta oscuridad no es, según C h laden iu s,
«asu n to del in térprete, y, p o r tanto, tam poco del arte de la
in te rp re ta c ió n » . Pero hay que preguntarse i) si en este caso
puede hablarse de oscuridad y 2) si la in form ació n del diccio­
nario histórico aclara ella sola el sentido del pasaje. En este caso
nadie hablaría de oscuridad, pues sin duda nadie que lea el
verso lo encontrará incom prensible. Q uien no sepa que Boftheit
tenía en el siglo X V III varios significados supondrá sin reflexio­
nar a la palabra el significado que hoy tiene. S ó lo después de
haber examinado más atentamente el pasaje se preguntará quizá
si tiene sentido que alguien hable de su p rop ia m aldad y, p o r
tanto, la confiese. Pero esto es ya una cuestión de in terp reta­
ción, y que se acepte o no sem ejante con fesión depende del
carácter del personaje, del estilo de la pieza, del lugar del verso
en la pieza (m onólogo o diálogo, y si diálogo, a quién se habla).
Los versos del m onólogo del fu tu ro R icard o I I I : « . . . since I
cannot prove a lover, / To entertain these fair well-spoken days,
/ I am determ inéd to prove a villain, / A n d hate the idle pleasu-
res o f these days»29; en los que el personaje confiesa su maldad,
su ánim o perverso, ¿son imaginables en la pastoral de Goethe,
en la atm ósfera ro c o c ó ? Desde luego que n o . Pero esta res-

29 W. Shakespeare, RicharálII, ed. deJ.D. Wilson, Cambridge, 1971, p. 6 (verso 28yss.).


[«... ya que no puedo mostrarme como amante, / para entretener estos bellos días de
galantería / he determinado mostrarme como villano / y odiar los frívolos placeres de
estos tiempos»; trad. de L. Astrana Marín].
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 2 73
puesta no es la del h isto riad or de la lengua, pues en 17 6 0 Boji-
heit podía tam bién significar lo que hoy significa; es más bien la
respuesta del in térp rete. Pero esto significa que la oscuridad
del pasaje no es obvia, y que sólo puede ser evidenciada y e li­
m inada en la in te rp reta ció n . La u tilización del d iccio n ario
histórico supone que el pasaje, que en sí no es incom prensible
(Ricardo III pudo perfectamente decir que su corazón estallaba
de cólera), lo encuentra el lector, quizá p o r razones h istórico-
estilísticas, incom prensible; y de la misma m anera, la in fo rm a­
ción del d iccio n ario , que enseña que la palabra en su época
también significaba « e n o jo » o « c ó le ra » , sólo puede ser apre­
ciada en su justo valor p or la interpretación que tiene que deci­
dir si en este pasaje la palabra tiene uno de los significados o el
otro o ambos. E n rigor, sólo el segundo caso, la aplicación del
saber histórico en la interpretación, tiene im portancia para una
teoría de la herm enéutica. El p rim ero está demasiado ligado a
la accidentalidad, es decir, a la circunstancia de que en la lec­
tura uno se sorpren d a al instante o sólo tras una lectura más
atenta, o al hecho de que conozca la antigua ambigüedad de la
palabra o sólo se entere de ella p o r el diccionario. Si hago esta
observación, es sólo p orq u e C hladenius habla de la o s^ irid a d
debida a un con o cim ien to in su ficien te de la lengua, y que el
filolólogo se encarga de elim inar, así como de los m alentendi­
dos, más que oscuridades, a que u n texto puede dar lugar, y
cuya advertencia y clarificación es ya tarea de la herm enéutica.
Si Chladenius introd uce cuatro tipos de oscuridad, de los
que los dos prim eros sólo incum ben al crítico textual o al gra­
m ático, para nuestra form a actual de ver las cosas tam bién la
h erm enéutica está aquí im plicad a, pues la in fo rm a c ió n del
gram ático sólo tien e valor p ara el pasaje en el m arco de su
interpretación, m ientras que la labor del crítico, p o r ejem plo
la decisión p o r una lectura frente a otra, o p o r una conjetura,
siempre supone ya una com prensión del pasaje.
74 PETER SZONDI

E l tercer tipo de oscuridad, que C h lad en iu s igualm ente


sustrae a la competencia de la herm enéutica, se debe a que «las
palabras son usadas de form a am b igua», y esta oscuridad « n o
puede elim inarse de una m anera fu nd ad a» (antes de b). E n el
§ 179 , Chladenius habla más detalladamente de esta oscuridad,
y lo hace en el contexto de un esbozo del «estado actual de la
herm enéutica» (pp. 9 6 -10 3 ) . Cuyas insuficiencias reduce a las
falsas exigencias que se le han im puesto. Después de denunciar
la fu sió n de crítica y h erm enéutica, cuya legitim id ad hem os
intentado dem ostrar aquí, o al m enos red u cirla a la in te rd e ­
pendencia de ambas, escribe Chladenius: «L u ego se ha pedido
a la interpretación cosas que, en sí o debido a las pocas reglas de
la interpretación que se tenían, eran imposibles. La interpreta­
ción se requiere solam ente cuando hay lectores u oyentes que
no entien d en uno o varios pasajes; en cam bio, es im posible
encontrar una interpretación cuando las palabras no contienen
en sí mismas nada que pueda perm itir determ inar su sentido de
m anera cierta o probable. Pero se ha pedido al intérprete que
dé a este tipo de pasajes, en sí oscuros y am biguos, u n sentido
cierto, lo cual es im posible. [ ...] se puede negar que allí
donde una interpretación cierta no es posible, podría en con ­
trarse otra que fuese probable; pero ésta es tan difícil de red u ­
cir a reglas com o la doctrina racional de lo p robable, cuyo
d esarrollo es aún m uy in cierto , cuando se ha m ostrado de la
m anera más sólida cóm o se puede conocer la verdad con cer­
teza» (pp. 98 y s.). Este texto es de la mayor im portancia, pues
las palabras «usadas de form a am bigua» son una com ponente
si no de la poesía, sí de una de sus posibilidades, cual es el h e r­
m etism o, del que com pren siblem ente la herm enéutica más
reciente se ocupa principalm ente. Esta deja atrás la concepción
de C h lad en iu s en dos respectos: no exige de las « p a la b ra s»
que contengan en sí mismas algo « q u e pueda p erm itir d eter­
m in ar su sentido de m anera cierta o p ro b a b le » n i exige de sí
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 2 75
misma que la interpretación sea reducida a reglas que no hubiera
más que aplicar. Podría parecer que Chladenius se cierra c o *
su actitud norm ativa a la p o sib ilid ad de hacer ju stic ia a un
m om ento inh erente al lenguaje p oético. Pero ya en el pasaje
citado hay u n signo de que C h ladenius en absoluto pretende
detenerse aquí, sino que al carácter norm ativo-racionalista que
su obra com parte con la m ayoría de los trabajos de su época
añade otro contrario que le hace extem poráneo y que p osible­
m ente sea la razón de que m ereciera tan escasa atención. Es la
alusión a la « d octrin a racional de lo p robable», cuyo desarro­
llo es aún m uy in c ierto . A h o ra bien , el p ro p io C h lad en iu s
publicó en 17 4 8 u n trabajo titulado Vemünftige Gedanken vom
Wahrscheinlichen («Pensam ientos racionales sobre lo p ro b ab le» ).
Cabe supon er que, a pesar de la univocidad postulada, no le
dejó in d iferen te la m ultivocidad fáctica: p rueba de ello es la
im portancia que para él tiene el fen ó m en o del texto « in s p i­
ra d o » en el marco de la interpretación de escritos históricos y
dogmáticos —es de suponer que aquí el racionalismo se encuen­
tra ante a un aspecto fascinador que se le escapa—.
3

La palabra « racio n al» muestra los límites de una hermenéuticapro­


fana que sólo puede servir de propedéutica a una hermenéutica sacra;
la palabra « correcto» , en cambio, se refiere al tipo de aplicación
en vista del cual Chladenius concibe su hermenéutica. Tanto en
su definición de la com prensión, que es el fin de la práctica de la
interpretación, como en la determinación de la oscuridad, que es
competencia exclusiva del hermeneuta, hay una demarcación que
una herm enéutica actual debe cuestionfce. Cuestionable es, en
prim er lugar, que la interpretación sólo pueda llevarse a cabo allí
donde el significado se ha oscurecido, y, en segundo lugar, que
sólo ¡a oscuridad, cuyo origen está en el lector que carece de los
conceptos contenidos en el pasaje, pueda ser objeto de interpre­
tación, mientras que otras clases de oscuridad pueden ser elim i­
nadas p or el crítico o p o r el gram ático, o bien no pueden serlo
«d e una manera fundada». Queda p or ver hasta qué punto son
éstas cuestiones que ya a fines del siglo X V III encuentran una res­
puesta fundam entalm ente distinta —pienso, p or ejem plo, en la
lim itación de la hermenéutica a la interpretación « co rrecta » —y
hasta qué punto su elucidación es una de las tareas de la herm e­
néutica literaria actual.
78 PETER SZON DI

Para valorar adecuadamente la teoría de la interpretación de


G hladeniu s y p o d er reconocer su im portancia en la h istoria de
la h erm en éu tica, es preciso fam iliarizarse con los conceptos y
las ideas fu n d am en tales que la estru ctu ra del sig n ifica d o , así
com o los c riterio s y los m étodos de su in te rp reta c ió n , tien en
p o r contenido.
In te rp re ta r « n o es otra cosa que p ro p o r c io n a r a alguien,
los conceptos que son necesarios para com pren der o enseñar a
co m p ren d er perfectam ente u n discurso o un e scrito » (§ 16 9 ,
p p . 9 2 y s .). P ero ¿q u é sig n ifica « c o m p r e n d e r p e r fe c ta ­
m e n t e » ? « S e comprende un discurso o un escrito perfectamente cuando
leyén d o lo se tien en en la m ente todos aquellos pensam ien to s
que las p alabras p u e d e n su scitar en n o so tro s c o n fo rm e a la
razón y a las reglas de nuestra alm a» (§ 155’ P- 86 ). Esta d e fi­
n ic ió n es una de las más relevantes del sistema de G hladeniu s.
Señalem os aquí brevem ente dos aspectos: G hladeniu s d efin e la
com pren sión sin re c u rrir al autor y a su in ten ció n . C o m p re n ­
d e r u n d iscu rso o u n escrito no es, a ju i c i o de G h la d e n iu s,
otra cosa que representarse « lo que u n autor tenía en la m ente
al e sc rib ir sus p ala b ras» (§ 15 6 , p . 86 ). G h lad en iu s debió de
im a g in a r el asom bro de sus lectores, pues en el m ism o p a rá ­
grafo explica p o r qué esto es así:

«T end ría que ser lo mismo com prender un discurso o un


escrito perfectamente y comprender perfectamente a quien
en ellos habla o escribe. [...] Pero, como los hombres no
pueden abrazarlo todo, sus palabras, discursos y escritos
pueden significar algo que ellos no habían querido decir o
escribir; y, en consecuencia, al intentar com prender sus
escritos, uno puede pensar, y con razón, cosas que sus auto­
res no pretendían decir» (§ 156, pp. 86 y s.).

T a m b ié n se da el caso in v erso de que u n au to r se im agin e


h a b e r expu esto su o p in ió n de tal fo rm a que te n d ría n que
IN TRODU CCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 3 79

co m p ren d e rle p erfe cta m e n te, p ero en «cu yas p alabras n o se


encuentra todo aquello que nos p erm itiría entend er p erfecta­
m ente su s e n tid o » (§ 1 5 6 , p . 8 7 ). S ó lo el p rim e r caso posee
relevancia gnoseológica, pues en el segundo se trata de u n fr a ­
caso accidental del autor. E n cam bio, cuando el lector no com ­
p ren d e m en o s, sin o m ás que el p ro p io a u to r, ello n o p u ed e
deberse a n in gú n fracaso, a n in gú n defecto del lector, y esto lo
señala expresam ente C h la d e n iu s cuando dice que en algunos
pasajes cabe p en sa r « c o n fu n d a m e n to » (§ 15 6 , p . 8 7) más
cosas de las que el p ro p io au tor ha pensado. E l que Chlada**ius
parezca h acer así abstracción de la in te n ció n del au to r, el que
atribuya a la palabra u n a suerte de existencia p rop ia, constituye
u n rasgo n o poco m o d ern o de su teoría h erm en éu tica. T anto
es así, que hay que p regu n tarse cóm o puede este rasgo c o n c ­
harse con el m arco racionalista en el que se d esarrolla su p e n ­
sam ien to . C u a n d o se le e n las c o n sid e ra c io n e s del cap ítu lo
fin al, que lleva p o r título Von den allgemeinen Eigenschajften derAusle-
gung ( « S o b re las p ro p ied ad es generales de la in te rp re ta c ió n » )
( p p . 4 9 7 - 6 0 0 ) , se tiene la im p resió n de que el p ro p io C h la ­
d en iu s se da cuenta de que en aquel pasaje ha ido d em asiado
lejos, de que, a p esar de su idea de que el sen tid o objetivo de
u n pasaje p u ed e sob rep asar la in te n c ió n , q u iere establecer la
id e n tid a d de sen tid o in te rp re ta d o e in te n c ió n . P e ro ya la
citada d e fin ic ió n de la « c o m p r e n s ió n p e rfe c ta » e n c ie rra u n
elem en to c rític o d estin ad o a a le ja r el p e lig ro de q u e, tan
p ro n to com o, en la in terp retación , la in ten ción del au to r deja
de valer com o c rite rio , las asociaciones del le cto r se a d u eñ en
de la in te rp reta ció n y p u ed an a trib u ir al pasaje cu alq u ier sig­
nificado sin posibilid ad de u n control objetivo. C h ladeniu s no
desea de n in gú n m odo que esto ocu rra, com o m uestra su c o n ­
d ic ió n restrictiva de que, p ara c o m p re n d e r p erfe cta m e n te
algo, hay que tener en la m ente « to d o s aquellos pensam ientos
que las p alab ras p u e d e n su scitar en n o so tro s c o n fo rm e a la
8o P E TE R SZO N D I

razó n y a las reglas de n u estra a lm a » (§ 155» P- 8 6 ). L a aso cia­


c ió n obed ece, pues, a la razó n y a las reglas de nuestra alm a. L a
in s ta n c ia n o rm a tiv a , q u e ya n o p « e d e se r la in t e n c ió n d el
a u to r, es ah o ra la lógica y la p sico lo g ía —u n a p sico lo g ía q u e, a
d ife re n c ia de la actual, tien e carácter n o rm ativo —. L a cu estió n
de cóm o la re n u n c ia a la in te n c ió n com o in stan cia de la c o m ­
p re n sió n se p u ed e c o n c ilia r con el rac io n a lism o , en cu en tra así
su respuesta en u n a p sico lo g ía ra cio n a lista de la re c e p c ió n que
d ete rm in a la h erm en éu tica de G h lad en iu s, igu al que la estética
d el efecto la p oética de sus co n te m p o rán e o s.
A l acto de « c o m p r e n d e r p e r fe c ta m e n t e » c o r re sp o n d e la
« c o m p r e n s ió n p e rfe c ta » de u n p asaje. G h la d e n iu s escribe:

« L a comprensión perfecta encierra una multitud de concep­


tos que pueden ser suscitados por un pasaje. Estos conceptos
pueden dividirse cóm odam ente en tres categorías [ ...] . A sí
encontramos en un pasaje primeramente un concepto deter­
minado que, si vamos con la ciencia y la preparación debidas,
brota del pasaje con la sola atención que ponem os en él. A
este concepto que resulta de la sola atención a las palabras del
pasaje lo llam an los maestros del arte de la interpretación
comprensión inmediata. Esta comprensión inmediata suscita luego
toda clase de conceptos producidos por distintas fuerzas del
alma con excepción de la pura imaginación: y estos conceptos
constituyen la aplicación de unpasaje, que igualmente puede lla­
marse la comprensión mediata de unpasaje, o también las consecuen­
cias, porque el tipo más común de estos conceptos se basa en
conclusiones y consecuencias. Y en tercer lugar, la com pren­
sión inm ediata suscita conceptos que produce la im agina­
ción, y a esto se llama divagaciones [ ...] » (§ 674» pp. 5*8 y s.).

E sta d is tin c ió n en tre c o m p re n sió n in m e d ia ta y c o m p re n sió n


m ediata enlaza c o n la d o c trin a tra d ic io n a l de la h erm e n é u tica
teo lógica del sen tid o m ú ltip le de la E scritu ra , ciertam en te c o n
IN TR O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 3 81

u n a m o d ific a c ió n c rític a e x p re sa ya e n la te r m in o lo g ía .
G u a n d o C h la d e n iu s d ic e q u e la c o m p r e n s ió n in m e d ia ta
« re su lta de la sola a te n c ió n a las p alabras del p a s a je » , es claro
q u e p o r tal c o m p r e n sió n e n tie n d e e l sensus litteralis, el sen tid o
literal que desde la an tigü ed ad se o p o n ía a u n sensus spiritualis. Y
a q u í se in se rta la c rític a d e C h la d e n iu s : a la c o m p r e n s ió n
in m e d ia ta su ele « a so c ia rs e la comprensión literal, c o m o si ésta
fuese u n a e x p re sió n equ ivalen te [es d e c ir, sin ó n im a ], cu an d o
n o lo es. L a c o m p re n sió n lite r a l se o p o n e al sig n ific a d o m ís ­
tic o . P o r eso, d o n d e n o hay u n a c o m p r e n s ió n m ístic a n o
p u e d e h a b larse de c o m p r e n s ió n lit e r a l. D e h e c h o , la c o m ­
p r e n s ió n m ístic a n o es algo d e m a sia d o c o m ú n , y e n c o n s e ­
c u e n cia ta m p o co la c o m p r e n s ió n lite r a l. E n cam b io la c o m ­
p re n sió n in m e d ia ta es p r o p ia de to d o s lo s pasajes, c u a lq u iera
q u e sea su tem a y su n a tu ra le z a . H a y q u e ve r la c o m p r e n s ió n
lit e r a l só lo co m o u n a e sp e c ie de c o m p r e n s ió n in m e d ia t a »
(§ 675, p. 520).
Esta d elim ita ció n respecto de la h erm en éu tica de lo s Padres
de la Ig lesia y de la E d a d M | ¿ i a tien e u n d o b le tra sfo n d o : e n
u n p arágrafo a n te rio r, que trata de los p erju icio s « d e b id o s a la
ig n o ra n c ia de la h e r m e n é u tic a » , dice C h la d e n iu s que

«las ciencias fundadas en interpretaciones han sido p ro fu n ­


damente corrom pidas, como lo han sido tanto la filosofía a
causa de la interpretación complicada de Aristóteles, como la
jurisprudencia a causa de las glosas y la teología a causa de las
interpretaciones de los Padres y de los maestros escolásticos,
y ello a tal punto, que no se ha visto otra manera de remediar
esto que desembarazarse de toda interpretación, y empezar
nuevamente desde el p rin cip io » (§ 186, pp. 10 4 y s.).

Este n uevo c o m ie n z o a c o n tec ió en la h e rm e n é u tica te o ló gica


con L u te ro , qu e hizo de la Sagrada E scritu ra la in té rp rete de sí
82 PETER SZO N DI

m ism a (sui ipsius interpres) 30, rechazando así la alegoresis. C h la d e -


n iu s n o en señ a la lim itac ió n al scnsus litíeralis n i tam poco h ace de
la E scritu ra m ism a ju e z de la c o rre cc ió n de la in te rp re ta c ió n 31.
P o r lo q u e se le e en su Introducción..., e n la q u e n o trata de la
h e r m e n é u tic a te o ló g ic a , hay q u e s u p o n e r q u e G h la d e n iu s
d irig e su crítica co n tra la in te rp re ta c ió n p atrística y escolástica
n o p o rq u e ella acepte el sen tid o m ú ltip le de la E sc ritu ra , sino
p o r q u e n o c o n s id e ra este se n tid o m ú ltip le c o m o u n a m e ra
p o sib ilid a d qu e ha de ser en cada caso legitim ad a p o r el pasaje
e n c u e stió n , sin o c o m o u n a carta b la n c a p a ra a tr ib u ir a cada
pasaje u n sign ificad o p lu ra l. In d u d a b le m e n te esta ap rec ia c ió n
de la d o c trin a e sco lástica del se n tid o m ú ltip le es in ju s ta ; el
aparato co n cep tu al: sensus ¡itteralis —sensus allegoñcus —sensus tropolo-
gicus —sensus anagogicus no su p o n e la o b lig a c ió n de a tr ib u ir a todo
pasaje, adem ás del sen tid o literal, tres sensusspirituales d iferen tes,
sin o que es n ecesario d istin g u ir y p re cisa r —de a c u e rd o c o n el
distinguo esco lástico — e n lo qu e su m a ria m e n te p o d ría llam arse
sen tid o aleg ó rico d iferen tes m o d o s de in te rp re ta c ió n segú n el
p u n to de vista y la fu n c ió n de la in te rp re ta c ió n .
G u a n d o C h la d e n iu s in siste e n que p u e d e h a b e r u n a com­
prensión mística, p e r o n o d e b e ría h a b e r la , y en q u e só lo tie n e
se n tid o h a b la r de u n a « c o m p r e n s ió n lit e r a l» a llí d o n d e se
o p o n e a u n a c o m p re n sió n « m ís t ic a » , esto im p lic a a la vez —y
éste es el segu n d o m otivo de la d e lim ita c ió n — u n a a m p lia c ió n
de la h erm e n é u tica : de la teo lógica a la g e n e ra l. L o qu e h em os
lla m a d o p ostu lad o de la re la c ió n al c o n te n id o tien e p o r c o n ­
secu en cia q u e, según C h la d e n iu s, el tip o de escrito y la n a tu ­
raleza d el p asaje d e b e n d e c id ir en cada caso so b re si p u e d e o
n o ad m itirse u n sen tid o m ístico . L a te rm in o lo g ía : c o m p r e n ­
sió n in m e d ia ta -c o m p re n sió n m ediata y, d en tro de esta ú ltim a:

30 C fr. K . Holl, Luthers Bedeutungfir den Fortschrítt derAuslegungskunst, op. cit, p. 559 * n - 4 *
31 C fr. supra, pp. 6 l y ss.
IN TR O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 3 83
a p lica c ió n y d iva ga ció n , está c o n c e b id a de tal m an era q u e sea
válid a p ara to d o tip o de escritos y d iscu rsos en el esp íritu de u n
p ro g ra m a d el arte g e n e ra l de la in te rp re ta c ió n , e n el cu a l lo s
e le m e n to s p a r tic u la re s d e l s ig n ific a d o c ie rta m e n te d ifie r e n ,
com o m uestra C h la d e n iu s c o n ab u n d an tes ejem p lo s, segú n el
gé n e ro d el lib ro a in te rp re ta r.
C o n s id e r e m o s a b o r a u n a d e fin ic ió n m ás p re cisa de estos
elem en to s de la « c o m p r e n s ió n p e r fe c ta » de u n p asaje (o de
to d o u n e s c r ito ). E n el § 6 7 7 se lee qu e Ia « c o m p r e n s ió n
in m e d ia ta » es

«aquello en que el autor del pasaje y todos los lectores que


com prenden el pasaje deben coincid ir. E n efecto, la com ­
prensión perfecta de un pasaje encierra muchos conceptos.
La comprensión inmediata constituye una parte de la misma.
Pero se puede com prender un pasaje sin pensar todo lo que
éste perm ite pensar de m anera racional. Por eso puede un
lector com prender un pasaje a pesar de no tener algunos
pensamientos que el autor tenía al escribirlo, ^ ( c o n s e c u e n ­
cia, el autor no coincide con todos los lectores que se supone
han com prendido un pasaje. Pero en lo que se refiere a la
com prensión inm ediata, el autor y todos los lectores deben
coincid ir aunque éstos le com prendan de distinta m anera.
Pues como esta com prensión resulta de la simple atención a
las palabras del pasaje, y, por otra parte, sólo se exige de todo
lector una atención m ínim a, la com prensión inm ediata no
puede ser ajena a ningún lector si antes se ba instruido debi­
damente. Esta m isma com pren sión inm ediata tam poco
puede ser ajena al autor, que no necesita de ninguna dem os­
tración para ser claro. Por eso, la com prensión inmediata no
es ajena ni al autor n i a todos los lectores que le com pren ­
den, y en consecuencia, respecto de la com prensión in m e ­
diata hay que decir que el autor coincide con todos los lecto­
res que le com prenden» (pp. 52 2 y s.).
84 PETER SZONDI

Esta definición hay que considerarla naturalmente teniendo en


cuenta la observación antes citada de Chladenius, según la cual
« c o m o los hom bres no p u ed en abrazarlo tod o, sus palabras,
discursos y escritos pueden significar algo que ellos no habían
querido decir o escribir; y, en consecuencia, al iiitentar com ­
prender sus escritos, uno puede pensar, y con razón, cosas que
sus autores no pretendían d ecir» (§ 15 6 , pp. 86 y s.). E l d o m i­
n io de validez de esta afirm ació n es lim itad o : no vale para la
«com prensión inm ediata», en la que el autor y el lector tienen
que « c o in c id ir » . O , dicho de otro m od o: la categoría de la
«com prensión perfecta» que Chladenius establece, y que hasta
ahora pudo verse com o una m odificación de la distinción tra­
d icio n al entre sensus litteralis y sensus spiritualis, aparece com o el
intento de superar la crisis latente de la herm enéu tica en la
época de la Ilustración. Se puede hablar de crisis porque, en el
terren o de la h erm enéutica, los conocim ientos del ra c io n a ­
lism o entran en con trad icción con sus postulados. E n tre los
conocim ientos que resultan de la p osició n crítica de C h lad e­
nius, que no se som ete a n in gu n a trad ición y a n in gu na otra
autoridad que la de la ratio, se cuenta el del carácter subjetivo e
histórico de la com prensión, tal com o queda establecido en la
teoría, que aún hem os de exponer, del « p u n to de vista» . L o
que Chladenius aquí descubre no es la arbitrariedad subjetiva
ni el anacronism o de la interpretación alegórica: si tal fuera el
caso, bastaría con insistir frente a ésta en la interpretación gra­
m atical-h istórica com o la ú n ica legítim a. Pero C h laden iu s
reconoce que en toda com pren sión hay, debe haber, un e le­
mento subjetivo. Precisamente porque el racionalism o, a d ife­
rencia de la herm enéutica apo d íctica-au to ritaria de la época
p receden te, percibe en la com pren sión u n m om ento in d iv i­
dual, debe, para satisfacer el postulado de la validez universal,
p recisar ese m om ento. L o que en C hladenius im pide que ese
m om ento individual se extienda y se adueñe de todo el proceso
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 3 85
de la com prensión es la división de la «com prensión p erfecta»
en una com prensión mediata y otra inm ediata, de las Míales la
«inm ediata» se sustrae a la influencia de la subjetividad y J e la
situación histórica del lector o del intérprete. Es, p or decirlo así,
la parte fija, en la que la intención del autor y la c o m p r e s ió n
del lector coinciden, rodeada de otras partes móviles que em er­
gen bien en el m undo intelectual del autor, bien en el del lec­
tor y, tanto en un caso com o en el otro, entran en la com pren­
sión del pasaje, sin que esté garantizado que sean idénticas en el
autor y en el lector. De estos elementos de sentido, que consti­
tuyen la com prensión « m e d ia ta » , separa Chladenius la com ­
p ren sión « in m e d ia ta » . Ésta le perm ite, a pesar de la im p o r­
tancia que concede al «pu nto de vista» y al carácter personal de
la idea que el lector se fo rm a de u n pasaje, p ostular la « c e r ­
teza» del significado de dicho pasaje. Sin duda sería prem aturo
empezar a hacer aquí un examen crítico de la teoría, pues antes
es preciso analizar el concepto com plem entario de la com pren­
sión « m ed iata» y su contexto. Pero hay una cuestión que sus­
cita la doctrina de C h ladenius y que podem os p lantear ya. Se
trata de la cuestión de si el significado de un pasaje puede divi­
dirse en dos partes de la m anera que él p ro p o n e ; si lo que
motiva esta división, esto es, el hecho de que la com pren sión
esté ligada a una p o sició n histórica, aún perm ite reservar la
«com prensión inm ediata» sustrayéndola a toda relativización;
si el problem a de la dependencia de la com prensión y la in ter­
pretación no debe plantearse y resolverse nuevamente dentro de
la teoría de la posición histórica, en vez de intentar salvar aún la
validez de los criterios tradicionales de la objetividad de la com ­
prensión con el postulado de la «com prensión in m ediata».
La «com prensión m ediata» de un pasaje la form an « a q u e ­
llos conceptos u opiniones [...] producidos o suscitados p o r el
concepto inmediato que se obtiene de un pasaje» (§ 683, p. 5 2 8 ).
Chladenius la llama también « a p lica ció n » . Esta segunda com -
86 PETER SZO N DI

p o n e n te de la « c o m p r e n s ió n p e rfe c ta » la explica de la
siguiente m anera:

«G om o la comprensión inmediata surge inmediatamente de


la sola atención a las palabras, mientras que la comprensión
mediata, o la aplicación, surge del concepto obtenido de las
palabras, la comprensión mediata de un pasaje no tiene que
ver con las palabras que hay en el mismo, sino que depende del
uso de las fuerzas de nuestra alma, mediante las cuales produ­
cimos en nosotros a partir de la comprensión inmediata toda
clase de conceptos y movimientos» (§ 684, p. 5^9)-

G u an d o C h la d e n iu s habla en este contexto de « a p lic a c ió n » ,


adopta u n concepto de las h erm en éu ticas ju ríd ic a y teológica
—applicatio—, d án do le u n nuevo sig n ifica d o . Esta m o d ific a ció n
tiene relación con su intención de fu n d ar una teoría general de
la in te rp re ta c ió n . C u yo s elem en to s básicos se ap recian con
esp ecial clarid ad en las m o d ific a cio n e s a que C h la d e n iu s
som ete los conceptos e ideas tom ad os de la tra d ic ió n h e rm e ­
néutica. E l fenóm eno de la aplicación está estrechamente ligado
a la in terpretación de textos ju ríd ic o s y religiosos en la m edida
en que éstos trascienden de sí m ism os y q u ieren o b rar n o rm a ­
tivam ente com o dogm as o p rescrip cio n es legales. Estos textos
no son en sí m ism os objeto de interpretación, pues no se trata
de com pren d erlo s en sí m ism os, sino en relación a casos c o n ­
cretos (casus), cosa que sucede más claram ente en el ju ic io y su
fun d am en tación , y algo m enos —aunque los casos suelen tener
aquí u n carácter universal— en la predicación. E n la h erm en éu ­
tica del pietism o, p o r ejem plo en las Institutiones hermeneuticae sacrae
de Ram bach ( 17 2 3 ) , a la subtilitas mtelligendi —la com pren sión —y a
la subtilitas explicandi —la in terpretación — se añadía la subtilitas appli-
candi, la a p lic a c ió n 32 —lo que, en el caso del p ietism o , p u d o

32 Este punto lo ha desarrollado Gadamer en Wahrheii undMethode, p. 29 1 -


INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 3 87

teifBr relación con la particular in flu en cia del p redicad or sobre


las almas de los fieles—, P ero el m om en to de la a p lica ció n se
encuentra ya en los orígenes de la herm enéutica teológica, esto
es, en la alegoresis, en la in te rp re ta c ió n del sensus spiritualis —lo
cual tiene su im portancia para com pren d er a C h ladeniu s—. La
interpretación tipológica puede entenderse com o aplicación del
A ntiguo Testamento a la historia de la salvación anunciada poBfel
N uevo Testam ento. E l cu ád ru p le sen tid o de la E scritu ra que
establecía la doctrina escolástica tenía enteram ente su raíz en ej.a
cuestión: ¿en relación a qué el pasaje es interpretado y en rela­
ción a qué es ap licad o ? E l sen tido alegórico (que se id en tifica
con el tipológico) relacionaba el pasaje con la h istoria de la sal­
vación; la interpretación del sentido trop ológico o m oral a p li­
caba el pasaje a la situación del individuo com o instrucción rela­
tiva a su c o m p o rtam ien to ; y la in te rp reta ció n del sentido
anagógico a la escatología. Esto es im portante para com pren der
la herm enéutica de Chladenius, pues su distinción entre sentido
inm ediato y sentido m ediato, que p roced e de su in te n c ió n de
establecer una teoría general de la interpretación, coqrtitujfg una
ve rsió n gen eralizada y secu larizad a de la antigu a d istin c ió n
entre sensus litteralis y sensus spiritualis. Es en el m arco de esta m o d i­
ficación donde hay que situar el concepto de aplicación, antes
ligado al sensus spiritualis, y ahora a la comprensión mediata.
C hladenius hace de la aplicación u n m om ento necesario de
la com pren sión m ediata. Segú n C h laden iu s, no sólo los escri­
tos re lig io so s y ju r íd ic o s , que, co n sid e ra d o s g e n e ra lm e n te
com o norm ativos, suelen op onerse a los literario s, históricos y
otros (p or ejem plo, en la teoría de la in terp retación de E m ilio
B etti), sino tam bién estos últim os —los literario s e h istó rico s—
son asim ism o, y no m en o s que los p rim ero s, aplicados. L o que
hay que e n te n d e r p o r tal a p lica c ió n lo aclaran las sigu ien tes
frases del § 4 2 5 :
88 PETER SZO N DI

« L a com prensión que un lector inm ediatam ente tiene de las


palabras de los pasajes históricos33 es sólo una parte de la com ­
pren sión perfecta del m ism o pasaje. Pues nuestra alma
empieza, debido a la facultad a ella inherente, utilizando el
concepto que recibe de las palabras para pensar otras cosas;
estos pensamientos, suscitados y producidos por el pasaje, una
vez que dicha utilización ha com enzado, cuentan en la com ­
prensión del pasaje. Los efectos que nuestra alma pueda p ro ­
ducir tras haber leído y entendido un determinado libro son lo
que denom inamos la aplicación del lib ro » (§ 425 >PP- 3 ° ^ y s -)-

L a a p lic a c ió n n i se lim ita , seg ú n C h la d e n iu s , a c ie rto s tip o s de


textos n i es —co m o p re d ica ció n o c o n o c im ie n to ju ríd ic o —u n acto
especial basado en la lectu ra del p asaje, p ero que éste no im p lica.
L a a p lica c ió n se lleva a cabo, segú n C h la d e n iu s, cada vez que u n
texto es le íd o y e n te n d id o —la a p lica c ió n es el efecto q u e el texto
p ro d u c e e n el alm a d el le c to r, la activid ad d el alm a o c a sio n a d a
p o r el texto q u e ella c o m p ren d e—. E n este sen tid o , la d o c trin a de
C h la d e n iu s de la a p licació n co m o m o m en to necesario d el s ig n i­
ficad o de u n pasaje está m arcada p o r el p u n to de vista p sico lógico
e n re la c ió n al e fe c to , qu e ta m b ié n ca ra cte riz a a la estética de la
Ilu stra ció n . D e l m ism o m o d o q u e p ara los autores de las p oéticas
de p rin c ip io s y m ed iad os del siglo X V III era im pensable que e n la
d e sc rip c ió n y la d e fin ic ió n de u n g é n e ro p o é tic o se h ic ie ra a b s­
tra cció n del efecto qu e tal gé n e ro debía p ro d u c ir en el le cto r o el
e sp e cta d o r, p a ra C h la d e n iu s e ra n e c e s a rio p o s tu la r de fo rm a
g e n e ra l, m ás allá d e las fo rm a s e sp eciales q u e s o n la a p lic a c ió n
ju r íd ic a y la teo lógica en el ju ic io y e n el serm ó n , el efecto de u n
texto co m o algo consustancial a la in te rp reta ció n .
P e ro c o m o el d e s a r r o llo de u n a te o ría g e n e ra l de la i n t e r ­
p re ta c ió n se a c o m p a ñ a e n C h la d e n iu s de la tesis de la re la c ió n

33* Chladenius habla de «pasajes históricos» porque la observación se encuentra en el


capítulo sobre «La interpretación de libros históricos»; pero lo que dice no se
limita a éstos.
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 3
89

a l c o n te n id o , a q u í hay que h a ce r ta m b ié n d istin c io n e s segú n el


tip o de texto a in te rp r e ta r. L a d e fin ic ió n ya citada de la a p lic a ­
c ió n o de la c o m p re n sió n m ed iata de u n p asaje, co n stitu id a p o r
« a q u e llo s c o n c e p to s u o p in io n e s [ . . . ] p ro d u c id o s o su scitad os
p o r el con cepto in m e d ia to que se o b tie n e de u n p a sa je » (§ 6 8 3 ,
p . 5 2 8 ) , es sign ificativam en te sólo el resultado de u n a e n u m e ra ­
c ió n de las d istin tas fo rm a s de a p lic a c ió n segú n el tip o de lib r o
co n sid e ra d o . A q u í, C h la d e n iu s só lo m e n c io n a los lib r o s h is tó ­
rico s y los d ogm áticos, p u es de los p o é tico s y los ju r íd ic o s tratará
e n lo q ue será u n a c o n t in u a c ió n de su te o ría d e la in t e r p r e t a ­
c ió n . C h la d e n iu s escrib e e n el § 6 8 3 =

«Para apreciar m ejor las propiedades de las aplicaciones o de


la com prensión mediata de un pasaje, debemos representar­
nos uno detrás de otro sus diferentes tipos [ ...] . A sí, en los
pasajes h istóricos, la aplicación consiste en i) ap ren d er a
conocer una h istoria, 2) d em ostrar una h istoria, 3) extrwlr
conceptos generales de casos particulares, 4.) moralizar sobre la
historia, 5) adquirir un conocim iento vivo de tal historia. Pero
en los tratados y en los pasajes en ellos contenidos, las aplica­
ciones consisten en: i) atribuir la sentencia al autor, 2) dejarse
persuadir p o r la sentencia que contiene el pasaje, 3) remitirse
a otros tratados, 4 ) extraer consecuencias, 5) ad q u irir un
conocim iento vivo» (p. 52 8 ).

C a d a u n o de estos p u n to s r e m ite a u n p a r á g ra fo e n e l q u e se
m u estra la fo rm a e sp e cia l de la a p lic a c ió n p o r m e d io d e e je m ­
p lo s . E l « c o n o c im ie n to v iv o » , q u e c ie rra la lista de a p lic a c io ­
n e s ta n to e n el caso de lo s lib r o s h is tó ric o s co m o e n el d e lo s
d o g m á tico s, lo d e fin e así C h la d e n iu s:

« E l conocim iento de la verdad de una frase, en la m edida en


que ejerce una in flu en cia sobre la voluntad y sobre nuestras
acciones, se llama un conocimiento vivo. N o todo conocim iento
que ejerza una in flu e n cia sobre la voluntad puede llam arse
90 PETER SZONDI

c o n o c im ie n to vivo. M u ch os h o m b re s tie n e n u n c o n o c i­
m ie n to de la re lig ió n cristian a, y éste les lleva a b u rla rse de
ella: los turcos tien en tam bién u n co n o cim ien to de la m ism a,
y éste les m ueve a perseguirla. N adie atribu irá a u nos y a otros
u n conocim iento vivo, a pesar de la in flu en cia que su co n o ci­
m iento ejerce sobre su voluntad. Pero q uien h o n ra, defiende
y p ropaga la religión cristiana en razón de su verdad, tiene un
conocim iento vivo de la m ism a» (§ 4741' PP- 341 y s.).

C h la d e n iu s d is tin g u e lu e g o lo s s ig u ie n te s g ra d o s de c o n o c i­
m ie n to vivo:

« i) el conocim iento de una verdad puede p roducir en la vo lu n ­


tad sólo una inclinación o una aversión que, n o siendo lo bas­
tante intensas o duraderas, no o rigin an n in gu n a acción exte­
rio r; 2) este m ovim iento de n uestro ánim o puede ser
producido p o r el conocim iento de la verdad y ser además origen
de acciones exteriores, a las que hay que sum ar pasiones in ten ­
sas, com o la aflicción o la ira; 3 ) el conocim iento de la verdad
puede transform ar nuestra voluntad de m anera que en ciertos
casos idénticos se com porta siem pre de una m anera idéntica:
com o aquellos que, después de haber visto un incendio, se vuel­
ven prudentes en general con la ilu m inación y el fuego; 4) una
verdad puede p ro d u c ir u n cam bio en toda nuestra voluntad,
hasta el punto de que sus consecuencias se m anifiestan en todas
nuestras acciones libres. Podem os encontrar m uchos ejem plos
que m uestran que una actitud dura o una desgracia han hecho a
la gente más educada, piadosa y prudente hasta en las acciones
más insignificantes. E l grado m áxim o de conocim iento vivo se
encuentra en las verdades reveladas cuando llegan a p rod u cir la
conversión de un h om bre» (§ 4 8 6 , pp. 3 5 3 y s.).

El q u e C h la d e n iu s asocie el « c o n o c im ie n to vivo» a la « c o m ­
p re n s ió n p e rfe c ta » de u n pasaje o de u n escrito , sólo se p u e d e
e n te n d e r e n el m a rc o d e la p sic o lo g ía d el efecto p r o p ia d e su
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 3 91

é p o ca , la cu al n o h ip o sta tiz a el p a sa je n i lo c o n s id e ra só lo d esd e


la in t e n c ió n d e l a u to r , s in o q u e h a c e q u e to d o s lo s c o n c e p t o s
« q u e p u e d e n s e r s u s c ita d o s p o r u n p a s a je » (§ 674> p- 5 * 8 )
in t e r v e n g a n e n la « c o m p r e n s i ó n p e r f e c t a » d e l m is m o . S i n
e m b a r g o , la c u e stió n de la c o in c id e n c ia de a u to r y le c t o r , de la
id e n t id a d d e l s e n t id o y lo c o m p r e n d id o c o m o c r it e r io , n o
p ie r d e v a lid e z , y la c o n e x ió n d e lo s d o s p r in c ip io s h e r m e n é u t i-
co s —el p r in c ip io q u e r e c u r r e a la in t e n c ió n y el q u e r e c u r r e al
e fe c to — co n stitu y e el p r o b le m a d e la te o r ía d e la in t e r p r e t a c ió n
d e C h la d e n iu s , c o m o lo d e m u e s tra d e la fo r m a m ás c la ra el t e r ­
c e r m o m e n t o q u e é l in t r o d u c e e n la c o m p r e n s ió n p e r fe c t a
ju n t o a la c o m p r e n s ió n in m e d ia ta y la c o m p r e n s ió n m e d ia ta : la
« d iv a g a c ió n » . E n e l § 6 9 0 se le e :

« L a com p ren sión m ediata es aquello que el alm a, u n a vez se


ha rep resen tad o las cosas co n te n id a s en la co m p re n sió n
in m ed iata, sigue p en sa n d o y s in tie n d o a p a r tir de ellas, lo
cual acontece p o r la aplicación de facultades de todo tipo p re ­
sentes en nuestra alm a. [ ...] G o m o aquello que llam am os una
divagación es provocado tam bién p o r u n a cierta capacidad de
nuestra alm a co n ocasión de la lectura de u n pasaje, las a p li­
caciones no son fáciles de d istin g u ir de las d ivagaciones; sin
em bargo, la d iferen cia se evidenciará de la m anera siguiente.
M ien tras, en el cu rso de n u e stro s p en sa m ien to s, segu im os
teniend o en la m ente el pasaje p o r el cual son suscitados, nos
encontram os en el p lan o de la aplicación del pasaje. Pero en
el m om en to en que ya n o pensam os en el pasaje, estos c o n ­
ceptos, aunque p ro d u cid o s p o r el pasaje, constitu yen lo que
lllam am os una divagación» (pp. 5 3 5 y *•)■

Y C h la d e n iu s a ñ a d e c o m o e je m p lo q u e

« n o hay nada más h abitu al que explicar m ediante u n pasaje


el pasaje de otro lib ro , y esto constituye u na aplicación. Só lo
92 PETER SZONDI

cuando, en el pasaje que hay que explicar, pienso en el autor


del mismo y en su vida, o en la época en que escribió el libro,
lo cual puede suceder según las reglas de la mem oria y de la
im aginación, estamos ante una divagación [ ...] » (§ 6 9 0 ,
pp- 5 3 6 ys-)-

La a n tin o m ia de C h la d e n iu s, p ro p ia de u n a h e rm e n é u tic a
basada e n la p sico lo g ía del efecto , se m u e stra p le n a m e n te
c u a n d o , e n el p arág rafo sig u ien te, C h la d e n iu s rechaza ju s ta ­
m e n te aquello q ue h a in tro d u c id o com o la tercera p a rte de la
c o m p re n s ió n p e rfe c ta de u n a pasaje o de u n lib ro , y qu e era
in h e re n te a dicha c o m p re n sió n . E n este p arágrafo leem os:

« C o m o [...] la im aginación y la m em oria trabajan en cada


hom bre de una m anera particular, presentándole en esta o la
otra ocasión cosas que en ese m om ento no pueden caer en
las m ientes de otras personas, aunque tengan los saberes
necesarios, de esto se sigue: i) que cada lector está inclinado
a hacer determ inadas divagaciones cuando tiene ocasión de
hacerlas; 2) que el a u to r de u n escrito, p o r no ser o m n is­
ciente, no puede prever las divagaciones, sobre todo si tienen
p o r objeto cosas que no suceden en su época, o que aún no
h a n sucedido, o que a ú n n o h a n sido inventadas; 3) que,
en consecuencia, el a u to r de u n lib ro n o puede co in cid ir
con sus lectores en lo que se refiere a las divagaciones, p o r lo
que 4 ) éstas n o e n tra n en la co m p re n sió n del lib ro o del
pasaje, dado que al a u to r nada ha declarado con relación a
ellas» (§ 691, pp. 537 y s.).

