Néstor A .

B r a i m s t e i n

CLASIFICAR EN
PSIQUIATRÍA
 psicología
y
psicoanálisis

DIRIGIDA P O R OCTAVIO CHAMIZO

CLASIFICAR E N PSIQUIATRIA

por
N É S T O R A. BRAUNSTEIN

siglo
.veintiuno
editores

MÉXICO
ARGENTINA
• ^ A ^ ^ l grupo editorial
. ^ X ^ l siglo veintiuno
siglo xxi editores, m é x i c o siglo xxi editores, argentina
C B ^ R O DEL AGUA 2 4 - 8 , R(3MtRO D t I t H H E H O y , GUAitrwALA 4 8 2 4 , c 1 4 2 5 BUP
0 4 3 1 0 MÉXICO, D T B I I F N O S AlRFñ, AfiGErsíTirsiA
w w w . sigioxxi e d i t o r e s , c o m . m x w w w . niglnxxie5ditores.com.ar

salto d e p á g i n a biblioteca nueva anthropos

ALMAGRO 3 8 . 2 8 0 1 0 ALMAGRO 3 8 . 28O10 DIPUTACIÓN 2 6 6 , B A J O S ,
IVlADRID, ESPAÑA MADRID, ESPASlA 0 8 0 0 7 B A R C E l OMA. ESPAÑA
WWW, saitodepagina.com WWW. b i b l i o t e c a n u G v a , e s WWW. a n t h r o p o s - e d i l o r i a l , c o m

RC454
B73
2013 B r a u n s t e i n , Néstor A .
Clasificar en psiquiatría / p o r N é s t o r A .
B r a u n s t e i n . — México : Siglo X X I E d i t o r e s , 2 0 1 3 .
1 4 1 p . — ( P s i c o l o g í a y psicoanálisis)

ISBN-13: 978-607-03-0465-1

1. Psiquiatría. 2 . Psicoanálisis. I . t. I I . Ser.

p r i m e r a edición, 2 0 1 3
p r i m e r a reimpresión, 2 0 1 3

© siglo x x i e d i t o r e s , s.a. d e c.v.

isbn 978-607-03-0465-1

i m p r e s o e n i m p r e s o e n i n g r a m e x , s.a. d e c.v.
c e n t e n o 162-1
col. granjas esmeralda
0 9 8 1 0 , m é x i c o , d.f.
PRÓLOGO

HABER SIDO U N PRECURSOR

Regreso aquí a los c o m i e n z o s de m i o b r a e n t o r n o a

c o n c e p c i o n e s q u e p r e s u m e n d e ser " c i e n t í f i c a s " y as-
p i r a n a dar f u n d a m e n t o s a la psicología y la psiquia-
tría. M e r e f i e r o a los usos y a l a crítica d e l a n o c i ó n
d e " p e r s o n a l i d a d " , f i r m a d a p o r F r i d a Saal e n e l ca-
p í t u l o 13 d e Psicología: ideología y ciencia,^ y a los t r e s
c a p í t u l o s escritos e n t r e 1 9 7 7 y 1 9 7 9 c o n e l título d e
" C l a s i f i c a r e n psiquiatría", i n c l u i d o s e n u n d i f u n d i -
d o v o l u m e n cuyo subtítulo era significativo además
d e p r e m o n i t o r i o : Hacia Lacan,^^
T i e n e n q u e pasar décadas d e olvidos y de refe-
r e n c i a s ajenas p a r a q u e u n o c a i g a e n l a c u e n t a d e
que h a sido, sin p r e t e n d e r l o n i darse cuenta, u n
p r e c u r s o r . Pues, c l a r o está, n a d i e es a n t e p a s a d o e n
el m o m e n t o de f u n d a r u n linaje o escribir u n texto
q u e a c a b a r á p o r ser p i o n e r o e n u n t e m a d e t e r m i n a -
d o , sea o n o r e c o n o c i d o p o r o t r o s . P e r o sí es f u n d a -
d o r q u i e n p o n e l a p i e d r a basal d e u n e d i f i c i o . N o
se t r a t a d e a u t o g l o r i f l c a r s e . P o r c i e r t o q u e n o f u i

^ N . A . B r a u n s t e i n , M . P a s t e r n a c , G . B e n e d i t o y F . S a a l , Psico-
logía: ideología y ciencia^ M é x i c o , S i g l o X X I , 1 9 7 4 ( l a . e d . ) . A c t u a l -
m e n t e , 2 4 a . r e i m p . , M é x i c o , 2 0 1 1 , c a p . 1 3 , "Análisis crítico d e l a
noción de p e r s o n a l i d a d " , p p . 299-326.
^ N . A . B r a u n s t e i n , Psiquiatría, teoría del sujeto, psicoanálisis. Ha-
cia Lacan, México, Siglo X X I , 1980 ( l a . e d . ) - A c t u a l m e n t e , 13a.
r e i m p - , M é x i c o , 2 0 1 0 , c a p s . 1-3, p p . 1 3 - 6 9 .

[y]
8 PRÓLOGO

yo el p r i m e r o en observar la i n c o n g r u e n c i a i n t e r n a
d e las c l a s i f i c a c i o n e s psiquiátricas y e l o b v i o p r o y e c -
t o i d e o l ó g i c o y p o l í t i c o q u e las s u s t e n t a b a . C u a n d o
escribí m i s observaciones sobre el t e m a tenía m u y
p r e s e n t e s los t e x t o s d e l a h o r a r e c i e n t e m e n t e f a l l e -
c i d o T h o m a s Szasz ( 1 9 2 0 - 2 0 1 2 ) y l o s cité o p o r t u -
namente^ sin dejar de criticar lo que m e parecían
debilidades d e l p e n s a m i e n t o "antipsiquiátrico" que
él r e p r e s e n t a b a ( [ 1 9 7 9 ] , op, cit., p p . 3 4 - 4 2 ) . O t r o s
varios autores m e habían p r e c e d i d o en ambas i m -
p u g n a c i o n e s d i r i g i d a s a esos g e m e l o s c o n t r a p u e s t o s
q u e s o n l a p s i q u i a t r í a y l a antipsiquiatría d e l o s a ñ o s
sesenta y setenta.
Los intentos taxonómicos de la Organización
M u n d i a l de l a S a l u d (Clasificación I n t e r n a c i o n a l de
las E n f e r m e d a d e s — C l E - 9 d e 1 9 7 5 , i m p l e m e n t a d o e n
1 9 7 9 ) y l a A s o c i a c i ó n Psiquiátrica d e E s t a d o s U n i d o s
( M a n u a l d e Estadísticas y Diagnósticos— D S M - I I , d e
1968) ostentaban u n a c o m i c i d a d i n v o l u n t a r i a c o n
tapizado, m a q u i l l a j e y b a r n i z científicos q u e oculta-
b a n l a t r a g e d i a d e u n e n c a s i l l a m i e n t o d e l o s seres
h u m a n o s p o r p a r t e de los m é d i c o s especializados e n
la "salud m e n t a l " c o n e l p r e t e x t o de "clasificar" o t r a
"cosa", a l g o i m p r e c i s a m e n t e l l a m a d o mental disorders
e n E s t a d o s U n i d o s e I n g l a t e r r a , troubles msntaux e n
F r a n c i a y trastornos mentales e n los países d e l e n g u a
e s p a ñ o l a —todos e l l o s e u f e m i s m o s p a r a e v i t a r l a

^ T h . S. Szasz, "Psychiatric Classification as a Strategy o f Per-

s o n a l C o n s t r a i n t " , e n Ideólogo and Insanity, L o n d r e s , C a l d e r s y B o -
y e r s , 1 9 7 3 , p p . 1 9 0 - 2 1 7 . D e l m i s m o a u t o r : The Myth of Mental III-
ness^ e d . r e v . , N u e v a Y o r k , H a r p e r &c R o w , 1 9 7 4 . E s d e señalar q u e
l a p r i m e r a edición d e este l i b r o es d e 1961, n a d a c a s u a l m e n t e e l
m i s m o año e n q u e a p a r e c e n historia de la locura en la edad clásica
d e M i c h e l F o u c a u l t y Asyhims d e E r w i n G o f f m a n .
PRÓLOGO
9

v e r g o n z a n t e p a l a b r a q u e los a t e m o r i z a b a o los des-

n u d a b a : ^^enfermedad mentar—. L a s d é c a d a s t r a n s c u -
r r i d a s d e s d e e n t o n c e s p e r m i t e n c o n f i r m a r q u e esas
críticas a l o q u e se h a c í a y se p e r f i l a b a e n l a p s i q u i a -
tría o f i c i a l i b a n s i e n d o c a d a vez m á s p e r t i n e n t e s . E l
o b j e t o d e m i d e n u n c i a a l a t a x o n o m í a d e 1 9 7 7 se f u e
agravando e n los años q u e s i g u i e r o n hasta llegar a
este 2 0 1 3 e n q u e se d e v e l a r á l a c u l m i n a c i ó n —transi-
toria— d e l p r o c e s o . A l a d o p t a r u n l e n g u a j e m á s "téc-
n i c o " e l d i s p a r a t e se v u e l v e m á s d r a m á t i c o y m e n o s
h i l a r a n t e o d i v e r t i d o ; las c o n s e c u e n c i a s s o b r e l a v i d a
d e l a g e n t e c l a s i f i c a d a m á s serias, las " g a n a n c i a s "
d e las a s o c i a c i o n e s p r o f e s i o n a l e s y d e l a i n d u s t r i a
farmacéutica más exorbitantes.
A h o r a , d e s p u é s d e 35 a ñ o s , p u e d o v e r a l g u n o s as-
pectos de m i h i s t o r i a p r o f e s i o n a l c o n u n a p o c a de
c l a r i d a d y pasar a relatarla. E n 1977, t i e m p o después
de e x i l i a r m e de A r g e n t i n a , ejercía el puesto de m é -
d i c o p s i q u i a t r a e n l a Secretaría d e S a l u d d e M é x i c o ,
adscrito a la Clínica San Rafael, e n d o n d e actuaba
c o m o " D i r e c t o r d e l Servicio de Psicoterapia" e n el
C e n t r o d e S a l u d C o m u n i t a r i a d e esa institución.
Por la n o t o r i e d a d que había alcanzado el l i b r o d e l
q u e e r a c o a u t o r y p r i n c i p a l r e s p o n s a b l e . Psicología:
ideología y ciencia, f u i i n v i t a d o a p a r t i c i p a r c o m o u n o
d e los c u a t r o p o n e n t e s e n u n a m e s a r e d o n d a s o b r e
"Epistemología d e la psiquiatría" e n u n C o n g r e s o
N a c i o n a l d e l a A s o c i a c i ó n Psiquiátrica d e M é x i c o d e
l a q u e f u i m i e m b r o d e s d e m i l l e g a d a a l país y q u e
tendría l u g a r e n n o v i e m b r e e n l a c i u d a d de G u a n a -
j u a t o . P u e s t o a e s c o g e r u n título y u n t e m a d e c i d í
q u e h a b l a r í a d e a l g o q u e veía f l o r e c e r a m i a l r e d e -
d o r , q u e o c u p a b a y p r e o c u p a b a a los r e s i d e n t e s e n
psiquiatría q u e s e g u í a n m i e n s e ñ a n z a , l a p r i m e r a
l O PRÓLOGO

d a d a e n M é x i c o e n t o r n o a la enseñanza de Jacques
L a c a n y a l a c l í n i c a p s i c o a n a l í t i c a y psiquiátrica q u e
p o d í a i n s p i r a r s e e n esa d o c t r i n a . E l l o m e d e c i d i ó a
p o n e r c o m o encabezamiento de m i presentación el
d e este l i b r o : Glasificar en psiquiatría, título q u e r e p e t í
para adjudicarlo a la p r i m e r a parte del citado libro
Psiquiatría, teoría del sujeto, psicoanálisis. Hacia Lacan,
p u b l i c a d o e n 1980.
L a e x p o s i c i ó n e n G u a n a j u a t o e n 1 9 7 7 f u e m u y ce-
l e b r a d a p o r m i s colegas a m ig os y p o r los filósofos d e
la Sociedad M e x i c a n a de Epistemología que f u e r o n
a escucharme, pero hizo fruncir el ceño del director
g e n e r a l d e S a l u d M e n t a l q u e c o m p a r t í a c o n m i g o esa
mesa de cuatro expositores y de varios f u n c i o n a r i o s
s u b o r d i n a d o s a él q u e m e a d v i r t i e r o n a t i n a d a m e n t e
a c e r c a d e las c o n s e c u e n c i a s q u e p o d í a s u f r i r p o r l o
q u e h a b í a o s a d o d e c i r . E n l a c e n a d e esa n o c h e m e
h i c i e r o n e n t e n d e r y s e n t i r q u e " h a b í a c a í d o e n des-
g r a c i a " . C o m o r e s u l t a d o d e esa p r e s e n t a c i ó n , c u y o s
a r g u m e n t o s r e t o m a r é y actualizaré e n esta o b r a , des-
p u é s de acusar q u e m i c o n f e r e n c i a había sido " a n t i -
p s i q u i á t r i c a " y " a n t i m e x i c a n a " , se d e c i d i ó q u e se m e
trasladaría d e l a C l í n i c a S a n R a f a e l u b i c a d a e n e l s u r
de la ciudad a u n a "granja" para "enfermos menta-
les c r ó n i c o s " u b i c a d a e n e l e s t a d o d e H i d a l g o , e n
u n t e r r i t o r i o desértico, 40 kilómetros al n o r t e de la
c i u d a d . P o r s u p u e s t o , ese t r a s l a d o i m p l i c a b a u n a e x -
c l u s i ó n d e l establishment p s i q u i á t r i c o d e l país y d e b í
r e n u n c i a r tanto al servicio de psicoterapia c o m o a la
enseñanza q u e dispensaba a los j ó v e n e s psiquiatras
d e los grandes hospitales psiquiátricos p a r a niños y
adultos ubicados también e n T l a l p a n , Distrito Fede-
r a l , j u n t o a l a c l í n i c a d o n d e p r e s t a b a m i s servicios.
Ya n u n c a volví a ser c o n s i d e r a d o c o m o m i e m b r o d e
PRÓLOGO

la A s o c i a c i ó n Psiquiátrica a u n q u e n u n c a se m e c o -
municó m i exclusión de ella,
¿Qué había h e c h o , qué había d i c h o , q u e pudiese
p r o d u c i r u n a reacción semejante? E n v e r d a d , n o
p u e d o hoy pretextar u n a i n g e n u a i g n o r a n c i a pues
l o sabía e n t o n c e s y b a s t a n t e b i e n . N o e n v a n o traía
los a n t e c e d e n t e s d e A r g e n t i n a d e los r e g í m e n e s
militares y l a m e m o r i a de los i n t e n t o s p a r a silenciar-
m e a c u a l q u i e r costo. E n m i c o n f e r e n c i a c o m e n c é
p o r u s a r c o m o e p í g r a f e , p o r p r i m e r a vez —¡y vaya si
d e s p u é s h e s i d o i m i t a d o ! — l a clasificación q u e J o r g e
L u i s B o r g e s h i z o d e l o s a n i m a l e s a t r i b u i d a p o r e l es-
c r i t o r a:

las remotas páginas de cierta enciclopedia c h i n a de cono-

cimientos benévolos [ d o n d e ] está escrito que los animales
se dividen e n á] pertenecientes al emperador, ¿>] embalsa-
mados, c] amaestrados, d] lechones, e] sirenas, J] fabulo-
sos, g] perros sueltos, h] i n c l u i d o s en esta clasificación, i}
que se agitan c o m o locos, j ] i n n u m e r a b l e s , k\s
con u n p i n c e l finísimo de pelo de camello, Z] etcétera, m]
que acaban de r o m p e r el jarrón, n ] que de lejos parecen
moscas.

A r e n g l ó n s e g u i d o , d e s p u é s d e esa c i t a , i n s p i r a d a
p o r e l u s o q u e d e e l l a h i z o F o u c a u l t e n JLas palabras
y las cosas,'^ i n t r o d u j e o t r o e p í g r a f e , l a c l a s i f i c a c i ó n
aprobada p o r la Organización M u n d i a l de la Salud
(OMS) e n su C l E - 9 y r e f r e n d a d a p o r l a A m e r i c a n
Pychiatric Association e n su a h o r a m u y d i f u n d i d o
D S M (Diagnostic and Statistic Aíanuat) q u e estaba e n -

L a referencia al uso de la cita de Borges por F o u c a u l t estaba

i n c l u i d a e n e l t e x t o d e m i artículo, c i t . , p . 2 2 .
 PRÓLOGO

tonces e n l a versión u y d i o o r i g e n al D S M - I I I de 1980

d e l q u e se v e n d i e r o n m e d i o m i l l ó n d e c o p i a s y f u e
r e v i s a d o varias veces h a s t a 1 9 8 7 . A p u n t e m o s q u e
l u e g o , e n 1994 nació el D S M - r v ( u n millón de e j e m -
p l a r e s v e n d i d o s , 150 m i l l o n e s d e d ó l a r e s e n regalías
p a r a l a A s o c i a c i ó n Psiquiátrica) q u e está e n t r a n c e
de q u e d a r obsoleto p o r el a n u n c i a d o estreno m u n -
d i a l , el 22 de mayo de 2013, d e l DSM-5 cuyo "éxito"
( e n t i r a j e y regalías) s u p e r a r á a m p l i a m e n t e a l d e las
versiones anteriores. Citaba entonces e n f o r m a resu-
m i d a , d e s p u é s d e l a clasificación d e B o r g e s , l a d e l a
O M S {WHOy e n i n g l é s ) .

290-294: Psicosis asociadas con síndromes orgánicos cere-

brales; 295-299: psicosis n o atribuidas a condiciones físicas
previamente enunciadas; 300: neurosis; 3 0 1 : trastornos de
la personalidad; 302: desviaciones sexuales; 303: alcoho-
lismo; 304: dependencia a drogas; 305: trastornos psicofi-
siológicos; 306: síntomas especiales n o clasificados e n o t r a
parte; 307: perturbaciones-situacionales transitorias; 308:
trastornos d e l c o m p o r t a m i e n t o de la infancia y la adoles-
cencia; 309: síndromes orgánicos cerebrales n o psicóticos;
310-315: oligofrenias; 316: desajustes sociales sin trastorno
psiquiátrico manifiesto; 317: condiciones n o específicas;
318: sin trastorno m e n t a l ; 319: términos n o diagnósticos
para uso administrativo.

N o se p u e d e n e g a r q u e l a c o n t r a p o s i c i ó n d e las
d o s citas r e s u l t a ser "antipsiquiátrica", si p o r p s i -
q u i a t r í a se e n t i e n d e , n o a u n a r a m a d e l a m e d i c i -
n a dedicada al tratamiento de personas q u e sufren
e n la vida y p i e r d e n la posibilidad de aprender, de
t r a b a j a r , d e e x p e r i m e n t a r p l a c e r , d e d e s a r r o l l a r sus
posibilidades, sino la especialidad burocrática que
PRÓLOGO 13

asigna a l a m e d i c i n a e l m o n o p o l i o p a r a t r a t a r u n a s
" e n f e r m e d a d e s m e n t a l e s " —que es d i s c u t i b l e q u e las
h a y a p e r o se p r e s u p o n e n p a r a p o d e r c l a s i f i c a r l a s
c o m o d i g n o s o b j e t o s d e l a p r á c t i c a médica— i g n o r a n -
d o s u e s p e c i f i c i d a d y sus esenciales d i f e r e n c i a s c o n
e l r e s t o d e las " e n t i d a d e s " c o n o c i d a s c o m o " e n f e r -
m e d a d e s " q u e g i r a n e n el sistema solar de la m e d i c i -
na.^ E n u n s e n t i d o f a v o r a b l e a l a d i s c r i m i n a c i ó n polí-
tica d e l a q u e f u i o b j e t o , y o e r a a n ü p s i q u i a t r a . . . p a r a
los d e m á s , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e m i s críticas a l a
anüpsiquiatría, manifiestas e n a q u e l e n t o n c e s y q u e
a u n a h o r a s o s t e n g o s i n d e j a r d e r e c o n o c e r las r a z o -
nes q u e d i e r o n p i e a ese m o v i m i e n t o . P e r o todavía
m e sigo p r e g u n t a n d o e n q u é m i p o s t u r a e r a " a n t i -
mexicana" aunque bien podía comprender por qué
d e b í a ser e x c l u i d o d e c a r g o s o f i c i a l e s y d e l a m e m -
b r e c í a e n l a S o c i e d a d M e x i c a n a d e Psiquiatría q u e
m e había aceptado u n a ñ o antes después de valorar
m i s a n t e c e d e n t e s . N a d i e se m o l e s t ó e n r e f u t a r m e ; l a
s a n c i ó n e r a l a ú n i c a r e s p u e s t a . F o r m u l a r u n a crítica
a l a r a c i o n a l i d a d d e l a clasificación q u e se t r a t a b a

^ Y a l o dijo e l más ilustre p s i q u i a t r a e u r o p e o d e l siglo X X ,

H e n r i E.y, p r e t e n d i e n d o d e f e n d e r a l a psiquiatría d e l o s a t a q u e s
d e e n t o n c e s , e n u n a d e s u s últimas o b r a s : " L a psiquiatría y l o s
psiquiatras n o sólo d a n m i e d o : s u saber, e n g e n e r a l , i n s p i r a p o c a
c o n f i a n z a . Así s u c e d e p o r b u e n o s m o t i v o s p u e s s u o b j e t o y s u r a -
zón d e s e r q u e e s l a n o c i ó n d e e n f e r m e d a d m e n t a l s i g u e s i e n d o
o s c u r a y, a f a l t a d e u n e s c l a r e c i m i e n t o s u f i c i e n t e , e s c o n s t a n t e -
m e n t e controvertída. P e r o , a l d a r l a e s p a l d a a l c o n c e p t o d e e n -
fermedad mental, rigurosamente delimitado e n u n espacio y e n la
s o l i d e z d e s u s f r o n t e r a s , e l d i s c u r s o psiquiátrico s e f l u i d i f i c a y s u
s e n t i d o s e e v a p o r a ; e l o b j e t o m i s m o d e l a psiquiatría s e d i s u e l v e
al c o n f u n d i r s e c o n c u a l q u i e r o t r a c o s a " (traducción m í a ) , H . E y ,
Déjense et illustration de la psychiatrie, París, M a s s o n , 1 9 7 8 , p p . 3 5 - 3 6 .
E n otras palabras, l a " e n f e r m e d a d m e n t a l " es u n a noción d u d o s a ,
p e r o s i n e l l a , ¿ d e q u é n o s o c u p a m o s ? , m á s , ¿ q u i é n n o s creería?
14 PRÓLOGO

d e h a c e r " o f i c i a l " e r a ser " a n t i " y l a o p o s i c i ó n e n e l

i n t e r i o r d e l dispositivo a d m i n i s t r a t i v o , vale decir,
d i s c i p l i n a r i o , d e l a " s a l u d m e n t a l " n o p o d í a ser
a d m i t i d a . Y eso s i n q u e h u b i e s e l l e g a d o a l e x t r e m o
de p r o p o n e r el añadido de u n nuevo "trastorno
m e n t a l " a la clasificación de la O M S q u e h u b i e r a sido:
"320: usuarios de la C I E " .
E r a y sigue siendo r u t i l a n t e la analogía f o r m a l
e n t r e las d o s c l a s i f i c a c i o n e s , l a a n t i c i p a d o r a , g e n i a l ,
de Borges y la burocrática " o p e r a c i o n a l - f u n c i o n a l
- técnica - u n i f i c a d o r a - reglamentaria - eficiente - d i -
g i t a l i z a b l e " d e l a O M S . Ese d e s l u m b r a m i e n t o a n t e l a
f a b u l o s a t r a n s p a r e n c i a d e l a a n a l o g í a se h a c e m á s
e v i d e n t e c o n las v e r s i o n e s d e l DSM y d e l a CIE pos-
teriores a m i exposición en Guanajuato. Era genial
B o r g e s p u e s c o m i e n z a p o r d o n d e se d e b e : d\o
q u e p e r t e n e c e a l e m p e r a d o r " , r e c o n o c e " n " cate-
gorías, incluye l o visible, l o p r o d u c i d o p o r la pala-
bra, lo imaginario, lo transitorio, lo extravagante, lo
a r t i f i c i a l , l o q u e l a clasificación i n c l u y e y hasta u n
"etcétera" puesto en c u a l q u i e r parte para q u e n a d a
se escapQ. ¿ Q u é h a c e e l o r g a n i s m o i n t e r n a c i o n a l ?
T a n t o y m á s q u e eso p u e s t o m a e l l u g a r d e l " e m p e -
r a d o r " ( ¿ e m p e r r a d o r ? ) . Es u n a c l a s i f i c a c i ó n d e las
e n f e r m e d a d e s q u e n i s i q u i e r a se o c u p a d e d e f i n i r
e n q u é c o n s i s t e n esas e n f e r m e d a d e s y t a m b i é n h a c e
u n l u g a r a l o q u e n o i n c l u y e , q u e es a u t o r r e f e r e n t e
c o m o l a d e B o r g e s q u e tiene l a c a t e g o r í a p e r f o r m a t i -
v a d e l o " i n c l u i d o e n esta c l a s i f i c a c i ó n " , p e r o l a O M S
s u p e r a a l sarcastico e s c r i t o r y alcanza l a p e r f e c c i ó n
c u a n d o a ñ a d e , d e s d e su j e r a r q u í a d e o r g a n i s m o o f i -
c i a l , l a d e t o d o l o " n o i n c l u i d o e n esta c l a s i f i c a c i ó n "
e n los r u b r o s 316 al 319. "Los q u e acaban de r o m p e r
e l j a r r ó n " d e B o r g e s se t r a n s f o r m a b a n e n " 3 1 6 : des-
PRÓLOGO
15

syustes sociales s i n t r a s t o r n o p s i q u i á t r i c o m a n i f i e s t o "

y ese d i a g n ó s t i c o se s u b d i v i d í a s e g ú n e l l u g a r o e l
a m b i e n t e e n d o n d e se m a n i f e s t a b a e l "desajuste so-
cial": el m a t r i m o n i o , e l trabajo, la sociedad y "otros".
Y e l c o l m o d e l a s u p e r a c i ó n d e B o r g e s : " 3 1 8 : Sin tras-
torno mentar. N i a l m i s m í s i m o B o r g e s se l e o c u r r i ó l a
i d e a d e m e t e r a los a n i m a l e s q u e n o s o n a n i m a l e s y
asignarles u n a l e t r a o n ú m e r o d e c ó d i g o .
A p r o v e c h a n d o e l i m p u l s o r e c i b i d o d e esos d o s
epígrafes ( B o r g e s y C I E ) p u e s t o s u n o a c o n t i n u a -
c i ó n d e l o t r o se i n t e g r ó l a p r i m e r a p a r t e d e l l i b r o
q u e llevó ese n o m b r e : " C l a s i f i c a r e n psiquiatría". E l
p r i m e r c a p í t u l o ( 1 9 7 7 ) e r a e l análisis c r í t i c o d e l a
clasificación ( p p - 1 3 - 2 8 ) , e l s e g u n d o ( 1 9 7 8 ) e r a u n a
a c u s a c i ó n , m á s q u e u n a crítica, h a c i a l a a n t i p s i q u i a -
tría, ese m o v i m i e n t o d e a q u e l l o s airos d e l q u e s i e m -
p r e m e m a n t u v e a d i s t a n c i a ( p p . 29-43) y e l t e r c e r o
(1979) u n a d i s c u s i ó n d e las f u n c i o n e s d e l d i s c u r s o
t a x o n ó m i c o d e eso q u e p r e f e r í l l a m a r " d e m a n d a s
psiquiátricas", es d e c i r , l l a m a d a s a l a i n t e r v e n c i ó n
de u n p r o f e s i o n a l s u p u e s t a m e n t e especializado, q u e
n o d e b í a n c o n f u n d i r s e c o n los p r e t e n d i d o s " t r a s t o r -
nos m e n t a l e s " q u e n a d i e p o d í a o sabía d e f i n i r ( p p .
44-68).
P o d r í a c r e e r s e q u e c o n l a c i t a d e B o r g e s y su c o -
m e n t a r i o h a b í a c a r g a d o las t i n t a s y b u s c a d o rasgos
para reírme a b a j o costo de textos prestigiosos y
m u n d i a l m e n t e a u t o r i z a d o s allí d o n d e h a b í a , h a c i a
1980, y h a b r í a a ú n , e n 2 0 1 3 , u n t r a b a j o s e r i o d e e x -
p e r t o s i n t e r n a c i o n a l e s . Q u i e r o d e f e n d e r m e d e ese
cargo y a d u c i r p r u e b a s e n favor de m i l e c t u r a irreve-
r e n t e . Invitaré h o y a l l e c t o r a d e t e n e r s e c o n m i g o e n
el texto de c o m p a r a c i ó n e n t r e l a Clasificación I n t e r -
n a c i o n a l d e las E n f e r m e d a d e s ( C l E - 1 0 , International
 i6 PRÓLOGO

Classification of Diseases —ICD e n inglés—) c o n s t r u i d a

l a r g a y p a c i e n t e m e n t e e n t r e 1983 y 1999 cuyos dí-
g i t o s d e i n d i c a c i ó n d e las " e n f e r m e d a d e s " a ú n n o
a c a b a n d e ser u n á n i m e m e n t e u t i l i z a d o s e n E s t a d o s
U n i d o s . Se e s p e r a b a a l c a n z a r ese o b j e t i v o p a r a e l 1
d e o c t u b r e d e 2 0 1 3 p e r o ya se d e c i d i ó p r o l o n g a r ese
p l a z o h a s t a e l 1 d e o c t u b r e d e 2014.^ P o r d e p r o n t o ,
y a se d i s c u t e e l s i g u i e n t e t a b u l a d o r , e l l C D - 1 1 , c u y a
premiére l a O r g a n i z a c i ó n M u n d i a l d e l a S a l u d a n u n -
c i a p a r a e l a ñ o 2 0 1 5 . E l p r o p ó s i t o p a r a ese f u t u r o
es... ¡ s o r p r e n d e n t e ! . . . : ' ^ " q i ^ e c a d a e n t i d a d m ó r b i d a
{each disease entity) t e n g a d e s c r i p c i o n e s p r e c i s a s y sus
d e f i n i c i o n e s sirvan d e guía respecto d e l s i g n i f i c a d o
de cada e n f e r m e d a d en términos h u m a n a m e n t e le-
g i b l e s ( i n human readable terms) " a c l a r a n d o q u e e l l o
será u n "avance r e s p e c t o a l I C D - 1 0 p u e s e n este últi-
m o p a r a esas e n t i d a d e s s ó l o h a b í a n o m b r e s t i t u l a r e s
{in ICD-10 there tuere only title headings)^\s ca-
rentes de significado o u n palabrerío n o h u m a n a -
m e n t e legible?
P a r a v o l v e r a esa v i e j a h i s t o r i a , s i n b u s c a r l o , f u i
—ya q u e n o e l i n i c i a d o r m u n d i a l a u n q u e sí e n M é x i -
co— u n p r e c u r s o r e n u n a d i s c u s i ó n q u e se h a c e c a d a
día más encarnizada c o m o oposición a u n proyecto
q u e se j a c t a d e ser " c i e n t í f i c o " a l c l a s i f i c a r a l g o q u e
n o se d e f i n e , n o se sabe b i e n q u é es, d ó n d e e m p i e -
za y d ó n d e t e r m i n a , "eso" q u e se d a e n l l a m a r " t r a s -
t o r n o s mentales".^ N o s cabe r e f o r m u l a r l o q u e f u e

^ <www.crns.gov/Medicare/Coding/lCDl0/index.html>:
^ W o r l d H e a l t h O r g a n i z a t i o n , '*The Internatíonal o f D i s e a s e s ,
l i a . r e v . 2 0 1 5 " . I n c o r p o r a d o e l 21 d e j u n i o d e 2 0 1 2 .
^ Q u e f r e c u e n t e m e n t e , c u a n d o c o r r e s p o n d a , n o s i e m p r e , es-
c r i b i r e m o s t a c h a n d o l a s p a l a b r a s , sous rature, c o m o e n s e ñ a r o n a
h a c e r l o H e i d e g g e r y D e r r i d a : tia&tuinos m e n t a l e s , p a r a i n d i c a r
PRÓLOGO
17

p e r t i n e n t e h a c e u n c u a r t o d e s i g l o a l a l u z d e las
e x p e r i e n c i a s a c u m u l a d a s e n ese l a p s o . A d e m á s —lo
confieso— m e p l a g i a r é a m í m i s m o , c u a n d o l o c r e a
conveniente, r e t o m a n d o aquel texto treintenario y
c a m b i a n d o s i n aviso l o s e n u n c i a d o s s i n f a s t i d i a r a l
lector c o n engorrosas c o m i l l a s y n ú m e r o s de página.

que N O aceptamos el sintagma a u n q u e lo usamos p o r s u uso gene-

r a l i z a d o . E s c r i b i r sous rature, e s s i n d u d a , u n a f o r m a d e l a ironía.
1. ¿ Q U É ES C L A S I F I C A R ?

Valdrá l a p e n a c o m e n z a r , antes d e e n t r a r e n l a m a t e -
r i a c o n c r e t a de n u e s t r o discurso, c o n u n a especie de
Jlashback r e f e r i d a a l a n o s o l o g í a y a l a t a x o n o m í a d e
las e n f e r m e d a d e s , las " m e n t a l e s " e n p a r t i c u l a r . L a s
c l a s i f i c a c i o n e s psiquiátricas tienen u n a p r e h i s t o r i a
q u e n o a r r a n c a d e l o s tiempos r e c i e n t e s e n q u e l a
O M S se p r o p u s o u n a c l a s i f i c a c i ó n i n t e r n a c i o n a l d e
las e n f e r m e d a d e s i n s p i r a d a p o r e l m o d e l o i n m o r t a l
q u e es l a o b r a d e l s u e c o L i n n e o ( 1 7 0 7 - 1 7 7 8 ) e n b o -
tánica. L o q u e n o es t a n d i f u n d i d o es q u e L i n n e o ,
e n 1763, p r o d u j o la p r i m e r a clasificación r i g u r o s a
( ¿ c i e n t í f i c a ? ) d e las e n f e r m e d a d e s , esto es, d e e n t i -
dades q u e n o son naturales sino conceptuales. E n
r i g o r , n o l a p r i m e r a clasificación sino l a segunda,
pues fue su o b r a p i o n e r a de t a x o n o m í a botánica y
z o o l ó g i c a d e l o s seres v i v i e n t e s l a q u e i m p u l s ó a su
c o e t á n e o , e l f r a n c é s B o i s s i e r d e Sauvages d e l a C r o i x
(1706-1767), también u n botánico, a p r o d u c i r u n a
" n o s o l o g í a m e t ó d i c a " q u e a l c a n z ó su f o r m a d e f i n i -
tiva e n 1 7 6 3 , d i s t i n g u i e n d o 10 clases, 4 4 ó r d e n e s ,
3 1 5 g é n e r o s ¡y 2 4 0 0 especies! d e e n f e r m e d a d . E n
ese m i s m o a ñ o d e 1 7 6 3 L i n n e o ^ p u b l i c ó é n U p s a -

^ I . a distinción y clasificación d e d i s t i n t a s f o r m a s d e l o c u r a
aírranca c o n l a o b r a d e l s u i z o P a r a c e l s o ( 1 4 9 3 - 1 5 4 1 ) s e g u i d a p o r
l a d e o t r o s u i z o , Félix P l a t e r ( 1 5 3 6 - 1 6 1 4 ) y l a d e l o s i n g l e s e s J o n s -
t o n y S y d e n h a m e n e l siglo X V I I . L a innovación d e B o i s s i e r y d e
L i n n e o consistió e n o r d e n a r l a s e n f e r m e d a d e s m e n t a l e s c o m o
e n t i d a d e s n a t u r a l e s s i m i l a r e s a l a s botánicas, t r a s c e n d i e t i d b l a

[19]
 ¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?
20

l a s u Genera morhorum q u e e r a u n a c l a s i f i c a c i ó n d e
las e n f e r m e d a d e s q u e sirvió c o m o a n t e c e d e n t e d e
l a o b r a d e P i n e l . E s t e , P i n e l , ^ n o se l i m i t ó a c l a s i f i -
car sino q u e c o m p l e m e n t ó la n o m e n c l a t u r a con
l a d e s c r i p c i ó n d i f e r e n c i a l d e las " e n f e r m e d a d e s " .
F u e p r e c i s a m e n t e e n e l s i g l o X I X c u a n d o los l o c o s
p a s a r o n a ser p a t r i m o n i o , o b j e t o y p r o b l e m a d é l a
"higiene pública" y encomendados a la medicina.
A p a r e c i ó entonces (después de algunos necesarios
precedentes) el m a n i c o m i o c o m o edificio necesario
e n t o d a s las g r a n d e s c i u d a d e s y e n t o d o s los países
t o m a n d o c o m o m o d e l o el "panóptico" carcelario de
B e n t h a m y se c o n f i ó a l o s m é d i c o s ( " a l i e n i s t a s " ) l a
i n v e s t i g a c i ó n y l a d e f i n i c i ó n d e las f o r m a s d e l a l o c u -
r a q u e antes pertenecían al discurso teológico cen-
t r a d o e n l a posesión d e m o n i a c a y el pecado.^ C o n

d e s c r i p c i ó n e n l a b ú s q u e d a d e u n a " o b j e t i v i d a d científica". G f .
— ¡ c u á n d o n o ! — , M . F o u c a u l t , Historia de la locura en la época clásica
e n s u l u m i n o s o capítulo " E l l o c o e n e l j a r d í n d e las e s p e c i e s " ,
México, F C E , 1967, p p . 276-325.
^ R . Pérez T a m a y o , Enfermedades -viejas y enfermedades nuevas,
M é x i c o , Siglo X X I , 1985, 2a. e d . , a c t u a l i z a d a , 1 9 9 8 , p p . 15-30. E l
a u t o r c o m i e n z a p o r l a clasificación e g i p c i a d e l a s e n f e r m e d a d e s
( c u r a b l e s e i n c t i r a b l e s ) , l a g r i e g a (según l o s h u m o r e s i n v o l u c r a -
dos, u n o d e los cuatro), l a " r a c i o n a l " de S y d e n h a m (1624-1689) y
las i n s p i r a d a s p o r l a taxonomía botánica d e B o i s s i e r y L i n n e o , d e
1 7 6 3 , a n t e r i o r e s a l a Nosografía d e P i n e l d e 1 8 0 2 .
^ L a i d e a d e " a l t e r a c i o n e s anímicas" o " m e n t a l e s " p r o v i e n e d e
l a a n t i g ü e d a d . P u e d e l e e r s e e n l a s Disputas tusculanas de M. T .
C i c e r ó n ( s i g l o l a l I I e. c . — M é x i c o , U N A M , v o l . I I , l i b r o I I I , c a p .
1, p , 1, t e x t o b i l i n g ü e , t r a d u c c i ó n d e J . P i m e n t e l ) 1 9 8 7 , q u e " l a
m e d i c i n a d e l ánimo n o h a sido tan deseada [ c o m o la d e l c u e r p o ]
a n t e s d e i n v e n t a r s e , n i t a n c u l t i v a d a después q u e f u e c o n o c i d a , n i
tan grata y aceptable p a r a m u c h o s , e incluso s o s p e c h o s a p a r a los
más". L a d e s c o n f i a n z a y l a oposición n a c e n , c o m o se ve, casi v e i n -
te s i g l o s a n t e s q u e l a e s p e c i a l i d a d q u e h o y l l a m a m o s "psiquiatría",
u n término q u e a p a r e c e e n 1842 y cuyo u s o f u e esporádico h a s t a
¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?

e l a s i l o y sus e n c a r g a d o s t e n e m o s y a i n s t a l a d o u n
esbozo de l o q u e l l a m a r e m o s e l dispositivo psi q u e
n o s o c u p a r á m á s a d e l a n t e . E n ese t e r r i t o r i o c e r r a -
d o d e l " l o q u e r o " —a veces c a m p o d e c o n c e n t r a c i ó n ,
a veces o b s e r v a t o r i o d e los lunáticos—, e n e l m a r c o
i d e o l ó g i c o d e l a m e d i c i n a c l a s i f i c a t o r i a se p r o d u j o l a
d i s t i n c i ó n d e c i n c o clases f u n d a m e n t a l e s : m e l a n c o -
lía, m a n í a c o n d e l i r i o , m a n í a s i n d e l i r i o , d e m e n c i a e
i d i o t i s m o , p r o p u e s t a p o r P h i l i p p e P i n e l (1745-1826)
q u e p u b l i c ó e n 1 8 0 1 s u Traite médico-philosophique sur
Valiériation meritale. E l " a l i e n i s t a " f r a n c é s c o n s i d e r a b a
estas "Vesanias" c o m o u n d e s a r r e g l o d e las " f a c u l t a -
des c e r e b r a l e s " —¡ya entonces!— q u e p o d í a d e b e r s e
a causas físicas o d i r e c t a m e n t e cerebrales, causas he-
reditarias y causas morales ( c o m o las p a s i o n e s i n t e n -
sas y f u e r t e m e n t e c o n t r a r i a d a s o p r o l o n g a d a s y los
excesos d e t o d o tipo). Esta d i s t i n c i ó n , c o n d i s t i n t o s
ropajes o disfraces, sigue v i g e n t e h o y e n día e n el
p e n s a m i e n t o psiquiátrico e n m a t e r i a de etiología:
organogénesis neurológica, tara genética y trastor-
nos psicogenéticos c o m o el t a n famoso "trastorno de
estrés p o s t r a u m á t i c o " {PTSD, e n i n g l é s ) .
C o n e l s i g l o X X l l e g a r o n las n u e v a s c l a s i f i c a c i o n e s
q u e a m p l i a b a n e l c a m p o e i n c o r p o r a b a n n u e v a s ca-
tegorías. E l a d a l i d d e esa n u e v a psiquiatría b a s a d a
e n l a descripción d e los trastornos o e n f e r m e d a d e s ,
f u e E m i l K r a e p e l i n ( 1 8 5 6 - 1 9 2 6 ) c o n y a ¡14! c a t e g o -
rías. E l sistematizó e l c a m p o d e las psicosis ( t é r m i n o
q u e se i n c o r p o r ó a l v o c a b u l a r i o m é d i c o e n 1 8 5 6 ) ,
i n c l u y ó l a dem^ntia praecox ( q u e a c a b ó s i e n d o susti-

c o m i e n z o s d e l laglo X X , c u a n d o y a se habían v u e l t o c o m u n e s las

palabras "psicoanalista" y "psicoterapeuta". E lvocablo "neuropsi-
q u i a t r a " apareció e n 1 9 1 3 .
22 ¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?

t u i d a p o r el vocablo a c u ñ a d o e n Suiza e n 1911 p o r

Bleuler, "esquizofrenia") e incluyó u n capítulo para
las " p e r s o n a l i d a d e s p s i c o p á t i c a s " q u e h a b r í a n d e
transformarse en el hoy a m p l i o espectro de "trastor-
n o s d e l a p e r s o n a l i d a d " . Es i n t e r e s a n t e r e s u m i r e l
s i s t e m a k r a e p e l i n i a n o p a r a i n t e n t a r u n análisis c o m -
p a r a t i v o c o n l a C I E y c o m p r o b a r q u e las m o d i f i c a -
ciones p r o d u c i d a s e n el siglo (1913-2013) n o recaen
sino sobre los detalles.
P a r a c o m e n z a r , un d e t a l l e , i n s i g n i f i c a n t e p o r e l
m o m e n t o . L a s c a t e g o r í a s d e K r a e p e l i n están o r d e -
nadas de m o d o n o m i n a l , c o r r e s p o n d i e n d o u n nú-
m e r o r o m a n o , desde el I hasta el X I V a cada u n a .
V e m o s e n p r i m e r l u g a r las e n c e f a l o p a t í a s c u b r i e n d o
las siete p r i m e r a s r ú b r i c a s s e g ú n su c a u s a p r e s u m i -
d a . L a o c t a v a es l a d e m e n c i a p r e c o z y l a n o v e n a l a
psicosis m a n i a c o - d e p r e s i v a . L u e g o v i e n e n las p s i c o -
patías, las r e a c c i o n e s p s i c ó g e n a s ( " p s i c o n e u r o s i s " e n
la n o m i n a c i ó n preferida p o r F r e u d e n la m i s m a é p o -
c a ) , l a p a r a n o i a y, c e r r a n d o l a p r o c e s i ó n , u n a clase
X I V p a r a "casos o s c u r o s " . (¡Viva B o r g e s ! )
L a asombrosa c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e e l sistema
de Kraepelin y la subsiguiente ClE-8 de la O M S ha
sido m o t i v o de asombrosas y asombradas expresio-
nes de j ú b i l o relacionadas c o n la "estabilidad" d e l
o r d e n a m i e n t o y e l " g e n i o " d e su p r o p u l s o r . Es h a -
b i t u a l r o t u l a r a K r a e p e l i n c o m o "el L i n n e o de la
p s i q u i a t r í a " . Yace a h í u n o d e los m a y o r e s o b s t á c u l o s
e p i s t e m o l ó g i c o s de l a clasificación: e l q u e l a t a x o -
n o m í a botánica haya sido el m o d e l o inspirador. E l
s a b i o a l e m á n d e s c r i b í a sus e n t i d a d e s m ó r b i d a s b a -
sándose e n l a apariencia, al i g u a l q u e su antecesor
s u e c o , c o m o si se tratase d e p l a n t a s , o l v i d a n d o e l ca-
r á c t e r v i s i b l e d e las r a í c e s , h o j a s , f l o r e s y f r u t o s q u e
¿QVt E S CLASIFICAR? 23

p e r m i t í a n a s e g u r a r l a v a l i d e z y l a conJBiabilidad d e
los o b j e t o s c l a s i f i c a d o s ( e x i s t e n r e a l m e n t e , s o n d i s -
t i n t o s e n t r e sí, n o h a y u n e s p e c t r o d e g r a d a c i o n e s
y dos o m á s o b s e r v a d o r e s , a c e p t a n d o los c r i t e r i o s
propuestos, llegan a la m i s m a conclusión sin que
la s u b j e t i v i d a d i n t e r f i e r a e n e l j u i c i o ) . L a m i r a d a
psiquiátrica p r e t e n d e i n t r o d u c i r d e l m i s m o m o d o
la " e n f e r m e d a d " e n u n a j e r a r q u í a d e c a t e g o r í a ,
subcategoría y v a r i e d a d , e q u i v a l e n t e a la jerarquía
d e clase, g é n e r o y e s p e c i e . P e r o ¿ d e d ó n d e extraía
L i n n e o los c a r a c t e r e s q u e l e p e r m i t í a n u b i c a r a c a d a
i n d i v i d u o d e n t r o d e su clasificación? D e l a f o r m a
o b j e t i v a ( p o s i t i v a ) d e los e l e m e n t o s q u e p o d í a ser
confirmada p o r cualquier otro. L a confiabilidad de
su s i s t e m a se a c e r c a a l a b s o l u t o y p o r eso p u d o servir
de m o d e l o p a r a t o d o tipo d e c l a s i f i c a c i ó n d e o b j e -
tos p e r c e p t i b l e s . ¿ D e d ó n d e p o d í a K r a e p e l i n e x t r a e r
los c a r a c t e r e s q u e l e p e r m i t i e s e n pasar d e l i n d i v i d u o
a l a e s p e c i e e n e l m a r c o d e l a clasificación p s i q u i á -
trica? N a d a p o d í a d a r l e l a vista. E r a m e n e s t e r o t r o
aparato n o c i o n a l . Para e l l o sólo disponía d e l a psi-
c o l o g í a d e las f u n c i o n e s d e l a l m a y l a p s i c o l o g í a d e l
laboratorio de W u n d t , hoy relegada a la prehistoria
de l a p s i c o l o g í a : " i n t e l i g e n c i a - a f e c t o - v o l u n t a d " . A
e l l a se d i r i g i e r o n los p s i q u i a t r a s a l e m a n e s y d e e l l a
d e r i v a b a l a s e m i o l o g í a psiquiátrica q u e b u s c a b a las
a l t e r a c i o n e s e n c a d a u n a d e esas tres esferas y q u e
a p u n t a b a a u b i c a r a cada i n d i v i d u o e n l a casilla de l a
especie m ó r b i d a q u e l e p e r t e n e c í a . D e ahí e l p e s a d o
f a r d o q u e d e b i ó s o b r e l l e v a r l a psiquiatría k r a e p e l i -
n i a n a , l a f a l t a d e c o n f i a b i l i d a d , q u e h o y se p r e t e n d e
s u p e r a r c o n l a " o b j e t i v i d a d " ¿ d e q u é ? , ¡ d e l o s cues-
tionarios a u t o a d m i n i s t r a d o s d o n d e e l m é d i c o ya n i
siquiera p r e g u n t a al " e n f e r m o " l o que le sucede sino
 ¿QUÉ E S C I ^ I F I C A R ?
24

q u e l e e n t r e g a u n o s f o r m u l a r i o s c o n p r e g u n t a s a las
q u e él ( o q u i e n l o c o n o c e ) d e b e tildar c o n u n "sí" a
con u n "no", con u n "mucho-poquito-nada" o con
u n " m a r q u e e n u n a escala d e 1 a 10 c ó m o se s i e n t e
de solo, de triste o de a n g u s t i a d o " p a r a l u e g o c o n t a r
l o s tildes o " p a l o m i t a s " y d e c i d i r e l d i a g n ó s t i c o y e l
n i v e l d e g r a v e d a d d e l t r a s t o r n o ! ¡ Y e l tipo y d o s i s d e l
" m e d i c a m e n t o " a recetar!
P o d r í a m o s p e n s a r —vale d e c i r , pienso— q u e l a c o n -
c l u s i ó n a e x t r a e r d e l a s u p e r v i v e n c i a d e l a "nosogra-^
fía" actual, d e r i v a d a de la de K r a e p e l i n n o debería
ser t a n t o d e a d m i r a c i ó n c o m o d e m a r c a d o escep4
ticismo d a d o e l c a r á c t e r r e c o n o c i d a m e n t e d e s c r i j
tivo y s i n t o m á t i c o d e l a c l a s i f i c a c i ó n c o n e x c l u s i ó n
d e t o d a teoría y a n t e la ausencia d e datos objetivos
e m p í r i c o s ( e q u i p a r a b l e s a los d e u n b o t á n i c o o a l o
d e u n z o ó l o g o y q u e n o f u e s e n los d e " c i e r t a e n c i
c l o p e d i a c h i n a " ) , p a r a j u s t i f i c a r los d i a g n ó s t i c o s ,
psiquiatría a l e m a n a d e c o m i e n z o s d e l s i g l o X X si;
t e m a t i z ó y o r d e n ó u n c a m p o d e f e n ó m e n o s hasi
e n t o n c e s , b a s t a n te c a ó t i c o y ése f u e s u g r a n m é r i t o
P e r o n o p u e d e i g n o r a r s e q u e , a d e m á s d e p o n e r oj
d e n e n el campo fenoménico, p o r el m i s m o hech
d e a c o m o d a r l o t o d o , sistematizó l a f o r m a c i ó n d e lo.
p s i q u i a t r a s e n t o d o e l m u n d o , (Ésa f u e l a p s i q u i a t r
q u e estudié e n e l H o s p i t a l Psiquiátrico d e C ó r d o b
A r g e n t i n a , e n 1961.)
L a clasificación n o sólo creaba a los objetos sobii
l o s q u e se a p l i c a b a ( l o c o s y n o l o c o s , a veces, m e d i
locos o fronterizos) sino que, además, producía u.
lenguaje, u n m o d o de p e n s a m i e n t o , u n discurso
u n a s r e g l a s s e m i o l ó g i c a s q u e , a s u vez, e n g e n d r a b a
y c l o n a b a n a los p s i q u i a t r a s c o m o a g e n t e s d e a p l i c ;
c i ó n d e l s i s t e m a p r o p u e s t o : " p s i q u i a t r a " f u e , a parí
¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?
25

de l a p r i m e r a m i t a d d e l s i g l o X X , c u a n d o e l t é r m i -
n o se g e n e r a l i z ó , q u i e n m a n e j a b a l a c l a s i f i c a c i ó n d e
Kraepelin."^ L a o r d e n a c i ó n t a x o n ó m i c a se r e p r o d u c e
a sí m i s m a a través d e l a " o r d e n a c i ó n " ( e n e l s e n t i -
do religioso d e l a p a l a b r a ) d e los agentes aptos p a r a
u t i l i z a r l a . Esa o p e r a c i ó n c o n t i n ú a h o y e n d í a c o n
las c o r p o r a c i o n e s n a c i o n a l e s e i n t e r n a c i o n a l e s q u e
p r o m u l g a n las n u e v a s c l a s i f i c a c i o n e s . L o q u e f u e u n
m o m e n t o d e sistematización d e d a t o s e m p í r i c o s e n
la h i s t o r i a d e l a psiquiatría, c o r r e s p o n d i e n t e a l a e x -
pansión capitalista y a la c o n v e n i e n c i a de segregar
a los l o c o s e n las s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a r i a s , se h a ac-
tualizado c o m o u n n u e v o m o v i m i e n t o epistemoló-
g i c o q u e c o r r e detrás d e l a p r o g r e s i v a t e c n i f i c a c i ó n ,
burocratización y medicalización d e la especialidad
q u e d e b e a d e c u a r s e a los f i n e s d e l a s o c i e d a d d e c o n -
t r o l : p o s m o d e m a , p o s i n d u s t r i a l , p o s c a p i t a l i s t a , se-
g ú n se p r e f i e r a . E l o b j e t i v o es, h o y , c l a s i f i c a r a t o d o s
los sujetos d e esta p o s m o d e r n i d a d e n c e r r á n d o l o s e n
los c a j o n e s {pigeonholes) d e l e s p a c i o t a x o n ó m i c o r e -
genteado p o r la "ciencia médica".
C u a l q u i e r a sabe q u e las enfermedades, t o d a s ellas,
son c o n c e p t o s a b s t r a c t o s y a n a d i e l e e x t r a ñ a q u e
las supuestas e n t i d a d e s q u e l o s p s i q u i a t r a s d e l i m i t a n
c o m o trastornos estén m a l d e f i n i d a s y se s u p e r p o n -

•* N a d a d e e x t r a ñ o h a y e n e l l o : astrónomo e s q u i e n m a n e j a e l
lenguaje y l a n o m e n c l a t u r a q u e reúne a l a corporación. P e r o u n a
diferencia e s e n c i a l subsiste entre las ciencias, i n c l u i d a l a m e d i -
c i n a , y l a psiquiatría: n o h a y l u g a r , p o r s u p u e s t o , p a r a antiastró-
n o m o s o p a r a revisiones institucionales d e l a terminología q u e
d e b e n a p r o b a r s e p o r mayoría d e votos o ser s a n c i o n a d a s y m o d i f i -
cadas periódicamente p o r o r g a n i s m o s internacionales. P o r e j e m -
p l o , n a d i e d i s c u t e c o n p a s i ó n l a clasificación d e l a s enfermedades
del aparato digestivo n i se a t r i b u y e n m o t i v a c i o n e s sospechosas a
los g a s t r o e n t e r ó l o g o s q u e l a s a p l i c a n .
26 ¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?

g a n e n t x e sí a p u n t o t a l q u e , f r e n t e a u n caso s i n g u -
l a r , l o s j u i c i o s d e l c l í n i c o sean m á s b i e n o p i n i o n e s
personales, a diferencia de lo q u e sucede e n la me-
d i c i n a d o n d e u n a f r a c t u r a de h u e s o , u n a psoriasis o
u n a hepatitis son hechos positivos y objetivables que,
" e n l o s t e x t o s m o d e r n o s d e m e d i c i n a se c l a s i f i c a n
según dos órdenes, el etiológico y el topográfico o
anatómico".^
E n psiquiatría n o h a y c o n o c i m i e n t o d e las causáis
y p o r eso las i n s t i t u c i o n e s c l a s i f i c a d o r a s h a n o p t a d o
p o r e l i m i n a r t o d a s las teorías e n b e n e f i c i o d e d a t o s
observables o registrables... q u e también faltan y p o r
eso se les i n v e n t a c o m o , p o r e j e m p l o , los tildes e n
u n c u e s t i o n a r i o . D e esa p r e s c i n d e n c i a t e ó r i c a , c o n -
secuencia de la i g n o r a n c i a e n m a t e r i a de etiología,
p r o v i e n e l a c o n s t a n t e l u c h a d e l a psiquiatría, d e n t r o
d e l c a m p o m é d i c o m i s m o , desde C i c e r ó n e n adelan-
t e , p a r a ser r e c o n o c i d a c o m o e s p e c i a l i d a d "científi-
ca". D e b e r í a e n c o n t r a r s e u n a "causa n a t u r a l " d e l a
l o c u r a e n c u a l q u i e r a d e sus f o r m a s y e l l a n o a p a r e c e
a u n q u e p u e d a sospecharse de ciertos procesos cere-
b r a l e s q u e t e n d r í a n r e l a c i ó n c o n e l mecanismo i n v o l u -
c r a d o e n las e x t e r i o r i z a c i o n e s clínicas. P e r o tales p r o -
cesos n o s o n l a causa d e los ti^astornos s i n o l o s q u e
h a c e n p o s i b l e l a manifestación sintomática y sobre
los q u e se p u e d e , e v e n t u a l m e n t e , i n c i d i r p o r m e d i o s
físicos o q u í m i c o s . L a i n v e s t i g a c i ó n d e p a r á m e t r o s
b i o l ó g i c o s se s u s t e n t a e n u n a e s p e r a n z a , l a d e e n c o n ^
t r a r e n e l c e r e b r o l a r a z ó n d e las a n o r m a l i d a d e s d e
la m e n t e , la p e r s o n a l i d a d o el c o m p o r t a m i e n t o , la de
" o b j e t i v a r " u n a base m a t e r i a l y n a t u r a l . E l m a y o r obs-
t á c u l o q u e e n c u e n t r a esa psiquiatría q u e p r e t e n d e

^ R . P é r e z T a m a y o , op,, dt., p . 2 0 .
¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?
27

ser " o r g a n i c i s t a " es q u e e l c e r e b r o está i n v o l u c r a d o ,

p o r s u p u e s t o , e n l a v i d a y e n t o d a s las a c t i v i d a d e s d e l
ser h u m a n o ( c o n c i e n c i a y c o n d u c t a ) , p e r o él n o es e l
productor sino e l asiento de procesos q u e p e r m i t e n
y regulan la relación e n t r e el o r g a n i s m o y el m e d i o
a m b i e n t e q u e l e r o d e a , u n Urmvelt q u e es, s i e m p r e ,
u n m e d i o s o c i a l . Es e n l a r e l a c i ó n d e l s u j e t o ( e l s r y e t o
del i n c o n s c i e n t e ) c o n e l O t r o d o n d e se e n c u e n t r a n
las causas d e s u a c u e r d o o d e s v i a c i ó n r e s p e c t o d e l a
n o r m a q u e n o está e n e l c e r e b r o s i n o e n l a e s t r u c t u r a
social, e c o n ó m i c a , a n t r o p o l ó g i c a , lingüística, políti-
ca, etc., q u e s o n las " c i r c u n s t a n c i a s " , eso q u e r o d e a
y c o n d i c i o n a a l c e r e b r o v i v i e n t e y m e g a n e u r o n a l . Ya
en 1843 d e c í a M a r x : ^

Las formaciones nebulosas que se condensan en el cerebro de

los hombres son sublimaciones necesarias de su proceso
material de vida, proceso empíricamente registrable y su-
jeto a condiciones materiales. L a m o r a l , la religión, la me-
tafísica y cualquier otra ideología y las formas de concien-
cia que a ellas c o r r e s p o n d e n p i e r d e n , así, la apariencia de
su p r o p i a sustantividad, n o t i e n e n su p r o p i a historia n i su
propio desarrollo, sino que los hombres que desarrollan
su producción material y su i n t e r c a m b i o material cam-
bian también, al cambiar esta realidad, su pensamiento y
los productos de su pensamiento. No es la conciencia la que
determina la vida, sino la vida la que determina la conciencia
[cursivas mías].

E l c e r e b r o es f u n d a m e n t a l , sí, p u e s e n él se desa-
r r o l l a n los procesos que hacen posible e l h a b l a , l a m e m o -

^ K . M a r x , La ideología alemana, Montevideo, Pueblos Unidos

1974, p . 3 2 -
r i a , l a c o m u n i c a c i ó n , las e m o c i o n e s , los s e n t i m i
tos, t o d o l o q u e es " s u b j e t i v o " y se t i e n d e a U a m
c o n el equívoco e i n d e f i n i d o n o m b r e de concienc'
P e r o e l ó r g a n o q u e se a l o j a e n e l i n t e r i o r d e l c
n e o n o es l a causa d e l a s u b j e t i v i d a d s i n o s u sustra
el escenario de ciertos mecanismos que p u e d e n
objetivados, conocidos, activados o desactivados
m e d i o s físicos o q u í m i c o s y q u e se v a n d e v e l a n
p r o g r e s i v a m e n t e a n t e l a c u r i o s i d a d d e los científic
m e d i a n t e t é c n i c a s c a d a vez m á s p r e c i s a s d e inves
gación.
E n e l c a m p o d e los t i ' a s l o r n o s o e n f e r m e d a d
m e n t a l e s las v a r i a c i o n e s i m p u t a b l e s a l o b s e r v a d
d e l ^^disordef\s j u i c i o s y p r e j u i c i o s , s o n t a n ob-
q u e a c a b a n p o r ser d e s c o n c e r t a n t e s . E n e l d o m i
e n t e r o d e l a m e d i c i n a , las e n f e r m e d a d e s n o s
o b j e t o s n a t u r a l e s q u e se p o d r í a n e n c o n t r a r e n
m u n d o c o m o se r e c o g e n h i e r b a s e n e l c a m p o . S
conceptos abstractos derivados de la agrupación
signos y síntomas p o r m e d i o d e l a a c t i v i d a d c o g n
citíva q u e los r e ú n e e n s í n d r o m e s y a c a b a d e f i n í
d o l o s c o m o " o b j e t o s t e ó r i c o s " a ser i n v e s t i g a d
S u e x i s t e n c i a , s u m a t e r i a l i d a d , es " l e n g u s t j e r a " : s
e x i s t e n e n e l e s p a c i o y e l tiempo c l a s i f i c a t o r i o (
m o s v i s t o q u e s o n históricas y d e p e n d e n d e d e ¿
raciones como, p o r ejemplo, c u a n d o la Asociad
Psiquiátrica d e E s t a d o s U n i d o s d e c i d i ó [ 1 9 7 3 ] , p
v o t a c i ó n d e los p s i q u i a t r a s , p r e s i o n a d o s p o r las
g a n i z a c i o n e s d e gays, q u e l a h o m o s e x u a l i d a d d e j a
d e ser u n t r a s t o r n o ) . ' ^ U n o d é l o s o b j e t i v o s , quizás

^ E s l a p r u e b a m á s p a l m a r i a d e l a a r b i t r a r i e d a d d e l a s cías
c a c i o n e s e n p^quiatría. M i l l o n e s d e p e r s o n a s q u e h a s t a e n t o r i
e r a n t r a s t o r n a d o s d e j a b a n d e serlo p o r u n a decisión a d m i n i s
¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?
29

p r i n c i p a l , de la clasificación y de la n o m i n a c i ó n de
las e n f e r m e d a d e s es c r e a r u n l e n g u a j e c o m p a r t i d o y
t r a d u c i b l e q u e p e r m i t a l a " c o m u n i c a c i ó n " e n t r e los
m é d i c o s y e l r e c í p r o c o r e c o n o c i m i e n t o e n t r e los h a -
blantes d e ese '^newspeaK'' ( O r w e l l ) , d e ese " i a t r o l e c -
j - ^ " D e s d e e l e s p a c i o y e l tiempo n o s o l ó g i c o y clasi-
f i c a t o r i o , esas " e n t i d a d e s abstractas"® i r r a d i a n h a c i a
los sujetos q u e se d e d i c a n a l a a c t i v i d a d d i a g n ó s t i c a ,
los psi y, d e s d e e l l o s , h a c i a los r e f e r e n t e s , los l l a m a -
dos " p a c i e n t e s " , q u e t e r m i n a n p o r ser i n c l u i d o s e n
ese e s p a c i o t a x o n ó m i c o ( m i e n t r a s p e r d u r e e l t i e m -
po de su v i g e n c i a e n los c a t á l o g o s , h a s t a l a s i g u i e n t e
clasificación).
N o es, p u e s , q u e n o e x i s t a n las e n f e r m e d a d e s
m e n t a l e s s i n o q u e se las l l a m a a e x i s t i r p o r e l h e -
cho mism.0 d e n o m b r a r l a s , p o r q u e los d i a g n ó s t i c o s
se a p l i c a n , p o r q u e p r o d u c e n e f e c t o s t a n t o s o b r e los
agentes q u e las p o n e n e n a c c i ó n (activos) c o m o so-

tiva a p r o b a d a p o r m é t o d o s " d e m o c r á t i c o s " y n o p o r u n r e s u l t a -

do sturgido d e l a c i e n c i a o p o r l a a c c i ó n s a n i t a r i a c o m o s u c e d i ó
c u a n d o se d i o p o r finiquitada l a v i r u e l a c o m o e n f e r m e d a d : e s q u e
la v i r u e l a e r a u n a e n f e r m e d a d e n s e r i o y n o u n a c o n s t r u c c i ó n
p r e j u i c i o s a c o m o t o d o s los diagnósticos d e s é e m e . L o s p s i q u i a t r a s
e s t a d u n i d e n s e s s e a d e l a n t a r o n así a l a b a t a l l a q u e h u b i e r a r e p r e -
sentado e n f r e n t a r s e c o n las o r g a n i z a c i o n e s d e gays, b a t a l l a q u e
sabían p e r d i d a d e a n t e m a n o , q u e h u b i e s e p u e s t o e n p e l i g r o n o
sólo l a caracterización t r a s t o r n a d a d e l a h o m o s e x u a l i d a d s i n o a l
conjunto del sistema taxonómico centrado e n definiciones igual-
mente e n d e b l e s . E s d i v e r t i d o p e n s a r q u e los gays, e n ese tiempo,
h u b i e s e n p o d i d o r e c l a m a r p a r a sí q u e se l o s t r a t a s e e n l a s i n s t i t u -
ciones asistenciales a costa d e los seguros y d e las o r g a n i z a c i o n e s
caritativas d e l a s a l u d pública. B u e n a p a r t e d e l a i g l e s i a católica
está c o g i d a e n e l m i s m o d i l e m a d e a c e p t a r o r e c h a z a r l a s r e l a -
c i o n e s c o n s e n s ú a l e s e n t r e gays y l e s b i a n a s y l l e v a n a d e l a n t e u n a
lucha, q u e s a b e n p e r d i d a , e n d e f e n s a d e los valores t r a d i c i o n a l e s .
® R . Pérez T a m a y o , op.dt., p . 3 0 .
30 ¿ Q U É E S CLASIFlCAJ&j

b r e SUS pacientes ( p a s i v o s ) . N o existían —considéres||

e l e j e m p l o d e l a e s q u i z o f r e n i a , i n v e n t a d a e n Sui;
a p r i n c i p i o s d e l s i g l o X X — a n t e s d e q u e se elaboras^l
su c o n c e p t o . E l h e c h o d e d e s i g n a r l a s y clasificarl;
a b r e e l c a m p o p a r a u n a e p i s t e m o l o g í a psiquiátrii
q u e a n a l i c e e i n v e s t i g u e c ó m o f u e r o n construida^,!
s e g ú n q u é p r o c e s o s d e p r o d u c c i ó n , d e n t r o d e quí
c o y u n t u r a h i s t ó r i c a d e las s o c i e d a d e s y c o y u n t u i
t e ó r i c a e n e l c a m p o c o n c e p t u a l d e l a m e d i c i n a g<
n e r a l y c ó m o c a d a u n a d e ellas se a r t i c u l a c o n los d<
m á s o b j e t o s d e l d i s c u r s o p s i q u i á t r i c o . L a nosografíd
d e s d e P i n e l y K r a e p e l i n e n a d e l a n t e , se pretendí;
c o m o u n a descripción d e l a r e a l i d a d . H o y sabemos]
s i n d u d a , q u e es u n a categorización d e l a r e a l i d a d . El
n o m b r e h a c e a l a cosa q u e d e s i g n a : f u n c i o n a comol
u n performatívo. L a "psicopatología" c u m p l e con Ú
m i s i ó n d e e s t a b l e c e r , m e d i a n t e sus n o m i n a c i o n e s
v a c i l a n t e s , u n c i e r t o o r d e n e n e l e m b r o l l a d o terreno
d e l o s casos s i n g u l a r e s , s i e m p r e d i s t i n t o s , siempre!
" a t í p l e o s " , p u e s n i n g ú n p a c i e n t e es u n " t i p o " , red
p e c t o d e esas c o n s t r u c c i o n e s t e ó r i c a s l l a m a d a s
f c r m c d a d c s o, c o n m á s v e r g ü e n z a p e r o c o n idéntia
intención, trastornos.
Es p r e c a r i a l a v i d a d e l a psiquiatría. L a demograJ
fía m é d i c a m u e s t r a q u e e n las ú l t i m a s d é c a d a s es lal
e s p e c i a l i d a d q u e m e n o s a g e n t e s r e c l u t a y l a menosj
r e m u n e r a d a . L a s i t u a c i ó n n o es n u e v a s i n o originí
r i a . S u e s t a t u t o es i n c i e r t o , i m p u g n a d o y discutidol
e n e l s e n o d e l a m e d i c i n a y d e l a s o c i e d a d e n s u con
j u n t o q u e p e r m a n e n t e m e n t e s o s p e c h a d e e l l a como
u n i n s t r u m e n t o e n e l p r o c e s o d e a p l a n a m i e n t o de|
las d i f e r e n c i a s y d e n o r m a l i z a c i ó n j u r í d i c a y política
d e l o s h o m b r e s . Está j a l o n e a d a y es frágil p o r sus pr<
p i a s c o n t r a d i c c i o n e s , s u f r i e n d o p a r a e n c o n t r a r uní

I
 ¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?
31

i n c ó m o d o l u g a r e n t r e las c i e n c i a s m é d i c a s y las hu--

manas, e n t r e la biología, l a psicología, l a sociología y
la filosofía q u e s i e m p r e c o n f e s ó s u p e r p l e j i d a d a n t e
la l o c u r a . E l m o d e l o q u e h o y l a r i g e e n e l m u n d o e n -
t e r o , n o r t e a m e r i c a n o , es d e u n e m p i r i s m o r a m p l ó n
q u e sirve a los i n t e r e s e s d e l E s t a d o e n s u a m a l g a m a
con la industria, la farmacéutica e n particular. Lejos
están los desvelos d e q u i e n e s i n t e n t a b a n e n t e n d e r a l
e n f e r m o a p a r t i r d e sus c o o r d e n a d a s e x i s t e n c i a l e s .
E l énfasis e n l a c l a s i f i c a c i ó n y e l i n t e n t o d e d e f i -
n i r - e n t i d a d e s d i s c r e t a s e i n d i s c u t i b l e s allí d o n d e s ó l o
hay n o m e n c l a t u r a s , s i g n i f i c a n t e s , o b j e t o s a b s t r a c t o s
de c o n o c i m i e n t o a p a r i e n c i a de razón e n m e d i o d e
u n e m b r o l l o borgesiano, f o r m a parte d e l mecanis-
m o d e a d q u i s i c i ó n d e a p a r i e n c i a s c i e n t í f i c a s , d e si-
m u l a c i ó n d e u n a c i e n c i a allí d o n d e casi n o h a y a l -
g u n a . D e l saber s o b r e l a l o c u r a y sus f o r m a s n o se
adquiere MYi c o n o c i m i e n t o ; e n c a m b i o se adhieren, u n
proyecto necesario, agresivo y p r o g r e s i v o e n l a socie-
d a d p o s i n d u s t r i a l q u e es e l d e u n a a c e l e r a d a m e d i -
calización d e la vida.
D e h e c h o , es d i s c u t i b l e q u e l o s U a s t o r n o s m c m
tales q u e se c l a s i f i c a n , d i a g n o s t i c a n , e s t u d i a n y t r a -
t a n sean e n t i d a d e s m é d i c a s . Si se l l e g a a d e m o s t r a r
q u e a l g u n o d e e l l o s t i e n e u n a base b i o l ó g i c a ( c o m o ,
p o r e j e m p l o , l a e p i l e p s i a o e l A l z h e i m e r ) se l o d e j a
de c o n s i d e r a r c o m o o b j e t o d e l a p s i q u i a t r í a y se l o
transporta a otro campo de la m e d i c i n a , principal-
m e n t e la neurología. O b v i a m e n t e los psiquiatras
se o p o n e n a ese a r g u m e n t o q u e l o s e x p u l s a d e l a
iatría a l a q u é r e c u r r e n p a r a m e d i c a r e i n t e r n a r e n
h o s p i t a l e s ; p o r eso se a f e r r a n a u n a b i o l o g í a d e l ce-
r e b r o p o r venir, u n a q u e incluya a los efectos sobre
los n e u r o t r a n s m i s o r e s ( q u e l o s h a y , p e r o n o s o n l a
 ¿QUÉ E S C L A S I F I C A R ?
32
c a u s a n i e x p l i c a n las e n f e r n r i e d a d e s ) y a bases g e n é -
ticas c u y o c o n o c i m i e n t o y a se h a p r o d u c i d o ( p e r o
n o ) o es i n m i n e n t e , está a l a vxielta d e l a e s q u i n a
a u n q u e p o r a h o r a haya q u e t e n e r p a c i e n c i a y alar-
d e a r d e u n o s p r o g r e s o s q u e n o p a s a n las p r u e b a s d e
l a c i e n t i f i c i d a d q u e se a l e g a . Es q u e n o h a y b u e n a s
respuestas p a r a p r e g u n t a s m a l hechas.
2, M E D I C A L I Z A C I Ó N D E L A V I D A
y DE L A C U L T U R A

¿A q u é l l a m a m o s " m e d i c a l i z a c i ó n " ? A u n a m o d a l i d a d
discursiva e n c o n s t a n t e e x p a n s i ó n , i n i c i a d a e n e l s i -
glo X V I I l , r e f o r z a d a después de la p r i m e r a m i t a d d e l
siglo X I X , d e c r e t a d a o f i c i a l m e n t e c o m o p o l í t i c a d e
los estados a p a r t i r d e l a n a c i o n a l i z a c i ó n d e l a m e -
dicina e n I n g l a t e r r a e n 1942, q u e d i o l u g a r e n t o d o
Occidente a la constitución de "institutos de seguro
s o c i a l " y c a d a vez m á s v i s i b l e a m e d i d a q u e avanza e l
siglo X X I , p o r e l c u a l d i f e r e n t e s , c u a n d o n o t o d o s , los
aspectos d e l a v i d a h u m a n a s o n vistos y t r a t a d o s e n
t é r m i n o s d e l "saber m é d i c o " , s u p u e s t a m e n t e c i e n t í -
fico, a v a l a d o p o r c i f r a s y estadísticas q u e m u e s t r a n a
las claras d ó n d e está e l b i e n ( l a " s a l u d " , e q u i p a r a d a
a la n o r m a l i d a d ) y d ó n d e el m a l , la " e n f e r m e d a d "
que nos acecha. L a medicalización i m p o n e u n a tec-
n o l o g í a d e l m a n e j o d e sí^ y e l m a n e j o d e l c u e r p o y
a l m a d e los o t r o s e n las esferas p ú b l i c a y p r i v a d a .
Se t o r n a o f i c i a l e i m p e r i o s o u n d i s c u r s o m é d i c o c a r -
g a d o d e finalidades p r e t e n d i d a m e n t e " h i g i é n i c a s "
(sanitarias) q u e , e n n u e s t r o caso, e l d e l a psiquiatría
y d i s c i p l i n a s adláteres, d e s i g n a c o m o t r a s t o r n o s y e n -
f e r m e d a d e s a l o q u e se a p a r t a d e c i e r t a s reglas d e
c o m p o r t a m i e n t o y de relación c o n el p r o p i o c u e r p o ,

^ D e l self c a r o a F o u c a u l t ( i > soud de soi, título d e l t e r c e r t o m o

d e s u Historia de la sexualidad) y a los psicoanalistas e s t a d u n i d e n -
ses, c o n c e p t o a u s e n t e e n F r e u d y r e c h a z a d o p o r l o s p s i c o a n a l i s t a s
lacanianos.