Cincuenta páginas más adelante se lee nuevamente frente a esto


que la «com prensión de un libro la constituyen la compren­
sión inmediata, las aplicaciones y las divagaciones» (§ 7 3 ® .
p. 5 8 2 ). Esta contradicción que Chladenius deja irresuelta en
su libro señala la problemática inherente a su teoría del signifi­
cado de un pasaje o de un libro, esto es, la cuestión de si un
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 3 93

a n á lisis d el sig n ific a d o e n sus c o m p o n e n te s aislado s (c o m o la


c o m p ren sió n in m ed iata, la a p lica ció n y las d ivagaciones), cuya
re la c ió n con la in te n c ió n del a u to r sería distinta en cada caso,
es sostenible; de si ta l^ n á lisis n o contrad ice la u n id a d d el p r o ­
ceso de la co m p ren sió n . A q u í, com o en otras partes, se da u n a
o p o sició n entre el p ro c e d e r e m p íric o , fu n d ad o en la o b serva­
ció n , y el p ro ce d er n o rm ativo , basado en p o stu la d o s—una o p o ­
sic ió n in h e re n te al ra c io n a lis m o —. C h la d e n iu s sabe p e r fe c ta ­
m ente que « c o n t r a la certeza de la c o m p re n sió n in m e d ia ta se
p o d ría o b jetar [ ...] que m uchas p alab ras, o casi todas, tie n e n ,
adem ás de su sig n ifica d o c o rrie n te , u n sig n ifica d o accid en tal,
u n sig n ific a d o fig u r a d o y u n sig n ific a d o m ás re stric to o m ás
a m p lio ; esta d iversidad de los sign ificad o s parece e n trañ ar una
consecuencia natu ral, y es que, m ien tras em plea sus palabras, el
a u to r p u ed a estar p e n sa n d o e n o tra cosa q u e la qu e u n le c to r
acaso p erciba en esas palabras**. (§ 7 4 2 , p p . 5^7 y s .). C h la d e ­
n iu s n o sólo ve la p o s ib ilid a d de esta o b je c ió n : u n o de lo s
m érito s de su o b ra es la c o n sid e ra c ió n de esta p o lise m ia de las
palabras, especialm ente de la q u e resulta del uso m eta fó rico de
las m ism as. Pero , ju n to a esta p erce p ció n , que le hace d ecir que
« ta m b ié n hay discursos verd ad eram en te a m b ig u o s» , e n co n tra­
m os otra de carácter n o rm ativo : la de que « s i b ie n en todas las
lenguas se en cu en tren los tipos de significad o m en cion ad os, no
es m en o s c ierto qu e hay frases y ob ras enteras que están c o m ­
puestas de tal m an era que el le cto r tenga que pen sar ju stam en te
lo que el au to r ha pen sad o al e sc rib irla s» (§ 742 , p . 5 8 8 ) . Y su
p erce p ció n de la re la ció n existente entre la in te n c ió n específica
de u n lib r o y su g é n e ro se h alla ig u alm en te d ism in u id a p o r el
carácter n o rm ativo que tien de a dar a esa re la ció n . Pues la c ir-
cularid ad que su p o n e el que la in te rp reta c ió n deba orien tarse a
la in te n c ió n del au to r, p e ro la in te n c ió n d ep end a de la n a tu ra ­
leza de la o b ra, que sólo en la in te rp reta ció n se da a co n o cer, es
rota p o r el p ostu lad o de que « s e p u ed e [...] su p o n e r y esp erar
94 PETER SZONDI

de todo escrito r h áb il que en su lib ro haya escrito y pensado


según las reglas pertinentes» (§ 7 0 5 , p. 551 )- E n este contexto
entra tam bién, finalm ente, el problem a que C h ladenius roza
cuando dice que « e l autor de u n escrito [...] no puede prever
las divagaciones, sobre todo si tien en p o r objeto cosas que no
suceden en su época, o que aún no han su ced id o » —el p r o ­
blem a de la historicidad tanto de las obras com o de su c o m ­
p re n sió n , del p o d er d eterm in an !* ¿ e la distancia h istórica
sobre el efecto de las obras—.
4

C h lad en iu s satisface el postu lad o de la psicología del efecto


cuando, en la d e fin ic ió n de la «com pAem sión p e rfe c ta » ,
afirm a que se com pren de «un discurso o un escrito perfectamente
cuando leyéndolo se tien en en la m ente todos aquellos pensa­
m ientos que las palabras p u ed en suscitar en n o so tro s c o n ­
form e a la razón y a las reglas de nuestra alm a» (§ 15 5 , P- 8 6).
Q ue esta p sico logía d el efecto es b ija del racio n alism o lo
demuestra la reserva incluida en la frase: «co n fo rm e a la razón
y a las reglas de nuestra a lm a» . S in em bargo, una concepción
del significado de un pasaje o un escrito así fundam entada no
puede estar con form e sin más con el postulado del raci(Mia-
lism o, según el cual las palabras —com o escribe C h lad en iu s—
« p o r ambiguas que puedan parecer cuando se leen los pasajes
superficialm ente, [ ...] tien en u n significado c ie rto » (§ 7 5 ^ ’
p. 595) > 1 ° cual legitim ará más adelante la afirm ación de que
tam bién las « in te rp re ta c io n e s» tien en « su certeza» (§ 75*>
p. 596 ). Esta certeza sólo se establece cuando p o r « s ig n ifi­
cado» no se entiende ya la totalidad de los pensam ientos des­
pertados en el lector, que m uestran una pluralidad tanto in d i­
vidual com o h istó ricam en te con d icion ad a, sino —en cierto
96 0 1
RETER S Z ND

m o d o contra el ju ic io d e C h la d e n iu s b asad o e n la p sic o lo g ía d el


e fe c to , se g ú n el c u a l lo s p a s a je s p u e d e n ta m b ié n s ig n ific a r
cosas q u e al a u to r m is m o n o le « v i n i e r o n a las m ie n t e s » (§
1 5 6 , p . 8 7 ) — só lo el c o n t e n id o d e su in t e n c ió n . E sta c o n t r a ­
d ic c ió n e n tre lo s p o stu la d o s de la p sic o lo g ía d el efecto y lo s del
r a c io n a lis m o m a rc a la d iv is ió n q u e h a ce C h la d e n iu s de la
« c o m p r e n s ió n p e r fe c t a » : la c o m p r e n s ió n in m e d ia ta , la c o m ­
p r e n s ió n m e d ia ta —es d e c ir, la a p lic a c ió n — y la d iv a g a c ió n n o
t ie n e n ig u a le s d e r e c h o s . A l a c o n s t a t a c ió n d e q u e to d o esto
in te g ra la « c o m p r e n s ió n p e r fe c ta » r e s p o n d e , lim it á n d o la , la
e x ig e n c ia d e q u e , de esto s tres m o m e n t o s d e l s ig n ific a d o , la
in t e r p r e t a c ió n só lo ha d e c o n s id e r a r , e n in te ré s de su p r o p ia
certeza, aquellos e n lo s que p u e d e s u p o n e rs e u n a c o n c o rd a n c ia
c o n la in t e n c ió n d el a u to r , c o m o p u e d e s e r lo el de la « c o m ­
p r e n s ió n in m e d ia t a » , p e r o n o el de las « d iv a g a c io n e s » , cuya
p e r te n e n c ia a l a ^ c o m p r e n s i ó n p e r fe c t a » es u n a s veces a f i r ­
m a d a y o tra s n e g a d a . P e ro el p r o b le m a es casi in s o lu b le en la
« c o m p r e n s ió n m e d ia t a » , es d e c ir , e n las a p lic a c io n e s . S in
d u d a d istin g u e C h la d e n iu s en tre las qu e s o n « n e c e s a r ia s » y las
q ue n o lo so n , p e ro in c lu so e n las « n e c e s a r ia s » n o p u e d e e v i­
ta r p e n s a r q u e éstas n o s ie m p re tie n e n q u e c o n c o r d a r c o n las
q ue el a u to r tien e en la m en te, qu e m ás b ie n p u e d e su c ed e r que
u n « a u t o r [ ...] sea d istin to de [sus le cto res] [ ...] o que se h alle
e n d esa cu e rd o c o n e llo s » . A q u í se m u estra, seg ú n él, « la d ife ­
r e n c ia q u e h a ce q u e lo s p a sa je s se a n u n a s veces m ás y o tra s
m en o s fe c u n d o s p ara el le cto r [es d ec ir, capaces de d esp erta r en
él p e n s a m ie n to s ] d e lo q u e al a u to r le p a r e c ía n s e r » (§ 6 9 4 ,
p p . 5 3 9 y s -)- P a ra este p r o b le m a n o h ay u n a s o lu c ió n in m a ­
n e n te . C h la d e n iu s se ve o b lig a d o a r e c u r r ir a p o stu la d o s q u e n o
se d e r iv a n de su a n á lis is , cu yos re s u lta d o s d e b e n s e r e n p a rte
a n u la d o s p o r e llo s. A s í, e n el § 6 9 4 , a c o n tin u a c ió n d el pasaje
a rrib a c ita d o , se lee lo sig u ie n te acerca de la fe c u n d id a d de u n
p asaje, n o sie m p re c o rre cta m e n te a p recia d a p o r el a u to r:
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - A 97
« P ero com o los discursos y los escritos deben ser considera­
dos com o explicitacion es (Erklárungen), y en consecuen cia
están elaborados de form a que se pueda conocer la o p in ió n
del autor, éste, del m ism o m odo que está de acuerdo con sus
lectores en la com prensión inm ediata, debería estar tam bién
de acuerdo con ellos en la com pren sión mediata. Pero, para
conseguirlo, todavía no se han p odido encontrar otras reglas
o m edios que puedan utilizar tanto los lectores que leen u n
lib ro sin in térp rete com o el in térp rete m ism o, que esta
regla: ceñ irse a la in te n c ió n del au to r y no ir más allá de
ella» (p. 5 4 °)■

P e ro h ay q u e p re g u n ta rse si la h e r m e n é u tic a p u e d e h o y a c e p ­
ta r la d e fin ic ió n de lo s d isc u rso s y lo s e scrito s c o m o e x p lic ita ­
c io n e s. A n te s de r e ^ o n d e r c o n v ie n e c ita r algu n as de las c o n ­
s id e r a c io n e s de G h la d e n iu s s o b r e la in t e n c ió n d e l a u t o r ,
p o rq u e p u e d e n e v id e n c ia r lo s su p u e sto s de esta c o n c e p c ió n .

« L a intención de un autor' en un pasaje o u n lib ro , o en general


en una exposición, es limitar ¡a representación que él tiene del asunto o
que él tiene en el pasaje. Po r ejem plo, V irg ilio introd u ce a D ido
en sus lib ro s. E l la ve com o una princesa que tras la m uerte
de su esposo ha h u id o de T ir o y ha fu nd ad o la ciudad de
G artago. Esto sucedió en tiem p os an teriores, y ya en su
época no se sabía m ucho acerca de ello. Esta representación
tiene sus lím ites, pues él no se representa ni los años, n i aun
el siglo, en que ella verdaderam ente vivió, ni la edad que ella
tenía cuando em prendió su huida o cuando se construyó la
ciudad, ni tam poco su re lig ió n , com o si todo esto n o le
im portase. Las circunstancias en que él pensaba le eran su fi­
cientes para im agin ar u n a aventura atrayente, aunque trá ­
gica, con Eneas, cuyas circunstancias personales tam poco se
representaba. Su in te n ció n a lo largo de todo el relato era
deleitar al lector, pues sabía que la ingeniosidad de su poesía

♦ Las cursivas s o n d e S z o n d i. [N . d e l T .]
98 PETER SZONDI

tenía que agradar a la mayoría de los lectores. —Se puede, por


tanto, apelar a la intención del autor en dos casos, recor­
dando al lector que no debe perderla de vista: i) cuando
leyendo el pasaje piensa en algo que el autor no ha pensado:
en cuyo caso va mas allá de la intención; 2 ) cuando leyendo el
pasaje no piensa en algo que el autor sí ha pensado: en cuyo
caso el lector no percibe la intención del autor o no la alcanza.
Guando se da uno de los dos, o los dos a la vez, se dice en
general que el lector se descamina o pierde de vista la intención del autor.
Pero cuando no se va más allá de la intención ni se la pierde
vista, se comprende al autor perfectamente. Hay, por ejem­
plo, lectores que, dejando a Virgilio y a la Dido que él p re­
senta, han descubierto por otros relatos el siglo en que Dido
vivió» (§§ 695 y s., pp. 14.5 Y s.) —y que han reprochado a
V irgilio el haber faltado a la verosimilitud, pues Dido vivió
trescientos años después que Eneas—.

E l ejem p lo es particu larm ente instructivo, pues esclarece, más


allá de la in ten ción de C hladenius, su concepción de la poesía y
al m ism o tiem p o p erm ite e n te n d er p o r qué p u ed e p o n e r los
escrito s p o ético s, h istó rico s, d ogm áticos y ju ríd ic o s en el
m ism o plano (sin con siderarlos iguales) y subsum irlos bajo el
m ism o concepto de explicitación, o declaración en la cual se da
a conocer la o p in ió n del autor.
C hladenius elige com o ejem plo u n poem a que recurre a una
tradición. Los críticos de V irgilio, p o r él criticados, son aquellos
que contrap onen su conocim iento del m aterial tradicional a la
e lab o ració n del m ism o p o r V irg ilio . E n este p u n to es im p o r­
tante el h ech o de que C h lad en iu s no d efien d a a V irg ilio en
nom bre de la licencia poética, p o r ejem plo, pues lo que le in te­
resa no es d efen d er a V irg ilio , sino c o m p ren d e r, d escu brir su
in ten ción . R ecu rrien d o a la cron ología, los críticos de V irg ilio
se sirven de u n conocim iento del tem a y de los datos históricos
que el poeta ha excluido en su elaboración del m aterial. L a dis-
INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LITE RA RIA - A 99

c u s ic ® con una crítica que contrasta la obra coi*-los hechos h is­


tó rico s n o h ab ría sido p o sib le si C h lad en iu s h u b ie ra puesto
c u n o ejem plo una obra que hubiera sido toda ella inventada p o r
su autor. Pero aú n m ás im p o rtan te es n o tar que n o sólo esta
fo rm a de d esco n ocim ien to de la in te n c ió n de V irg ilio , sin o
tam b ién la p ro p ia d e fin ic ió n ch ladeniana de la in te n c ió n
supone que la p oesía tien e u n objeto ex te rio r a ella. S i p ara
C hladenius « la in ten ción de u n a u to r» consiste en « lim ita r la
representación que él tiene del a su n to » , esto tiene com o p r e ­
m isa que el asunto n o es u n p ro d u cto de la poesía, sin o que
posee su realidad in d e p e n d ie n te de ella. S ó lo p o r eso p u ed e
C hladenius considerar las obras poéticas, igual que los escritos
históricos o ju ríd ico s, com o ErklSnmgen (explicitaciones) n o en el
sentido de la explicado, sino de la declaratio (p. 5 4 ° ) ; sólo p o r eso
puede ver en la regla que p rescrib e ceñirse a la in te n c ió n del
autor y no ir más allá de ella la so lu ció n de u n p ro b lem a que
había planteado la psicología del efecto: el problem a de com pa-
tibilizar la pluralidad de significaciones con la certeza de la in te r­
pretación. S i la h erm enéutica actual pone al recurso a la in te n ­
ción del autor la objeción de que ésta sólo puede conocerse p o r
docum entos exteriores a la obra m ism a, los cuales condenan a la
obra a la heteronom ía, esta ob jeción no alcanza a la d octrina de
Chladenius, pues su concepción de la poesía no se refiere desde
el p rin cip io a la poesía en sentido absoluto. L a poesía habla de
una cosa igual que u n texto de filo so fía o de h isto ria, y de esa
cosa transmite una representación: la del autor. El lector puede
form arse una idea com pletam ente distinta de la cosa o con o cer
otras ideas de la m ism a. Pero si, en interés de la certeza de la
interpretación, quiere, com o dice C hladenius, coincid ir con el
autor tanto en la co m p ren sió n inm ediata com o en la m ediata,
tendrá que hacer abstracción de esas otras ideas.
Pero esto significa que n o ten d ría sentido o p o n e r al e je m ­
plo que da C h la d e n iu s de la fig u ra de D id o en V irg ilio otros
IO O PET ER SZO N D I

e je m p lo s q u e , p o r n o e x is t ir su o b je t o f u e r a d e la p o e s íg ,
h a r ía n im p o s ib le u n a c rític a q u e se basase e n u n a c o m p a r a c ió n
d e la p o e s ía c o n su m o d e lo y la d e f i n i c i ó n c h la d e n i^ t a d e la
in t e n c ió n c o m o re s u lta d o d e l acto d e lim it a r e l a u to r la r e p r e ­
s e n t a c ió n q u e é l t ie n e d e u n a c o s a . M á fifc ie n h a y q u e t e n e r
p r e s e n t e q u e esta c o n c e p c ió n de la p o e s ía c o n s titu y e la b a se de
la h e r m e n é u tic a d e C h la d e n iu s . L o q u e h o y n o s p u e d e p a r e c e r
u n a e x c e p c ió n —u n a p o e s ía cu ya p e c u lia r id a d se r e c o n o c e p o r
c o m p a r a c ió n c o n su m o d e lo — n o lo e ra e n la é p o c a d e C h l a ­
d e n iu s , y p o r u n d o b le m o tiv o : e n p r im e r lu g a r , la r e fe r e n c ia
a u n m o d e lo e r a d e s d e la a n tig ü e d a d a lg o e s e n c ia l e n lo s d o s
g é n e r o s m ás im p o r t a n te s , la e p o p e y a y la tr a g e d ia —a d i f e r e n ­
cia, c o m o se sab e, d e la c o m e d ia —; y e n se g u n d o lu g a r , y esto es
s in d u d a lo d e c is iv o , e n la r e f e r e n c ia d e la o b r a p o é t ic a a u n
o b je t o h is t ó r ic o - m ít ic o q u e le sirv e d e b a se , c o m o o c u r r ía e n
la e p o p e y a y la t r a g e d ia , se r e p it e e l m o d e lo q u e e n a q u e lla
é p o c a a ú n d e t e r m in a b a to d a la c o n c e p c i ó n d e la p o e s ía : la
i m it a c i ó n d e la n a t u r a le z a 34. C o m o es s a b id o , el s ig lo X V I I I
c o n s id e r a b a t a m b ié n la p o e s ía l ír ic a c o m o imitatio naturae, e n
e ste ca so d e s e n t im ie n t o s q u e p e r t e n e c e n a la n a tu r a le z a d e l
h o m b r e , d e m o d o q u e u n p o e m a p o d ía e n te n d e r s e —e n el l e n ­
g u a je d e C h l a d e n i u s — c o m o u n a e x p lic it a c ió n e n la q u e se
e x p re sa b a la id e a q u e el a u to r te n ía d e u n a cosa, p o r e je m p lo ,
u n d e t e r m in a d o s e n t im ie n t o . E l c a m b io q u e e n la t r a n s ic ió n
d e l s ig lo x v i l l a l x i x a c o n te c ió e n lo s p r e s u p u e s t o s d e la p o é ­
tic a p u e d e m o s t r a r s e de m a n e r a p a r t ic u l a r m e n t e c la r a e n la
h is to r ia y la te o ría d e la n o v e la , d e l g é n e r o q u e se rá c a r a c te r ís ­
tic o d e l s ig lo X I X 35".

34 Sobre la superación del principio de imitación, cfr. Szondi, Antike undModeme ¡n der
Asthetik der Goethe&it en P. Szondi, Poetik und Geschichtsphilosophie I. Studienausgabe der Vorle-
sungen, vol. 2 , Frankfurt a.M., 1974 [Poéticayfilosofía de la historia I, Madrid, Visor, La
Balsa de la Medusa, 1992, trad. de F. L . Lisi].
35* Pueden encontrarse importantes aportaciones sobre estas cuestiones en el volumen
Nachahmung und Rlusion (Poetik undHermeneutikI), ed. de H. R. Jauft, Múnich, 1964*
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - U IOI

T a l es e l f o n d o s o b r e el q u e h a y q u e v e r la te sis d e C h la d e -
n iu s , q u e n o só lo e n u n c ia la s p re m is a s m ás im p o r t a n te s d e su
h e r m e n é u tic a , s in o ta m b ié n u n o d e lo s p u n to s e n lo s q u e u n a
h e r m e n é u tic a a c tu a l t ^ n e q u e s e p a ra rs e d e e lla . E l § 6 8 o d ic e :

« T o d o s los pasajes tratan de u n asunto, y en ellos hay o u n


con ten id o h istó rico o u n a d o ctrin a gen eral. G o m o la c o m ­
pren sión inm ediata es aquello que se nos presenta a través de
las palabras de u n pasaje, cada vez que leem os y entendem os u n
pasaje ten em o s u n a re p re s e n ta c ió n y u n c o n o c im ie n to de
u n determ inado asunto. P o r eso, esta representación de cosas,
que constituye la com pren sión inm ediata de u n pasaje, puede
verse de dos m aneras: i) com o u n concepto y una representa­
ció n in d icad os, sign ificad o s y p ro d u c id o s p o r p alabras; en
sum a, com o u n sign ificad o del pasaje; 2) com o u n c o n o c i­
m iento de la cosa de que trata el m ism o pasaje» (p. 5^5)-

E s ta d u a lid a d d e la c o m p r e n s i ó n , q u e e n la d o c t r in a d e la
in t e r p r e t a c ió n d e G h la d e n iu s n o t ie n e , p o r lo d e m á s , c o n s e ­
c u e n c ia s , s ó lo es p o s ib le p o r q u e e n la b a se d e a m b a s m a n e r a s
d e v e r está la m is m a c o n c e p c ió n . P e r o e x a m in a n d o las te o ría s
c h la d e n ia n a s d e s d e e l p u n t o d e v is ta d e u n a h e r m e n é u t i c a
a c tu a l, se o b t ie n e n lo s s ig u ie n te s r e s u lt a d o s : p o r u n p a r t e , y
c o m o ya se h a m o s tr a d o , la e q u iv a le n c ia de lo s e sc rito s h is t ó r i­
co s y d o g m á tic o s y lo s p o é tic o s , o d ic h o d e o t r o m o d o : la u n i ­
fic a c ió n d e las h e r m e n é u tic a s e sp e c ia le s en u n a h e r m e n é u tic a
g e n e r a l tie n e la c o n d ic ió n d e su p o s ib ilid a d e n la c o n c e p c ió n
d e la p o e s ía c o m o imitatio naturae-, p o r o t r a p a r t e , e n n u e s t r a
c o n c e p c ió n d e la p o e s ía h a y u n a r u p t u r a , a ú n m ás r a d ic a l q u e
las n e g a c io n e s d e é p o c a s a n t e r i o r e s , c o n la te s is d e la i m i t a ­
c ió n . C o n la c o n c e p c i ó n d e u n a p o e s ía a b s o lu t a a f in e s d e l
sig lo X IX y d e u n a p o e s ía a b stra c ta e n el X X , n o s ó lo d e s a p a r e ­
c ió la r e fe r e n c ia d e la p o e sía a u n o b je to e x t e r io r —q u e a n ta ñ o
te n ía q u e im it a r —, s in o q u e a d e m á s fu e p o s ib le u n a p o e s ía q u e
102 PETER SZO N DI

ren u n ciaba a p ro d u c ir p o r m edio de la ficció n u n objeto p r o ­


p io , u n a p o esía cuyo o b je to e ra m ás b ie n ella m ism a, y que
debía su u n id ad a la co m p o sició n de m om entos verbales, y no
sólo sem ánticos, referid os de m últiples form as u nos a otros, y
n o a la c o h e re n cia de u n o b je to im a g in a rio o de u n m u n d o
im a g in a rio 36. S i la h erm enéutica debe hoy tener en cuenta este
cam b io h istó ric o n o sólo en la c o n c e p c ió n de la p oesía, sino
en la p oesía misma-, si n o quiere re n u n c ia r desde el p rin c ip io
a la p o sib ilid ad de p o n erse a p ru eba con las obras poéticas de
los últim os cien años, n o sólo debe revisar la teoría de C h lad e-
n iu s, segú n la cual tod os los p asajes tratan de u n a cosa, de
m odo que la com p ren sión de u n pasaje p u ed e ser considerada
com o u n conocim iento del asunto de que el pasaje trata. T am ­
b ié n ha de revisar la co n cep ció n del sign ificad o , de la « c o m ­
p r e n s ió n » de u n pasaje, pu es esta c o n c e p c ió n se basa ig u a l­
m en te en la p re ex isten c ia de una cosa. P o r otra p arte , el
cam b io en la c o n c e p c ió n de la p o e sía n o p o n e en cu estió n
solam en te la u n ific a c ió n de las h erm e n é u tica s especiales en
u n a te o ría gen eral de la in te rp re ta c ió n , p o rq u e la poesía, tal
com o nosotros la entendem os, no trata de cosas y no transm ite
co n o c im ie n to s sobre ellas, com o los escritos de h isto ria y de
ju risp ru d e n c ia , p o r ejem plo. Y lo que hem os llam ado el p o s­
tulado de la re la c ió n al c o n te n id o , el cual constituye, p o r así
decirlo, un correctivo, inm anente al sistema, de esta tendencia
a la generalización, se vuelve p roblem ático . Pues si G hladeniu s
postula que la in ten ció n de u n au to r o la aplicació n , es decir,
la c o m p ren sió n m ediata de u n escrito , so n siem p re e sp e c ífi­
cos, es d ecir, d ep en d en de la naturaleza de la cosa de que trata
el escrito, esto supone ciertam ente la diversidad de las cosas de
que tra ía n lo s escritos ju ríd ic o s, históricos, filosó fico s y p o é ti-

36 Cfr. al respecto el análisis de Szondi de la Hérodiade de Mallarmé en P. Szondi, Das


lyrische Drama des Fin de siécle. Studienausgabe der Vorlesungen Band Frankfurt a.M ., 1975 >
pp. 3 1-13 8 , así como Szondi, Celan-Studien, Frankfurt a.M., 1972 -
INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LITE RA RIA - A 103

eos, p ero no u n a p o sib le d ife re n c ia en la re la c ió n de la ob ra


con las cosas. La idea de que éstas no p u ed en p reexistir a u n a
o b ra p o é tica , sin o que son p ro d u c id a s p o r ella, o in clu so
idénticas a ella, tuvo que descon ocerla u n a h erm en éu tica que
se m an tenía en el m arco de la teo ría de la imitatio naturae —cosa
que n ad ie re p ro c h a rá a u n a u to r de m ed id ad o s d el siglo
XVIII—. S i hasta ah ora se h an usado las expresiones « re la c ió n
al co n te n id o » y « re la ció n al g é n e ro » com o sinónim as, es sólo
p o rq u e lo que ellas designan n o salía del m arco d B la co n cep ­
ción chladeniana. A h o ra que hem os visto claram ente hasta qué
punto es necesario revisarlas en razón de su enraizam iento en
la teoría de la imitatio naturae, la « re la c ió n al g é n e ro » aparece,
fre n te a la « r e la c ió n al c o n t e n id o » , com o el té rm in o más
adecuado. E n efecto, los tipos de obras se d istinguen —los h is­
tóricos de los poéticos, p ero tam bién, dentro de la poesía, los
g én ero s p artic u la re s— n o solam en te p o r la n atu raleza de M.S
contenidos, sino tam bién en razón de su distinta relación a los
contenidos. Si la concepción del significado de u n pasaje o de u n
escrito debe ser exam in ad a crítica m e n te p o r estas razon es,
tam bién debe serlo la o p in ió n de G h laden iu s, hasta ah ora no
discutida, p ero que ya hem os visto expresada en varias citas, de
que en la com pren sión correcta de u n pasaje o de u n escrito se
p ro d u c e una c o in c id e n c ia o a cu erd o e n tre a u to r y le c to r.
P u ed o aqu í p asar p o r alto las d ife re n c ia s que C h la d e n ^ s
señala en esta c o in cid en cia, según se trate de la c o m p ren sió n
inm ediata, la co m p ren sió n m ediata o las divagaciones. Pues lo
que en el m arco de esta discu sión im po rta es la relación entre
la teo ría de la c o in c id e n c ia y la p re m isa de la h e rm e n é u tica
ch lad en ian a, u n a vez reco n o cid as sus raíces h istó ricas. E n el
§ 677 se l ee: co m p ren sió n inm ediata es aquella en la cual
el a u to r del pasaje tien e que c o in c id ir con todos los lectores
que e n tien d en el p a sa je » (p. 522 ). E l § 6 8 l vuelve sobre ello
para m ostrar «h asta qué p u n to el au tor coin cid e con sus lee-
10 4 PETER SZONDI

to r e s e n el c o n o c im ie n to y e n las e n s e ñ a n z a s de la cosa t r a ­
ta d a » (p . 5 2 6 ). Y p ro sig u e :

« C o m o la co m p re n sió n in m e d ia ta es al m ism o tiem p o u n


conocim iento de la cosa de que se trata en el pasaje, y el autor
de u n pasaje coin cid e con todos sus lectores en la c o m p ren ­
sió n in m ed iata, se sigue q u e: i) cu an d o el a u to r tien e p o r
verdadera una frase de u n pasaje y el lector la tiene igualm ente
p o r verdadera, el autor tiene que c o in cid ir con todos sus le c ­
to res en el co n o c im ie n to de la cosa, puesto que el m ism o
c o n o cim ien to está con ten id o en la co m p ren sió n inm ediata.
2 ) G o m o adem ás todas las verd ad es d eb en ser con sid erad as
com o enseñanzas, el au to r tien e tam b ién que c o in c id ir con
todos sus lectores en la enseñanza que en cierra la cosa tratada
en el pasaje, puesto que las enseñanzas de la m ism a cosa están
contenidas en la com pren sión inm ediata. 3) G om o todos los
pasajes son explicitaciones, todos los lectores com pren den la
e x p lic ita c ió n que el a u to r ha h ech o de la cosa tratada en el
pasaje, en la m edida en que la explicitación está contenida en
la com p ren sión in m ed iata» (pp. 5 2 6 y s.).

T a m b ié n a q u í se p r e g u n ta u n o , c o m o ta n ta s veces tie n e q u e
h a c e rlo ley en d o a C h la d e n iu s, si estas frases so n ta m b ié n a p li­
cables a la p o e sía o só lo a lo s e sc rito s h is tó ric o s y d o g m á tic o s
(es d e c ir, filo só fic o s), lo s ú n ic o s d e los q u e C h la d e n iu s tra ta
e n la p a rte d e sa rro lla d a de su te o ría de la in te rp re ta c ió n —e n la
q u e, p o r lo dem ás, y co m o L utz G eld setzer h a se ñ a la d o 37, sigue
a C h ris tia n W olff, e n cuya Lógica hay u n cap ítu lo sobre la « L e c ­
tu r a d e lib ro s h is tó ric o s y d o g m á tic o s » (Das Lesen historischer und
dogmatischer Bücher)—. P e ro C h la d e n iu s n o só lo a firm a h a b e r
« e x p lic a d o y d e m o s tra d o las reglas p a ra i n te r p r e ta r ta n to las
v e rd a d e s g e n e ra le s c o m o las h is to r ia s , h a y a n sid o exp u estas

37 L . Geldsetzer, isín/ertung, en G . Fr. M eier, Versuch einer allgemeinen Ausíegungskunst, op. cit.,
p .X I .
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 4 105

o r a lm e n te o p o r e s c rito , y e llo d e ta l m a n e ra , q u e to d a s las


in te rp re ta c io n e s d e los d em ás tip o s d e lib ro s p u e d e n re d u c irse
a e lla s » (§ 64.8, p . 4 9 7 )- E l e je m p lo d e D id o e n V irg ilio h a
m o s tra d o al m ism o tie m p o e n q u é m e d id a —y so b re to d o : e n
ra z ó n d e q u é c o n c e p to d e la p o esía—p u e d e C h la d e n iu s d e fin ir
la in te n c ió n d e l a u to s , in c lu s o e n el caso de u n texto p o é tic o ,
c o m o la « l im ita c ió n d e la r e p r e s e n ta c ió n q u e él tie n e d e l
a s u n to » (§ 6 9 5 ) . C h la d e n iu s se e n f r e n ta a a q u e llo s c rític o s
q u e h a c e n u n a in te r p r e ta c ió n falsa, es decir» "una i n te r p r e ta ­
c ió n q u e sobrepasa la in te n c ió n de V irg ilio , y, b asán d o se e n su
« v is ió n c r o n o ló g ic a » (§ 6 9 6 , p . 5 4 ^ ) . a cu san al p o e ta d e
h a b e r c o n tra v e n id o el j ^ s t u l a d o d e la v e ro s im flltu d (p o r q u e
D id o vivió tre sc ie n to s a ñ o s d esp u és de E n eas), y es este e je m ­
p lo to m a d o de la p o e sía lo q u e le lleva a d e s a rro lla r la ex p lica­
c ió n te ó ric a d el p á rra fo sig u ie n te :

« L a intelección de u na cosa es el con o cim ien to que tenem os


de esa cosa en tan to que n os re p rese n ta m o s re a lm e n te su
con ten id o. E lla se o p o n e a la lim itación o a la in te n c ió n que
se en cu en tra en el c o n o c im ie n to . P o r eso i) q u ie n tien e de
una cosa el m ism o co n o cim ien to que o tro , ha de tener tanto
la m ism a in te le cció n com o la m ism a in te n c ió n respecto a la
cosa. 2) Q u ie n tiene más in telecció n que el au tor del pasaje,
sobrep asa la in te n c ió n d el a u to r; en c a m b io , q u ie n tien e
m en o s in te le c c ió n que el a u to r, n o alcanza la in te n c ió n de
éste. 3 ) A q u ie n tien e la m ism a in te le c c ió n de u n p asaje
[¿ c o sa ?] que el a u to r, n o es n ecesario re c o rd a rle que debe
ceñ irse a la in ten ció n del a u to r» (§ 6 9 7, p p . 5 4 2 y s.).

La re la c ió n de estas tesis c o n el ejem p lo de V irg ilio es clara: los


crítico s m e n c io n a d o s p o r C h la d e n iu s van m ás allá de la i n te n ­
c ió n d e V irg ilio e n ra z ó n d e sus c o n o c im ie n to s h is tó ric o s ,
m ie n tra s q u e a lg u ie n q u e n o sabe m ás n i m e n o s de D id o q u e
lo q u e e n c u e n tr a e n V irg ilio tie n e u n a in te le c c ió n q u e c o in -
io 6 PET ER SZONDI

cide con la in ten ción del autor, p o r lo que no puede divergir


de ésta. Entre él y el poeta hay una convergencia. Pero ¿cóm o
hay que pensar esta convergencia cuando la intelección que el
lecto r tiene de la cosa no se da sin la obra, puesto que la cosa
no existe fuera de la ob ra? Guando dom ina la teoeáa de la imi
tatio naturae, cuando la lírica es entendida com o im itació n de
sentim ientos, una com pren sión correcta, una interpretación
correcta, p o r ejem plo, de u n soneto a la m uerte de la amada,
puede considerarse tal si el lector tiene la m ism a in telecció n
de la m ateria, en este caso de los sentim ientos del que llo ra a
su am ada, que el poeta —sen tim ientos que, según la con cep ­
ción reinante en la época de Chladenius, de la que su teoría de
la interpretación es testim onio, n i el poeta n i el lector deben
tener com o p rop ios—. La convergencia entre autor y lector no
se basa en la em patia n i en una id en tid ad de sen tim ientos
—sen tim ien to s que el poem a no expresa, sin o que im ita—; se
produce en virtud de la misma intelección de la naturaleza de
esos sentim ientos.
E n relación al p roblem a de la convergencia postulada p or
C h la d e n iu s, hay que observar aún que una h erm en éu tica
actual no debe som eterla a un examen crítico solamente en lo
tocante a la poesía, sino tam bién en relación a la in te rp reta ­
ció n de otros escritos. E l problem a tiene actualidad p orq u e,
en la herm enéutica proyectada p o r Gadam er, el fenóm eno de
la convergencia, del acuerdo en el sentido más enfático de la
p alabra, d esem peña u n papel im p o rtan te y, a m i p arecer,
urgentem ente necesitado de u n exam en crítico de su id e o lo ­
gía. E n Verdadj método se lee: « C o m p re n d er significa p rim a ria ­
m ente entenderse en la cosa, y sólo secundariam ente destacar
y c o m p ren d e r la o p in ió n del otro com o tal. La priitoera de
todas las condiciones herm enéuticas» es « la precom prensión
que surge del tener que ver con el m ismo asunto. [...] El sen ­
tido de la pertenencia, es decir, el m om ento de la tradición en
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 4 10 7

el com portam iento histórico-h erm enéutico, [se realiza] a tra­


vés de la com unidad de prejuicios fundam entales y sustentado­
re s» 38. G ad am er trata de su perar las antinom ias del h isto ri-
cism o m ediante u n concepto de la h isto ria del efecto
(Wirkungsgeschichte) que se basa en la misma conce^H Én de la tra­
dición. « L a distancia te m p o ra l» , se lee tam bién en Gadam er,
« n o es algo que tenga que ser superado. Este era más bien el
presupuesto ingenuo del h istoricism o: que había que despla­
zarse al espíritu de la época, pensar con sus conceptos y rep re­
sentaciones en vez de h acerlo con los p ro p io s, y que de esa
m anera podía avanzarse hacia la objetividad h istó rica. De lo
que en verdad se trata es de reconocer la clistancia en el tiem po
com o una p osibilid ad positiva y productiva del com pren d er.
N o es u n abismo abierto, sino que está lleno de la continuidad
de la precedencia y la tradición, a cuya luz se nos muestra todo
lo tra n sm itid o » 39.
Gadam er invoca, precisam ente en este contexto, a C h lade-
nius, y no sin buenas razones. Pues su doctrina del « p u n to de
vista» no se puede separar del aspecto fundam ental, hoy d is­
cutido, de la herm enéutica chladeniana, cual es el de la rela­
ción del pasaje con una cosa preexistente, que en él, com o en
Gadam er, tiene com o consecuencia el postulado de la coin ci­
dencia o el acu erdo. L a teo ría que pasa p o r ser el verdadero
m érito de Ghladenius y una audaz anticipación de la teoría del
con d icion am ien to del co n o cim ien to p o r su p o sic ió n h is tó ­
rica, tiene su lím ite en la concepción, que le sirve de base, de
la relación entre pasaje y asunto, entre com prensión del pasaje
e intelección del asunto40.
Las dos tendencias principales de la práctica herm enéutica,
la interpretación histórico-gram atical y la alegórica, tienen su

38 H .-G . Gadamer, Wahrheit undMethode, pp. 278 y s.


39 Ibid., p. 281.
40 Cfr. capítulo 5. pp- 119 y s.
io 8 PETER 5Z0N D I

o rig en en el envejecim iento de los textos, en s( h is to ric id a d 4'.


In d e p e n d ie n te m e n te de su teo ría, p o s te rio rm e n te d e s a rro ­
llada, del « p u n to de vista», C hladenius reflexiona sobre este
h e ch o en los capítulos in tro d u c to rio s de su o b ra. E n ellos
desem peña u n im p ortante papel, en relación a los escritos h is­
tóricos, el concepto de lo increíble —u n a form a de la obscuritas—.
E n el § 319 se lee:

« S e cuenta o se escribe una historia para que la crean los


lectores o los oyentes. Si la historia es verosím il y el que la
cuenta merece crédito, no hay razón para que no la creamos.
Pero nadie creerá una historia que parezca dem asiado
soprendente, absurda o fabulosa. Si, con todo, es verdadera,
nuestra incredulidad es señal de que no la com prendem os.
N o se com prenden, pues, la historias verdaderas cuando no
se las cree porque parecen demasiado soprendentes, absurdas
o fabulosas. Tales historias necesitan, pues, de una interpre­
tación» (p. 196).

U na de las razones p o r las que las historias no p u ed en ser creí­


das es para C hladenius el cambio histórico. Las historias

« pu ed en con el tiem po resultar increíbles. Pues si las cosas


que las palabras designan cambian imperceptiblemente, con
el tiempo se pondrán las palabras del escritor de historias en
relación con otras ideas, a saber: con las representaciones
que se tien en de las cosas según las circunstancias de la
época, cuando deberían representarse tal como eran en
tiem pos del narrador, cuando la cosa sucedió. Com o liga­
mos otros conceptos a sus palabras, puede ciertamente ocu­
rrir que algo que, según los verdaderos conceptos, era natu­
ral y concebible, nos parezca contradictorio o inconcebible.
En las historias de Rom a, p or ejem plo, se cuenta que algu- 4 1

41 Gfr. capítulo I, pp. 47 y ss.


IN TR O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - A 109

nos ciudadanos de Rom a llegaron a tener entre diez y doce


mil siervos. A hora, cuando con el tiempo el verdadero con­
cepto de un ciudadano rom ano ha quedado en el olvido,
mientras que esta noticia perm anece, a muchos les parecerá
increíble que un ciudadano pudiera tener tantos siervos, más
de los que hoy poseen los condes y otros señores, e incluso
los príncipes» (§ 53 » P» 2 2 ) .

E l p u n to d e p a r t id a de la r e fle x ió n de C h la d e n iu s es, de
a c u e rd o c o n su c o n c e p c ió n de la h e r m e n é u tic a , o r ie n ta d a
sie m p re a la cosa, la c irc u n sta n c ia de qu e « la s cosas q u e las
p alabras d esign an cam b ien im p e rc e p tib le m e n te » . E n el c a p í­
tu lo te rce ro , que trata de las « p ro p ie d a d e s de las p alabras, que
d e b e n ser c o n sid e ra d a s e n la in t e r p r e t a c ió n de d isc u rso s y
e sc rito s» (p. 3 9 ) , C h la d e n iu s vuelve sobre este tem a. E n él es
im p o rta n te su o b se rv a c ió n de qu e « c u a n d o u n a cosa ca m b ia
p o c o a p o c o , [ . . . ] e n n in g ú n m o m e n to se [e n c u e n tra ] u n a
razó n su ficien te p ara in tro d u c ir u n a nueva p ala b ra qu e su sti­
tuya a la a n tig u a , y así ésta se co n se rv a s ie m p re , a u n q u e el
ú ltim o s ig n ifica d o sea c o m p le ta m e n te d istin to d el p r im e r o »
(§ 8 5 , p- 43 )- E n tre las con secu en cias de este cam bio de s ig n i­
ficad o m en c io n a C h la d e n iu s el h ech o de que « c o n el tiem p o ,
una palabra usada solam ente en d iscursos serios p u ed e vcA^erse
rid icu la y d esd e ñ a b le» (§ 8 7 , p p . 43 y s -)- Estas re fle x io n e s son
d iscutibles p o r la m ism a razó n que lo es la c o n c e p c ió n ch lad e-
n ia n a de la estru ctu ra d el sig n ifica d o , esto es: la p rim a cía de la
cosa fre n te a la p a la b ra , a la qu e se atrib u ye sólo u n a fu n c ió n
d e íc tic a . D is c u tib le es ya el e je m p lo de la p a la b ra « s ie r v o » ,
que C h la d e n iu s p o n e n u evam en te a p ro p ó sito de la tr a n s fo r ­
m a c ió n p a u la tin a e im p e rc e p tib le de las cosas. C u a n d o la
« d u re z a de la s e rv id u m b re » , dice C h la d e n iu s, « s e fu e p o co a
p oco suavizando m ed ian te leyes de to d o tip o » (§ 8 5 , p . 4 2 ) , es
d ecir, cuando se p ro d u c e u n cam bio en la cosa, la frase « a lg u -
lio PETER SZQNDI

nos ciudadanos de Rom a llegaron a tener entre diez y doce m il


siervo s» resulta increíble no p o rq u e el ciudadano y el siervo
con el tiem po hayan cam biado, sino p orq u e aquí se em plean
las palabras « c iu d a d a n o » y « s ie rv o » en lugar de civis y servus
sin tener en cuenta que estas últim as palabras, p o r pertenecer
a otra lengua, p erten ecen tam bién a otra realidad h istó rica.
N o es, pues, la transform ación de la cosa tras la fachada de una
p alabra estable lo que hace in creíb le la afirm ació n , sino el
em pleo de la palabra alem ana para una cosa que ella no sign i­
fica. C hladenius no es consciente de esto debido al p red o m i­
nio de la cosa sobre el lenguaje que caraoteriza al pensam iento
de su época y que constituye uno de los puntos capitales en los
que la herm enéutica actual debe diferenciarse de la suya. Esto
se hace aún más evidente cuando Chladenius trata de los casos
en los que el sign ificad o , en su o p in ió n , no ha cam biado.
« U n a [...] transform ación im perceptible del significado p ro ­
p io de una palabra [ ...] nunca se p ro d u ce cuando las cosas
designadas por las palabras permanecen idénticas» (§ 88, p. 44)-
C o n tra su costum bre, C h lad en iu s no ofrece aquí n in gú n
ejem p lo . Los ejem plos que p on e en los dos parágrafo s
siguientes para m ostrar la constancia del sign ificad o no los
explica com o ejem plos de cosas inm utables —y habría que p re ­
guntarse si la ausencia de ejem plos en un caso y la ausencia de
explicación en otro no indican que Chladenius ve los ejem plos
que ofrece de la constancia del significado a la vez com o ejem ­
plos de la constancia de la cosa—. Estos son, p o r una parte,
térm inos com o « d o lo re s» , pero tam bién « d u r o » , « p la n o » ,
« v e r d e » , « b la n c o » o « r o jo » , y p o r otra parte térm in o s
com o « o r d e n » , «n ecesid ad » o «sem ejan za». Si Chladenius
caracteriza a estos últim os com o «palabras m etafísicas» (§ 90>
p. 45)> de los p rim eros sólo dice que expresan u n «concepto
claro, pero in d istin to » (§ 89, p. 44 )- Defacto son palabras que
designan fen ó m en o s de la naturaleza —sensaciones com o la
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA -4 III

palabra « d o lo r » , p ro p ied ad es físicas com o las palabras


« d u r o » o « b la n c o » —. Se puede su p o n er que C h lad en iu s
niega a estas palabras la posibilidad de cam biar de significado
porque no proceden de la historia —como las palabras « ciu d a ­
dano» y « sie rv o » —, sino de la física o de la metafísica, y que si
no es consciente de esta m otivación, es porque antes de la fo r ­
m ación de la con cien cia h istó rica eran sin duda posibles
—como muestra su doctrina de la interpretación—ciertas in tu i­
ciones sobre la historicidad de las cosas y su designación p o r el
lenguaje, pero no la separación esencial entre lo histórico y lo
4 0 histórico. Ciertam ente hoy no corresponde hacer una revi­
sión de las teorías de Chladenius en el sentido de esta d istin ­
ción, pero sí reconocer la condición históricam ente m udable,
si no de la naturaleza m ism a, sí de la im agen que el hom bre se
form a de ella, así com o de su expresión lingüística. Pero esto
im plica que ya no estamos tan dispuestos a excluir la p o sib ili­
dad del cambio de significado de una palabra como « b la n c o » .
Es cierto que a su afirm ación de que, cuando las cosas designa­
das p or las palabras perm anecen idénticas, no se produce n in ­
gún cambio en el significado de las palabras, añade Chladenius
lo siguiente: « P u es si o c u rrie ra que se empezase a utilizar la
palabra con otro significado igualm ente p ro p io , este cam bio
de significado p ronto sería notado p o r todo el m undo, p o r lo
que no se produciría de form a im perceptible, com o sucede en
el caso en que las cosas mismas cambian im perceptíblem entp»
(§ 88, p. 4 4 ) —y hablar de «sign ificad o p ro p io » indica que en
el im p rop io , en el figurad o o m etafórico, tal cam bio es p e r­
fectam ente posible—4*. Pero lo que hace problem ática la tesis
de Chladenius radica tam bién en la separación m ecánica entre
el significado p rop io y el im prop io —com o si el carácter h istó­
rico individual del segundo no destiñera sobre el quizá esen- 4 2

42 Cfr. capítulo 5. pp- 120 y ss.


112 PETER SZONDI

cialm ente ahistórico del p rim ero . —A u n q u e se puede afirm ar


que la propiedad física llamada blanco no está sometida a n in ­
gún cam bio histórico, en la in terpretación de textos poéticos
h abrá que guardarse de co n ceb ir el carácter h istó rico del
estrato sim bólico de la palabra y de su cam po asociativca^ólo
com o «sign ificad o im p ro p io » , ju n to al cual estaría el « p r o ­
p io » designando sólo el hecho físico —y ello p rin cip alm en te
p o rq u e, para nuestra con cepción actual, la poesía ig n o ra tal
p reexisten cia de la cosa, en este caso de u n ob jeto b lan co —.
Finalm ente habría que señaiKr que la h istoria de la lengua no
puede con firm ar la constancia, afirm ada p o r C hladenius, del
sign ificad o de las palabras: cuando C h lad en iu s dice que una
palabra com o « d o lo r » «sibm pre ha tenido el m ismo sig n ifi­
c a d o » , que « su significado nunca cam biará» (§ 89, p. 45)> a
esto p od ríam os o p o n er, com o ejem plo de lo c o n tra rio , la
palabra francesa « tra v a il» , que originalm ente no significaba
« tr a b a jo » , sin o « d o lo r » , « s u fr im ie n t o » 4"3. Q ue durante
siglos « s u fr im ie n to » significase « s u fr im ie n to » y —para
recordar el ejem plo, páginas atrás analizado, de la palabra Bos-
heit4
344— « c ó le ra » significase « c ó le r a » , no quiere decir que el
lenguaje tenga que re p ro d u cir la inm utabilidad de la cosa en
la constancia semántica. N o lo hace ya p o r la sola razón de que
la fu n ción de las palabras respecto a las cosas no consiste sim ­
plem ente en la designación, sino tam bién en la significación.
C o n el cambio en la concepción de la relación entre palabra y
cosa, lenguaje y realid ad, cam bia tanto el fu n d am en to de la
poética com o el de la herm enéutica.

43 El diccionario Robert cita un ejemplo de Bossuet: Lesgrands travauxque Notre Seigneur a


soufferts. Gfr. Littré, s.v. 2.
44 Cfr. capítulo 2, pp. 71 y s.
5

E l problem a del cam bio h istó rico y sus consecuencias para la


interpretación ocupa a Chladenius no sólo en relación al cam ­
bio de significado de las palabras, que él cree p od er red u cir al
cambio de las cosas mismas. S u doctrina del « p u n to de vista»»,
de la perspectiva en la co m p ren sió n , im plica igu alm ente el
p roblem a de la h isto ricid ad . 9 |ta teoría, expuesta p rim e ra ­
m ente en el capítulo sobre la interpretación de los libros h is­
tóricos, es luego retom ada en el capítulo sobre la in t * p r e t a -
ción de los tratados, esto es, de las obras filosóficas. E llo pone
al concepto en estrecha relación con cuestiones h isto rio gráfi-
cas y, de form a m enos m arcada, con cuestiones relativas a los
escritos teóricos. S in em bargo se puede afirm ar que C h la d e ­
nius tiene en m ente la idea de una teoría general de la in te r­
pretación. E n el § 3 0 8 se lee:

«L o que acontece en el mundo es visto de manera diferente


por personas diferentes: si muchas personas tuvieran que
relatar una misma historia, en cada relato se encontraría algo
distinto incluso si todas ellas, suponiéndoles la misma capa­
cidad, se hubieran representado correctamente el asunto. La
causa de esta diversidad está en parte en el lugar y la posición
114 P E T E R SZ O N D I

de n u estro cu erp o , distintos en cada u n o de n o so tros, en


parte en las distintas relaciones que m antenem os con las
cosas y en parte en nuestra m anera previa de pensar, de bus­
car, p o r la cual uno está acostum brado a fijar su atención en
una cosa y otro en otra distinta. Se cree com ú nm ente que
cada cosa sólo puede p ro d u cir una representación correcta,
y, p o r eso, cuando en los relatos se encuentra alguna d ife ­
ren cia, uno de ellos debe ser cierto y el o tro n o . Pero esta
regla no es co n fo rm e ni a otras verdades generales ni a un
conocim iento más preciso de nuestra alm a» (p. 18 5).