[33]
34 MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T U R ^ ' M ^

c o n las p r o p i a s d e c i s i o n e s y c o n l a v i d a y e l c u e r p j « H ^
d e los demás. L o q n e n o tiene ley o se sale de l a l e ^ H ^
" l a anomalía". L a medicalización i m p l i c a tambiéi^W ^
q u e l a administración pública r e q u i e r e d e l a apro^B
bación médica p a r a t o d o lo q u e h a c e a l tratamientc^B
d e l a i r e , d e l a g u a , d e las r e s i d e n c i a s p a r t i c u l a r e s , d ^ n l^
los desagües, d e las escuelas y p r i s i o n e s , d e los u s o ^ B c<
d e l s u e l o , etc. U n e l e m e n t o e s e n c i a l d e este p r o c e s ^ H ¿
es l a construcción d e hospitales g e n e r a l e s , hospitaj^j e;
les e s c u e l a , hospitales p a r a t u b e r c u l o s o s , hospitaléíj^B ^-^
p a r a sifilíticos y, c l a r o está, hospitales p a r a "enfer^B
m o s m e n t a l e s " . C o n l a medicalización c a m b i a é|H sc
estatuto d e l médico q u e se t r a n s f o r m a e n autoríddMBL y<
política, e n c o n s e j e r o i n d i s p e n s a b l e d e l a polis.
T o d o s los a c o n t e c i m i e n t o s vitales: n a c e r , m o r i ^ H c<
crecer, envejecer, reproducirse, alimentarse — g ]
h o m b r e y l a m u j e r e n n u e s t r o t i e m p o , e n el r e s t a d H eí
r a n t e y e n su p r o p i a casa, p a r e c e n c o m e r c o m o í ^ l qi
estuviesen e n u n a b o t i c a , d i v i d i e n d o sus ingestas eJ^H
dos g r a n d e s categorías, saludables y peligrosas, a s i ^ H a
n a n d o a c a d a b o c a d o , o r a l a condición d e m e d i c i n a H to
o r a l a d e v e n e n o c u a n d o n o los d o s a l a vez—, m e n g H ax
t r u a r o d e j a r de h a c e r l o , a p r e n d e r , h a c e r e l a m O ^ | bi
m a s t u r b a r s e , j u g a r y apostar, l e e r , sentarse ante la
televisión o l a c o m p u t a d o r a , a m a r , apasionarse ^^^b f a
e n t r i s t e c e r s e , p a d e c e r p o r u n a pérdida p e r s o n a l ^|^B p i
s e n t i m e n t a l , las c r e e n c i a s , las c o n d u c t a s , l a sensib^H Le
l i d a d y l a m o t r i c i d a d , todo, todo, es visto c o m o u ^ H y <
a c o n t e c i m i e n t o q u e se clasifica c o m o " s a n o " o " e ^ B su
f e r m o " p e r o s i e m p r e e n l a p e r s p e c t i v a médica y c o ^ H te]
la vista p u e s t a e n c r i t e r i o s d e " n o r m a l i d a d " . L a dei^B el
viación d e l a n o r m a ( e l peso o s o b r e p e s o , l a a p a r i e i n l de
c i a estética, l a estatura, las h o r a s d e actividad física'^H y <
m e n t a l , etc.) s o n s i e m p r e " p r o b l e m a s " cuyas c l a v ^ H an
MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T U R A
35

caen b a j o l a j u r i s d i c c i ó n m é d i c a y las " s o l u c i o n e s "

c o r r e c t a s s o n d e t e n t a d a s p o r e l " d o c t o r " cuyas o p i -
niones "científicas" son ávidamente recogidas p o r
las revistas y los m e d i o s d e d i f u s i ó n d e masas q u e
insisten e n c o n v o c a r a l o s especialistas y a los e x p e r -
tos e n s a l u d física o m e n t a l q u e m u e s t r a n pasteles
c o n r e b a n a d a s d e d i s a n t o s c o l o r e s , c u r v a s y escalas
de estadísticas e n a p o y o d e sus j u i c i o s . L a d e s v i a c i ó n
es m a n i f e s t a c i ó n d e " d i s f u n c i ó n " y l o q u e a n t e s se
repudiaba c o m o i n m o r a l , pecaminoso o delictivo
hoy es r e c h a z a d o y d e s c a l i f i c a d o p o r " e n f e r m o " . L a
salud m e n t a l c o n s i s t e e n v i v i r a d a p t á n d o s e a l a c o n -
vención c u l t u r a l .
N o se p u e d e d e c i r q u e l a m e d i c a l i z a c i ó n sea u n a
c o n s e c u e n c i a d e l saber c i e n t i f i c o s i n o q u e es a l " p r o -
greso" m i s m o a l q u e c a b e d e s c o n s t r u i r a p a r t i r d e
este i n d i c a d o r s o c i a l y esta p r o m o c i ó n d i s c u r s i v a
que l l a m a m o s medicalización d e la v i d a y l a c u l t u r a .
Los avances d e l a m e d i c a l i z a c i ó n —si n o s a t r e v e m o s
a r o b a r l e su discurso— p u e d e n verse c o m o u n "5zn-
tomcC d e s t a c a d o d e u n p r o c e s o histórico-social más
a m p l i o q u e se e x t i e n d e p o r e l m u n d o e n t e r o c o n
brigadas d e p r o f e s i o n a l e s o c u p a d o s e n p r o m o v e r
la s a l u d e n c u b r i e n d o los i n t e r e s e s d e las i n d u s t r i a s :
farmacéutica, d e l o s a p a r a t o s d e d i a g n ó s t i c o c o m -
p u t a ri z a d o , d e l a p a r a t o d e l a " i n v e s t i g a c i ó n c l í n i c a " .
L o q u e " p r o g r e s a " es e l m e c a n i s m o d e d o m i n a c i ó n
y c o n t r o l d e los seres h u m a n o s ( d e sus c u e r p o s , d e
sus v i d a s ) a l s e r v i c i o d e l " d i s c u r s o d e l o s m e r c a d o s " ,
tercer y ú l t i m o avatar d e l a m o , d e s p u é s d e l p r i m e r o ,
el a m o c l á s i c o , d u e f i o d e sus esclavos, y d e l s e g u n -
d o , e l a m o c a p i t a l i s t a , c o n sus p r o l e t a r i o s " l i b r e s "
y c i u d a d a n o s . Se t r a t a d e l p r o c e s o d e pasaje d e las
arcaicas " s o c i e d a d e s d e s o b e r a n í a " g o b e r n a d a s p o r
36 MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T U

e l a m o t r a d i c i o n a l , a las " s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a n
descritas p o r F o u c a u l t y organizadas p o r el a m o m
d e r n o , c a p i t a l i s t a e i n d u s t r i a l , y a las a c t u a l e s "soci
d a d e s d e c o n t r o l " a n t i c i p a d a s p o r W . S. B u r r o u
y p o r Gilíes D e l e u z e , d o n d e e l n u e v o a m o , e l a m
p o s i n d u s t r i a l , es e l c o n j u n t o d e las c o m p u t a d o
impersonales interconectadas e interactivas que e
l ú a n y t o m a n las d e c i s i o n e s a d e m á s d e p r o g r a m
se a sí m i s m a s y p r o g r a m a r a sus u s u a r i o s . ^ H a y q u
d e c i r l o : l a m e d i c a l i z a c i ó n es u n a r m a p o d e r o s a q u
f u n c i o n a a l servicio de u n discurso, el de los m e
cados, y o r d e n a la sumisión e n n o m b r e de valor
sacrosantos: l a salud, l a larga v i d a y l a ciencia.
V a r i o s s o n los a u t o r e s q u e i n i c i a r o n l a d e n u n c i
y l a c r í t i c a d e l p r o c e s o d e m e d i c a l i z a c i ó n e n es
m i s m o s a ñ o s e n q u e y o i m p u g n a b a a las c l a s i f i
c i o n e s psiquiátricas, a m e d i a d o s d e l a d é c a d a
los s e t e n t a . C o m o y a a n t i c i p é , esa d e n u n c i a e
c o n t e m p o r á n e a a u n q u e n o c o i n c i d e n t e c o n la a
típsiquiatría d e Szasz, L a i n g , C o o p e r y G o f f m a n
r e c o n o c í a sus a n t e c e d e n t e s e n o b r a s p u b l i c a d a s
l o s sesenta c o m o l a c é l e b r e h i s t o r i a d e l a l o c u r a
F o u c a u l t o La cultura contra el hombre d e H e n r y . ^
1974, e n R í o de J a n e i r o , F o u c a u l t p r o n u n c i ó u
c o n f e r e n c i a d o n d e ya hacía, desde e l título, u
" h i s t o r i a " d e l a m e d i c a l i z a c i ó n . ' * A n t e s a u n , des

^ N . A . B r a u n s t e i n , El inconsciente, la técnica y el discurso capí

lista, M é x i c o , S i g l o X X I , 2 0 1 2 .
^ J . H e n r y , Culture against Man, T a v i s t o c k , 1 9 6 6 . E n españ
Ea cultura contra el hombre^ M é x i c o , S i g l o X X I , 1 9 6 7 , t r a d . d e F .
Aramburu.
^ M . F o u c a u l t , " H i s t o r i a d e l a m e d i c a l i z a c i ó n " . Educación yi
dica y salud, 11 ( 1 ) , 1 9 7 7 , p p . 3 - 2 5 . E s t a s e g u n d a c o n f e r e n c i a
Brasil sobre l a historia de la m e d i c i n a n o fue incluida e n la re
MEDICALIZACION D E lA. VIDA Y L A C U L T U R A 37

1970, e n C u e r n a v a c a , M é x i c o , e l m é d i c o j u d í o v i e -
nes Iván I l l i c h (1926-2002), v e n í a d i c t a n d o c u r s o s
donde criticaba acerbamente a la m e d i c i n a c o m o
engranaje esencial de la sociedad capitalista c o n -
t e m p o r á n e a . Esos c u r s o s c u l m i n a r o n e n u n l i b r o d e
1975 q u e s i g u e s i e n d o a s o m b r o s a m e n t e a c t u a l , ^ e n
especial p o r su s e g u n d o c a p í t u l o : " T h e m e d i c a l i z a -
tion o f U f e " . E n t a n t o q u e F o u c a u l t i n v e s t i g a b a l a a r -
queología d e l dispositivo de la salud-enfermedad e n
el s i g l o X I X , I l l i c h d e s c u b r í a las f u n c i o n e s q u e ese
dispositivo c u m p l e e n la actualidad, d e n u n c i a b a la
iatrogenia social c o m o consecuencia d e la colusión
de l a m e d i c i n a c o n e l r e s t o d e los m e c a n i s m o s r e -
presivos v i g e n t e s y se p e r m i t í a h a b l a r d e l a " p e s t e " y
la " p a n d e m i a " i a t r o g é n i c a e n u n m u n d o o c c i d e n t a l
donde i m p e r a l a a u t o r i d a d diagnóstica d e l técnico
curador que puede ampararse incluso en la confe-
sión d e q u e l a m e d i c i n a n o p u e d e ser p r a c t i c a d a
sin l a c r e a c i ó n p o r sus m i s m o s f u n c i o n a r i o s d e l a
e n f e r m e d a d a l a q u e se d e b e " t r a t a r " . E l " t e r a p e u t a "
( d e l g r i e g o thérapon, e l s i r v i e n t e ) d e b e c o n v e n c e r a
los u s u a r i o s d e sus s e r v i c i o s d e l a e x i s t e n c i a d e l m a l
q u e e l l o s r e m e d i a n y, p o r l o t a n t o , p r o m o v e r l a eTT=
f c r m c d a d , disease mongering. C a d a c u l t u r a h a t e n i d o
sus c h a m a n e s , m é d i c o s , m a g o s y c u r a n d e r o s y s u
p r o p i a n o c i ó n d e e n f e r m e d a d c o n u n a t e o r í a d e sus

pilación d e Dits et écrits d e l filósofo francés. E s e x t r a ñ o p u e s sí s e

publicó l a p r i m e r a , " C r i s i s d e l a m e d i c i n a o c r i s i s d e l a a n t i m e d i -
c i n a " , e n Dits et écrits II, París, G a l l i m a r d , 2 0 0 1 , p p . 4 0 - 5 7 .
^ I . I l l i c h , Medical Nemesis, L o n d r e s , C a l d e r &: B o y a r s , 1 9 7 5 ,
N u e v a Y o r k , P a n t h e o n , 1 9 7 6 . E n e s p a ñ o l : Némesis médica, M é x i c o ,
J . M o r t i z , 1 9 7 8 , t r a d . ( m a l a ) d e J . T o v a r , 1 9 7 8 . L a traducción a l
francés q u e c o m e n t ó F o u c a u l t a p a r e c i ó e l m i s m o a ñ o q u e l a e d i -
ción i n g l e s a : París, S e u i l , 1 9 7 5 .
38 MEDICALIZACIÓN D E LA VIDA Y L A C U L T U

"causas"; e n t o d a s ellas se h a v i s t o a l a e n f e r m e d
c o m o encarnación del mal. L a novedad en nuesti
c n l t n r a s m o d e r n a y p o s m o d e r n a es l a a s i m i l a d o
del dispositivo de la salud al discurso de "la cienci
q u e p e r m i t e "objetivar" el c o n o c i m i e n t o positii
d e l c u e r p o y sus d i s f u n c i o n e s .
P o r eso p o d í a d e c i r I l l i c h ^ q u e :

L a m e d i c i n a es u n a empresa m o r a l y p o r lo tanto ine

tablemente da u n c o n t e n i d o al b i e n y al m a l . E n cada s
ciedad, la medicina, c o m o la ley y la religión, define 1
que es n o r m a l , adecuado o deseable. L a m e d i c i n a tiene'
a u t o r i d a d para etiquetar las quejas de u n h o m b r e com
" e n f e r m e d a d legítima", declarar a u n segundo h o m b
c o m o e n f e r m o a u n q u e él n o se queje y rehusar a u n t '
cero el r e c o n o c i m i e n t o de su d o l o r , su i m p o t e n c i a o, i
cluso, su m u e r t e . Es la m e d i c i n a la que decreta que
d o l o r es "meramente subjetivo", que u n a incapacidad ,
simulada, y que algunas muertes, aunque n o otras, son s
cidio. E l j u e z sanciona lo que es legal y lo que es delicti
E l pastor o el "cura", lo que es sagrado y lo que viola
tabú. E l médico decide lo que es u n síntoma y quién e
i'

e n f e r m o . Es u n empresario m o r a l investido de poderes i

quisitoriales para descubrir ciertos "errores" que debe
corregirse. L a m e d i c i n a , como todas las cruzadas, crea
nuevo g r u p o de reprobos cada vez que produce u n nue
rótulo diagnóstico. L a m o r a l i d a d esta tan implícita en
e n f e r m e d a d c o m o l o está en el c r i m e n o en el pecado.

La i m p o r t a n c i a del trabajo de Illich, j u n t o con

d e Szasz, f u e r e c o n o c i d a d e i n m e d i a t o y a l a vez s

^ Id,, p. 3 1 , traducción mía.

MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T U R A
39

m e t i d a a crítica p o r F o u c a u l t . ^ E l f i l ó s o f o f r a n c é s
mostraba q u e después de 1942 l a salud había e n t r a -
d o e n e l p l a n o d e l a m a c r o e c o n o m í a y q u e los es-
tados e s t a b a n i m p l i c a d o s y c o m p l i c a d o s e n l a t a r e a
d e m a n t e n e r e l b u e n f u n c i o n a m i e n t o d e los c u e r p o s
d e t e r m i n a n d o así l a a p a r i c i ó n d e u n a " s o m a t o c r a -
c i a " ( t i e m p o d e s p u é s a b a n d o n a r í a ese n e o l o g i s m o
r e m p l a z á n d o l o p o r o t r o : " b i o p o d e r " ) . L a s a l u d es
siempre u n a b a n d e r a e n m a n o s de los partidos p o -
líticos q u e d e b e n o f r e c e r u n a " p o l í t i c a s a n i t a r i a "
atractiva si p r e t e n d e n g a n a r l a v o l u n t a d d e los g o -
bernados.
Esa p o l i t i z a c i ó n d e l a p r á c t i c a m é d i c a es u n efec-
t o d e l o s i m p r e s i o n a n t e s avances t é c n i c o s d e l a m e -
d i c i n a : d e l a c i r u g í a c o n l a a n e s t e s i a y l a asepsia, d e
la f a r m a c o l o g í a c o n sus m e d i c a c i o n e s s i n t o m á t i c a s
y etiológicas ( d i g i t a l , i n s u l i n a , antipiréticos, a n t i d i a -
r r e i c o s , a n t i b i ó t i c o s , h o r m o n a s ) y d e los p r o c e d i -
mientos de d e t e c c i ó n de e n f e r m e d a d e s q u e van más
allá d e los d a t o s o f r e c i d o s a l a s e m i o l o g í a s e n s o p e r -
c e p t i v a : rayos X , e l e c t r o c a r d i o y e l e c t r o e n c e f a l o g r a -
mas, e x á m e n e s d e l a b o r a t o r i o , m e d i c i ó n d e las f u n -
c i o n e s v i t a l e s , e t c . , h a s t a l l e g a r a los a c t u a l e s e q u i p o s
de d i a g n ó s t i c o c i b e r n é t i c o q u e h a n c a m b i a d o e l r o s -
t r o d e l a p r o f e s i ó n h a c i e n d o d e c a d a ser h u m a n o u n
c l i e n t e d e sus a p a r a t o s t e c n o l ó g i c o s .
N o p o r eso se h a n d e o l v i d a r los c o n t r a g o l p e s
de ese " p r o g r e s o " : i a t r o g e n i a , d i s m i n u c i ó n d e las
defensas n a t u r a l e s d e l o r g a n i s m o , s o b r e v i v e n c i a e n
condiciones e n que la vida pierde sentido y digni-
d a d , c r e a c i ó n d e sustancias a d i c t i v a s y p r o d u c c i ó n

M. Foucault [1976], "Crise de la médecine o u crise de

r a n t i m é d e c i n e ? " , op, cit.
40 MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T U R A .

i n d u s t r i a l de narcóticos, regulaciones absurdas q

i m p o s i c i ó n d e c o n t r o l e s a l c u e r p o e n n o m b r e d e la
"salud pública", ingeniería genética de incalculable^
c o n s e c u e n c i a s , p o s i b l e —o, m e j o r d i c h o , seguro— de-
s a r r o l l o d e a r m a s q u í m i c a s m á s d e s t r u c t i v a s q u e las
n u c l e a r e s , etc. F o u c a u l t a d v i e r t e q u e l a m e d i c i n a
p u e d e ser p e l i g r o s a n o p o r su i g n o r a n c i a s i n o p o r su
s a b e r , p r e c i s a m e n t e p o r q u e está b a s a d a e n l a c i e n c i a '
iop. ciL, p . 4 5 ) .
E n este s e n t i d o , h a y u n a c o n f r o n t a c i ó n s o r d a y,
s ó r d i d a e n t r e l a m e d i c i n a ( p ú b l i c a y p r i v a d a ) y la
libertad del siyeto político.
C a d a vez m á s l a m e d i c i n a se i m p o n e a l i n d i v i d u o ,
e n f e r m o o n o , c o m o u n a c t o d e a u t o r i d a d [...] H a y
u n a p o l í t i c a sistemática y o b l i g a t o r i a d e l ^ c h e q u e o '
d e l a l o c a l i z a c i ó n d e las e n f e r m e d a d e s e n l a pobla-f,
ción, que n o corresponde a n i n g u n a d e m a n d a del
e n f e r m o . D e l m i s m o m o d o , e n c i e r t o s países, u n a
p e r s o n a a c u s a d a d e h a b e r c o m e t i d o u n d e l i t o , es d e
cir, u n a infracción s u f i c i e n t e m e n t e grave c o m o para
ser j u z g a d a e n t r i b u n a l e s , d e b e s o m e t e r s e o b l í g a t o
r i a m e n t e al e x a m e n de u n experto psiquiatra. [ I n
m e d i a t a m e n t e después r e p o r t a q u e la intervenció
m é d i c a n o se l i m i t a s ó l o a las e n f e r m e d a d e s s i n
q u e ] a p a r t i r d e los c o m i e n z o s d e l s i g l o X X , l a sexua-^
l i d a d , e l c o m p o r t a m i e n t o s e x u a l , las d e s v i a c i o n e s
las a n o m a l í a s sexuales están v i n c u l a d a s a l a i n t e r v e n -
c i ó n m é d i c a sin q u e el m é d i c o diga, a m e n o s que
sea m u y i n g e n u o , q u e u n a a n o m a l í a s e x u a l sea u n a
e n f e r m e d a d {op, cit,, p . 4 9 ) .
E l p r o b l e m a s i g u i e n t e q u e e n c a r a F o u c a u l t es qu«
la crítica de l a medicalización, i n c l u y e n d o la o b r a
d e l p r o p i o Iván I l l i c h , se h a c e e n u n a p e r s p e c t i v a
q u e es t a m b i é n m é d i c a o está b a s a d a e n u n saber
MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T U R A
41

m é d i c o . E s t o v a l e t a m b i é n p a r a e l psicoanálisis q u e
comienza c o m o u n a práctica l i b e r a d o r a respecto
de l a psiquiatría t r a d i c i o n a l d e l e n c i e r r o asilar p e r o
t e r m i n a siendo u n a técnica al servicio de la "salud
m e n t a l " y m e d i d a c o n la vara de la capacidad para
c o r r e g i r y c u r a r pese a las claras a d v e r t e n c i a s f r e u -
dianas c o n t r a e l furor sanandi y e l c e n t r a m i e n t o d e
las t e r a p i a s e n e l s í n t o m a . C o n s i g n a m o s esa o p i n i ó n
q u e n o es, a q u í y a h o r a , e l m o m e n t o d e d i s c u t i r .
Q u e n a d i e se c o n f u n d a : l a crítica a l a m e d i c a l i -
z a c i ó n n o es crítica a l a m e d i c i n a y sus i n n e g a b l e s
avances e n c u a n t o a l a t r a n s f o r m a c i ó n d e l a e x i s -
t e n c i a , las m á s d e las veces e n u n s e n t i d o p o t e n c i a l -
m e n t e p o s i t i v o ( a u n q u e d e g r a d a d o p o r las p o l í t i c a s
estatales y c o r p o r a t i v a s q u e l a r e g u l a n ) . L a crítica
apunta a la ideología subyacente al discurso m é d i c o ,
m e d i c a l i z a n t e , q u e se a p u n t a l a e n e l c o n o c i m i e n t o
de las p o s i b i l i d a d e s d e l c u e r p o h u m a n o y q u e p r e -
tende, e n n o m b r e de u n a cierta ganancia e n cuanto
a la duración de la vida y la prevención o c o n t r o l
de las e n f e r m e d a d e s , s o m e t e r esa v i d a a l o s m a n d a -
mientos de u n a empresa planetaria de regulación de
t o d o s los c o m p o r t a m i e n t o s i n s t i n t i v o s y sociales, d e
las p u l s i o n e s y d e sus d e s t i n o s , d e s v i a n d o a l o s h o m -
bres y a las m u j e r e s d e las p r e g u n t a s r e l a c i o n a d a s
c o n las c i r c u n s t a n c i a s (sociales, p o l í t i c a s , c u l t u r a l e s ,
j u r í d i c a s , e c o n ó m i c a s ) e n q u e sus v i d a s t r a n s c u r r e n .
E n o t r a s p a l a b r a s , a las o b v i a s f u n c i o n e s r e p r e s i v a s ,
" b i o p o l í ü c a s " (y " p s i c o p o l í t i c a s " , a g r e g u e m o s ) d e l
discurso basado e n l a m e d i c i n a .
U n e s p a c i o p r i v i l e g i a d o e n ese p r o c e s o d e m e d i -
calización es l a i n c l u s i ó n d e l a c o n d u c t a y l a c o n -
c i e n c i a d e l o s seres sociales y p o l í t i c o s e n u n a c l a -
sificación q u e , b a j o l a m á s c a r a d e o c u p a r s e d e l o s
42 MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T U

"trastornos de la vida m e n t a l " , oculta u n a distribu

c i ó n d e l o s s u j e t o s h u m a n o s e n c a t e g o r í a s psicopa?'
t o l ó g i c a s y l o s h a c e c l i e n t e s d e prácticas y discurso-
de u n c o n t r o l tutelar y disciplinario ejercido por (
a m o a través d e l a " c i e n c i a d e l c u e r p o " , d e su v i d a
s u m u e r t e , q u e es e l a p a r a t o o e l d i s p o s i t i v o m é d i c o
e n e l c u a l e l "disposiüvo p s i " q u e h e m o s d e definiif
p o d r á a p a r c a r . Es h o r a d e o c u p a r s e d e esas e m p r ,
sas t a x o n ó m i c a s , sus c a t e g o r í a s , sus c a m b i a n t e s ava
t a r e s , sus m e d i o s y sus f i n e s .
P a r a " m e d i c a l i z a r " es n e c e s a r i o a g i t a r e l f a n t a s m
d e l a e n f e r m e d a d {disease-mongering) c o m o riesgo
c o m o h o r i z o n t e d e l a v i d a . Esta o p e r a c i ó n se justífi
ca e n e l m a r c o d e l a m e d i c i n a d e l c u e r p o p e r o p r .
s e n t a o b s t á c u l o s c u a n d o se l e d e s p l a z a a los t e r r e n
de la salud y la e n f e r m e d a d m e n t a l .
¿Impera e n ellos e l c o n c e p t o clave, e l de " e n f
m e d a d " , cargado p o r u n a tradición a n t e r i o r a H i p
crates, t a l c o m o l a e n t i e n d e la m e d i c i n a c o n t e m p
r a n e a ? T a n t o a y e r c o m o h o y u n a " e n f e r m e d a d " , si
d e j a r d e ser u n " o b j e t o d e c o n o c i m i e n t o " , es d e c i
u n a creación e n e l c a m p o d e l l e n g u a j e , tiene uj
e t i o l o g í a c o n o c i d a o q u e se p u e d e i n v e s t i g a r c
m é t o d o s o b j e t i v o s y, si l a causa es d e s c o n o c i d a ,
p u e d e n r e c o n o c e r l o s m e c a n i s m o s p o r los q u e
p r o d u c e n los síntomas, p r e s e n t a u n a "patología
es d e c i r , u n a m o d i f i c a c i ó n a n a t ó m i c a e h i s t o l ó g i
que objetiva tanto la "realidad" c o m o la "entida
d e l a e n f e r m e d a d , q u e se p a l p a y se ve e n e l e x
m e n clínico (junto a la cama) o en el microscopio
se c o m p r u e b a m e d i a n t e d e t e r m i n a d o s " p a r á m e t r
c l í n i c o s " i n e q u í v o c o s tales c o m o p r u e b a s d e labo]
t o r i o , i m á g e n e s c o n técnicas derivadas de l a r a d i o l
g í a q u e m u e s t r a n l a e n f e r m e d a d y sus e s t r a g o s , u
MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A V I ^ C U L T U R A
43

" f i s i o p a t o g e n i a " q u e c o r r e l a c i o n a los c a m b i o s a n a t ó -

m i c o s o h i s t o l ó g i c o s c o n l o s s í n t o m a s y las m a n i f e s -
taciones objetivas, n n s i e m p r e posible "diagnóstico
diferencial" q u e p e r m i t e separar de m o d o diacrítico
a u n p r o c e s o d e t o d o s los d e m á s h a c i e n d o q u e , e n
p r i n c i p i o , n o se p u e d a a t r i b u i r m á s d e u n d i a g n ó s t i -
co a c a d a e n t i d a d m ó r b i d a q u e a f e c t a a u n s u j e t o . A
p a r t i r d e esos " d a t o s " se f u n d a n u n a a n t i c i p a c i ó n d e
la e v o l u c i ó n f u t u r a y los t r a t a m i e n t o s ( s i n t o m á t i c o s ,
quirúrgicos o etiológicos) q u e p e r m i t e n anticipar
una detención del proceso, u n a mejoría o u n a cu-
r a c i ó n c o n d é f i c i t o c o n restitutio ad integrum y c o m -
p a r a r los r e s u l t a d o s d e t e r a p é u t i c a s a l t e r n a t i v a s . E n
ese c o n j u n t o d e e l e m e n t o s se c o r p o r i z a e l A B C d e
las artes m é d i c a s y su a r r a i g o e n l a " c i e n c i a " d e l a
b i o l o g í a , c o n sus bases físicas y q u í m i c a s , así c o m o e l
éxito d e l a m e d i c i n a e n t a n t o q u e p r á c t i c a s o c i a l . E n
nuestro c a m p o , el que analizamos, el de l o " m e n t a l " ,
s i g u i e n d o l o s p a r á m e t r o s d e l a n e u r o l o g í a , se c o n s t i -
tuyó, d e s p u é s d e l a p r i m e r a m i t a d d e l s i g l o X I X , u n a
más t a r d e l l a m a d a " n e u r o p s i q u i a t r í a " q u e e s t i m u l a -
b a y e x p l o t a b a e l e q u í v o c o l i n g ü í s t i c o - a n a t ó m i c o : se
sufría d e " l o s n e r v i o s " , h a b í a " a t a q u e s d e n e r v i o s " y
las " e n f e r m e d a d e s d e l o s n e r v i o s " p o d í a n ser l l a m a -
das " n e u r o s i s " s i n q u e j a m á s e l s i s t e m a n e r v i o s o t u -
viese n a d a q u e v e r o q u e se p u d i e s e c o r r o b o r a r c o n
las m a n i f e s t a c i o n e s m ó r b i d a s q u e se atribuían a esas
e i i f e r m c d a d c s P o r eso es q u e e l e s t a t u t o m é d i c o

® E n m e d i c i n a l a s e n f e r m e d a d e s s o n t u m o r a l e s ( s u f i j o : ornas),
i n f e c c i o s a s e i n f l a m a t o r i a s ( s u f i j o : itis) y d e g e n e r a t i v a s ( s u f i j o :
osis). Neurosis h a d e e n t e n d e r s e , e n e l l é x i c o y s e g ú n l a e t i m o l o g í a ,
c o m o d e g e n e r a c i ó n d e l o s n e r v i o s y psicosis c o m o d e g e n e r a c i ó n
d e l a p s i q u e . E s e a r r a n q u e y a r r a i g o e n l a lingüística y e l v o c a b u -
l a r i o m é d i c o n u n c a d e j a r o n d e m a r c a r e l c a m p o d e l a psiquiatría.
 MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T U R A
44

d e l a psiquiatría es c u e s t i o n a d o : e l l a es u n a e t e r n a
p o s t u l a n t e a i n c l u i r s e e n él. V i v e e n l a f r o n t e r a : e l su-
f i j o iatros ( m é d i c o ) l e sirve d e p a s a p o r t e . . . p e r o n o
tiene visado de entrada c o n validez i n t e r n a c i o n a l .
U n a d i f e r e n c i a e s e n c i a l e n t r e l a psiquiatría y la
m e d i c i n a general deriva de la relación de u n a y otra
c o n las n o c i o n e s d e n o r m a l i d a d y a d a p t a c i ó n . L a
n o r m a l i d a d b i o l ó g i c a n o se d e f i n e s o l a m e n t e e n tér-
m i n o s estadísticos (las e n f e r m e d a d e s s o n " n o r m a l e s "
d e s d e u n p u n t o d e vista c u a n t i t a t i v o ; p o r e j e m p l o ,
las c a r i e s d e n t a l e s o los r e s f r i a d o s ) s i n o e n t é r m i n o s
d e i n t e g r i d a d d e los t e j i d o s y c o n s e r v a c i ó n d e l a ca-
pacidad de modificación f u n c i o n a l ante variaciones
ambientales (por ejemplo, el aparato cardiorrespi-
r a t o r i o e n condiciones de esfuerzo, c a m b i o de la al-
titud, e t c . ) . P e r o esas " n o r m a l i d a d e s " estadística y f i -
siológica son a m p l i a m e n t e cuestionables, peligrosas

¿ Q u é s e g a n a y q u é s e p i e r d e a l e q u i p a r a r necrosisy neurosis, cirrosis

y psicosis s e g ú n l o s s i g n i f i c a n t e s d a n a e n t e n d e r e n s u f u n c i ó n d e
e n g e n d r a r e l s i g n i f i c a d o ? ¿Nada s u c e d e o es q u e n o se a p r e c i a
e l s a l t o c o n c e p t u a l c u a n d o se e s c u c h a n l o s d i a g n ó s t i c o s d e las
" e n f e r m e d a d e s " : neuritis, neuromasy neurosis'? E l l e n g u a j e , b i e n s e
s a b e , e s l a l e y d e l a v i d a y q u i e n e s l o m a n e j a n , l o s técnicos, l o s ta-
x o n o m i s t a s , p u e d e n d e c i d i r , e n e l c a s o d e l a psiquiatría c o m o e n ,
e l d e l o s l e g i s l a d o r e s , l a m a r g i n a l i d a d d e q u i e n e s se a p a r t a n d e la
v i d a " n o r m a l " y las s a n c i o n e s q u e se a p l i c a n a los r e p r o b o s . C u e s -
tión d e p a l a b r E i s : l a s p a l a b r a s p r o d u c e n e f e c t o s s o b r e l o s c u e r p o s
a l o s q u e s e a p l i c a n . ¿ Q u é m e j o r e s e j e m p l o s ( d e estigmatización)
q u e las p a l a b r a s "neurótico", "psicótico", "alcohólico", " d r o g a d i c -
t o " , "débil m e n t a l " , etc. E n u n p r i n c i p i o , e n e l siglo X I X , l a n e u -
rosis e r a u n a e n f e r m e d a d d e l sistema nervioso y l a psicosis u n a
e n f e r m e d a d d e l a p s i q u e . F u e m á s t a r d e , e n e l s i g l o X X , c u a n d o se
equiparó l a n e u r o s i s c o n lo n o orgánico, m e n t a l , y l a psicosis c o n
la l o c u r a , supuestamente p o r u n a e n f e r m e d a d d e l cerebro cuya
p a t o l o g í a a ú n n o s e c o n o c í a p e r o s e acabaría p o r d e s c u b r i r . E f
s e n t i d o s e h a b í a i n v e r t i d o p e r o l o s e f e c t o s persistían.
MEDICALIZACIÓN D E L A V I D A Y L A C U L T L ] R . \
45
y p o r t a d o r a s de p r e j u i c i o s a m p l i a m e n t e sospechosos
d e c o l u s i ó n c o n e l p o d e r e s t a b l e c i d o c u a n d o se t r a t a
d e l " f u n c i o n a m i e n t o " p e r s o n a l y s o c i a l . ¿ Q u i é n es e l
n o r m a l y a partir de cuándo "tiene" u n "trastorno"
de la p e r s o n a l i d a d o de c u a l q u i e r o t r a variable psi-
cológica? Los criterios e n la m e d i c i n a g e n e r a l son
los d e r a n g o s e v a l u a b l e s e n t é r m i n o s fisiológicos; los
d e l a psiquiatría s o n r a n g o s s o c i o l ó g i c o s , c u l t u r a l e s
y, p a r a d e c i r l o r á p i d a m e n t e , p o l í t i c o s p u e s , e n este
caso, l a a t r i b u c i ó n d e " e n f e r m e d a d " es u n a c t o d e l a
polis-a. través d e u n o d e sus d i s p o s i t i v o s , e l d i s p o s i t i v o
psi a l q u e n a d i e escapa, n i s i q u i e r a sus a g e n t e s .
3. E L D I S P O S I T I V O D E L A S A L U D M E N T A L

DISPOSITIVO PSI
4í

I n s e n s i b l e m e n t e h e m o s p a s a d o a l a d e n u n c i a d e la
m e d i c a l i z a c i ó n y sus e f e c t o s e n e l c a m p o d e los tra:^
t o r n o s m e n t a l e s . Es e l m o m e n t o d e a c l a r a r u n apor-
te c o n c e p t u a l y t e r m i n o l ó g i c o n e c e s a r i o p a r a 1;
m e t a s q u e n o s p r o p o n e m o s e n esta o b r a . Siguiendq^
u n a p r o p u e s t a de M . F o u c a u l t q u e ya h e m o s discu
t i d o y c r i t i c a d o e n u n l i b r o r e c i e n t e ^ (allí p o r o t r ;
razones q u e n o c o n t r a d i c e n l o q u e a h o r a e x p o n d n
m o s ) r e c u r r i r e m o s a su c o n c e p t o d e " d i s p o s i t i v o
q u e —lamentémoslo— n u n c a t u v o u n a d e f i n i c i ó n p n
cisa p e r o q u e f u e r a p r e s e n t a d o a sus ( p o r entonces)^^
a m i g o s p s i c o a n a l i s t a s e n estos t é r m i n o s :

Intento ubicar bajo esta denominación a un conjunt

d e f i n i t i v a m e n t e h e t e r o g é n e o q u e i n c l u y e d i s c u r s o s , insi
tuciones, configuraciones arquitectónicas, d e c i s i o n e s r'
glamentarias, leyes, m e d i d a s administrativas, enunciada
científicos, p r o p o s i c i o n e s filosóficas, morales, filantrópv
c a s . E n r e s u m e n : c o s a s d i c h a s t a n t o c o m o n o d i c h a s ; ésto
son los e l e m e n t o s d e l dispositivo. E l dispositivo m i s m o e
la r e d q u e se establece e n t r e estos e l e m e n t o s .

^ N . A . B r a u n s t e i n , Kl inconsciente, ¿a técnica y el discurso capi\

lista, M é x i c o , S i g l o X X I , 2 0 1 2 .
2 M . F o u c a u l t , Omicarf ( 1 0 ) , París, N a v a r i n , 1 9 7 7 , p . 6 5 . R
p r o d u c i d o e n Dits et écrits, v o l . I I , París, G a l l i m a r d , 1 9 9 4 , p . 3 0 1 .

[46]
 DISPOSITIVO D E L A SALUD MENTAL 47

E n s u o p o r t u n i d a d s e ñ a l a m o s e l c a r á c t e r des-
criptivo, e m p í r i c o , de los dispositivos d e F o u c a u l t
y la posible multiplicación de los m i s m o s sin p o s i -
bilidad de diferenciar unos de otros p o r la laxitud
del concepto.^ E l consideró varios: de sexualidad,
disciplinarios, asistenciales, de alianza, de v e r d a d ,
de p o d e r . P o d r í a m o s c a e r e n u n a e n u m e r a c i ó n b o r -
gesiana c o n n c a t e g o r í a s c o n j e t u r a l e s y a r b i t r a r i a s .
N o s a d h e r i m o s a l c o n c e p t o p u e s l a i d e a n o s es útil
heurísticamente ( e n el s e n t i d o de p e r m i t i r n o s c o m -
prender de m a n e r a unitaria f e n ó m e n o s dispersos).
P e r m i t e b a u t i z a r y d i s e c a r u n " d i s p o s i t i v o psi" q u e
r e ú n e t o d o a q u e l l o q u e se r e c o n o c e p o r l a partí-
c u l a silábica m e n c i o n a d a : psiquiatría, p s i c o l o g í a ,
psicofarmacología, h o s p i t a l psiquiátrico, socieda-
des psiquiátricas, p s i c o p a t o l o g í a , p s i c o p e d a g o g í a ,
psicología l a b o r a l , etc., y otras d e n o m i n a c i o n e s q u e
s u p o n e n e l p r e f i j o tales c o m o s a l u d y c n f c i i n c d a d
m e n t a l , clasificación de los trastornos, p e r s o n a l i d a d
y sus disorders, e t c . L a d e s c r i p c i ó n p r o p u e s t a p o r
F o u c a u l t , l a q u e a c a b a m o s d e c i t a r , se a p l i c a a l a
p e r f e c c i ó n : e l dispositivo psi i n t e g r a e l e m e n t o s d i s -
cursivos y n o d i s c u r s i v o s , r e g l a m e n t o s , i n s t i t u c i o n e s ,
manuales de clasificación —agreguemos—, e d i f i c i o s , l i -
bros y cursos d e especialización, aparatos de d i f u -
sión, i d e o l o g í a , c ó d i g o s d e p r o c e d i m i e n t o s t é c n i c o s
y de relación c o n o t r o s dispositivos^ p o r e j e m p l o ,
el d e a l i a n z a ( l a f a m i l i a ) , e l d e l a s e x u a l i d a d , e l d e
las p r i s i o n e s , e l d e l a s a l u d e n g e n e r a l ( m e d i c i n a ) .

^ C l a s i f i c a r l o s d i s p o s i t i v o s sería t a n i m p o s i b l e c o m o c l a s i f i c a r
los o b j e t o s d e l a psiquiatría y p o r l a s m i s m a s r a z o n e s . F o u c a u l t
n u n c a s e p r o p u s o ( o s e e x p u s o ) a h a c e r l o y se l i m i t ó a n o m b r a r
a unos cuantos.
48 E L DISPOSITIVO D E L A SALUD MENTAl

e l j u r í d i c o - p o l í t i c o y p o l i c i a l , e l e d u c a t i v o , etcétera^;
E l d i s p o s i t i v o d e a l i a n z a , l a f a m i l i a , es, e n estt
sentido, ejemplar, pues constituye el marco d o n d
e m e r g e n los f e n ó m e n o s q u e l u e g o r e q u e r i r á n 1;
i n t e r v e n c i ó n d e l t é c n i c o p s i a r m a d o c o n sus catálc
gos d e n o s o l o g í a r e s p a l d a d o s p o r las i n s t i t u c i o n e i
n a c i o n a l e s e i n t e r n a c i o n a l e s . N u e s t r o —no d e F o ú í
c a u l t q u e p r e f i e r e h a b l a r d e " f u n c i ó n psi"—,^ nuest
" d i s p o s i t i v o p s i " i n c l u y e a t o d o s los s u s t i t u t o s discC
p l i n a r i o s d e l a f a m i l i a , i n c l u y e n d o e n su " f u n c i o n -
a l i n d i v i d u o p s i c o l ó g i c o m i s m o , eso q u e , e n e s t i i c t o
t é r m i n o s l a c a n i a n o s , p r e f e r i m o s l l a m a r c o n u n a p\
l a b r a m u y d i f u n d i d a y a l a vez r i g u r o s a : ''el sujeto''^
Según Foucault la "función psi" h a nacido de la m ^
d i c i n a p s i q u i á t r i c a , l a d o a l a d o c o n l a f a m i l i a y co
r e l a c i ó n a e l l a . Es c u a n d o a l g u i e n , u n s u j e t o , escap
a l a s o b e r a n í a d e l a f a m i l i a , c u a n d o se l o e n c i e r r a e
u n h o s p i t a l o se l o m a n d a a l c u a r t e l o a l c o n v e n t o
a l t a l l e r d o n d e a p r e n d e r á u n o f i c i o , c u a n d o se l o e
t r e n a p a r a q u e se r e f a m i l i a r i c e e n u n n u e v o a m b i e
t e , p a r a q u e v u e l v a a l r e d i l . E l s a b e r p s i se a c o m o
al sistema d i s c i p l i n a r i o q u e f u n c i o n a p a r a todos 1
i n d i s c i p l i n a d o s . D e s a r r o l l a sus i n s t r u m e n t o s d e
c i ó n , d e l i m i t a su j u r i s d i c c i ó n , m a r c a sus t e r r i t o r i o
e n l a e s c u e l a , l a c á r c e l , l a f á b r i c a , etc. P o r su p a r t
e n u n m o v i m i e n t o circular o en b a n d a de M o e b i
e l d i s p o s i t i v o se i n f i l t r a , c o n su v o c a b u l a r i o , sus té
n i c a s d e e n t r e n a m i e n t o , sus r e c o m e n d a c i o n e s , e n
dispositivo familiar m i s m o en el que pretende f u
clonar c o m o conservador de la "salud m e n t a l " y pr
s e r v a d o r d e los v a l o r e s d e l a n o r m a l i d a d c i u d a d a n a

M. Foucault [1973], Le pouvoir psychiatrique, op.cit.,

86-87.
 DISPOSITIVO D E L A SALUD MENTAl 49

crítica d e l a s o c i e d a d d i s c i p l i n a r i a , c o n sus m ú l t i -
ples d i s p o s i t i v o s i n t e r c o n e c t a d o s , h a b r á d e e j e r c e r s e
sobre l a i n s t i t u c i ó n f a m i l i a r m i s m a , f u n d a n t e d e l a
s u b j e t i v i d a d q u e se p r e t e n d e a u t ó n o m a . N o s i e m -
pre e l psicoanálisis h a s a b i d o e l u d i r l a t r a m p a d e l a
n o r m a t i v i d a d f a m i l i a r y eso h a d a d o l u g a r a críticas
certeras c o m o las d e T . W . A d o r n o {Minima moraliá)
en los a ñ o s c i n c u e n t a y las p o s t e r i o r e s d e G , D e l e u -
ze y F. G u a t t a r i e n l o s s e t e n t a (Antiedipo, Mil mesetas,
etcétera).
D e b e m o s r e i t e r a r q u e l a clasificación y e l d i a g -
nóstico p s i q u i á t r i c o s s o n a g e n t e s a c t i v o s e n e l s e n o
del d i s p o s i t i v o p s i : n o s o n actos " c i e n t í f i c o s " , " o b j e t i -
vos", s i n o p o s t u l a c i o n e s d o t a d a s d e u n a s i g n i f i c a c i ó n
moral y política q u e o p e r a n al m a r g e n de la c o n -
c i e n c i a o i n c o n c i e n c i a d e q u i e n e s las e f e c t ú a n . L o s
agentes q u e f u n c i o n a n d e n t r o d e l d i s p o s i t i v o d e l a
salud m e n t a l " n o s a b e n l o q u e h a c e n " e n l a m e d i d a
en q u e se p e r c i b e n a sí m i s m o s c o m o t é c n i c o s q u e
u t i l i z a n las h e r r a m i e n t a s q u e se les h a n a s i g n a d o
sin c u e s t i o n a r las c o n d i c i o n e s sociales d e esa a p l i -
c a c i ó n y su l u g a r e n e l d i s p o s i t i v o . Casi s i e m p r e l o s
funcionarios psi p i e n s a n y s i e n t e n q u e actúan c o m o
operarios f o r m a d o s p o r la universidad q u e c u m p l e n
b u e n a m e n t e c o n e l t r a b a j o q u e se les e n c o m i e n d a y
aplican c o n o c i m i e n t o s respaldados p o r investigacio-
nes y p o r a u t o r i d a d e s c o m p e t e n t e s q u e s a n c i o n a r o n
p o r a d e l a n t a d o l o s p r o c e d i m i e n t o s u s a d o s p a r a diag-
nostican l a e n t r e v i s t a , los c u e s t i o n a r i o s y las p r u e b a s
de p e r s o n a l i d a d y p a r a tratar a l o s " p a c i e n t e s " : i n -
ternamientos v o l u n t a r i o s o n o , psicoterapias, psico-
fármacos, p r o c e d i m i e n t o s c o g n i t i v o - c o n d u c t u a l e s ,
i n c l u s o psicoanálisis o r d e n a d o c o m o " t r a t a m i e n t o " .
L a " o b j e t i v i d a d " d e l d i a g n ó s t i c o y su c l a s i f i c a c i ó n n o
5^ E L D I S P O S I T I V O D E L A S A L U D M E N T

d e p e n d e d e l " o b j e t o " clasificado sino q u e surge d

a c u e r d o e n t r e los e x p e r t o s d i p l o m a d o s q u e f u e r
f o r m a d o s según el " m o d e l o b i o m é d i c o " a u n q u e , e
e l caso d e l a p s i q u i a t r í a , c o m o s a b e m o s , f a l t e n si
temáticamente elementos probatorios de la valid
d e l a e n t i d a d m ó r b i d a , se sepa d e l a f a l t a d e c o n f i
b i l i d a d d e los d i a g n ó s ü c o s y a u n q u e t o d a s las p r u
bas d e p e n d a n d e l a s u b j e t i v i d a d d e l m é d i c o e n
m o m e n t o d e e m i t i r su d i c t a m e n . E l d i a g n ó s t i c o n
se e n c u e n t r a , se e m i t e : es u n a c t o p e r f o r m a t í v o e
d o n d e l a p a l a b r a h a c e a l a cosa q u e n o m b r a y h a c ^
a l s u j e t o q u e l o r e c i b e t r a n s f o r m á n d o l o e n o t r o re
p e c t o al q u e era antes, a m e n u d o estigmatizándol
Es u n a s e n t e n c i a . P o c a s veces se t i e n e e n c u e n t a quí
e l " m o d e l o b i o m é d i c o " es, e n r e a l i d a d , e l m o d e l í
j u r í d i c o b a s a d o e n l a e n c u e s t a s o b r e e l caso, l a de<
sión d e l j u e z y l a imposición de u n a prescripción
penitencia f o r m u l a d a "por el b i e n d e l reo y de la s
c i e d a d " . C a d a d í a está m á s l i m i t a d o e l d e r e c h o a nsj
s o m e t e r s e a l d i c t a d o y a l d i c t a m e n , a l a prescripción
( f a r m a c o l ó g i c a ) , d e l e s p e c i a l i s t a . L a f u n c i ó n d e l si
t e m a c l a s i f i c a t o r i o es l a d e u n c ó d i g o c o m p a r a b l e
f o r m a y c o n t e n i d o al c ó d i g o penal, al civil, al de pr
cedimientos según distribuciones de jurisdicción. I|
casuística se h a d e a j u s t a r a las p r e s c r i p c i o n e s dí
c ó d i g o o d e l c a t á l o g o d e artículos e i n c i s o s q u e corq
t i t u y e n u n m a n u a l . Así c o m o l o s c ó d i g o s s o n l a b a
d e l d i s p o s i t i v o j u r í d i c o , los m a n u a l e s estadísticos^
d e clasificación son l a p i e d r a f u n d a m e n t a l d e l di
positivo psi.
L a s c o n s e c u e n c i a s d e l j u i c i o p s i p u e d e n ser estr
m e c e d o r a s c u a n d o e l p s i q u i a t r a y sus c o l a b o r a d o r
están h a b i l i t a d o s p a r a aislar y e n c e r r a r a l p a c i e n
e n i n s t i t u c i o n e s s i n o c o n t r a su c o n s e n t i m i e n t o

ü
EL DISPOSITIVO D E SALUD MENTAL

p o r e l tiempo i n d e f i n i d o e n q u e e l m é d i c o t r a t a n t e
resuelva, s e g ú n c i e r t a s m e t a s " t e r a p é u t i c a s " q u e s ó l o
él c o n o c e y e n fimción d e u n a e v a l u a c i ó n q u e t i e n e ,
supuestamente, c o m o c r i t e r i o p r i v i l e g i a d o el de la
" p e l i g r o s i d a d " d e l t r a s t o r n a d o p a r a sí m i s m o o p a r a
los d e m á s . "Es m e j o r p r e v e n i r q u e c u r a r " , p o r l o
t a n t o , es m e j o r h o s p i t a l i z a r d e m á s q u e d e m e n o s y
medicar de más q u e de m e n o s . E l f a n t a s m a d e l l o c o
h o m i c i d a , a m p l i a m e n t e d i f u n d i d o p o r los m e d i o s e
i m p r e g n a d o en la c u l t u r a occidental, a t o r m e n t a a
los p s i q u i a t r a s d e s d e q u e n a c i e r o n c o m o " a l i e n i s t a s "
a comienzos d e l siglo X I X .
N o c o n o z c o las estadísticas l a t i n o a m e r i c a n a s p e r o
p u e d o e n t e r a r m e d e q u e e n e l R e i n o U n i d o las a d -
misiones compulsivas en instituciones de salud m e n -
tal e n t r e 1984 y 1996 r e p r e s e n t a r o n e l 6 3 % d e l t o t a l
de las i n t e r n a c i o n e s . E n l a a c t u a l i d a d las d o s t e r c e -
ras p a r t e s d e las c a m a s p a r a " e n f e r m o s m e n t a l e s " e n
I n g l a t e r r a están o c u p a d a s p o r i n t e r n a d o s s i n c o n -
s e n t i m i e n t o y las c i f r a s m u e s t r a n q u e c o n s t a n t e m e n -
te se r e d u c e e l n ú m e r o d e c a m a s p a r a p a c i e n t e s v o -
l u n t a r i o s y a u m e n t a e n u n a p r o p o r c i ó n aíin m a y o r
el p o r c e n t a j e r e s e r v a d o p a r a los c o n f i n a d o s . ^ Se a v i -
z o r a u n a n u e v a e r a d e " i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n " d e los
t r a s t o r n a d o s . L a l i t e r a t u r a e n e s p a ñ o l es escasa p e r o
la r e d está s a t u r a d a d e i n f o r m a c i o n e s y d i s c u s i o n e s
sobre e l i n c r e m e n t o p e r m a n e n t e y e n t o d a s las so-
ciedades o c c i d e n t a l e s d e l o q u e se l l a m a e n i n g l é s
''involuntary admissions"" o, más e x a c t a m e n t e ''compxil-

^ P . K e o w n et al., " A s s o c i a t i o n b e t w e e n provisión o f m e n t a l

illness b e d s a n d r a t e o f i n v o l u n t a r y a d m i s s i o n s i n t h e N H S i n
E n g l a n d 1 9 8 8 - 2 0 0 8 . E c o l o g i c a l s t u d y " , BMJ, 2 0 1 1 , j u l i o 5; 3 4 3 :
d3736. doi: 1 0 . 1 1 3 6 / b m j . d3736.
 EL DLSPOSniVO DELA SALUD MENTAL
5^
sory commitments^ e n e s p a ñ o l , " i n t e r n a i n i e n t o s forza-
d o s " q u e n o d e j a n d e r e c o r d a r a l G u l a g . S i e m p r e se
usa l a m i s m a e x p l i c a c i ó n : es n e c e s a r i o i m p l e m e n t a r
m e d i d a s c o e r c i t i v a s p u e s e l s u j e t o n o se d a c u e n t a
d e su s i t u a c i ó n y d e q u e c o n s t i t u y e u n p e l i g r o p a r a sí
m i s m o o p a r a los o t r o s . N o r m a l m e n t e e l r é g i m e n j u -
rídico p e r m i t e que el i n t e r n a d o reclame la interven-
c i ó n d e u n a g e n t e d e l p o d e r j u d i c i a l p e r o él d e b e
i n t e r v e n i r y d e c i d i r si e l i n t e r n a m i e n t o p r o c e d e en
u n p l a z o q u e es p o r l o c o m ú n , d e n o m e n o s d e siete
días y, si c o r r e s p o n d e , h a b r á d e q u e d a r c o n f i n a d o
p o r u n p e r i o d o d e h a s t a sesenta días q u e p u e d e n ser
p r o r r o g a d o s s e g ú n e l j u i c i o d e los m é d i c o s t r a t a n -
tes p o r o t r o s sucesivos p e r i o d o s d e sesenta días sin
especificar e n qué m o m e n t o y c u m p l i e n d o q u é con-
d i c i o n e s se s u s p e n d e r í a e l c o n f i n a m i e n t o . E l título
d e u n s e m i n a r i o d e F o u c a u l t l o d i c e d e l m o d o más
tajante: " H a y q u e d e f e n d e r a l a sociedad"^ ( d e l i n n o -
m i n a d o e n e m i g o potencial,d e l e n f e r m o mental, del
a n o r m a l , d e l t r a s t o r n a d o ) . Es i n t e r e s a n t e r e c o r d a r ,
a m o d o d e p r i m e r e j e m p l o , q u e e n l a m a y o r í a d e los
países, a n t e s d e q u e a l g u i e n sea c o n f i n a d o , e l Estado^
d e b e p r o b a r q u e l a p e r s o n a "está m e n t a l m e n t e e n -
f e r m a y q u e , d e b i d o a esa e n f e r m e d a d , es p o s i b l e q u e
se d a ñ e a sí m i s m a o a o t r o s si se l e d e j a e n l i b e r t a d " .

^ M. Foucault, faut défendre la sociét€\s a u C o U é g e d e

F r a n c e , 1 9 7 6 - 1 9 7 7 , París, S e u i l / G a l l i m a r d , 1 9 9 7 . E n e s p a ñ o l : De-
fender la sociedad, B u e n o s A i r e s , F C E , 2 0 0 0 , t r a d . d e H . P o n s , h o r r i -
b l e d e s d e e l título m i s m o , s e g ú n p u e d e c o m p r o b a r q u i e n c o m p a -
r e e l o r i g i n a l , e n t r e c o m i l l a s , y e l d e l a versión e s p a ñ o l a , s i n ellas.
E n e s p e c i a l h a b r á q u e d e t e n e r s e e n l a c l a s e d e l 17 d e m a r z o d e
1 9 7 6 , p p , 2 1 7 - 2 3 8 , c e n t r a d a e n e l t e m a d e l a biopolítica q u e utiliza-
r e c u r s o s t e c n o l ó g i c o s d i s c i p l i n a r i o s c o m o i n s t r u m e n t o s p a r a r<
guiar el cvierpo y l a vida social de los ciudadanos.
E L D I S P O S I T I V O DF. l A S A L U D M E N T A L
53
A u n q u e los p a c i e n t e s i n t e r n a d o s d e m a n e r a i n v o -
l u n t a r i a t i e n e n teóricamente el d e r e c h o legal de re-
husar l a i n t e r v e n c i ó n m é d i c a , e l q u e r e h u s e n t o m a r
m e d i c a m e n t o s o p a r t i c i p a r e n o t r o s t r a t a m i e n t o s es
r e g i s t r a d o p o r e l e q u i p o t r a t a n t e y las d e c i s i o n e s d e
los t r i b u n a l e s se i n c l i n a n f u e r t e m e n t e a r e s p a l d a r e l
dictamen técnico del personal del hospital, dando
p o c o l u g a r y p o c o p e s o a las m a n i f e s t a c i o n e s d e l p a -
c i e n t e e n esas a u d i e n c i a s . E n e l caso Kansas v. Hen-
drícks, l a S u p r e m a C o r t e d e E s t a d o s U n i d o s r e s o l v i ó
que e l i n t e r n a m i e n t o f o r z a d o es c o n s t i t u c i o n a l i n -
d e p e n d i e n t e m e n t e d e q u e se p r a c t i q u e a l g u n a clase
de " t r a t a m i e n t o " . ^ E l p a c i e n t e p o d r í a a l e g a r q u e n o
r e s p o n d e a los e x p e r t o s p u e s c u a l q u i e r p a l a b r a q u e
dijese p o d r í a i n c r i m i n a r l o p e r o , si así l o h i c i e s e , los
e x p e r t o s ratificarían q u e e l m u t i s m o es u n a p r u e b a
a d i c i o n a l d e su e s t a d o tras t o r n a d o , d e su a l i e n a c i ó n .
U n d o c u m e n t o y u n caso q u e , a l r e d a c t a r este t e x -
to es d e c a n d e n t e a c t u a l i d a d , n o r e s u e l t o p o r l a j u s t i -
cia a u n a l c o m e n z a r e l a ñ o 2 0 1 3 , es e l d e l a p s i q u i a t r a
de M a r s e l l a ( F r a n c i a ) D a n i e l e C a n a r e l l i , c o n d e n a d a
a u n a ñ o d e p r i s i ó n e n s u s p e n s o e l 20 d e d i c i e m b r e
de 2012 p o r u n t r i b u n a l c i v i l p o r h o m i c i d i o i n v o l u n -
t a r i o tras e l a s e s i n a t o d e u n o c t o g e n a r i o p o r u n p a -
c i e n t e e s q u i z o f r é n i c o (Joél G a i l l a r d ) q u e e l l a d e b í a

^ " P s y c h o l o g i c a l E v a l u a t i o n for the C o u r t s , S e c o n d E d i t i o n —

A H a n d b o o k for M e n t a l H e a l t h P r o f e s s i o n a l s a n d L a w y e r s — 9.04
Special S e n t e n c i n g Provisions (b) S e x u a l O f f e n d e r Statutes".
G u i l f o r d . c o m . C o n s u l t a d o e l 19 d e d i c i e m b r e d e 2 0 1 2 . <www.
nmha.org/go/position-statements/p-36>.
U n d o c u m e n t o e s t r e m e c e d o r d e e s t a situación d e l p r o f e s i o -
nal de l a m e n t e e n los c a s o s d e internación c o m p u l s i v a es e l texto
p u b l i c a d o e n 2 0 0 5 a c e r c a de las f u n c i o n e s d e psicólogos y psi-
quiatras e n los t r i b u n a l e s : < w w w . g u i I f o r d . c o m / c g i - b i n / c a r t s c r i p t .
cgi?page=etc/courts_updates.html&:cart_id=#part_two>.
54 D I S P O S I T I V O D E iJK S A L U D MENTAL

t r a t a r y q u e se f u g ó d e l h o s p i t a l e n e l c u r s o d e u n a l
e n t r e v i s t a c o n e l l a , 2 0 días a n t e s d e l crimen.*^ ^ E l l
a s e s i n o f u e c o n s i d e r a d o i n i m p u t a b l e e n r a z ó n d e su
c o n d i c i ó n de e n f e r m o , p e r o la d o c t o r a fue conde-
n a d a p o r u n a d e m a n d a i n i c i a d a p o r los h i j o s d e la 1
v í c t i m a . E n su s e n t e n c i a e l t r i b u n a l e n c o n t r ó q u e la
p s i q u i a t r a c o m e t i ó m u c h a s equivocaciones, rotula-1
das c o m o faltas c u l p o s a s . E l p r e s i d e n t e d e l t r i b u n a l
de Marsella afirmó que "no puede haber i m p u n i d a d
d e p r i n c i p i o p o r q u e l a o p i n i ó n p ú b l i c a n o l o tole-
r a " . E n d e f i n i t i v a , l a " o p i n i ó n p ú b l i c a " (¿existe tal
cosa?) e x i g e u n c h i v o e x p i a t o r i o . C a b e p r e g u n t a r :
¿ q u é s u c e d e si u n j u e z d e c r e t a l a a b s o l u c i ó n d e u n
e n c a u s a d o y éste, u n a vez e n l i b e r t a d , c o m e t e u n cri-
m e n ? ¿ H a b r á q u e c o n d e n a r a l j u e z ? E o n o t a b l e en
e l caso C a n a r e l l i es q u e l a d e f e n s a n o r e c h a z ó las^
i m p u t a c i o n e s s i n o q u e a d m i t i ó q u e l a s e n t e n c i a "se-;
ría c o m p r e n s i b l e si e l c r i m e n se h u b i e s e c o m e t i d o f
i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s d e l a f u g a p e r o q u e , veinté|
días d e s p u é s , y a p a s a r o n m i l a c o n t e c i m i e n t o s e n la|
v i d a d e l p a c i e n t e " . P o r c i e r t o q u e esta c o n d e n a dé|
l a p s i q u i a t r a n o se p r o m u l g ó s i n q u e intervinierafíf
o t r o s p s i q u i a t r a s q u e o p i n a r o n e n su c o n t r a y s o »
t u v i e r o n q u e se h a b í a n c o m e t i d o diversas faltas eíl|
e l m a n e j o d e l caso; e n e s p e c i a l , q u e n o se habían!
•i"

p r e s c r i t o a l p a c i e n t e n e u r o l é p t i c o s d e a c c i ó n pro-^
l o n g a d a q u e h u b i e s e n i m p e d i d o e l pasaje a l a c t o yl
sus trágicas c o n s e c u e n c i a s . L a d o c t o r a C a n a r e l l i fufe^
4
'•I
^ C o n s u l t a r l a d o c u m e n t a c i ó n y l a s o p i n i o n e s s o b r e e l casój
e n el periódico Monde úe París, e d i c i o n e s d e l 14 d e n o v i e m b r e ^
18 y 2 0 d e d i c i e m b r e d e 2 0 1 2 .
^ E l c a s o n o está s a l d a d o p u e s l a e n c a u s a d a , d o c t o r a C a n ;
l l i , a s e s o r a d a p o r e l s i n d i c a t o d e p s i q u i a t r a s , h a a p e l a d o l a sentei
cia. L a j u s t i c i a d e b e e m i t i r s u fallo próximamente.

ü
EL DISPOSITIVO D E L A SALUD MENTAL t-

c o n d e n a d a p o r a f e r r a r s e a sus c o n v i c c i o n e s " f r e n t e
al e n i g m a d e su p a c i e n t e " e n l u g a r d e r e f e r i r e l caso
a o t r o p s i q u i a t r a y d e o b s t i n a r s e e n i r c o n t r a las o p i -
n i o n e s c o n c o r d a n t e s d e sus c o l e g a s a c o r d a n d o a l
paciente u n a salida p r o v i s i o n a l d e larga d u r a c i ó n .
Los j u e c e s d e t o d o s m o d o s r e c o n o c e n q u e " e l r i e s -
go c e r o y l a p r e d e c i b i l i d a d n o e x i s t e n " , q u e " l a p s i -
quiatría n o es u n a c i e n c i a e x a c t a " p e r o q u e d e t o d o s
m o d o s la j u s t i c i a d e b e i n t e r v e n i r y s a n c i o n a r a u n
culpable. " H a y q u e defender a la sociedad." ¿Quién
nos d e f e n d e r á d e sus defensores?
U n caso s i m i l a r es e l d e l a d o c t o r a L y n n F e n t o n ,
psiquiatra q u e atendía a u n p a c i e n t e q u e , e n u n a d e
esas a c o s t u m b r a d a s m a t a n z a s p o r p a r t e d e p i s t o l e r o s
armados, e n A u r o r a , estado de C o l o r a d o , e n 2 0 1 1 ,
mató a u n v e t e r a n o de l a m a r i n a e s t a d u n i d e n s e q u e
asistía a u n a f u n c i ó n d e c i n e y a o t r o s o n c e c i u d a d a -
nos a d e m á s d e d e j a r h e r i d o s a o t r o s 5 8 ( l a p e l í c u l a ,
incidentalmente, era u n a de B a t m a n ) . L a viuda d e l
soldado h a i n i c i a d o u n j u i c i o c o n t r a l a psiquiatra y
contra la U n i v e r s i d a d de C o l o r a d o d o n d e ella tra-
bajaba, p o r n o h a b e r r e c l u i d o a l a s e s i n o e n u n h o s -
p i t a l p s i q u i á t r i c o d e s p u é s q u e él h a b í a d i c h o a l g u -
ñas s e m a n a s a n t e s q u e se i m a g i n a b a m a t a n d o a u n
montón de gente ( i n c i d e n t a l m e n t e también, agre-
guemos q u e el pistolero era u n estudiante de n e u r o -
ciencias q u e h a b í a s i d o r e p r o b a d o e n u n e x a m e n )
E n o t r o caso, e n s e n t i d o i n v e r s o , e n e l e s t a d o d e
Indiana,^ ^ los padres de u n a adolescente i n i c i a r o n

K. C o f f m a n , A c c u s e d G u n m a n ' s Psychiatrist S u e d O v e r K i -
l l i n g s , Medscape News, e n e r o 1 5 , 2 0 1 3 .
R . W . P i e s , " B e f o r e t h e b u l l e t s fly, c a n w e i n t e r v e n e w i t h
t r o u b l e d a d o l e s c é n t s ? , Medscape Psychiatry, e n e r o 8, 2 0 1 3 .
56 E L DISPOSITIVO D E L A SALUD MENTAL

u n p r o c e d i m i e n t o l e g a l c o n t r a u n a e s c u e l a p o r per-?
m i t i r u n e x a m e n de salud m e n t a l a su h i j a sin tomar '
e n c u e n t a e l d e r e c h o a l a p r i v a c i d a d y los d e r e c h o s
p a r e n t a l e s . L a r e c o m e n d a c i ó n q u e se h a c e a los psi-
q u i a t r a s es l a d e c o n s u l t a r c o n u n a b o g a d o antes de
a c t u a r p u e s p u e d e n ser j u z g a d o s p o r i n t e r v e n i r de-
masiado o demasiado poco.
¿ Q u é s i g n i f i c a n estos casos, q u é n o s i n d i c a n , en
r e l a c i ó n c o n n u e s t r o t e m a d e l a psiquiatría e n el
m u n d o c o n t e m p o r á n e o y d e l l u g a r d e l diagnóstico
e n l a clasificación d e las personas? E l p s i , especialista
e n t r a s t o r n a d o s , d e b e estar e n c o n d i c i o n e s d e per-
catarse d e los r i e s g o s q u e i m p l i c a l a p o s i b l e c o n -
d u c t a a n t i s o c i a l d e sus p a c i e n t e s y d e b e i n d i c a r la
s o l u c i ó n t é c n i c a c o r r e s p o n d i e n t e . E n e l p r i m e r o de
estos casos, p r e s c r i p c i ó n d e n e u r o l é p t i c o s d e a c c i ó n
p r o l o n g a d a , que r e f u e r z a n e n el p ú b l i c o aunque^
los m e d i o s se c u i d e n d e d i f u n d i r l a , l a i d e a t a n e^&J
p a n d i d a d e q u e esos m e d i c a m e n t o s s o n "chaleco&l
d e f u e r z a q u í m i c o s " . Si e l p s i q u i a t r a f a l l a y d e j a d^l
p r e s c r i b i r esas d r o g a s q u e —a n o olvidar— s o n caras yj
p r o d u c e n casi e n t o d o s los casos e f e c t o s s e c u n d a r i o s !
q u e p u e d e n ser m u y severos, él será r e s p o n s a b l e d e j
" n o h a b e r d e f e n d i d o a l a s o c i e d a d " y s u p r o p i a con-J
d u c t a p r o f e s i o n a l p o d r á ser j u z g a d a c o m o delictívaf
( ¿ h a b r á a l g u n a d r o g a q u e los h a g a " t r a b a j a r " biei|L|
e n e l c u m p l i m i e n t o d e s u d e b e r ? ) . U n a sentencia^
c o m o l a a p l i c a d a e n M a r s e l l a es u n p o d e r o s o men-J
saje a l o s e n c a r g a d o s d e l a s a l u d m e n t a l : h a c e saber J
a t o d o s l o s p r o f e s i o n i s t a s q u e d e b e n p r o t e g e r s e dej
sanciones jurídicas, m o n e t a r i a s o i n c l u s o corporales;
p r e s c r i b i e n d o esas d r o g a s d e a l t o p r e c i o . . . c o n Id
c u a l los a c c i o n i s t a s d e las c o m p a ñ í a s f a r m a c o l ó g i c :
p u e d e n regocijarse al ver a u m e n t a r los r e n d i m i e r f
 DISPOSITIVO D E L A SALUD MENTAL 57

tos d e l c a p i t a l i n v e r t i d o . E n e l s e g u n d o caso, e l d e
C o l o r a d o , l a p s i q u i a t r a es p r o c e s a d a p o r n o h a b e r
internado al estudiante u n mes antes de c o m e t e r el
c r i m e n , i n t e r n a d o d u r a n t e u n p e r i o d o q u e n o se
especifica y, s e g u r a m e n t e , t a m b i é n , p a r a q u e r e c i -
biese e n e l h o s p i t a l esa m e d i c a c i ó n e s t u p e f a c i e n t e .
E n e l t e r c e r caso, e l d e I n d i a n a , l a a c u s a c i ó n es l a
de a u t o r i z a r p r o c e d i m i e n t o s d i a g n ó s t i c o s q u e v i o l a n
los d e r e c h o s c i v i l e s y q u e , p o r o t r a p a r t e , c a r e c e n
de o b j e t i v i d a d y d i f í c i l m e n t e s i r v a n p a r a a l g o c o m o
n o sea p a r a f a c t u r a r servicios. ( E n r e a l i d a d , i m p o r -
ta p o c o q u e esos p r o c e d i m i e n t o s sean a u t o r i z a d o s
o n o p o r los " t e s t a d o s " , " e s c a n e a d o s " y " e s c r i n e a d o s
[screeningl" e n t a n t o se les h a c e a c e p t a r o c r e e r q u e
son " ú t i l e s " ) .
H a y espectros (j[\xe: a c e c h a n las a c t i v i d a d e s d e los p s i .
N i n g u n o es más espectacular ( m i s m a e t i m o l o g í a ) q u e
el d e l a r e l a c i ó n e n t r e e n f e r m e d a d m e n t a l y c r i m i n a -
l i d a d . E l f a n t a s m a d e l l o c o q u e d e b e ser a p r i s i o n a d o
antes o d e s p u é s d e c o m e t e r su c r i m e n , o r a e n u n a
cárcel o r a e n u n m a n i c o m i o , m e j o r e n u n h o s p i t a l
psiquiátrico e s p e c i a l p a r a d e l i n c u e n t e s , está e n e l
f u n d a m e n t o m i s m o d e l a psiquiatría y eso s u c e d e así
desde l a p r i m e r a m i t a d d e l s i g l o X I X c u a n d o se c o m -
puso e i m p u s o e l m a r b e t e de "manía h o m i c i d a " .
H o y e n día, a n t e l a proliferación de los ataques a
la p o b l a c i ó n i n d e f e n s a e n E s t a d o s U n i d o s y a n t e l a

M. Foucault [1977, conferencia e n T o r o n t o ] , " E l funciona-

m i e n t o d e l a psiquiatría m o d e r n a está v i n c u l a d o a l a asociación
entre l o c u r a y m u e r t e q u e n o f u e e s t a b l e c i d a científicamente s i n o
más b i e n r e p r e s e n t a d a d e u n m o d o s i m b ó l i c o e n l a f i g u r a d e l a
manía h o m i c i d a " . " T h e D a n g e r o u s I n d i v i d u a l " , e n Politics, Philo-
sophy. Culture, L o n d r e s , R o u t í e d g e , 1 9 9 0 , p . 1 3 5 . R e p r o d u c i d o e n
Dits et écrits, v o l . I I , op. dt., p p . 4 4 3 - 4 6 4 .
 EL D I S P O S I T I V O D E LA SAIT J D M E N T A L

n e c e s i d a d p o l í d c a d e c o n t r o l a r a los p i s t o l e r o s n a
es m á s p o p u l a r q u e l a i d e a d e l l e v a r u n r e g i s t r o d e l
pasado psiquiátrico de la p o b l a c i ó n y de alertar s
b r e los t r a s t o r n a d o s p e l i g r o s o s a los q u e h a b r í a q u e -
m e d i c a r d e m o d o p e r m a n e n t e y cuyos m o v i m i e n t o f l
d e b e r í a n ser l i m i t a d o s a l p u n t o d e c o n f i n a r l o s eiíf
instituciones d o n d e recibirían el c o n d i g n o t r a t ^ l
m i e n t o . D e p o c o sirve a r g u m e n t a r q u e los l l a m a d a s ^
e n f e r m o s m e n t a l e s s o n m á s b i e n las víctimas q u e l o ^
p e r p e t r a d o r e s d e crímenes,*^ q u e los asesinos violen»!
tos p o c a s veces h a n p a s a d o p o r las m a n o s d e los ps^
y q u e se estarían v i o l a n d o los d e r e c h o s d e m i l l o n e S f
d e p e r s o n a s s o b r e l a base d e sospechas a d e m á s dí
e s t i g m a t i z a r a los q u e c a r g a n c o n r ó t u l o s d e t r a s t o
n o s d e p e r s o n a l i d a d o a n t e c e d e n t e s psiquiátric
l i m i t a n d o sus p o s i b i l i d a d e s e d u c a c i o n a l e s y labc!^
rales. H a y u n p r o c e s o d e " c h i v a t i z a c i ó n " q u e es
p s i q u i a t r i z a c i ó n d e l c r i m e n . Se p o n e e n m a r c h a
c o n j u n t o de tecnologías de dominación que n o s
médicas n i higiénicas sino q u e p a r t i c i p a n d e l p r o
so g e n e r a l d e c o n t r o l y r e p r e s i ó n p o l i c i a l y p o l í t i c
L a p a r a n o i a e n c u e s t i ó n n o es l a d e los " e n f e r m o
s i n o l a d e u n a p o b l a c i ó n m a n i p u l a d a p o r los m e d i
y l a d e u n a p a r a t o j u r í d i c o d e s o r i e n t a d o q u e n o sa
c ó m o enfrentar la violencia creada p o r el propi
a m b i e n t e c u l t u r a l c o n su i n c i t a c i ó n a l a g u e r r a , c
su g l o r i f i c a c i ó n d e l c r i m e n y d e las h a z a ñ a s d e 1