La a firm a c ió n de q ue la d e s c rip c ió n de u n a c o n te c e r varía


se g ú n la p o s ic ió n d el o b se rv a d o r, la e je m p lific a G h la d e n iu s
p rim e ro en el caso de u n a batalla de cuyo curso in fo rm a n sin
c o in c id ir tre s o b serv ad o res, « d e los cuales u n o observa la
batalla desde u n m o n te p ró x im o al ala derecha de u n ejército,
el o tro desde u n a lo m a p ró x im a al ala iz q u ie rd a , y el te rc e ro
desd e u n a p o sic ió n d e trá s de ese e jé rc ito » (p p . 185 y s .). Su
d e sa c u e rd o se d eb e en p r im e r lu g a r al h e c h o de q u e, de los
d ife ren tes m o v im ien to s qu e se p ro d u c e n , u n o s so n vistos p o r
u n o b serv ad o r, y los d em ás p o r o tro s o b serv ad o res, y e n
segundo lugar a que el m ism o aco n tecer n o se aprecia de igual
m a n era de lejos qu e de cerca. Esta rela c ió n que C h lad en iu s ve
e n tre el c o n o cim ie n to y la p o sic ió n debe e n ten d erse, pues, en
p rim e r lugar en u n sen tid o p u ra m e n te ex terio r, topográfico, y
hay q ue p reg u n tarse hasta qué p u n to esto es sólo u n a m etáfo ra
de la relatividad del co n o cim ien to —com o lo es « p o s ic ió n » en
el len g u a je de la a c tu a l so cio lo g ía d e l sa b er—. U n seg u n d o
e je m p lo de C h la d e n iu s p u e d e a y u d a rn o s a re s p o n d e r a esta
p reg u n ta. « L o m ism o [que con la batalla] » , escribe, « o c u rre
co n todas las historias; u n a re b e lió n es vista de d istin ta m anera
p o r u n fiel s ú b d ito q u e p o r u n re b e ld e , u n e x tra n je ro , u n
c o rte sa n o , u n c iu d ad an o o u n c a m p e sin o » (p. 1 8 7 ) . A u n q u e
a q u í ya n o se tra ta de u n a d ife re n c ia de p o sic io n e s, sin o de
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 5 H5

estam entos, la cual im plica ta m b ié n u n a d iferen cia de in te r e ­


ses en el re su lta d o de la re b e lió n , G h la d e n iu s c u rio sa m e n te
pasa p o r alto este aspecto: su te o ría del « p u n to de vista» nada
sabe de crítica id e o ló g ic a . S in e m b a rg o , e n m o d o alg u n o
piensa sólo en las d iferencias externas, to p o g ráficam en te c o n ­
dicionadas. Lo que llam a « p u n to de vista» lo co n stituyen más
b ien , p ara citar la d e fin ic ió n c o n te n id a e n el § 3 0 9 , '«aquellas
circunstancias de n u e stra alm a, de n u e stro cu erp o y de n u estra
p e rso n a e n te ra que h acen que, o so n causa de que, n o s r e p re ­
sentem o s u n a cosa de u n a m a n e ra y n o de o tr a » (p . 187). La
expresión « p u n to de v ista» , dice C h la d e n iu s, « p a re c e h a b e r
sido em p lead a p o r p r im e r a vez e n u n s e n tid o g e n e ra l p o r
L eibnitz, pues antes sólo aparecía en la ó ptica. Lo que co n ella
q u ería in d icar se p u ed e ap reciar m e jo r en n u e stra d efin ició n ,
que explica claram en te la m ism a idea. A q u í no s servim os de la
m ism a idea p o rq u e ésta es im p re sc in d ib le cu an d o hay que d a r
c u e n ta de las m ú ltip le s e in c o n ta b le s v ariacio n es e n los c o n ­
ceptos que los h o m b re s tie n e n de u n a cosa» (p. 188).
T an to los e jem p lo s co m o la d e fin ic ió n y, sobre to d o , la frase
re c ié n citad a m u e stra n c la ra m e n te q u e la id ea d el « p u n t o de
vista» n o tien e que ver p rim a ria m en te c o n la co m p ren sió n de u n
texto, sino con la rep resen tació n de u n a cosa. S e ría n así más p r o ­
p ios de la teo ría del c o n o c im ie n to q u e de la h erm e n é u tica . M as,
p ara C h la d e n iu s, la in te rp r e ta c ió n de u n pasaje o u n e scrito es
in se p a ra b le d el c o n o c im ie n to de la cosa de q u e el p asa je o el
escrito tratan, p o r lo que en la in te rp re ta c ió n n o se p u ed e h acer
a b stra c c ió n d el « p u n t o de v i s t a » . S in d u d a se p la n te a a q u í la
cuestió n de saber qué « p u n to de vista» tien e in terés en la in t e r ­
p re ta c ió n . D e l m ism o m o d o q u e la c irc u n sta n c ia de q u e u n a
palabra de u n pasaje tenga h o y o tro sign ificad o que en la época de
su a u to r oscu rece este pasaje y d em a n d a u n a in te rp re ta c ió n , u n
pasaje tam b ién necesita de u n a in te rp reta c ió n cu an d o el le cto r ve
el asu n to de q u e trata d esd e o tro « p u n t o de v ista » q u e el d el
ii 6 PETER SZON DI

autor. «Juzgam os, en efecto, de la naturaleza de la cosa según el


concepto que de ella tenem os. Y así, lo que contradice nuestros
conceptos contradice tamblih., en nuestra op inión, la naturaleza
de la cosa» (§ 3I 3 >pp- 19 1 y s-)- De ahí que las inform aciones de
distintas personas sobre el m ism o acontecim iento puedan co n ­
tradecirse « in d ep en d ien tem en te de que estén form uladas con
tanta sinceridad, que cada una p o d ría ju r a r con perfecta buena
conciencia que la suya es cierta» . Luego encontram os una frase
decisiva: « P e ro la historia no puede, p o r supuesto, contener en
sí nada contradictorio; sólo sus espectadores pueden representár­
sela de m anera tan diferente que sus inform aciones acerca de ella
se contradigan en algún aspecto» (p. 1 9 2 ) . L a frase es decisiva
porque nom bra la instancia capaz de relativizar las contradiccio­
nes que resultan de la diversidad de «pu ntos de vista», y esta ins­
tancia es la cosa misma, que en este caso es la historia. E n uno de
los parágrafos que siguen leem os:

« Se tiene comúnmente la historia y la representación de la


historia por una misma cosa, y en muchas ocasiones cabe
tenerlas por una misma cosa. Sólo cuando se trata de inter­
pretar la historia es preciso mostrar la diferencia y tomar
exacta nota de ella. Pues no es la historia en sí misma, sino la
representación de la historia la que necesita de una interpre­
tación cuando no es evidente para otro» (§ 318 , p. 195).

L a d iferen cia entre la h isto ria y su rep resentación es clara:

« L a historia es una, pero la representación de ella es distinta


y múltiple; en la historia no hay nada contradictorio, pero
en la representación de la historia, en las distintas represen­
taciones que se tienen de ella, pueden aparecer contradic­
ciones; en la historia todo tiene su razón suficiente, pero en
la representación de ella pueden encontrarse cosas que pare­
cen haber ocurrido sin razón suficiente» (pp- 195 Y s-)-
INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LITE RA RIA - 5 iV j

A q u í se aprecian las prem isas gn o seológicas de la teo ría ch la-


deniana de la diversidad de « p u n to s de vista», y especialm ente
de su m étod o p ara e lim in a r de la in te rp re ta c ió n las c o n se ­
cuencias de esta diversidad. Se trata de una teoría precrítica del
co n o cim ie n to —lo cual n o tien e p o r qué so rp re n d e r, pu es la
obra está escrita en el año 174-2—, b ie n que de una teo ría ilu s­
trada. Es decir: el objeto del con o cim ien to ya no se con fu n d e
con la idea del m ism o establecida p o r la instancia d om inante,
frente a la cual toda otra idea sería una h erejía, un atentado no
sólo contra la autoridad, sino tam bién —p orq u e su concepción
se confunde con la realidad— contra la realidad m ism a. A q u í se
conoce y se d efien d e el p ap el del p ro p io « p u n to de vista» en
el c o n o c im ie n to , esto es, la d ife re n c ia en tre la cosa en sí y
nuestra rep resentación de ella. Pero esta relativización es a c rí­
tica —en el sentido kantiano— p o rq u e no se plantea la cuestión
de la c o n d ició n de p o sib ilid a d del co n o c im ie n to . A p esar de
recon ocerse el ptapel del « p u n to de v ista » , no se cuestiona la
cogn oscib ilid ad de las cosas tal com o son en sí. D e la id ea de
que el « p u n to de v ista » c o n d ic io n a el co n o cim ien to ad e u n a
cosa no se sigue en abso lu to p ara C h la d e n iu s que ésta n o
p ued a ser con o cid a tal com o realm ente es. A u n q u e es verd ad
que, para p o d e r a firm ar la certeza de la in terp retació n a pesar
del papel del « p u n to de v ista » , su h erm en éu tica n o está d is ­
puesta a re c u rrir a la cosa m ism a. Pues la diversidad que crean
los distintos « p u n to s de vista» no entra en las in te rp re ta c io ­
nes de un pasaje, y la « c o s a » no es el pasaje, esto es, lo que hay
que in terp retar —en este caso, la relatividad del con o cim ien to
se e n c o n tra ría con u n a h erm e n é u tica m o d e rn a —, sin o más
b ien aquello de que el pasaje trata: la h istoria en los escritos h is­
tóricos, una verdad en los dogm áticos; y las rep resen tacio n es
que el au to r y el le c to r tie n e n de la cosa so n d istin tas. L a
diversidad de los « p u n to s de vista» se convierte en p ro b lem a
para la in terpretación p o r cuanto que u n pasaje puede resultar
n8 PETER SZONDI

incom p ren sible debido a que el lector tiene de la cosa que es


objeto del pasaje otra rep resentación que el autor. Pero esto
m uestra el cam ino a la in terp retació n : el in térp rete, escribe
C h ladenius, «d ebe representarse la historia que quiere in te r­
pretar desde los dos puntos de vista, en parte com o se la rep re­
senta aquel que la encuentra increíble y en parte com o se la ha
representado el que la ha escrito» (§ 324 > p- ?O l). Y aún más
claram ente en el capítulo fin a l de la Introducción... de C h la d e ­
n iu s, donde la in ten ció n del au to r de u n escrito, a pesar de
que C h lad en iu s recon oce la p lu ra lid ad de sentidos de un
pasaje, se erige en el referente de la in terpretación del « s e n ­
tido inm ediato» y de las «necesarias ap licacio n es»4"5: «P ara el
conocim iento histórico del autor, el intérprete ha de tomar nota
del punto de vista desde el cual el autor se ha representado la
historia y darlo a conocer a su discípulo» (§ 70 7, p . 555)- Pero
esto sign ifica que la in te n c ió n de la in terp retació n histórica
—la supresión de la distancia histórica entre texto y lector— se
m antiene todavía en la doctrina del « p u n to de vista», la cual
debería tener p o r consecuencia el reconocim iento de que no
es posible desligarse de la p ropia posición y hacer como que el
cambio histórico no se ha p roducido. D el m ismo m odo que la
interpretación histórico—gram atical se atiene al sentido com ­
p ren d id o y sustituye el signo envejecid o, la d octrin a del
« p u n to de vista» desemboca en el precepto herm enéutico de
sustituir el p u n to de vista del lector p o r el del au tor para así
retener su representación de la cosa. Chladenius precisó p o s­
teriorm ente en su Ciencia general de la historia esta teoría y su ap li­
cación en la herm enéutica histórica. A llí ensayó una tipología
de los « p u n to s de vista» que distingue el p unto de vita del
interesado, el del extranjero, el del neófito, los del amigo y el
enem igo, los de las posiciones superior e in fe rio r, el del eru - 4
5

45 Cfr. capítulo 4» pp- 95 y ss-


INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 5 119

d ito, los del anim oso y el triste y el del b árb aro . —F ren te al
ejem plo de la rebelión dado en la Introducción..., esta tipología
constituye una a p ro xim ació n a la crítica id eoló gica, sin que
C hladenius haya abandonado el postulado de u n d om in io de
la historia misma en su objetividad, p or encim a de la visiones
parciales que los distintos «pu ntos de vista» ofrecen del acon­
tecer histórico. A este postulado obedece tam bién la m etodo­
logía expuesta en la Ciencia general de la historia. A ú n a inform ación
histórica se le aplica un doble proced im ien to: i) la com pren ­
sión del docum ento origin al, es decir, del p rim er relato, que
es la base de todo otro co n o cim ie n to ; esta co m p ren sió n se
cumple según las reglas de la herm enéutica, es decir, se refiere
a la intención del autor y busca la convergencia; 2) la reflexión
sobre la inform ación recibida y el exam en de la m isma, op era­
ciones en las que están presentes los m om entos considerados
en la teoría de los «pu n to s de vista». Chaldenius distingue así
en la herm enéutica h istó rica entre u n a in terp retación de los
docum entos que salva la distancia histórica y hace abstracción
de la p ropia p o sic ió n y una reflexió n sobre la distancia h istó­
rica y sobre el p ro p io « p u n to de v ista » . T raslad an d o este
doble procedim iento a la herm enéutica literaria, se im pondría
la distinción entre la in terpretación h istó rico -gram atical y la
interpretación histórica del efecto. E n esta transposición no se
puede d ejar fu era de c o n sid eració n que la ap licació n que
C h ladenius habría hecho a los textos poéticos no saldría del
m arco de su con cepción del texto, según la cual la poesía se
refiere, no de otro m odo que la historiografía, a una cosa p re ­
existente. Por eso, la teoría del « p u n to de vista» no se refiere
al cam bio h istó rico en la com p ren sión de los textos, sino al
cambio en la representación de las cosas de que tratan los tex­
tos. Si el examen crítico de las teorías chladenianas de la in te r­
pretación y el «p u n to de vista» puede, desde la perspectiva de
una h erm en éu tica actual, ob jetar a la teo ría p recrítica del
120 P E T W SZON Di

con o cim ien to de G h laden iu s que no es p osible m an ten er a la


vez la cosa en sí y la d o c trin a de la su b je tivid a d del c o n o c i­
m ie n to (que la aceptación de ésta supone la ren u n cia a aq u é­
lla ); si, con tra la o p in ió n de G h lad en iu s, p u ed e sostener que
la ob jetivid ad del c o n o c im ie n to sólo se p u ed e lo g ra r a través
de la subjetividad, sin la reserva de u n a co m p ren sió n « in m e ­
d ia ta » separada de ella, u n a de las razones p o r las que la te o ­
ría ch ladeniana del « p u n to de vista» sólo m uy lim itadam ente
p u ed e co n sid erarse com o p re cu rso ra de las teorías p o s te rio ­
res de la relatividad del con o cim ien to a la p o sició n del sujeto,
al m enos en lo que se re fiere a los textos literario s, es la c o n ­
cep ció n de la imitatio naturae, aún d om in an te en su época. C o n
la s u p e ra c ió n de esta c o n c e p c ió n re in a r á a fin e s d el siglo
XVIII u n nuevo pu nto de vista que aún hoy determ ina nuestra
co m p ren sió n de la poesía. Q uizá pueda decirse que la n e cesi­
dad de ra d ic a liz a r la d o c trin a del p u n to de vista fre n te 3¿ a
p o s ic ió n de G h la d e n iu s se vu elve e sp e cia lm e n te clara en la
im p o sib ilid a d de e n te n d er hoy la p oesía nacid a bajo el signo
de la imitatio naturae —y ella constituye todavía la m ayor parte de
la literatu ra un iversal— si se la desconecta de las con cepcion es
p o sterio res, según las cuales la poesía crea ella m ism a su p r o ­
p io objeto.

L o s sigu ien tes c o m e n ta rio s sobre la te o ría de la m etá fo ra


expuesta en la d o ctrin a ch lad en ian a de la in te rp reta c ió n nos
servirán de con clu sió n . A u n q u e, en este p u n to , C h laden iu s se
a p ro x im a m u c h o , sie m p re en el m arco de su estu d io de la
in te rp re ta c ió n de escritos h istó rico s y d ogm áticos, a c u estio ­
nes re la c io n a d a s co n la p o e sía , n u e stra s expectativas se
en cu en tran ya m oderadas p o r los lím ites que, a causa del p r e ­
d o m in io de la cosa so b re la e x p re sió n , h u b o que p o n e r a la
c o n c e p c ió n de la p oesía de G h la d e n iu s y su época. L a te o ría
de la e x p re sió n m e ta fó ric a p arece e x ig ir, m ás aú n que otras
INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 5 121

p artes de la p o é tic a , u n a c o n c e p c ió n d el texto o rie n ta d a al


le n g u a je —y n o a la cosa—. P ero esta a p a rie n cia en gañ a. E l
hecho de que C h ladeniu s dedique a la expresión m etafórica, al
discurso fig u rad o , ya en los capítu los sobre la in te rp reta c ió n
de escritos h istó rico s y d ogm áticos, extensos estudios, en vez
de reservarlos para la co n tin u a ció n que tenía planead a, y que
trataría tam bién de los escritos poéticos, m uestra la p osibilidad
de u n con o cim ien to que, contra lo esperado, representa, para
una teoría de la m etáfora, la o rien tació n de la in terp retación a
la cosa. La razó n de esta circu n sta n cia se aclarará en n u estra
exposición de la teoría c h la d e n ia n *d e la m etáfora.
E l origen del « sen tid o fig u ra d o » lo encuentra C h ladeniu s
en el hecho de que, cuando en una cosa p ercib im os u n £ |a ro -
p ied ad , la cosa p u ed e ir acom pañad a de otra p ro p ie d ad en la
que aquélla está com pren dida com o parte suya.

«Vemos, por ejemplo, que algo co rrey se traslada con gran


rapidez de un lugar a otro. Es lo que hacen los pájaros
cuando vuelan raudos de un lugar a otro. El concepto del
movimiento rápido es así una parte del concepto del vuelo.
Cuando nos representamos un movimiento rápido, puede
ocurrírsenos, por una regla de la im aginación, la idea del
vuelo; y por eso solemos decir de alguien que corre o cabalga
rápidamente, que vuela» (§9 1, P- 4 ^)-

D e ello resulta la d e fin ic ió n del s ig n ifica d o « f ig u r a d o » , es


decir, del llam ado significad o transpuesto:

«Cuando atribuimos a una cosa una propiedad que sólo en


parte le conviene, le asignamos también, en la expresión de
nuestros pensamientos, una palabra que no le conviene p ro­
piamente, sino sólo en cierto sentido. La palabra recibe de
ese modo un nuevo significado, puesto que no designa todo
lo que comúnmente significa, sino sólo una parte. Pues es
122 PETER SZONDI

evidente que, cada vez que los pensamientos ligados a una


palabra sufren un cambio, se forma un nuevo significado. El
significado de una palabra cuando no dice todo lo que ordi­
nariamente significa, es la comprensiónfigurada o el sentidofigurado
de la palabra. Y este sentido el que se opone al sentido p ro ­
p io » (§9 2, pp. 46 y s.).

Y a este eje m p lo , p o r p rim itivo que parezca, y su in te rp re ta ­


ció n p o r C h lad en iu s, hacen ver las d iferen cias decisivas entre
su teo ría de la m etáfora y la trad icio n al. L a p rim era d ife r e n ­
cia ra d ic a en qu e C h la d e n iu s n o p arte de la e x p re sió n n o
m etafó rica, de la expresión p ro p ia , del verbumproprium, sino de
la cosa que hay que designar. N o es que el lugar de la palabra
« c o r r e r » lo ocupe la palabra « v o la r » , sino que en la re p re ­
sen tación de u n h om bre que corre se atribuye a éste, en lugar
de la p ro p ie d ad del c o rre r, la p ro p ie d ad del vo lar. Esta a tr i­
b u c ió n de u n a p ro p ie d ad extraña, o rig e n del lengu aje m eta­
fó ric o según C h la d e n iu s, m arca u n a segund a d iferen c ia con
la teo ría de la m etáfora que enseña la re tó rica antigua: C h la ­
d en iu s no en tien d e la m etáfora com o u n a co m p aració n p a r­
cial. G u an d o se dice que u n h om b re vuela, esta e xp resió n no
im p lic a , segú n él, u n a c o m p a ra c ió n en tre el h o m b re y el
p á ja ro , y m en o s aún aquella equivalencia m ágica del h om b re
y el p ája ro de la cual la explicació n de la m etáfo ra a p a rtir de
la co m p aració n es considerad a com o u n a p o ste rio r in te rp r e ­
ta ció n ra c io n a l46". C u a n d o se atribu ye al h o m b re la p r o p ie ­
dad de v o la r, a u n q u e él sólo vuela en la m ed id a en qu e el
m ovim ien to rá p id o en que consiste el c o rre r es u n m om en to
d el vu e lo , v o lar sig n ifica otra cosa que cu an d o se dice de u n
p á ja ro . P o r eso, C h la d e n iu s no d istin gu e en tre expresión p r o -

46* C fr. a este respecto, y también respecto a todo lo aquí comentado sobre la teoría
tradicional de la metáfora, H. Lausberg, Handbuch der literarischen Rhetorik, 2 vols.,
Múnich, 1960, §§ 558 y ss., pp. 285-29* [Manual de Retórica Literaria, Madrid, Gre-
dos, 1966-68, 3 vols.].
INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IiÜ L IT E R A R IA - 5 123

pia y figu rad a —im p ro p ia —, entre el verbum proprium « ® r r e r * y


la m etáfora « v o la r » , sino entre el sen tid o figurado y el sentido
p ro p io de la m ism a p a la b ra « v o l a r » . Y a a q u í b ay que p r e ­
guntarse p o r la sign ificació n de estas d iferencias p ara la teoría
de la m etáfora y p o r sus p resu pu estos.
G u an d o en la e x p lic a c ió n de la m etá fo ra C h la d e n iu s n o
recu rre al verbum proprium, sino a la cosa, es fie l a la prem isa de
toda su h erm enéutica, que hace de todo pasaje la explicitación
de u n a cosa p o r el autor, que com u nica la rep resentación que
tiene de ella. A u n q u e esta con cepción tiene para la c o m p ren ­
sió n de la p oesía el in co n ve n ie n te de que ésta queda siem pre
re fe rid a a algo que se su p o n e p reviam en te existente, au n q u e
este algo, la cosa, p o d ría tam bién ser algo origin alm en te dado
p o r la poesía, tam bién tiene, en relación a la teoría de la m etá­
fo ra , la ventaja de que la e x p re sió n m etafó rica n o es re la tiv i-
zada al verbum proprium. Es u n a ventaja p o rq u e , en la exp resió n
m etafó rica, el verbum proprium es m u cho m enos algo dado, algo
inm anente a la poesía, que la cosa. M ientras que, p ara nuestra
concepción actual, la cosa no puede ser previa a la poesía, pero
sí a la m etá fo ra —a u n q u e n o sea co n sid e ra d a com o u n
m om ento de la em p iria, sino com o u n com ponente del c o n ­
te n id o de la m etá fo ra , que com o tal ha en trad o en la m e tá ­
fo ra —, el con cepto de «verbumproprium» es el de u n a p ala b ra
que la poesía precisam en te no ha em pleado en el pasaje m eta­
fó rico . E l recurso de la expresión m etafórica a la cosa y al sig­
n ifica d o que la m ism a exp resió n tien e cuando no es m eta fó ­
rica, distingue a la m etáfo ra p o r una parte com o u n m od o de
la exp erien cia de la realid ad , y p o r otra com o u n a m o d ific a ­
c ió n de la len gu a de que p arte . Fren te a esto, el d iscu rso d el
verbum proprium d egrad a la m etá fo ra a una m era cu e stió n de
expresión, de d esignación, a una cuestión que n o tien e con se­
cuencias n i para la rep resentación de las cosas n i para el sig n i­
ficado de las palabras. L a ligazón de la poesía a u n m u n d o de
124 PETER SZO N DI

re a lid a d e s a ella p reex isten tes t i e n e ^ l p o r re su lta d o n o sólo


u n a elev ació n de la d ig n id a d de la e x p re sió n m e ta fó ric a,
p u e sto q ue ésta, re fe rid a a las cosas, es c o n c e b id a co m o u n
m * d io de c o n o c im ie n to , sin o p a ra d ó jic a m e n te ta m b ié n u n a
am p lia c ió n del significado qu e co n c ie rn e al lenguaje m ism o y
a la reflex ión sobre él.
Las dem ás c u e stio n e s d e b e n ser c o n sid e ra d a s so b re el
fo n d o de estas ideas: la cuestión de la ju stific ació n de la expre­
sió n figurada, la del papel de la m etáfo ra e n los escritos h is tó ri­
cos y filo sófico s, la de re la c ió n e n tre la m e tá fo ra y la fo rm a ­
c ió n de c o n c e p to s y, fin a lm e n te , la de la in te r p r e ta c ió n de
pasajes m etafóricos.
S o b re la cu estió n de las razones de u n a expresión m e ta fó ­
rica, escribe C h lad en iu s en el § 122:

« S e dan com ú nm ente dos razones del u so de las palabras


m etafóricas; que se las em plea en parte p o r necesidad y en
parte tam bién para expresar una cosa de una m anera agrada­
ble. La necesidad que nos lleva a usar una palabra en sentido
figurado no proviene sino del deseo de expresarnos tan p e r­
fectam ente com o nos sea p o sib le, y, p o r tanto, de usar la
palabra más vigorosa. E n consecuencia, cuando usamos una
m etáfora p o r necesidad, y la palabra elegida realm ente sirve
tam bién para expresar la cosa en todos sus aspectos, tal m etá­
fo ra es correcta. La otra razón p o r la que usam os palabras
metafóricas no es, si se la examina más de cerca, distinta de la
p rim e ra . Pues cuando se qu iere rep resen tar u na cosa con
cierta gracia y de una m anera no ord in aria, hay que, p o r así
d ec irlo , dar la vuelta a la cosa y m ostrar ciertas cualidades
especiales de la misma. Pero com o estas propiedades no tie­
nen p o r lo com ún palabras y nom bres p rop io s, es preciso o
b ien servirse de palabras generales, o b ien presentar la cosa
enteram ente [es decir, detallando todos sus aspectos, p re ci­
sándola] p o r m edio de la m etáfora y en u n solo co n cep to »
(pp. 67 y s.).
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 5 125

Y d esp u és de a n a liz a r, a títu lo de e je m p lo , la e x p re s ió n la tin a


«sulcare m are» ( s u r c a r e l m a r) a p l » a d a al m o v im ie n t o d e u n
b a rc o , p ro s ig u e C h la d e n iu s :

« L o s poetas han em pleado, tam bién en este caso, la m etá­


fora p o r necesidad, p orq u e no han podido expresar su idea
más vigorosam ente que con esta palabra. Por eso, el em pleo
de una m etáfora p o r la gracia en la expresión es sólo u n caso
especial de m etáfora usada p o r necesidad [ . ..] » (p. 68).

C o n esta a fir m a c ió n , C h la d e n iu s re v isa d e m a n e r a n o p o c o


fe c u n d a las id eas re c ib id a s de la re tó ric a a n tig u a , a ú n vigen tes
e n su tie m p o . E n la Critische Dichtkunst (Poética crítica) , de G o t t -
sc h e d , cu ya c u a rta e d ic ió n a p a r e c ió d ie z a ñ o s d e s p u é s d e la
Introducción... de C h la d e n iu s , se le e : « C ic e r ó n e n señ a e x p re s a ­
m en te en el lib r o te rc e ro , c a p ítu lo 3 8 , d el O r a d o r qu e lo s s ig ­
n ific a d o s im p r o p io s de las p ala b ras v ie n e n e n p rim e * A u g a r de
la in s u fic ie n c ia y la p o b re z a de las le n g u a s; p e r o q u e lu e g o f u e ­
r o n ta m b ié n u t iliz a d o s p a r a a g r a c ia r y a d o r n a r , d e l m is m o
m o d o q u e el v e s tid o se p e n s ó y u tiliz ó o r ig in a lm e n t e p a r a
c u b r ir n u e s tr a d e s n u d e z y p o H e r io r m e n t e p a r a e n g a la n a r ­
n o s » 47. L a id e a d e la in s u fic ie n c ia d el le n g u a je , q u e o b lig a al
uso de la e x p re s ió n m e ta fó ric a , la c o n o c ía la re tó ric a a n tig u a :
la lim it a c ió n d e l lé x ic o , la a u s e n c ia de u n verbum proprium es,
segú n Q u in t ilia n o , la c o n d ic ió n de la m e tá fo ra « n e c e s a r ia ^ 48.
P e ro la d e f in ic ió n d e la m e t á fo r a e n .G a á ts c h e d m u e s t r a q u e
esta gé n e sis, y c o n e lla e l m o m e n to d e n e c e sid a d d e la e x p r e ­
s ió n m e t a fó r ic a , d e s e m p e ñ a u n p a p e l p o c o im p o r t a n te e n la
p o é tic a de la Ilu s tra c ió n : « L a m e tá fo ra es u n a fo rm a d e h a b la r
fig u r a d a e n la q u e , e n vez d e u n a p a la b r a q u e c o n v ie n e a la

47 J- C hr. Gottsched, VersucheinerCritischenDichtkunst, Leipzig, 1730 - Reim presión foto­


mecánica de la 4 a edición aumentada (Leipzig, I 75 1 )* Darmstadt, 19 6 2 (Wiss.
Buchgesellschaft), p. 2 5 9 -
48 Q uintiliano, Institutio oratoria, 8 , 6, 34 -
126 P E T E R SZO N D I

cosa e n sen tid o p ro p io , se to m a o tra d istin ta que gu ard a cierta


sem ejanza y e n c ie rra , p o r tan to, u n a c o m p a ra c ió n p arcia l S '49.
A q u í, la existencia del verbumproprium, que perm ite negar la n e c e ­
sid ad de la m etá fo ra , se ha co n vertid o en elem en to de la d e fi­
n ic ió n de m etá fo ra , m ien tras que e n Q jiin tilia n o la necesid ad
todavía aparecía com o u n a de las razon es que ju stific a n el m al
que es la exclu sió n de u n verbumproprium del c o n te xto 5051. Fren te
a esto, G o ttsch ed observa a p ro p ó s ito de las m etáfo ras, qu e él
cita, de u n a od a de F le m in g q u e c o n el verso « la s aguas d ia ­
m a n tin a s , las e strellas p ic a r a s » , q u e « e n s e n tid o p r o p io se
h a b ría te n id o q u e d e c ir: las aguas claras, las estrellas t it ila n ­
te s » , el poeta n o s con d u ce a través de sus in g en io so s epítetos a
c o n ce p to s co m p le ta m e n te d ife re n te s; las p ala b ras m ás p r ó x i­
m as le p arec e n al p o eta d em asiado m alas (es d e c ir, d em asiado
sim p les), y « v a en busca de ideas que sean p o co com unes, p ero
q u e c o n v e n g a n a la cosa y c re e n im á g e n e s m u y a g ra d a b les al
e n te n d im ie n to c u a n d o éste p e r c ib e la sem ejan za de las m is ­
m a s » 5'. G h la d e n iu s h a b ría dado u n a e x p lic a c ió n m uy distinta
de este e je m p lo . E n lu g a r de a fir m a r , p o r u n a p a rte , q u e el
p oeta h ab ría te n id o que d ecir las « agu as c la ra s» en vez de « las
aguas d ia m a n tin a s» , h a b ría p artid o de la id ea de que la e x p re ­
sió n « la s aguas c la ra s» n o tra n sm ite p e rfe c ta m e n te la re p re
s e n ta c ió n q u e el p o e ta tie n e de la cosa, y qu e éste n o ha
e n c o n tra d o p a ra u n a c u a lid a d d el agu a q u e é l p e rc ib e u n a
p a la b ra m ás exacta en el id io m a . P o r o tra p a rte , n o se h a b ría
c o n ten tad o c o n la a firm a c ió n de que el e m p leo m eta fó ric o de
« d ia m a n t in a » crea « im á g e n e s m u y a g ra d a b les al e n t e n d i­
m ie n to » , sin o que h ab ría m ostrad o en el em p leo im p ro p io de
la p alab ra el n a cim ie n to de u n nuevo co n cep to g e n eral.

49 J . Chr. Gottsched, Versuch einer CritischenDichtkunst, op.cit., p. 264.


50 Quintiliano, op. cit.
51 J . Chr. Gottsched, op. cit., p. 264*
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 5 137

«C uand o usamos una palabra en sentido figurado, se form a


siem pre un nuevo concepto general en nuestro en ten d i­
m iento. Pues cuando la palabra se usa en sentido figurado,
sólo significa una parte de lo que norm alm ente significa.
Pero la palabra es aplicada a otra cosa, y, por tanto, una parte
del concepto m ismo queda ligada, en unas circunstancias
distintas, a otra cosa. La parte del concepto com ún que se
conserva en el uso figurado puede así ser separada (abstraída)
y considerada como un concepto general o un género, de tal
suerte que el sentido prop io y el sentido figurado constitu­
yen dos especies (species) del m ism o» (§ 94 >P- 4-8 )■

E sto p o n e de m an ifiesto que la m etáfo ra n o es algo e x te rio r al


p en sam ien to , sin o u n a de sus p o sib ilid ad e s específicas, u n o de
sus m ed ios.
S i se m a n tie n e n las d os tesis fu n d a m e n ta le s de la te o ría
c b la d e n ia n a de la m e tá fo ra : q u e i) la e x p re s ió n m e ta fó ric a
tie n e sie m p re su ra z ó n e n la au sen c ia de u n verbum proprium, y
que 2 ) c o n el e m p le o m e ta fó ric o de u n a p a la b ra s ie m p re se
fo rm a u n n u evo c o n c e p to , se tie n e n las re sp u estas a la p r e ­
gu n ta de p o r qué el le n g u a je fig u r a d o , el le n g u a je in g e n io so ,
está n atu ralm en te presen te en los escritos h istó rico s y d o g m á ­
ticos, es d ecir, filo só fic o s.
C h la d e n iu s llam a co rre cta a la m etá fo ra qu e es « u s a d a e n
in te ré s de la p re c isió n » * , es d e c ir, cu an d o la p alab ra m e ta fó ­
rica expresa la cosa de fo rm a m ás p recisa que el verbum proprium,
« d e tal m an era q u e, si n o se q u isie ra u tilizar la p alabra m eta­
fó r ic a , o b ie n c ie rto s asp ecto s q u e d a ría n in e x p re s o s, o b ie n
h a b ría que in d ic a r lo s c o n m u ch as p a la b ra s y m e d ia n te u n a
p e rífra sis, lo cual n o p o d ría h acerse sin alterar en algo el c o n ­
cepto m is m o » (§ 1 2 1 , p . 6 6 ). E sto es tanto com o d e c ir que la

* Chladenius emplea la palabra Nacháruck, que significa propiamente energía, vigor,


firmeza o énfasis en el hablar o escribir, pero que, como se desprende de sus textos,
equivale a precisión. Y ésta es la equivalencia que usaremos en adelante [N. del T .].
12 8 PETER SZO N DI

cosa m ism a puede exigir la expresión m etafórica para que su


descripción sea lo más precisa posible. Al situar Cbladenius la
expresión m etafórica p o r encim a de la esfera estética y a tr i­
b u irle esta fu n ció n , que en la retórica antigua sólo era una
entre otras, le concede su derecho a existir en las descripciones
no poéticas, p o r ejemplo en las históricas.
La im p o rtan cia de la m etáfora en la filosofía se debe, en
cambio, a su capacidad para form ar conceptos.

«G om o en el fondo de las expresiones figuradas hay concep­


tos generales, un filósofo puede aprender algo de ellas, y las
expresiones figuradas cumplen además otro cometido que el
de deleitar nuestra imaginación. Cabe, en efecto, obtener de
ellas conceptos generales que, si son explicados con claridad,
contribuyen al progreso de las ciencias. También se advertirá
que hoy se pueden encontrar prolijos tratados acerca de
ciertos conceptos filosóficos que no hace mucho eran vistos
como expresiones figuradas. Sólo en discursos poéticos se ha
llegado a decir que el hom bre es un pequeño m undo, y de
una ciudad populosa se dice todavía que es todo un mundo
de gente. Y ahora se usa el concepto de mundo en la filoso­
fía de tal manera que una gran ciudad, y hasta cada hombre,
pueden ser llamados, y en un sentido propio, pero filo só ­
fico, un m undo» (§ 96, pp. 49 y s.).

Este uso sólo es posible, según G h ladeniu s, p o rq u e « a l sentido


c o rrie n te [ ...] y al sen tid o fig u rad o de la p a la b ra » se añade
« u n te rc e ro » (§ 9 9 , p . 5 2 ) . E l uso fig u ra d o de u n a p alabra
hace aparecer u n concepto general en el que el significado p r o ­
p io y el m etafórico coin cid en . Este concepto general puede ser
separado. S i es designado con la palabra « c o r rie n te » , entonces
se tien e la palabra —p o r ejem p lo, la palabra « m u n d o » — en su
nuevo sign ificad o , el del concepto general. Este proceso viene
ejem plificado con más detalle en la palabra « g r it a r » : « T o d o el
INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA • 5 129

m un d o sabe lo que significa gritar; p ero u n o ra d o r p od rá decir


de u n a p ied ra salpicada de sangre h u m an a: la p ie d ra grita.
M ed ian te este uso»í^m rado de la p alabra ob tenem os u n c o n ­
cepto general de gritar cpn e l^ u e nos es p osible esp resar una
cosa de una form a tan c l * a y evidente, que n o escapa a la aten­
ció n de n a d ie » . (§ 9 4 , p. 4 8 )- G o m o los conceptos generales
com peten a la razón, el uso de las palabras en sentido figurado
req u iere de la razón ; p pro tam b ién la im agin ació n tiene aquí
u n p ap el. P o r p rim itivo s qu e sean los ejem p los, no bay que
subestim ar la im portancia de esta .as**a ció n de la m ettffora a la
filo so fía , u n a aso ciació n que a la vez crea u n v ín cu lo en tre
razón e im agin ació n . Fren te a la co n cep ció n trrtlic io n al, que
sigue p re d o m in a n d o después de G h la d e n iu s en la filo s o fía , y
según la cual las m etáforas n o aportan nada al pensam iento, se
esboza aquí otra que, si no m e equivoco, sólo ba sido d esarro ­
llada en n uestros días, con cretam en te en los Paradigmen zu einer
Metaphorologie52 (Paradigmas de una metaforología), de H ans B lu m e n -
berg. La respuesta a la cuestión de la interpretación que G h la ­
denius prevé para las palabras m etafóricas debe p artir de las dos
funcion es em parentadas que éstas cum plen en los escritos h is­
tóricos y en los dogm áticos: en los históricos, de la p recisión, es
decir, del plus de significado que distingue a la expresión m eta­
fó rica del verbum proprium, y sólo en virtud del cual es legítim a la
fo rm a m etafó rica de e x p re sió n ; en los d ogm áticos, del c o n ­
cepto general p ro d u cid o p o r el em pleo m etafórico de la p ala­
bra. Esta distinción m uestra a la vez la relación al contenido o al
género de la teo ría chladeniana de la in terp retación . S i ésta es
concebida com o una teo ría gen eral, lo cual se m an ifiesta re s­
pecto a la m etáfora en que ésta no se lim ita a los escritos p o é ti­
cos, sino que es entendida com o una p osibilid ad fundam ental
de expresar una cosa, el em pleo m etafórico de una palabra es,

52 H. Blumenberg, Paradigmen zmeiner Metaphorologie, Bonn, 1960 [Paradigmaspara una meta-


foroiogía, Madrid, Trotta, 2 0 0 3, trad d e j. Pérez de Tudela].
130 PETER SZONDI

según Ch ladenius, distinto según aparezca en un texto h istó ­


rico , dogm ático o —aspecto que C h lad en iu s no desarrolla—
poético. E n los escritos filosóficos, la interpretación debe p re ­
cisar el concepto general que contiene la m etáfora. Cuya oscu­
ridad puede resultar de que un concepto separado queda, como
siem pre, asociado al m etafórico, pero —com o escribe C h lad e­
nius— « n o es exactamente aquel que el autor ha pensado. Pues
com o una palabra puede tener más de u n significado m etafó­
rico , la asociación con este o aquel concepto general depende
de las demás representaciones de u n lector. Q uien no posee los
conocim ientos que tiene el autor de la obra doctrinal no p en ­
sará lo m ism o que él al leer las palabras m etafó ricas» (§ 5 6 5 .
pp. 2 4 8 y s.). Q uien, p or ejem plo, no estéfaiJfcaM irgdo con la
filosofía de Leibniz, podría entender su com paración del alma
a una m áquina com o si Leibniz se refiriese al m om ento de la
necesidad. M ientras que este lector concibe la necesidad que
subyace en los cambios de una máquina como una característica
que él luego adopta como concepto general para el pasaje, en
Leibniz es, por el contrario, el hecho de que el alma tiene, como
la m áquina, en ella misma las causas de sus cam bios, que en
ambas constituyen su belleza, m ientras que la necesidad es una
lim itación y una im perfección. Por eso debe la interpretación de
una m etáfora en los escritos filosó fico s re c u rrir al sistema del
autor. Tam bién aquí se ve que el m odo de interpretación
depende del género del escrito, pero tal recurso supone la cohe­
rencia lógica del libro, la cual concuerda con la definición de la
filosofía, pero no con la de la poesía. E n qué medida el concepto
de la filosofía está igualmente som etido al cambio histórico, de
m odo que, p o r ejem plo, u n texto filosófico hoy pod ría tener,
com o la poesía, su propia temporalidad, que hace que los cono­
cimientos se tornen falsos en el curso de la evolución del pensa­
m iento sin que tengan que ser falsos en el lugar en que están
expresados, es una cuestión que aquí sólo puedo apuntar. Igual­
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 5 I 3I

mente debo pasar p or alto la cuestión de si el recurso al sistema,


el cual está constituido p or la totalidad de los pasajes, conduce al
círculo hermenéutico y en qué m edida éste se distingue del que,
en un caso análogo, se crea en u n texto poético.
E n los escrito s h istó ric o s, la in te rp re ta c ió n no debe
d eterm in ar el concepto gen eral, sino la precisión. T oda p ala ­
bra que expresa la cosa de fo rm a más detallada es más precisa
que otras que « d ic e n lo m ism o , mas sólo hasta cierto
p u n to » (§ 1 1 4 , p. 6 3 ). La apreciación de la p recisión, quwen
Ghladenius en m odo alguno se reduce a la inM Brpretacün de
m etáforas, es justam ente una de las principales tareas h erm e ­
néuticas. E lla se basa en la im p o rtan te idea de que « e n una
lengua no es fácil e n c o n tra r dos p alabras in d ife re n te s [es
decir, con idéntico sig n ifica d o ]» (§ I I I , p. 6 o ). Pero ¿cóm o
apreciar la p re cisió n de una p ala b ra? H ab ría que « re c ^ a ir
otras inform aciones que indicasen las circunstancias en que el
h isto riad or repara. A qu ellos pasajes que tratan de las m ismas
historias son pasajes paralelos, y en ellos vemos cóm o la co m ­
paración de pasajes paralelos puede descubrirnos la precisión
de las palabras m etafóricas» (§ 3 9 3 , p. 278 ).
La im portancia de la teoría chladeniana de la interpretación
reside principalm ente en su carácter m aterial53, algo que su dis­
cusión del m étodo de los pasajes paralelos, entre otras cosas,
confirm a. E l posible mal uso en su aplicación y las reglas
mediante las cuales Chladenius quiere excluir la posibilidad de
este mal uso, pueden ser examinados en el marco de la exposi­
ción de otra hermenéutica general: la de Georg Friedrich M eier.

53 Cfr. supra, p. 62.


ó

Una de las del exam en crítico que aquí se intentará lle ­


var a cabo, en lugar de hacer una exposición puram ente h istó­
rica o de desarrollar una nueva teoría herm enéutica, es la de
m ostrar el con d icion am ien to h istórico de las teorías h *|m e -
néuticas. Los filó lo go s y teólogos contem poráneos del clasi­
cismo de W eimar y del idealism o alem án adoptaron una p o si­
ción contraria a las concepciones tradicionales de la filoso fct
de la Ilustración , tam bién m anifiestas en la herm enéutica de
mediados del siglo, pero que se diferencian de las expuestas en
la obra de Ghladenius en puntos im portantes, a pesar de tener
unas y otras sus raíces en la filosofía leibnizo-w olffiana. O bra
destacada de esta herm enéutica ilustrada es el Versuch einerAllge-
meinen Auslegungskunst (Ensayo de un arte general de la interpretación), de
G eorg Friedrich M eier, que vivió de 17 18 a 1777 Y fue p rofeso r
de filosofía en H alle. D iscípulo de A lexander G ottlieb B au m -
garten, discípulo éste a su vez de W olff y autor de la Aestheticas i,
en 174 8 publicó sus Anfangsgründe allerschónen Künste und Wissenschaften
(Principios de todas las bellas artesj ciencias), que le valieron la conside- 54

54 A. G. Baumgarten, Aesthetica, 2 vols., Frankfurt a .O ., 17 5 0 -17 5 8 .


134 PETER SZONDI

ración de cofundador de la eatética alem ana55. E n tra s us demás


obras bay que m encionar una Metafísica ( l 755 - I 759) y una 7éo-
ría de la razón (17 5 2 ). Estas últimas obras fu ero n en su época más
apreciadas que el Ensayo de un arte general de la interpretación, al que
in clu so las exposiciones históricas de la h erm en éu tica, sin
duda debido a su orientación unas veces teológica y otras filo ­
lógica, no d ed icaro n la atención que m erecía. Sólo con su
re im p resió n ( 1 9 6 5 ) 56 p o r in iciativa de Lutz G eldsetzer ha
vuelto el Ensayo de M eier a ser accesible y objeto de discusión. A
q u ien lo exam ina después de haber leíd o la ob ra de C h la d e -
n iu s, lo p rim e ro que le llam a la aten ció n es una d iferen cia
externa. E n contraste con la extensa obra de Chladenius, que
trata del tema en todos sus aspectos y utiliza abundantes ejem ­
p lo s, el Ensayo de M eier es una o b ra sum aria, el esquem a de
una herm enéutica más que una herm enéutica. La obra se u ti­
lizó com o co m p en d io , com o lib ro de texto en la actividad
docente de M eier. Todavía en la época de Hegel había para los
cursos u n m anual p ro p io o ajeno utilizado com o base de las
lecciones. Las lecciones no servían propiam ente para transm i­
tir el saber —esta función la cum plían, y la cum plen aún, de un
m odo incom parablem ente m ejo r los lib ro s—; servían para
explicar y discutir un texto que todos los estudiantes tenían a su
d isp o sició n . A u n q u e existía la p o sib ilid ad de la crítica al
m an u al de otro , esta fo rm a de enseñanza im plicaba cierta
autoridad del m od elo del com pen d io , basada en el consenso
de la ciencia. E l individualism o del siglo X IX tuvo p o r conse­
cuencia la supresión del m anual en las lecciones sin que estu­
viese garantizada la autenticidad de lo que se ofrecía en los
cursos. A unque en nuestros días la crítica a la form a tradicio­
nal de la lección se hace oír cada vez más, no está de más im a-

55 E . Bergmann, Die Begrundung der deutschenÁsthetikdurchAlexander Cottlieb Baumgarten und Georg


Friedrich Meier. Mit einemAnhang: G.F. Meiers ungedruckte Briefe, Leipzig, 19H-
56 Cfr. supra, p. 641 nota 2 4 -
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 6 135

gin ar esta evolu ción h istó rica y, si es p osib le, p ro p o n e r, en


lugar de la tradicion al « le c c ió n m ag istral» , p o r una parte el
trabajo de inve!^ig®i<fci colectivo, y p o r otra el coloquio, en el
que u n texto dado es explicado y discutido ya no e|i u n m o n ó ­
logo, sino en una conversación.
U na d iferencia m enos exterio r entre el Ensayo y la h erm e ­
néutica de Chladenius se encuentra en la fundam enta ció n que
la de M eier recibe qua herm enéutica genem i. Tam bién C hlade­
nius se p rop on ía fu n d ar u n arte general de la interpretación.
Chladenius veía la base com ún de las herm enéuticas especiales
en el carácter explicitador del pasaje: todo pasaje, y p o r ende
todo escrito, constituye una explicitación, que es la declaración
del autor sobre u n tema. La herm enéu tica chladeniana es así
una herm enéutica textual. E n cam bio^M eier d efine el arte de
la interpretación com o « la ciencia de las reglas cuya observa­
ción permite conocer los significados a partir de sus signos» (§ I,
p. l); la suya es una herm enéutica de los signos, y como tal ten ­
dría que ser considerada en relación con la teoría general de los
signos, teoría que, partiendo de Saussure, ha desarrollado, p or
ejem plo, Roland Barthes. Pero pronto m ostrarem os hasta qué
punto la herm enéu tica de M eier, a causa precisam ente de su
concepción del signo, se halla anclada en el optim ism o de la
filosofía ilustrada de Leibniz y de Wolff, p or lo que, incluso en su
aspecto más formal, contiene ideas históricamente condicionadas.
Guando M eier subsume el arte de la interpretación bajo la
característica com o ciencia de los signos y dice que este arte
« o b tie n e sus p rin c ip io s de la característica u n iv e rsa l» (§ 3 ,
p. 2 ), se refiere a todas luces a la característica universal ela­
borada p o r L eibn iz a los veinte años en su d isertación De Arte
combinatoria (L eip zig , 16 6 6 ) . N o debe, sin em bargo, pasarse
p o r alto el hecho de que, ya en la herm enéutica de los Padres
de la Iglesia, el concepto de signo había llegado a ser un c o n ­
cepto fundam ental de la teoría de la interpretación. E l De doc-
136 peter szondi

trina christiana de S . A g u s tín , e s c r ito h a c ia el 4 ° ° y de g r a n


in flu e n c ia e n la h e rm e n é u tic a b íb lic a d e lo s tiem p o s p o s te r io ­
res, p arte de u n a d e f in ic ió » d e lo s té rm in o s « c o s a » y « s ig n o » .
E n el c a p ítu lo I I d el lib r o I se le e :

«T od a instrucción se reduce a enseñanza de cosas y signos, mas


las cosas se conocen p o r medio de signos. Por lo tanto, den o­
m inam os ahora cosas a las que no se em plean para significar
algo, como son una vara, una piedra, una bestia y las demás por
el estilo. N o hablo de aquella vara de la cual leemos que in tro­
dujo M oisés en las aguas amargas para que desapareciera su
amargura; ni de la piedra que Jaco b puso de almohada debajo
de su cabeza; n i de la bestia aquella que A brahám inm oló en
lugar de su h ijo . Estas son de tal m odo cosas que al m ism o
tiem po son signos de otras cosas. Existen otras clases de signos
cuyo uso solam ente se emplea para denotar alguna significa­
ción, como son las palabras. Nadie usa de las palabras si no es
para significar algo con ellas. De aquí se deduce a qué llam o
signos, es decir, a todo lo que se em plea para dar a conocer
alguna cosa. Po r lo tanto, todo signo es al m ism o tiem po
alguna cosa, pues lo que no es cosa alguna no es nada, pero no
toda cosa es signo. E n esta división de cosas y signos, cuando
hablam os de las cosas, de tal m odo hablam os que, a pesar de
que algunas pueden ser empleadas para ser signos de otra cosa,
no embarace su dualidad el fin que nos propusim os de hablar
prim ero de las cosas y después de los signos. Retengamos en la
m em oria que ahora se ha de considerar en las cosas lo que son,
no lo que aparte de sí mismas puedan sign ificar» 57.

E n el lib r o I I , S . A g u stín vuelve a tra ta r d e l sig n o , y, p o r tan to ,


ta m b ié n de las cosas qua sign o s.

57 Agustinus, Vier Bücher über die christliche Lehre [De doctrina cJirisfiana]. En: A ., Ausgewáhlte Sch-
rifien, Bibliothek der Kirchenvater, vol. 8, Munich, 1925 - Ubers. S. Mitterer. pp.
II y s. [S. Agustín, Sobre la doctrina cristiana (De doctrina christiana), Obras, tom o XV,
B .A .C ., Madrid, 19 5 7, pp. 6 3 -6 5 .5 8 ; ibid., pp. 1 13 - 1 1 5 ] .
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 6 i37

« E l signo es toda cosa que, además de la fisonom ía que en sí


tiene y presenta a nu estro s sen tid os, hace que n os venga al
pensam iento otra cosa distinta. A sí, cuando vem os una h u e­
lla pensam os que pasó u n anim al que la im p rim ió ; al ver el
hum o conocem os que debajo hay fu e g o » .

Y a c o n tin u a c ió n establece la d is tin c ió n q ue todavía e n M eier


fu n d am en ta la división de la h e rm e n é u tic a:

« L o s signos son un o s natu rales y o tro s in stitu id o s p o r los


h om bres. L o s natu rales son aqu ellos que, sin elecció n ni
deseo alguno, hacen que se conozca m ediante ellos otra cosa
fuera de lo que en sí son. E l hum o es señal de fuego, sin que
él quiera significarlo; nosotros con la observación y la expe­
rien cia de las cosas com probadas recon o cem os que en tal
lugar hay fuego, aunque allí ú nicam ente aparezca el h um o.
[...] Los signos convencionales son los que m utuam ente se
dan todos los vivientes para m an ifestar, en cuanto les es
posible, los m ovim ientos del alma com o son las sensaciones
y los pensam ien tos».

T a m b ié n la h e rm e n é u tic a b íb lica tie n e q ue ver c o n tales sig­


nos,

« p o rq u e aun los signos que nos han sido dados sobrenatu ­


ralm ente y que se h allan en las Sagradas E scritu ras, se nos
com unican p o r los que las e sc rib ie ro n » 58.

La re fe re n c ia a S. A g u stín p e rm ite c la rific a r e contrario los


presupuestos específicos del em pleo p o r M eier del p ar de c o n ­
ceptos « sig n o natural» y « sig n o artificial» (en S. A gustín: in sti-

58 Ibid., pp. 49 y s.
138 PETER SZONDI

tuido) —presupuestos que quedan en la som bra cuando, com o


d^autor de la reedición, uno se contenta con observar que esta
división es convencional en la filosofía académica alem ana—59.
N o se pretend e esbozar aquí una h isto ria de la teo ría de los
sign o s, p ero es p reciso m an ten er y en te n d er el contraste
entre la co n ce p ció n del signo n a tu ra l en S. A g u stín y en el
filó s o fo del siglo X V III. E n el ejem p lo de signo n atu ral que
o frece S. A gu stín , la fu n c ió n re fe re n c ia l no es esencial al
humo-, son la observación y el conocim iento em píricos los que
ven el hum o com o signo porque ellos fund an el saber de que
« e n tal lu gar hay fu ego, aunque allí únicam en te aparezca el
h u m o » . M eier ve las cosas de otra m an era. E n el § 3 5 , que
inicia la sección dedicada a la interpretación del signo natural,
se lee: « E n este m undo, que es el m ejor, se encuentra el con ­
ju n to más vasto posible de relaciones significantes. E n conse­
cuencia, toda parte real de este m undo puede ser u n signo
natural, inm ediato o mediato, lejano o próxim o, de otra parte
real de este m ism o m u n d o » (p. 18 ) . Po r « re la c ió n s ig n ifi­
cante» entiende M eier la relación entre signo y significado. El
sign ificad o del signo es la cosa p o r él d esignada. M eier
en tien d e a la vez el sign ificad o com o la in te n c ió n del signo.
M ien tras que S. A g u stín dice expresam ente que el hum o no
in d ica intencionalmente el fuego que lo p ro d u ce , p o r lo que el
carácter significante de las cosas en cuanto signos naturales les
es exterior y accidental, para el discípulo de Leibniz y de W olff
las cosas son signos en cuanto partes que son del m undo, pues
las relaciones significantes constituyen el m undo. Las relacio­
nes significantes son prim ariam ente relaciones causales —en el
sentido del ejem plo agustiniano del hum o—. E n el § 68 se lee:

«Com o de la realidad de la causa se puede inferir la realidad

59 U Geldsetzer, Ein/eífung, op. cíf., p. XVIII.


INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 6 139
de la cosa causada, e igualm ente de la existencia de la cosa
causada la existencia de la causa real, toda causa, siendo parte
de este m undo, es, en vista de la relación unÉtersal de las
cosas, un signo natural de la cosa causada, y ésta un signo
natural de cualquiera sus causas reales» (p. 36).

E l efecto es signo de la causa, sin la cual no se produciría, pero


también la causa es u n signo del efecto, «pu es —escribe M eier—
de la realidad de la causa se puede in fe rir la realidad de la cosa
causada» (p. 36 ). Esta am pliación del sigMÜwado de lo que lla ­
mamos signo y relación significante es desarrollada en el § 72 :
« G u an d o entre dos cosas encontram os una relación real, u » a
cosa que se relaciona de una determ inada m anera con otra es
u n signo natu ral de esta otra con la que aquélla está en re la ­
ción y viceversa [ . . . ] » (p. 3 8 ) . E n M eier no sólo la re la c ió n
causal aparece com o una relación entre signo y cosa designada
—y ello en ambas direcciones, de m odo que tam bién la causa es
u n signo del efecto, y no sólo éste un signo de aquélla—; tam ­
bién se hallan en una relación significante —e igualm ente re cí­
p roca— el fin y el m ed io , y hasta el m o d elo y la co p ia . Para
com prender los motivos de esta concepción hay que distinguir
entre la rep resen tació n de las relacion es que g o b ie rn a n el
m undo y la idea de que estas relaciones son significantes. Lo
p rim ero corresponde a la filosofía de Leibniz, a la cual M eier
se rem ite cuando dice expresamente que « e n este m undo, que
es el m ejor, se encuentra el conjunto más vasto posible de rela­
ciones significantes» (p. 18 ). Desde esta perspectiva, D ios apa­
rece com o creador del m undo, pero no com o su gobernador.
E l propio m undo es, p or así decirlo, el garante de su buen fu n ­
cionam iento. El cordón um bilical entre el m undo y su creador
ha sido cortado. Pero como el m undo es de origen divino y tes­
tim o n io de D ios sin que, después de la creación, D io s tenga
posibilidad de intervenir en él y ocuparse de su curso regular,
140 PETER SZONDI

D ios tiene que haberlo organizado desde el p rin cip io como el


m ejor de todos los m undos pasibles. N o es necesario conside­
rar aquí hasta qué punto la idea de que las relaciones fu ncion a­
les que constituyen el m undo son relaciones de signos estuvo
in fluid a tam bién p o r Leibniz y su ya m encionada «caracterís­
tica u n iversal» o p o r otros autores —Geldsetzer señala a Jo h n
Locke, en cuyo Es$mconcernmghuman understanding (16 9 0 ) divide el
saber en físico, práctico y sem iótico (es decir, un saber de sig­
n o s)60—, pues para la herm enéutica de los signos artificiales,
esto es, para la parte de la teoría general de la interpretación de
M eier que podem os considerar com o una herm enéutica, para
su pansem iótica, la am p liació n de la herm enéutica a explicatio
naturae sólo tiene consecuencias en la m edida en que las p ro p ie ­
dades de los signos naturales se vuelven a encontrar, con ciertas
lim itaciones, en los signos artificiales, mientras que la interpre­
tación de estos últim os recibe sus reglas, tam bién con ciertas
lim itacion es, de los p rim ero s y —éste es el p unto decisivo— la
relación del intérprete con el autor del texto a interpretar tiene
p o r m odelo la actitud que se debe adoptar ante el C read or del
m undo. La doctrina de los signos artificiales y su interpretación
es en M eier una m od ificación de su d octrina de los signos
naturales y su in terp retación . P o r eso hem os de re ferirn o s a
éstos en p rim er lugar.
D e la p rem isa tom ada de L e ib n iz , según la cual este m u n d o
es el m e jo r (M e ie r su p rim e la a d ic ió n « d e los m u n d o s p o s i­
b le s » ) , n o só lo se sigu e que en él « s e e n c u e n tra el c o n ju n to
m ás vasto p o s ib le de r e la c io n e s s ig n ific a n t e s » (p . 1 8 ) , sin o
ta m b ié n —c o n se c u e n c ia esta m ás im p o r ta n te p ara la h e r m e ­
n éu tica de los sign os a rtificiales— que « lo s sign os natu rales son
los más p erfecto s que cabe h allar en este m u n d o » (§ 3 7 , p. 19 ).
D io s es el au to r de la re la c io n es sign ifican tes en este m u n d o , y

60 Ibid., p. XVII.
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 6 I 4I

todo sign o n atu ral es u n efecto de la acció n d ivin a. « R e sp e c to


de D io s —e scrib e M e ie r—, to d o sig n o n a tu ra l es u n p ro d u c to
de su a lb e d río , y p o r tan t®« u n re su ltad o de la m ás sabia e le c ­
ció n y de la m e jo r v o lu n ta d » (§ 3 8 , p . ig )- S i en tre el efecto y
la causa b ay u n a re la c ió n s ig n ific a n te , es d e c ir, si el e fe cto es
sie m p re u n sign o de la causa, tanto lo s sign os n atu rale s co m o
lo s a rtific ia le s s o n sig n o s de sus a u to re s, se m e ja n te s a e llo s,
s ie m p re qu e esta se m eja n z a n o haya q u e d a d o fr u s tra d a p o r
o tro facto r, p o r e jem p lo , p o r la torpeza del a u to r que se e q u i­
voca en la e le c c ió n de los sig n o s. L o s sign os n atu rale s, p o r su
p a rte , s o n re su lta d o de la m ás sab ia e le c c ió n y de la m e jo r
v o lu n ta d ? t n e llo s c o n flu y e n to d as las p e rfe c c io n e s de D io s .
Pero ¿ e n qué con siste la p e rfe c c ió n de los sign os n a tu ra le s? E l
§ 4 o lo p re cisa : « C u a n t o m ás fe c u n d o e im p o rta n te o d ig n o
es u n s ig n o ; cu an ta m ás c la r o , j u s t o , , c ie rto y p r á c tic o , m ás
p e rfe c to e s » (p . 2 0 ) . C o m o esta p e r fe c c ió n de lo s sig n o s
n a tu ra le s se m a n ifie s ta de n u e vo e n lo s sig n o s a rtific ia le s , si
b ie n e n el m arc o de la m o d ific a c ió n an tes se ñ a la d a , h ay q u e
p re cisar lo qu e M e ie r e n tien d e p o r ellos:

«La fecundidad del signo (copia, foecunditas signi) es aquella perfección


suya p or la cual es posible reconocer la realidad de gran
número de cosas [...]. Así pues, en la medida en que un signo
designa o bien numerosos significados coordinados o subordi­
nados entre ellos, o bien num erosas determ inaciones de un
significado, es un signo fecundo (§ 4 1. p- 2 l). La magnituddel signo
(magnitudo signi) es aquella perfección suya p o r la cual designa
grandes cosas [...]. Los grandes significados tienen o bien una
gran magnitud física o b ien una gran magnitud m oral, y de
esta última se dice que es digna de respeto. La gran magnitud
física es propia de todo aquello que es causa de grandes efectos,
o efecto de grandes causas, o de un todo compuesto de partes
grandes y numerosas. La dignidad implica que algo no es con­
trario a las virtudes más altas y nobles, sino que es conform e a
142 PETER SZONDI

ellas y las p ro m u eve (§ 4 7 , p p . 2 4 y s .). La claridad del signo (claritas


signi) es aq u ella p e rfe c c ió n suya p o r la que es p o s ib le d is tin ­
gu irlo suficientem en te n o sólo a él, sin o tam bién a través de él
los sign ificad os de todas las dem ás cosas (§ 5 0 , p . 2 6 ). La verdad
del signo1" (ventas signi) es aq u e lla p e rfe c c ió n suya p o r la cu al la
v e rd a d e ra re a lid a d de la cosa d e sig n ad a p u e d e ser c o r re c ta ­
m ente reco n o cid a a p a rtir de él. Un signofalso (signumfalsum) es o
u n signo que n o tiene n in g ú n sign ificado, o u n signo cuyo sig­
n ific a d o n o h a sid o , n o es y n o será n u n c a nada real, o u n
signo cuyo sign ificado es de hecho real, p e ro que n o puede ser
re c o n o c id o a p a rtir del sign o m ás que m e d ian te u n acto de
c o n o c im ie n to e rró n e o (§ 5 7 > P- 3 ° ) - La certeza del signo (certitudo
signi) es aquella p erfe cció n suya p o r la cual es cierto que él n o es
sim plem en te u n signo, sino tam bién u n signo de u n a cosa que
existe verdaderam ente e n este m u n d o y de la m agnitud que de
ella se d ic e » (§ 5 9 >P- 3 1 )-

El signo n a tu ra l es d e fin id o todavía, de m a n e ra negativa, p o r


la ausencia de am bigüedad en él:

« Un signo ambiguo (signum ambiguum, ampbibolicum) es u n signo que


tiene varios significados. Cuantos más significados tiene un
signo, cuanto más distintos y opuestos éstos son y cuanto más
indiferentes son la facilidad o la dificultad con las que p u e ­
den ser reconocidos a p artir del signo, mayor es la am bigüe­
dad del signo y m ayor la dificultad para reconocer a partir de
él un significado preciso. Por eso, los signos naturales no son
am biguos. Toda in terp retació n de signos naturales de cuya
verdad [conform idad] se siguiese que los signos naturales son
am biguos es una interpretación falsa. Y cuanto m ayor fuese
la am bigüedad de los signos naturales deducida de tal in te r­
pretación, más contraria sería ésta a la reverencia herm enéu­
tica que se debe a D io s» (§ 55, p. 2 9 ).

6 l* Es decir, conformidad.
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 6 143

L o q ue en d Jfc n itiv a q u ie re M e ie r d e c ir c u a n d o c o n s id e ra lo s
s ig n o s n a tu ra le s c o m o lo s m ás p e r fe c t o s , a la vez q u e lo s más
prácticos, se d e sp re n d e d el § 6 5 :

« L a vid a de lo s sig n o s n a tu ra le s (vita signorum naturalium) es


aquella p e rfe c c ió n suya p o r la cual sig n ifican algo cuyo c o n o ­
cim ie n to es ú til a lo s h o m b re s, p o r e jem p lo cu an d o lo s sig ­
n o s natu rales so n n e ce sario s a los h o m b re s p ara alcan zar sus
verd ad eros fin es y fav o re cer su b ien estar, cu ando están o r d e ­
n a d o s a fa v o re c e r la v ir tu d e im p e d ir el v ic io y c u a n d o en
g e n e ral su in te rp re ta c ió n es n ecesaria y ú til a los h o m b re s si
éstos q u ie re n o b ra r co m o exige la verd ad era p e rfe c c ió n , que
d e b e n a lcan za r. [ . . . ] Q u e lo s sig n o s n a tu ra le s se an lo s m ás
vivos, se e x p lic a ta m b ié n p o r q u e to d o lo q u e e xiste e n el
m e jo r de los m u n d o s es u n m e d io al servicio de la r e lig ió n ,
de la m áxim a fe licid ad de lo s esp íritu s y, p o r tan to , tam b ién
de la virtud>W (pp. 3 4 y s .).

M e ie r em p lea la p a la b ra « p r á c t ic o » e n el se n tid o q u e e n c o n ­
tram o s ta m b ié n en el títu lo d el tratad o de ética de K a n t , la Crí­
tica de la ra^ón práctica-, p r á c t ic o es lo q u e tie n e q u e v e r c o n el
d e b e r ser. G u a n d o M e ie r d ice q u e lo s sig n o s n a tu ra le s s o n lo s
m ás p r á c t ic o s , a la vez q u e lo s m ás v iv o s, n o p o d e m o s n o
r e c o r d a r el « c o n o c im ie n t o v iv o » d e q u e h a b la C h la d e n iu s .
U n c o n o c im ie n to es vivo si tie n e p o r c o n s e c u e n c ia jm acto de
la v o lu n ta d ; p o r e so , u n s ig n o q u e h a ce p o s ib le u n c o n o c i­
m ie n to vivo es « p r á c t ic o » e n el se n tid o q u e v e n im o s c o n s id e ­
r a n d o . P e ro m ie n tr a s q u e C h la d e n iu s h a b la b a d e l c o n o c i­
m ie n to vivo c o m o d e u n a a p lic a c ió n posible, d e u n a p o s ib le
c o m p r e n s ió n m e d ia ta de u n p a sa je o u n e s c r ito , e n M e ie r la
p e r fe c c ió n qu e este c o n o c im ie n to vivo tie n e p o r c o n se c u e n cia
es p o s tu la d a c o m o u n asp e c to e se n c ia l d el s ig n o n a tu r a l. E s ,
p o r ta n to , e se n c ia l sa b e r q u é r e la c ió n existe p a ra M e ie r e n tre
144 PETER SZONDI

los signos artificiales, de los ^ 0 le s se com ponen los escritos, y


los signos naturales. Se pod ría concebir una teoría de los sig­
nos artificiales producidos p o r el h om bre que fuese lo contra­
rio de la d octrin a antes expuesta de los signos natu rales, o,
podríam os decir, de los signos divinos; se pod ría concebir una
teoría que describiera las perfecciones de los signos naturales
sólo para acentuar, p o r contraste con ellas, las im perfecciones
de los signos artificiales, signos que carecerían de m agnitud y
de fecu n d id ad , incapaces de garantizar la c o n fo rm id a d y la
certeza y poco apropiados para orientar la conducta. U na teo ­
ría pesim ista com o ésta sería perfectam ente concebible, pero
no para « filóso fo de la Ilustración seguidor de Leibniz. Para
Leibniz, este nuestro m undo es el m ejor de los m undos; no es
posible op o n erle otro m undo divino. ¿ S o n entonces los sig­
nos artificiales tan perfectos com o los naturales? S í y n o . Los
signos artificiales los elige el h om bre, y los naturales los elige
D ios. Estos últim os son fruto de « la más sabia elección y de la
m ejo r vo lu n ta d » (§ 3 8 , p. 19 )- Esto no pu ed e postularse de
form a general para la elección hum ana:

« U n creador de signos inteligente y razonable [el autor] [se


sirve] de signos p o r él elegidos para designar cosas que no
sólo son, consideradas en sí mismas, las más perfectas de las
posibles, sino tam bién las más acordes con sus propias p e r­
fecciones y con las perfecciones de aquellos para los que él las
designa [los lectores]» (§ 86, p. 4 5). S
i

S i tal es el caso, si los signos son elegidos de m anera « in t e li­


gen te» (§ 84 , p. 4 4 ), su significado es bueno. Si, p o r el co n ­
tra rio , han sido torp em ente elegidos, « o no tien en s ig n ifi­
cado, o lo tienen m alo, o designan m alam ente un significado
b u e n o » (p. 44 )- Pero estos signos no deberían ser intrepreta-
dos. Sólo p od rían ser objeto de interpretación si la in te rp re ­
tació n intentada p on e de m an ifiesto que han sido « to r p e -
IN TRODUCCIÓN A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - i 145

mente elegidos» (§ 8 5, p. 4 4 ). Esto quiere decir que cuando,


en el trabajo de interpretación, el i® é r p r e t e se pregunta p o r
el significado de los signos, lo cual a la vez revelaría si éstos han
sido elegidos de m an era torp e o in teligen te, no lo hace sin
p re ju icio s. Pero la intBtpfffetación parte de la su p o sició n de
que los signos han sido elegidos de m anera inteligente, y com o
signos así elegidos los considera el in térprete a m enos que se
demuestre lo contrario. Es decir, la interpretación utiliza ella
m isma esta suposición com o u n criterio ; si esta suposición es
contradicha, si se dem uestra que el signo ha sido torpem ente
elegido, ello no es tanto u n resultado de la in te rp reta ció n
com o una señal que advierte de que la in terp retació n ha de
interrum pirse, de que debe ser abandonada. M eier utiliza para
esta circunstancia, que no sólo es de un gran im portancia para
su h erm enéu tica, pues tam bién la en co n traríam os de una
form a m odificada en nuestra práctica herm enéutica, el c o n ­
cepto de la equidad hermenéutica.

« La equidad hermenéutica (equitas hermenéutica) es la tendencia de


un intérprete a tener p o r herm enéuticam ente verdaderos
aquellos significados que son más acordes con las perfeccio­
nes del autor de los signos mientras no se demuestre lo con ­
tra rio . C uando esta equidad es considerada en relación a
D ios, puede ser llam ada reverencia hermenéutica a Dios (referentia
ergadeum hermenéutica)» (§ 39, p. 2 0 ).

C om o p rin c ip io de la in terp retación de los signos naturales,


esta afirm ación descansa en un concepto de D ios cuya verdad
la h erm en éu tica no tien e que d em o strar: es algo con lo que
ésta cuenta. O tra cosa sucede con este p rin c ip io cuando es
aplicado a la in te rp reta ció n de los signos artificiales. E n la
interpretación de estos signos tendría que haber una idea p re ­
via del autor y de sus perfecciones análoga a la idea de D ios. A
M eier no se le escapa esto.
14 6 P E T E R SZO N D I

« U n in té rp re te —escrib e — que in te rp re ta sign os in te n c io ­


nales debe co n sid e rar h e rm en éu ticam en te verd ad ero aquel
sign ificad o que es más acorde co n las p e rfe ccio n e s del autor
del m ism o m ientras no se evidencie lo co n tra rio . E n co n se ­
cuen cia debe con ocer, tanto com o le sea posib le, las p e rfe c ­
ciones del autor de los signos incluso antes de in terp retarlo s»
(§ 95 . p- 49 )-

E l inciso « tan to com o le sea p o sib le » hace re fere n cia a las d ifi­
cultades con que c o n tin u am en te tro p ie z a el c o n o c im ie n to d el
au to r p revio a la in terp retació n de la ob ra, p e ro n o a la p ro b le ­
m ática fu n d am en tal de tal co n o cim ien to . Pues hay que p re g u n ­
tarse en qué o tro s datos p u ed e el in té rp re te b a sa r su c o n o c i­
m ie n to de las p e rfe c c io n e s d el a u to r si n o es en la o b ra o las
obras del m ism o . H o m ero y Shakespeare, a q u ienes conocem os
só lo p o r sus ob ras, o m e jo r d ic h o : só lo c o m o au to res de sus
o b ra s, so n , desde el p u n to de vista h e rm e n é u tico , casos lím ite
m ás que casos e x ce p cio n a le s: si el c o n o c im ie n to d el h o m b re
que a la vez es el a u to r de u n a o b ra p u ed e ob ten erse p o r otros
m ed io s que la o b ra , e llo p u ed e s in d u d a c o n trib u ir a la c o m ­
p re n sió n de la ob ra, p ero esta c o n trib u c ió n n o pu ed e pasar p o r
alto de fo rm a acrítica la d ife re n c ia en tre X Y com o au to r y X Y
co m o p e rso n a , c o m o ta m p o c o la d ista n c ia en tre el a u to r y la
o b ra . Se trata e vid e n te m e n te de c o n o c im ie n to s d o b le m e n te
determ in ado s p o r la h isto ria: e n p rim e r lugar, la relació n entre
el a u to r y la o b ra está sujeta al cam bio h istó ric o , y, en segundo
lu gar, la id ea que se tien e de la re la c ió n entre la o b ra y el au to r
cam bia en la h isto ria ju n to con la id ea qu e se tien e de la lite ra ­
tu ra. S im p lific a n d o m u cho las cosas, se p o d ría d ecir q u e, en el
siglo X V III, el ob jetivo de la in te rp re ta c ió n es el co n o c im ie n to
de la m ateria tratada en la o b ra , e n el X IX el co n o c im ie n to del
autor, y e n el XX el co n o cim ie n to de la o b ra. E l h erm en eu ta del
sig lo X V III está tan p o c o in te re sa d o e n el c o n o c im ie n to de la
o b ra , y tien e tan pocas du d as so b re la p o s ib ilid a d de c o n o c e r
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 6 147

p o r oW >s m e d io s las p e r fe c c io n e s d e l a u to r antes d e in t e r p r e t a r


su o b ra , q u e n o se ve e n a b so lu to e n fr e n ta d o a l c írc u lo h e r m e -
n é u t ic o q u e p a r a n o s o t r o s —c o m o y a p a r a la h e r m e n é u t ic a d e
c o m ie n z o s d e l sig lo X IX — a q u í se c r e a ría . S i se e x a m in a e l p o s ­
tu la d o d e M e ie r de la e q u id a d h e r m e n é u tic a , se e n c u e n tr a q u e
e l ca m b io h is tó r ic a m e n te c o n d ic io n a d o d e l télos de la in t e r p r e ­
ta c ió n h a ce d u d a r e n p r i m e r lu g a r de q u e se p u e d a t e n e r p o r
v e r d a d e r o s a q u e llo s s ig n if ic a d o s q u e s o n m ás a c o r d e s c o n las
p e ^ c c i o n e s d e l a u to r m ie n tr a s n o se d e m u e s tre lo c o n t r a r io .
P u e s esas p e r fe c c io n e s s ó lo se n o s d e s c u b r e n e n e l c u rs o d e la
in t e r p r e t a c ió n . O t r o a s p e c to d e l p o s t u la d o d e e q u id a d q u e
a p a re c e h is t é r ic a m e n t e c o n d ic io n a d o es la d e t e r m in a c ió n d e
lo s c o n te n id o s de las p e r fe c c io n e s a trib u id a s al a u t o r o a l s ig n o
p o r éste e le g id o . E sta s p e r f e c c io n e s e stá n to m a d a s d e la d o c ­
t r in a d e lo s sig a tts n a t u r a le s , q u e a su vez está m a r c a d a p o r la
id e a d e D io s de la filo s o fía le ib n iz ia n a . D e s d e el p u n to d e vista
d e u n a h e r m e n é u t ic a a c tu a l n o s ó lo h ay q u e p r e g u n t a r s e s i e l
c o n o c im ie n to d e l a u to r h a d e p r e c e d e r a la in t e r p r e ta c ió n d e su
o b ra y si, m ie n tra s n o se d e m u e s tre lo c o n t r a r io , h ay q u e s u p o ­
n e r a lo s s ig n o s q u e c o n s t it u y e n la o b r a las p e r f e c c io n e s m ás
a c o rd e s c o n las d e l a u t o r . A s im is m o h ay q u e p re g u n ta r s e dónde
h a b ría q u e v e r las p e rfe c c io n e s d e lo s sig n o s. Y a h e m e n c io n a d o
q u e c u a n d o r tÉ tie r p asa d e lo s s ig n o s n a tu ra le s a lo s a r tific ia le s ,
el c o n c e p to y la d e te r m in a c ió n d e l c o n te n id o de las p e r f e c c io ­
n e s m is m a s n o s u f r e n n i n g ú n c a m b io . L o ú n ic o q u e a q u í
p u e d e c a m b ia r es la ce rteza d e su e x iste n c ia . U n in té r p r e te q u e
in te rp re ta sig n o s in te n c io n a le s d e b e « t e n e r p o r h e r m e n é u tic a -
m e n te v e r d a d e r o a q u e l s ig n ific a d o q u e sea ta n b u e n o , g r a n d e ,
ric o e n c o n te n id o s , v e r d a d e ro , c la r o , c ie rto y p rá c tic o cflhao sea
p o s ib le , m ie n tra s n o se e v id e n c ie lo c o n t r a r io » (§ 9 4 » P- 4 9 )-
S i se p r e s c in d e d e l p o s t u la d o d e e q u id a d y se c o n s i d e r a n lo s
rasgo s n o r m a tiv o s q u e M e ie r a trib u y e a lo s s ig n o s in t e n c io n a ­
les, estos rasgo s p u e d e n d iv id irse e n d o s g ru p o s . U n o s se r e f ie -
148 PETER SZONDI

ren a un aspecto del contenido, y los otros a un aspecto form al.


S u p o n ien d o que una teoría actual de los signos pudiese tam ­
bién orientarse, más allá de lo descriptivo, a cualidades ideales,
no rechazaría en bloque las perfecciones nombradas por M eier,
p ero ten d ría que exam inarlas una p o r una y preguntarse p o r
sus supuestos. Entre las perfecciones relativas al contenido están
la m agnitud y el carácter práctico de los signos. C asi no hace
falta observar que la suposición de que los signos de u n texto
que hay que interpretar designan la m agnitud física y la g ran ­
deza m oral, es decir, cosas dignas, y hacen posible un con o ci­
m iento que favorece la virtud e im pide el vicio —una suposición
sólo abandonada cuando se evidencia lo contrario (y ello en un
caso concreto, no en general)—nace y m uere con la concepción
de u n m undo perfecto. O tra cosa sucede con las perfecciones
formales. Estas vienen a decir que los signos deben ser i) « fe cu n ­
d o s» , es decir, designar «num erosos significados coordinados
o su b o rd in a d o s entre e llo s» (§ 4 1 . p- 2 l ) ; 2) « c la r o s » , es
d ecir, distintos de otros signos y capaces de m ostrar la d ife ­
rencia de su significado con otros significados (§ 5 o » p- 3 ° ) ;
3) « v e rd a d e ro s» , es decir, p osib ilitar el conocim iento de la
verd ad era realid ad de la cosa d esignada (§ 5 7 > P- 3 ° ) ¡ J 4a)
« c ie rto s » , es decir, m ostrar de m anera inequívoca el sig n ifi­
cado in ten cion al (§ 59 > PP- 3 1 Y s.)> S i las p erfecciones de un
signo son hoy evaluadas desde el p u nto de vista de su fu n c io ­
nalidad, la claridad y la certeza se contarán sin duda entre ellas.
Pero la verdad y la fecundidad de los signos serán consideradas de
otra m anera. M eier entiende p or la verdad del signo dos cosas:
p or una parte el signo debe tener un significado, y por otra el sig­
nificado debe tener una realidad en este m undo. Mientras que la
existencia de un significado pertenece a la definición del signo,
parece no poco dudoso que un signo, sólo designando, permita
al mismo tiempo conocer —como dice M eier— «la verdadera rea­
lidad de la cosa designada» (§ 57 > p- 3 0 ) . H abría que p o n e r a
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - i 149

prueba la validez de este postulado en el m arco de la teoría de


los signos. E n cuanto a la fecundidad del signo, ante todo hay
que subrayar la ten sió n entre este postulado y la certeza, es
d e (^ , la univocidad, exigida al signo. S in duda u n signo debe
tener « m u ch o s [ ...] sig n ifica d o s» , p ero éstos deben estar
«coo rd in ad o s o subordinados entre ello s» (§ 4-b p- 2 l) . Esta
relación de los distintos significados entre sí im pide la am b i­
güedad: su resultado no es la equivocidad, sino u n significado
com plejo. Si se quisiera apreciar esta com plejidad desde un
p u n to de vista p u ra m e n te fu n c io n a l com o u n a p ro p ie d a d
del signo, difícilm ente se la consideraría una « p e rfe cció n » del
signo. Pero, desde el punto de vista estético, sí es posible valo­
ra r positivam ente la com plejidad interna del signo, frente a la
cual tanto la pura u nivocid ad com o aquella m ultivocidad en
la que los distintos significados posibles no guardan niguna
relación entre ellos, o incluso se excluyen m utuamente, apare­
cerían com o una im p erfecció n . G uando M eier postula la
fecundidad del signo com o una de sus p erfecciones, p o d ría
parecer que habla en nom bre de una concepción del lenguaje
poético para la que el carácter históricamente condicionado del
mismo estuviera fuera de toda duda y fuese una concepción más
p ro p ia de fines del siglo XIX y del siglo XX que del X V III. Esta
contradicción desaparece cuando advertimos que el postulado
de la fecundidad del signo no tiene en M eier nada que ver con
ninguna cualidad estética del lenguaje, sino que esta propiedad
se presenta en él p o r la transferencia directa de las perfecciones
postuladas para los signos naturales, es decir, para las cosas exis­
tentes en el m undo, a los signos artificiales. Pero la fecundidad
de los signos naturales no es sino una expresión de la m u ltip li­
cidad de relaciones que constituye el m undo y —com o se ha
m ostrado respecto a I^ ib n iz — hacen su perflu o a D io s. Si se
quiere m antener esta fecundidad como postulado p a r a m a teo-
^ L d e los signos y una herm enéutica que se ha liberado de estos
15 0 P ETER SZONDI

supuestos, esto sólo puede hacerse en el m arco de u n a poética


que no se encuentre p o r encim a de la h istoria de la literatu ra,
sino anclad a en ésta, y haga ap arecer la h erm e n é u tica que
reclam a com o históricam ente condicionada.
E n cu anto a lo que haya que h a ce r con el p o p u la d o de la
equidad h erm en éu tica, es u n a cuestión que debem os re p la n ­
te a rn o s sobre la base de n u e stra p ro p ia co m p re n sió n y de
n u e stra p ro p ia p raxis h erm e n é u tica . ¿ S ig n ific a el r e c o n o c i­
m ien to de la claridad y la certeza, p o r ejem plo, com o cu alid a­
des a las que los signos artificiales aspiran, que estas cualidades
deban suponerse en la interpretación m ientras no se demuestre
lo con trario? D e n in gú n m odo. Sin embargo, el postulado de la
equidad h erm en éu tica parece ser, en una fo rm a m od ificada,
fam iliar a la práctica herm enéutica actual. Esto sólo puede m os­
trarse con detalle en el m arco de u n análisis com parativo de la
com pren sión y la crítica com o el que en los últim os años ha ido
cob ran d o actualidad, especialm ente p o r in flu e n cia de los tra­
b ajos de W alter B e n ja m in y de su d istin c ió n entre crítica y
com entario, expuesta al p rin cip io de su artículo sobre Las afini­
dades electivas62. S i exam inam os nuestro proceso de com prensión,
ciertam ente no encontrarem os la equidad h erm enéutica com o
suposición de cualidades existentes m ientras n o se dem uestre lo
c o n trario , p ero sí com o in terro gación , ante el texto, p o r estas
cualidades. Estas no son consideradas sin reflexió n com o cu ali­
dades dadas, com o si este m undo fuese el m ejor de los m undos,
p ero ello no significa que no puedan determ inar com o p o ten ­
cialidades la com prensión, cuyo proceso puede estar guiado p o r
la p regu n ta de si, en u n texto dado, se h an aprovechado estas
p o sib ilid ad es. Las in terp retacion es se h allan h istó ricam en te
condicionadas tam bién p o r el hecho de que sus interrogaciones

62 W. Benjamin, GoethesWahlverwandschafien, en W.B., GesammelteSchriftenI, J, op. cit., pp. 1 2 5


y s. También en W .B., Illuminationen, op. cit, pp. 7 ° y s- afinidades electivas de
Goethe», en Ofcras, 1- 1, Madrid, Abada, 2006, trad. de Alfredo Brotons, pp. 1 2 5 y s.].
IN T R O D U C C IO N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 6 15 I

d ep en d en de las in ten cio n es que ellas atribuyen al texto. Pero


uno de lo^ aroblem as más difí^ltes de la herm enéutica actual es
el de conciliar el m om ento de la afirm ación, que com o h ip óte­
sis de trabajo parece ser inherente al proceso de la com prensión,
con la actitud crítica, con la precaución ante el posible engaño,
que este m undo nos obliga a tom ar m ientras no sea el m ejo r de
los posibles.
7

Q flm o, además de los signos artificiales —los únicos a los que


llamaríamos signos—, hay los signos naturales, que son todas las
cosas que existen en el m undo, y com o la conexión entre éstas
se reduce, según M eier, a la relación entre el signo y lo desig­
nado, la interpretatio scriptorum es u n caso particular de la interpreta-
tío naturae. La interpretación de las obras literarias obedece a la
ley de la equidad hermenéutica igual que la de la creación a la ley
de la reverencia hem enéutica a D ios, distinguiéndose la e q u i­
dad de la reverencia en que no cree en las perfecciones de la
obra y del autor del m ism o m odo que la reverencia cree en las
perfecciones de la creación y del Creador, sino que sólo supone
su existencia m ientras no se dem uestre lo c o n trario . Para las
reglas de la h erm en éu tica p ro fa n a —que ya no se o p o n e a la
exégesis b íb lica, sino a la interpretatio naturae en el sen tid o que
ésta tiene en el pensam iento del Barroco (se puede considerar
perfectam ente a Leibniz, cuyo pensam iento es el fundam ento
de la herm enéutica de M eier, com o filóso fo del B arro co )— el
postulado de la equidad h erm en éutica tien e sobre todo dos
consecuencias en las que se puede m ed ir su in flu e n c ia : i) el
recurso al autor en la interpretación; 2) la jerarq u ía de los sen-
i54 P E T E R SZO N D I

sus d iferen tes; del significado p ro p io y del im p ro p io , así com o


d el in m e d ia to y del m ed iato. E l recu rso al a u to r en la in t e r ­
p re ta ció n no distingue sólo a la h erm enéutica de M eier. Y a en
sus orígenes, ya en la antigüedad, atendía la in terp retación a la
in te n c ió n del au to r; en la exégesis gram atical, p artien d o de la
idea de que los cam bios que su fren las lenguas a lo largo de la
h isto ria no p erm iten que la palabra aparezca com o signo de lo
que el au tor qu ería designar; y m enos claram ente en la alego-
resis, en la que d ifícilm en te se puede su p o n er que sus p ra c ti­
cantes fu esen conscientes de la d iscrepancia entre in ten ció n e
in te rp re ta c ió n a leg ó rica c u a n d o , p o r e je m p lo , situ ab an las
h istorias del A ntigu o Testam ento en el contexto soterio ló gico
del N uevo Testam ento. A u n q u e la idea de que la in te n ció n del
a u to r es u n c rite rio de la in te rp re ta c ió n re c o rre la h isto ria
entera de la h erm enéu tica y la o p o sició n a esta idea —en V aléry
y en G e o rg e, p o r ejem p lo— debe con sid erarse excepcional, se
p u ed en observar dentro de la h erm enéutica cam bios históricos
que so n fru to de las d istin tas m o tivacio n es que hay tras esta
tesis y de su m ayor o m e n o r p re p o n d e ra n c ia . E n tre C h la d e -
n iu s y G e o rg F rie d rich M eier hay una clara d iferen cia en este
p u n to . M ie n tra s G h la d e n iu s, o rie n ta d o p rim a ria m e n te a la
p sicología del efecto, llega a la co n clu sió n de que la co m p ren ­
sió n p erfe cta de u n pasaje no necesita en absolu to c o in c id ir
con la in te n c ió n del au to r, y si re c u rre a la in te n c ió n lo hace
sólo en in te ré s de la certeza de la in te rp re ta c ió n , sie n d o el
p r in c ip io de la d ivisió n de los m o m en to s p artic u la re s de la
co m p ren sió n perfecta el criterio para saber si éstos co in cid en
o n o c o n la in te n c ió n del au to r, el p rin c ip io de la e q u id a d
h erm enéu tica, ley suprem a de la teo ría de la in terp retació n de
M eier, tiene com o presupuesto, antes que com o consecuencia,
el recu rso al au to r —a su in te n c ió n , entre otras cosas—. C o m o
la in te rp re ta c ió n es in te rp reta c ió n de signos, p ero los signos
no son solam ente signos de lo designado, sino tam bién —según
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 7 155

el m od elo de la d octrin a del signo n atu ral, que descansa en la


analogía entre las p erfeccion es del m e jo r de los m u ad o s p o si­
bles y las p erfeccio n es de su C readom - signos del au to r de los
m ism o s, el p ostu lad o d el recu rso al au to r es en cierto m od o
in d e p e n d ie n te de la tarea de la in te rp re ta c ió n , ju sta m e n te
com o postulado de la equidad, que im ita la reverencia a D ios.
L a in te rp re ta c ió n m ism a, la c o m p re n sió n de las o b ras, está
subord in ad a a este p ostu lad o , y n o p ara garantizar —com o en
C h laden iu s— la certeza de la in terp retació n , sino p ara, m ie n ­
tras sea posible, es d ecir, m ientras n o se dem uestre lo c o n tra ­
rio , p o d e r ver c o n firm a d a s en las obras en cuanto sign o s las
p erfecciones supuestas en el au to r.
E vid e n tem en te , esta su p o sic ió n d el in té rp re te debe estar
fu n d am en tad a. Y M eier exige que el in té rp rete « c o n o z ca las
p erfecciones del au to r de los signos in clu so antes de in te rp re ­
ta r lo s » —« m ie n tra s le sea p o s ib le » , añad e lim ita n d o , co n
razón, su afirm aatón (§ 9 5 > P- 49 )—-
Q u e la in te n c ió n d el au to r es p ara M e ie r el c rite rio de la
in terpretación , puede com probarse en el § 112, d on d e se lee:

« E l sentido de un discurso [es] la serie de representaciones


ligadas unas a otras que el au to r q u iere d esign ar en el d is­
cu rso. N in g ú n sign ificad o y n in g u n a serie de sign ificad os
que el autor no haya querido in d icar fo rm an parte del sen­
tido o con stituyen el sentido de su discu rso; aun que haya
p o d id o in d ic arlo s en su d iscu rso , y aunque quizá hab ría
hecho m ejor en indicarlos en su discurso» (p. 6 2 ).

Según M eier, el significado de u n signo sólo es relevante para la


interpretación si responde a la in ten ción del autor. Significad o
e intención se confu nd en, com o se afirm a en el § V]: « e l sign i­
ficado herm enéuticam en te ve rd a d ero » es « la in te n ció n , para
expresar la cual el au to r se sirve del sig n o » (p. 9)- L o s signos
p u ed en m uy b ie n sig n ific a r otra cosa, y este o tro sig n ifica d o
15 6 P E T E R SZO N D I

p u e d e estar m ás cerca de e llo s q u e la in te n a ip n d el a u to r: p e ro


s ó lo la in t e n c ió n d e l a u to r es e l o b je tiv o le g ítim o de la in t e r ­
p r e t a c ió n . L a c o m p r e n s ió n d e l in t é r p r e t e y la in t e n c ió n d ^
a u to r d e b e n c o in c id ir. E n el § 1 2 8 se le e:

« Comprende las palabras y las oraciones (intelligere vocabula & oratio-


nem) q u ien recon o ce en ellas los sign ificad o s y el sen tid o.
Luego el intérprete com prende las palabras y las oraciones.
L uego el a u to r y su in térp rete tien e en la m ente una y la
m ism a cosa. E l intérprete que no tiene en la m ente nada de
lo que al au to r tenía al e scrib ir el texto, no com pren de en
absoluto al au to r; y el in térp rete que no tien e en la m ente
exactam ente lo m ism o que el au to r tenía en la m ente, no
com prende correctam ente al a u to r» (p. 69).

L a in t e r p r e t a c ió n p o r e l p r o p io a u to r de lo q u e él m ism o ha
e s c r ito p u e d e lla m a rs e u n a « i n t e r p r e t a c i ó n a u t é n t ic a » , y
« q u i e n h ace d e u n d isc u rs o u n a in t e r p r e t a c ió n c o n t r a r ia a la
a u té n tic a [ . . . ] es u n in t é r p r e t e s in e q u id a d , p u es p r e s u p o n e
q u e el a u to r o b ie n ha h a b la d o o e sc rito s in ju ic io , o b ie n n o
se h a c o m p r e n d id o a sí m is m o » (§ 1 3 8 , p . 7 5 )- E l in t é r p r e t e
só lo tie n e d e re c h o a a p a rtarse de la in te rp r e ta c ió n qu e el p r o ­
p io a u to r h a ce d e su s p r o p ia s p a la b r a s c u a n d o « e s e v id e n te
q u e e l a u to r h a m o d ific a d o su p e n s a m ie n to y tie n e o t r o d is ­
tin to q u e c u a n d o e s c r ib ía y c u a n d o in t e r p r e t a b a sus p r o p ia s
p a la b r a s » (p . 7 6 ) . D e l m ism o m o d o q u e, c u a n d o exige f a m i­
lia riz a rse c o n las p e r fe c c io n e s d el a u to r an tes d e la in t e r p r e t a ­
c ió n , M e ie r n o d ice c ó m o h a c e r lo , a q u í n o se p re g u n ta si u n
c a m b io d e s e n tid o p r o d u c id o e n tre la c o m p o s ic ió n d e l texto y
su e x p lic a c ió n p o r el a u to r n o ha d e estar n e c e sa ria m e n te f u n ­
d a d o en la in te rp r e ta c ió n m ism a . P u es a u n q u e esta m o d ific a ­
c ió n e n e l p e n s a m ie n to d e l a u to r p u e d a n c o n f ir m a r la o t r o s
te s tim o n io s, e llo n o s ig n ific a q u e e n su e x p lic a c ió n , posterior a
la m o d ific a c ió n , de lo q u e an tes h a b ía e sc rito ca m b ie n e c e s a -
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 7 157

ria m e n te el s e n tid o d e la q u e fu e su in t e n c ió n . S ó lo la in t e r ­
p r e t a c ió n d e l te x to p u e d e , e n c o m p a r a c ió n c o n la explicación
auténtica (§ 1 3 6 , p . 7 4 ) > Ia cu al te n d ría qu e se r a su vez in t e r p r e ­
tad a, c o n se g u ir d e te rm in a r la re la c ió n e n tre a m b o s.
R e su lta tan to m ás s o r p re n d e n te q u e M e ie r n o c o n s id e re la
p ro b le m á tic a o c u lta e n lo s p o stu la d o s de su te o ría d e la in t e r ­
p r e ta c ió n c u a n to q u e su te r m in o lo g ía re g istra de fo r m a m u y
exacta las d ife r e n c ia s c a te g o r ia le s q u e s o n el o r ig e n de d ic h a
p ro b le m á tic a . M e ie r d istin g u e , e n p r im e r lu g a r, e n tre p r in c i­
p io s h e r m e n é u tic o s « m e d io s h e r m e n é u tic o s , y, e n s e g u n d o
lu g a r, e n tre p r in c ip io s h e r m e n é u tic o s in te rn o s y e x te rn o s.