B a r a c k O b a m a , p r e s i d e n t e d e E s t a d o s U n i d o s , e l 16 d e e n
ro d e 2013, advirtiendo el peligro p e r o sin saber c ó m o enfren
l o : " D e b e m o s a s e g u r a r n o s d e q u e l o s p r o f e s i o n a l e s d e l a salii
m e n t a l c o n o z c a n sus o p c i o n e s p a r a i n f o r m a r d e a m e n a z a s de
lencia aunque reconozcamos que alguien con u n a enfermed
m e n t a l e s m á s p o s i b l e q u e s e a l a víctima d e u n c r i m e n v i o l e
que su perpetrador".
 DISPOSITIVO D E 1^ SAIIJD MENTAl. 59

h é r o e s p e n t a g o n a l e s q u e i n v a d e n países y l u e g o r e -
gresan d e s t r o z a d o s c o m o " v e t e r a n o s " a p r e g o n a r sus
valores r e f r e n d a d o s e n los c a m p o s d e b a t a l l a c u a n -
d o n o a s u i c i d a r s e c o m o d e m u e s t r a n las estadísticas
d e s p u é s d e r e c i b i r el d i a g n ó s t i c o y e l t r a t a m i e n t o
p o r " t r a s t o r n o d e estrés p o s t r a u m á t i c o " (PlSD).
Los "pacientes" (anormales, trastornados) d e b e n
ser j u z g a d o s —como d i c t a m i n a l a p a r a n o i a c o n t e m -
poránea— n o p o r l o q u e h a n h e c h o s i n o p o r e l r i e s -
go d e l o q u e p o d r í a n h a c e r . P u e s t o q u e e l l o s s o n
" p e l i g r o s o s " , es p e l i g r o s o q u e se e n c u e n t r e n c o n u n
profesionista r e n u e n t e a encerrarlos e n u n a institu-
c i ó n o d o t a r l o s d e u n a c o r a z a f a r m a c o l ó g i c a y será
p e l i g r o s o q u e , si los t r a t a m i e n t o s n o h a n p r o c u r a d o
la s o l u c i ó n p r e v e n t i v a e s p e r a d a p a r a i m p e d i r e l p a -
saje a l a c t o h o m i c i d a o s u i c i d a , n o h a y a u n t r i b u n a l
que castigue al i n t e r m e d i a r i o social, al f u n c i o n a r i o
de l a n o r m a q u e es e l p s i q u i a t r a a r m a d o d e sus m e -
d i c a m e n t o s " d e a c c i ó n p r o l o n g a d a " d e los q u e h a -
brá q u e a s e g u r a r s e q u e e l s u j e t o h a r e c i b i d o a u n s i n
su c o n s e n t i m i e n t o , s i e n d o p r e f e r i b l e l a i n y e c c i ó n
a l a i n g e s t i ó n o r a l , t a n fácil d e b u r l a r o d e o m i t i r .
La "peligrosidad" que justifica medidas precauto-
rias ¿ c u á n d o e m p i e z a ? C u a l q u i e r a c o n e x p e r i e n c i a
clínica sabe q u e las g a n a s d e a g r e d i r v i o l e n t a m e n t e
y d e m a t a r están p r e s e n t e s e n m i l l a r e s d e c o n s u l -
tantes a s e r v i c i o s d e s a l u d m e n t a l y e n m i l l o n e s d e
seres q u e c i r c u l a n p o r las calles y q u e s o n t a n (a)
normales c o m o cualquiera, q u e p r o f e r i r amenazas
c o n t r a q u i e n e s se i n t e r p o n e n e n e l c a m i n o d e l d e -
seo, i n c l u s o d e m a n e r a c o l é r i c a , es u n a r e a c c i ó n
habitual y "comprensible". ¿Habrá que internarlos
a todos y sofocarlos c o n neurolépticos? ¿Por cuánto
t i e m p o ? ¿ O será q u e l a " p e l i g r o s i d a d " d e l a q u e se
6o EL DISPOSITIVO D E SAITJi> M E N T A L

h a b l a es j u z g a d a s i e m p r e d e m a n e r a r e t r o a c d v a , e^f
d e c i r c u a n d o , después d e l c r i m e n , n o q i i e d a n duda$f
d e q u e e l s u j e t o era p e l i g r o s o ? ¿Se p o d r á d e c i r que
l a psiquiatría es u n a c i e n c i a e x a c t a c o n p e r f e c t a o
casi p e r f e c t a c a p a c i d a d p r e d i c t i v a ? ¿Es p o s i b l e anti».
c i p a r l o q u e p u e d e h a c e r u n s u j e t o y r e d u c i r su l i -
b e r t a d p o r l a p o s i b i l i d a d d e q u e c o m e t a u n a acción
d e s m e s u r a d a ? L o c i e r t o es q u e l a d i f u s i ó n d e estas
n o t i c i a s s o b r e a c c i o n e s p e n a l e s q u e r e c a e n s o b r e los
f u n c i o n a r i o s d e l dispositivo psi n o p u e d e n condu-
c i r a o t r a cosa q u e a u n exceso d e p r e s c r i p c i o n e s de
m e d i c a m e n t o s y u n e x c e s o d e i n t e r n a m i e n t o s com-
p u l s i v o s d e p e r s o n a s d e b i d a s , n o a l r i e s g o q u e ellos
r e p r e s e n t a n , s i n o a l r i e s g o q u e c o r r e n los p s i d e ser
c o n s i d e r a d o s n e g l i g e n t e s si n o a p l i c a n esas m e d i d a ^ v
e s t i m a d a s n e c e s a r i a s p a r a " p r o t e g e r a l a sociedad'^i'
.,.-í.
E n o t r a s p a l a b r a s , l a i d e a d e " p e l i g r o s i d a d " se hai
d e s p l a z a d o d e l o s a n o r m a l e s a l o s t é c n i c o s encarg^í
d o s d e r e d u c i r l o s . N o se t r a t a d e j u z g a r los c r i m e n
sino a los p o t e n c i a l e s c r i m i n a l e s antes d e l c r i m e
n o es e l a c t o s i n o l a p e r s o n a l a q u e d e b e ser " p r
v e n i d a " p o r su p o t e n c i a l i d a d d a ñ i n a , n o se t r a t a d
e j e c u t a r u n a s e n t e n c i a p e n a l sino d e abocarse a 1
p r o t e c c i ó n d e los d e m á s . L a d e m a n d a s o c i a l h e c h f
a l p s i se v a m o d i f i c a n d o y las a m e n a z a s r e c a e n s
b r e él. ¿ Q u i é n p o d r í a e v a l u a r c o n p r e c i s i ó n l a "p
t e n c i a l i d a d p e l i g r o s a " d e u n s u j e t o y t r a z a r l a línegl
e n t r e los q u e d e b e n ser s o m e t i d o s a p r i v a c i ó n d e 1^^
l i b e r t a d y t r a t a m i e n t o s f o r z o s o s c o n sustancias a d m i |
n i s t r a d a s c o e r c i t i v a m e n t e y los q u e p u e d e n circuí
l i b r e m e n t e ? ¿ Q u i é n sabe l o q u e pasa e n e l i n t e r i o
del h o m b r e o la m u j e r que esperan j u n t o a u n o 1
l l e g a d a d e l m e t r o e n u n a estación o e l estudian
que siente haber sido injustamente d i s c r i m i n a d o
 DISPOSITIVO D E LA SALUD MENTAL 61

r e c h a z a d o p o r las a u t o r i d a d e s escolares o p o r los

inaestros o p o r sus p r o p i o s c o m p a ñ e r o s ? ¿ Q u i é n n o
sabe —como y a se dijo— q u e los l l a m a d o s " a n o r m a l e s "
son más b i e n las víctimas d e l a c o s o q u e q u i e n e s l o
c o m e t e n y q u e , e n a l g u n o s casos i n f o r t u n a d o s y l a -
mentables, p u e d e n reaccionar c o n v i o l e n c i a c o n t r a
los, p a r a e l l o s , r e s p o n s a b l e s d e sus s u f r i m i e n t o s ?
C o n e l t i e m p o se h a l l e g a d o a l a c o n c l u s i ó n d e
que e l c r i m e n d e b e ser p r e v e n i d o y q u e l a f u n c i ó n
j u d i c i a l d e b e pasar d e l a p a r a t o j u r í d i c o - p o l i c i a l a l
d i s p o s i t i v o p s i s i e n d o sus f u n c i o n a r i o s los p r i m e r o s
sospechosos y los c u l p a b l e s c u a n d o o m i t i e r o n e l
diagnóstico c o r r e c t o d e l sujeto p e l i g r o s o y l a a p l i -
cación d e los t r a t a m i e n t o s c o r p o r a l e s i n d i c a d o s p o r
el E s t a d o y p o r l a p r o p a g a n d a d e l o s l a b o r a t o r i o s
en u n a s ó r d i d a c o m p l i c i d a d c o n l a i n d u s t r i a d e las
armas, d e los v i d e o j u e g o s , d e l a i n c i t a c i ó n c o t i d i a -
na a l a v i o l e n c i a y a l a i d e a l i z a c i ó n m e d i á t i c a d e l a
g u e r r a y sus h é r o e s ? E l m a n u a l d e d i a g n ó s t i c o s p s i -
quiátricos r e v e l a a q u í s u f u n c i ó n d e r e g l a m e n t o d e
comportamientos y personalidades que autoriza el
a i s l a m i e n t o d e los i n d e s e a b l e s r e c o n o c i é n d o l o s p o r
medios técnicos ( s i e m p r e i n c i e r t o s ) antes de q u e
hagan d a ñ o . E l t r a t a m i e n t o psiquiátrico p r e v e n t i v o
es u n e q u i v a l e n t e d e las " g u e r r a s p r e v e n t i v a s " (ge-
n o c i d a s ) q u e h e m o s c o n o c i d o c o n i m p o t e n t e des-
e s p e r a c i ó n e n los p r i m e r o s a ñ o s d e l s i g l o X X I y q u e ,
se p u e d e s u p o n e r , a n t i c i p a n l a " p o l í t i c a " d e l f u t u r o
c o n t r a los rogue ( v o c a b l o i n g l é s casi i n t r a d u c i b i e : t u -
n a n t e , p a t á n , c a n a l l a , b e l l a c o , a r r o g a n t e ) , naciones
rogae, personas rogue. Se d e c l a r a l a g u e r r a c o n t r a los
rogue, c o n v e r t i d o s e n e n c a r n a c i o n e s d e l p e l i g r o . L a
p a l a b r a rogue n o a p a r e c e e n e l t e x t o d e l D S M - 5 p e r o
es e l s u b t e x t o d e m u c h o s " t r a s t o r n o s d e l a p c r s o n a l i -
62 F.I. D I S P O S I T I V O D E L A S A L U D M E N T A L

d a d " q u e se u b i c a n e n l a f r o n t e r a d i s c i p l i n a r i a e n t r ^ f
l a psiquiatría y l a c r i m i n o l o g í a . |í|
Hay que e n t e n d e r cabalmente la densa trama d ^
los i n t e r e s e s i n v o l u c r a d o s e n l a o p e r a c i ó n d e "sa^
l u d m e n t a l " . E n 1992, la " r e p r e s e n t a n t e " (diputada^
f e d e r a l ) P a t r i c i a S c h r o e d e r d e C o l o r a d o presidió^
a u d i e n c i a s q u e i n v e s t i g a r o n las prácticas d e los h o s l i
pítales p s i q u i á t r i c o s e n E s t a d o s U n i d o s . S u i n f o r m e ^
r e s u m i ó l o s h a l l a z g o s d e l c o m i t é c o n estas p a l a b r a s :

S e g ú n l o s h a l l a z g o s d e n u e s t r a i n v e s t i g a c i ó n , m i l e s d e ni^-
ños, a d o l e s c e n t e s y a d u l t o s h a n s i d o h o s p i t a l i z a d o s para,í
r e c i b i r t r a t a m i e n t o psiquiátrico q u e n o n e c e s i t a b a n ; q u ^
los hospitales c o n t r a t a n a c a z a d o r e s d e r e c o m p e n s a s {bou
ty hunters) p a r a secuestrar pacientes c o n seguro d e salu
mental; q u e los pacientes s o n mantenidos contra su v
l u n t a d h a s t a q u e los beneñcios d e l seguro se agotan; q u
los psiquiatras s o n p r e s i o n a d o s p o r los hospitales p a r a a
m e n t a r las g a n a n c i a s ; q u e los hospitales se "infiltran'
las e s c u e l a s y s o b o r n a n a los c o n s e j e r o s e s c o l a r e s p a r a q u
envíen estudiantes; q u e se les p a g a n b o n o s d e r e c o m p e n
a los empleados d e l hospital, incluyendo a los psiquiatr
p a r a m a n t e n e r l a p l e n a ocupación d e las c a m a s d e l h o
pital y q u e se c o n c e n t r a n e n i n t e r e s a r a d e p e n d i e n t e s d
militares p o r los amplios beneficios q u e ellos r e c i b e n par
salud mental.

U n a t e n e b r o s a c u l t u r a se p e r f i l a detrás d e es^
s o l i d a r i d a d e n t r e l a psiquiatría, e l s i s t e m a j u r í d i c

L . P a y e r , Disease-Aiongers: How r>octors, Drug Companies, a

Insurers Are Aíaking You Feel Sick, H o b o k e n ( N . J . ) , J o h n W i l e y
Sons, I n c . , 1992, p p . 234-235.
J . M . Andriote, " L e g a l Drug-Pushing: H o w Disease Monge
K e e p U s A l l D o p e d U p " , The Atlantic, 3 d e a b r i l d e 2 0 1 2 -
 DlSPOSIXrV^O DE SAI.UD MENTz\ 63

político, l a i n d u s t r i a d e las d r o g a s p s i c o a c t i v a s , l a
paranoia colectiva q u e e n c a r g a la " p r e v e n c i ó n d e l
crimen" a la profesión médica que debe intervenir
sobre l a g e n t e a n t i c i p a n d o sus c o n d u c t a s p o t e n c i a -
les a p a r t i r d e u n j u i c i o s o b r e l o q u e e l l o s son o po-
ánan l l e g a r a ser y n o s o b r e l o q u e e l l o s han hecho.
Desde h a c e casi u n s i g l o se a l u d e a u n a i n c i p i e n t e
y futura "ciencia del cerebro" que responderá po-
sitivamente a los e n i g m a s d e l a " m e n t e " , p e r o esti-
mo q u e p o c o d e c e r e b r o h a y e n esas p r o f e c í a s s o b r e
un c e r t e r o d i a g n ó s t i c o p o r v e n i r , u n a vez q u e se h a
reconocido la i n d e p e n d e n c i a d e la v i d a c o n respec-
to al c e r e b r o q u e h a c e p o s i b l e l a v i d a d e r e l a c i ó n y
una vez q u e se sabe, p o r e j e m p l o , q u e e l 5 0 % d e los
resultados i n f o r m a d o s s o b r e l a i n v e s t i g a c i ó n i m a g e -
nológica ( c e n t e l l o g r a f í a s , e t c . ) s o n falsos p o s i t i v o s y
que las p u b l i c a c i o n e s " c i e n t í f i c a s " s u f r e n t o d a s d e
una p r o c l i v i d a d a p u b l i c a r los r e s u l t a d o s p o s i t i v o s
i g n o r a n d o los r e s u l t a d o s n e g a t i v o s . E l l o s u c e d e des-
de el p r i n c i p i o , d e s d e q u e se e n v í a n a r t í c u l o s , p u e s
los i n v e s t i g a d o r e s m i s m o s n o t i e n e n m u c h o interés
en d i v u l g a r los efectos n e g a t i v o s d e u n r e c u r s o d i a g -
nóstico o t e r a p é u t i c o m i e n t r a s q u e se e m p e ñ a n e n
d i f u n d i r los r e s u l t a d o s p o s i t i v o s a p o y a d o s p o r las
compañías f a r m a c é u t i c a s q u e j a m á s p a t r o c i n a r í a n
el i n f o r m e d e los e f e c t o s n e g a t i v o s , d e l o s e f e c t o s se-
c u n d a r i o s i n d e s e a b l e s , d e los e s t u d i o s d o n d e e l p l a -
cebo es i g u a l o s u p e r i o r a l m e d i c a m e n t o e n s a y a d o ,
etcétera.
Es p e r t i n e n t e i n s i s t i r e n e l t e m a d e las r e l a c i o n e s
entre l a psiquiatría c o n t e m p o r á n e a y l a i n d u s t r i a f a r -
macéutica y a e s b o z a d o e n e l c a p í t u l o a n t e r i o r . R e l a -
taré u n r e c u e r d o p e r s o n a l . C o r r í a e l a ñ o 1 9 6 0 y y o
era e s t u d i a n t e a u x i l i a r e n l a d o c e n c i a e n l a F a c u l t a d
64 FI. D I S P O S I T I V O D E E A S A L U D M E N T A L

d e M e d i c i n a e n C ó r d o b a , A r g e n t i n a , e n e l hospitalí
e s c u e l a , e n l a C á t e d r a d e P a t o l o g í a M é d i c a , Con&i'
t a n t e m e n t e r e c i b í a m o s l a visita d e r e p r e s e n t a n t e s
d e l o s l a b o r a t o r i o s q u e p r o m o v í a n sus p r o d u c t o s y
n o s o f r e c í a n " m u e s t r a s g r a t i s " p a r a " r e g a l a r " a los
pacientes de la consulta e x t e r n a y "literatura" pro-
m o c i o n a l p a r a n o s o t r o s . U n b u e n d í a l l e g ó e l 'Vi^
s i t a d o r " d e C i b a - G e i g y q u e n o s e n t r e g ó u n a serie
de bellos p e q u e ñ o s l i b r o s editados p o r la empresa
que trataban de la "depresión". Mis compañeros y
y o s a b í a m o s d e l a e x i s t e n c i a d e ese " s í n d r o m e " y
h a s t a h a b í a u n a serie d e p r o d u c t o s , i n h i b i d o r e s de
l a m o n o a m i n o o x i d a s a , q u e p o d í a n r e c e t a r s e a esos,
p a c i e n t e s , las m á s d e las veces m u j e r e s e n l a edad
d e l a m e n o p a u s i a p e r o t a m b i é n p a c i e n t e s c o n la^
l l a m a d a "psicosis m a n i a c o - d e p r e s i v a " o c o n cuadros-
m e l a n c ó l i c o s . A h o r a b i e n , estos n u e v o s l i b r o s nos^
" i n f o r m a b a n " de la e n o r m e frecuencia de la d e p r
s i ó n , d e su e x i s t e n c i a e n t o d a s las e d a d e s y com-^'
a c o m p a ñ a n t e d e t o d a s las e n f e r m e d a d e s físicas, d d
su p r e s e n c i a e n t o d o s los casos d e e n f e r m e d a d e
psicosomáticas q u e cubrían el a m p l i o espectro d
los " t r a s t o r n o s f u n c i o n a l e s " e n todos los aparatos :
sistemas d e l o r g a n i s m o ( q u e s o n l a a m p l i a m a y o r í
d e los p a c i e n t e s q u e se v e n e n l a c o n s u l t a e x t e r n a )
es d e c i r , q u e l a d e p r e s i ó n estaba, m a n i f i e s t a o l a r v a l
d a , e n c a d a p a c i e n t e q u e v e í a m o s y q u e h a b í a sidol
d e s c u b i e r t a p o r s e r e n d i p i a , casi p o r c a s u a l i d a d , b u s i
c a n d o a n t i h i s t a m í n i c o s , u n a s u s t a n c i a maravillosa^
p a r a e l t r a t a m i e n t o d e esa " e n f e r m e d a d " . H a b í a seis
t o m o s d e d i c a d o s a l a d e p r e s i ó n d e l o s cuales e l s e x t
se r e f e r í a a l Tofranil y l a c o n v e n i e n c i a , casi l a n e c
sidad, de recetarlo a todo el m u n d o . N o t a r d a m o
m u c h o e n d e s c u b r i r y c o m e n t a r e n t r e n o s o t r o s 1-
 D I S P O S I T I V O D E L A S A I T J D M E N T A L
65

maniobra: había que p r o m o v e r l a e n f e r m e d a d para

poder p r o m o v e r e l r e m e d i o . A ñ o s m á s t a r d e las t é c -
nicas se p e r f e c c i o n a r o n : c o n g r e s o s e n sitios d e p l a y a
con b o l e t o s g r a t i s p a r a e l m é d i c o y su a c o m p a ñ a n t e ,
participación e n los b e n e f i c i o s d e l a e m p r e s a y h a s t a
cuotas p o r r e c e t a s .
Unos cuantos años después (1987), c o n el terre-
no a b o n a d o p o r los tricíclicos ( c o m o e l T o f r a n i l ® )
llegó e l P r o z a c ® y a h o r a c u a l q u i e r a e n l a r e d p u e d e
leer:

Hasta 1987, los medicamentos para c o m b a t i r la depresión

eran los tricíclicos, recetados en casos puntuales, d e b i d o
a sus poderosos efectos colaterales, que incluían arritmias
cardiacas e infartos en algunos casos. Pero ese año, la FDA
aprobó la comercialización de los I n h i b i d o r e s Selectivos
de la Recaptación de la Serotonina (SSRI, p o r su sigla en
inglés), u n t i p o de fármacos que m a n t i e n e altos los niveles
de este neurotransmisor en el cerebro, v i n c u l a d o con la
regulación d e l ánimo, sin consecuencias nocivas. Todos se
beneficiaron. Desde los pacientes c o n cuadros agudos has-
ta aquellos que querían superar pequeños traspiés cotidia-
nos. Porque la llegada de estos nuevos fármacos también
cambió la f o r m a en que se diagnosticó la depresión. Antes
se creía que los cuadros p r o f u n d o s y reiterados provenían
de u n desbalance químico en el cerebro y, p o r eso, se le
conocía c o m o depresión endógena. Aquella derivada de
un evento exterior, como la m u e r t e de u n familiar o de
un fuerte estrés, se d e n o m i n a b a episódica o exógena. L a
primera era u n a e n f e r m e d a d , la segunda, n o . Sin embar-
go, p r o n t o los médicos n o t a r o n que ambas reaccionaban
de la misma m a n e r a al tratamiento con los SSRI, p o r l o que
la conclusión fue u n a : todas las depresiones, sin i m p o r t a r
su grado, tienen u n a raíz biológica. Todas, p o r l o tanto.
66 EL DISPOSÍTrs/O DE L A SALUD MENTAR

son u n a enfermedad que debe ser tratada c o n terapi;

psicofármacos.

P e r o , l a " t e r a p i a " l o s a b e m o s , e x i g e u n a inversió^.

de t i e m p o y u n riesgo de ansiedad que el médi
n o s i e m p r e p u e d e y q u i e r e o t o r g a r . E l psicofármac<^
e n c a m b i o , a l ser r e c e t a d o , p e r m i t e a l p a c i e n t e irs|
c o n la convicción de h a b e r r e c i b i d o algo y al méd^
co l a c o n v i c c i ó n d e h a b e r h e c h o , " d a d o " , a l g o ,
p r o m o c i ó n de la depresión corrió c o n éxito; fue
t r i u n f o f u l m i n a n t e d e l a i n d u s t r i a . H o y se l a c o n s ¿
d e r a c o m o u n a d e las c n f e r m e d a d c s m á s
e n e l ser h u m a n o q u e a f e c t a a u n a l t o
d e l a p o b l a c i ó n . E n 2 0 0 8 —son los d a t o s m á s reciei
tes d e q u e d i s p o n e m o s p e r o l a t e n d e n c i a es a l c
c i m i e n t o — se g a s t a r o n 2 0 0 0 0 m i l l o n e s d e dólar
e n " a n t i d e p r e s i v o s " d e los cuales 12 8 0 0 m i l l o n e s e|
Estados U n i d o s . U n e n o r m e p o r c e n t a j e de la pol
c i ó n l o s usa d e m a n e r a c o n s t a n t e o i n t e r m i t e n t e .
2 0 1 0 se h i c i e r o n m á s d e 2 5 0 m i l l o n e s d e p r e s c r |
c i o n e s s e g ú n i n f o r m e o f i c i a l d e l I n s t i t u t o d e Salí
M e n t a l de Estados U n i d o s p u b l i c a d o e n 2011
"antidepresivos" o c u p a n el segundo lugar en tipo
m e d i c a m e n t o s r e c e t a d o s , d e s p u é s d e los h i p o c o b
t e r o l e m i a n t e s ( c u y a i n d i c a c i ó n y u t i l i d a d s o n tai
bien a l t a m e n t e d i s c u t i b l e s , t a n t o c u a n t o s o n reñí
b l e s p a r a los a c c i o n i s t a s ) . S i n e m b a r g o , u n estucjj
r e s p a l d a d o p o r a u t o r e s r e c o n o c i d o s e n 2012,^^ c
d e c e n a s d e r e f e r e n c i a s q u e c o n f i r m a n su propu<
t a , p l a n t e a q u e estas sustancias d e b i e r a n d e j a r

D . A n t o n u c c i o , D . D a v i d H e a l y , " R e l a b e l i n g t h e Me<
t i o n s W e C a l i A n t i d e p r e s s a n t s " , Scientifica V o l u m e 2 0 1 2 ( 2 0 !
A r t i c l e I D 9 6 5 9 0 8 . C o n s u l t a d o e l 1 5 d e f e b r e r o d e 2 0 1 3 . <http^
d x . d o i . o r g / 1 0 . 6 0 6 4 / 2 0 1 2 / 9 6 5 9 0 8 >.
 DISPOSITIVO DE L A S A L U D M E N T A l 67

llamarse " a n t i d e p r e s i v a s " p o r q u e c o n f u n d e n a l o s

usuarios c o n u n a falsa a n t i c i p a c i ó n . N o está d e m o s -
t r a d o q u e sean s u p e r i o r e s a l p l a c e b o , q u e o f r e z c a n
una relación r i e s g o / b e n e f i c i o favorable y s u p e r i o r a
los t r a t a m i e n t o s a l t e r n a t i v o s , a u m e n t a n l a a n s i e d a d
y la a g i t a c i ó n así c o m o las p o s i b i l i d a d e s d e s u i c i d i o s ,
interfieren con el f u n c i o n a m i e n t o sexual y favore-
cen e l pasaje d e l a d e p r e s i ó n a l a c r o n i c i d a d . P o r
lo t a n t o , d a l o m i s m o l l a m a r l o s a n t i d e p r e s i v o s q u e
antíafrodisiacos. E l n o m b r e d e a n t i d e p r e s i v o s i n t e r -
fiere c o n l a p o s i b i l i d a d d e l p a c i e n t e d e d a r u n c o n -
s e n t i m i e n t o i n f o r m a d o a su p r e s c r i p c i ó n . Q u e se les
l l a m e " a n t i d e p r e s i v o s " es u n a a c c i ó n p r o p a g a n d í s t i -
ca ( d e marketing) q u e n o está s u s t a n c i a d a p o r d a t o s
científicos ( c u a l q u i e r cosa q u e esto s i g n i f i q u e ) . E l
m e n c i o n a d o e s t u d i o n o es u n a r e f e r e n c i a a i s l a d a
sino q u e estas c o n c l u s i o n e s s o n a q u e l l a s a las q u e
l l e g a n l a m a y o r í a d e l o s i n v e s t i g a d o r e s q u e n o están
comprometidos c o n la o p u l e n t a industria farmacéu-
tica y su c a l c u l a d a g e n e r o s i d a d .

Nota de actualidad sobre el uso de antidepresivos (British

Med. J . , d e e n e r o d e 2 0 1 3 , publicación e n línea c o n s u l t a d a
el 2 5 d e e n e r o ) . S o s t i e n e u n m é d i c o g e n e r a l ( d o c t o r D . S p e n -
ce) q u e l o s a n t i d e p r e s i v o s s e p r e s c r i b e n c o n p r o d i g a l i d a d p o r
periodos m u y largos y t i e n e n p o c o s , si es q u e a l g u n o s , efectos
benéficos. L a s p r e s c r i p c i o n e s —dice— h a n a u m e n t a d o e n u n 1 0 %
sólo e n e l a ñ o 2 0 1 1 . E l c i t a u n e s t u d i o r e c i e n t e s e g ú n e l c u a l , e n
v e r d a d , s o l o h a y 1 d e c a d a 7 pxacientes q u e e s t i m a n b e n e f i c i o s o e l
resultado. P a r a este m é d i c o , l a a c t u a l definición d e l D S M - I V y d e l
inminente D S M - 5 que autoriza a diagnosticar "trastorno depresi-
v o " d e s p u é s d e d o s m e s e s d e aflicción {bereartemení) e s " m u y l a x a y
ocasiona u n a excesiva medicalización". A g r e g a q u e e l 7 5 % d e los
a u t o r e s d e l a s d e f i n i c i o n e s d e t r a s t o r n o s d e l h u m o r tiene \ánculos
c o n l a s c o m p a ñ í a s farmacéuticas. T a j a n t e m e n t e a f i r m a q u e " l a
e n f e r m e d a d m e n t a l es l a g a l l i n a d e l o s h u e v o s d e o r o d e l a i n d u s -
tria p u e s e s i n c u r a b l e , c o m ú n , p r o l o n g a d a y r e q u i e r e d e múlti-
68 E l . DISPOSITIVO DE LA S A L U D MENTAL

N o es éste e l l u g a r p a r a d i s c u t i r las consecuetiA

cias d e esa m a n e r a d e " t r a t a r " p u e s n u e s t r o objetivó^
a q u í y a h o r a , es e l d e m o s t r a r c ó m o las clasificación
nes o f i c i a l i z a n y r e s p a l d a n estos m o d o s d e p r o c e d e r
y c o n c u r r e n d e esa m a n e r a a l a m i s i ó n d e q u e e l su-fe
j e t o sea t r a t a d o c o m o e n f e r m o d e u n ó r g a n o , e l ce£
r e b r o , q u e p u e d e t e n e r t r a s t o r n o s f u n c i o n a l e s como*
c u a l q u i e r o t r o ó r g a n o , e l h í g a d o , d i g a m o s p o r caso.
L a i d e a d e q u e l a " d e p r e s i ó n " d e u n o n o es i g u a l a
l a d e p r e s i ó n d e l o t r o y q u e e l modelo hepático (por
así l l a m a r l o ) d e l a e n f e r m e d a d n o se a p l i c a a l sufri*
m i e n t o d e u n a p e r s o n a s i n g u l a r ( q u e es más q u e un
c e r e b r o a l c u a l se aplicaría e l m o d e l o h e p á t i c o ) páfe
r e c e u n a i d e a t r a s n o c h a d a , a n a c r ó n i c a , impráctíca^
Q u e d a o c u l t o e l m e c a n i s m o i d e o l ó g i c o e n j u e g o , \áA
e x c l u s i ó n d e l s u j e t o y d e l a d i m e n s i ó n transubjetí^

pies m e d i c a c i o n e s y recetas. E l n e x o c o n la industria h a i m p r e ^

n a d o u n e s q u e m a farmacéutico p a r a tratar l a e n f e r m e d a d m e n i
e n l u g a r d e las más efectivas terapias basadas e n l a p a l a b r a " . í\
U n p r o f e s o r d e psiquiatría e n E s c o c i a d e l a U n i v e r s i d a d 4*
A b e r d e e n ( d o c t o r I . R e i d ) o b j e t a a s u c o l e g a d i c i e n d o q u e ha]|
q u e s e r c a u t o s e n ese tipo d e a f i r m a c i o n e s p o r q u e e l aumentt
d e las recetas se d e b e a u n c a m b i o pequeño p e r o a d e c u a d o
l a d u r a c i ó n d e l o s t r a t a m i e n t o s m á s q u e a u n a u m e n t o d e Idl
p a c i e n t e s q u e l a s r e c i b e n y q u e e n l a m a y o r í a d e l o s c a s o s e l trál
t a m i e n t o f a r m a c o l ó g i c o d e l a d e p r e s i ó n sí p r o c e d e . A d m i t e , Sí|
q u e l a s t e r a p i a s v e r b a l e s s o n " p o r l o m e n o s " t a n e f e c t i v a s com(
l a m e d i c a c i ó n a n t i d e p r e s i v a y q u e e s t a ú l t i m a n o e s u n a panacéS
s i n o t a n s ó l o u n e l e m e n t o d i s p o n i b l e p a r a e l t r a t a m i e n t o , qii^
p u e d e a d m i n i s t r a r s e simultáneamente c o n l a psicoterapia y qu
n o está s i e n d o r e c e t a d a d e m a n e r a a b u s i v a .
D o s o p i n i o n e s , p u e s . A c l a r a c i ó n n e c e s a r i a q u e a p a r e c e a l pi
d e l a p u b l i c a c i ó n : e l d o c t o r S p e n c e n o tiene r e l a c i o n e s financia
r a s q u e d e c l a r a r . E l d o c t o r R e i d i n f o r m a q u e h a r e c i b i d o pag'^
por conferencias en encuentros y congresos organizados por
t r a Z e n e c a y de Sanofi p o r participar e n u n consejo consultivo. ¿
quién creerle?
E L D I S P O S I T I V O D E L A S . A J . L D M E N T A L
69

va d e l a e x p e r i e n c i a h u m a n a . ¿Es t a n difícil v e r l a
o p e r a c i ó n política, a d e m á s d e l a e c o n ó m i c a , q u e está
e n j u e g o e n l a p r o m o c i ó n d e los psicofármacos q u e
r e q u i e r e n a su vez d e l a p o d e r o s a h e r r a m i e n t a q u e
es e l c a t á l o g o d e los t r a s t o r n o s ?
4. ¿ Q U É C L A S I F I C A L A C L A S I F I C A C I Ó N ?

L ó g i c a m e n t e , p a r a a b o r d a r u n a c l a s i f i c a c i ó n , hay
q u e e m p e z a r p o r c o n s o l i d a r l a i d e a d e eso q u e se
p r e t e n d e c l a s i f i c a r : ''enfermedades" ( C I E ) s e g ú n la
O r g a n i z a c i ó n M u n d i a l d e l a S a l u d ( O M S ) , y "mental
disorders" e n e l M a n u a l d e l a A s o c i a c i ó n d e espe-
cialistas. A s o c i a c i ó n ( N o r t e ) A m e r i c a n a d e Psiquia-
tría ( A P A ) . ¿Cuál es l a "cosa" e n c u e s t i ó n y cuál su
d e f i n i c i ó n ? V o l v a m o s p o r u n m o m e n t o a los textos
y l e a m o s c o n a t e n c i ó n l a " C o m p a r a c i ó n d e los siste-
m a s d e c l a s i f i c a c i ó n d e l o s t r a s t o r n o s m e n t a l e s : clEr-
10 y D S M - I V " q u e a p a r e c e e n u n a p u b l i c a c i ó n oficial
d e l a O M S e n España.^ Allí se a c l a r a q u e a u n q u e 1^^
C I E - 1 0 r e c o n o c e q u e e l t é r m i n o trastorno n o es ui^
v o c a b l o p r e c i s o , se l e u t i l i z a p a r a señalar ^

... la presencia de u n c o m p o r t a m i e n t o o de u n g r u p o dé
síntomas idenüficables e n l a práctica clínica, que en l a vs\i^
yoría de los casos se acompañan de malestar o interfiere^
c o n l a actividad d e l i n d i v i d u o . L o s trastornos definidos eii
l a C l E - 1 0 n o incluyen disfunciones o conflictos sociales pot
sí mismos e n ausencia de trastornos individuales. ^
• iVÍ-'

E l t e x t o a d m i t e d e m o d o o f i c i a l q u e l a C l E - 1 0 re-
c u r r e a l t é r m i n o trastorno p a r a e v i t a r l o s espinosos
p r o b l e m a s q u e se p l a n t e a n a l u t i l i z a r o t r o s conce|^

^ M . G . Gutiérrez M i r a s et aL, Atlas de variaciones en la práct^

médica en el Sistema Nacional de Salud ( E s p a ñ a ) , Revisión 2 0 1 2 , fffi
222-226. •

r . n
t /^-'J
¿QUÉ CLASIFICA L A CLASIFICACIÓN? 71

tos c o m o enfermedad o padecimiento. Q u e d a claro: la

Clasificación d e las E n f e r m e d a d e s i n c l u y e u n e x t e n -
so c a p í t u l o d e " e n t i d a d e s " q u e n o p u e d e n l l a m a r s e
" e n f e r m e d a d e s " y se o p t a p o r u n t é r m i n o d i l u i d o ,
politically correct, q u e e n e s p a ñ o l es "trastornos" ... ya
veremos lo que significa.
Por de p r o n t o p o d e m o s citar u n trabajo i m p o r -
tante y r e c i e n t e q u e p l a n t e a l a p e r p l e j i d a d d e los p s i -
q u i a t r a s m i s m o s c u a n d o h a b l a n d e trastornos {disor-
ders) y n o d e enfermedades VÍGUÚO las d i f e r e n c i a s e n t r e
ambos y con relación a u n a tercera alternativa que
son los síndromes. E n u n a r t í c u l o d e d i c a d o a n u e s t r o
t e m a , p u b l i c a d o e n I n d i a , ^ se lee:

A n t e s d e e s t u d i a r las m i n u c i a s d e l a clasificación es e s e n -
cial e n t e n d e r p r i m e r o lo q u e es clasificado. E l " s í n d r o m e "
es u n a c o n d i c i ó n c a r a c t e r i z a d a p o r u n p e r f i l s i n t o m á t i c o
particular c u y a etiología, significación clínica o severidad
es v a r i a b l e . L a " e n f e r m e d a d " es u n a c o n d i c i ó n c o n una
e t i o p a t o g e n i a específica q u e tiene connotaciones biomé-
dicas. E l v o c a b l o "trastorno", introducido primero como
un nombre genérico e n e l DSM-l d e 1952, es u n término
a medio camino entre u n a enfermedad o entidad mór-
bida y u n síndrome e n lo q u e respecta a su consistencia,
correlatos y significación. [...] No existe u n p u n t o firme
de a c u e r d o a c e r c a de los u m b r a l e s a p a r t i r d e los cuales
puede decirse que un " s í n d r o m e " es u n a "enfermedad".
Con nuestros conocimientos actuales, la demencia de
A l z h e i m e r es u n a condición q u e puede llamarse "enfer-
m e d a d " p o r q u e su fisiopatología y sus c a u s a s posibles han

2 P . K . D a l a l , y T . S i v a k u m a r , " M o v i n g t o w a r d s lCD-11 a n d DSM-

5: C o n c e p t a n d e v o l u t i o n o f p s y c h i a t r i c c l a s s i f i c a t i o n " . Iridian J .
Psychiatry, 51 ( 4 ) 2 0 0 9 , p p . 3 1 0 - 3 1 9 .
72 ¿QUÉ CLASIFICA L A CLASIFICACIÓN?