«Losprincipios hermenéuticos (principia hermenéutica) son p rin cip io s que


d eterm in an la in te rp reta c ió n ; los medios hermenéuticos (subsidia her­
menéutica) son m edios que facilitan y favorecen el co n o cim ien to
del sign ificado m edian te los p rin cip io s herm en éu ticos. Q u ie n
reconoce los sign ificados sólo co n ayuda de los m edios h e rm e ­
n é u tico s hace c u a lq u ie r cosa m e n o s in te rp r e ta r . E n c o n s e ­
cuencia, todo in térp rete que q u iera in terp retar de u n a m anera
razonable y lógica, debe h acer la in te rp retac ió n a p a rtir de los
p rin cip io s h e rm e n é u tic o s» (§ 21 , p p . I I y s.).

« Los principios hermenéuticos internos son partes de los signos que


deben ser interpretados; y los demás principios, que d ifieren
de ellos, son los principios hermenéuticos externos. E l signo m ism o
que debe ser interpretado y su relación con el significado son
p rincipios herm enéuticos in te rn o s» . (§ 2 2 , p. 12 ).

L o s p r in c ip io s h e r m e n é u tic o s a p a r t ir d e lo s c u a le s se lle v a a
ca b o la in t e r p r e t a c ió n p u e d e n s e r s u fic ie n te s o in s u fic ie n t e s .
S e g ú n se ap o ye u n a p r u e b a h e r m e n é u tic a e n p r in c ip io s h e r ­
m e n é u tic o s su fic ie n te s o in s u fic ie n te s , es ta m b ié n ella m ism a
s u fic ie n te o in s u fic ie n t e . L a p ru e b a s u fic ie n te h ace al se n tid o
h e r m e n é u tic a m e n te c ie rto , y la in s u fic ie n te só lo lo h a ce h e r -
15 8 P ET ER SZO N D I

m e n é u tic a m e n te p ro b a b le . E l q u e M e ie r n o p o stu le la certeza


d e la in te rp r e ta c ió n sin d u d a s u p o n e u n p ro g re s o de la te o ría
h e r m e n é u tic a re s p e c to a C h la d e n iu s . M ie n tr a s q u e C h la d e -
n iu s , a p e s a r de v e r e n el s ig n ific a d o u n e x c e d e n te o b je tiv o
re sp e cto de la in t e n c ió n , in siste e n la c e r e z a de la in t e r p r e t a ­
c ió n y la su ste n ta so b re u n a b ase ta n in c ie r ta c o m o la c o in c i­
d e n cia de in te n c ió n y c o m p r e n sió n , M e ie r re c o n o c e esta d e f i­
c ie n c ia c o n stitu tiv a de la d e m o s tra c ió n h e r m e n é u tic a , q u e él
d is tin g u e d e la ló g ic a . « L a m ás s ó lid a c e rte z a h e r m e n é u t ic a
n u n c a está ex en ta d el te m o r a lo c o n t r a r io . N o es, p o r ta n to ,
u n a certe z a a p o d íc tic a . [ . . . ] Q u ie n e sp e ra d e u n in t é r p r e t e
o d e u n c o m e n ta d o r u n a d e m o s t r a c ió n m a te m á tic a , e sp e ra
u n a co sa im p o s ib le y a b s u r d a » (§ 2 4 2 , p p - 1 2 5 y s .) . S i el
in té r p r e te q u ie re m o s tra r la v e rd a d d el s e n tid o m e d ia n te u n a
p r u e b a in s u fic ie n t e , d eb e ta m b ié n « m o s t r a r la p r o b a b ilid a d
h e r m e n é u tic a de la m is m a » (§ 2 4 3 ) - É sta re su lta de u n a v a lo ­
r a c ió n de las ra z o n e s e n p r o y e n c o n t r a de u n a d e te rm in a d a
in t e r p r e t a c ió n .
¿ Q u é e n tie n d e M e ie r p o r m e d io h e r m e n é u t ic o y p o r
p r in c ip io h e r m e n é u tic o ?
M e ie r h a b la de lo s m e d io s h e r m e n é u tic o s c o n r e la c ió n al
« s e n t id o l i t e r a l » . E ste p u e d e c o n o c e r s e e n e l d is c u r s o e n sí
m is m o , s in r e fe r e n c ia al a u t o r , esto es, le y e n d o p a la b r a s ,
e x p re s io n e s y c o n s t r u c c io n e s su e lta s. L o q u e las p a la b r a s , las
e x p r e s io n e s y las c o n s t r u c c io n e s d e u n a le n g u a d e t e r m in a d a
h a n s ig n ific a d o y p u e d e n c o n t in u a r s ig n ific a n d o , lo d e c id e el
u so d e esa le n g u a . P o r eso es el u so d e l le n g u a je u n p r in c ip io
h e r m e n é u tic o d el cu al el in té r p r e te d eb e p a r t ir p a r a c o n o c e r
el s e n tid o lite r a l. E l ú n ic o m e d io q u e —p a ra v o lv e r a la d e f in i­
c ió n — fa c ilita y fav o re ce el c o n o c im ie n to d el s ig n ific a d o p o r el
p r in c ip io h e r m e n é u tic o d e l u so lin g ü ís tic o es el d ic c io n a r io .
E n él e n c o n tra m o s n o só lo el u so de las p ala b ras, s in o ta m b ié n
la e tim o lo g ía y lo s h o m ó n im o s y s in ó n im o s d e las m ism as.
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 7 159

« L o s sign ificad os de las palab ras derivadas se d e te rm in a n p o r


su d e riv a c ió n de p alab ras raíce s. E n c o n se cu e n cia , el in t é r l
p rete p u ed e c o n o c e r el se n tid o lite r a l p o r la e tim o lo g ía . L a
h o m o n im ia de una p alab ra co m p re n d e tod os lo s sign ificad o s
que un a palab ra suele sig n ificar cu an d o se la usa; y el s ig n ifi­
cado de un a palabra pu ed e con ocerse p o r m ed io de otra p ala­
b ra que sig n ific a lo m is m o , p e r o q u e es m ás c o n o c id a . E n
con secu encia, el in té rp rete pu ed e c o n o c e r p o r la h o m o n im ia
y la sin o n im ia el sentido lite r a l» (§§ 14.5 y s-> p p . 78 y s .).

S i el d ic c io n a rio es el p r im e r m e d io h e rm e n é u tic o , el seg u n d o


es la g ram á tica . E sta e n señ a —se d ice e n e l § 1 4 8 — « la s d e c lin a ­
c io n es de las p ala b ras y las tra n s fo rm a c io n e s de lo s sig n ific a d o s
q u e de ellas re su lta n , así co m o las c o n stru c c io n e s c o n las p a la ­
b ra s y lo s s ig n ific a d o s de las e x p re s io n e s q u e re s u lta n de estas
c o n stru c c io n e s y sus c a m b io s » (p . 8 0 ) . A u n q u e el d ic c io n a r io
y la gram á tica de h ec h o a p o rta n , c o m o ve m o s, p r in c ip io s h e r -
m e n é u tic o s, M e ie r in siste en q u e n o c o n stitu y en e llo s m ism o s
p r in c ip io s h e r m e n é u tic o s , s in o q u e só lo s o n m e d io s . H a y así
que gu a rd a rse

« i ) de considerar, en la teoría y en la práctica, u n d icciona­


rio com o u n p rin c ip io h erm en éu tico . Pues aunque cien
veces se suponga o se pueda suponer que el autor del d iccio ­
n a rio no se ha equivocado, ha p o d id o equivocarse, y, p o r
tanto, un in térp rete hace u n ju ic io p recip itad o cuando
supone un sentido literal basándose en el diccionario; 2) de
aceptar, prejuzgando p o r las apariencias, todo lo que el d ic­
cionario da p o r verd ad ero» (§ 147 > P- 79)-

Y a ú n a ñ a d e M e ie r q u e , « e n lo to c a n te a la g r a m á t ic a » , e l
in té rp re te d eb e « e v it a r to d o a q u e llo de lo que d eb e g u a rd a rse
e n el d ic c io n a r io » (§ 1 4 8 , p . 8 0 ) . Y en e l § 1 4 9 a fir m a d e
m a n e ra la p id a ria ; « L a s o b se rv a c io n e s q u e se h a n h e c h o so b re
i6 o PETER SZONDI

los diccionarios y la gramática valen tam bién para toda la filo ­


lo g ía» (p. 8 o ).
L a tesis de que la filolo gía no es un p rin c ip io h erm en éu -
tico, p o r lo que con ella no es posible llegar a ninguna in te r­
pretación, nos hace recordar aquellas reflexiones que hicim os
sobre el ejem plo de u n verso de El capricho de un amante, de
G o eth e. E l verso dice: « C u a n d o p ien so en ello, m i corazón
estalla de c ó le r a » 63, y este verso nos p erm itió m ostrar que su
in terp retació n no se basa p rim ariam en te en la in fo rm ació n ,
que el d iccio n ario ofrece, de que en aquella época la palabra
Bosheit [m alicia, m aldad] podía sign ificar tam bién « e n o jo » o
« c ó le r a » , sino en la capacidad para co m p ren d er que, y p o r
qué, la palabra tiene que significar aquí « c ó le ra » y no « m a l­
d a d » , y que esta com prensión resulta de la interpretación. Po r
eso p u d o ya entonces con siderarse el d iccio n ario com o un
m edio herm enéutico, y no com o un p rin cip io herm enéutico.
Pero esta tesis no tiene en M eier ni el m ismo significado ni las
m ism as consecuencias. S i el d ic c io n ario y la gram ática, si la
filo lo g ía en su con ju n to no constituye u n p rin c ip io h e rm e ­
néutico para el arte de la interpretación de M eier, no es p o r­
que el uso lingüístico, del cual in form a la filología, no sea un
p rin c ip io h erm en éu tico , sino p o rq u e las in fo rm a cio n e s de
ésta sobre el uso lingüístico pueden ser falsas. Ello hace in co n ­
secuente, y u n tanto cóm ica, la advertencia de M eier de que
hay que guardarse « d e aceptar, prejuzgando p o r las a p arien ­
cias, todo lo que el d iccio n ario da p o r v e rd a d e ro » , pues lo
que vale para la interpretación tendría que valer para el uso del
d iccio n ario , es decir, el postulado de la equidad h erm e n é u ­
tica, la d isp o sició n a co n sid erar una in fo rm a c ió n com o
correcta m ientras no se evidencie lo co n tra rio . P ero más
im portante es aquí observar que todo el escepticismo de M eier

63 Cfr. capítulo 5>, pp. 7 l y s.


INTRODUCCIÓN A LA H E R M E N ÉU T IC A 0C T E R A R IA - V 161

se lim ita a la corrección, y que la idea de que el uso lingüístico,


la etim ología, la h o m o n im ia y la sin o n im ia p u ed an resultar
problem áticos como p rin cip io s herm enéuticos no le pasa p o r
la m ente. S in rep ro ch ar en m odo alguno al h erm eneu ta del
siglo X V III el no h aber tenido en cuenta los hechos d j i a lin ­
güística histórica, los cuales sólo después del nacim iento en el
siglo X I X de la m o d ern a filo lo g ía com o d iscip lin a h istó rica
p u d iero n ser el p rin c ip a l objeto de investigación, hay que
señalar aquí que la etim ología esclarece la d erivació n de
palabras, pero no necesariam ente el significado de las palabras
derivadas. E n efecto, toda palabra puede su frir algún cam bio
de significado en la historia, y com o tal cambio está a m enudo
ligado a la derivación misma —a la com posición o a la am p lia­
ción de la palabra mediante u n prefijo o un sufijo—, el reto m o
al origen siem pre tendrá que alterar precisam ente el s ig n ifi­
cado de la palabra derivada. Po r eso, la etim ología no facilita la
apreciación del significado de una palabra derivada, pero p e r­
mite reprod u cir el proceso del cam bio de significado. N o otra
cosa sucede con la h o m o n im ia y la sin o n im ia . S i, tam bién
aquí, el d iccio n ario sólo puede ser considerad o com o un
m edio herm enéutico, y no com o un p rincip io h e r m n íu tic o ,
no es sólo p orq u e los h om ón im o s o los sin ó n im os que da el
d iccionario tam bién p o d ría n ser falsos, sino tam bién p orqu e
los h om ón im o s y los sin ó n im o s correctos no garatizan la
corrección de una in terpretación . C u and o M eier afirm a que
« e l significado de una palabra puede conocerse p o r m edio de
otra palabra que sign ifica lo m ism o, p ero que es más c o n o ­
cid a» (§ 14 6 , p. 79). no advierte que para establecerla sin o n i­
mia hay que conocer ya el significiado de la palabra a in terp re­
tar. E l d iccio n ario es u n m edio m edianam ente útil no tanto
debido a sus posibles errores com o a que registra los sin ó n i­
mos posibles de una lengua dada, no los sinónim os relevantes
para un caso p articu la r. Es d ecir, sólo cuando no se pu ed e
162 PETER SZONDI

entender una palabra p o r ser desconocida, puede el sinónim o


ofrecido p o r diccionario facilitar la interpretación, no cuando
la palabra necesita interpretación debido a su polisem ia. Pues
los sinónim os que trae el diccionario suponen esa polisem ia,
m ientras que para la interpretación sólo pueden constituir un
p rin c ip io herm enéu tico aquellos sin ó n im os que se relacionan
con el significado actualizado en el pasaje de una palabra que
en sí es polisém ica. Para erntefilear la term inología de Saussure,
el diccionario p rop orciona in form ació n sobre la langue, m ien ­
tras que el pasaje que hay que interpretar pertenece a la parole.
E l paso de la langue a la parole —así pued e d efin irse in d ire c ta ­
m ente la co m p ren sió n de u n pasaje—, la re p ro d u cció n de la
actualización, sólo puede deber al diccionario, com o a la gra­
m ática, a la filo lo gía en su con ju n to, el con o cim ien to de sus
posibilidades: el d iccionario y la gram ática pueden dem ostrar
que una in te rp reta ció n es falsa p o rq u e supone una relació n
entre langue y parole, una actualización que no es posible; pero
el d iccio n ario y la gram ática no p u ed en d em ostrar qué paso
entre los posibles es el correcto, qué actualización de todas las
posibles hay que rep rod u cir en un caso concreto para obtener
el sentido correcto. Por eso, ni la etim ología ni la hom onim ia
y la sin o n im ia son p rin cip io s h erm enéuticos. La in terp reta­
ción tiene, antes bien, su principio en sí misma, en la p rod u c­
ción de evidencia.
Estrecham ente ligado al p ro b le m a de la h o m o n im ia y la
sinonim ia y a su función herm enéutica se halla el problem a de
los pasajes paralelos. A sí com o aquéllas están recogidas en los
diccionarios, los pasajes paralelos constituyen, p o r así decirlo,
el d iccionario particular de una obra. Las concordancias —que
conocem os y utilizam os en la B iblia, en las obras de los auto­
res clásicos y, cada vez más, en las de autores más recientes—, el
registro de los pasajes en los que aparece una palabra, sólo
representa la m itad de este d iccio n ario im agin ario. G om o la
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 7 163

concordancia parte de la palabra, del signo, y no de lo desig­


nado, sólo perm ite reconocer los hom ónim os, no los sin ó n i­
mos. Pero unos y otros son —y esto es una consecuencia del sis­
tema h erm en éu tico— igual de relevantes para la teoría de los
pasajes paralelos tal com o la conoce la teoría de la interpreta­
ción del siglo X V I I I .

«Los pasajesparalelos (locaparallela) son oraciones o partes de ora­


ciones que tienen semejanza con el [un] texto. Son semejan­
tes al texto o bien en cuanto a las palabras, o bien en cuanto al
significado y al sentido, o bien en ambos respectos. Los p ri­
meros producen el paralelismo verbal (parallelismus verbalis), los
segundos el paralelismo respecto de la cosa (parallelismus realis), y los
terceros el paralelismo mixto (parallelismus mixtus)» (§ ig i, p. 8l).

M ientras el paralelism o verbal perm ite reconocer la h o m o n i-


m ia, el p aralelism o respecto de la cosa perm ite reco n o cer la
sin o n im ia. C o m o en los h o m ó n im o s y en los sin ó n im o s,
M eier ve en los paralelism os de la palabra y de la cosa p rin c i­
pios herm enéuticos. E l m étodo de los pasajes paralelos que se
enseñaba en el siglo XVIII se distingue de la práctica actual en
que no sólo conoce la identidad verbal, sino tam bién la id en ­
tidad de las cosa. C o n este m étodo se esperaba cla rific a r u n
pasaje oscuro no sólo de aquellos pasajes en los que se emplea
la m ism a palabra, sino tam bién de aquellos en los que la
m ism a cosa es designada con otra palabra. Y ciertam ente se
planteaba la m ism a cuestión de la que más arriba hem os tra ­
tado: si la sinonim ia y la h om onim ia pueden valer com o p r in ­
cipios herm enéuticos. El paralelism o verbal es fácil de estable­
cer, pues se basa en la identidad de las palabras, pero saber si la
misma palabra tiene en los dos pasajes el mismo significado, y
si el pasaje paralelo es el aprop iad o para clarificar el s ig n ifi­
cado de los pasajes que hay que interpretar, no es algo que esté
d ecidido desde el p rin c ip io , sino que lo decide p rim e ro la
164 P ETER SZO N D I

in te rp reta c ió n 64. Y a íM m á s dudoso es el valor p ro b a to rio del


paralelism o respecto de la cosa. D ado que supone la n o -id e n ­
tidad de los signos y la id entidad sólo de lo designado, hay que
preguntarse cóm o est^id en tid ad puede establecerse antes de la
in te rp re ta c ió n . E l arte de la in te rp re ta c ió n de M e ie r n o sólo
ig n ora esta cuestión, sino que adem ás da p referen cia al p arale­
lism o respecto de la cosa fren te al paral»lism o verbal.

«Cuanto más similares son los pasajes paralelos, y más vin ­


culados están entre ellos, más fácilmente se puede reconocer
a partir de uno el sentido literal del otro, y menos in su fi­
cientes son como principios herm enéuticos. Por eso, el
paralelismo respecto de la cosa es un principio hermenéutico
m ejor que el paralelismo verbal, y el mixto es aún m ejor»
(§ 154 , pp. 83 y s.).

Esta firm a c ió n sólo p u ed e co m p ren d e rse si se tien e u n a idea


p re cisa de lo que sig n ifica la o r ie n ta c ió n a la co sa 65. Esta
o r ie n ta c ió n d e te rm in a tam b ién la h e rm e n é u tica de M e ie r.
M ientras que en el Ensayo de un arte general de la interpretación, que es
sólo u n com pen d io , M eier apenas se extiende en las p articu la­
ridades del m étodo de los pasajes paralelos, contentándose con
afirm ar que los pasajes paralelos son p rin cip io s herm enéuticos
in su ficien tes, en la Introducción... de C h lad en iu s se en cu en tran
algun as o b se rv a c io n e s66. G o m o M eier, C h la d e n iu s con o ce
tam b ién tanto el p aralelism o verbal com o el p aralelism o re s­
pecto de la cosa, incluso indica otros paralelism os no fundados
en la id entidad de la palabra o de la cosa, sino en la identidad
de la in te n c ió n o de la c o n e x ió n de las p alabras (§ 3 0 0 ) . E l

64. C fr. P. Szondi, ÜberphilologischeErkenntnis, en P. Sz., Hólderiin-Studien, 1967» 2 a ed., Frank-


furt, 197 o (= edición Suhrkamp, Bd. 3 7 9 ). pp. 2 7 y ss. [^Acerca del conocimiento filo­
lógico», Estudios sobre Holderlin, Barcelona, Destino, 199 2, trad. d e j. L. Vermal].
65 Sobre la concepción chladeniana del texto, cfr. el capítulo 4* PP- 9 9 Y ss-
66 Según una lista de Szondi, §§ 3 0 0 , 3 0 4 , 3 9 3 , 3 9 4 , 3 9 8 y 502-
IN TRODU CCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 7 165

p arale lism o fu iid a d o en la c o n e x ió n de las p alab ras p o d ría


ejem p lificarse en u n análisis com parativo de las m etáforas en
genitivo en u n poem a o en u n p oeta líric o , cuyo paralelism o se
basase sólo en el m o m en to fo rm a l de la re la c ió n e n tre dos
palabras. pasajes p aralelo s, escribe G h lad en iu s, d eb ería n
« p ro p o rc io n a rn o s m ás a m en u d o la luz más clara para descu­
b r ir el ve rd ad ero sen tid o de lo s pasajes o scu ro s, p e ro sirven
más para in stru irn o s sobre cosas que debem os a p ren d er de los
libros. Gracias a ellos obtenem os conceptos claros y detallados,
ellos nos con d u cen al con o cim ien to de las causas y de la c o n e ­
xió n de las cosas y ellos nos p o n e n en condiciones de con stru ir
u n sistema con verdades d isp ersas» (§ 3 0 0 , p p . 17 6 y s.). Esta
u tiliz a c ió n de los pasajes p a ra le lo s, que n o es p ro p ia m e n te
h erm en éu tica, nos es fa m ilia r —p ién sese en el Kant-Lexikon de
E is le r, en el Hegel-Lexikon de G lo c k n e r o en el Index zu Sein und
Z$it~. Pero en lo que co n ciern e a la fu n c ió n h erm en éu tica de
los pasajes paralelos, C h lad en iu s llam a la atención sobre algu­
nos puntos y algunas diferen cias que tam bién son im portantes
para una h erm en éu tica actual —con in d ep en d en cia de que no
veam os en los pasajes paralelos n in g ú n m om ento e xterio r a la
in te rp re ta c ió n , in d e p e n d ie n te de ésta, de su erte que ésta se
pueda apoyar en ellos, sino más b ien algo que hay que i n * g « r
en la in terpretación .
E n p rim e r lu g a r, G h la d e n iu s señ ala el p ro b le m a c o n el q u e
ya n o s h e m o s e n c o n tr a d o al c o n s id e r a r la « in t e r p r e t a c i ó n
a u té n tic a » e n M e ie r , q u e n o es s in o la a u to in t e r p r e t a c ió n : la
p o sib ilid a d de q u e , e n el in te rv alo de tie m p o que se p ara lo s d o s
pasajes p a ra le lo s, el a u to r haya m o d ific a d o su p e n s a m ie n to :

«G om o el autor de un escrito no escribe de una vez, sino en


momentos distintos, y como entre ellos puede muy b ie n
haber cambiado de opinión, no hay que tomar juntos lo s
pasajes paralelos de un autor sin hacer ninguna distinción,
i66 P E TE R SZ O N D I

sin o sólo aquellos que escribió m an te n ie n d o la m ism a o p i­


n ió n . D e esto se sigue que lo que u n a u to r h a escrito en
m uchos lib ro s, e in clu so lo que ha escrito en distintas partes
de u n a sola g ra n o b ra , n o d ebe ju n ta r s e in d istin ta m e n te
co m o si con stituyese u n a sola a firm a c ió n suya. E n e fecto ,
com o e scrib ir un a gran ob ra req u iere m ucho tiem p o, en un
m ism o lib r o se p u e d e n e n c o n tra r o p in io n e s c o n tra ria s, y
n osotros podem os hab er estado co n fo rm es p rim e ro con una
y m ás tarde con la o tra » (§ 3 0 4 , p. 179 )-

P o r acertada que sea esta o b servació n , y p o r n ecesario que sea


h a c e rla , d ado q u e lo s p asajes p a ra le lo s su e le n u tiliz a rse , h o y
com o en to n ces, de m an era bastante acrítica, la crítica n o debe
lim ita r s e a la c u e stió n de si d etrá s de lo s su p u e sto s pasajes
p a r a le lo s está la m ism a in t e n c ió n o si ésta h a c a m b ia d o ; el
o b jeto de la crítica debe ser tam b ién la p rem isa de q u e, antes o
in d e p e n d ie n te m e n te de la in t e r p r e t a c ió n de dos p asa je s, es
p o sib le d e te rm in a r si éstos p ro c e d e n o n o de la m ism a in te n ­
c ió n . L a tesis de q u e e n u n a o b ra v o lu m in o s a se p u e d e n
e n c o n tra r o p in io n e s c o n tra ria s p o rq u e la c o m p o s ic ió n de la
m ism a re q u ie re m u c h o tie m p o , c o n d u c e a C h la d e n iu s a u n
seg u n d o p u n to im p o rta n te : las d ife re n c ia s de g é n e ro , q u e la
h erm e n é u tica tam b ién debe te n e r aq u í en cuenta.

« L o s lib r o s qu e h a n sid o escrito s s e g ú n e l m é to d o d id á c tic o


e m p le a d o e n la m atem ática tie n e n esta v en taja p o r e n c im a de
to d a s las d e m á s: q u e e n e llo s n o es p o s ib le e n c o n t r a r n a d a
c o n tr a d ic to r io , n i ta m p o c o o p in io n e s d istin ta s. P u es si e n el
c u rso de su c o m p o sic ió n se p r o d u c e n c a m b io s de o p in ió n , se
h a r ía n e c e s a r io , e n v ir tu d d e este m é t o d o , c a m b ia r ta m b ié n
to d o lo a n te r io r . E n o tro s lib r o s , e n c a m b io , n o só lo es p o s i­
b le q u e u n o m is m o se c o n tr a d ig a , s in o q u e la c o n tr a d ic c ió n
sirva ad em ás p a ra e n c o n tra r u n a escap ato ria e n caso n e ce sa rio ,
c o m o c u a n d o hay q u e d a r c u e n ta de u n a o p in ió n ; in c lu s o
algu n o s p u e d e n v e r c o m o u n a gen tileza el qu e a lg u ie n m u estre
e n sus escrito s algo de e sc e p tic is m o » (§ 3 0 4 , p p . 1 7 9 y s .) .
IN TR O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 7 167

C u a lq u ie ra que sea la fu n c ió n que q u ep a asignar o a trib u ir a la


c o n tra d icció n entre dos pasajes de u n a ob ra, lo im p o rta n te es
que C h la d e n iu s c o n sid e ra este lím ite de la validez d el m étod o
de los pasajes p aralelo s —¿p u e s e n qué m an u al de n u e stro siglo
en co n tram o s algo sem e ja n te ?—, y, cosa no m en o s im p o rta n te ,
re co n o ce que la p o sib ilid a d de estas co n tra d ic c io n es d ep e n d e
d el g é n e ro , d el modus dicendi de la o b ra en q u e a p a re c e n . E v i­
d e n te m e n te , es n e c e s a rio ir m ás a llá de sus d istin c io i*e s y
ex p lic a c io n es, p ues las c o n tra d ic c io n e s o las in c o n se c u e n c ia s
de u n a ob ra n o son sim p lem en te con secu en cia d el tiem p o que
necesitó su c o m p o sic ió n , sin o m ás b ie n de la p o sib le in te g ra ­
c ió n e n la o b ra d el e le m e n to te m p o ra l. S i el c u rso te m p o ra l
n o es u n sim p le o b je to p a ra la o b ra (tie m p o n a rr a d o ) n i u n
m e d io de e x p re s ió n e x te r io r a su in t e n c ió n (tie m p o de la
n a r r a c ió n ) ; si la id e a de la o b ra só lo se revela e n su m o v i­
m ie n to h a cia fu e r a , e n su sa lid a a la d ife r e n c ia te m p o ra l, la
o b ra só lo p u e d e c o n c e b irse c o m o u n p ro c e so e n el q u e cada
p asaje d eb e ser in te rp r e ta d o te n ie n d o e n cu en ta su p o s ic ió n
en d ich o p ro c e so . Esta re la c ió n en tre la estru ctu ra de la o b ra y
la tem p o ralid ad es u n o de los tem as de la te o ría h istó rica de las
fo rm a s lite r a r ia s , de la cu al só lo hay a lg u n o s r u d im e n to s
—com o la Teoría de la novela de L u k ács o el lib r o so b re el d ra m a
alem án de B e n ja m ín —. L a Filosofía de la música moderna de A d o rn o
c o n tie n e im p o rta n te s ob servacio n es al respecto . S ó lo so b re la
base de los c o n o c im ie n to s a d q u irid o s p o r m ed io d e u n a te o ría
h istó rica de las fo rm a s lite ra ria s qu e tenga e n cu en ta el f e n ó ­
m en o del tiem p o de la o b ra p o d rá la h erm en éu tica d e sa rro lla r
la crítica, esbozada p o r C h la d e n iu s, d el m étod o de lo s pasajes
p aralelo s e n te n d id a co m o p regu n ta p o r la c o n d ic ió n de p o s i­
b ilid a d de la in te rp re ta c ió n basada en los pasajes p arale lo s.
U n te rce r tip o de « m a l em p leo de los pasajes p a ra le lo s » es
el que se da
i6 8 PETER SZONDI

« c u a n d o se p retend e derivar el sign ificad o de las palabras


m etafóricas en u n lugar determ inado del uso m etafórico de
las m ism as palabras en otro lu gar. Es sabido que se puede
aprender el significado com ún de las palabras a p artir del uso
de las m ism as en ocasiones d iferen tes; p artien d o de esta
regla, que se tiene p o r más general de lo que realm ente es, se
supone que, puesto que en otro lugar, o en varios, se utiliza
la palabra en este sentido figu rad o , en otros pasajes debe
tener este m ism o sen tid o» (§ 39 6 , p. 2 8 1) .

Y después de ilustrar co n u n ejem plo la p o sib ilid ad de una


interpretación falsa com o aquélla, Chladenius establece

« la regla de que el significado figurado de una palabra en un


pasaje d eterm in ad o no se puede d ete rm in a r con certeza a
p a rtir de otro pasaje donde tam bién se usa la palabra, p ero
p ara otra cosa. Pues una palabra p u ed e usarse en diversas
ocasiones en un sentido figurado, y en cada uso se form a u n
concepto nuevo; p o r eso, si yo sé que en este lugar la palabra
tiene este sentido figu rad o , no tengo p o r qué su po n er que
en otro lugar tendrá este m ism o sen tid o » (§ 3 9 8 , p. 2 8 3 ).

Tam bién aquí hay que lam entar que la m etodología al uso en
los estudios literario s de nuestra época no se haya dignado
esclarecer las cuestiones de las que la herm enéutica p refilosó­
fica del siglo X V I I I ha tratado, y a las cuales respo n d ió con
reglas que posiblem ente no puedan hoy m antenerse como tales
reglas, p ero cuyo con ten id o cob ra cada vez más actualidad.
Pero la razón de que la h erm enéutica actual tenga que revisar
la regla form ulada p o r Chladenius es que ésta parte del empleo
m etafórico de una palabra sin ten er en cuenta que la p ro p ia
percatación del uso m etafórico de una palabra es ya parte de la
interp retación. Esta no puede depender de que haya o no un
uso m etafórico.
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 7 l 69

Y aquí vuelve a plantearse la cuestjfln de las consecuencias


que el postulado de la equidad h erm en éutica, tal com o lo
define la teoría de la in terp retació n de M eier, tiene para la
decisión herm enéutica de suponer en un pasaje el significado
propio o el im propio (es decir, m etafórico), o, en otros térm i­
nos, el directo o el indirecto. M eier atribuye al signo artificial
u n tipo de perfecciones posibles que, sfco in c id e n con las del
autor, la interpretación debe suponer que existen mientras no
se demuestre lo contrario, si la in terp retaáp n ha de ser equita­
tiva con el autor. N o siempre se pueden igp ^ra r las consecuen­
cias de este postulado con un encogim iento de hom bros y acaso
con la misma sonrisa que M eier nos arranca cuando dice que
en la interpretación deben preferirse, en interés de la equidad
herm enéutica, los significados virtuosos a los viciosos, los p ia­
dosos a los im píos y los púdicos a los im púdicos. Ya la cuestión
de si el uso lingüístico, la convención, es u n prin cipio h erm e-
néutico y, si lo es en verdad, es u n prin cip io suficiente o insu­
ficiente, constituye un o de los problem as de la h erm enéutica
actual. Ghladenius parte de la idea de que «se puede aprender
el significado com ún [es decir, no m etafórico] de las palabras a
partir del uso de las mismas en ocasiones diferentes» (p. 2 8 1 ) .
M eier ve en este acuerdo con el uso lingüértico un a de las p e r­
fecciones de los signos artificiales o intencionales.

« Q u ie n se sirve de signos intencionales [ ...] debe [ ...] im i­


tar siem pre en la d esign ación a los signos naturales tanto
como aquéllos lo perm itan. Por eso, los signos intencionales
de que se sirve y los signos que otros han encontrado deben
ser tan in teligib les e incontestables com o sea p o sib le. Esta
inteligibilidad incontestable puede m antenerla si asocia al
signo aquel significado que la mayoría de quienes usan ese signo
acostum bran a asociar en la m ayoría de las ocasiones. Y de
esta costumbre nace el uso designativo (usus signandi) o coin cid en ­
cia entre aquellos que se sirven de determ inados signos para
170 PETER SZON DI

a s o c ia rle s d e te r m in a d o s s ig n ific a d o s . E n c o n se c u e n c ia , u n
in té rp re te deb e, en la in te rp re ta c ió n de lo s sign o s in t e n c io ­
n ales, c o n sid e ra r com o h e rm e n é u tica m e n te v erd a d e ro aq u el
sig n ific a d o qu e es c o n fo rm e a lo s u sos designativos m ien tras
n o se d em u estre lo c o n t r a r io » (§ 9 7 , p p . 5 1 y s -)-

Esta co n cep ció n , que habría que exam inar en relació n con lo
que F r ie d r ic h S ch legel d e n o m in ó en el fragm en to n ° 2 5 de
Lyceum el « p o stu la d o de lo c o m ú n » 67, su p o n e a la vez p ara la
in terp retación una je ra rq u ía de sensus distintos. C o m o el sig n i­
fic ad o p ro p io de las p alab ras su ele ser m ás c o n o c id o y f r e ­
cuente que el im p rop io y, en consecuencia, está más a m enudo
en la m ente de quienes se sirven de las palabras, aquel s ig n ifi­
cado, el p ro p io , es más claro que éste, el m etafó rico, « p o rq u e
este ú ltim o n o p u ed e ser re c o n o c id o en las p alab ras sin
e m p lea r el p r o p io in g e n io y h acer u n a c o m p a ra c ió n co n el
sig n ifica d o p r o p io . E n co n secu en cia, u n in té rp rete p re fie re
siem p re el sign ificad o p ro p io y directo al im p ro p io m ientras
n o se evid en cie lo c o n tra rio . E n c o n secu en cia, al h a ce r la
in te rp reta c ió n nunca hay que apartarse sin necesidad del sig­
n ific a d o p ro p io de las palabras, y tanto m en o s cu anto m ás
im perfecto y rebuscado es el sentido im p ro p io , figu rad o , ale­
g ó ric o , e t c .» (§ 1 7 2 , p p. 9 1 y s .) . S e ría fácil de m o stra r el
m om ento h istórico de esta tesis: la crítica de la Ilu stración a la
alegoresis de la escolástica y a la alegoría del B a rro c o . Pero el
hecho de la desvalorización de la expresión m etafórica frente a
la n o m eta fó ric a es p ara la h e rm e n é u tica m en o s im p o rta n te
que la cu e stió n de si en n u estra p ráctica in te rp reta tiv a , que
rechaza tal je ra r q u ía , no pervive la actitu d que M e ie r m otivó
co n el p o stu la d o de la eq u id ad h e rm e n é u tic a ; sin d u d a con

67 Kritische Friedrich-Schlegei-Ausgabe, ed. de E. Behler con la colaboración de J .- J . Anstett


y H. Eichner, Paderborn, Munich, Viena, 1958 y ss., P . 149.
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 7 I^ I

otra fun d am en tación , p ero sin ju stific a r aquella p referen cia y


sus razon es. P o r eso q u isie ra c e rra r esta p arte d ed icad a a la
exp o sició n del arte de la in te rp re ta c ió n de M e ie r, y co n ella
la sección dedicada a la época de la Ilustración, con una o b se r­
vació n de carácter p ro g ra m á tic o . U n a de las tareas de la h e r ­
m en éu tica actual es la de e x am in a r la p ráctica actual de la
in terpretación para saber, entre otras cosas, si cuando se p la n ­
tea la cuestión del significad o de u n pasaje, utiliza com o h ip ó ­
tesis de trab ajo la n atu raleza m eta fó ric a o no m eta fó ric a del
pasaje. Si tal fu era el caso, habría que preguntarse en qué c r i­
terios se basa esta hipótesis de trabajo. A p u n taré algunas p o si­
b ilid a d e s: la c o n sid e ra c ió n de que el uso n o m e ta fó ric o es,
com o uso « p r o p io » fre n te al « im p r o p io » , el uso n a tu ra l,
con lo que el uso m e ta fó ric o debe ser d em o strad o (es d ecir,
ser falsada la h ip ótesis de trabajo según la cual el pasaje no es
m etafórico). O la decisión p rovision al, com o puede calificarse
a la h ip ótesis de tra b a jo , se guía p o r el gé n e ro al que la o b ra
pertenece. O resulta no ser ^ d e p e n d ie n te del interés que guía
a la in terp retación : pues se com pren de que cuanto más m eta­
fó rico es el texto, más rico es el b o tín . O b ien —ú ltim a p o s ib i­
lidad—la hipótesis de trabajo aparece com o una expectativa que
d ep end e del con texto: sea com o c o n tra -d e te rm in a c ió n , que
H arald W einrich considera com o una característica de la m etá­
f o r a 68, sea com o a n alo gía que su p o n e que la p alab ra es u n a
m etáfora p o rq u e en su contexto hay otra que se co rre sp o n d e
con ella y que ya fue en ten d id a com o m etáfo ra. N o hay duda
de que este an álisis de la p ráctica h e rm e n é u tica te n d rá que
desem bocar en u n a crítica de la m ism a —en el sentido que esta
palabra tuvo en K ó n ig sb erg, no en el que tiene en D a h lem 69—:

68 Cfr. H. Weinrich, Tempus. Besprochene und erzphlteWelt, Stuttgart, 1964* p- IQ8 LErtruc-
turajfunción de los tiempos en el lenguaje, Madrid, Gredos, 1974] •
69 Alusión a la universidad crítica en la Universidad Libre de Berlín.
172 P ET E R SZO N D I

en interrogación p or las premisas de esas decisiones previas


que siempre hemos ya tomado cuando interpretamos un texto,
en conocimiento de los condicionamientos de nuestro hacer,
de los que no nos liberamos precisamente ignorándolos.
8

A l menos después del artículo de Dilthey titulado El surgimiento


de la Hermenéutica (19 0 0 ), quien en Alemania habla u oye hablar
d>e hermenéutica piensa ante todo errfchleiermacher. Cuando
Dilthey considera elogiosamente a Schleiermacher como el
fundador de la hermenéutica científica, no piensa sólo en la
posición destacada que para él ocupa Schleiermacher entre sus
contemporáneos, en la intensidad con que éste se ocupó con
el problema de la hermenéutica durante dos decenios y medio
(de 18 0 5 a 18 2 9 ). Sus primeras notas sobre el tema datan de
18 0 5 , y en 18 2 9 pronunció en Berlín los discursos sobre el
concepto de hermenéutica.
El artículo de Dilthey es al mismo tiempo testimonio de la
afinidad existente entre la metodología, que él mismo desarro­
lló, de las ciencias del espíritu y la hermenéutica de Schleier­
macher, afinidad que le impide hacer justicia a la hermenéutica
de la Ilustración70. Sin que ello suponga en lo m á»mínimo
subestimar los méritos de Schleiermacher, hay que decir frente
a Dilthey que, después de haber examinado los precedentes

70 W. Dilthey, Die EntstehungderHermeneutik, pp. 325 y s.


174 P ETE R SZONOI

históricos y su actualidad latente, ya no es posible ver en Schleier-


m acher al fundador de una nueva ciencia. Antes bien debemos
m ostrar su concepción de la herm enéutica en su contexto h is­
tó rico y exam inar sus tesis herm enéuticas en el m arco de la
concepción actual de la poesía y de la historia. Si se piensa en el
año en que Schleierm acher p ronu nció sus dos ^Mcursos ante la
A cadem ia (18 2 9 ), sorprende el retraso con que la época del
idealism o alem án form uló los p rin cip io s de su herm enéutica.
Pues, desde el p unto de vista de la h isto ria del pensam ien to,
con Schleierm acher no comienza nada nuevo: su esbozo de una
herm enéutica está más bien saturado de los conocim ientos y las
experiencias de los decenios precedentes. Dilthey nom bra « la
interpretación de obras de arte p o r W inckelm ann», la « c o m ­
p en etración congenial con las almas de épocas y p u eb lo s» de
H erder « y la filología, elaborada desde el nuevo punto de vista
estético, de H eyne, Friedrich August W o lff y los discípulos de
este ú ltim o » , pero sobre todo el «procedim iento de la filoso­
fía trascendental alem ana, consistente en rem ontarse, p o r
detrás de lo dado a la conciencia, hasta una facultad creadora
que, p o r la unidad de su acción, y sin conciencia de sí misma,
produce en nosotros la form a entera del m u n d o » 7'. Hasta aquí
D ilthey, cuya in terp retación de K a n t desde su filo so fía de la
vida es asaz p rob lem ática. E l hecho de que la h erm en éu tica
de aquella época no encontrase su form a definitiva hasta bien
tarde, poco antes de llegar a su fin y después de que se desarro­
llaran nuevas concepciones estéticas y filosóficas, am én de la
filosofía de la historia, puede tener su explicación en la natura­
leza reflexiva de la disciplina: si el conocim iento es —en palabras
de H egel7172— una actividad del ocaso, de la hora en que la lechuza

71 Ibid., pp. 326 y s.


72 G.W.F. Hegel, Grundlinien der Philosophie des Rechts, Berlín, 1821. Werke in QvanzjgBanden,
ed. de E. MoldenHauer y K.M . Michel a partir de Werke 183^-18451 Frankfurt a.M.,
1970, vol. 7 >P- 28 (Vorrede) [Prinápios de lafilosofía del derecho, Barcelona, Edhasa, 1987,
trad. d ej. L. Vermal].
IN TRODUCCIÓN A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 8 175

emprende su vuelo, tanto más lo será el conocimiento del


conocimiento. Pero esto significa que la hermenéutica de Sch-
leiermacher sólo puede entenderse sobre el fondo del paisaje
intelectual dibujado por Winckelmann y Herder, Kant y
Fichte, Goethe y Schiller, Schellingy Hegel. Por todo esto, al
tratar ahora de Schleiermacher y sus predecesores inmediatos,
después de haber discutido los sistemas hermenéuticos de
Ghladenius y de Georg Friedrich Meier, no se puede hablar ni
de continuidad ni de discontinuidad. N o se puede hablar de
continuidad porque el medio siglo que separa a Schleierma­
cher de Meier fue una de las grandes cesuras en la historia del
pensamiento; ni tampo de discontinuidad porque el nuevo
concepto de la hermenéutica, por mucho que estuviera ya rea­
lizado en los escritos de los estéticos, filósofos y poetas arriba
nombrados, no se constituyó hasta después de 1805.
Los dos discursos que Schleiermacher pronunció en agosto
y en octubre de 1829 en dos asambleas plenarias de la Academia
Prusiana de Ciencias, sus dos discursos académicos, llevaban
por título Über den BegrijfderHermeneutik, mit BezugaufF.A. WolJsAndeu-
tungen und Asts Lehrbuch (pp. 12 3 - 1 5 6 ) (Sobre el concepto de hermenéutica,
con referencia a las Indicaciones de F.A. WoIfy al compendio deAst). Para Sch­
leiermacher, su proyecto de una hermenéutica no era, pues,
una creatio ex nihilo. N i los dos filólogos clásicos los representan­
tes de una hermenéutica que hubiera que superar. Schleierma­
cher consideraba sus trabajos «com o lo más importante apare­
cido en esta materia» (p. 125 ); Y tras estas palabras leemos:

« S i Wolf es para nosotros el espíritu más fino, la genialidad


más libre de la filología, y si el señor Ast aspira a proceder en
todas estas cosas como un filólogo que piensa filosófica­
mente, será muy instructivo y provechoso reunir a ambos. Y
así me pareció que lo más conveniente era ligar mis propias
ideas sobre el tema a las frases de estos maestros, a los que
tomo como guías» (p. 125).
176 PETER SZONDI

Esta r e fe r e ^ ia de Schleierm acher a sus dos predecesores, pero


no m enos la cjicunstancia de que la exposición. de su h erm e­
néutica encuentre no pocas dificultades debido a la abundancia
y diversidad de fuentes —las notas de 18 0 5 - 18 0 9 , el com pendio
de 18 19 , los discursos ante la Academ ia de 18 2 9 , -as apostillas a
sus lecciones—, recom iendan exam inar p rim eram ente una de
las obras citadas p o r Schleltermacher en el título de sus d iscur­
sos ante la A cadem ia: las Grundlinien der Grammatik, Hermeneutik und
Kritik (Elementos de gramática, hermenéuticaj crítica), de F riedrich A st,
p ro feso r de filología —es decir, de filología clásica— en la u n i­
versidad de Landshut; o más exactamente: la parte de esta obra
dedicada a la h erm en éu tica73. La herm enéutica de su colega
Wolf, estudioso de H om ero y m ucho más conocido que él, sólo
pudo conocerse a p artir de una edición de escritos póstum os
aparecida en 18 3 1 com o parte de sus Vorlesungen über die Aiterthums-
wissenschaft (Lecciones sobre ciencias de la antigüedad) 7L Las Indicaciones de
W olf sobre la h erm enéutica, que Sch leierm ach er m enciona
ju n to al com pendio de A st, se encuentran en la Darstellung der
Alterthumswissenschaft (Presentación de las ciencias de ¡a antigüedad)75, p u b li­
cada en el p rim e r nú m ero, aparecido en 18 0 7 , de la revista
Museum der Alterthumswissenschaft, de la que W olf era coeditor. Este
núm ero apareció dedicado a Goethe con palabras que testim o­
nian que esta época no sólo retrospectivamente fue la época de
Goethe, sino que ella misma se consideraba así, al menos en lo
que se refiere al clasicism o de G oethe (aunque el p rim er
rom anticism o m antuviera una ambigua relación de am o r-od io
con el clasicism o, y no m enos con G oethe). El com ienzo de

73 Fr. Ast, Grundlinien der Grammatik, Hermeneutik und Kritik. Landshut, l8o8, pp. l 65“ 2 l 4 -
74 Fr. A ug. Wolf, Vorlesung über die Encyclopódie der Altertumsuiissenschafi, en Fr. A ug. W.,
Vorlesungen üner die Alterthumswissenschajt, ed. d e J.D . Gürtler, vol. I| Leipzig, 183I1 pp-
271- 3 0 2 .
75 Fr. Aug. Wolf, DarstellungderAlterthums-Wissenschafi, en Museum derAlterthums-Wissenschafi,
ed. de Fr. A . Wolf y Ph. Buttmann, vol. I, Berlín, 1 8 0 7 . p p* I - I 4 2 - También en Fr.
Aug. W., KleineSchrijien, 1 8 6 9 1 vol. 2 , p p . 8 0 3 - 8 9 5 .
IN TRODUCCIÓN A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 8 17 7

aquella dedicatoria es la m ejo r in tro d u cció n a u n universo


intSíectual en el que los Elementos de Ast figuran como el p rim er
sistema herm enéutico. A llí leem os:

« R e c ib a Goethe, conocedor y pin tor del espíritu griego, con


benevolencia la ofrenda afectuosa del com ienzo de una
colección de escritos y artículos destinados a ilum inar aquí y
allá el gran edificio de conocim ientos en que originalm ente
habitó aquel espíritu que embelleció la vida. —A aquel entre
los alemanes en quien, en una empresa de este p r i­
mero se pensaría por ser aquel en cuyas obras y proyectos, y
en medio de un am bient» terriblem ente m oderno, ese espí­
ritu bienhechor halló una segunda resid en cia»76.

U na sola palabra se repite en estas quince líneas calculadas y


soleadles: tres veces se habla del « e sp íritu » (griego), R aquel
espíritu que embelleció la vid a» , «aquel espíritu b ien h ech o r».
Ésta es la palabra clave de la herm enéutica de A st, y al m ism o
tiempo el punto en que la «n u eva» herm enéutica se diferencia
de la h erm enéutica de la Ilu stración . Todas las distintas c o n ­
cepciones herm enéuticas de m ediados del siglo X V III y p rin c i­
pios del X IX pueden deducirse de la introducción en la herm e­
néutica de este térm in o m ultívoco, cam biante y d ifíc il de
definir en su contenido y en su función , un térm ino im pensa­
ble en la term in o logía de las teorías de la in terp retació n que
conoció la época de la Ilustración. Si los temas de estas teorías
eran el sentido y la aplicació n de u n pasaje, la in te n ció n del
autor y la cosa p o r él designada —lo racional, el efecto p sico ló­
gico, lo real—, el de la herm enéutica de la época de Goethe era
ante todo el espíritu, aquel espíritu griego im aginado a p artir
de su d escripció n p o r W m ckelm ann y H erd er, y su efecto

76 Museum derAlterthums- Wissenschaji, op. cit., pp. III y s.


17 8 PETER SZONDI

em bellecedor y bien h ech o r en u n m u nd o « te rrib le m e n te


m o d e rn o » , en una síntesis idealista de estética y ética ig u al­
m ente desconocida para la Ilu stración en aquella su form a,
que, respo n d ien d o al nom bre de h u m an idad , tuvo una gran
parte de responsabilidad en el alejamiento cada vez mayor de las
ideas de los príncipes del espíritu de lo que era la realidad p o lí­
tica, que los autores de la Ilustración aún tenían bien a la vista,
un alejamiento que finalmente condujo a la barbarie.
E l análisis de los Elementos de hermenéutica de A st m ostrará
hasta qué p unto el concepto de esp íritu no sólo servía para
determ inar el fin que la herm enéutica de la época de Goethe
asignaba a la com prensión, sino tam bién cóm o hacía desapa­
recer en su aura nebulosa todos los problem as que planteaban,
p o r ejem p lo, la distancia tem poral entre au to r y lecto r o la
interdependencia de texto y contexto. E l pensam iento h erm e-
néutico de la Ilustración, o no los había percibido en absoluto,
o sencillamente los había elim inado con su decisión previa p o r
lo que consideraba racio n al —expresada, p o r ejem p lo, en la
insistencia en la intención o en la reducción del sentido de un
pasaje a la cosa designada—.
Pero nada más erróneo que rep roch ar a Ast el que hablara
del espíritu. Sólo se le puede rep ro ch ar el que lo h iciera con
tanta ligereza, el que, en vez de llevar los problem as de la h e r­
menéutica ante el tribunal de la filosofía, y de dar a las cuestio­
nes filológicas la im portancia debida a sus im plicaciones filosó­
ficas, y a sus soluciones otra base más sólida, creyera p od er
superar todas las dificultades y contrad icciones invocando al
espíritu. Se le puede reprochar el que atribuyera al espíritu una
función arm onizadora. Esta d istinción es im portante, porque
con el ascenso del positivism o, la filo lo g ía de la época de
G oethe, que A st representa, fue objeto de desprecio. S i un
filólogo actual diagnosticase en su disciplina u n retroceso cien­
tífico de unos 15 0 años, no haría más que expresar su id io sin -
IN TROD UCCIÓN A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 6 179

crasia con tra el p ro gram a de filo lo g ía que A st presentó hace 16 0


a ñ o s. S e g ú n este p ro g ra m a , el filó lo g o debe se r « n o só lo u n
maestro de la lengua o u n anticuario, sin o tam biérBun filósofo y u n esté­
tico (p. iv ) ; debe p o d e r [ ...] n o sólo d e sc o m p o n e r la le tra que
tie n e ante él en sus p a rte s, sin o tam b ié n in vestigar el e sp íritu
qu e la fo rm ó p a ra a v e rig u a r su s ig n ific a d o s u p e r io r ; y sab e r
a p re c ia r la fo rm a en q u e la le tra se p re se n ta co m o re v e la c ió n
del e s p íritu » (p. iv). Sinlesta vida cien tífica su p e rio r —se lee en
el « P r ó lo g o » de A st— « la filo lo g ía es o m ero formalismo, o m ero
materialismo; lo p rim e ro cu an d o se red u ce al estudio de u n so lo
aspecto de la lengua, y lo segundo cuando se reduce a m era e r u ­
d ic ió n a n tic u a r ía » (p . i v ) . f f o y p o d r ía s u sc rib irse casi cada
palab ra de estas tesis program áticas si se trata de lib e ra r a la filo ­
sofía de la ceguera de siglo y m ed io que ella m ism a se p ro vo có ,
de la cegu era co n que, in fatu ad a, se presen tó a sí m ism a co m o
ju sticia —com o la Ju s tic ia co n los ojos ven dados—. P ero casi cada
palab ra, n o todas. Pu es tam b ién , o p recisam en te, u n a filo lo g ía
filo só ficam en te fu n d am en tad a ten d rá que negarse a v e r todo lo
que tien e que ver co n el esp íritu com o eo ipso su p e rio r a la letra;
tal filo lo g ía in e x o ra b le m e n te h ab rá de p re g u n tarse sie m p re si
e n la le tra se expresa el e sp íritu , y si lfcarespuesta es a £ n M t iv a ,
q u é e sp íritu , en lu g ar de tra n sfig u ra rla sie m p re c o m d r ^ i i -
c ió n del e s p íritu . Y p re c is a m e n te u n a filo lo g ía e stéticam en te
fu n d am en tad a (o u n a estética que p ro ce d a filo ló gicam e n te ) no
p o d rá aceptar sin más la tesis de A st de que « la in stan cia ú ltim a
o suprema que acu erd a la m ate ria y la fo rm a en u n a u n id a d viva
que está p o r e n c im a de am bas [es] el e sp íritu , el p r in c ip io
e te rn o fo r m a d o r de tod a v id a » (p. V; el p r im e r su b rayad o es
m ío [P. Sz.]). Pues esta filo lo gía debe reco n o cer su m isió n en el
an á lisis de las re la c io n e s e n tre m a te ria y fo rm a e n u n a o b ra
dada, en lu gar de p ostular apresuradam ente que estas relacion es
co n stitu ye n unidad viva y p e r m itir qu e la in te rp r e ta c ió n q u e d e
d eterm in ad a p o r esta im ag en id eal. Y en cuanto al con cep to de
i8 o P ET E R SZO NDI

unidad viva, habría que preguntarse si debe estar libre de toda


contradicción interna, si debe ser schellingiano más que hege-
liano o h olderliniano; si este concepto de unidad puede apare­
cer com o un concepto arm ónico sólo porque la unidad es p en ­
sada com o a n terio r a la em piría, en lu gar de ser, com o en la
dialéctica h egeliana y en la poética h ó ld e rlin ian a , ante todo
resultado de oposiciones reales, de ser m ediadora entre éstas.
Pero Ast era discípulo de Schelling.
Ast ve en el espíritu tanto la con d ición de posibilidad de la
com prensión com o la finalidad de ésta: « T o d o com prender o
interpretar no sólo u n m undo extraño, sino, en general, otro
m undo, es absolutam ente im posible sin la unidad e identidad
original de todo lo espiritual y sin la unidad original de todas las
cosas en el espíritu» (§ J O , pp. 16 7 y s.). Para el espíritu no hay
absolutam ente nada en sí extraño, puesto que él es la unidad
superior, infinita, el centro de toda vida, no lim itado p or n in ­
guna periferia. Cualquiera que sea el significado de esta afirm a­
ción, la cuestión de las propiedades y las facultades de esta
suprem a instancia sólo se plantea en la herm enéutica en la
m edida en que el acto de la com prensión es igualm ente puesto
bajo su protección. Y esto ocurre en polém ica contra el sensua­
lismo de los siglos XVII y XVIII. « Q u e las cosas —escribe Ast—vie­
nen al espíritu del exterior en imágenes afluentes, en im presio­
nes sensibles o com o quiera explicarse lo que no tiene
explicación, es una idea que se destruye a sí m isma y que hace
tiem po que ha sido abandonada; el ser no puede convertirse en
u n saber, n i lo corpóreo en espíritu, si no están emparentados
con éste o no están originalm ente en unidad con él» (§ 69, pp.
166 y s.). E l sensualismo aquí rechazado es el supuesto de aquella
herm enéutica orientada a la cosa que encontram os en C hlade-
nius y todavía en M eier. La interpretación es para éstos la com ­
prensión de un pasaje, la cual es a su vez entendida como expli­
cación que se da sobre una cosa. El autor form ula su idea sobre
IN TRODUCCIÓN A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 8 l8 l

u n a ccea. Y el lector o el in térp rete co m p re n d e n correctam ente


el pasaje si son capaces de re p r o d u c ir la id ea del au to r sobre tal
cosa, si se fo rm a n la m ism a idea sobre ella. L a h erm en éu tica de
la Ilu s tra c ió n n o se p la n te a el p ro b le m a de có m o u n e sp íritu
extrañ o p u ed e ser co m p re n d id o p o rq u e p ara ella c o m p re n d e r
n o es co m p re n d e r al a u t o r ^ in o co m p re n d e r su co m p re n sió n .
S u presup u esto, p ara ella n o p ro b le m átic o , es la p o sib ilid ad de
e n te n d e r las cosas de este m u n d o —u n a p o sib ilid a d que todavía
en M eie r se fu n d a en el carácter de signo de las cosas, en la re la ­
ció n de d ep endencia entre la creación y su in terp retació n p o r el
h om b re (explicatio naturae)—. P o r eso es u n hecho crucial en la h is­
to ria de la h e rm e n é u tic a el que en A s t y e n S c h le ie rm a c h e r el
o b je to de la in te rp r e ta c ió n ya n o sean el p asaje o la o b ra , lo s
cuales están a su vez reflu id o s a u n a cosa cuyo con ocim ien to ellos
representan y es el objetivo fin a l de la in terp retación , sino que el
o b je to de la c o m p r e n s ió n sea el a u to r m ism o . E n r ig o r , só lo
entonces aparece la co m p re n sió n com o acto h erm en érgico , des­
plazando a la in te rp retac ió n . D esde este pun to de vista, el curso
regu lar de la h istoria de la h erm en éu tica postulado p o r D ilthey,
que co n d u ce de p ráctica filo ló g ic a sin reglas a la fija c ió n de
reglas, luego a la sistem atización de estas reglas y, fin alm e n te , al
análisis de la c o m p re n sió n , qu e es el « p u n to de p artid a seguro
p ara establecer las r e g la s » 77, es n o p oco du doso, pues la fu n d a -
m en tació n de la h e rm e n é u tica en el análisis de la co m p re n sió n
n o es sin más u n signo de pro greso en la evolu ción de la h e rm e ­
néu tica: es tam b ién la con secu en cia de u n cam bio en el ob jeto
de la in te rp re ta c ió n , u n cam b io que p u e d e ser re d u c id o a la
tra n sfo rm a c ió n qu e s u frió la te o ría del c o n o c im ie n to al pasar
del sensualism o al criticism o y al id ealism o.
P ara la crítica h ech a m ás a rrib a a la fu n c ió n a rm o n iz a d o ra
d el co n ce p to de e s p íritu e n A st, es relevan te la id ea de qu e el

77 W. Dilthey, Die Entstehungder Hermeneutik, p. 320.


i8 s PETER SZON DI

esp íritu , d eclarado c o n d ició n de p o sib ilid a d de la c o m p re n ­


sió n (e n la m ed id a en que todas las cosas fo rm a n o r ig in a l­
m ente u n a u n idad en el espíritu y en que todo lo espiritual es
o rig in a lm e n te u n o e id é n tico ), al m ism o tiem p o garantiza la
s o lu c ió n de todos los p ro b lem as h erm e n é u tico s creado s p o r
las d iferencias fácticas, tales com o la d isparid ad entre dos sig­
n ific a d o s de u n a m ism a p ala b ra, la d istancia tem p o ral en tre
au to r y lector y las diversas m aneras de ir en la in terp retació n
d el tod o a lo p a rtic u la r y de lo p a rtic u la r al to d o , en las que
u n o y otro alternativam ente se su p o n e n , d » d o así o rig e n al
p ro b le m a d el c írc u lo h e rm e n é u tic o . T o d o s estos p ro b lem as
están ya resu eltos d en tro del co n ce p to de e sp íritu —con el
in co n ven ien te de que esta solu ció n existe tan sólo en la teoría
de la herm enéutica, de que tiene que rehusar establecer reglas,
h a cie n d o , p o r e n d e, im p o sib le la p ráctica—. P o r eso, el
recu rso al p ro ceso de la co m p re n sió n n o es p recisam en te, al
m enos en fÉ ft, lo que D ilthey decía que es: u n « p u n to de p a r­
tida seguro para establecer las re g la s » 78 —y más tarde habrem os
de p re g u n ta rn o s si n o sucede lo m ism o en S ch le ie rm a c h e r y
en el p ro p io D ilth ey—79.
La siguiente cita m ostrará claram ente hasta qué p u n to , en
el caso de A st, el con cep to de e sp íritu escam otea más que
resuelve e l p ro b le m a de la d istan cia te m p o ra l, u n p ro b le m a
que con el nacim iento de la conciencia histórica en la segunda
m itad del siglo XVIII (H erder) se agudizaría tam bién en la h e r­
m enéutica:

« N o comprenderíamos ni la antigüedad en general, ni una


obra de arte o una obra escrita, si nuestro espíritu no fuese
en sí y originalmente uno con el espíritu de la antigüedad, ya
que nuestro espíritu es capaz de acoger en sí el espíritu sólo

78 ¡b,d.
79 C fr. el prólogo a la edición alemana.
INTRODUCCIÓN A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 8 18 3

temporal y relativamente extraño a él. Pues sólo lo temporal


y externo (educación, form ación, situación, etc.) es lo que
crea una diferencia dentro del espíritu. Si se hace abstrac­
ción de lo tem poral y externo como causa de diferencias
accidentales con relación al puro espíritu, todos los espíritus
son idénticos. Y éste es precisamente el fin que persigue la
formación filológica: purificar el espíritu de todo lo tem p^ al,
accidental y subjetivo, y conferirle aquella originariedad y
universalidad que son necesarias al hombre superior y puro,
conferirle la humanidad: para que el hombre perciba lo verda­
dero, lo bueno y lo bello en todas las formas y representacio­
nes, por extrañas que sean, convirtiendo esas cualidades en
su propia esencia y haciéndose así nuevamente uno con el
espíritu original, puramente humano, del que había salido a
causa de las lim itaciones de su época, su form ación y su
situación» (§ 70, pp. 168 y s.).

A q u í, no m en o s que en la filo s o fía de la h is to ria que A st


esboza, y a la que p ro n to nos re ferirem o s, es clara la in fu e n cia
de S ch ellin g. C o m o en Sch ellin g, toda diversidad s e « * iu c e a
u n a d iferen cia relativa, y lo que parece diverso es en sí id é n ­
tico , con lo que la m is ió n d el c o n o c im ie n to es p u r ific a r sus
ob jeto s de lo te m p o ra l, ex te rn o y accid en tal. A u n q u e no
p u ed e d ud arse de que la c o m p re n sió n del e sp íritu an tigu o
—para usar de m om en to esta exp resió n — sólo es p osible sobre
la base de u n a id e n tid a d de lo e sp iritu a l, hay que in s istir en
que esta id en tid ad n o es absoluta, en que el e sp íritu an tigu o
sólo deja de ser tal e sp íritu an tigu o cu and o es lib e ra d o de su
extrañeza. L a co m p ren sió n del esp íritu extraño se fu n d a c ie r­
tam ente en una afinid ad, en u n n o ser absolutam ente extraño,
p ero tien e com o o b je to p recisam en te al e sp íritu extrañ o qua
extraño, y n o puede conseguirse m ediante su red u cció n a algo
que perm anece siem pre id én tico , con la cual el in d ivid u o que
com pren de no haría otra cosa que reflejarse a sí m ism o.
184. PETER SZONDI

A h o ra b ie n , n in g u n a e xp o sició n del con cepto que A st tien e


de la h isto ric id a d de las obras y de la re d u c c ió n de esta h is to r i­
c id a d e n la c o m p r e n s ió n p u e d e ig n o r a r el h e c h o de q u e su
h e r m e n é u tic a só lo tie n e p o r o b je to la c o m p r e n s ió n d e las
ob ras de la an tigü ed ad . D espu és de las tentativas de fu n d a r en
la ép o ca de la Ilu stra c ió n u n a te o ría g e n e ra l de la in te rp r e ta ­
c ió n —(SH ad en iu s, M e ie r— h u b o u n regreso a las h e rm e n é u ti­
cas especiales, al cual S ch le ie rm ac h e r sería el p rim e ro e n o p o ­
n e rs e . E s b astan te c u rio s o q u e A st n o ju z g a se n e c e s a rio
e x p lic a r esta re stric c ió n n i ech ar u n a m ira d a a las dem ás h e r ­
m en éu ticas: sus Elementos de gramática, hermenéutica y crítica, que o r i­
g in a lm e n te d e b ía n fig u r a r co m o a p é n d ic e de su Compendio de
filología, a p a re c id o ta m b ié n e n 1 8 0 8 , tra ta n c o m o la cosa m ás
n a tu ra l sólo de las cu estio n es qu e b ro ta n e n la fre c u e n ta c ió n
de las obras de la antigüedad griega y ro m a n a , pues e n su época
la « filo lo g ía » era sólo « filo lo g ía c lá sic a » .
C o n estos supuestos, la m isió n qeie A st asigna a la « fo r m a ­
c ió n filo ló g ic a » (p. 16 9 ) , a saber, la p u r ific a c ió n del espÍM íu
de to d o lo te m p o ra l, a c cid e n ta l y s u b je tiv o , p o d r ía a p a re c e r
c o m o la m ás c o n fo r m e c o n u n c la sicism o q u e pasa p o r alto
to d o s lo s datos h istó ric o s y no d u d a de la a c tu alid ad (n i de la
p o s ib ilid a d f e u n a im ita c ió n ) d el arte y la p o e sía a n tig u o s.
P ero , m ien tras que p ara el clasicism o de la im ita ció n de W in c-
k e lm a n n es re q u is ito in d isp e n sa b le la c o n s e rv a c ió n de la
fisio g n ó m ica h istó rica del arte griego, y la im ita ció n p u ed e lle ­
gar a ser u n a exigencia p o rq u e W in ck elm an n co n sid era que las
circun stancias h istóricas de su tiem p o no son m uy favorables al
a rte , c o n lo qu e n o se trata ta n to de d e sp o ja rse d el p r o p io
ro p a je h is tó ric o c o m o de c a m b ia r de ro p a je (o , m ás ex acta ­
m en te, y p o rq u e los ro pajes en uso no son disfraces: de d isfra ­
z a rse), el c la sicism o re p re se n ta d o p o r A st está in te g ra d o en
u n a filo so fía de la h isto ria . Esta co in cid e en p u n to s im p o rta n ­
tes c o n la exp u esta e n la Philosophie der Kunst (Filosofía del arte) de
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 8 185

S ch e llin g : A st fu e a lu m n o de S c h e llin g en J e n a , y en su System


der Kunstlehre (Sistema de estética) , p u b lic a d o e n 1 8 0 5 , d ivu lg ó la
estética, e n to n c es in é d ita , q u e S c h e llin g e n se ñ ó e n J e n a e n
1 8 0 2 - 1 8 0 3 . A c o n tin u a c ió n de las frases a n te rio rm e n te cita ­
das, que h ab lan de la re u n ific a c ió n del h o m b re c o n « e l e sp í­
ritu o rig in a l, p u ra m e n te h u m a n o , del que había salido a causa
de las lim ita c io n e s de su é p o ca, su fo rm a c ió n y su s itu a c ió n »
(p . 16 9 ), leem os que esto n o es

«sim plem ente una idea, com o pod ría parecerles a quienes
oponen al ideal lo efectivo como la realidad y la única verdad
(p. 169), como prueba de manera bien convincente la histo­
ria superior (que no se lim ita a coleccionar hechos). En
efecto, si la humanidad en sí es una, también lo ha sido en el
tiempo, en toda la grandiosa plenitud y pureza de sus fuerzas
vitales: en el m undo oriental, que fue puram ente m ítico y
religioso porque aún no conocía la oposición temporal entre
la organización real y la ideal. Porque el paganismo y el cris­
tianismo form an todavía, p or ejem plo en el m undo ind io,
una unidad: Dios es a la vez la plenitud o la totalidad (pan­
teísm o) y la unidad de todo lo viviente (teísm o). Sólo des­
pués de que el orientalism o se disolviera a sí mismo apare­
cieron en el tiem po (com o p eríod os de la form ación del
hom bre) los elem entos particulares de su naturaleza: aquí
empieza la historia propiam ente dicha, la vida de la hum ani­
dad que se despliega temporal y sucesivamente. Los dos polos
de la historia son el mundo griego y el mundo cristiano, que
sin embargo em ergieron ambos de un único punto central,
el orientalism o, y que a causa de su unidad original aspiran a
reunificarse de nuevo en nuestro m undo. El triunfo de nues­
tra cultura será así el libre acuerdo, conscientem ente reali­
zado, entre la vida poética (plástica o griega) y la vida re li­
giosa (musical o cristiana) en la evolución cultural hum ana»
(§ 70, pp. 17 0 y s.).
i8 6 P E T E R SZ O N D I

Y A st añade a m odo de conclusión:

« T o d o s u r g ió de u n so lo e s p ír itu , y a sp ira a v o lv e r a este


e s p íritu u n o . S in el c o n o c im ie n to de esta u n id a d o r ig in a l,
que h u ye de sí m ism a (se d ivid e e n el tie m p o ) y se b u sca de
n u evo a sí m ism a, n o sólo n o se ríam o s capaces de c o m p r e n ­
d er nada de la an tigü ed ad , sino tam p o co de la h isto ria y de la
cu ltu ra h u m a n a » (§ 7 0 , p . I 7 l)-

E l p rin cip io de la h erm en éutica de A st no es, pues, n in gú n


clasicismo de la im itación ajeno a la historia; la tarea h e rm e ­
néutica —la co m p ren sió n de la an tigü edad— aparece, p o r el
co n tra rio , com o u n acto h istórico a su vez, —un acto no sólo
histó ricam en te c o n d icio n ad o , sino cread o r de h isto ria—,
com o un m om en to en la evolución del espíritu que, a p artir
de la oposición tem poral en la que se había enajenado —Grecia
y el cristian ism o —, aspira a to rn a r a la iden tidad consigo
m ism o. L a com prensión colabora a este retorno del espíritu a
sí m ism o al con ectar la an tigüedad, que pervive en las obras
que se intenta com prender, y el cristianism o, al que pertenece
el in d ivid u o que co m p ren d e. Esta síntesis de lo griego y lo
cristiano —a la cual aspiraba, casi en los mism os años, la poesía
tardía de H ó ld e r lin — pudo incluso ser con siderada com o ¡a
tarea de la herm enéutica.
Tratando de la cuestión de la distancia histórica en la h e r­
m enéutica, A st m uestra claram ente que él ya no cree, com o
an terio rm en te la in terp retació n gram atical, p o der salvar esa
distancia sim plem ente cam biando el signo obsoleto. Pero el
espíritu es en sí m ism o ah istórico, lo tem poral es con cebido
com o algo puram ente relativo, y la relación del lector m oderno
con el texto antiguo está integrada en el m ovim iento del espí­
ritu, en su reto rn o a sí m ism o, p o r lo cual la cuestión de la
con d ició n de posibilidad del conocim ento histórico pierde su
relevancia: lo que más tarde D ilthey llamará crítica de la razón
IN T R O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 8 187

histórica80 se vuelve en Ast superfluo porque las premisas de su


filosofía de la historia proceden de la filosofía de la identidad.
L a misma fu n ció n tiene esta con cep ción del espíritu en la
discusión del círculo herm enéutico.

« L a ley fundam ental de toda com prensión y de todo conoci­


m iento es en con trar a p artir de lo particular el espíritu del
todo, y concebir lo particular p or m edio del todo; en el p r i­
m er caso, el m étodo de con o cim ien to es analítico, y en el
segundo sintético. Pero u n o y otro sólo pueden existir u n o
con otro y uno en razón del otro, del mismo m odo que no se
puede pensar el todo sin lo particular como m iem bro suyo, y
lo particular sin el todo como la esfera en que vive. N inguno
es a n te rio r al o tro , porq ue am bos se con d icion an m u tu a­
mente y son en sí mismos una sola vida arm ónica. Por eso, el
espíritu de la antigüedad no puede ser verdaderamente cono­
cido en su conjunto si no lo captamos en sus manifestaciones
particulares, en las obras de los escritores de la antigüedad, e
inversam ente: no se puede co m p ren d er el esp íritu de u n
escritor sin el espíritu de la antigüedad en su conjunto.
A h ora bien , si sólo podem os conocer el espíritu de la a n ti­
güedad en su conjunto a través de sus m anifestaciones en las
obras de los escrito res, p ero el co n o c im ie n to de éstas
supone a su vez el del esp íritu universal, ¿cóm o es posible
que, si sólo podem os conocer u na cosa después de la otra, y
no el to d o de una vez, llegu em o s a co n o cer lo p artic u la r
cuando éste su p o n e el co n o c im ie n to del to d o ? E l c írc u lo
que supone el que sólo pueda conocer a, b, c, etc., a través
de A , y este A sólo a través de a, b, c, etc., es in so lu b le si
tanto A com o a, b , c, e tc., son pensados com o c o n tra rio s
que m utuam ente se c o n d ic io n a n y su p o n en , p e ro no se
reconoce su unidad, p o r la cual A no resulta sólo de a, b, c,
etc., n i es form ad o p o r éstos, sino que precede a éstos, los
atraviesa a todos de la misma m anera, y a, b, c no son en to n -

80 C fr . W . D ilth ey, GesammelieSchrijlen, op. cif., v o l. 7 > pp- y ss.


i88 PETER SZONDI

ces más que represen tacion es in d ivid u ales del A ú n ic o . D e


este m o d o , en A están ya o rig in alm e n te presentes a, b , c;
estos m iem b ros no son sin o d e sarro llo s p articu lares del A
ú n ico , y en cada un o de ellos se en cu en tra ya A de una
m anera p articu lar, y para en co n trar su un id ad no necesito
recorrer toda la serie de puntos particulares.
Sólo así me es posible conocer lo particular a través del todo,
e inversam ente, el todo a través de lo particular; pues ambos
están dados a la vez en cada cosa particular; con a está puesto
a la vez A , pues a es sólo m anifestación de A ; con lo particular
está puesto a la vez el todo, y cuanto más avanzo en la a p re ­
hensión de lo particular recorriendo la línea a, b, c, etc., más
patente y vivo es el espíritu, más se desarrolla la idea del todo
que ha brotado ya en m í con el p rim er m iem bro de la serie.
E l e s p íritu no se com pone de p articularidades, s in o que es
u n a esencia o rig in a l, simple, entera e indivisa. E n cada parti­
cu larid ad se con serva tan simple, entero e indiviso com o lo es
e n sí, es decir: toda p a rticu larid ad no es sino la form a de ap a­
r e c e r el e s p íritu u n o ; lo p a rt ic u la r n o engend ra, pues, el
e sp íritu o la id ea c reá n d o lo s p o r c o m p o sic ió n , sin o qu e sus­
cita el esp íritu , d esp ierta la id e a » (§ 75 ’ PP- I 7& y ss.).

S i record am os el dictum de H eid egger: « lo decisivo no es salir


d el c írc u lo , sin o e n trar en él del m o d o j u s t o » 8', ad vertim o s
que para A st el círcu lo h erm e n é u tico es todavía u n escándalo
lógico y m etod ológico: el círculo h erm en éutico es algo que hay
que ro m p e r. A u n q u e A st afirm e que el círcu lo debe p erm a n e ­
cer irresu elto m ientras se conciban los dos m iem bros, lo p a r­
ticu lar (o, más exactam ente, la serie de p articu larid ad es) y el
to d o , com o c o n tra rio s, bay que observar que la necesid ad de
so lu ció n , o la caracterización del círcu lo com o soluble o in so ­
lu b le , im p lic a la id ea de lo s c o n tra rio s . L a c o n se cu en cia de
c o n c e b ir lo p artic u la r y el todo com o co n tra rio s n o es que el 8

8l M. Heidegger, Sein und/(git, op. cit., p. 153*


INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 3 l8 g

círcu lo sea in so lu b le, sin o que el círcu lo sea en ten d id o c o n ­


fo rm e al m od elo de la c o n tra d icció n lógica y se le en cu en tre,
p o r ende, in so lu b le. P o r eso, lo que en A st se presenta com o
solu ció n al p rob lem a del círculo h erm en éu tico es más b ie n su
n e g a ció n . E n lu g a r de la in te rd e p e n d e n c ia de lo s m étod os
analítico y sintético, del con o cim ien to fund ad o en lo p articu ­
la r y el co n o c im ie n to fu n d a d o en el to d o —u n a in te rd e p e n ­
d en cia que, cu an d o n o es p re se n tad a com o c o n tra d ic c ió n
lógica, evidencia el carácter p ro cesu al y, p o r ende, abierto de
la com pren sión—, encontram os en A st la identidad apriori de lo
particular y el todo. Las p articularidades se h allan recogidas en
el todo, y el todo se halla especificado en lo p articu lar. S fcn d o
en A st el esp íritu el télos de la c o m p ren sió n , sólo lo p articu lar
es —para em plear el concepto de M eier— u n p rin c ip io h e rm e ­
néutico. Aqmí, los m étodos analítico y Sintético n o son in te r­
d ependientes n i se aplican alternativam ente en el m ovim iento
circular de la aom pren sión ; la com pren sión proced e sólo an a­
líticam ente a p a r t » de lo p articu lar, p ero co n fian d o en que lo
p articu lar es siem pre tam b ién el to d o. E l análisis es al m ism o
tiem p o síntesis. A l co n tra rio que en la c o n ce p ció n actual d el
círculo h erm en éu tico , el todo qua espíritu es d em asjjd o b u en o
para servir de p rin c ip io h erm en éu tico e ilu m in ar lo p articu lar
de la m ism a m an era que lo p a rtic u la r a rro ja u n a luz sobre el
todo. E n A st, el « to d o » —que, si n o ha sido fijad o p o r la f ilo ­
sofía de la identidad, continuam en te se transform a p o r cuanto
que él es la co n fig u ra c ió n de cada p articu larid ad ya a p re h e n ­
d id a— es d isp en sad o de esta fu n c ió n h erm e n é u tica . C o n s e ­
cuencia de ello es que el co n o cim ie n to de u n a p articu larid ad
—más concretam ente: de u n poeta de la antigüedad— no puede
orientarse a la im agen que, basada en la com paración de varios
poetas de la m ism a época, aparece com o im agen com ú n (p o r­
que esta im agen co m ú n su po n e la com p ren sión , a ella m ism a
orientad a, de los poetas particu lares, y aquí aparece el círcu lo
19 0 PETER SZONDI

hermenéutico); por eso más bien se postula que ya la primera


particularidad despierta la idea del todo, pues el espíritu como
esencia original e indivisa debe existir entero e indiviso en
cada particularidad. Concretamente: el espíritu de una época
en cada poeta. Com o la particularización sólo es admitida,
como en Schelling, cual apariencia tras la cual el espíritu se
afirma en su identidad como lo universal, la comprensión de lo
particular ya no depende de la comprensión del todo. El postu­
lado del todo presente en lo particular, de lo universal presente
en lo singular, es así el supuesto de lo que Ast presenta como
solución del círculo hermenéutico. Del mismo modo que su
filosofía de la historia hace superflua la cuestión de la posibili­
dad del conocimiento histórico, su filosofía de la identidad
hace superflua la cuestión de la posibilidad de la comprensión
en la situación que crea el círculo hermenéutico.
La consecuencia de que Ast no entienda p o r el acto h erm e­
néutico la interpretación de pasajes particulares, y m enos aún
la interpretación lim itada a determ inados pasajes —los pasajes
oscuros, com o aún en C h lad en iu s—, es que, para él, « c o m ­
p ren d er una o b ra » no puede significar com pren der todos los
pasajes de una obra. A l postular que, ya en la prim era p articu ­
larid ad com pren dida, se despierta en q uien la com pren de la
idea del todo —p o rq u e el esp íritu del tod o existe ya en cada
elem ento particular—, el proceso de la com prensión—in terpre­
tación pierde el carácter aditivo que tuvo en la herm enéutica
trad icion al. La com p ren sión consiste aquí en u n proceso de
desarrollo en el que la idea del todo (contenida en cada p arti­
cularidad y, p o r tanto, ya presentida en la p rim era p articula­
rid a d apreh en d id a) se va con cretan d o , a través de todos los
pasajes de la obra, en la serie de los actos p articulares de la
com prensión. Esto quiere decir que el acto de la com prensión
reproduce genéticam ente la form ación del poem a. « L a com ­
prensión y la explicación de una obra [constituyen] una verda-
INTRODUCCIÓN A LA H ERM ENÉU TICA^-ITERARIA - 8 ig i

dera reproducción o im itación de lo ya form ado» (§ 8o, p. 18 7).


Es d ifícil exagerar la im po rtan cia de esta tesis: ella m arca un
viraje capital en lJfc isto ria de la herm enéutica. O casión te n ­
drem os de hablar más d etenidam ente de ello a p ro p ó sito de
Schleierm acher; aquí nos lim itarem os a señalar que Ast concibe
la génesis del poem a particular conform e al m odelo de la evo^
lución del espíritu tal com o su filosofía de la historia —tomada
de Schelling—la describe. Y del m ismo m odo que esta concep­
ción idealista hace aparecer todas las cuestiones concernientes a
una crítica de la razón histórica como ya resueltas, la afirm ación
del proceso de la génesis responde de antem ano a todas las
cuestiones que saale p lantearían a una interpretación genética
de una obra d eterm inada. Esto nos lo m uestra el ejem plo al
que Ast recurre para il « t r a r su d efin ición de la com pren sión
como una reproducción de algo que ya ha recibido una form a:

« E n u n oda de H o ra c io [ .. . ] , la exp licación p a rtirá del p r i ­


m er pu n to a p a rtir del cual ha com enzado la p ro d u c c ió n del
poeta; en este p u n to , la idea del tod o está sugerida tan c ie r ­
tam ente com o que el pu n to en que com ien za la p ro d u c c ió n
p o ética m ism a ha su rg id o de la id e a in sp ira d a del to d o . L a
idea del tod o se despliega, después de h abérsele dado su p r i­
m era d irecc ió n en el p u n to in icial, a través de todos los ele­
m en to s d el p o e m a ; y la e x p lic a c ió n debe cap tar estos
m om en tos particu lares, cada u n o en su vida in d ivid u al; hasta
que el círcu lo de los elem en tos en d esarro llo se ha ce rra d o ,
la to talidad de los p u n to s p articu lares re to rn a a la idea de la
que la p ro d u cc ió n había p a rtid o , la vida m ú ltip le desplegada
en lo s m o m en to s p a rtic u la re s se c o n fu n d e de n u evo co n la
u n id a d o r ig in a l qu e el p r im e r m o m en to de la p r o d u c c ió n
sólo su ge ría y la u n id a d in ic ia lm e n te aú n in d e te rm in a d a
deviene en arm o n ía visible y v iv ien te » (§ 8 1, pp . 18 9 y s.).

Indudablem ente podría esto ser así. Pero ¿es así en el caso p arti­
cular? ; ¿sugiere ya el punto de partida de la obra poética la idea
19 2 PETER SZ0ND1

del to d o ? , ¿se desarrolla esta idea a través de todoMos elementos


o hay tam bién en la obipr elementos que no tienen relación con
la idea del to d o ? , ¿se u nen o no se u n e n arm ónicam ente las
partes aisladas de la ob ra?, y, finalm ente, ¿retorna la totalidad
de los puntos particulares a la idea con que la obra comenzó o
es posible que la totalidad supere el p unto de p artid a? T odo
esto tendría, a m i parecer, que probarse en una interpretación
genética, en la reconstrucción de la génesis de la obra, en lugar
de p on er normativamente la génesis en concordancia necesaria
con el despliegue del espíritu, tal com o este despliegue es con­
cebido desde los supuestos de la filosofía de la identidad.
A l reem plazar en Ast la rep rod u cció n del proceso de f o r ­
m ación a la interpretación de los pasajes, la teoría del sentido
p lu ral —la que elab oraro n , después de sus inicios en G recia y
en A lejandría, las herm enéuticas patrística y escolástica— queda
deslegitim ada. La distinción entre sensus litteralis y sertsus spiritualis,
que es una d istinción referid a a la cosa, es sustituida p o r una
d istin ción referid a a la m anera de ver y de interpretar. N o es
el sentido el que es plu ral, sino la com pren sión. Por eso dis­
tingue Ast entre la com prensión histórica, referida al contenido,
la gramatical, referida a la form a, la lengua y la presentación, y la
espiritual, orientada al espíritu del escritor concreto y al espíritu
de la época. La exposición que a continuación harem os de los
rasgos esenciales de la herm enéutica de Scbleierm acher m os­
trará las consecuencias que esta re fo rm a , operada p o r la
supresión de la herm enéutica de los pasajes, tuvo para la teoría
de la interpretación.
9

A l ocuparnos de la herm enéutica de Sch leierm ach er, que en


u n intervalo de casi tres d ecenios, de 18 0 5 a ig29> su frió
num erosas m o d ificacio n es, no estará de más u tiliz a r ciertas
intuiciones de A st, y más precisam ente sus diferencias con las
ideas del siglo X V I I I , com o puntos de referencia que nos p e r ­
m itan ver claramente los aspectos comunes, y tam bién las d ife­
rencias, entre los sistemas herm enéuticos de Ast y Schleierm a­
cher. E l hecho de que las tesis de Ast estuvieran marcadas p o r la
filo so fía de la id entidad de Sch ellin g explica que su nom bre
perm aneciera largo tiem po ausente en la historia de la herm e­
néutica, mientras que Schleierm acher figurase, sobre todo des­
pués de D ilthey, com o el representante más im po rtan te, e
incluso el fu n d ad o r de una h erm enéu tica filo só fica . S i esta
explicación es válida, no lo es sólo p o rq u e la vigencia de las
tesis de Ast estuviese ligada a la de la filosofía schcUingu^a de la
identidad, sino tam bién p orq u e la prem isa de la filo so fía de
la identidad no tanto form ula o resuelve los problem as h erm e­
néuticos cuanto los hace aparecer com o ya resueltos. Sch leier­
m acher, p o r el co n trario , fue muy consciente del alcance de
estos problemas, como ya indican las numerosas m odificaciones
194 PETER SZON DI

de sus trabajos sobre h erm enéu tica a lo largo de los años. Esta
e vo lu c ió n de la h erm en éu tica de S ch le ie rm ac h e r sólo e n los
últim os años ha sido objeto de investigación. L a im agen que de
S ch leierm ach er tenía D ilthey, y, p o r en d e, la im agen de S c h ­
le ie rm a c h e r de los pn¿H«eros seis d ecen io s de n u estro siglo
(pues la autoridad de Dilthey en este punto apenas fue discutida
hasta 19 5 9 ) , se sustentaba en los textos sobre h erm e n é u tica
recogidos en la edición de las Obras completas82 de Schleierm acher
(realizada p o r R eim er) iniciada en el año de su m uerte ( 18 3 4 ) ,
concretam ente en los dos discursos de 1 8 2 9 ante la A cadem ia y
en la e d ic ió n que bajo el títu lo de Hermenéuticaj crítica83 realizó
F r ie d ric lJL ü c k e de textos p ostum os y apuntes tom ados en sus
cursos. H asta 19 5 9 no apareció u n a nueva ed ición , ésta re a li­
zada a in stan cias de G a d a m e r p o r su d isc íp u lo H e in z K i m -
m erle y p u b licad a en las A ctas de la A ca d e m ia de C ien c ia s de
H e id e lb e rg . E n esta o casió n , el e d ito r no se p ro p u s o , com o
L ü cke cien to vein te años antes, c o m p o n e r, p o r así d e c irlo ,
una ob ra coherente (el caso nos hace record ar la h istoria de la
e d ic ió n de la Estética h eg elian a ), sin o re p ro d u c ir los textos
auténticos de Sch leierm ach er, los de los m an u scritos c o n se r­
vados, fragm entarios y divergentes com o se presentaban. S ólo
a p a r tir de esta e d ic ió n , que com ien za co n a fo rism o s de los
añ os 1 8 0 5 y 1 8 0 9 y se c ie rra co n a n o ta c io n e s m arg in a le s de
l 832 - l 833 > y entre u n o s y otras recoge u n p rim e r esbozo del
p e r ío d o en tre l8 lO y 1 8 1 9 , u n a e x p o sic ió n a m od o de c o m ­
p en d io de 18 19 , la exposición de la segunda parte de la m ism a,
de la época entre 1 8 2 0 y l829> y, fin alm en te, los discursos de
1 8 2 9 ante la A cadem ia, es posible exp o n er la h erm enéu tica de
S ch le ie rm a c h e r en su e vo lu c ió n y revisar su re c e p c ió n y su
in terp retació n p o r D ilthey, que equivale a una id en tificació n .

82 Fr. D. Schleiermacher, Sámmtliche Werke, 31 vols., Berlín, 1835-18 64.


83 Fr. D . Schleierm acher, Hermeneutik undKritik mit besonderer BeziehungaufdasNeue Testament,
ed. de Fr. Lücke, e n Sámmtliche Werke, sec. I, vol. 7. B erlín , 1838.
INTRODUCCIÓN A LA H ER M E N É U T IC A LITE RA RIA - 9 195

Ésta era, en efecto , la in te n c ió n d eclarad a d el e d ito r K i m -


m erle, que en 19 5 7 se d octoró con u n trabajo titulado DieHer-
meneutik Schleiermachers im ^jjsammenhangseines spekulativen Denkens (La
hermenéutica de Schleiermacher en el contexto de su pensamiento especula­
tivo)848
5'. E n su In tro d u c c ió n a aq u ella e d ic ió n , K im m e rle
intentó d escribir en unas pocas páginas, contra la in te rp reta ­
ció n de D ilth ey, la h isto ria de esta evolu ción . (La exp o sició n
de K im m e rle está m uy in flu id a p o r la crítica que G a d am e r
hizo de D ilth ey y del h isto ric ism o .) R em o n tán d o se a los p r i­
m eros estadios de la h e rm e n é u tica de S c h le ie rm a c h e r, que
Lücke y, más aún, D ilthey p asaron p o r alto, K im m e rle coloca
el acento no sobre la reproducción psicológica, en la que la distancia
te m p o ra l en tre a u to r y le c to r en el sen tid o d el h isto ric ism o
queda an u lad a, sin o so b re la in te rp re ta c ió n g ram atical y la
c o m p ren sió n del len gu aje que en ella se da®5. N u estra d iscu ­
sió n de las ideas h erm en éu ticas de S ch le ie rm ac h e r n o p u ed e
d eten erse, en el m arco de esta e x p o sició n , en sus d iferen tes
etapas, pero debe señalar las d iferencias existentes. Y com o n o
es p osible seg u ir aq u í la h isto ria de su e vo lu ció n , e lijo com o
p u n to de p artid a los textos, que p re te n d en ser conclu yentes,
de los dos discu rsos de 18 2 9 ante la A ca d e m ia , p ara in te n ta r
id e n tific a r lo e sp e cífico de sus tesis co n trastan d o estas tesis,
p o r u n lado, con las de F ried rich Ast, y, p o r otro, con las c o n ­
tenidas en los p rim eros textos sobre herm enéutica de S ch le ie r­
m ach er. Las c o n clu sio n e s de A st p u ed e n resu m irse en cin co
puntos, los cuales se apartan de la h erm enéu tica de la Ilu stra ­
c ió n . P ued e q u e, com o p ro b le m a s, estos cin co p u n to s sean
válidos tam bién para Schleierm acher, p ero no com o soluciones

84 H . K im m erle, Die Hermeneutik Schleiermachers im /^jisammenhang seines spekulativen Denkens,


tesis doctoral (dact.)i H eidelberg, 1957-
85 H . K im m erle, « E in le itu n g » , en Fr. D . Schleierm acher, Hermeneutik. «N ach den
Handschriften neu hrsg. und eingel. von H .K .» , Heidelberg, 19 59 ( =Abhandlurtgen der
HeidelbergerAkademie derwissenschaften. Philosophisch-historische Klasse, Jg . 1959» A bh.), p. 14-
196 PETER SZONDI

(mas exactam ente: d iso lu cio n es), trib u tarias que son de las
prem isas de la filosofía de la identidad.
1. ° E n lugar de la in terpretación de pasajes aislados —los
pasajes « o s c u ro s» — aparece com o tarea de la h e rrr0 ié u tic a la
com pren sión del autor. El problem a de la com prensión de lo
que u n extraño dice era desconocido para la hermenéutica de la
Ilustración, pues ésta entendía los textos no como expresión dte
sus autores, sino com o declaraciones que ellos hacen acerca de
una cosa, de un tercer térm ino: el objeto de que trata el pasaje.
En este tercer térm ino, autor y lector coinciden. E l problem a de
la com prensión de lo que otro dice lo resuelve Ast postulando
algo común a todos los hom bres: el espíritu.
2. ° E l problem a de la distancia tem poral se resuelve tam ­
b ién para A st m ediante la p o sició n de u n espíritu siem pre
idéntico, ahistórico. L o tem poral es algo relativo de lo que hay
que hacer abstracción p ara re c o n o c er el esp íritu . A esto se
añade que la distancia histórica de la in terp retación respecto
del texto es, para A ^ siempre la m ism a, pues su herm enéutica
sólo considera las obras de la antigüedad.
3 . 0 E l p rob lem a del círcu lo h erm en éu tico , d esconocid o
para C h ladeniu s y para M eier, es en A st igualm ente un p r o ­
blem a ya resuelto. E l ve en el círculo no la cond ición de p o si­
bilidad de la com prensión, sino una contradicción, pero una
co n trad icció n resolu ble, p o r cuanto que el todo está c o n te ­
nido en lo particular. E n este planteam iento no tiene cabida la
in terd ep en d en cia de los m étodos analítico y sin tético: el
co n o cim ien to de lo p articu la r es siem p re tam bién c o n o c i­
m iento del todo.
4 . 0 C o m o la com pren sión de u n texto ya no es entendida
com o com p ren sión de la totalidad de sus pasajes, sino com o
com prensión del autor y de su relación con el texto, el m étodo
genético viene a ocu p ar el lu gar del m étodo aditivo. C o m ­
prender es, para Ast, reprod u cir lo ya producido. Y la historia
INTRODUCCIÓN A LA H ERM ENÉU TICA LITERARIA - 9 197

de la génesis de una obra no es, según A st, específica de ella,


sino que obedece a una ley inm utable: el punto de partida de
una prod ucción poética surge de la idea del todo, y esta idea,
después de desplegarse en la sucesión de los m om entos p arti­
culares, vuelve al com ienzo.
5 .0 E n lugar de la doctrina del sentido plu ral de un texto
encontram os en Ast la doctrina de la apliralidad de las maneras
de interpretar. A st distingue la com pren sión histórica, re fe ­
rida al contenido, la gram atical, referida a la form a, la lengua
y la presentación, y la espiritual, orientada al espíritu del escri­
tor concreto y al espíritu de la época.
H em os expuesto previam ente estos cinco puntos, que c ir­
cunscriben la p o sic ió n de A st, p o rq u e Sch leierm ach er p re ­
sentó sus ideas, com o ind ica el título de sus discursos ante la
Academ ia, con referencia a las Indicaciones de F.A. Wolfj al compendio de
Ast (p. I 2 3 ) 86- Pero esto no quiere decir que, en sus análisis de
los problem as de la herm enéutica, no hubiera hecho más que
seguir a W olf y a Ast. C om o ya se ha m encionado, sus prim eras
notas sobre la m ateria datan de 18 0 5 , lo que quiere decir que
fueron redactadas antes de aparecer las obras de W olf y de Ast.
E n u n texto autobiográfico que debía abrir sus diMNEsos, pero
que más tarde rechazó, Schleierm acher habla del m otivo que le
llevó a ocuparse en la teoría herm enéutica: en sus cursos d ed i­
cados a la exégesis del N uevo Testamento se dio cuenta de que
la herm enéutica teológica tradicional se reducía a una colec­
ción de reglas en las que faltaba « e l verdadero fu n d am en to ,
puesto que los princip ios generales no estaban establecidos en
ninguna p arte » (p. 1 2 3 , nota 4 ). Desde el p rin cip io , la h e r­
m enéutica de Sch leierm ach er no se p rop u so ser una c o n ti­
nuación de la herm enéutica tradicion al, sino dotarse de una

86 En lo que sigue, las citas no coincidirán del todo con el texto de la edición de K im -
merle porque las notas marginales de Schleiermacher no están indicadas como tales.
ig8 PETER SZON DI

fu n d a m e n ta c ió n te ó ric a . U n a de las razon es p o r las que sus


p re d e ceso re s más cercan os, es d e c ir, los au to res de las obras
h erm en éu ticas más utilizadas a lre d e d o r de 1 8 0 0 (n i C h la d e -
n iu s n i M e ie r fig u ra n entre e llo s), no lle g a ro n a fu n d a r u n a
teo ría su ficien te de la h erm enéu tica, era para S ch leierm ach er
el h echo de que sus trabajos sólo se re fería n a un tipo de obras:
el Nuevo Testamento, como la Institutio d e jo h a n n August E rn esti,
p ublicada en 17 6 1, o las obras de la antigüedad. A l p artir estos
trabajos —es d ecir, la h erm enéutica teológica y la herm enéutica
filo ló g ic a — de los p ro b lem as esp e cífico s de sus o b je to s, n o
p u e d e n h a ce r o tra cosa que establecer reglas c o n fo rm e a las
cuales debe p ro ce d er la in te rp reta ció n de estas obras esp ecia­
les, o a lo sum o, com o más tarde A st, una te o ría , fu n d ad a en
una filo so fía de la historia, de la in terp retació n de obras a n ti­
guas —p ero no u n a te o ría de la h erm e n é u tica que p u ed a
d em ostrar su validez a través de toda la diversidad de las obras
o b je to de in te rp re ta c ió n —. De ese m o d o , S ch le ie rm a c h e r se
aproxim a a la in ten ció n de la h erm enéutica de la Ilu stración y
a los intentos de fu n d ar una teoría general de la in terpretación
en G h la d e n iu s y en M e ie r. P e ro , a d ife re n c ia de éstos, S c h ­
leierm ach er n o busca el fu nd am ento de una herm enéutica que
no sea solam ente especial en la estructura idéntica de los pasa­
j e s 87, com o C h la d e n iu s, n i ta m p o co , com o M e ie r, en su
carácter de sig n o s88, sino en el acto de la co m p ren sió n , en la
in terp retació n m ism a.
P a rtie n d o S c h le ie rm a c h e r, en su fu n d a m e n ta c ió n de la
herm enéutica, del hecho de la com pren sión , no sólo hace abs­
tracción de las diferencias existentes entre las obras de la a n ti­
gü ed ad y la Sagrad a E sc ritu ra ; ta m b ié n am p lía el cam p o de
trabajo de la h erm en éu tica h acien d o de todo lo que es objeto

87 C fr . cap. 2, pp. 6 l y ss.


88 C fr. cap. 6, pp. 13 4 y ss.
INTRODUCCIÓ N A LA H ER M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 9
199

lin gü ístico de la c o m p ren sió n , objeto tam bién de la teo ría de


la c o m p re n sió n , es d e c ir, de la h erm e n é u tica . Ésta n o debe
ocuparse solam ente, com o enseña A st, en obras de escritores,
n i solam ente, com o q u ie re W olf, en obras en len gu a e x tra n ­
je ra . N o sólo otros textos n o literariam en te destacables, com o
los p erio d ístico s y los de los an u n cio s, p u ed en p la n te ar p r o ­
blem as h erm en éu tico s; tam bién una alocució n o u n a c o n v er­
sación son objetos posibles de la h erm en éu tica, objetos que a
Sch leierm ach er m erecen incluso una especial aten ció n . E n el
p rim e r discurso ante la A cadem ia se lee:

« ... la hermenéutica no debe limitarse a las obras literarias. A


menudo me sorprendo haciendo en una conversación opera­
ciones hermenéuticas cuando no me contento con el grado
habitual de comprensión, sino que intento averiguar cómo se
ha producido en un amigo la transición de una idea a otra, o
cuando exploro las opiniones, los juicios y las pretensione^je
los que depende el que ese mismo amigo sostenga una cosa
sobre un determinado asunto y no otra. Hechos de este tipo,
que todo individuo atento podrá atestiguar, demuestran a mi
juicio bien claramente que la solución de la cuestión para la
que justamente buscamos una teoría en modo alguno
depende del discurso tal como el ojo lo encuentra cuando ha
quedado fijado en la escritura, sino que se presenta siempre
allí donde distinguimos ideas o encadenamientos de ideas
escuchando palabras» (pp. 129 y s.).