sido esclarecidas y probadas. E n cambio, la esquizofrenia

todavía n o califica c o m o u n a e n f e r m e d a d . ,

L a e s q u i z o f r e n i a todavía n o c a l i f i c a ; p o r l o tanto,
e l "así l l a m a d o e s q u i z o f r é n i c o " ( L a c a n ) n o es "toda-
vía" u n " e n f e r m o m e n t a l " . . . p e r o p o d e m o s esperar
q u e l l e g u e a s e r l o . O f i c i a l m e n t e , es u n " t r a s t o r n a d o " .
T r a s t o r n o s , e n e s p a ñ o l . ¿Y e n o t r a s l e n g u a s o c c i d e n -
tales? Disorders, e n i n g l é s , troubles, e n f r a n c é s . Tres
p a l a b r a s q u e se n o s p r e s e n t a n c o m o e q u i v a l e n t e s de
t r a d u c c i ó n p e r o q u e n o l o s o n , p u e s t i e n e n distintas
e t i m o l o g í a s y diversas c o n n o t a c i o n e s semánticas e
ideológicas.
C o m e n c e m o s p o r e l v o c a b l o i n g l é s q u e , n o se nos
escapa, es l a l e n g u a m a t e r n a (y p a t e r n a ) d e l a ciencia
d e h o y e n d í a . Order, raíz d e dis-order, d e b e traducirse:^
c o m o orden e n e s p a ñ o l y, b i e n l o s a b e m o s , e l s e n t i d o
se c o n s e r v a t a n t o e n e l m a s c u l i n o , el orden ("coloca^!
c i ó n d e las cosas e n e l l u g a r q u e les c o r r e s p o n d e ' ^
o r d e n de prelación, jerarquía, " b u e n a disposición!
d e las cosas e n t r e sí") c o m o e n e l f e m e n i n o : la cm^.
den ( " i n s t i t u t o r e l i g i o s o a p r o b a d o p o r e l p a p a , cuyos¿f
i n d i v i d u o s v i v e n b a j o las reglas e s t a b l e c i d a s p o r s
f u n d a d o r " y " m a n d a t o q u e se d e b e o b e d e c e r , o b s e r j
v a r y e j e c u t a r " ) m á s varias o t r a s a c e p c i o n e s q u e sería
o c i o s o e n u m e r a r . E l disorder, des-orden, es l o q u e vul;
ñ e r a ely la o r d e n e n t o d o s los s e n t i d o s d e l a p a l a b r a : '
" 1 . C o n f u s i ó n y a l t e r a c i ó n d e l o r d e n ; 2. A l b o r o t o ,
m o t í n , 3. E x c e s o o a b u s o " . A l g u n a s voces derivadas
d e orden p u e d e n p r o v e c h o s a m e n t e ser señaladas a
estas a l t u r a s : ordinario, subordinado, ordenanza, orde- '
nador ¿Es u n a p e r s o n a l i d a d o r d e n a d a u n a perso-
n a l i d a d o r d i n a r i a ? ¿Es l o e x t r a o r d i n a r i o a l g o q u e s
sale d e l o r d e n , d e s o r d e n a d o ? ¿Es e l o r d e n a d o r (1
Qvt CLASIFIC:A CLASIFICACIÓN? 73

c o m p u t a d o r a ) e l g u a r d i á n d e l o r d e n ? T o d a s estas
a c e p c i o n e s y v o c a b l o s d e r i v a d o s se c o n s e r v a n e n l a
l e n g u a i n g l e s a , a q u e l l a e n d o n d e a f l o r a n los " t r a s -
t o r n o s d e l a p e r s o n a l i d a d " , personality disorders q t i e
son " d e s ó r d e n e s " , u n t é r m i n o t é c n i c o "tátil" p a r a d e -
signar las v a r i a c i o n e s h u m a n a s e n l a m a n e r a d e ser y
de o r d e n a r s e c o n r e s p e c t o a l a v i d a s o c i a l , e l más d i s -
cutible e i n q u i e t a n t e d e todos los ítems diagnósticos
i n c l u i d o s e n l a clasificación y a l q u e n o t e n d r e m o s
o p o r t u n i d a d d e d e d i c a r n o s e n este v o l u m e n c o n l a
minuciosidad que el t e m a requiere.
V a y a m o s a h o r a a l a l e n g v i a f r a n c e s a d o n d e la O M S
m a n e j a e l s i n t a g m a troubles de la persorinalité. Troubles
d e r i v a d e l latín turba q u e es " m u l t i t u d , m a s a c o n f u s a
de g e n t e " , d e d o n d e d e r i v a n " t u r b u l e n t o " , " t u r b i o " ,
" p e r t u r b a r " y " d i s t u r b i o " q u e significa "alteración de
la paz o d e l a c o n c o r d i a " . Esta e t i m o l o g í a n o s l l e v a
a p e n s a r q u e los troubles s o n las p e r t u r b a c i o n e s d e
la paz q u e p r o v i e n e n d e las m u l t i t u d e s q u e c a r e c e n
de c l a r i d a d ( " t u r b i a s " ) y q u e v i e n e n a a l t e r a r e l f u n -
c i o n a m i e n t o t r a n q u i l o , silencioso, armónico, d e l or-
d e n e s t a b l e c i d o . ¿Es p o r esto q u e a l o s troubles, a los
q u e c r e a n troubles, h a y q u e c l a s i f i c a r l o s , m a r c a r l o s
con etiquetas diagnósticas y crear p a r a ellos p r o c e d i -
mientos "terapéuticos" p a r a des-per-turbarlos?
¿ Y e n e s p a ñ o l ? "Trastornos" nos o r i e n t a i m p e r c e p -
tiblemente hacia o t r o campo etimológico: "tornar"
es: " 1 . D e v o l v e r u n a cosa a q u i e n l a p o s e í a ; 2- V o l v e r
a p o n e r a l g o e n s u l u g a r h a b i t u a l ; 3. C a m b i a r l a n a -
t u r a l e z a o e l e s t a d o d e u n a p e r s o n a o cosa; [...] 5.
R e g r e s a r a l l u g a r d e d o n d e se p a r t i ó " , m i e n t r a s q u e
"trastornar" es " 1 . V o l v e r u n a cosa d e a b a j o a r r i b a o
d e u n l a d o a o t r o ; 2. I n v e r t i r e l o r d e n r e g u l a r d e u n a
cosa; 3. ( f i g . ) I n q u i e t a r ; 4. P e r t u r b a r e l s e n t i d o , l a
74 ^:QUÉ CLASIFICA L A C L ^ I F I C A C I Ó N ?

c o n c i e n c i a o l a c o n d u c t a d e u n o , a c e r c á n d o l o s a la
a n o r m a l i d a d ; 5. I n c l i n a r o v e n c e r c o n p e r s u a s i o n e s
e l á n i m o o d i c t a m e n d e u n o , h a c i é n d o l e d e p o n e r el
q u e a n t e s tenía". E l " t r a s t o r n a d o " es, p u e s , a l g u i e n
q u e h a c a m b i a d o , h a d e s p l a z a d o l o q u e a n t e s estaba
e n su s i t i o h a c i a u n l u g a r i n e s p e r a d o , p r ó x i m o d e la
a n o r m a l i d a d , el q u e n o regresa s i e m p r e al m i s m o
sitio, el que n o hace c o m o el " t o r n o " o el " t o r n i l l o "
q u e d a v u e l t a s s i e m p r e s o b r e e l m i s m o eje. 'nTornar"
es d a r v u e l t a s e n r e d o n d o , u n " t r a s t o r n a d o " es u n o
q u e n o g i r a s i e m p r e s o b r e l o m i s m o , q u e c a m b i a el
eje d e r o t a c i ó n .
N a d i e , q u e y o sepa, h a s e ñ a l a d o esta i m p r e c i s i ó n
e t i m o l ó g i c a y l i n g ü í s t i c a e n t é r m i n o s q u e se pre^
sentan c o m o traducciones o c o m o equivalentes y
q u e d e f i n e n el c a m p o en el que nos moveremos.
P o d e m o s reforzar la i d e a de la imprecisión e p i s t ^
m o l ó g i c a d e l t e m a c o n u n a c i t a t o m a d a d e l a pá^
g i n a o f i c i a l e n f r a n c é s d e l a OMS: " L o s t r a s t o r n o k j
m e n t a l e s a g r u p a n u n vasto c o n j u n t o d e prohlemim
cursivas m í a s ] , c u y o s s í n t o m a s d i f i e r e n . Pefáj
e n g e n e r a l se c a r a c t e r i z a n p o r u n a c o m b i n a c i ó n dí
pensamientos, de emociones, de c o m p o r t a m i e n t o
y d e relaciones a n o r m a l e s c o n los o t r o s " . P o r cierta
que n o esperaríamos que el o r g a n i s m o m u n d i a l d
la salud tenga u n a i d e a clara de l o q u e significad
esos s u s t a n t i v o s d e l v o c a b u l a r i o p s i c o l ó g i c o e n tan^|
t o q u e " n o r m a l e s " o " a n o r m a l e s c o n l o s o t r o s " . Perdí
sí está c l a r o q u e s o n " s í n t o m a s " y p o r e l l o se justifica^
i n c l u i r l o s e n el discurso de la m e d i c i n a . Escuch
m o s a los abogados d e l a clasificación y q u é tiene
p a r a d e c i r sobre su o b j e t o y e n d o al o t r o d o c u m e n t
o f i c i a l , e l d e l a p s i q u i a t r í a n o r t e a m e r i c a n a . Se
e l DSM-IV-TR,
¿QUÉ CLASIFICA L A C I OSIFICACIÓN? 75

L o s t r a s t o r n o s s o n u n a clasificación c a t e g o r i a l n o e x c l u -
yante, b a s a d a e n c r i t e r i o s c o n rasgos d e f i n i t o r i o s . H a y q u e
admiür q u e n o existe u n a definición q u e e s p e c i f i q u e a d e -
c u a d a m e n t e los límites d e l c o n c e p t o , y q u e se c a r e c e d e
u n a definición o p e r a c i o n a l c o n s i s t e n t e q u e e n g l o b e todas
las p o s i b i l i d a d e s . U n t r a s t o r n o es u n patrón c o m p o r t a -
m e n t a l o psicológico d e significación clínica q u e , c u a l -
q u i e r a q u e s e a s u c a u s a , es u n a manifestación i n d i v i d u a l
de u n a disfunción c o m p o r t a m e n t a l , psicológica o bioló-
gica. E s t a manifestación es c o n s i d e r a d a síntoma c u a n d o
aparece asociada a u n malestar ( p o r ejemplo, dolor), a
u n a d i s c a p a c i d a d ( p o r e j e m p l o , d e t e r i o r o e n u n área d e
funcionamiento) o a u n riesgo significativamente a u m e n -
tado d e m o r i r o d e s u f r i r d o l o r , d i s c a p a c i d a d o pérdida d e
l i b e r t a d (traducción mía).

C o n e l afán d e ser m á s a m p l i o s y c o m p r e n s i v o s ,
s e g ú n a d m i t e n los p s i q u i a t r a s e s t a d u n i d e n s e s , exis-
t e n p r u e b a s d e q u e los s í n t o m a s y e l c u r s o d e u n
g r a n n ú m e r o d e t r a s t o r n o s están i n f l u i d o s p o r f a c t o -
res é t n i c o s y c u l t u r a l e s , q u e las n o r m a s s o n v a r i a b l e s .

N o o l v i d e m o s q u e l a categoría diagnóstica es sólo e l p r i -

m e r p a s o p a r a e l a d e c u a d o p l a n terapéutico, e l c u a l n e c e -
sita más información q u e l a r e q u e r i d a p a r a e l diagnóstico.
U n a c o n c e p c i ó n errónea m u y f r e c u e n t e es p e n s a r q u e l a
clasificación d e los t r a s t o r n o s m e n t a l e s c l a s i f i c a a las p e r -
sonas; l o q u e r e a l m e n t e h a c e es c l a s i f i c a r l o s t r a s t o r n o s d e
las p e r s o n a s q u e los p a d e c e n . . .

Pasamos p o r a l t o las r e d u n d a n c i a s , las d e n e g a c i o -

nes, los a d v e r b i o s d e c o n f e s i ó n ( " r e a l m e n t e " ) y los
p l e o n a s m o s . " C l a s i f i c a los t r a s t o r n o s d e las p e r s o n a s
q u e l o s p a d e c e n " ... q u e p a s a n a ser las p o r t a d o r a s
76 ¿ Q U É C L A S I F I C A L A C:LASIFICA.CIÓN?

y las q u e llevarán e l n ú m e r o y e l n o m b r e d e l "tras-

t o r n o " q n e las d e s i g n a e n e l m a n u a l t a x o n ó m i c o . Y
e l l o s n o serán "disordered!\ o "trastornados
mentales" s i n o " p a c i e n t e s " o " e n f e r m o s m e n t a l e s "
u n a vez q u e c a i g a n las máscaras d e los e u f e m i s m o s
q u e p r e t e n d í a n d i s i m u l a r l a i d e a básica: d e r i v a r a la
m e d i c i n a a los seres " a n o r m a l e s " , a q u i e n e s l l e v a n
u n a v i d a q u e se a p a r t a d e l a m e d i a o d e los "ideales
d e l a c u l t u r a " c o m o se d i c e c u a n d o se d e f i n e a los
t r a s t o r n a d o s de l a p e r s o n a l i d a d . L a i d e a de "enfer-
m e d a d " i n f i l t r a e l c a m p o e n t e r o i n c l u y e n d o c o n fre-
c u e n c i a a los i m p u g n a d o r e s d e l v o c a b l o q u e t e r m i -
n a n cayendo e n consideraciones "psicopatológicas".
E n s e g u n d o l u g a r , v e m o s q u e e l s u s t a n t i v o tras-
t o r n o r e c i b e u n a d j e t i v o c a l i f i c a t i v o , se t r a t a d e "tras-
t o r n o s mentales", p e r o ¿sabe a l g u i e n c o n c l a r i d a d
l o q u e " m e n t a l " q u i e r e d e c i r ? E l s u s t a n t i v o mente,
d e r i v a d o d e l latín mens y r e l a c i o n a d o e t i m o l ó g i c a -
m e n t e c o n l a m e m o r i a , c u y a d i o s a es M n e m o s i n e ,
m a d r e d e las m u s a s , e x i s t e b a j o l a f o r m a mind e n i n -
g l é s p e r o , c o m o s u s t a n t i v o , n o e x i s t e n i e n alemán
n i e n francés, razón p o r la cual n i F r e u d , n i Lacan
n i n i n g u n o d e l o s p s i c ó l o g o s o n e u r o f i s i ó l o g o s que
e s c r i b e n e n esas l e n g u a s u s a n e l t é r m i n o a u n q u e sí,
c o n f r e c u e n c i a , e l a d j e t i v o " m e n t a l " . Es s i n t o m á t i c o
q u e e l Oxford Companion to the AíincP n o o f r e z c a n i
e n l a i n t r o d u c c i ó n n i e n e l c u e r p o d e l t e x t o d e 850

^ R . L . G r e g o r y , Oxford Companion to the ]\dind, O x f o r d ( U K ) ,

O x f o r d University Press, 1987,
^ L o m i s m o s e c o m p r u e b a e n e l Oxford Companion to Philosó-
phy, T e d H o n d e r i c h ( e d . ) , O x f o r d , O x f o r d U n i v e r s i t y P r e s s , 1995>'
p , 5 6 9 ; allí a p a r e c e u n artículo c o n e l e n c a b e z a d o Mind, e n
c u a l , e n v e z d e d e f i n i c i ó n , s e e s c r i b e : " U s t e d tiene u n a m e n
si p i e n s a , p e r c i b e o s i e n t e . S u m e n t e e s c o m o s u v i d a o c o m o s
jQUF C L A S I F I C A lA C:L.'\SIFÍCACIÓN? 77

páginas u n a d e f i n i c i ó n d e mind. C u a n d o u n o b u s c a
la p a l a b r a e n e l o r d e n a l f a b é ü c o d e ese d i c c i o n a r i o
u n o e n c u e n t r a e n t r a d a s p a r a Mind and Body, Mind
and Brain y Mind-body prohlem, p e r o n o p a r a Mind
en sí. Fácil es c o m p r e n d e r d e q u é se t r a t a y q u é es
lo o c u l t o , cuál es l a e s e n c i a d e l p r o b l e m a , c o n s ó l o
echar esa r á p i d a m i r a d a : l a "mente" es l a c o n t r a p a r -
t i d a d e l "cuerpo" (así ya e n C i c e r ó n , h a c e 2 0 0 0 a ñ o s ,
op. cit.) y e l " p r o b l e m a " d e l a "relación" e n t r e a m b o s
indica el c a m i n o que u n o debe r e c o r r e r para dar
c o n l a p a l a b r a i m p l í c i t a p e r o i n n o m i n a d a : se t r a t a
de las r e l a c i o n e s e n t r e e l " c u e r p o " y e l "alma", a l a
q u e d e a l g u n a m a n e r a y d e s d e l a Física d e Aristóteles
{Peri psikhe) se r e l a c i o n a c o n e l c e r e b r o . L a " m e n -
te" es, e n c o n s e c u e n c i a , l a h e r e d e r a d e esa s u s t a n c i a
metafísica, c o n u n a m i l e n a r i a h i s t o r i a e n filosofía
i d e a l i s t a y e n l a t e o l o g í a , q u e es e l a l m a . Es l a v e r -
sión l a i c a d e l a l m a a l a q u e , así, se h a c e p a s a r c o m o
u n o b j e t o d e l a c i e n c i a . A L i o r a , p o r fin, e n t e n d e m o s
que los "disorders", "troubles" o " t r a s t o r n o s m e n t a l e s "
son l a " p a t o l o g í a d e l a l m a " d e c u y o c u i d a d o t i e n e n
q u e o c u p a r s e los n u e v o s s a c e r d o t e s q u e saldrán d e
las escuelas d e m e d i c i n a c o m o a n t e s salían d e las d e
teología.
Ya e n 1890 W i l l i a m J a m e s h a b í a d e f i n i d o a l a " p s i -
cología" c o m o la "ciencia de la vida m e n t a l " . E n el
Oxford Dictionary of Philosophy, c i t . , l a t a u t o l o g í a se
hace d e s l u m b r a n t e : l a p s i c o l o g í a es l a c i e n c i a q u e es-
t u d i a l a m e n t e y l a m e n t e es l o q u e e s t u d i a l a p s i c o l o -
gía. H a b r á q\xe l a m e n t a r q u e n u n c a d e f i n i e s e J a m e s
qué e n t e n d í a p o r v i d a m e n t a l a u n q u e , d e a l g u n a m a -

peso {weight), u n a versión a b s t r a c t a d e u n a p r o p i e d a d n o p r o b l e -

mática {unproblematic)^\
78 í Q U É C I OSIFICA L A CLASIFICACIÓN?

ñ e r a , l a r e l a c i o n a b a c o n l a c o n c i e n c i a , p e r o —y n o
s ó l o d e s d e F r e u d — t o d o s están d e a c u e r d o e n soste-
n e r q u e l a " m e n t e " es m u c h o m á s q u e e l c o n j v m t o de
f e n ó m e n o s y c o n d i c i o n e s d e l a c o n c i e n c i a , a l a que
p o r o t r a p a r t e , n a d i e t a m p o c o sabe d e f i n i r . Eso sí, se
a f i r m a q u e "todos sabemos" i n t u i t i v a m e n t e , de qué
hablamos c u a n d o nos referimos a la "conciencia".
P a r a los m á s a v a n z a d o s d e los filósofos c o n t e m p o r á -
n e o s , l a c o n c i e n c i a es " u n misterio"."^ E l ya m e n c i o n a -
d o Oxford Companion a f i r m a d e l o m á s c a m p a n t e que
" L a ' c o n c i e n c i a ' es a l a vez e l más o b v i o y e l m á s mis^
terioso rasgo d e nuestras m e n t e s " (cit., p. 160). La
m e n t e tiene "rasgos" (features) q u e s o n o b v i o s p e r o
m i s t e r i o s o s y p o r eso i n d e f i n i b l e s . . . a u n q u e n o p o r
m i s t e r i o s o s d e j a r á n d e ser r o t u l a d o s c o m o n o r m a l e s
y a n o r m a l e s y g e n e r a r c a t á l o g o s d e t r a s t o r n o s men*
tales. ¡Ay; t a n f r e c u e n t e s ! S ó l o c e d e n e l p r i m e r lugar^
p l a n e t a r i o e n " m o r b i l i d a d " a n t e los resfríos, las brorl^.
q u i t i s y e l r e u m a t i s m o ( Oxford Companion to the Mind^
c i t . , p 4 7 0 ) , a u n q u e h a y a " d i s c u s i o n e s f u r i o s a s y cor^^
tinuas a c e r c a d e los límites e x a c t o s d e l a e n f e r m e d a
m e n t a l : a l g u n o s p i e n s a n q u e s o n u n m i t o mientra^!
q u e o t r o s , p o r e l c o n t r a r i o p i e n s a n q u e l a mayorí;

* J . S e a r l e , " T h e M y s t e r y o f G o n s c i o u s n e s s C o n t i n ú e s " , Ni
York Rev. ofBooks, L V I I I ( 1 0 ) , j u n i o d e 2 0 1 1 , p p . 5 0 - 5 3 . ("Prosigii^^
e l m i s t e r i o d e l a c o n c i e n c i a " . ) J . L . D í a z , La conciencia xñvienl
M é x i c o , F C E , 2 0 0 7 , E s l a o b r a más p r o f u n d a y d o c u m e n t a d a sob
el t e m a , u n trabajo m o n u m e n t a l d e más d e 600 apasionantes p^;
g i n a s q u e c o m i e n z a c o n p a l a b r a s autobiográficas: " E l e n i g m a
la conciencia h a atareado, intrigado y azorado toda m i vida" (
1 1 ) . E l a u t o r n o p o s t u l a u n a d e f i n i c i ó n y a c e p t a q u e t o d a s l a s qü
f u e r o n propuestas son defectuosas. Se adhiere a u n a concepcio
"naturzdista" (es d e c i r , n o "espiritualista") y d e s c r i b e las funciori
q u e i n t e g r a n l a c o n c i e n c i a e n u n a p a r t a d o q u e s e titula, preC*
m e n t e , " D e n u e v o , l a definición" (p. 5 9 ) .
¿QUÉ C L A S I F I C A L A C I A S I F I C A C I O N ?
79

de l a g e n t e q u e es a p a r e n t e m e n t e n o r m a l s u f r e , a
m e n u d o s i n s a b e r l o d e a n o r m a l i d a d e s psiquiátricas
que serían s u s c e p t i b l e s d e t r a t a m i e n t o . ^ A d e m á s ,
a l g u n o s c r e e n q u e los ti"astornos psiquiáti-icos s o n
sencillamente equivalentes mentales de e n f e r m e d a -
des físicas m i e n t r a s q u e o t r o s a r g u m e n t a n q u e h a y
tantas clases d e p r o b l e m a s p s i c o l ó g i c o s c o m o h a y i n -
d i v i d u o s q u e s u f r e n p o r e l l o s " . P e r o " E n l a práctica
es p o s i b l e d i s c e r n i r c i e r t o s p a t r o n e s r e c u r r e n t e s d e
quejas e i n c a p a c i d a d e s q u e p u e d e n ser c o n s i d e r a -
dos c o m o entidades razonablemente d i s c r e t a s " (cursivas
m í a s ) . L a clasificación será, p u e s , l a d e las " e n t i d a -
des" d e d u c i d a s d e las q u e j a s d e l a g e n t e p o r sus " p r o -
b l e m a s p s i c o l ó g i c o s " . ^ Eso sí: " r a z o n a b l e m e n t e " .

® Héctor Pérez-Rincón, e l d e s t a c a d o p s i q u i a t r a m e x i c a n o c o n
q u i e n m e p l a c e c o i n c i d i r , h a d a d o u n a auténtica c o n f e r e n c i a
magistral t i t u l a d a " D e f e n s a e ilustración d e l a psiquiatría". Salud
Mental ( M é x i c o ) , 3 4 ( 1 ) , 2 0 1 1 , p p . 4 7 4 - 4 8 0 . Allí e v o c a l a n o v e l a
d e j u l e s R o m a i n s , Knock o el triunfo de la medicina , en la que
u n charlatán, q u e s ó l o c o n o c e l a p r o p a g a n d a d e l o s l a b o r a t o r i o s
médicos, a b r e u n c o n s u l t o r i o y l o g r a u n e n o r m e éxito e c o n ó m i -
co c o n v e n c i e n d o a los h a b i t a n t e s d e l p u e b l o q u e " U n h o m b r e
sano n o es s i n o u n e n f e r m o q u e lo i g n o r a " . E l a d o c t r i n a m i e n t o
m e d i c a l i z a n t e d e l " d o c t o r K n o c k " a l c a n z a a l f i n t a l difusión q u e
l a h i s t o r i a c o n c l u y e c u a n d o , a m e d i o día, t o d o s l o s s u p u e s t o s f u -
turos e n f e r m o s s u s p e n d e n sus actividades p a r a t o m a r s e , o b e d i e n -
t e m e n t e , l a t e m p e r a t u r a r e c t a l . Así e s : l a g e n t e s u f r e , " a m e n u d o
s i n s a b e r l o " , d e " a n o r m a l i d a d e s psiquiátricas". O p o r t u n a m e n t e
r e t o m a r e m o s e s a c o n f e r e n c i a de Pérez-Rincón.
^ Nosotros, p o r n u e s t r a parte, ante las discusiones sobre lo
m e n t a l , lo e s p i r i t u a l y lo anímico, s o s t e n d r e m o s —en lo lexical—
q u e psikhéy l a p a l a b r a h o m é r i c a , m a n t i e n e s u v i g e n c i a : n o e n -
t e n d e m o s q u e h a y a n i n g u n a g a n a n c i a (y sí m u c h o q u e p e r d e r )
al t r a n s f o r m a r l a e n " a l m a " , "espíritu", " c o n c i e n c i a " o " m e n t e " .
Nos n e g a m o s a a d m i t i r estos n o m b r e s q u e diesignan e n t i d a d e s
abstractas objetivadas. E n s u l u g a r insistimos e n l a e x i s t e n c i a m a -
t e r i a l d e l s u j e t o , e l s e r q u e habla y goza y padece, e f e c t o d e l s i g n i -
8o £QUÉ CLASIFICA L A CLASIFICAC:iÓN?

L a c l a s i f i c a c i ó n d e los t r a s t o r n o s , d e las l o c u r a s ,
c o m o a q u í las d e s d i s f r a z a m o s , c o n s i s t e e n r e c o n o -
cer y designar diferencias m e d i a n t e u n a distinción
e n el n o m b r e , en el significante s i g u i e n d o u n mo-
d e l o b o t á n i c o o e n t o m o l ó g i c o . U n a especie a n i m a l
o v e g e t a l se d e f i n e p o r a q u e l l o q u e n o s o n las otras
especies. N o s ó l o se c l a s i f i c a d e m o d o d i a c r í t i c o a
los o b j e t o s n a t u r a l e s ; e n o t r o t e r r e n o , las o b r a s l i t e -
r a r i a s , p o r e j e m p l o , p o d r á n ser d e s i g n a d a s s e g ú n su
g é n e r o : p o e m a , n o v e l a , ensayo, b i o g r a f í a , etc. T r e s
c o n d i c i o n e s , e n t o n c e s , d e b e n r e u n i r s e al clasificar.
Uno: A d m i t i r q u e " N o h a y clasificación q u e n o sea
a r b i t r a r i a y c o n j e t u r a l " ( B o r g e s , op. cit.) p u e s l a clasi-
ficación es u n a p a r t i d a q u e se d i r i m e e n l a m e s a d e l
l e n g u a j e , s o m e t i d a a l e q u í v o c o y l a a m b i g ü e d a d . Es
u n o d e esos ' j u e g o s d e l e n g u a j e " , p r o m o v i d o s p o r
W i t t g e n s t e i n a l a r e f l e x i ó n filosófica, d o n d e cada
u n o d e los t é r m i n o s t i e n e u n v a l o r q u e d e p e n d e , n o
d e las p r o p i e d a d e s d e l a cosa e n sí ( e l s i g n i f i c a n t e .

ficante. C o n o c e m o s las m a n e r a s de e x p l o r a r eso q u e importa,

l a r e l a c i ó n q u e e l s u j e t o tiene c o n e l l e n g u a j e . E l l e n g u a j e es,
p a r a c a d a u n o , el inconsciente e n su materialidad ("estructurado'
c o m o u n lenguaje") y constituye al c u e r p o c o m o c u e r p o huma-
n o . E l l e n g u a j e d e t e r m i n a e l m o d o p a r t i c u l a r d e gozar<\G\o
y s e m a n i f i e s t a c o m o subjetividad d e l ser e n la v i d a social, es decir,
e n s u r e l a c i ó n c o n e l O t r o . D e l sujeto ( a d i f e r e n c i a d e l a " m e n t e "
o d e l a " c o n c i e n c i a " ) sí p o d e m o s d a r d e f i n i c i o n e s a u n q u e h a c e r -
l o a q u í n o s apartaría d e l a s m e t a s d e e s t e e s c r i t o . P o r c o m o d i d a d
r e c u r r i m o s a psique y s u s d e r i v a d o s lingüísticos s i n c o n f e r i r l e sus-
t a n c i a l i d a d , s i n h a c e r d e e l l a u n " e n t e " q u e p u e d e " e s t a r sano
o e n f e r m o " , " s e r n o r m a l o a n o r m a l " . S u m a t e r i a l i d a d e s l a del
s u j e t o i n m e r s o e n u n m u n d o h u m a n o , es d e c i r , " l e n g u a j e r o " (a'
n o c o n f u n d i r c o n " l i n g ü í s t i c o " ) . L a s u b j e t i v i d a d n o p o d r í a teñe
n i t r a s t o r n o s n i e n f e r m e d a d e s . P o r eso las t a c h a d u r a s q u e prac
t i c a m o s a l t r o p e z a r c o n e s o s f a l s o s n o m b r e s d e " e n t i d a d e s " si
identidad. •
.QUÉ CLASIFICA l A CI ASIFIClACIÓN? 8 1

que n o e x i s t e f u e r a d e l l e n g u a j e ) , s i n o d e su r e l a -
ción c o n los o t r o s e l e m e n t o s d e l m i s m o sistema, t a l
c o m o s u c e d e c o n u n a p i e z a e n u n t a b l e r o d e aje-
drez. ' J u e g o s d e l e n g u a j e " , sí, p e r o d e l a m a y o r g r a -
v e d a d ; n o " j u e g o s d e p a l a b r a s " q u e p o d r á n ser más o
m e n o s d i v e r t i d o s . Las c l a s i f i c a c i o n e s tienen s i e m p r e
efectos p e r f o r m a t i v o s , hacen a lo que nombran, q u e
n o se p u e d e n i g n o r a r , q u e d e b e n ser r e c o n o c i d o s
y c a l i b r a d o s ; esos e f e c t o s m a t e r i a l e s d e l a p a l a b r a
no son marginales: f o r m a n p a r t e , tácitamente, de la
clasificación m i s m a y c a m b i a n l a v i d a d e los o b j e t o s -
sujetos c l a s i f i c a d o s .
Dos: e s t a b l e c e r d i f e r e n c i a s n e t a s e n t r e los e j e m -
plares i n c l u i d o s y e x c l u i d o s e n u n a c a t e g o r í a . Éste es
el n e c e s a r i o carácter diacrítico q u e d a " s e n t i d o " a los
ítems l l a m a d o s a l a e x i s t e n c i a a l s u p o n e r q u e t i e n e n
u n a " r e f e r e n c i a " , es d e c i r , casos c o n c r e t o s q u e c a e n
d e n t r o d e esos ítems. D e n a d a sirve c r e a r c o n j u n t o s
vacíos c o n m a r b e t e s i m a g i n a r i o s o a b s t r a c t o s . E l t a -
x o n o m i s t a d e b e i n d i c a r q u é rasgos s o n l o s m í n i m o s
para t i p i f i c a r u n " c a s o " d e n t r o d e u n g r u p o a l q u e se
asigna l a l e t r a ( B o r g e s ) o l a l e t r a s e g u i d a d e n ú m e r o
( C I E - D S M ) q u e le c o r r e s p o n d e e n e l á r b o l c l a s i f i c a t o -

r i o d e los d i f e r e n t e s c a p í t u l o s y d e b e a c l a r a r t a n t o
c o m o sea p o s i b l e l a d i f e r e n c i a c o n l a l e t r a o n ú m e -
ro a n t e r i o r y el q u e sigue e n el o r d e n establecido.
M u c h o s p s i q u i a t r a s l a m e n t a n las z o n a s d e i n d e f i n i -
ción diacrítica q u e t a c h a n d e " c o m o r b i l i d a d " , p o r
e j e m p l o , c u a n d o se d i a g n o s t i c a " d e p r e s i ó n ansiosa"
o "trastorno de la p e r s o n a l i d a d obsesivo-compulsi-
v o " —que no debe confundirse c o n e l " t r a s t o r n o obsesivo
c o m p u l s i v o " — . ¡ Q u é b i e n v e n d r í a l a b a l a n z a d e san
M i g u e l p a r a pesar a u n o s y a o t r o s y d e c i d i r a q u é
cielo o i n f i e r n o d e b e n i r a p a r a r ! A l g u n a "escala"
82 ¿QUÉ C:t^VSIFK:A I A. CLASIFICACIÓN?

(scale), sacada d e c u e s t i o n a r i o s a u t o a d m i n i s t r a d o s .
p o d r á c u m p l i r c o n esa f u n c i ó n .
Tres: los í t e m s d e la c l a s i f i c a c i ó n d e b e n t e n e r "va*
l i d e z " y " c o n f i a b i l i d a d " . D e b e n a s e g u r a r s e d e que
" e x i s t e n " los rasgos ( s í n t o m a s — s í n d r o m e s ) q u e de^
f i n e n l o s l u g a r e s e n e l p l a n o t a x o n ó m i c o y d e que
d i s t i n t o s o b s e r v a d o r e s p u e d e n a l c a n z a r u n nivel
suficiente de c o i n c i d e n c i a c o n relación al objeto a
c l a s i f i c a r . P o n g a m o s p o r caso y c o m o c l a r o ejem-
p l o e l d e l a " i n t e l i g e n c i a " y las l l a m a d a s pruebas
q u e p r e t e n d e n o b j e t i v a r l a . Es o b v i o q u e l a "validez"
n o d e p e n d e d e l a e x i s t e n c i a d e l a " i n t e l i g e n c i a " en
sí s i n o d e l a d e f i n i c i ó n q u e se d é d e ella^ y q u e las
" p r u e b a s " d e p e n d e r á n d e l a i d e a q u e e l investigadoi:
t i e n e d e l o q u e p r e t e n d e o b s e r v a r , m e d i r y, d e ahí
e n m á s , c l a s i f i c a r e n u n a escala q u e va d e s d e l a oli*.
g o f r e n i a h a s t a l a g e n i a l i d a d y r e g o c i j a r s e a l escuchaí"'
c ó m o r e p i c a n e n sus gráficas las c a m p a n a s d e Gaus;
L a validez es siempre e l r e s u l t a d o d e u n a d e f i n i c i
q u e es " a r b i t r a r i a y c o n j e t u r a l " . P o r l o t a n t o , l a o
fiabilidad ( d e las p r u e b a s o d e los d i a g n ó s t i c o s )
t a m b i é n u n c o c i e n t e d e las d e f i n i c i o n e s a d o p t a d
P o r eso las c l a s i f i c a c i o n e s d e l o s t r a s t o r n o s m e n
les v a n a c o m p a ñ a d a s d e " g l o s a r i o s " e n d o n d e 1
e x p e r t o s se e s m e r a n e n d e f i n i r y c u a n t i f i c a r las
r i a b l e s q u e p o n e n e n j u e g o y " f o r m a r " así a los o p
r a r i o s q u e a p l i c a n l a c l a s i f i c a c i ó n . Es l a f u n c i ó n d
a m o ( H u m p t y D u m p t y ) : i m p o n e r los significant
h a c i e n d o q u e los u s u a r i o s se s o m e t a n a sus d e

^ E s clásico r e c u r r i r a d e f i n i c i o n e s " o p e r a c i o n a l e s " d e l ti

d e " I n t e l i g e n c i a es lo q u e m i d e n las p r u e b a s d e i n t e l i g e n c i a " ,
e s a definición se l a p u e d e l u e g o e v a l u a r más o m e n o s cient|M
m e n t e e n términos d e " m u c h o - p o q u i t o - n a d a " según las "cantiq
d e s " de respuestas correctas.
¿QUÉ CLASIF1C1\\? 83

ciones. L a O M S y l a A P A f u n c i o n a n c o m o e l amo q u e
p r o m u l g a l a clasificación y l a i m p o n e c o m o l e y d e
la c o r p o r a c i ó n d e los p s i ; e l m a n u a l y los g l o s a r i o s
a d j u n t o s a c t ú a n c o m o l a universidad que repite el
d i s c u r s o a través d e los m a e s t r o s e n las escuelas d e
m e d i c i n a , los f u n c i o n a r i o s q u e los a p l i c a n a c t ú a n
c o m o los sujetos e n e l d i s c u r s o d e l a histeriay los "ca-
sos" d i a g n o s t i c a d o s , p o r t a d o r e s d e l a e t i q u e t a , c o m o
el objetOy e l o b j e t o c l a s i f i c a d o y r e d u c i d o a l s i l e n c i o ,
el r e s i d u o d e l a o p e r a c i ó n s i g n i f i c a n t e , s i n voz n i
voto. Los familiarizados c o n la teoría l a c a n i a n a de
los " c u a t r o d i s c u r s o s " e n c o n t r a r á n a q u í u n a síntesis
de l a o p e r a c i ó n t a x o n ó m i c a . L o s n o e n t e r a d o s p u e -
d e n , si l o p r e f i e r e n , i g n o r a r este p á r r a f o .
H e c h a l a c l a s i f i c a c i ó n h a y q u e f o r m a r a los e x -
p e r t o s q u e l a m a n e j e n ^ p a r a q u e se h a g a n c a r g o
de l o q u e a n t e s e r a f u n c i ó n d e m a g o s y m i n i s t r o s
d e l c u l t o . A veces t a m p o c o los p s i c o a n a l i s t a s esca-
pan del corsé de la m e d i c i n a . F r e u d y L a c a n f u e r o n
m é d i c o s q u e se f o r m a r o n e n e l c a m p o d e las " e n f e r -
m e d a d e s m e n t a l e s " y d e n u n c i a r o n las i m p a s e s d e l
tratamiento de l a " a n o r m a l i d a d " c o m o objeto d e l
d i s c u r s o m é d i c o . F r e u d se a d h i r i ó e n g e n e r a l a l a
t e r m i n o l o g í a d e K r a e p e l i n e i n c o r p o r ó n u e v a s cate-
gorías d i a g n ó s t i c a s : p s i c o n e u r o s i s d e d e f e n s a , n e u -
rosis a c t u a l e s , n e u r o s i s o b s e s i v o - c o m p u l s i v a , h i s t e r i a
de c o n v e r s i ó n , h i s t e r i a d e a n g u s t i a , n e u r o s i s f ó b i c a ,
p a r a f r e n i a , a l a vez q u e p r o p o n í a o t r o s t é r m i n o s
p a r a d e s i g n a r " o b j e t o s " d e esa psiquiatría, etc. L a c a n

^ M e j o r , q u e sean m a n e j a d o s p o r ella. Se les atribuye l a c o n -

dición d e " e x p e r t o s " c u a n d o p u e d e n d e m o s t r a r q u e l a c o n o c e n y
la a p l i c a n . S i n o , s o n " i g n o r a n t e s " d e l a h e r r a m i e n t a f u n d a m e n t a l
de s u expertise"y p o r l o t a n t o , están f u e r a d e l a c o r p o r a c i ó n .
84 ;QUÉ CLASIFIC:A LA CLASIFICACIÓNr

p r o p u s o e n su tesis d e 1933 l a e n t i d a d " p a r a n o i a de

a u t o p u n i c i ó n " y m u c h a s veces r o t u l ó a los p a c i e n t e s
q u e e n c o n t r a b a e n l a l i t e r a t u r a y a los suyos p r o p i o s
c o n u n a t e r m i n o l o g í a psiquiátrica a u n q u e prefería
f ó r m u l a s evasivas: " e l así l l a m a d o e s q u i z o f r é n i c o " o
los p a d e c i m i e n t o s q u e " n o m b r a n c o m o p s i c o s o m á -
ticos". Pero a m b o s a c a b a r o n p o r e n t e n d e r y m a n i -
festar q u e h a y s u f r i m i e n t o e n u n a c a n t i d a d i n f i n i t a
d e p e r s o n a s ( s u j e t o s ) y q u e c a d a u n o s u f r e a s u ma-
n e r a s i n g u l a r y ú n i c a p o r l o q u e c a d a "caso" d e b í a
e s t u d i a r s e e n su p a r t i c u l a r i d a d , o l v i d a n d o e l saber
g e n e r a l s o b r e s i t u a c i o n e s clínicas p a r e c i d a s y los
d i a g n ó s t i c o s así c o m o t o d a r e f e r e n c i a a " n o r m a s " .
Su c l í n i c a n o es d e s í n t o m a s y s í n d r o m e s s i n o d e lo
que sucede e n e l e n c u e n t r o d i a l ó g i c o y dialéctico
c o n e l " a n a l i z a n t e " , e l q u e l l e v a a c t i v a m e n t e y no
p a s i v a m e n t e ( p a c i e n t e ) e l análisis, u n a " c l í n i c a bajo
t r a n s f e r e n c i a " . E n esas m a n e r a s d e s u f r i r - g o z a r p u e -
d e n r e c o n o c e r s e ciertas m a n e r a s d e vivir la relación
con el O t r o , maneras diferenciadas, que llamamos
" e s t r u c t u r a s c l í n i c a s " o, m e j o r , " p o s i c i o n e s s u b j e t i -
vas" ( c o n r e l a c i ó n a l O t r o y a l a L e y ) q u e p r e s e n t a n
r o s t r o s c a m b i a n t e s , t a l c o m o se e v i d e n c i a e n l a si-
t u a c i ó n analítica. L a c l í n i c a d e l s u j e t o , l a ú n i c a que
i m p o r t a , es l a d e sus r e l a c i o n e s c o n e l O t r o ; e l ú n i c o
m a n d a m i e n t o p a r a e l p s i c o a n a l i s t a es e l d e respe-
tar esa p o s i c i ó n s u b j e t i v a q u e es m a n i f e s t a c i ó n d e su
"verdad" singular.
E n el estado actual de la c u l t u r a r e i n a u n a i n -
d i s c u t i b l e p r e g n a n c i a d e l m o d e l o médico^*' p u e s la