Por concluyente que sea esta tesis, hay que in sistir en el hecho
de que p artir, com o S ch leierm ach er, del acto de la c o m p re n ­
sión no sólo am plía el cam po de la herm enéutica, sino que a la
vez tran sfo rm a radicalm ente su tarea. Pues ya no se trata sim ­
p lem en te de c o n o c e r el sig n ifica d o de u n p asaje c o n c re to ;
tam bién hay que co m p ren d er la génesis de ese pasaje: su re la ­
ción con el resto y su m otivación. Para Schleierm acher, la h e r­
m enéutica no entra en acción sólo allí dond e la co m p ren sió n
2 0 0 P E T E R SZ O N D I

se encuentra con dificultades, sino tam bién donde <<el grado


habitual de com prensión» (p. 13 ) no se estima suficiente. E n
la exposición de 1 8 1 9 , htcha en form a de com pendio, se lee:

« N o todo lo oralmente expresado es siempre objeto del arte


de la interpretación; algunas manifestaciones no tienen n in ­
gún valor para él, otras lo tien en absoluto, y la m ayoría se
sitúa entre ambos extrem os. [...] Carece enteram ente de
valor lo que no tiene interés como acto ni im portancia para
la lengua. Se habla porque el lenguaje sólo se mantiene en la
continuidad de la repetición. Pero lo que no hace más que
repetir algo que ya está ahí, no es nada en sí. Es como hablar
del tiem po que hace. Pero esta nulidad no es la nada abso­
luta, sino sólo el m ínim o. Y a partir de este m ínim o se desa­
rrolla lo que tiene interés» (§ I I , pp. 82 y s.).

Gracias a este cambio en la tarea hermenéutica, la herm enéu­


tica se emancipa de las disciplinas de las que solía ser ciencia
auxiliar: de la teología, de la filología y de la jurisprudencia.
Schleierm acher dice en el prim er discurso ante la ^ » d e m ia :

«Reconozco que tengo esta práctica de la hermenéutica en el


dom inio de la lengua m aterna y en el trato directo con los
hom bres p or una parte esencial de la vida civilizada, aparte
de todos los estudios teológicos y filológicos. ¿Q u ién podría
tratar con personas de aguda inteligencia sin esforzarse p or
entender entre las palabras del mismo m odo que en los tex­
tos inspirados y densos leem os entre líneas? ¿ Q u ié n no
encontraría digna de atención una conversación importante,
capaz de dar origen en m uchos sentidos a acciones ig u al­
mente importantes, ni destacaría de ella los puntos de in te­
rés vital, ni trataría de com prender sus relaciones internas,
ni se fijaría en las más mínimas alusiones?» (p. 13 0 ) .

Schleierm acher no se contenta con esta equiparación de la


palabra hablada y la palabra escrita en cuanto objetos de la
IN TR O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 9 2 0 1

h erm e n é u tica ; q u iere adem ás, segú n dice, « a c o n se ja r e n c a re ­


c id a m e n t e al in té rp re te de o b ras escritas

«practicar asiduamente la interpretación de las conversacio­


nes im portantes. Porque la presencia inm ediata del
hablante, la expresión viva que denuncia la participación de
su inteligencia entera, la m anera en que los pensamientos se
desarrollan a partir de la vida en com ún, todo esto estimula,
mucho más que el examen en solitario de un escrito total­
mente aislado, una serie de pensamientos que son a la vez un
momento de vida palpitante y un acto ligado a muchos otros
de otra clase, y justam ente este lado es el más com únm ente
relegado, e incluso en gran parte despreciado cuando se
explica a los autores» (p. 13 1) .

Estas p alab ras e v id e n c ia n la in t e n c ió n de la h e rm e n é u tic a de


S ch le ie rm ac h e r, y a la vez p e rm ite n c o m p re n d e r la actualid ad
d e S c h le ie rm a c h e r e n la filo s o fía d e la vid a de fin e s d el siglo
X IX : n o B trata de la in te rp re ta c ió n de pasajes aislados, sin o de
e n te n d e r lo h a b la d o y lo e sc rito e n su o r ig e n , esto es, e n la
vida in d ivid u a l del a u to r: la p alabra hablada y la p alabra escrita
com o « m o m e n to s de vida p a lp ita n te » y com o actos, es d ec ir,
n o com o d o cu m en to s, sin o com o m an ife sta ció n activa y actual
de la vida. ¿ P o r qué la h erm en éu tica de su tiem p o ha « e n gran
p arte d e s p re c ia d o » este a sp e c to ? E ste h ech o ap en as n ecesita
ex p lic a c ió n : cu an d o la h erm e n é u tic a era h e rm e n é u tica e sp e ­
cial, teo ría de la in te rp re ta c ió n de la Sagrada E scritu ra o de los
m o n u m e n to s lite r a r io s de la a n tig ü e d a d , d o m in a b a n e n ella
las cu estio n es relativas al sen tid o d el texto ya p o r la sola d i f i ­
cu lta d p a ra p e r c ib ir , p o r d etrás de él, el to d o vita l d el a u to r
(p o r ejem plo, H o m e ro ). S i hoy nos preguntásem os p o r la ju s t i­
ficación de la in ten ción herm enéutica representada p o r Sch leier­
m acher, no p od rem os en con trar u na respuesta sino en el m arco
de la disputa que desde hace d ecen io s vien e m an te n ié n d o se en
202 PETER SZON DI

el terren o de los estudios literario s, y tanto en A lem an ia com o


fuera de ella, con la trad ición de la filo so fía de la vida y la p si­
co lo gía de la viven cia de la escuela d ilth eyan a: en el fo r m a ­
lism o , en el nevo criticism, en el arte de la in te rp reta c ió n y en el
estru ctu ralism o . E xtrañ am en te en co n tram o s hoy que el paso
decisivo que dio Schleierm acher de lo escrito a lo hablado, que
su in sa tisfa c c ió n con « e l exam en en so lita rio de u n escrito
to talm en te a isla d o » le m ovió a d ar, ocu p a esp ecialm en te en
Fran cia el cen tro de la discusión: sin que siq uiera se n o m b re a
S ch le ie rm ach e r. P ien so, p o r u n lad o , en la co n c e p c ió n de la
literatu ra, fuertem ente in flu id a p o r D ilthey, de G eorges P o u -
let, que recu rre al p roceso subjetivo, que no q u iere d ecir p r i­
vado, de la p ercep ció n y la con cien cia, y p o r otro en una te o ­
ría de la literatu ra que p ro v ie n e sin duda de M a lla rm é , cuyo
concepto central es el concepto de écriture, y cuyos rep resen tan ­
tes son en tre o tro s R o la n d B arth e s y G é ra rd G e n e tte , p ero
sobre todo Jacq u es D e rrid a 89.
L a formulación más expresiva de la oposición entre la antigua
hermenéutica de los pasajes y la que se proponía elaborar, la
encontró ya Schleiermacher en uno de los aforismos de 18 0 5 . En
él leemos: «D os máximas opuestas de la comprensión: i) lo com­
prendo todo hasta que doy con una contradicción o un sinsen-
tido; 2) no comprendo nada que no considere necesario y que no
pueda construir» (p. 31). Chladenius ve en la contradicción un
signo de oscurecimiento de un pasaje; como toda la teoría tradi­
cional de la interpretación, la suya entra en acción siempre que
un pasaje no es inmediatamente comprensible, es decir, cuando
parece estar en contradicción con el contexto, o con la presunta
intención del autor, o con la verdad reconocida. Comprender es

89 C fr. R. Barthes, Critique et venté, París, 1966 [Críiicajr verdad, México, Siglo XXI,
1978^» G . Genette, figures, I -III, París, 1966 y ss. [figuras///, Barcelona, Lumen,
j 9 S 9 ] ; J ■ Derrida, De lagrammatologie, París, 1967 [Déla Gramatología, México, Siglo
XXI, 1971].
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 9 203

entonces resolver la contradicción —una concepción cuya m o ti"


vación racionalista es evidente—. Schleierm acher, p o r el con tra­
rio , d efien d e la segunda m áxim a, según la cual nada p u ed e
com prenderse que no se vea com o necesario y no pueda con s­
tru irse . A m b o s c r it e a o s exigen una perspectiva gen ética: la
necesidad de una m anifestación se dem uestra cuando puede ser
d ed ucid a; así, su co m p re n sió n supo n e el recu rso al a u to r, al
tod o de su vid a. S c h le ie rm a c h e r e n tien d e la m a n ife sta c ió n
p articu lar com o u n « m o m en to de vida p alp itan te » , com o u n
« a c to » . La construcción com o d efin ició n del acto de la co m ­
pren sión recuerda a la fó rm u la de A st de la « re p ro d u c c ió n de
lo ya fo rm a d o » (§ 8 o , p. 18 7 ), p ero puede entenderse p erfe c­
tamente en el sentido gráfico que la palabra tiene en la te rm i­
nología del idealism o alem án, sobre todo en Schelling.
De la m ism a op o sició n entre la herm enéutica trad icio n al y
la nueva que hay que fu n d ar tratan los §§ 15 y 16 de la exp o si­
ció n en form a de com pen d io de 1 8 1 9 :

« L a práctica más laxa en este arte [en el m anuscrito se lee


prim ero: La práctica sin arte, esto es, de la interpretación] parte
de la idea de que la com prensión se produce p or sí sola, y
expresa negativamente su finalidad: "hay que evitar el malen-
tendido[”]. [...] La práctica más rigurosa parte de la idea de
que el malentendido se produce por sí solo y hay que desear
y perseguir la comprensión en cada punto» (p. 86).

M ientras que el a n terio r aforism o no explica cóm o p ercibim os


la n ecesid ad de lo que in te n ta m o s c o m p re n d e r n i tam p o co
cóm o puede con stru irse, y concluye con la a firm ació n de que
la com pren sión es, según esta m áxim a, « u n a tarea in te rm in a ­
b le » (p. 3 1) , las explicaciones que Sch leierm ach er añade a los
dos p arág ra fo s p o n e n el co n cep to de la c o m p re n sió n qu e él
postula en relación con su teoría de la interpretación gramatical
y psicológica o técnica. L a m etodología p rop iam en te dicha de
204 P ETER SZO N DI

Sch.leierm ach.er90 constitu ye la p arte m ás in teresan te de su


h erm en éu tica, de la que H einz K im m e rle ha dicho con razón
que en la re c e p c ió n de S ch le ie rm a c h e r p o r la filo s o fía de la
vida fu e escam otead» y aún espera ser investigada91.
S c h le ie rm a c h e r d istin gu e dos m o m en to s en el actt^de la
com p ren sión :

«entender el habla como algo extraído de la lengua, y enten­


derla como un acto del individuo que piensa (p. 80). Todo
hombre [es], por un lado, un lugar donde una lengua con­
creta se conforma de una manera particular, y su habla sólo
puede com prenderse desde la totalidad de la lengua. Pero
también es un espíritu en constante evolución, y su habla es
sólo un acto de ese espíritu que tiene relación con todos los
demás (p. 81). El habla no puede comprenderse como acto
del espíritu si no es en su relación con la lengua [...], [pero
tampoco] puede com prenderse como m odificación de la
lengua si no es concebida como acto del espíritu» (p. 81).

L a c o m p re n sió n se co m p o n e así de dos m o m en to s, y no es,


c o m o S c h le ie rm a c h e r d ice, sin o u n a « in t e r p e n e t r a c ió n »
(p. 8 1) de am bos m om entos. A l servicio de uno de ellos, el de
la con sideració n de las palabras en su relación con la totalidad
de la lengua, está la in terp retación gram atical; y al servicio del
otro, el de la consideración de las palabras en su relación con el
pensam iento de su autor, está la interpretación psicológica, que
Schleierm acher tam bién llam a técnica.
S im p lifican d o puede decirse que la recep ció n de S c h le ie r­
m acher p o r la filo so fía de la vida, recep ción que D ilthey in a u ­
guró, b o rró la interpretación gram atical y la otra sólo la adm itió
com o in te rp reta ció n p sicológica, es d ecir, com o aquella que

90 Gfr. cap. IO, pp, 211 y ss.


91 H. Kimmerle, «Einleitung», loc.cit.
IN TRODU CCIÓ N A LA H ER M E N É U T IC A LITERA RIA - 9 2 0 5

r e c W c a la individualidad del autor, pero M com o interpreta­


ción técnica, esto es, com o aquélla en los rasgos característicos
de la com posición de una ob ra ve concretada la ind ivid u alid ad
del autor. E n la in tro d u cción a la nueva e d i^ S n de su Hermenéu­
tica, K im m erle dice que en los últim os textos de Scbleierm acher,
las lecciones de 1 8 3 2 - 1 8 3 3 , la in terpretación técnica « ya n o es
[entendida] desde la lengua com o com prensión d ^ ^ i matiz téc­
n ico (ind ivid u al) del sign ificad o , sin o desde la p sico lo g ía d el
hablante com o u n "m o m e n to ” de la fo rm a c ió n ¿ e su p en sa ­
m iento y la expresión lingüística de la m ism a92. E s t¡Jb r m a d efi­
nitiva de la h erm enéutica de Sch leierm ach er constituye la base
de la edición de F. Lücke, y ha sido d eterm inante de su re c ep ­
ción p o r Dilthey. Las ideas contenidas en los p rim aro s esbozos
de Schleierm acher, ideas objetivamente convincentes y positivas,
cayeron así en el o lv id o » 93. (Qgiizá los calificativos « co n v in cen ­
tes» y «p ositivas» no sean n i m uy objetivos n i m uy convincen­
tes, pero ocasión habrá de m ostrar cuántas sugerencias de la teo­
ría de la interpretación gram atical y técnica de Schleierm acher,
de innegable actualidad para la herm enéutica de nuestros días,
han quedado desaprovechadas.)
E n cam bio, pervivió y se asentó en torno a 19 0 0 y p o ste rio r­
m ente el otro aspecto de la h erm en éu tica de Sch leierm ach er,
el basado en la em patia y la id en tificació n , y que trata de resol­
ver p o r esta vía, es d ecir, desde u n p lanteam iento h istoricista,
el p ro b le m a de la d istan cia te m p o ra l. E n el p rim e r d iscu rso
ante la A cadem ia se lee:

«O tro tipo co m p letam en te distinto de certeza, ta m b ién [ ...]


más divagatorio, es aq uel qu e el intérprete o b tien e cu an d o se
coloca en la entera situación del escritor; por eso n o es raro que
aquí de hecho o cu rra lo que el rapsoda p lató n ico refiere, b ie n

g2 Ibid., p . 2 3 .
93 Ibid., pp. 2 3 y s.
206 P E T E R SZO N DI

que muy ingenuamente, de sí mismo: que es capaz de explicar a


H om ero de una manera francamente excelente, pero que a
menudo ninguna luz cae para él sobre otro poeta o prosista. En
efecto, en todo lo que no depende solamente de la lengua, sino
de alguna manera también de la situación histórica del pueblo y
de la época, el intérprete puede y debe, si dispone de los cono­
cimientos precisos, mostrarse en todos los casos igualmente
excelente. Pero en lo que, en cambio, depende de la compren­
sión correcta de lo que sucedía en el interior del escritor
cuando proyectó y compuso su obra, lo que, en su lenguaje y en
sus circunstancias individuales, es producto de su peculiaridad
personal, el intérprete más hábil sólo lo conseguirá con los
escritores que le son más próximos, de sus escritores favoritos,
aquellos en cuya intimidad más frecuentemente ha ahondado,
del mismo modo que en la vida corriente sólo conseguimos
entender a los amigos más íntimos; pero respecto a los demás
escritores no se contentará con lo que en este terreno consiga
obtener, y no se avergonzará de buscar el consejo de otras per­
sonas que por afinidad estén más cerca de ellos» (pp. 13 3 y s.).

N o n ecesito d e c ir qu e estas a firm a c io n e s so n p ro b le m átic a s.


C ie rta m e n te no se p u ed e sim p lem en te b o r r a r la p a rtic ip a c ió n
de la su b jetivid ad , de la a fin id a d in c lu so , en el p ro c e so de la
c o m p re n sió n . P ero ¿es sim p lem en te u n a verd ad p sico ló g ica el
que com pren dam os m e jo r a los h om bres y a los autores más a fi­
nes a n o so tro s, com o n u estro s au tores « fa v o rito s, aqu ellos en
cuya in tim id a d m ás fre cu e n tem e n te se ha a h o n d a d o » ? V aléry
era de otra o p in ió n cu an d o e n su cu a d ern o de notas, y b a jo el
título de « L u m ié re s n a tu relle s» , escribió lo siguiente acerca del
o d io : « L a h a in e h abite l ’ ad versaire, en d évelo p p e les p r o f o n -
deurs, disséque les plus délicates racines des desseins q u ’il a dans
le co e u r. N o u s le p én é tro n s m ieu x qu e n o u s-m ém es, et m ieux
q u ’il ne fait so i-m ém e . II s’ o u b lie et nous ne l ’o u b lio n s p a s » 94.

94 P. Valéry, Oeuvres, tomo 2, ed. d e j. Hytier, París, 1960 (Bibliothéque de laPléiade


IN TRO D U CC IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - » 20 7

Pero, aparte de esto, Sch leierm ach er distingue, p o r u n lad o,


la co m p ren sió n que se apoya e n co n o cim ie n to s de h echos de la
len gu a y de la h isto ria y es in d e p a r flie n te de la su bjetivid ad de
la c o m p ren sió n , y, p o r o tro , la c o m p re n sió n qu e se basa en la
em p atia y la id e n tific a c ió n . N o es n ad a s o r p re n d e n te qiite la
filo so fía de la vida y la p sico lo g ía de fin de siglo re s p o n d ie ra a
la sob reacen tu ació n del m o m e n t® fáctico, ob jetivo, en el p o s i­
tivism o c o n la so b re a c e n tu a c ió n d el m o m en to su b jetivo de la
em patia. E llo hace que a m p lio s sectores de la in vestigació n de
aquella época resu lten h oy ilegib les. S in em bargo, en S c h le ie r-
m a c h e r e n c o n tra m o s ya p u estas, ta n to e n el c o n c e p to de la
in te rp re ta c ió n gram atical com o en el de la in te rp re ta c ió n té c­
n ic a (q u e es u n a p a rte d e la in t e r p r e t a c ió n p sic o ló g ic a , o
in c lu s o ésta m ism a —la te r m in o lo g ía o sc ila —), las b ases p a ra
u n a c o m p ren sió n de la e sp e cificid a d in d ivid u a l, p e ro ta m b ié n
h istó ric a , e n el m e d io d el le n g u a je , así c o m o p a ra u n a c o m ­
p re n s ió n de las fo rm a s y lo s g é n e ro s lit e r a r io s : las bases p a ra
u n a crítica de los estilos y u n a e é lisis de las fo rm as que p e r m i­
ten re c o n o c e r tanto la in d iv id u a lid a d com o la h isto ric id a d de
los fen ó m e n o s. E n esta m ed id a, S ch le ie rm ac h e r e s —com o co n
razón in d ica K im m e rle — no sólo el p re c u rso r, sin o tam b ién el
su p e ra d o r d el h is to ric ism o y de la filo s o fía de la vid a, lo cu al
n o sig n ifica qu e el h isto ric ism o n o haya p o d id o in sp ira rse en
él, p o r e je m p lo en la sigu ien te frase de lo s p rim e r o s esbozos:
« H a y que in te n ta r c o n v ertirse en le c to r c o n te m p o rá n e o p f l a
c o m p re n d e r las a lu sio n es, p ara c o m p re n d e r la a tm ó sfera y el
cam po p a rtic u la r de las c o m p a ra c io n e s» (p . 3 2 )-
Sch leierm ach er com enzó su segundo discurso ante la A c a d e ­
m ia refirién d ose al tratam iento del círculo herm enéu tico en A st:

148), pp. 684 y s. «Luz natural [...] El odio habita en el adversario, revela sus pro­
fundidades y disecciona las raíces más delicadas de las intenciones que alberga en su
corazón. Lo conocemos m ejor que a nosotros mismos y m ejor de lo que él se
conoce a sí mismo. El se olvida, y nosotros no le olvidamos^.
208 P E T E R SZO N D I

« E l principio hermenéutico expuesto por el señor Ast, y bas­


tante desarrollado en m últiples aspectos, según el cual del
mismo modo que sin duda el todo se comprende partiendo de
lo particular, lo particular sólo puede comprenderse partiendo
del todo, es de tal importancia para este arte, y tan incontesta­
ble, que ya las primeras operaciones no pueden efectuarse sin
aplicarlo, y un gTan número de reglas hermenéuticas se fundan
en mayor o menor medida en él» (pp. 14 1 y s.).

M ie n tra s que A st insistía en que el círcu lo n o p o d ía q u ed ar sin


s o lu c ió n , y p u d o d a rlo p o r re su elto m e rce d al su p u esto de la
filo s o fía de la id en tid ad , según el cual lo p a rtic u la r y el tod o no
so n c o n tra rio s, sin o que c o in c id e n en la u n id a d , S c h le ie rm a -
ch er ve en el círcu lo la c o n d ició n de la co m p re n sió n . E s cierto
que e n lo s afo rism os de la p rim e ra época, u n a frase com o ésta:
« H a y que co n o cer ya al h o m b re p ara c o m p ren d e r su d iscu rso,
y, sin em bargo, sólo p u ed e con o cérsele a p a rtir de su d isc u rso »
(p. 4 4 ) expresa todavía extrañeza, p ero en la expo sición a m od o
de co m p e n d io de 1 8 1 9 se observa ya el re c o n o c im ie n to de que
la c o m p r e n sió n , le jo s de a s p ira r a la re s o lu c ió n d el c írc u lo ,
e n c u e n tra p re cisa m en te e n él la c o n d ic ió n de su p o s ib ilid a d .
E n el § 2 0 se en cu en tra la siguien te co n sid e ra ció n :

« E l vocabulario y la historia de la época de u n autor se com ­


portan como el todo a p artir del cual sus escritos deben ser
com prendidos como lo particular lo mismo que aquél a p ar­
tir de éste. [...] En todas partes, el conocim iento perfecto se
halla dentro de este círculo aparente que supone el que todo
lo particular sólo pueda com prenderse a partir de lo general
de lo que es parte y a la inversa. Y todo conocim iento sólo es
científico si está así constituido» (§ 2 0 , p. 88).

S c h le ie rm a c h e r a d o p ta así, c o n tra A st, u n p u n to de vista que


m ás ta rd e q u e d a rá m arc ad o p o r la a d v erte n c ia de H e id e g g e r
de q u e « e t^ c írc u lo n o d eb e re b a ja rs e al n iv e l de u n circulus
IN T R O D U C C IÓ N A L A H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 9 209

vitiosus» 95. P ero n i S ch le ie rm ach e r fu e el p rim e ro en aceptar la


circu la rid ad de la c o m p re n sió n , n i el re c o n o c im ie n to del c ír ­
cu lo h a sig n ifica d o sie m p re lo m ism o e n la h isto ria de la h e r ­
m en é u tica . S e ría n o p o co in stru ctivo seg u ir las m e ta m o rfo sis
de la co n cep ció n del círcu lo h e rm e n é u tico , e n las que n o sólo
cam bia el estatus d el círcu lo (de v icio so a le g ítim o ), sin o ta m ­
b ié n su con ten id o. G ad am er ha analizado en los capítulos sobre
<lí,c> cuestionable de la h erm e n é u tica ro m án tica [ . . . ] » y sob re
« L a h isto ric id a d de la c o m p r e n s ió n » lo s dos pasajes d ecisivos
de S ch le ie rm ac h e r y de H eid e g g e r, que sig n ific a ro n u n vu elco
en la co n cep ció n del c írc u lo 96’ .
L o que S ch leierm ach er exp o n e e n su segundo d iscu rso ante
la A c a d e m ia so b re el p ro b le m a d e c írc u lo h e rm e n é u tic o va
d irig id o expresam ente con tra la so lu c ió n de A st, fu n d ad a e n la
filosirfía de la id en tid ad . Su p o lém ica testim o n ia la p asiári f ilo ­
ló g ica p o r la d ife r e n c ia c ió n , q u e e n la im a g e n tr a d ic io n a l de
S c h le ie rm a c h e r, in flu e n c ia d a p o r D ilth ey , quizá q u e d a ra
d em asiad o relegad a a u n seg u n d o p la n o en b e n e fic io de sus
tesis sob re lo d iv in a to rio y so b re la e m p atia. A s t q u ie re c o m ­
p re n d e r toda ob ra antigua a p artir del esp íritu de la antigüedad.

«E sto podría verse com o una reducción del proceder que


hemos descrito. Pues tal espíritu sería algo que comúnmente
habita en todas las producciones del mismo tipo, algo que se
obtendría p or abstracción de todo lo que es propiam ente
particular. Mas el señor Ast protesta expresamente contra esto,
y piensa que este espíritu no necesita ser buscado y establecido
a partir de lo particular, puesto que está ya dado en lo parti­
cular, y lo está porque toda obra antigua no sería sino una
individualización de este espíritu. Dado indiscutiblem ente

95 M. Heidegger, 5em und/&it, p. 15 3.


96* C fr. además de estas secciones de Wihrheit und Methode, el prim er tomo de la obra de
Joachim Wach Das Verstehen (cit.), donde se expone detalladamente la hermenéutica
de Schleiermacher y de sus predecesores Ast y Wolf.
210 P E T E R SZO N D I

en todo lo particular, ¿pero también reconocible sin más en


todo lo particular? [...] Si añado que el espíritu de la anti­
güedad puede encontrarse también en otras partes que en las
producciones de un determinado tipo, e incluso fuera de las
obras hechas con palabras, en las obras de las artes plásticas y
quién sabe en qué otras más, esta fórmula parecerá salirse de
los límites precisos de la hermenéutica, la cual sólo puede
guardar relación con lo producido por medio del lenguaje,
por lo que su aplicación carecerá en toda ocasión de la justeza
debida. Si por un momento recordamos el procedim iento,
nada raro hace algún tiempo, fundado precisamente en este
principio, consistente en utilizar la lengua especializada de un
dominio en otro completamente distinto, nadie negará que,
si este tipo de fórmulas no son un simple juego sustentado en
una opinión sólida, no pueden producir más que embrollos y
vaguedades perniciosos» (pp. 15^ y s.).
10

L a teoría de Schleierm acher de los dos tipos de interpretación,


la gram atical y la técnica, es d ecir, p sico lóg ica, se sigue de su
tesis, según la cual la com pren sión se com pone de dos m o m en ­
tos: la com pren sión del discurso extraída de la lengua y la co m ­
p ren sión del discurso com o acto del ind ivid u o pensante. T o d o
h om bre es « p o r u n lado, u n lu gar donde una lengua concreta
se co n fo rm a de u n a m an era p artic u la r, y su habla sólo p u ed e
com prenderse desde la totalidad de la lengua. Pero tam bién es
u n espíritu en constante evolución, y su habla es sólo u n acto de
ese esp íritu que tie a e re la c ió n con todos los d em ás» (p. 8 l) .
Para S ch le ie rm ach e r, la c o m p ren sió n no se id e n tifica , com o
para la h erm en éu tica de la Ilu stra c ió n , con el recu rso a la
in te n c ió n d el a u to r. El d iscu rso (o el texto) que se q u ie re
com pren der no es sim plem ente signo, vehículo, de u n sentido.
N o es algo que en el acto de com p ren d er se aparte del cam ino
para d ejar paso a lo p o r él sign ificad o , a la p u ra in te n c ió n del
autor. E n contraste con lo que sucede en la h erm enéutica de la
Ilu stra c ió n , y tam b ién en la p a trístic o -e sc o lá stic a , e n la de
S ch leierm ach er el objeto de la in te rp reta ció n es el discurso o
el texto, la con creció n lingüística, y no el sensus, o los distintos
212 PETER SZONDI

sensus, de u n pasaje. A sí desaparece la barrera que en las c o n ­


cepciones anteriores separaba la herm enéutica de la retórica y la
poética; la com pren sión del sentido y la in terp retación en el
sentido actual de la palabra se entrelazan. Para Scbleierm acber,
« u n a com pren sión intensa del proceso in te rio r que se desa­
rrolla en el poeta y en otros artistas del lenguaje durante toda la
com posición, desde la p rim era idea hasta la c u lm in ació n » es
« e l más bello fruto de toda crítica estética» (p. 13 8 ) 97 .
E l p rin c ip io básico de la te o ría de la in te rp re ta c ió n de
S ch leierm ach er es la con sideració n de u n discurso desde un
doble aspecto: el discurso es algo p articu lar que sólo puede
com prenderse desde el todo que es el autor y desde el todo que
es la lengua, colocado en el doble campo de tensiones del cual
es un punto de contacto. La interpretación gramatical establece
la relación con la lengua, y la técnica, o psicológica, la relación
con el pensam iento, lo cual im plica la cuestión de su relación
m utua. Se com prende que esta doble concepción sólo resulte
convincente cuando ambos tipos de interpretación no perm a­
n ecen exteriores u no a otro , esto es, cuando se con sidera su
m utua relación. Por eso, después de haber caracterizado y dis­
cutido la interpretación gram atical y la interpretación técnica
o p sicológica en sus aspectos fu n d am en tales, nos es preciso
aclarar otra cuestión, cual es la de la relación que Schleierm a­
cher establece entre los dos tipos de interpretación.
U n a exposición com pleta de la teoría de la interpretación
gram atical de Schleierm acher se encuentra en su esbozo de un
com pend io de herm enéutica de 18 19 . Este com ienza con dos
reglas de la in terp retación gram atical que desde los orígenes

97* Éste es el sentido de la fórmula: hay que comprender a un autor mejor de lo que
éste se comprendía a sí mismo —un tópico de la hermenéutica sobre cuya historia ha
publicado Bollnow un interesante estudio (O . Fr. Bollnow, Was heiftt, einen Schrijfcteller
besser verstehen, ais er sich selber verstanden hat?, en O. W. B., Das Verstehen. DreiAujsat&zurTheo-
rie der Geisteswissenschajlen, Maguncia, 1949, pp- 7" 33)-
IN TRODUCCIÓN A LA H E R M E N ÉU T IC A LIT E R A R IA - 10 213

de la herm enéutica en la antigüedad son piezas fundam entales


de la misma:

«Primer canon: todo lo que, de un discurso dado, necesita


de una determinación más praaisa, debe ser determinado
sólo a partir del dominio lingüístico común al autor y a su
público original (p. 90). Segundo canon: el sentido de cada
palabra de un pasaje dado debe determinarse partiendo de su
convivencia con las que la rodean» (p. 95).

Am bas reglas sirven para delim itar el contexto, el todo a partir


del cual hay que d eterm in ar la palabra aislada, igual que ésta
determ ina a su vez dicho contexto. La prim era se centra eft el
sistema de la lengua, en el estrato histórico de la lengua, o más
exactam ente: en la sección de ésta apta para la com unicación
entre el autor y los lectores a los que se dirige; la segunda regla
se centra en el sistem a que la frase m ism a constituye. D ich o
con la term in o lo g ía de la lin gü ística m od ern a, el p rim e r
canon con ciern e al p lan o de la langue, y el segundo al de la
parole. Si nos preguntam os qué palabras del p rim e r p lan o y
cuáles del segundo p u ed en ayudar a determ inar el sentido de
una palabra, se descubre una nueva diferencia: en el sistema de
la lengua, son las palabras que p o d ría n ocu p ar el lugar de la
palabra cuyo sentido hay que d eterm in ar —los pasajes p arale ­
los—; en el sistema de la frase son las palabras a las que la pala­
bra cuyo sentido hay que d eterm in ar está ligada form an d o el
todo de una frase. H em os n o m b rad o las dos relacion es que
Saussure fue el prim ero en d efin ir —usando además su term i­
nología—, y que son dos de los elem entos más im portantes de
la concepción actual del lenguaje: la relación paradigm ática y
la relación sintagmática. Schleierm acher habla de dos clases de
contexto: el «contexto total» (es decir, el sistema de la lengua)
y el contexto « in m e d ia to » (la frase) (p. 4.2). L a d iferen cia
fundam ental en la relación de la palabra aislada con estos dos
214 RETER SZO ND I

sistem as, que Saussure fue el p rim ero en conceptualizar, no


parece haberla tem atizado Sch leierm ach er, aunque la co n si­
dera ya en los aforism os de 18 0 5 y 18 0 9 , donde escribe: « H a y
dos clases de determ inación: la exclusión del contexto total y la
d eterm in ació n tética del contexto in m e d ia to » (p. 4 2 ) . La
exclusión es el m étodo válido en el marco de la relación p ara­
digm ática, y es aplicado cuando de una m an era, p o r así
d ec irlo , experim ental se precisa qué palabras de sign ificad o
equivalente pueden sustituir a aquella cuyo significado hay que
d eterm in ar y cuáles no p u ed en . G u an d o de un círcu lo de
palabras conocidas que constitu yen u n paradigm a se excluye
una parte de ellas p orq u e sign ifican otra cosa, se to rn a más
preciso el sentido de la palabra que hay que d ete rm in a r. E n
cam bio, el sintagm a, la relación que la palabra en cuestión
m antiene con las demás palabras conocidas de la frase, puede
ayudar a e n co n trar una d eterm in ació n positiva, « té tic a » .
A u n q u e S ch leierm ach er no d iferen ció am bos tipos de re la ­
ció n , la paradigm ática y la sintagmática, de form a tan precisa
com o en la lin gü ística de Saussure, vio esta o p o sició n com o
una de tres fundam entales, todas igualm ente necesarias para
fundam entar la división que preside su teoría de la interpreta­
ció n gram atical (las otras dos son la o p o sició n entre la co m ­
p re n sió n fo rm a l y la m aterial, y la o p o sició n entre la c o m ­
p ren sión cualitativa y la cuantitativa)98.
Pero hay algunas cuestiones que debemos aquí m encionar y
de las que Schleierm acher habla en sus explicaciones acerca de
los dos cánones. Dejarem os aparte las num erosas secciones en
las que Schleierm acher aplica los p rin cip io s herm enéuticos al
N uevo Testam ento; este p ro ce d er está en parte ju stific a d o ,
pues aquí nos interesa la aportación de Schleierm acher a una
hermenéutica general y la aplicabilid ad de su teoría a la h erm e-

g8 C fr. ¡n fr a , pp. 2 2 0 y ss.


INTRODUCCIÓN A LA H E R M E N ÉU T IC A L IT E R A R IA - 10 215

náutica literaria, pero en parte es tam bién problem ático, pues la


teoría de Schleierm acher ciertam ente intenta superar las h e r­
menéuticas especiales, y sin embargo tiene su base experim en­
tal en la exégesis del N uevo Testam ento. U n estudio más dete­
n id o de sus concepciones no p o d rá hacer abstracción de los
excursos teológicos.
U na prim era cuestión atañe a la m anera de d efin ir al lector
origin al. El p rim er canon dice que la d efin ició n m áflarecisa
sólo puede partir « d e l dom inio lingüístico com ún al autor y a
su público o rig in a l» (p. 9 ° ) - D el lector en quien el autor ha
pensado sólo se puede tener una idea partiendo del texto. N o
se conseguirá tener una p rim era idea, y al mismo tiem po una
p rim era delim itación del d om in io com ún al autor y a su
público, si no se tiene una visión de conjunto, aunque la deter­
m inación del dom inio com ún debe « co n tin u a r durante la
interpretación», y « sólo con ella concluye» (p. 9 1), lo cual es
una manifestación evidente del círculo herm enéutico. Schleier­
macher m enciona com o aparentes excepciones a este canon los
arcaísmos y las expresiones técnicas.

« L o s arcaísmos se encuentran fuera del d om inio lingüístico


inmediato del autor, y por tanto tam bién del de sus lectores.
Los arcaísmos se em plean para representarse el pasado, al
escribir más que al hablar y en la poesía más que en la prosa.
[...] Las expresiones técnicas se encuentran incluso en los géneros
más populares, como, por ejem plo, en los discursos ju d icia­
les y deliberativos, aunque no todos los que los escuchan los
entiendan» (p. 919 ).

De esto se sigue, en p rim e r lugar, que la in terp retación g ra ­


matical debe considerar siem pre el género al que pertenece el
texto interpretado —un p rin c ip io im portante, especialm ente
para la herm enéutica literaria, que ya hem os tocado a p ro p ó ­
sito de G h laden iu s—, y en segundo lu gar, que del co n o c i-
2 i6 P E T E R SZ O N D I

m ien to de las características del p ú b lico —recuérdese lo d icbo


sobre los discursos ju d icia le s— no se p u ed e in fe r ir m ecán ica­
m ente el sen tid o de u n p asaje, pu es es p o sib le que u n a u to r
« n o sie m p re p ien se en el c o n ju n to de su p ú b lic o » (p . 9 1 )*
P o r eso es esta regla, añade S c h le ie rm a c h e r, u n a regla m ás
p ro p ia del arte, «cu ya aplicación afo rtu n ada se basa en el sen ­
tim iento ad ecu ad o» (p. 9 1).
A estas lim itaciones que S ch leierm ach er p o n e a la validez o
a la p o s ib ilid a d de traslad ar a la p ráctica el p r im e r c a n o n
h ab ría que a ñ a d ir otra m ás. N o sólo hay que d istin g u ir entre
los p ú b lico s esp ecíficos; el grad o de ad ap tació n de u n texto a
un pú blico no es una constante, sino que varía según el género
y la época h istó ric a . Esto se evid en cia cu an d o se co m p ara u n
p o e m a d el siglo X V I I I con o tro d el siglo X X , o u n p oem a del
siglo X X con u n d ram a de aquella época, cuya rep resen tació n
n o d ep e n d ía solam en te de la aco gid a d el p ú b lic o , sin o que
tam bién vivía de la fic c ió n que las dramatispersonae desplegaban
en sus palabras.
U n a segu n d a cu estió n a la que S ch le ie rm a c h e r se re fie re
una y otra vez, y siem pre con énfasis, en sus distintos esbozos
h erm enéu ticos, es la de la supuesta diferen cia entre el s ig n ifi­
cado p ro p io y el im p ro p io , en la que los diccio n ario s se basan
p ara o rd e n a r la variedad de sign ificad o s de una d eterm in ad a
palabra. E n la exposición a m odo de com pen d io de 18 19 se lee
a este respecto:

«Esta oposición [entre el significado propio y el impropio]


desaparece cuando se la examina más de cerca. En las com ­
paraciones hay dos líneas paralelas de pensamiento. La pala­
bra está en la suya, y sólo ella debe contar. La palabra con­
serva, pues, su significado. E n las metáforas, esto sólo está
sugerido, y a m enudo sólo se retiene un indicio del con ­
cepto; por ejemplo, coma arborum se refiere a las hojas, pero
coma significa solamente cabellera. [...] El uso aislado no trae
INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 10 217

ningún otro significado, y sólo la expresión entera puede


llegar a ser usual» (pp. 91 y s.).

Esta tesis de Schiíeierm acher tendría que discutirse en el m arco


de una teoría de la m etáfora, que, a m i parecer, es u n o de los
más im portantes desiderata de la teo ría gen eral de la literatu ra.
A q u í la m encionam os sobre todo p o rq u e m arca el lím ite entre
la in terp retación gram atical y la in terp retació n técnica, p o r lo
que p ued e c o n trib u ir a c la rific a r la cu e stió n de la re la c ió n
en tre am bas m o d alid ad es de in te rp re ta c ió n . E n su p r im e r
esbozo de h e rm e n é u tica , del p e río d o en tre l8lO y 1 8 1 9 ,
escribe Sch leierm ach er:

«Q ue se confunda lo que pertenece a la interpretaciórEé<P


nica con lo que pertenece a la interpretación gramatical.
Aquí, la mayoría de las metáforas que están ahí para una epe-
xégesis [explicación], como comaarbomm, o tela solis, donde las
palabras figuradas conservan su significado [cabellera, fle ­
chas] y producen su efecto gracias a una com binación de
ideas con la que el escritor cuenta. De ahí precisamente las
alusiones técnicas: los juegos de palabras, el uso de prover­
bios y la alegoría, donde la interpretación gramatical es ente­
ramente propia, y la pregunta p or lo que el escritor quería
propiamente decir pertenece a la explicación técnica. Lo más
general es aquí: que la idea misma, tal como resulta de la
interpretación gramatical, no pertenece a la cosa represen­
tada, sino sólo a la representación, que ella misma es a su vez
signo. Dónde y cómo acontece esto, sólo se puede averiguar
mediante la interpretación técnica» (pp. 59 y s.).

A q u í parece que la relación entre las interpretaciones gram ati­


cal y técnica es lo que d eterm in a la d ivisión del tra b a jo . P ero
estas frases son im portantes tam bién p o r otra razón más allá de
la ob servació n qu e en ellas se hace so b re la m etá fo ra . E llas
o fre c e n u n p u n to de apoyo en la bú sq u ed a de la respu esta a
2 i8 PETER SZON DI

una d ifíc il cuestión, cual es la de la relación de la teo ría de las


distintas m od alid ad es in terpretativas —en S ch le ie rm ac h e r, la
gram atical y la técnica o p sico lógica; en A st y en W o lf e n c p n -
tram o s o tra d iv isió n , d e te rm in a d a de fo rm a d ife re n te en
cuanto al c o n te n id o , p ero sem ejante en la fo rm a , y la m ism a
ob servación vale para el sucesor más im p o rtan te de S c h le ie r­
m ach er, A u gu st B o e c k h 99—; la c u estió n , d ecim o s, de la re la ­
ción de esta teoría con la doctrina an terio r, patrística y escolás­
tica, del sentido p lu ral de la E scritu ra. E l que, en la h istoria de
la herm enéutica, una de estas concepciones ocupe el lugar de la
otra com o p rin cip io de división, no significa aún que la poste­
r io r estuviese de alguna m an era re la cio n a d a con la a n te rio r.
Pero es preciso plantearse esta cuestión ante el hecho de que el
concepto de la in terp retación gram atical-h istórica aparezca ya
en la h erm en éu tica antigua, y en ella tenga com o fin a lid a d la
d eterm in ación del sensus litteralis, m ientras que la in terp retación
a leg ó rica se p regu n ta p o r el sensus spiritualis. E s d ifíc il de c re er
que la nueva herm enéutica, la que cim en taro n Schleierm acher
y sus predecesores inm ediatos, tom ase el concepto de la in te r­
p retación gram atical-h istórica sin re ferirse de alguna m anera,
aunque fuese de u n a m anera crítica, a la antigua. Si las últim as
frases citadas a rro ja n alguna luz sobre esta cuestión, es p o rq u e
en ellas se insiste en que tam bién en la m etáfora y en la alego­
ría el sentido que extrae la in terp retació n gram atical es el sen ­
tido p ro p io , y no el im p ro p io o figu rad o , m ientras que éste, el
im p r o p io , lo d ete rm in a la in te rp re ta c ió n técn ica p o rq u e es
resultado de una com b in ació n —p o r ejem p lo, de telum = flecha
y sol, p e ro n o de u n a supuesta re d u p lic a c ió n del sen tid o de
telum: I o flecha, 2 o rayo—.

99 A . Boeckh, Engiklopádie und Methodologie der philologischen Wissenschafien, ed. de E . B ratu-


schek, I Parte: Fórmale Theorie der philoiogischen Wissenschafi, 1877> reim p. reprográfica de
la 2 a edición de R . Klusm ann (Leipzig, 18 8 6 ), Darmstadt, 19 6 6 (W issenschaftli-
che Buchgesellschaft).
INTRODUCCIÓN A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 1D 219

Es claro que la teoría de las distintas form as de in te rp reta ­


c ió n no sólo sustituye a la del sen tid o p lu ra l de la E scritu ra ,
sin o que adem ás la niega c o m p le ta m e n te : esta te o ría gu ard a
re la c ió n con la te n d e n cia an tiescolástica —ya in ic ia d a con la
R e fo rm a —, que insistía en la u n id ad del sentido.
La m ism a in ten ción se expresa en el postulado de la u n idad
de la palabra. A cerca de esto se lee lo siguiente en la exposición
a m odo de com pend io:

« L a misión original encomendada también a los dicciona­


rios, aunque éstos sólo están para los intérpretes, es la de
encontrar la verdadera unidad perfecta de lapalabra. La presencia
particular de la palabra en un pasaje dado sin duda es parte
de una multiplicidad infinitam ente indeterminada, y entre
aquél y ésta no hay otra transición que una m ultiplicidad
determinada, en la cual aquél está comprendido, y ésta a su vez
debe necesariamente encerrar oposiciones. Pero, en su pre­
sencia particular, la palabra no está aislada: su estar determi­
nada no se lo debe a sí misma, sino a las palabras que la
rodean, y basta con que relacionemos la unidad original de
la palabra con estas otras para determinarla correctamente.
Pero la unidad perfecta de la palabra sería su explicación, y
esto es algo que no está a nuestro alcance, igual que no lo
está la explicación perfecta de las cosas. No lo está en las len­
guas muertas porque aún no hemos observado su evolución
entera, ni tampoco en las vivas, porque la suya continúa en la
actualidad» (p. 92).