E n n u e s t r o texto d e 1980 señalábamos q u e e r a confuso

r e f e r i r s e a l " m o d e l o m é d i c o " d e l a e n f e r m e d a d p u e s e l así n o m -
b r a d o " m o d e l o " n o c o r r e s p o n d e c o n l a práctica d e l a m e d i c i n a
;QTJÉ CLASIFICA LA C I ASIFICACION? 85

psiquiatría r e c i b e e l e n c a r g o d e " m a n e j a r " a t o d o s

estos p a c i e n t e s o c l i e n t e s d e sus servicios. Ya e n l a
i n t r o d u c c i ó n a l g l o s a r i o d e l a C I E - 9 , sir A u b r e y L e w i s
d e c í a : " C o m o las e n f e r m e d a d e s s o n e n t o d o caso
c o n c e p t o s a b s t r a c t o s , n o es d e e x t r a ñ a r q u e las e n -
t i d a d e s n o s o l ó g i c a s c o n q u e t r a b a j a n los p s i q u i a t r a s
estén m a l d e l i m i t a d a s y se e n t r e m e z c l e n . Las v a r i a -
ciones i m p u t a b l e s a l observador son t a n patentes
q u e r e s u l t a n d e s c o n c e r t a n t e s . L a p r e c i s i ó n es i n s u -
f i c i e n t e p a r a las n e c e s i d a d e s c i e n t í f i c a s " .
¿Q,ué es e n t o n c e s , si n o s o n e n f e r m e d a d e s n i
t r a s t o r n o s , l o c l a s i f i c a d o ? S i m p l e r e s p u e s t a : ¡Las
d e m a n d a s q u e se l e f o r m u l a n a l d i s p o s i t i v o p s i e n
el q u e l o s m é d i c o s {-iatras) l l e v a n l a voz c a n t a n t e !
Esas d e m a n d a s se v u e l v e n e s t e r e o t i p a d a s y p o r eso
"clasificables": cada día t i e n e n u n carácter más p r o -
t e i f o r m e , sintomático, automático y e n g l o b a n todas
las d i f i c u l t a d e s d e u n s u j e t o e n su v i d a c o t i d i a n a .
¿Qué saber posee, q u é saber h a b i l i t a al p s i q u i a t r a
para encargarse de u n seropositivo, u n alcohólico,
u n a víctima d e l a v i o l e n c i a , u n d e l i n c u e n t e , u n
"desviado" sexual, u n c u r a o maestro pederasta, u n
demente, u n epiléptico, u n niño rebelde, u n gol-
p e a d o r e n l a f a m i l i a ? E l l o s n i n e c e s i t a n n i p i d e n ser
" p s i q u i a t r i z a d o s " ; es e l O t r o ( o e l s u j e t o m i s m o a s u -

c o m o a r t e y técnica c o n i n s t r u m e n t o s científicos p a r a e n f r e n t a r
el s u f r i m i e n t o . C r i t i c á b a m o s e n t o n c e s l a antipsiquiatría c o n u n a
frase l a p i d a r i a : " L a antipsiquiatría c o n f u n d e e l m o d e l o m é d i c o
c o n e l v e t e r i n a r i o y h a c i a él d i r i g e s u s críticas" ( p . 3 2 ) . L a a n t i p s i -
quiatría h a m u e r t o h a c e d é c a d a s p e r o l a psiquiatría o f i c i a l i n s i s -
te e n c o n s i d e r a r a s u s I r as to r u a d o s c o n u n m o d e l o v e t e r i n a r i o y
trata l o " m e n t a l " ( l o t r a n s u b j e t i v o ) c o m o s i se t r a t a s e d e p e r s o n a s
c o n ó r g a n o s e n f e r m o s a l o s q u e se p o d r í a r e p a r a r c o n r e c u r s o s
mecánicos.
86 . Q U É CLASIFICA L A CLASIFICACIÓN?

m i e n d o la ansiedad del otro, identificándose con

él) q u i e n , e n su angustia, clama p o r u n "técnico" y
p o n e en m a r c h a el dispositivo psi. N a d a predestina
a l o s d r a m a s h u m a n o s a ser d i g e r i d o s p o r e l s u p u e s -
t o saber m é d i c o q u e los asimila a e n f e r m e d a d e s . La
c u e s t i ó n q u e se i g n o r a c u a n d o se e n v í a a a l g u i e n
a ser " t r a t a d o " y sale c o n su p a q u e t e d e " m e d i c i -
n a s " es l a d e l s u j e t o s u f r i e n t e (y g o z a n t e ) p o r su
c o n d i c i ó n d e m a r g i n a l c o n r e l a c i ó n a las n o r m a s
d e l a c u l t u r a . ¿ Q u i é n , e n e l f o n d o , n o es d e u n a u
o t r a m a n e r a marginal, fronterizo? ¿ C u á n t o s h a y que
n o p e r t e n e c e n a a l g u n a d e las m ú l t i p l e s m i n o r í a s
q u e e n s u c o n j u n t o h a c e n u n a a m p l i a m a y o r í a de
g e n t e " r a r a " {queer)? H a y q u e d e c i r l o c o n c l a r i d a d
e i n s i s t i r : e l s u f r i m i e n t o p s í q u i c o n o es u n l l a m a d o
a l a i n t e r v e n c i ó n d e l m é d i c o q u e está i n e r m e ante
é l , se p r o t e g e c o n u n a p r e s c r i p c i ó n b u r o c r á t i c a de
m e d i c a m e n t o s s i n t o m á t i c o s q u e , p o r l a v a n i d a d de
l a r e s p u e s t a , n o h a c e n s i n o p r o l o n g a r o éntrete^
n e r e l s u f r i m i e n t o . E l s u f r i m i e n t o es u n a sustancia
q u e n o se p u e d e n i se d e j a c l a s i f i c a r . ¿Es l a n o c i ó n
d e e n f e r m e d a d m e j o r q u e l a d e p e c a d o o l a de
e m b r u j o p a r a e x p l i c a r e l s u f r i m i e n t o d e alguien?
H a b r á q u e a c e p t a r q u e e l s u f r i m i e n t o d e p e n d e de
la "vida s o c i a l " de u n sujeto i n m e r s o e n estructu-
ras s o c i a l e s , l i b i d i n a l e s , a n t r o p o l ó g i c a s , c u l t u r a l e s ,
e c o n ó m i c a s , p o l í t i c a s , r e s p e c t o d e las c u a l e s e l psi-
q u i a t r a es t a n c i e g o c o m o l a m a y o r í a p u e s ¿dón-
d e h a b r í a a d q u i r i d o e l c o n o c i m i e n t o v á l i d o para
a f r o n t a r esas d i f i c u l t a d e s ? L a f o r m a c i ó n médica^
d e v i e n e , e n t a l caso, u n o b s t á c u l o e n l a respues?
t a a u n a d e m a n d a q u e n o se h a s a b i d o e s c u c h a r y,
c u y o o r i g e n p e r m a n e c e o s c u r o p o r q u e es, p o r lc)|
c o m ú n , l a d e m a n d a d e l O t r o . E l furor sanandi
¿QUÉ CLASIFICIA UA CL/VSrFICACíÓN? 87

un síntoma, el del m é d i c o inserto en u n dispositivo

q u e l o l l e v a a d e s c o n o c e r e l o b j e t i v o d e las a c c i o n e s
q u e se l e o r d e n a c u m p l i r , f u n d a m e n t a l m e n t e , l a
''normalización" de la subjetividad.
5. C R Í T I C A A L A S D O S C L A S I F I C A C I O N E S
I N T E R N A C I O N A L E S E N PSIQUIATRÍA
( C I E D E L A ORGANIZACIÓN M U N D I A L D E L A
S A L U D Y D S M ^ D E L A ASOCIACIÓN PSIQUIÁTRICA
DE ESTADOS UNIDOS)

D e s p u é s d e l r e p a s o d e l a h i s t o r i a y e l o b j e t o d e las
clasificaciones ubicándolas en el c o n t e x t o amplio
d e l a m e d i c a l i z a c i ó n n o s p e r m i t i r e m o s d i s c u t i r sus
rasgos y r e t r o c e d e r h a s t a e n c o n t r a r los f u n d a m e n t o s
d e l a t a x o n o m í a psiquiátrica, d e l a f a b r i c a c i ó n , i n -
clusión y p r o m o c i ó n de c n f c r m c d a d c & c o m o forraje
p a r a a l i m e n t a r y e n g o r d a r a l d i s p o s i t i v o p s i y a sus
funcionarios.
V o l v e m o s a n u e s t r o t e x t o h o m ó n i m o d e 1980
p a r a i n f o r m a r d e los s u p u e s t o s " c a m b i o s " esceni-
f i c a d o s d e s d e e n t o n c e s e n e l c a m p o d e las clasifi-
c a c i o n e s d e los t r a s t o r n o s m e n t a l e s . , . y l o s q u e se
a v e c i n a n e n esos p r o y e c t o s t a x o n ó m i c o s d e los orga-
n i s m o s i n t e r n a c i o n a l e s q u e se i n t e r n a n h a s t a 2015.
Es t a r e a p e n d i e n t e p o r q u e , p o c o d e s p u é s d e l a pre-
s e n t a c i ó n d e m i p r i m e r t r a b a j o d e 1 9 7 7 , e n 1 9 7 8 , las
i n s t i t u c i o n e s ( i r - ) r e s p o n s a b l e s c a m b i a r o n l a clasifi-
cación y c o m e n z ó a i m p l e m e n t a r s e el uso de la CIE-9
e n l u g a r d e l a C I E - 8 q u e y o h a b í a d e s m e n u z a d o . La
C I E - 9 c o m p l i c a b a t o d o y l o hacía más cuestionable

^ T e x t u a l m e n t e : Diagnostic and Statistical Manual. " T h e DSMf'

i n c l u d i n g DSM-rv, i s a r e g i s t e r e d t r a d e m a r k ® b e l o n g i n g to th:
A m e r i c a n P s y c h i a t r i c A s s o c i a t i o n (APA)".
CRÍTICA A DOS CL.\SIFTCACIONES EN PSIQUIATRÍA 89

al i m p o n e r q u e e l d i a g n ó s t i c o d e b í a f o r m u l a r s e , n o
c o n u n " n o m b r e d e t r a s t o r n o " (y u n n ú m e r o ) , s i n o
de m a n e r a c o a x i a l s e g ú n tres ejes ( h a b í a q u e a p l i c a r
a c a d a caso u n t r i p l e d i a g n ó s t i c o ) : a] el diagnóstico
clínico —diagnóstico d e e n f e r m e d a d — q u e e n g l o b a b a
t o d a l a p a t o l o g í a psiquiátrica, m é d i c a e n g e n e r a l y
de la personalidad sin hacer distinción entre la psi-
quiatría y e l r e s t o d e l a m e d i c i n a ; b\ diagnóstico de
discap a citación 506"¿<2/—diagnóstico f u n c i o n a l — q u e , se-
gún el t e x t o , " v a l o r a c u a t r o áreas d e f u n c i o n a m i e n -
to s o c i a l ( p e r s o n a l , f a m i l i a r , l a b o r a l , s o c i a l a m p l i a ) y
afirma q u e hay u n a relación inversa e n t r e la discapa-
citación y l a c a l i d a d d e v i d a " , y c] el diagnóstico de los
factores ambientales y relativos al estilo de vida que hacen
referencia a la enfermedad —diagnóstico s i t u a c i o n a l —
que a b a r c a t a n t o c i r c u n s t a n c i a s d e l p a s a d o c o m o
d e l m o m e n t o a c t u a l . A c a d a e n f e r m o sus tres d i a g -
nósticos. ¡ Q u é c a ó t i c o e m b r o l l o ! ¡ Q u é t r a n s p a r e n t e
la i n t e n c i ó n : n o s ó l o n o m b r a r u n a e n f e r m e d a d s i n o
también " d i a g n o s t i c a r " l a desviación de l a n o r m a .
Se l e e n c o n c l a r i d a d las p r e s u p o s i c i o n e s ( m e j o r
d i c h o , i m p o s i c i o n e s ) d e los " t r e s ejes":

a] E l p r i m e r e j e , " t o d a l a p a t o l o g í a " , d i s i m u l a
u n a v i p e r i n a d u p l i c a c i ó n : está l a " p a t o l o g í a
psiquiátrica", m é d i c a , p e r o se a g r e g a o t r a , " d e
la p e r s o n a h d a d " , q u e , siendo psicológica ( p o r
darle u n n o m b r e ) era excéntrica al c a m p o de
l a m e d i c i n a . S u b r e p t i c i a m e n t e se h a b í a i n t r o -
d u c i d o d e c o n t r a b a n d o e n l a psiquiatría esta
" p a t o l o g í a d e las m a n e r a s d e ser" q u e n o es
n i fue n u n c a asunto de la m e d i c i n a tradicio-
nal p e r o que r e m i t e al h e c h o de que algunas
personas son diferentes ( e n u n m a y o r o m e -
 C R Í T I C A A DOS CI_A.SIFICACK>NKS KN PSIQUIATRÍA

ñ o r g r a d o q u e n o se e s p e c i f i c a ) d e las demás.
Esa d i f e r e n c i a es " d i a g n o s d c a d a " e i n c l u i d a
e n e l c o n j u n t o d e l a p r á c t i c a m é d i c a y d e la
" a s i s t e n c i a s a n i t a r i a " . E n o t r a s p a l a b r a s , se ha
m e d i c a l i z a d o a los " a n o r m a l e s " q u e p o d r á n ser
c a l i f i c a d o s p o r su " p e r s o n a l i d a d " s e g ú n crite-
r i o s " s a n i t a r i o s " . L a psiquiatría se a r r o g a l a fun-
ción de guardiana de la n o r m a e instrumento
d e m a r g i n a l i z a c i ó n . ¿ C ó m o p o d r í a , a p a r t i r de
e n t o n c e s , e l d i a g n ó s t i c o d e t r a s t o r n o d e l a pri*»
s o n a l i d a d n o ser u n e s t i g m a , u n a m a r c a p e r d u -
rable e n la vida de alguien?
E n e l s e g u n d o eje se r e c u r r e a l b a r b a r i s m o de
"discapacitación" (¿para t r a d u c i r handicap?)
Y se a f i r m a q u e esa " d e s v e n t a j a " se muestra
e n l a " c a l i d a d d e v i d a " q u e n u n c a se define
( — ¿ C ó m o ; u s t e d n o sabe l o q u e es? ¡ Q u é ig-
n o r a n t e ! ) y se s u p o n e q u e es u n a m e d i d a es-
t a n d a r i z a d a p a r a todos y que todos conocení
L u e g o ( c o n e l eje i n ) se s u m a e l " e s t i l o d e vidaf
c o m o v a r i a b l e a ser c l a s i f i c a d a ; e l a p a r e n t e es-
f u e r z o p o r desalojar el c o n c e p t o d e "enferme-
d a d " traduciéndolo e n términos de "trastorno"
se e c h a p o r l a b o r d a p u e s se i n t r o d u c e s i n más
r o d e o s l a p a l a b r a disease q u e se p r e t e n d í a evi-
t a r a b r i e n d o así e l e s p a c i o p a r a t o d o t i p o de
p r e j u i c i o s y " b u e n o s v a l o r e s " e n n o m b r e del
a n t ó n i m o de la e n f e r m e d a d : la "salud".
c] A l m i s m o t i e m p o se a l u d e a l a h i s t o r i a perso-
n a l p a s a d a y a l análisis d e l p r e s e n t e d e l sujeto.
L a s c o n d i c i o n e s e n q u e se d e s a r r o l l a l a v i d a (el
e s t i l o , las d i f i c u l t a d e s a m b i e n t a l e s ) se transfofr^
m a n e n m o t i v o d e u n d i a g n ó s t i c o . Se a b r e
u n n u e v o c a m p o p a r a l a intrusión d e l m é d i c ^
i
CRÍTIC^^ A D O S C L A S Í F I C : A C I 0 N E S EN P S I Q U I A T R Í A 91

e n el área social sin que n a d a l o haya p r e p a r a -

d o para i n t e r v e n i r e n ella.

L a psiquiatría i n c o r p o r a t o d a l a m a s a d e las "cort=

dttcta& anornualcs", a veces y e n n u e s t r a é p o c a l l a -
madas " d i s f u n c i o n a l e s " / ^ a p o d e r á n d o s e d e l o q u e
p e r t e n e c í a al d i s c u r s o m o r a l , j u r í d i c o o p o l i c i a l . L a
psiquiatría es l a b i s a g r a q u e r e ú n e a l a m e d i c i n a
(como ciencia del c u e r p o ) c o n la política y el aparato
j u d i c i a l e n c a r g a d o s d e l c u m p l i m i e n t o d e las n o r m a s
" f u n c i o n a l e s " q u e r e g u l a n l a v i d a d e los h a b i t a n t e s
del m u n d o e n t e r o . L a c o n f o r m i d a d c o n " l o e s p e r a -
d o " s e g ú n las n o r m a s d e l a c u l t u r a será s i n ó n i m o d e
salud; l a i m p u g n a c i ó n , d e c n f e r m c d a d . Se t r a t a d e
dos usos o dos r e a l i d a d e s d e " l a n o r m a " : p o r u n a p a r -
te, a] la norma q u e se o p o n e a l a i r r e g u l a r i d a d y e l
d e s o r d e n — p e r t e n e c i e n t e , más b i e n , a l c a m p o d e l de-
recho; p o r o t r a p a r t e , b] la norma c o m o l o q u e se o p o -
ne a l o p a t o l ó g i c o y l o m ó r b i d o c o n v e r t i d o e n " m o r -
boso", q u e se i n s c r i b e e n e l c a m p o d e l a medicina. L a
psiquiatría q u e d a i n c l u i d a e n e l e s p a c i o e n t r e las dos

^ ¡Vaya c o n c e p t o g r a c i o s o y q u é f r e c u e n t e m e n t e a p a r e c e e n
el v o c a b u l a r i o " p s i " ! S e g i i n l a s a b i a d e f i n i c i ó n q u e e n c o n t r a m o s
e n l a r e d : Disfuncional es a q u e l l o q u e n o f u n c i o n a c o m o c o r r e s -
p o n d e , q u e n o c u m p l e a d e c u a d a m e n t e s u íin, p o r a l g u n a a l t e -
ración física, q u í m i c a o c o n d u c t u a l . S o n m u c h a s l a s c o s a s q u e
p u e d e n p a d e c e r d i s f u n c i o n e s . Así p u e d e s u c e d e r c o n u n o r g a -
n i s m o vivo ( e n e l c u m p l i m i e n t o d e sus f u n c i o n e s v i t a l e s ) , e n u n a
m á q u i n a , e n u n a f a m i l i a , e n u n m a U i m o n i o , etcétera. E n b i o l o -
gía h a b l a m o s d e d i s f u n c i ó n eréctil c u a n d o u n i n d i v i d u o d e l s e x o
m a s c u l i n o n o p u e d e c o n c r e t a r r e l a c i o n e s sexuales p o r l a falta
de e r e c c i ó n d e s u m i e m b r o v i r i l . U n a d i s f u n c i ó n n e u r o n a l es l a
causa de e n f e r m e d a d e s c o m o el A l z h e i m e r , q u e a s u vez provo-
ca disfunciones cognitivas", < h t t p : / / d e c o n c e p t o s . c o m / g e n e r a l /
d i s f u n c i o n a l # ¡ x z z 2 H 2 0 h w Q x l > , 12 d e e n e r o d e 2 0 1 3 .
92 C R Í T I C A A DOS C U A S I F i a A . C 1 0 N E S EN PSIQUIATRÍA

n o r m a s y e n c a d a u n a d e ellas p o n e u n p i e q u e le
sirve d e a p o y o . P o r eso n o n e c e s i t a esas p r u e b a s "ob-
j e t i v a s " d e " e n f e r m e d a d " q u e se e x i g e n e n m e d i c i n a
g e n e r a l . E l p s i q u i a t r a pasará a ser e l f u n c i o n a r i o de
la n o r m a ( s o c i a l , j u r í d i c a ) y p o d r á e n t e n d e r e n casos
d e " p s i c o p a t í a " , " s o c i o p a t í a " , " p e r v e r s i ó n " , "homose-
x u a l i d a d " , "cleptomanía", c o m p o r t a m i e n t o s violen-
tos, " c o n f l i c t i v i d a d " , c o n d u c t a s d e l i c t i v a s , t r i s t e z a du-
r a d e r a , d m i d e z , aislamiento social, "disfuncionalidad
f a m i l i a r " , fracaso e s c o l a r o l a b o r a l , a n o r e x i a y buli-
m i a , a l c o h o l i s m o y o t r a s a d i c c i o n e s así c o m o e n los
e j e m p l a r e s h u m a n o s d o m i n a d o s p o r a l g u n o d e los
siete p e c a d o s c a p i t a l e s . ¿ L o s siete? A v e r , c o n t e m o s :
i r a , p e r e z a , s o b e r b i a , g u l a , l u j u r i a y e n v i d i a . ¿Siete?
N o ; seis. F a l t a u n o d e l c u a l n i l a C I E n i e l D S M - r v - T R ni
el f u t u r o D S M - 5 n o d i c e n n i p í o : l a avaricia. Pues hay
" t r a s t o r n o s d e l a p e r s o n a l i d a d " d e s c r i t o s e n t o d a s las
áreas d e l c o m p o r t a m i e n t o . . . e x c e p t o c o n r e l a c i ó n al
d i n e r o . ¿ N o es c u r i o s o ? ¿Será q u e e n este a s p e c t o , el
d e l a c o d i c i a {covetousness) y e l d e l a t e s o r a m i e n t o , el
s r y e t o n o se " a p a r t a a c u s a d a m e n t e d e las expectativas
de l a c u l t u r a " , según reza l a definición d e l trastorno
d e l a p e r s o n a l i d a d y p o r eso n o es i n c l u i d o e n los
g r u p o s d e " a n o r m a l e s " q u e r e c o n o c e l a Asociación
Psiquiátrica d e los Estados U n i d o s ?
R e g r e s e m o s a l a s e r i e histórica d e las taxonomías
y o b s e r v e m o s los "avances" d e l a p o l í t i c a expansio-
n i s t a d e los m é d i c o s p s i . A su d e b i d o t i e m p o , l a Aso-
c i a c i ó n N o r t e a m e r i c a n a p u b l i c ó , e n 1 9 8 0 , p a r a man-
t e n e r s e a l a a l t u r a d e l a O M S , e l D S M - l i l ^ u n catálogo

^ L a c o i n c i d e n c i a e n t r e l a p u b l i c a c i ó n d e m i t e x t o referido, ^
y a y l a a p a r i c i ó n d e l D S M - l l l ® es n o t a b l e y m e c o m p l a c e señalarr.l
la p u e s fue j u s t a m e n t e e n ese año 1980 c u a n d o el d e b a t e sobrel
CRÍriC/V A DOS CL.'VSlFlCACÍONES EN PSIQUIATRÍA 93

q u e p r e t e n d í a ser m á s q u e u n a n o m e n c l a t u r a p u e s
incluía c r i t e r i o s d i a g n ó s t i c o s e x p l í c i t o s y, e n vez d e
los ya m e n c i o n a d o s tres ejes " i n t e r n a c i o n a l e s " d e l a
CIE-9, e n t r o n i z a b a u n s i s t e m a " p e r f e c c i o n a d o " d e
cinco ejes q u e d e b í a n c o n s e r v a r los d i a g n ó s t i c o s p s i -
quiátricos: e l p r i m e r o p a r a "los t r a s t o r n o s c l í n i c o s y
otras enfermedades q u e p u e d a n ser o b j e t o d e a t e n c i ó n
clínica", e l s e g u n d o p a r a l a " d e b i l i d a d m e n t a l " y los
" t r a s t o r n o s d e l a p c i ~ s o n a l i d a d " (¡?),'* e l t e r c e r o , p a r a
"las e n f e r m e d a d e s m é d i c a s y los p r o b l e m a s físicos

las c l a s i f i c a c i o n e s e n psiquiatría s e volvió m o t i v o d e e s c á n d a l o . E l

DSMT d e 1 9 5 2 y e l DSM-II d e 1 9 6 9 a p a r e c i e r o n s i n d e s p e r t a r o b j e -
c i o n e s . E n c a m b i o , e l DSM-III, l l a m a d o d e s d e s u p r e s e n t a c i ó n " l a
B i b l i a d e l a psiquiatría", f u e o b j e t o d e e n c e n d i d a s p o l é m i c a s q u e
no h a n c e s a d o d e a c r e c e n t a r s e h a s t a l a a c t u a l i d a d , e n vísperas d e
la presentación d e l DSM-5 CE). E s f o r z o s o señalar q u e l a o p o s i c i ó n
a este n u e v o e n g e n d r o t a x o n ó m i c o c u b r e u n t e r r i t o r i o m u c h o
mayor q u e e l d e E s t a d o s U n i d o s . C o n c r e t a m e n t e m u c h o s d e los
más c o n n o t a d o s p s i q u i a t r a s y p s i c o a n a l i s t a s d e F r a n c i a s e h a n m a -
nifestado públicamente y a r g u m e n t a d o s u r e c h a z o e n términos
c o n t u n d e n t e s : Pour en finir avec le carean du DSM, T o u l o u s e , E r e s ,
noviembre de 2010. I g u a l m e n t e la British Society o f Psychology,
en n o m b r e d e sus 50 0 0 0 a d h e r e n t e s y e n r e s p u e s t a a u n p e d i d o
de c o m e n t a r i o s p o r p a r t e d e l a A s o c i a c i ó n Psiquiátrica n o r t e a m e -
r i c a n a , s e e x p i d i ó m a n i f e s t a n d o s u r e p u d i o : The fiiture of Psychia-
tric Diagnosis. Response to the American Psychiatric Association, junio
de 2 0 1 2 . E n e l BritishJ. of Psychiatry, ó r g a n o d e l a S o c i e d a d I n g l e s a
de Psiquiatría, p u e d e c o n s u l t a r s e u n a c a n t i d a d c r e c i e n t e d e a r -
tículos c r i t i c a n d o e n t o d o y e n c a d a u n a d e s u s p a r t e s a l DSM-5.
^ L a razón d e l e n s a m b l e " r e t r a s o m e n t a l / t r a s t o r n o d e l a
p e r s o n a l i d a d " es c l a r a e n s u a p a r e n t e d i s p a r i d a d . E n e l p r i m e r
eje se i n c l u y e a l a s e n f e r m e d a d e s psiquiátricas j u n t o a l a s p r o -
pias d e l a m e d i c i n a ; e n e l s e g u n d o , l a " d e b i l i d a d m e n t a l " y l o s
"trastornos de l a p e r s o n a l i d a d " , q u e n o c a b e c o n s i d e r a r c o m o
enfermedades sino c o m o apartamientos de la n o r m a (intelectual
en u n caso, c o n d u c t u a l e n e l otro) p e r o a los q u e n o se r e n u n c i a
c o m o e s p a c i o ( o m e r c a d o ) p a r a l a intervencióti d e l p s i q u i a t r a o
d e l técnico p s i .
94 C:RÍTÍCA A D O S C L A S I F I C A C I O N E S E N PSIQUIATRÍA

c u a n d o van acompañados de u n trastorno mental"

( q u e p e r m i t e l a i n t e r v e n c i ó n d e l p s i q u i a t r a e n todos
l o s casos q u e n o s o n p s i q u i á t r i c o s ) m á s u n cuarto
"eje" q u e permitía y hasta o b l i g a b a a diagnosticar
"los p r o b l e m a s a m b i e n t a l e s y p s i c o s o c i a l e s que
c o n t r i b u y e n a l t r a s t o r n o " y, p o r f i n , u n q u i n t o "eje"
p a r a c a l i b r a r , s e g ú n l a o p i n i ó n d e l c l í n i c o , e l nivel
d e estrés y d e l f u n c i o n a m i e n t o y l a a c t i v i d a d d e l pa-
ciente. L o s m ú l t i p l e s "ejes" d e este c a m i ó n se conser-
v a r o n e n e l D S M - r v ( 1 9 9 4 ) . . . p e r o , c o m o y a se anti-
c i p ó , h a n s i d o c o n d e n a d o s a e x t i n g u i r s e s i n dejar
d e s c e n d e n c i a e n e l i n m i n e n t e D S M - 5 q u e se anun-
ciará ( s i n b o m b o s n i p l a t i l l o s , c o n c i e r t o embarazo
c u a n d o n o lisa y l l a n a v e r g ü e n z a p o r las r e c o n o c i -
das l i m i t a c i o n e s y p o r e l e s c á n d a l o p o l í t i c o y finan-
c i e r o d e s u c o n s t r u c c i ó n ) d e s p u é s d e m á s d e diez
a r i o s d e t r a b a j o d e u n g r u p o d e t r a b a j o (task forcé)
d e 2 7 p e r s o n a s q u e g a s t ó 25 m i l l o n e s d e d ó l a r e s en
sus d i s c u s i o n e s . Será p r o c l a m a d o c o m o n u e v o texto
r e c t o r e n m a y o de 2 0 1 3 , e n San Francisco, l a ciudad
d e Vértigo, a l a s o m b r a d e l G o l d e n G a t e . C o m o se ve,
l o s t a x o n o m i s t a s n o d e s c a n s a n . . . y n o n o s d e j a n des-
c a n s a r c o n sus " m e j o r a s " . O b s e r v é m o s l o s mientras
siguen discutiendo la ClE-11 que quieren promulgar
c o n f u e r z a d e l e y m u n d i a l e n 2015.^
E n t r e la C l E - 9 (de 1978) y la C l E - 1 0 (implementa-
d a e n t r e 1 9 8 3 y 1 9 9 9 ) se r e g i s t r a u n a u m e n t o des-
c o m u n a l e n l a c a n t i d a d d e " e n t i d a d e s c l í n i c a s " y su
n o m e n c l a t u r a . L a n o v e n a c l a s i f i c a c i ó n i n c l u í a un

^ D e s d e y a p u e d e a d e l a n t a r s e q u e e l c a o s c o n t i n u a r á y se
a c r e c e n t a r á . B a s t a c o n l e e r l o e s c r i t o p o r u n o d e s u s e x p e r t o s : N.
G a e b e l , " S t a t u s o f P s y c h o t i c D i s o r d e r s i n I C D - 1 1 " , Schizophrenia Bu-
Uetin, O x f o r d , O x f o r d U n i v e r s i t y P r e s s , 3 8 ( 5 ) , p p . 8 9 5 - 8 9 8 , 2013.
CRÍI'IC^ A DOS CLASIFlCACrONFS EN PSIQULVTRÍA 95

capítulo 5 d e los "trastornos mentales'''' m i e n t r a s q u e

en l a d é c i m a se l e l l a m ó " C a p í t u l o V d e l o s trastor-
nos mentales y del comportamiento". A d e m á s d e l i n a n e
pasaje d e l n ú m e r o a r á b i g o a l r o m a n o l o q u e se v o l -
vía t r a s c e n d e n t a l e r a e l a g r e g a d o e x p l í c i t o d e q u e el
comportamiento se c o n v e r t í a e n t e m a d e l a psiquiatría,
algo q u e , s e g ú n v e r e m o s , F o u c a u l t h a b í a s e ñ a l a d o
c o m o o p e r a n t e desde m u c h o antes, desde la segun-
da m i t a d d e l s i g l o X I X , p e r o q u e t o d a v í a estaba a l a
espera d e u n a d e c l a r a c i ó n o f i c i a l d e c o r r i m i e n t o d e
los límites y o c u p a c i ó n t e r r i t o r i a l . Se o b s e r v a a d e -
más u n c a m b i o e n l a m a n e r a t é c n i c a d e c l a s i f i c a r
p a r a d e j a r l a a l s e r v i c i o d e las c o m p u t a d o r a s y e n s a n -
char e l c a m p o d e l o c l a s i f i c a d o . T e x t u a l m e n t e : " I . a
e s t r u c t u r a d e los c ó d i g o s d e l a C l E - 0 es a l f a n u m é r i c a
con u n a l e t r a i n i c i a l seguida de u n a c i f r a de dos n ú -
meros, u n p u n t o y hasta dos posibles dígitos más.
Los c ó d i g o s se i n i c i a n c o n l a l e t r a « F » , {the f word)
y este c a p í t u l o V esta c o n s t i t u i d o p o r 7 8 c a t e g o r í a s
a g r u p a d a s d e s d e FOO h a s t a F 9 9 [ c o n l o s s u b í n d i c e s
la c a n t i d a d se eleva a m á s d e 2 8 0 ] . Así se h a a u m e n -
tado c o n s i d e r a b l e m e n t e e l n ú m e r o d e c a t e g o r í a s
disponibles p a r a l a clasificación, s u p e r a n d o c o n
a m p l i t u d a la C I E - 9 - M C q u e sólo ü e n e 30 categorías
(290-319) " . ^ A b o r d e m o s a q u í , n o s o t r o s , los c a p í t u l o s

C o r r e s p o n d e aclarar l a "inocente'* m a n i o b r a d e l a letrifica-

ción y l a n u m e r a c i ó n d e l o s í t e m s e n o r d e n s u c e s i v o : a ) , b ) , c )
n ) c o m o e n B o r g e s o E y d o s dígitos c o m o e n e l DSM. A u n si l a
cita s e a l a r g a c o n v i e n e c o p i a r a q u í e l í n d i c e d e l o s diagnósticos
según l a p u b l i c a c i ó n o f i c i a l : Clasificación de los Trastornos Aíentales
en la Guia Latinoamericana de Trastornos PsiquiátHeos. ( E n a d e l a n t e .
Guía —México, A s o c i a c i ó n Psiquiátrica d e A m é r i c a L a t i n a , 2 0 0 4 . )
E l í n d i c e ( p . 6 ) (^il catalogo é questo) se r e s u m e así:
A . Introducción
B . L i s t a d e Categorías Diagnósticas
96 C R I T I C A A DOS CLASIFICACIONES EN PSIQUIATRÍA

C . T r a s t o r n o s mentales y d e l c o m p o r t a m i e n t o : descripciones,
c r i t e r i o s diagnósticos y a n o t a c i o n e s :
F 0 0 - F 0 9 : T r a s t o r n o s m e n t a l e s o r g á n i c o s , i n c l u y e n d o l o s sin-
tomáticos.
F10-F19: Trastornos mentales y del comportamiento debidos
al u s o de sustancias psicoactivas.
F 2 0 - F 2 9 : E s q u i z o f r e n i a , t r a s t o r n o s e s q u i z o t í p i c o s y trastornos
delusivos.
F30-F39: T r a s t o r n o s d e l h u m o r (Afectivos).
F 4 0 - F 4 8 : T r a s t o r n o s n e u r ó t i c o s , t r a s t o r n o s r e l a c i o n a d o s con
e l estrés, y t r a s t o r n o s s o m a t o m o r f o s .
F 5 0 - F 5 9 : S í n d r o m e s d e l c o m p o r t a m i e n t o a s o c i a d o s c o n alte-
r a c i o n e s fisiológicas y f a c t o r e s físicos.
F60-F69: Trastornos de la personalidad y del comportamiento
e n adultos.
F70-F79: Retraso mental.
F 8 0 - F 8 9 : T r a s t o r n o s d e l d e s a r r o l l o psicológico.
F 9 0 - F 9 8 : T r a s t o r n o s e m o c i o n a l e s y d e l c o m p o r t a m i e n t o que
a p a r e c e n h a b i t u a l m e n t e e n l a niíiez y e n l a a d o l e s c e n c i a .
P e r o h a y más:
D . Códigos adicionales: 4
F 9 9 : T r a s t o r n o mental, n o especificado e n otro lugar f ,|
E , Códigos complementarios: 4V
F, Síndromes culturales latinoamericanos.
L a o r d e n a c i ó n d e l a s l e t r a s y l o s n ú m e r o s e n l a Guia-CatálogcSi
Manual CTG^ l a i d e a d e u n a s e r i e , d e u n c o n t i n u o , d o n d e s e dist^-^•
huirían o b j e t o s m á s o m e n o s h o m o g é n e o s . L a s u c e s i ó n o r d e n a d f t
d e n ú m e r o s y l e t r a s o c u l t a l o s p a s a j e s i n s e n s i b l e s d e l t e r r e n o diST
l a b i o l o g í a a l d e l psicoanálisis, a l d e l d i s c u r s o j u r í d i c o - p o l í t i c o ,
a n t r o p o l ó g i c o , a l s o c i o l ó g i c o , e t c . S e c r e a l a i m p r e s i ó n d e q u e hayj^
u n a c o n t i n u i d a d e n t r e l o s r e f e r e n t e s y q u e h a y a l g o e n comúñ:(
q u e p u e d e l i g a r , d i g a m o s , a l r e t r a s o m e n t a l , a l o s " t r a s t o r n o s del:|:
c o m p o r t a m i e n t o y d e l a p e r s o n a l i d a d " , a l o s t r a s t o r n o s neúrótÜ^;
e o s , a l a d e m e n c i a , a l A l z h e i m e r , a l u s o d e m a r i h u a n a , a l duelq(|:i
d e s p u é s d e u n a p é r d i d a , a l a " d i s f u n c i ó n a u t o n ó m i c a somatomoEs^
f a " ( a n t e s h i s t e r i a d e c o n v e r s i ó n ) , e t c . L a m á x i m a c o m i c i d a d (ii
v o l u n t a r i a ) s e a l c a n z a , c o m o e r a d e p r e v e r , c u a n d o s e l l e g a a loé\
" s í n d r o m e s c u l t u r a l e s l a t i n o a m e r i c a n o s " a l o s q u e s e atribuyení
r e c o m i e n d a n n ú m e r o s d e l t i p o d e " F 4 8 . 8 " p a r a e l " a t a q u e d e néj
vios" (Puerto R i c o ) . Patricia G h e r o v i c i encontró, justamente
e l DSM d e E s t a d o s U n i d o s , este d i a g n ó s t i c o d e f i n i d o c o m o *^cui
CRÍTICA A nos CLASIFICACIONES E N PSIQUIATRÍA 97

q u e i n t e g r a n l a c l a s i f i c a c i ó n , las "cosas" q u e se c o n -
sideran "trastornos m e n t a l e s " y el o r d e n borgesiano
de sus e n u n c i a d o s .
E n primer t é r m i n o , los t r a s t o r n o s o r g á n i c o s ,
n e u r o l ó g i c o s o n o —el c r i t e r i o es a n a t ó m i c o : s o n las
e n f e r m e d a d e s d e l c u e r p o q u é o c a s i o n a n o se m a n i -
fiestan c o n s í n t o m a s " m e n t a l e s " {Guía, p . 71)—. E n
el segundo l u g a r , los " t r a s t o r n o s m e n t a l e s d e b i d o s a l
uso d e sustancias p s i c o a c t i v a s " {Guía, p . 9 5 ) —aquí e l
c r i t e r i o es l a s u s t a n c i a q u e los p r o v o c a p o r su p r e s e n -
cia t ó x i c a o p o r l a a b s t i n e n c i a . E l tercer l u g a r (Guía,
p. 129) c o r r e s p o n d e a l a e s q u i z o f r e n i a , ^ los t r a s t o r -

rally bound" y l e d e d i c ó u n l ú c i d o e n s a y o El síndrome puertorriqueño,