S i hace poco podía p arecer que Sch leierm ach er era u n estruc-
turalista avantla lettre, ahora reconocem os las prem isas filo s ó fi­
cas de su c o n c e p c ió n d el le n g u a je : so n las del id e a lism o a le ­
m án. Nada contradice más los p rin c ip io s m etod ológicos de la
lin g ü ística más recien te que la a firm a c ió n de u n a u n id a d de
la palabra, unidad que no existe en sí m ism a, sino que es, p o r
así d ecirlo, la con fig u ración resultante de sus distintos m atices
2 2 0 PETER SZONDI

—un a idea en el sentido que B en ja m ín da a esta p ala b ra 100—.


Pero la razón de la inexistencia de esa un id ad obra en contra
de las reglas de trabajo de la lingüística estructuralista. Q ue las
lenguas vivas con tin ú en evolu cionand o, d esarrollánd ose, no
significa que la investigación de las mismas deba contar con sus
posibilidades, que deba dejarlo todo en suspenso. E l objeto de
la lingüística no es la lengua fu tu ra p otencialm ente presente
en la lengua actual, sino el sistema lingüístico actual, u n paso
sincrónico que no admite ninguna d im ensión tem poral. S i en
la frase antes citada, ésta se baila im plicad a com o d im en sión
del fu tu ro, cuando se habla de la unidad original de la palabra
aparece —igualm ente contra los p rin c ip io s de la lin gü ística
m o d ern a— com o pasado. Es verdad que con frecu en cia se
puede explicar la pluralidad de sentidos de una palabra p o r su
etim ología, a la cual puede ser reducida: pero el hecho capital
para una lingüística no histórica es precisam ente que a un sig-
nifiant corresp on dan varios signifiés, no la p osib ilid ad de hacer
desaparecer esta in co n gru en cia en una con sid eració n h istó ­
rica, pues esta reducción es puram ente teórica, mientras que la
p lu ralid ad de sentidos de la palabra subsiste en la conciencia
lingüística del hablante'01'.
A dem ás de la o p o sició n entre « co n tex to in m e d ia to » y
« p a sa je p a ra le lo » (p. 96 ), que co rresp o n d e a la o p o sició n
entre sintagma y paradigm a, Schleierm acher conoce dos o p o ­
sicio n es más que fu n cio n an igualm ente com o p rin c ip io s de

IOO C fr. W. Benjam ín, Ursprungdes deutschen Trauerspiels, B erlín, 19 2 8 ; edición revisada y
preparada por R. Tiedemann, Frankfurt a .M .p 1963, p. 15. Ahora en W. B ., Gesam-
melteSchrífien I. 3 (Abhandlungen), op. cit., p. 214 [^ E l origen del 'Trauerspiel' alem án»,
en Obras I- l, Madrid, Abada, 2 0 0 6 , trad. de Alfredo Brotons].
IOI* Incluso el concepto de palabra, que tiene su etimología y su historia, las cuales p er­
miten explicar la pluralidad de su significado, es problemático, pues tal concepto
no da cuenta del fenómeno de la homonimia, por ejemplo de la coincidencia, en
alemán, de signifiants como « varen» , cuyos significados, uno de los cuales es el pre­
térito imperfecto del verbo «sein» (ser), y el otro el plural de «Ware» (mercancía),
no se pueden reducir a una unidad ideal.
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERARIA - 10 221

división de su teoría de la interpretación gram atical: la op o si­


ción entre lo form al y lo m aterial y la oposición entre lo cuali­
tativo y lo cuantitativo. La p rim era op o sición , fo rm a l-m a te -
rial, puede tam bién designarse com o oposición entre sintaxis
y semántica. C uando la interpretación gram atical se pregunta
p o r los elem entos form ales, busca las conexiones que existen
entre los elem entos de la frase. Y cuando se pregunta p o r los
elem entos materiales, se interesa p o r el significado de los ele­
m entos particulares. Sch leierm ach er tropieza aquí con tin u a­
m ente con la in terd ep en d en cia de am bos aspecto^ P o r otra
parte, el análisis de los elem en to ^ orm ales toca cuestiones que
pertenecen ya al dom inio de la tercera oposición, es decir, a la
o p o sició n entre lo cualitativo y lo cuantitativo. E l ejem p lo
siguiente puede ilustrar estas relaciones:
Schleierm acher distingue en los elementos form ales lo que
une las frases y lo que une los elementos de la frase. En la term i­
nología de la gramática tradicional, esto corresponde a la distin­
ción entre conjunción y preposición (los elementos particulares
de la frase pueden naturalm ente estar unidos no sólo p o r p re ­
posiciones, sino también por sufijos, p o r ejemplo, como el sufijo
de genitivo). Entre los elementos que unen las frases, SchÉfeier-
macher distingue de nuevo entre los orgánicos y los mecánicos, o,
com o él los define, la « fu sió n in te rn a » y el «enlace extern o »
(p. 96). Ejem plos de los orgánicos serían « a u n q u e» o « m ie n ­
tras», y de los mecánicos la conjunción « y » . Pero Schleierm a­
cher observa —y esta observación es lo que confiere relevancia her­
menéutica a esta cuestión—que la oposición entre fusión interna
y enlace externo no es rigurosa, pues a menudo uno parece hacer
las veces del otro. U na conjunción causal sirve en ocasiones no
más que de enlace, y la conjunción copulativa « y » puede asumir
una función orgánica, p o r ejem plo, para expresar una conse­
cuencia. Pero esto sólo es posible porque, en el p rim er caso, la
conjunción ha «perd id o su sustancia p ro p ia» , y en el segundo,
222 PETER SZONDI

en cam bio, porque se ha «in ten sificad o » (p. 96)- Esto es hablar
de p osibilid ad es del lenguaje que com peten a la com pren sión
cuantitativa. M ientras que el objeto de la com prensión cualitativa
son los diferentes significados de las palabras o los diferentes
enlaces entre palabras o frases, la co m p ren sió n cuantitativa
atiende a la intensidad. Los dos extremos son aquí, p o r u n lado,
el « é n fa s is » , el m áxim o de significado, y, p o r otro, la « a b u n ­
d ancia», el m ínim o de significado (pp. 10 4 y s.).
S i u n a c o n ju n ció n com o « y » , que sirve para establecer u n
enlace p u ra m e n te m ecán ico y ad itivo, establece una re la c ió n
o rgán ica, tenem os el én fasis. S i u n a c o n ju n c ió n causal sólo
tiene una fu n ción aditiva, « n o dice n a d a » , y entonces tenem os
la abun d an cia. Pero cuando el cam bio de fu n c ió n consistente
en que una c o n ju n ció n m ecánica pasa a ser orgánica se realiza
p o r el em pleo enfático de la m ism a, la diferen cia cualitativa se
cam bia en cuantitativa. N o es necesario con ven cer de la re le ­
vancia h erm en éu tica de estas re fle x io n e s a cu alq u iera que,
interpretando u n texto alem án antiguo, alguna vez haya experi­
m entado los quebraderos de cabeza que trae la cuestión de si la
c o n ju n c ió n «w eil» es tem poral —m ecánica, en la term in o logía
de S ch le ie rm ach e r— o causal —o rgá n ica — (el « weil» tem p o ral
[= «wáhrend» , durante] crea un enlace m ecánico, m ientras que
el «weil» causal indica que un acontecim iento es causa de otro).
C o n clu yo estas observaciones sobre la teoría de la in te rp re ­
tación gram atical de Sch leierm ach er re firié n d o m e al contexto
más am plio en que se h allan en este au tor los conceptos recién
exam inados de énfasis y abundancia. E llo evidenciará tam bién,
al m enos en u n ejem plo, el enraizam iento de su herm enéutica
en lo s p ro b le m as exegéticos del N u evo T estam en to . E n la
exposición a m od o de com pen d io de 18 19 se lee:

« L a máxima de tomar cuanto sea posible por tautológico es


tan falsa como la de tomar cuanto sea posible por enfático».
INTRODUCCIÓ N A LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA -k | 223

Luego viene la explicación siguien te:

« i a primera [tomar cuanto sea posible por tautológico] es la


más reciente; se cree que ésta halla justificación suficiente en
qjNuevo Testamento por la forma predominante del par^fe-
lismo y el escaso rigor lógico de la mayor parte; pero sin
razón, y, después de las frases arriba presentadas, hay que
apartarse de ella. Sobre todo se cree que está justificado
hacerlo a cada ligera apariencia de sinonimia [...]. La última
[tomar cuanto sea posible por enfático] es la más antigua, y
está relacionada con la opinión de que el autor es el Espíritu
Santo y de que El no hace nada en vano; de ahí que no haya
abundancia, que no haya tautología y que todo lo que se ase­
meja sea enfático. Pero entonces lo es todo en general; pues
en cada palabra hay un excedente, si no se agota en cada
pasaje. Pero como la persona del escritor nunca desapareció
para los oyentes y los lectores originales y éstos sólo p u d ie^ n
juzgar el discurso o el texto desde los supuestos habituales, la
escapatoria consistente en decir que el Espíritu Santo tenía a
la vista a toda la cristiandad creyente en su inspiración, la
cual no podía juzgar sino de acuerdo con la máxima estable­
cida, no sirve de nada, pues esta cristiandad sólo pudo nacer
gracias a la comprensión correcta que fue comunicada a los
prim eros cristianos, p or lo que esta máxima es de todo
punto reprobable» (§ 4 2, p. 105)-

P o r interesante que p u ed a ser explicar m ás ceñ id am en te la


posición histórica de Sch leierm ach er partiend o de estas frases,
que no contradicen sólo las m áximas tradicionales de la te o lo ­
gía herm enéutica, sino tam bién las fundadas en la equidad h e r­
m enéutica de la teo ría de la in te rp re ta c ió n de M e ie r —y este
interés estaría m otivado fundam entalm ente p o r la observación
últim am ente citada, según la cual la cristiandad, c rite rio de la
interpretación en cuanto p ú blico, está ella m isma d eterm inada
p o r la lectura del N uevo Testam ento p o r los p rim ero s c ristia ­
nos, que no h iciero n abstracción de la persona de los apóstoles
224 P E T E R SZO N D I

en beneficio del E spíritu Santo com o au to r, lo cual es u n paso


im p o rtan te en la vinculación, que hoy se in ten ta establecer, de
la Jierm enéutica a la h isto ria de la recepción—, aquí hem os de
c o n te n ta rn o s con hacer m e n c ió n de la regla, de la m áxim a
relevancia p ara u n a h erm e n é u tic a lite ra ria , que Schleierm a-
ch er coloca e n el lugar de la doble m áxim a que él rechaza:

« L a m edida en que haya que suponer la abundancia o el


énfasis, no depende sólo del género del discurso, sino tam ­
bién del grado de desarrollo del objeto*».

Y Schleierm acher añade el siguiente com entario:

« S i un objeto se encuentra ya convenientemente elaborado


para el dom inio de la representación, se puede p artir del
térm ino m edio, y sólo el género del discurso determ ina
cuándo y dónde hay que esperar más énfasis o más abundan­
cia. Pero si el objeto es aún nuevo y aún no se ha d esarro­
llado un lenguaje para él, hay incertidum bre sobre si los ele­
m entos elegidos cum plen la fin alid ad, y donde esta
incertidum bre tiene su razón en algo preciso, se produce
una tendencia a asegurar lo que no es suficientemente seguro
mediante otra expresión. Tal es el origen de las acumulacio­
nes que luego son tomadas ora por tautologías, ora p or énfa­
sis. Pero la verdad exige que no las veamos com o uniform es,
n i tampoco como opuestas, sino form ando una unidad, y a
p artir de ellas ju n tas desarrollem os una idea. E n el Nuevo
Testam ento, donde m enos frecuentem ente ocurre esto [el
texto debería decir obviamente «donde más frecuentem ente»
(P. Szondi)] es en Pablo, pues su term inología se basaba en
una masa de instrucciones orales, y donde menos en Ju an . El
falso énfasis ha dado lugar a que todas las expresiones aisladas
—renovación, ilum inación, renacim iento—se hayan incorpo­
rado al sistema conceptual del dogma, con el resultado de
una plétora confusa y sin base científica. La falsa tautología
IN TR O D U C C IÓ N A LA H E R M E N É U T IC A L IT E R A R IA - 10 225

ha dado lugar a que se atribuya a las expresiones el contenido


m ínim o y, por ende, a que se renuncie al concepto m ism o»
(§ 43, p. 106).

L o im p o rta n te de esta tesis de S c h le ie rm a c h e r es n u evam en te


la re la c ió n que establece co n lo s p u n to s de vista del gé n e ro y la
h isto ria . S i la h e rm e n é u tic a lite r a r ia q u ie re ser h o y u n a h e r ­
m e n é u tic a m a t fr ia l, s in r e n u n c ia r a lo s c o n o c im ie n to s de la
c o n c ie n c ia h istó ric a y a lo s ju ic io s de la p o é tica p o stilu stra d a ,
n o p o d rá ser u n a h e rm e n é u tica de reglas que n e cesa ria m en te
haga abstracció n de la esp ecificid ad del o b jeto de la c o m p re n ­
s ió n , sin o u n a h e r m e n é u tic a cuya re la c ió n c o n la m a te ria se
exprese precisam en te en el esclarecim ien to de los c rite rio s que
las d e te rm in a c io n e s d el texto s u m in is tra n a la c o m p r e n s ió n .
D e estos c rite rio s, lo s m ás im p o rta n te s so n quizá la h is to ric i­
d ad y la p e r te n e n c ia a u n g é n e ro —to m a n d o la p a la b ra
« g é n e r o » n o en sen tid o estricto—.
A c o n tin u a c ió n h a re m o s alg u n a s o b se rv ac io n e s so b re la
in te rp reta c ió n técnica o p sico lóg ica. Estas se re fie re n a la re le ­
vancia de los criterio s que acabam os de n o m b rar —la p e r te n e n ­
cia a u n gén ero y la h isto ricid ad — p ara la in te rp reta c ió n técn ica
o p sico ló g ic a . Y h acerlas es tan to m ás im p o rta n te p o r cu an to
que el té rm in o « in te r p r e ta c ió n p sico ló g ic a » y la re c ep c ió n de
Sch leierm ach ej1, m uy con d icion ad a p o r aquel té rm in o y p o r los
té rm in o s a c o m p a ñ a n tes « e m p a t ia » y « v iv e n c ia » , n o s h a n
tran sm itid o una idea com pletam ente falsa de las in ten cio n es de
S ch le ie rm ac h e r, al m en o s en las p rim e ra s etapas de su p e n s a ­
m ien to h e rm e n é u tic o . Es c ierto q u e, en la in te rp re ta c ió n téc­
nica o p sicológica, la a te n ció n se d irige al h o m b re , a su in d iv i­
d u alid ad , igu al que en la g ram a tica l se d irig e a la le n g u a y sus
m o d ific a c io n e s in d iv id u a le s . P e ro in c lu so en lo s p o s te rio re s
d iscu rso s ante la A c a d e m ia , la lo c u c ió n « e l p ro c e so p síq u ic o
o rig in a l de la g e n e ra c ió n y el enlace de p en sam ien to s e im á g e -
226 PETER SZONDI

n es» (p. 14 8 ), objeto de la interpretación psicológica, im plica


el m om ento objetivo de la lengua com o m edio en que aconte­
cen esa generación y ese enlace. A ú n más claramente se expresa
esta im plicación en los esbozos de la prim era época, y tam bién
en la idea de la interpretación técnica y su concepto principal,
el de estilo, directam ente referid o al m anejo de la lengua. Lo
que se conserva en el paso de la interpretación técnica a la p si­
cológica —u n paso que, en rig o r, no es más que u n desplaza­
m iento del acento, pues el últim o Schleierm acher tam bién dis­
tingue el concepto de interpretación técnica—es la concepción
del discurso como acto del individuo pensante, referido no a la
totalidad de la lengua, com o en la in terp retación gram atical,
sin o a la totalidad del h om bre y de su vida. Pero el desplaza­
m iento del acento afecta al estudio de esta individualidad sub­
jetiva. E n la in terp retació n técnica, el acento está colocado
sobre el m om ento de la téchne, sobre el estilo individual com o
m o d ificació n p articu lar de la lengua y m anera p articu lar de
com poner; en la psicológica sobre el todo de la vida del ind ivi­
d u o. A cerca de la op o sición relativa, com o Sch leierm ach er
subraya, entre « p sic o ló g ic o » y « té c n ic o » se lee en las notas
m arginales tardías de l 8 3 2 - l 8 3 3 !

«El primero [esto es, el aspecto psicológico], más la formación


de los pensamientos a partir de la totalidad de los momentos
de la vida. El último [esto es, el aspecto técnico], más la reduc­
ción a un pensamiento concreto o a un concreto querer expo­
ner algo, a partir de la cual se desarrolla una serie» (p. 163).

E n la exposición a m odo de com pendio, la tarea de la interpre­


tación técnica es la com prensión perfecta del estilo, no estando
el concepto de estilo lim itado al m anejo de la lengua: « P en sa­
m iento y lenguaje se cruzan p o r doquier, y la m anera particular
de con ceb ir el objeto pasa a la com p o sició n y, p o r end e, al
m an ejo de la le n g u a » (§ 3> p. 1 0 8 ) . L o que más de cien años
INTRODUCCIÓN A LA HERM ENÉU TICA LITERA RIA - 10 227

después el form alism o ruso, el new criticism y la crítica estilística


de la escuela de Zúrich defenderán com o una supuesta novedad
fue, como se ve, anticipado en una parte nada desdeñable p o r
Schleierm acher. Y lo que lo eleva p o r encim a de la crítica esti­
lística enseñada en los años cuarenta y cincuenta de nuestro
siglo es su visión de la h isto ricidad de los fen ó m en o s, que la
m oderna crítica estilística sólo m uy tarde consiguió tener. E n
esta visión, el aspecto histórico no aparece junto al psicológico -
técnico como algo a lo que también hay que atender. Schleierm a­
cher se da cuenta de que su propósito de com prender lo in d i­
vidual en el discurso o en la ob ra literaria presup on e la
interpretación histórica, y esto p or dos razones. La prim era es
que el significado del mom ento individual no es constante en la
h isto ria de la literatu ra: S ch leierm ach er aprovecha aqu í su
conocim iento del Sturm und Drang y del p rim er rom anticism o, y
desde la perspectiva que este conocim iento le proporciona con­
fronta la objetividad clásica con el rom anticism o como período
dom inado p o r la subjetividad. La segunda, que el m om ento
individual de la p rod u o eión no puede establecerse si n o se
conoce el lugar h istórico del gén ero a que la obra p ertenece.

«Antes de comenzar la interpretación técnica ha de saberse


de qué manera se daban al autor el objeto y la lengua [...].
Para lo primero hay que tener en cuenta el estado en que
antes de su época se encontraba el género a que la obra perte­
nece [...]. No hay, pues, una comprensión exacta de este tipo
sin un conocimiento de la literatura de la época emparentada
con la obra y de lo que el autor recibió como modelo previo
del estilo. Nada puede sustituir a un estudio tan complejo en
relación con este aspecto de la interpretación» (§ 5, p. 108).

E l prim er discurso ante la Academ ia distingue, de m anera acaso


arriesgadamente especulativa, dos períodos: aquel en que p au ­
latinam ente se constitu yeron las form as y aquel en que éstas
228 PETER SZON DI

d o m in aro n . Lo tem erario de esta c o n s t r u ir á n se atenúa con la


ap o stilla de que los caracteres de estos dos p erío d o s opuestos
« r e s u r g ie r o n m ás tarde de fo rm a sim u ltán ea en u n a escala
m e n o r» (p. I35)> 1 ° cual significa que no d efinen n in gú n p e rí­
o d o . P ero queda la idea capital de que es p reciso c o n o c e r la
fo rm a dada sobre la que se trabaja « p a ra co m p ren d er e n tera­
m ente [al escritor] en su actividad. Pues con el p rim er esbozo
de una obra concreta se desarrolla tam bién en él la fuerza d irec­
triz de la fo rm a ya fijad a, [ ...] y ella m o d ifica [ ...] no sólo los
detalles de la expresión, sino tam bién [...] la invención. Q u ien
en la labor de la interpretación no percibe debidam ente cóm o la
corriente del pensamiento y de la creación poética chocó, p o r así
d ecirlo , contra las paredes de su lecho para retroced er y tom ar
una d ire c c ió n distinta de la que h abría seguido si h u b iera
hallado curso lib re , no puede c o m p ren d e r correctam en te el
proceso in terio r de la com posición, y m enos aún asignar al p ro ­
p io escrito r el puesto que le corresp on de en virtud de su re la ­
ción con la lengua y sus fo rm a s» (p. 13 6 ).
S i se p ien sa en la co n cep ció n , aún vigente a fin es del siglo
XVIII, de las form as y los géneros poéticos, así com o de la le n ­
gua, vista com o u n cóm odo vehículo de la materia y la intención,
no se subestimará la actualidad de estas ideas, que acercan la teo­
ría de la in terp retació n técnica de S ch leierm ach er a la poética
m oderna, com o p o r ejem plo la de Valéry.
La cuestión de la relación entre la interpretación gramatical y
la interpretación técnica no recibió de Schleiermacher, en el curso
de la evolución de su pensam iento herm enéutico, una respuesta
que tu viera siem p re el m ism o sen tid o . E n el p rim e r discurso
ante la A cadem ia, y a continu ación de las frases ya citadas sobre
la afinidad entre el intérprete y el autor, Schleierm acher dice que

« u n o estaría tentado de afirm ar que toda la práctica de la


interpretación tendría que dividirse de form a tal, que una
IN TRODU CCIÓ N A LA H ER M E N É U T IC A LIT E R A R IA - 10 229

clase de intérpretes, más orientada a la lengua y a la historia


que a las personas, examinaría a todos los escritores en una
lengua de forma bastante uniform e, aunque entre ellos uno
sobresalga en una región y otro en otra diferente; y otra
clase, más orientada a la observación de las personas, consi­
deraría la lengua sólo como un medio a través del cual éstas
se expresan, y la historia sólo como las modalidades en las
cuales existieron: cada uno [cada intérprete] se lim itaría a
aquellos escritores que mejor se acomodan a su orientación»
(P- 153)-

U n en fo q u e todavía ad ecu ad o a la situ ac ió n de los estu d ios


literario s en los años sesenta. A u n q u e no soy de la o p in ió n de
q u f u n p ro g ra m a com o éste m erezca ser rid ic u liz a d o , com o
cada vez m ás se h ace, p o r su to le ra n c ia m eto d o ló g ic a , y soy
dem asiado consciente de los p elig ro s de una política científica
rígida para la libertad h um ana y el progreso de la ciencia com o
para sum ar m i voz al coro de D ahlem , n o encuentro tal lib e ra ­
lid ad su ficien te com o c o n ce p ció n teó rica. D e h ech o, la re la ­
ción entre las dos m odalidades de in terpretación n o era, según
las ideas o rig in a les de S ch le ie rm a c h e r, de c o m p le m e n ta rie -
dad; éstas no aparecían separadas en el trabajo de in te rp re ta ­
c ió n . A l c o n tra rio , S c h le ie rm a c h e r h abía so sten id o la tesis
audaz de que « L a so lu ció n absoluta del p ro b lem a es la que se
encuentra cuando se trata aparte cada aspecto [esto es, el g ra ­
m atical y el técnico] de tal m an era que el tratam iento del otro
aspecto no produzca n in g ú n cam bio en el resultado; [cuando
cada aspecto] tratad o [ap arte] sustituye co m p letam en te al
o t r o » (p. 8 1) . S i n os p re g u n ta m o s p o r los m otivos de esta
c o n c e p c ió n , n o p o d em o s ig n o r a r la in te n c ió n p o lé m ic a de
S ch le ie rm a c h e r y de la h e rm e n é u tica de su ép o ca c o n tra la
doctrina del sentido p lu ral de la E scritu ra: al fu n d ar S ch le ie r­
m ach er la h e rm e n é u tica n o en el con cep to del sen tid o de la
Escritura, sino en el concepto de com pren sión, abre la p o sib i-
230 PETER SZONDI

lid a d de d istin gu ir entre m aneras de in te rp reta r sin que ello


suponga una pluralidad en la cosa interpretada. Pero tampoco
aqu í se queda Sch leierm ach er en el p ostulad o de la relación
ideal de ambos tipos de interpretación, sino que reconoce que
su aplicabilidad está determ inada tanto p o r el parám etro h is­
tórico com o p o r el género de la obra que hay que interpretar.
A sí, Sch leierm ach er asocia a la in terpretación gram atical p o r
u n lado lo clásico, y p o r otro el género más objetivo, la e p o ­
peya, y a la interpretación psicológica, p or u n lado lo original,
esto es, lo ro m án tico , y p o r otro los gén eros subjetivos: la
epístola y la lírica.
S ch leierm ach er concibe el acto de co m p ren d er com o la
in v ersió n del acto de h ablar (§ 4, p . 8 0 ), y en consecuencia
define la herm enéutica com o «gram ática inversa» y « c o m p o ­
sició n in v ersa» (pp. 4 8 y 56 ). S i S ch leierm ach er ro m p ió las
barreras tanto de la lingüística com o de la poética de su tiempo
con audaces anticipaciones de ideas del siglo X X , pudo hacerlo,
a m i ju ic io , gracias a su concepción de la herm enéutica com o
inversión de la gramática y la poética. Esta inversión equivalía
a exam in ar lo que hay detrás del rígid o sistem a de reglas de
ambas disciplinas, así como de su hipostatización de lo dado, y
a preguntarse tanto p o r las prem isas y los condicionam ientos
com o p o r la interdependencia de los hechos, por su dialéctica.
A este p ro ce d er debem os la su p eració n del p ositivism o. La
herm enéutica así entendida es un instrum ento de la crítica.
ANEXO
OBSERVACIONES SOBRE LA SITUACIÓN
DE LA HERMENÉUTICA LITERARIA*

E n cualquier sim posio actual sobre h erm enéutica, el estudioso


de la literatu ra aparece, ju n to al teó logo y al ju ris ta , com o el
p arie n te p o b re . C ie rta m e n te , su p u esto es h e r e d ita rio , y la
lín e a de sus antepasad os n o es n i la más breve n i la m en o s
valiosa. Pero n o p u ed e ap o rtar m u ch o . N in g u n a de las varias
escuelas que h an d ejado su im p ro n ta en las m od ern as f ilo lo ­
gías (y sólo de éstas hay que h ab lar aquí) desde su n acim ien to
ha estado a favor de la constitu ción de una herm enéutica espe­
cíficam ente lite ra ria . L o s positivistas se ocu p aban sólo de los
hechos, y com o con sideraban su in te rp reta ció n de los hechos
tam b ién com o algo d ad o , n o se p la n te ab a n la cu e stió n A la
génesis de esa in te rp re ta c ió n , com o tam poco d el c o n o c i­
m iento de los h ech os1. D e la h isto ria del espíritu sólo im p o r­
taba el espíritu, las ideas: aquello que concretam ente había que

* Este esbozo de texto —que no forma parte de las lecciones publicadas bajo el título
de Introducción a ¡a hermenéutica literaria—fue redactado por Szondi con vistas a su pre­
sentación en un coloquio sobre hermenéutica que había de celebrarse en Zúrich en
abril de 197o -
I Cfr. P. Szondi, Üherphilologische Erkenntnis, en P. Sz.( Hólderlin Studien, 2 a ed., Frankfurt
a.M., I 97 °» PP- 9“34 [«Acerca del conocimiento filológico», Estudios sobre Hólderlin,
cit.].
234 PETER 5Z0NDI

interpretar era m era envoltura de lo que verdaderam ente in te­


resaba. Las distintas escuelas de la interpretación inm anente se
esforzaron p o r dem ostrar que la ob ra literaria concreta sólo
puede com prenderse adecuadamente partiendo de ella misma:
la cu estió n de la génesis de esta co m p ren sió n no hacía otra
cosa que p e rtu rb ar el énfasis puesto en este em p eñ o. « S e r -
a h í» es com prender, y esto no se lo hacía repetir la ciencia de
la literatura in flu id a p o r la filoso fía del ser, que concluía que
si co m p ren d e r es existir, las con d icion es de p o sib ilid ad del
com pren der son asunto de la ontología fundam ental; una crí­
tica de la razón literaria era entonces m enos deseable que
nunca. A parte de algunas tentativas aisladas, hechas especial­
m ente en los terrenos de la filosofía del lenguaje y la filosofía
de la h isto ria , en el d o m in io de la filo lo g ía la h erm en éu tica
apenas ha salido del estado en que se encontraba en el siglo
XIX, aunque la con cep ción de la literatu ra y la del c o n o c i­
m iento histórico han cambiado en los últim os cincuenta años
tan radicalm ente que estudiando, p o r ejem p lo, la im p resio ­
nante Engiklopádie und Methodenlehre der philologischen Wissenschafiten
(Enciclopediaj metodología de ¡as cienciasfilológicas) 2 de Boeckh, uno no
aprende tanto lo que el título prom ete enseñarle com o com ­
prende p o r qué es necesaria una nueva m etodología filológica.
Dos cosas p o d ría n p o n e r en claro todo esto: la idea del
cond icionam iento h istórico de la literatura y la tesis del c o n ­
d icio n am ien to del conocim iento histórico p o r la historicidad
del co n o cim ien to . B oeckh piensa p o r el c o n trario —com o
generaciones de teóricos de la herm enéutica antes que él—que
hay que h acer abstracción « d e todo lo que en las obras es
resultado de la particularidad del m aterial [es decir, de la len -

2 A. Boeckh, Enpklopadie und Methodenlehre derphilologischen Wissenschaften, ed. de E. Bratus-


check. Primera partes Fórmale Theorie derphilologischen wissenschajl, reimp. reprográfica de
la 2a edición, al cuidado de R. Klussmann, Leipzig, 1886, Darmstadt, 1966 (Wiss.
Buchgesellschaft).
SOBRE LA SITUACIÓN DE LA HERM ENÉU TICA LITERARIA 235

g u a ]» , y considera « co m o objeto de la herm enéutica ú n ica ­


m ente las representaciones ligadas a las p ala b ras» 3. Y aunque
Boeckh sabe con G o rgias « q u e el que escucha nunca p iensa
com o el que habla cuando p ronu ncia sus palabras», sigue cre­
yendo en el objetivo tra d icio n a l de la in te rp reta ció n , y este
objetivo, al que sin em bargo sólo cabe aproxim arse, es la
intención del au to r4.
De la con cepción del con d icio n am ien to lin güístico de la
literatu ra se sigue que la h erm en éu tica literaria no puede
situar el objeto de la com prensión más allá de la lengua, ya que
entonces el acto de com pren der equivaldría a u n m ero desci­
fram iento, sino en la lengua m ism a. La concepción del co n o ­
cim iento h istó rico com o u n p roceso con d icio n ad o p o r la
p o sició n histórica del con o ced o r im p o n e M a h erm enéu tica
la tarea de establecer criterios que la im pidan pasar de la ob je­
tividad, reconocida com o ilu sió n , de la empatia histórica a la
arbitraried ad de la subjetividad actualizadora. Tales p o d rían
ser los dos puntos de cristalización de una nueva herm enéutica
literaria. Com o éstos apenas son reconocidos como tales, con ­
viene hacer aquí algunas precisiones sobre ellos.
E n lo que respecta al anclaje de la herm enéutica literaria en
el análisis del lenguaje, hoy se daría otra situación si la recep­
ción de Schleierm acher desde D ilthey no hubiese descuidado
la interpretación gram atical p o r atender a la p sico lógico-téc-
nica, y de ésta la parte técnica, es d ecir, la que se detiene en
cuestiones relativas al m odo de p roceder, p o r atender a la p si­
cológica. E n la teoría de Schleierm acher de la in terpretación
gramatical se encuentran ideas que no sólo anticipan teoremas
de la lingüística m o d ern a, sino que tam bién enseñan la
m anera de aplicar la lingüística a la herm enéutica literaria. La
ed ición crítica que G ad am er p ro p u so , y K im m e rle llevó a

3 Ibid., p . 81.
4 Ibid., p. 86.
236 PET E R SZ O N D I

cabo, de l a diermenéutica de S e h le ie r m a c h e r5 es p o r eso de la


m áxim a im p o rta n cia p ara la c o n stitu ció n de u n a nueva h e r ­
m enéutica literaria. L a despedida de la h erm enéutica tra d icio ­
n al de los pasajes (de la lim ita c ió n de la in te rp re ta c ió n a los
pasajes oscuros) en Seh leierm ach er co n d u jo en la h erm e n é u ­
tica filo s ó fic a del siglo XX a u n an álisis de la c o m p re n sió n .
C o n la m áxim a de Seh leierm ach er, según la cual « y o no lo m -
p ren d o nada que no considere necesario y que no pueda con s­
tr u ir » (p . 3 1 ) , se p u so la p rim e ra p ie d ra de u n a te o ría de la
in te rp re ta c ió n g e n ética, de « u n a c o m p re n sió n in ten sa del
proceso in te rio r que se d esarrolla en el poeta y en otros artis­
tas del lenguaje durante toda la com posición, desde la prim era
idea hasta la c u lm in a c ió n » (p. 1 3 8 ) , p ero esto pasó tan in a d ­
vertido com o las aportaciones que encontram os en Schleierm a-
cher a una teoría de la m etáfora, a una estética de la recepción y
a una teoría de la fu n c ió n de las form as y los géneros literario s6
—sectores de la ciencia de la literatura que en Sehleierm acher se
encuentran ya esbozados desde el pu nto de vista de su relevan­
cia para la herm enéutica—.
U n segundo p u n to de partida, igualm ente fecu n d o para la
herm enéutica literaria, lo constituye la teoría de la « c o n stru c ­
ción h istó rica» de W alter B e n ja m in 7, tal com o la expuso en las
Geschichtsphilosophische Thesen (Tesis sobre la filosofía de la historia), en la
in tro d u c c ió n al artícu lo sobre Fuchs y en algunas reseñas/de
libros (textos todos ellos de los últim os años 3 0 ) . B enjam in pide
al h isto ria d o r —tam bién al de la literatu ra— que « a b a n d o n e la

5 Fr. D. E. Sehleiermacher, Hermeneutik, op. cit (cfr. supra, nota 85)»


6 Cfr. supra, pp. 184 y s.
7 C fr. W. Benjamín, Editará Fuchs, der Sommier und der Historiker, en W. B ., Angelus Novus.
Ausgewffhlte Schrifien 2 , Frankfurt a.M ., 1966, p. 304 [«H istoria y coleccionismo:
Eduard Fuchs», Discursos interrumpidos I, cit.], así como W. B ., Geschichtsphilosophische
Thesen, en W. B .( Schrifien, ed. de Th. W. Adorno y G . Adorno, Frankfurt a.M .,
1955, vol I, p- 5 0 3 [«Tesis de filosofía de la historia», Discursos interrumpidos I, cit.],
o niuminationen. AusgewdhlteSchrifien, ed. de S. Unseld, Frankfurt a.M., 1961, p.
SO B R E LA SITU ACIÓ N DE LA H E R M E N É U T IC A LIT E R A R IA ’g 'g l

actitud sosegada, contemplativa, ante el objeto para cobrar co n ­


ciencia de la constelación crítica en la que exactamente este frag­
m ento del pasado se encuentra exactamente con este p re se n te» 8.
Segú n él, hay que h acer salir a « u n a s^ íte rm in a d a época del
curso hom ogéneo de la h isto ria » , a « u n a determ inada vida de
la é p o ca » a que p erten ece, y a « u n a d eterm in ada o b ra de la
obra total de una v id a » . L a u tilid ad de este p roced er radica en
que « e n la obra queda conservada y superada la ob ra de una
vida, en la ob ra de una vida la época, y en la época el curso
entero de la h isto ria » 9. B en jam in entendía esta teoría del co n o ­
cim iento histórico com o la p rop ia del m aterialism o h istó rico; el
m om ento o pu nto tem p o ral que exige aprop iarse de tal m odo
del pasado, com o u n « m o m e n to de p e lig ro » , y « e l sujeto del
conocim iento h istó rico » com o « la clase oprim ida en lu c h a » 101.
Pero ya antes de su fase m arxista, en el artícu lo red actado a
p rin c ip io s de la década de los 1 O sobre « L a tarea del tra d u c ­
to r » , el h istoricism o es superado p o r una teoría de la « p e rv i-
v e n c ia » de las obras, de la « m a d u ra c ió n p o ste rio r in clu so de
las palabras fija d a s » . A la tra d u c c ió n com o fo rm a suigeneris
co rre sp o n d e a ten d er « a aquella m ad u ració n p o ste rio r de la
palabra e x tra n je ra » 11.
E n el p rim e r B e n ja m in , la d o ctrin a de la h isto ric id a d del
co n o cim ien to se in c o rp o ra al tratam ien to de la lengu a p o r el
traductor y su fu n d am e n ta ció n en u n a filo so fía del le n gu a je .
E llo hace a sus traducciones de B au d elaire, y al p ró lo go red ac­
tado para ellas, relevantes para los dos puntos de cristalización,
que aquí hem os resaltado, de una nueva h erm enéutica lite ra -

8 W. Benjamín, EduardFuchs, derSommier undder Historiker, op. cit., p. 303.


9 W. Benjamín, Geschichtsphilosophische Thesen, op. cit, p. 505 » también p. 2 J&.
10 íbid. pp. 496 y 5 0 1 j también pp. 27 ° y 275 -
11 W. Benjamin, Die Aufgabe des Überset&rs, en W. B., Tableauxparisiens. Versión alemana con
un prólogo sobre la misión del traductor, Heidelberg, 1923* pp- V III-X . Ahora en
W. B., Gesammelte Schrifien IV.l (Kleine Prosa. Baudelaire-Überset&mgen), ed. de T . Rexroth,
Frankfurt a.M., 1972, pp. I O - 1 3 [«La tarea del traductor», AngelusNovus, cit.].
238 PETER SZONDI

ria: en B enjam ín , la historia del efecto y la teoría del lenguaje


aparecen ya consideradas, bien que de form a tentativa, en su
in terd ep en d en cia. S u p o ste rio r filo so fía de la h isto ria, ta i
cam bio, llam a p o r su nom bre a los m otivos determ inantes de
la teoría de la «construcción h istó rica » . U na com paración de
su ensayo de su peración del h istoricism o con otros análogos,
sim ultáneos o posteriores (com o Werdadj método, de Gadam er),
ayudaría a c la rifica r la cuestión de las con d icion es históricas
bajo las cuales surgió la teo ría de la h isto ricid ad del c o n o c i­
m iento. Ciertam ente, ello supondría abandonar el terreno de
la herm enéutica literaria, pero los conocim ientos aquí perse­
guido s con stitu irían una m etaherm en éutica sin la cual tam ­
p oco la herm enéutica literaria p o d ría llegar a com prenderse
suficientem ente a sí misma.
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242 PETER SZONDI

4. S o bre l a h is t o r ia d e l a h e r m e n é u t ic a

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(Las obras marcadas con * son lecturas recom endadas j ® r


Szondi com o preparación para el curso)

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ÍNDICE

In troducción: «Lectio stricta. La herm enéutica m aterial de Peter


Szondi», p o r J o s é M a n u e l C u e s t a A b a d , 7

1 La ausencia de una herm enéutica literaria, 4 1 — La teoría de la


comprensión de Dilthey; de la hermenéutica material a la herm e­
néutica filosófica, 4 1- 4 5 — El problem a de la aplicación del cír­
culo hermenéutico en el arte de la interpretación, 45~46 — La
hermenéutica literaria y la filología tradicional, 4 6 -4 7 — La fu n­
ción actualizadora de las interpretaciones gramatical y alegórica:
la alegoresis de Hom ero y la interpretación tipológica del Antiguo
Testamento, 47 ~5r ~ La exégesis gramatical y la exégesis alegó­
rica; su oposición en la Patrística y en la Reform a, 5I_55 — La
múltiple determinación histórica de la interpretación histórico-
gramatical, 55'76 — Sobre el método de una introducción a la
hermenéutica literaria: combinación de un procedimiento histó­
rico y un procedim iento sistemático, 5 7 " 5 6 -

2 Chladenius (l)
Sobre la obra de Chladenius y el escaso interés que despertó entre
sus contem poráneos, 5 9 _6 l — La herm enéutica como teoría
general de la interpretación, 6 1-6 2 — Mantenimiento de la dis-
248 PET ER SZO NDI

tin ció n entre herm enéutica sacra y herm enéutica profana-, la ten ­
sión entre la validez universal y el postulado de la relación al c o n ­
tenido, 6 2 -6 6 — E l despuntar de una lógica poética no declarada
en el tratamiento de los pasajes inspirados, 6 6 -6 9 — D efin ició n del
arte de la interpretación com o generación de los conceptos nece­
sarios para la com pren sión , 6 9 - 7 0 — La d istin ció n entre los
tipos de oscuridad y la separación tradicional de la crítica textual,
la gram ática y la h erm enéutica, 7 ° “ 7 3 — Da oscu rid ad de los
pasajes ambiguos y la doctrina racional de lo probable, 73~75-

3 Chladenius (2)
La interpretación que hace abstracción de la intención del autor
y la instancia norm ativa de la razón y de la psicología racionalista
de la recepción, 7 8 -7 9 — La com prensión perfecta (inm ediata y
m ediata) y la am pliación de la herm enéutica teológica a h erm e­
néutica general, 8 0 - 8 2 — La com prensión inm ediata escapa a la
subjetividad en la in terp retació n , 8 3 - 8 5 — ^ « c o m p r e n s ió n
mediata com o aplicación necesaria, es decir, com o acción sobre el
alma, 8 5 -8 9 — E l conocimiento vivo com o m om ento de una h erm e­
néutica basada en la psicología del efecto, 8 9 - 9 1 — La tercera
parte de la interpretación: la divagación; la oposición de los postu ­
lados em píricos y normativos del racionalism o, 9 2 -9 4 -

4 Chladenius (3)
La poesía com o explicitación referid a a una cosa: la intención,
lim itación de la representación debida al autor, 9 5 -9 8 — E n ra i-
zam iento de la comprensión del texto y su contenido eit la concep ­
ció n de la poesía com o im itación de la naturaleza, 9 8 - 1 0 0 —
Significación de la relación al género, I O I - I O 3 — A cuerdo entre
autor y lector sobre la base de una misma intelección, 10 4 - 1 0 6 —
Relación con el concepto gadam eriano de pertenencia, 1 0 6 - 1 0 7
— La teoría de la relación a la posición histórica y del cambio de
significado como cambio en las cosas, 10 7 - 112 -

5 Chladenius (4)
D iferen cia de los puntos de vista, es decir, de la representación de
In d ic e 249

cosa en sí, 1 1 6 - 1 1 7 —^Tipología de los puntos de vista, 1 1 8 - 1 1 9 — La


relación a la cosa com o lím ite del concepto de subjetividad, 12 0
— La m etáfora com o tran sferen cia de cualidades, 1 2 0 - 1 2 1 —
D e fin ic ió n del sentido figurado, 1 2 1 — R elación con la concep ­
ció n trad icion al del verbum proprium, 1 2 2 - 1 2 3 — O rig e n de la
expresión m etafórica en la fo rm a c ió n de u n nuevo concepto,
124-127 — La m etáfora com o exigencia de la cosa en los escritos
históricos, y com o form ad ora de conceptos en los escritos dog­
m áticos, 1 2 7 - 1 2 8 — E l concepto gen eral p ro d u c id o p o r el
em pleo m etafó rico de u n a p alabra, 1 2 8 - 1 2 9 — La in te rp reta ­
ción de pasajes m etafóricos p or el recurso al sistema o la aprecia­
ción de la precisión, 1 2 9 - 1 3 1 ,

6 Meier (l)
El Ensayo de un arte general de la interpretación: u n lib ro de texto para
estudiantes, 1 3 3 - 1 3 5 — U na característica, es decir, una herm enéu­
tica de los signos, 1 3 5 - 1 3 6 — Signos naturales y signos artificiales
en S. A gustín, 1 3 6 - 1 3 8 — D iferen cia de la sign ificació n de los
signos naturales en M eier, 13 8 — Las relaciones significantes com o
relaciones funcionales en el m undo leibniziano y como relacio­
nes entre signo y sign ificad o , 1 3 8 - 1 4 0 — La p erfe cció n de los
signos naturales y de los signos artificiales, 1 4 0 - 1 4 5 — L a equidad
hermene'utica o la expectativa de p e r fe c c ® n com o c rite rio de la
interpretación, 1 4 5 - 1 4 7 — Las perfecciones del contenido y las
perfecciones de la form a, 14 7 - 14 9 — E l problem a de las cualida­
des potenciales del texto, 1 5 0 - 1 5 1 ,

7 Meier (2)
Las consecuencias del princip io de la equidad herm enéutica para
las reglas de la h erm en éu tica p ro fan a, 1 5 3 — E l recurso a la
intención del autor y el cam bio en la m otivación de este p ro ce ­
der, 1 5 3 - 1 3 5 — E l significado del signo, determ inado p o r el uso
que de él hace el autor, I 55_I56 — La filología como m edio auxi­
liar de la herm enéutica: el uso de la lengua como p rin cip io h er-
menéutico, I 57_I59 — E l desconocim iento de la dependencia de
la in terpretación textual respecto del d iccio n ario , 1 6 0 - 1 6 3 —
Paralelismo verbal y paralelism o respecto de la cosa¡ la mezcla de
250 P E T E R SZ O N D I

ambos com o p rincipio herm enéutico, 16 2 - 1 6 4 — La fu nción


hermenéutica de los pasajes paralelos en Chladenius (cambio en
la intención, estructura de la obra y tem poralidad, uso m etafó­
rico y uso propio), 16 4 -16 8 — La designación y la jerarquía de sen­
tidos potenciales (propios o metafóricos), 16 9 - 17 1 — Necesidad
de una crítica de la práctica hermenéutica, 17 1- 17 2 .

8 Ast
E l contexto histórico de la concepción de Schleierm acher; sus
predecesores F. A . W olf y Ast, 1 7 3 - 1 7 6 — E l espíritu griego como
elem ento d iferenciador de la herm enéutica en la época de
Goethe, 17 7 -17 8 — La letra como revelación de la m ateria y la
form a del espíritu unificador en Ast; la fu n ció n arm onizadora
del espíritu, 17 8 -17 9 — La unidad viva (inspirada por Schelling) en
lugar de la m ediación de los opuestos, 17 9 - 18 0 — E l cambio en
el objeto de la interpretación: el espíritu extraño en lugar del
texto referido a la cosa, 18 0 - 18 1 — La purificación de lo tem po­
ral en la identidad de lo espiritual, 1 8 2 - 18 3 — La filosofía de la
historia de Ast en la estela de Schelling, 18 4 -18 6 — La unidad de
lo particular y lo general concebida com o solución del círculo
herm enéutico (en verdad, su negación), 1 8 7 - 1 9 0 — La com ­
prensión como reproducción de la génesis del poema conform e
al modelo del espíritu en evolución, 19 O -191 — Superación de la
doctrina del significado plural de la Escritura por la comprensión
plural (histórica, gramatical, espiritual), 19 1-19 2 .

9 Schleiermacher (l) /
La recepción de Schleierm acher p or Dilthey y la posibilidad de
conocer las etapas de su pensamiento gracias a la edición de K im -
merle, I 93-I95 — Las tesis de Ast, discutidas en los discursos ante
la Academ ia de 18 2 9 , 195 — La fundam entación teórica de la
hermenéutica, 19 6 -19 7 — Equivalencia de la expresión oral y la
expresión escrita como m anifestaciones activas de la vida, 19 8 -
2 0 2 — La necesidad y la construcción de una m anifestación
como criterios del acto de com prender, 2 0 2 - 2 0 3 — La doble
relación del discurso con la totalidad de la lengua y con el pensa­
m iento de su autor (interpretación gramatical e interpretación
ÍN D IC E 2 §

psicológica o tIP B ta ), 2 0 3 - 2 0 4 — Sobreacentuación de la


empatia en la recepción de S Jd e ie B n ac h e r por el historicismo y
la filosofía de la vida, 2 0 5 - 2 0 7 — El círculo hermenéutico como
condición de la com prensión, 2 0 8 - 2 10 .

10 Schleiermacher
Contexto total y contexto inmediato (relación paradigmática y relación
sintagmática), 212-214 — D eterm inación del público original,
2 14 -2 16 — Los significados propio e im propio en relación con la
unidad del sentido, 2 l6 - 2 l8 — Lo form al y lo material, y lo cua­
litativo y lo cuantitativo, como oposiciones suplementarias en la
interpretación gramatical, 2 1 9 - 2 2 1 — Enfasis y abundancia, 2 2 1-
225 — La oposición relativa entre interpretación técnica e inter­
pretación psicológica (com posición individual y totalidad de la
vida), 225-227 — La historicidad de los fenómenos y la signifi­
cación de la pertenencia a un género, 227-229 — La convergen­
cia de las diferentes modalidades de interpretación, 2 2 9 — La
herm enéutica como inversión de la gramática y de la poética,
230 .

A n exo.- Observaciones sobre la situación de la hermenéutica litera­


ria, 2 33.

Bibliografía, 239-

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