México, S i g l o X X I , 2 0 1 0 , traducción d e l a a u t o r a . E n e s a o b r a
se d e s n u d a n l o s p r e j u i c i o s d e s c a l i f i c a d o r e s q u e s u b y a c e n a este
diagnóstico a p l i c a d o e n p r i n c i p i o a l o s s o l d a d o s p u e r t o r r i q u e ñ o s
que volvían d e l a g u e r r a d e C o r e a , e x t e n d i d o l u e g o a l a s p u e r t o -
rriqueñas q u e d i s c u t e n a p a s i o n a d a m e n t e s u s c o n f l i c t o s f a m i l i a r e s
y, f i n a l m e n t e , e l i m i n a d o d e l DSM-rv p a r a c a l m a r l a s a c u s a c i o n e s
de r a c i s m o .
' L a d e f i n i c i ó n e s diáfana. J u z g u e e l l e c t o r l a c i t a t e x t u a l y
pregúntese s i n o e s , él m i s m o , u n e s q u i z o f r é n i c o : " L o s t r a s t o r n o s
esquizofrénicos s e c a r a c t e r i z a n , e n g e n e r a l , p o r d i s t o r s i o n e s f u n -
d a m e n t a l e s y típicas d e l p e n s a m i e n t o y d e l a p e r c e p c i ó n , j u n t o
con u n a a f e c t i v i d a d i n a d e c u a d a o e m b o t a d a . H a b i t u a l m e n t e s e
mantienen tanto l a lucidez d e la c o n c i e n c i a , c o m o l a c a p a c i d a d
intelectual, a u n q u e c o n e l transcurso d e l t i e m p o p u e d e n desarro-
llarse c i e r t a s d e f i c i e n c i a s i n t e l e c t u a l e s " , GLADP, op. cit, p . 1 3 1 . L a
definición a n t e r i o r v a s e g u i d a d e u n a aclaración s o b r e e l " c o n -
texto e s q u i z o f r é n i c o " : " L a s m a n i f e s t a c i o n e s esquizofrénicas n o
se p r e s e n t a n c o m o " m a n c h a s n e g r a s " s o b r e u n f o n d o b l a n c o . E l
p s i q u i s m o total d e l p a c i e n t e s u e l e e s t a r a f e c t a d o d e m a n e r a t a l ,
que l o s síntomas " c l a v e " p a r a e l d i a g n ó s t i c o t r a n s c u r r e n s o b r e u n
fondo d e r a r e z a s , e x t r a v a g a n c i a s y m a n i f e s t a c i o n e s m e n o r e s q u e ,
a u n q u e i n s u f i c i e n t e s p o r sí s o l a s p a r a f o r m u l a r e s e d i a g n ó s t i c o ,
c o m p l e t a n l a gestalt esquizofrénica. C o n o t r a s p a l a b r a s , l a s m a -
n i f e s t a c i o n e s sui generis p o r l a s c u a l e s s e e s t a b l e c e e l diagnósti-
co d e e s q u i z o f r e n i a , n o s u e l e n a p a r e c e r e n e l c o n t e x t o d e u n a
98 CRÍTICA A DOS CLASIFICA.CIONES E N PSIQUIATRÍA

n o s e s q u i z o t í p i c o s ^ ( " q u e d e l e j o s p a r e c e n moscas",
d i r í a B o r g e s ) y l o s t r a s t o r n o s d e l u s i v o s (se h a e l i m i -
n a d o e l t é r m i n o " d e l i r i o " — salirse d e l s u r c o — a l que
se s u s ü t u y ó p o r e l a n g l i c i s m o " d e l u s i ó n " — q u e e n el
e s p a ñ o l d e l DRAE s i g n i f i c a " e n g a ñ o d e los sentidos*'),
—el c r i t e r i o a b a r c a las s i t u a c i o n e s d e i n a d e c u a c i ó n
s o c i a l q u e se c o n s i d e r a n c o m o locura, p a l a b r a , potí
supuesto, n u n c a usada. M a l a palabra.
A c o n t i n u a c i ó n t o c a e l t u r n o d e los trastornos
" d e l h u m o r " ^ {Guía, p . 1 5 3 ) y m á s a d e l a n t e se llega a

p e r s o n a l i d a d p o r l o d e m á s n o r m a l , s i n o e n e l c o n j u n t o d e esas
o t r a s a l t e r a c i o n e s m á s s u t i l e s a l a s q u e l l a m a m o s " c o n t e x t o es-
q u i z o f r é n i c o " . Está c l a r o : l a e s q u i z o f r e n i a se d i a g n o s t i c a p o r la
gestalt e s q u i z o f r é n i c a a u n q u e l o s d a t o s n o a l c a n c e n p o r sí solosl
p a r a f o r m u l a r e s e d i a g n ó s t i c o p u e s h a b r á q u e t e n e r e n c u e n t a et
c o n t e x t o esquizofrénico. %
^ T e x t u a l : " F 2 1 . T r a s t o r n o e s q u i z o tí p i c o : T r a s t o r n o c a r a c t e n ^
z a d o p o r c o m p o r t a m i e n t o excéntrico y anomalías d e l p e n s a m i e i ^
to y d e l a f e c t o , que se asemejan a l o s o b s e r v a d o s e n l a e s q u i z o f r e n i a ^
a u n q u e e n n i n g u n a e t a p a a p a r e c e n a n o r m a l i d a d e s caracterís^í
c a s y d e f i n i t i v a m e n t e esquizofrénicas. E n t r e s u s s í n t o m a s pue^^j
h a b e r a f e c t o frío o i n a p r o p i a d o , a n h e d o n i a , c o m p o r t a m i e n t E |
p e c u l i a r o e x c é n t r i c o , t e n d e n c i a a l a i s l a m i e n t o s o c i a l ; i d e a s ps^
r a n o i d e s o e s t r a f a l a r i a s , que no alcanzan a ser verdaderas delusioti^i^
c a v i l a c i o n e s o b s e s i v a s ; t r a s t o r n o s d e l p e n s a m i e n t o y perturbací<iís
n e s d e l a p e r c e p c i ó n ; e p i s o d i o s cuasi psicóticos t r a n s i t o r i o s ocasic^
n a l e s , c o n i n t e n s a s i l u s i o n e s , a l u c i n a c i o n e s a u d i t i v a s o d e o t r a íi||
d o l é e i d e a s seudodelusivas, t o d o l o c u a l o c u r r e h a b i t u a l m e n t e 5ní!
mediar provocación extema a l g u n a . N o h a y c o m i e n z o d e f i n i d o y^ifc
evolución y curso por lo común es la de un trastorno de la personalidad^
{id., p . 1 4 1 . T o d a s l a s c u r s i v a s s o n m í a s ) . s:
^ T e x t u a l , p . 1 5 5 ( s e r u e g a c o n t e n e r l a r i s a ) : " H a y a l meiióS|
1 5 t r a s t o r n o s d e l h u m o r , c o l o c a d o s e n o t r a s s e c c i o n e s q u e e l clí|
n i c o d e b e r e v i s a r p a r a c o m p l e t a r l a s p o s i b i l i d a d e s diagnósticáj|
d e l a c o n d i c i ó n clínica d e l p a c i e n t e . E s t o s q u i n c e t r a s t o r n o s
h u m o r q u e n o se i n c l u y e n allí, se e n c u e n t r a n d i s p e r s o s e n
s e c c i o n e s ( c l a s e s ) d i s t i n t a s , q u e p u e d e n i d e n t i f i c a r s e fácilm*
p r e s t a n d o atención a l o s d o s p r i m e r o s c a r a c t e r e s d e l código
CRÍTICA A DOS CLASIFIC/\ClONES KN P S I Q U I A T R Í A 99

los " T r a s t o r n o s n e u r ó t i c o s , t r a s t o r n o s r e l a c i o n a d o s
c o n e l estrés y t r a s t o r n o s s o m a t o m o r f o s ( F 4 0 - F 4 8 ) ' \
t o d o s j u n t o s . U n b u e n e j e m p l o d e los d e s p r o p ó s i t o s
e n los q u e cae l a clasificación p u e d e verse e n esta
aclaración: " L a u t i l i z a c i ó n d e u n d o b l e d i a g n ó s t i c o
(en F30-F39 y F40-F49) a pacientes c o n g r a d o s lige-
ros d e d e p r e s i ó n y a n s i e d a d c o n c o m i t a n t e s , n o h a
satisfecho a m u c h o s p s i q u i a t r a s , a q u i e n e s p a r e c e a r -
bitrario s u p o n e r qtte el paciente tiene dos trastornos
y n o u n o s o l o , q u e l o h a c e estar a n s i o s o y d e p r i m i d o
a l a vez"^'^ {Guía, p . 1 8 1 ) . A veces e l m a n u a l i n c u r r e
en a c l a r a c i o n e s g e o p o l í t i c a s q u e harían e l d e l e i t e d e
u n J o n a t h a n S w i f t o d e u n J u l i o C o r t á z a r . Así: " E n
C u b a , p o r e j e m p l o , es m u y f r e c u e n t e l a a p a r i c i ó n
de d i f i c u l t a d e s s e x u a l e s ( f a l t a d e d e s e o o d i s f r u t e
sexual, e y a c u l a c i ó n p r e c o z , a u s e n c i a d e o r g a s m o ,
erección i n s u f i c i e n t e o ausente, etc.) e n personas
que están e x p u e s t a s a s i t u a c i o n e s i r r i t a n t e s y p e r -
sistentes" {Guía, p . 1 9 6 ) . Se i n c l u y e n a q u í t a m b i é n
como "trastornos disociativos" la histeria, la histeria
de c o n v e r s i ó n , l a r e a c c i ó n d e c o n v e r s i ó n y . . . e l " A t a -
que d e n e r v i o s . V é a s e s í n d r o m e s c u l t u r a l e s l a t i n o a -
mericanos" (F44, p. 197).
E l s i g u i e n t e c a p í t u l o es e l d e l o s " s í n d r o m e s d e l
c o m p o r t a m i e n t o a s o c i a d o s c o n a l t e r a c i o n e s fisioló-
gicas y f a c t o r e s físicos" ( F 5 0 - F 5 9 ) d o n d e t o p a m o s
con el i n j e r t o de m u c h a s categorías borgesianas.
Para c i t a r a l g u n a s , c a d a u n a , p o r s u p u e s t o , c o n su
letra y n ú m e r o : pesadillas, v a g i n i s m o , abuso de a n t i -

t r a s l o r n o d e q u e se t r a t e . M u c h o s d e e s o s t r a s t o r n o s s o n d e u n a
f r e c u e n c i a c o n s i d e r a b l e e n l a práctica c l í n i c a " .
10 " — S e ñ o r , e s c o j a , o a n g u s t i a o d e p r e s i ó n . ¿ Q u é e s e s o d e
las d o s c o s a s j u n t a s ? " P e r o , e s o sí, se j u s t i f i c a l a l u c r a t i v a r e c e t a
simultánea d e u n " a n s i o l í t í c o " y u n " a n t i d e p r e s i v o " .
1 oo C R Í T I C A A DOS CI A S I F I C A C I O N ES EN PSIQUIATRÍA

á c i d o s , a n o r e x i a n e r v i o s a atípica. A q u í f i g u r a c o m o
" F 5 2 . 0 " l a f a l t a o p é r d i d a d e l d e s e o s e x u a l q u e se
d e f i n e c o n p r e c i s i ó n c r o n o m é t r i c a : " C : Interés en
i n i c i a r r e l a c i o n e s sexuales c o n l a p a r e j a o masturba-
c i o n e s c o n u n a f r e c u e n c i a d e menos de dos veces al mes
o c o n u n a f r e c u e n c i a c l a r a m e n t e r e d u c i d a respecto
a los n i v e l e s a n t e r i o r e s " . L a Guía L.atinoamericana de
Diagnósticos Psiquiátricos, e n u n a i n u s i t a d a m u e s t r a de
p r u d e n c i a , " s u g i e r e q u e e l c l í n i c o sea f l e x i b l e e n la
interpretación d e l criterio ' C e n lo q u e concierne
a l a f r e c u e n c i a d e ''menos de dos veces al mes , a u n q u e
p a r a p r o p ó s i t o s d e investigación este c r i t e r i o puede
u t i l i z a r s e si se e s t i m a o p o r t u n o p a r a e l p r o y e c t o en
c u e s t i ó n " . E n s e r i o , e s t i m a b l e l e c t o r ; así está escrito
e n l a p á g i n a 2 2 4 ; las cursivas s o n d e l a Guía misma,
n o f u e r o n m e t i d a s p o r este a u t o r p a r a q u e se divierta.
L u e g o v i e n e e l c a p í t u l o m á s d i s c u t i b l e d e l a teo-
ría y p r a x i s d e l a psiquiatría e n c u a n t o se a r r o g a los
l l a m a d o s " T r a s t o r n o s d e l a p e r s o n a l i d a d y d e l com-^
p o r t a m i e n t o e n a d u l t o s ( F 6 0 - F 6 9 ) " . E n l a Guía La-
tinoamericana, o c u p a n m á s d e 3 0 p á g i n a s ( p p . 235-^
2 6 6 ) y l a m e n t a m o s n o p o d e r o c u p a r n o s d e ellos
c o n l a r e q u e r i d a m i n u c i o s i d a d q u e d e s e a m o s , dada-
l a p a r t i c u l a r g r a v e d a d p o l í t i c a y s o c i a l d e l t e m a y la
l i g e r e z a c o n q u e es a b o r d a d o . C o m o b a s i d o tradi-
c i o n a l , i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s d e los Trastornos
de la personalidad'''' s i g u e , " l ó g i c a m e n t e " , e l capítulo
d e ^'Retraso mental ( F 7 0 - F 7 9 ) " —el c r i t e r i o es e l co-
c i e n t e i n t e l e c t u a l m e d i d o c o n tests {Guía, p . 2 6 7 ) -
y d e s p u é s e l d e ^''Trastornos del desarrollo psicológico
( F 8 0 - F 8 9 ) " {Guía, p . 2 7 5 ) , d o n d e se i n c l u y e n "cosas"
c o m o l a afasia i n f a n t i l , e l a u t i s m o , e l " t r a s t o r n o es4
p e c í f i c o d e l d e l e t r e o ( o r t o g r a f í a ) " y " d e m á s dificui^-
t a d e s escolares". Y a casi p a r a t e r m i n a r e l m a n u a l cf^
CRÍTICA A D O S CLASIFK:^C:IONES F N PSIQUIATRÍA
lOl

d i a g n ó s t i c o s se e n u m e r a n los ^'Trastornos emocionales

y del comportamiento que aparecen habitualmente en la
niñez, y en la adolescencia ( F 9 0 - F 9 8 ) " —el c r i t e r i o es l a
edad— d o n d e e n c o n t r a m o s : '^Trastornos disociales^ —el
c r i t e r i o es l a a d a p t a c i ó n a l a f a m i l i a y l a escuela— y
varias o t r a s c a t e g o r í a s miríficas c o m o : " M u t i s m o
electivo", " T r a s t o r n o de l a vinculación e n la niñez,
t i p o r e a c t i v o " . A p a r e c e n t a m b i é n : " C o m e r s e las u ñ a s
( o n i c o f a g i a ) " q u e es F 9 8 . 8 , e l m i s m o d í g i t o q u e co-
rresponde a "succionarse el p u l g a r " . " T r a s t o r n o de
la v i n c u l a c i ó n e n l a n i ñ e z , t i p o d e s i n h i b i d o " . " O t r o s
trastornos d e l c o m p o r t a m i e n t o social e n niñez",
especificados. T a m p o c o p o d í a f a l t a r : " T r a s t o r n o
del c o m p o r t a m i e n t o s o c i a l e n l a n i ñ e z , n o e s p e c i f i -
c a d o " . M á s p o s i b i l i d a d e s a ú n p a r a los n i ñ o s : " T r a s -
torno disocial l i m i t a d o al c o n t e x t o f a m i l i a r " , "Tras-
torno disocial e n niños n o socializados", " T r a s t o r n o
disocial e n niños socializados", " T r a s t o r n o o p o s i t o r
desafiante" y " O t r o s trastornos disocíales, especifica-
dos" a c a b a n d o c o n e l d e s o p i l a n t e ''Trastorno disocial,
no especificado^'' (cursivas m í a s ) .
Casi p a r a a c a b a r , p u e s n o s f a l t a n a ú n j o y a s e n l a
corona: "Trastorno m e n t a l , n o especificado ( F 9 9 ) "
{Guia, p . 3 2 7 ) q u e t r a e eso q u e , s e g ú n d i j i m o s , n i
Borges i m a g i n ó , a l g u n o s c ó d i g o s " c o m p l e m e n t a -
r i o s " q u e c u l m i n a n e n " Z 0 3 . 2 Sin trastorno psiquiátri-
co manifiesto^\e í t e m es i n v a l o r a b l e n o s ó l o p o r
ser e l " e t c é t e r a " d e B o r g e s s i n o p o r q u e a c l a r a l o q u e
sucede c o n e l r e s t o d e l o s í t e m s . H a y q u e d i a g n o s -
ticar a l g o y p o n e r u n n ú m e r o s i e m p r e q u e u n o es
invitado a hacerlo. Q u e d a claro que el objetivo del
t a x o n o m i s t a es c l a s i f i c a r las d e m a n d a s q u e p u e d e n
hacerse a u n p s i q u i a t r a , a u n las i n m o t i v a d a s , c o n l a
e x p e c t a t i v a d e q u e éste e n c u e n t r e u n e s p a c i o , u n
102 C R Í T I C A A D O S C L A S I F I C A C I O N E S E N PSIQUIATRÍA

" c a j ó n " e n e l c n a l i n c l u i r e l "caso". Si n o c a b e e n u n o

d e los c a j o n e s . . . l a c a j o n e r a t o m a su l u g a r .
L a ClE-9 ( 1 9 7 8 ) a g r e g a b a ''la personalidad'' q u e no
f i g u r a b a e n la c i E - 8 . L a C l E - 1 0 (1983) invade otro
país: "el comportamiento''. L a p o l í t i c a d e e x p a n s i ó n y
c o l o n i z a c i ó n d e n u e v o s t e r r i t o r i o s es o b v i a p e r o su
o p e r a c i ó n es s i g i l o s a ; l a invasión n u n c a se m a n i f i e s t a
e x p l í c i t a m e n t e n i se d i c e n sus r a z o n e s . Se p a r e c e a
l a c o n o c i d a táctica d e " a s e n t a m i e n t o s " e n t e r r i t o r i o s
o c u p a d o s p e r o esta vez n o a l m a r g e n o e n c o n t r a
d e los o r g a n i s m o s i n t e r n a c i o n a l e s s i n o e n n o m b r e
d e esas m i s m a s " N a c i o n e s U n i d a s " d e las q u e l a O M S
es u n ó r g a n o . Fácil es d e t e c t a r c u á l e s s o n los blan-
cos a p u n t a d o s p o r este n e o c o l o n i a l i s m o : n o los "en-
f c r m o s " ( q u e y a e s t a b a n a h í ) n i los "trastoi-nadus**,
s i n o l o s anormales. C o m o d e s d e s i e m p r e se h a sabido
q u e se p u e d e i n f l u i r s o b r e las p e r s o n a s y s o b r e sus
c o n d u c t a s p o r m e d i o d e sustancias q u í m i c a s (alc<^
h o l , c a f é , t a b a c o , sustancias d e o r i g e n v e g e t a l que
a l t e r a n l a c o n c i e n c i a , e t c . ) , los a n o r m a l e s pasaron
a ser c l i e n t e s d e l a p r o v e c h o s a i n d u s t r i a p s i c o f a r m a -
c o l ó g i c a q u e d e s a r r o l l ó n u e v a s sustancias e n el la-
b o r a t o r i o y p a s ó a v e n d e r l a s c o m o " e s p e c í f i c o s " eii
las f a r m a c i a s . E l p s i q u i a t r a n o se l i m i t a a clasificary
e v e n t u a l m e n t e s e g r e g a r a los " d i a g n o s t i c a d o s " sino
q u e a h o r a d i s p o n e y dispondrá cada vez más d e he-
r r a m i e n t a s p a r a " n o r m a l i z a r " a esos s u j e t o s s i n que
sea n e c e s a r i o q u e t e n g a u n a i d e a d e las causas (én
e l v o c a b u l a r i o m é d i c o , l a " e t i o l o g í a " ) , y a u n sabien-
d o q u e n o h a y u n a " p a t o l o g í a " ( a n a t ó m i c a , histoldr
g i c a ) d e esos " t r a s t o r n o s " n i u n a f i s i o p a t o g e n i a , i|iá
c o n o c i m i e n t o d e los m e c a n i s m o s i n v o l u c r a d o s ,
s i e m p r e se d i c e q n e está p o r v e n i r , q u e e n a l g ú n
ya p r ó x i m o se c o n o c e r á n los n e u r o t r a n s m i s o r e s í f í
CRÍTICA A D O S C L A S I F I C A C I O N E S E N P S I Q U L \ T R Í A
103

ponsables. B a s t a p r e s u p o n e r u n a a l t e r a c i ó n d e los
n e u r o t r a n s m i s o r e s y s a b e r q u e (y c ó m o ) se p u e d e
actuar s o b r e a l g u n o s d e e l l o s p a r a estar e n c o n d i c i o -
nes d e " r e g u l a r " los c o m p o r t a m i e n t o s p o r m e d i o s
q u í m i c o s c o n sustancias " p s i c o a c t i v a s " . E l p s i q u i a -
tra, a r m a d o c o n l a c l a s i f i c a c i ó n i n t e r n a c i o n a l m e n t e
consagrada y c o n el arsenal de armas químicas q u e
la i n d u s t r i a p o n e e n sus m a n o s , se h a c e e l g e r e n t e
de " l a p e r s o n a l i d a d " ( d e s d e e l C l E - 9 ) y e l fianciona-
rio " d e l c o m p o r t a m i e n t o " (desde e l C l E - 1 0 ) además
de c o n v e r t i r s e e n u n " e x p e r t o " e n r e l a c i o n e s i n t e r -
p e r s o n a l e s s o b r e las q u e n a d a p u d o a p r e n d e r o ser
e n s e ñ a d o e n su pasaje p o r las escuelas d e m e d i c i -
na. Este p r o c e s o es l a m e n t a d a " m e d i c a l i z a c i ó n d e
la n o r m a l i d a d y l a a n o r m a l i d a d " . E n u n a r t í c u l o d e
n u e s t r o s días ( f e b r e r o d e 2 0 1 3 ) q u e se m e z c l a t o t a l -
mente y c o r r e e n t r e v e r a d o c o n el h i l o r o j o de nues-
t r o d i s c u r s o , leemos:^^

C o n la obscena proliferación de los diagnósticos, el psi-

quiatra de hoy tiene p o c o m a r g e n para demostrar u n a
verdadera pericia clínica. N o es d u e ñ o de la prevención,
pues la valoración actual d e l pavoroso "riesgo" o "vulnera-
b i l i d a d " n o s hace a todos potenciales trastornados. N i el
diagnóstico m i s m o , c o m o hemos visto, es ya de s t i i n c u m -
bencia. Esa tierra antaño frondosa e n desafíos, en la que
demostraba p o r igual c o n o c i m i e n t o y creaüvidad el médi-
co bregado, hoy le precede y existiría a u n sin él, pues igual
diagnostica el amigo que el enemigo íntimo, el tendero
que el catedrático. E l psiquiatra, en fin, tampoco puede

F r a n c i s c o Ferrández M é n d e z , " D e l diagnóstico a l a d e m a n -

d a : a s i s t e n c i a , c o n o c i m i e n t o y e n f e r m e d a d m e n t a l " , Teoría y crítica
de la psicología 3, 2 0 1 3 , pp. 6 3 - 8 0 .
104 C l d l ICA A DOS CLASIFICACIONES EN PSIQUIATRÍA

a v e n t u r a r u n pronóstico q u e está e n l o s l i b r o s y q u e e n su
d i s c i p l i n a s i g n i f i c a , l a s m á s d e l a s v e c e s , c r o n i c i d a d , o 1q
q u e es lo m i s m o , fidelidad a l p r o d u c t o . M u y d i f e r e n t e al
resto, a l l o q u e r o le q u e d a e n t o n c e s , p a r a p o d e r sentirse
también médico, e l d u d o s o pri\dlegio profesional d e la
prescripción, d e t e n e r e l s e l l o d e l a s r e c e t a s l í c i t a s . S e r e l se-
r e n o d e g u a r d i a c o n l a llave d e l a f a r m a c i a . Y c l a r o , justifi-
c a r c o n u n b u e n diagnósdco l a prescripción d e las drogas
p s i q u i á t r i c a s p u e s t o q u e s u p o t e n c i a l a d i c t i v o y d a ñ i n o es
m u c h o m a y o r q u e , p o r e j e m p l o , e l d e l a l c o h o l o e l d e l ta-
b a c o , y p r e c i s a d e s u s u p e r v i s i ó n . . . y d e u n n o m b r e p a r a la
d e m a n d a d e e s e c o n s u m i d o r q u e , e n a d e l a n t e , t e n d r á ya
sus " a n t e c e d e n t e s psiquiátricos". E n e l c o l m o d e s u degra-
d a c i ó n , a q u e l " m é d i c o h u m a n i s t a " q u e f u e e l p s i q u i a t r a ya
n o p u e d e a s p i r a r n i a " c a m e l l o " , a rfmZer a u t ó n o m o , p u e s t o
q u e las guías clínicas l e dirán a q u i é n d r o g a r y c o n qué, y
a n o m u c h o t a r d a r h a s t a l o a c u s a r á n d e n e g l i g e n c i a y des-
poseerán d e l título si n o c u m p l e c o n l a r e c o m e n d a c i ó n
científica q u e d i c t a " l a e v i d e n c i a " .

D e s p u é s d e p r e s t a r l e l a p a l a b r a a l c o l e g a español,
p a s o a e x p r e s a r m e e n t e r c e r a p e r s o n a : C a b r í a acu-
sar a l a u t o r d e estas líneas —las mías— d e u n a t o m a
d e p a r ü d o r a d i c a l y m a l p o d r í a él d e f e n d e r s e argu-
y e n d o q u e es t a m b i é n m é d i c o y a l f o r m a r s e c o m o
p s i q u i a t r a algo a p r e n d i ó sobre el c a m p o epistemo-
l ó g i c o d e l a l o c u r a y es d e s d e esa p o s i c i ó n q u e abor-
d ó , t a n t o s a ñ o s atrás, e l t e m a d e las clasificaciones
psiquiátricas s u f r i e n d o c o m o r e p r e s a l i a l a c ó l e r a de
los p a l a d i n e s d e l a e s p e c i a l i d a d q u e l o e x c l u y e r o n
d e su g r e m i o . Se l e p o d r í a a c u s a r t a m b i é n d e que,
35 a ñ o s d e s p u é s , d e s c o n o c e los i n m e n s o s avances de
l a psiquiatría g e n é t i c a y de l a n e u r o c i e n c i a contem^
p o r á n e a c o n los d e s c u b r i m i e n t o s i m a g e n o l ó g i c o | .
C R Í T I C A A D O S CI O S I F I C A C I O N E S E N P S I Q U I A T R Í A
105

permitidos p o r la emisión de positrones y la cente-

Uografía capaz d e a d e n t r a r s e e n las h ú m e d a s i n t i m i -
d a d e s n e u r o n a l e s . P i d o , u n a vez m á s , q u e se le p e r -
m i t a d e f e n d e r s e d a n d o l a p a l a b r a a q u i e n sabe m á s
y m e j o r q u e él cuál es l a s i t u a c i ó n e n e l i n t e r i o r d e
esa d i s c i p l i n a q u e n e c e s i t a d e d e f e n s a e ilustración.
Ya h e m o s c i t a d o l a c o n f e r e n c i a d e H é c t o r P é r e z - R i n -
c ó n ; es l l e g a d o e l m o m e n t o d e e s c u c h a r l o y a d m i r a r
su b i e n - d e c i r q u e es, c o m o s a b e m o s , u n a ética:

Después de los años y de los miles de artículos publicados

desde esta perspectiva [neurocientífica], la esperanza pa-
rece alejarse como el h o r i z o n t e en altamar, pues se vio,
al menos para los observadores más perspicaces y despre-
juiciados, que ese cúmulo de conocimientos y sus atracti-
vas hipótesis no h a n b r i n d a d o , hasta el m o m e n t o , alguna
aportación realmente sólida y universalmente c o m p r o b a -
da y aceptada referente al diagnóstico, al pronóstico o al
tratamiento de la patología m e n t a l , y que el hombre neu-
ronal que se nos ofrecía era, más b i e n , u n m o d e l o m u y
esquemático, p r e m a t u r o y algo c a n d i d o , u n a especie de
versión actualizada de los modelos anatómicos desollados
de los artistas renacentistas, que estaba lejos de p o d e r sus-
t i t u i r , c o m o se había propuesto, la c o m p l e j a realidad d e l
hombre-sujeto de la fenomenología, que habita la noosfe-
ra. Los síntomas mentales que se observan acompañando
a algunos trastornos neurológicos son, además, desde el
p u n t o de vista f e n o m e n o l ó g i c o , las más de las veces d i -
ferentes de los síntomas sobre los que se estructura la
psicopatología, a pesar de que usemos c o n frecuencia los
mismos nombres para calificarlos.

H . P é r e z - R i n c ó n [ 2 0 1 1 ] , " D e f e n s a e ilustración d e l a p s i -
quiatría", op. cit., p . 4 7 5 .
 io6 C R Í T I C A A D O S C I A S I F I C A C I O N F . S K N P S I Q U I A T R Í A

T o d o s los i n t e n t o s d e f i j a r límites e n t r e los tras*

t o m o s s i s t e m á ü c a m e n t e f a l l a n y se e n c u e n t r a n zo*
ñas d e c o n f l u e n c i a : d e p r e s i ó n , a n g u s t i a , t r a s t o 11 m
de l a p e r s o n a l i d a d , t r a s t o r n o s o m a t i f o r m e , exalta-
c i ó n p a s a j e r a o p e r m a n e n t e , t i m i d e z , a f l i c c i ó n , es-
q u i z o f r e n i a , t r a s t o r n o l i m í t r o f e o b i p o l a r , etc. T o -
d o s s o n t é r m i n o s f a l l i d o s e n l o q u e se r e f i e r e a su
p o d e r d e d i s c r i m i n a c i ó n e n t r e clases d e t r a s t o r n o s
y se a c a b a r e c o n o c i e n d o q u e , a j u i c i o d e u n o s , u n a
" a n o r m a l i d a d " p u e d e llamarse de u n a m a n e r a y a
j u i c i o de otros, de otra. Entonces, buscando disolver
las d i f e r e n c i a s , se r e c u r r e a l a n o c i ó n d e " e s p e c t r o s " ,
t r a s t o r n o s d e l " e s p e c t r o e s q u i z o f r é n i c o " o d e l "es-
pectro afectivo" amalgamando lo que previamente
se s e p a r ó . Si los t r a s t o r n o s f u e s e n c a t e g o r í a s i n d e -
pendientes la coexistencia de u n o c o n otros debería
ser u n h a l l a z g o a z a r o s o . . . p e r o eso n u n c a s u c e d e ;
n u n c a se sabe d ó n d e e m p i e z a l a a n g u s t i a y c ó m o se
d i s t i n g u e ese c o m i e n z o d e l d e l a d e p r e s i ó n o l a es-
q u i z o i d í a o l a e s q u i z o f r e n i a . L a c a t e g o r í a q u e se i n -
v o c a p a r a d e f i n i r l o i n d e f i n i b l e es a h o r a l a d e comor-
bilidad ( ¿ d e c u á l e s " m o r b o s " si l a " e n f e r m e d a d " es
u n a palabra tan incómoda?). Habrá que reconocer,
d e n t r o d e l p r o p i o sistema clasificatorio, q u e , a lo
l a r g o d e l a c o r r i e n t e v i t a l y s o m e t i d o s a l j u i c i o de
" e x p e r t o s " , l o s i n d i v i d u o s e n t r a n y s a l e n d e los
distintos "diagnósticos" y que u n día son normales,
otro depresivos, o t r o angustiados. O sufren
m a n i f e s t a c i o n e s " s o m a t i f o r m e s " ( ¡ ? ) —la i n f o r t u n a -
d a p a l a b r a h a s i d o c o n d e n a d a a d e s v a n e c e r s e e n la
n a d a e n e l i n m i n e n t e DSM-5— y a n o l a o i r e m o s , la
remplazará el "trastorno c o n síntomas somáticos"
o cualquier otra denominación rebuscada para no
d e c i r " h i s t e r i a " . L a s d r o g a s p a r a t r a t a r t o d o s estos
C R Í T I C A A D O S C L A S T F I C A C X O N E S E N P S I Q U I A T R Í A
107

t i a & l o m o s s o n u n a s veces éstas y o t r a s veces a q u é -

llas y a veces f u n c i o n a n y a veces (las m á s ) n o m e j o r
q u e los p l a c e b o s a u n q u e ¿ q u i é n p o d r í a d e c i r l o ? , l a
p r e s c r i p c i ó n d e p e n d e d e l a p r o p a g a n d a d e los l a b o -
r a t o r i o s q u e p r e t e n d e q u e su m a r c a ® es " e s p e c í f i -
c a " a u n q u e l a m a y o r p a r t e d e los " m e d i c a m e n t o s "
son usados p a r a t o d a clase d e s í n d r o m e s . N a d a se
sabe s o b r e cuál es m e j o r p a r a q u é y m u c h o m e n o s
h a y e s t u d i o s s o b r e las dosis r e c o m e n d a b l e s p a r a u n
ti astorno en u n sujeto singular o sobre la p r e d e c i b i -
l i d a d d e los " e f e c t o s s e c u n d a r i o s " . N a d i e p r e t e n d e ,
t a m p o c o , q u e esas d r o g a s " c u r e n " n a d a ; se r e c o n o c e
q u e t o d a s las sustancias tienen e f e c t o s m i e n t r a s d u r e
su p r e s e n c i a e n e l o r g a n i s m o y c u a l q u i e r e v e n t u a l
a l i v i o s i n t o m á t i c o cesará c u a n d o cese l a a d m i n i s t r a -
c i ó n . T o d a m e d i c a c i ó n b a s a d a e n estas c l a s i f i c a c i o -
nes es u n ensayo a d o b l e ciegas: c e g u e r a d e l m é d i c o
y del llamado paciente.
L a c o n c l u s i ó n q u e sacan los p s i q u i a t r a s es i n c i e r -
ta y c i e r t a m e n t e d e p r i m e n t e : o l a p s i c o p a t o l o g í a n o
c o n s i s t e e n e n t i d a d e s m ó r b i d a s d i s c r e t a s c o m o las
q u e se n u m e r a n y l e t r i f i c a n e n l a C I E y e n e l D S M , o
l a p s i c o p a t o l o g í a sí c o n s i s t e e n e n t i d a d e s d i s c r e t a s
p e r o n o s o n las q u e se r e f l e j a n e n las a c t u a l e s c a t e -
gorías diagnósticas, o la n a t u r a l e z a de la psicopato-
l o g í a es i n t r í n s e c a m e n t e h e t e r o g é n e a c o n s i s t i e n d o
a veces e n " e n f e r m e d a d e s " , a veces e n " r e a c c i o n e s "
inadaptadas pero comprensibles o poco o nada com-
prensibles o a medias adaptadas y a medias n o . . .
p o r q u e n o se sabe c u á l sería l a r e a c c i ó n n o r m a l o e n
" s í n d r o m e s " o e n " t r a s t o r n o s " , etc., y las d i f e r e n c i a s
e n t r e n o r m a l i d a d , neurosis, variaciones personales,
s í n d r o m e s r e a c t i v o s , "estados t r a n s i t o r i o s " , d i f i c u l -
tades vitales pasajeras y p e r m a n e n t e s , a l t e r a c i o n e s
io8 C R Í T I C A A D O S C L A S I F I C ^ A C I O N E S E N P S I Q U I A T R Í A

vinculadas a la cultura o cualquier i n t e n t o de poner

o r d e n e n m e d i o d e los d e s ó r d e n e s está c o n d e n a d o
a l f r a c a s o p o r q u e n o se h a e n t e n d i d o q u é es l o q u e
h a y q u e c l a s i f i c a r y s o n o s c u r o s los i n t e r e s e s d e los
a u t o r e s d e los g l o s a r i o s y los i n c i s o s d e l a C I E y el
D S M , c u a l q u i e r a sea e l d í g i t o qvie siga y e l a ñ o de
su p r o m u l g a c i ó n l e g a l l o q u e i n c l u y e d e s d e y a , p o r
a d e l a n t a d o , a l 2 0 1 3 d e l D S M - 5 © y cS) y a l 2 0 1 5 d e la
C I E . L o c a , l o c a , es l a e m p r e s a d e c l a s i f i c a r a l a a n o r -
m a l i d a d y encomendársela a la m e d i c i n a .
E n l a d i s c u s i ó n d e l n u e v o D S M - 5 se p u s i e r o n e n
e v i d e n c i a las m a n i o b r a s d e los l a b o r a t o r i o s p a r a a u -
m e n t a r l a " c o b e r t u r a " e n g r o s a n d o l a c a n t i d a d de
diagnósticos y b a j a n d o los u m b r a l e s . E l escándalo
p ú b l i c o d e s e n c a d e n a d o p o r los r u m o r e s c o n s i g u i ó
q u e se a n u l a s e n c a t e g o r í a s q u e ya e s t a b a n d e c i d i d a s
c o m o l a d e "riesgo de psicosis" q u e h u b i e r a p e r m i -
t i d o t r a t a r c o n ( p e l i g r o s o s ) n e u r o l é p t i c o s a decenas
de m i l e s de j ó v e n e s c u a n d o n o niños y adultos que
r e c i b i e s e n ese d i a g n ó s t i c o . ¿Es l a timidez u n t r a s t o r -
n o m e n t a l ? Se trató d e q u e l o fuese. ¿Y l a aflicción
{bereavement) que suplanta a la palabra mourning
—duelo— ¿a p a r t i r d e c u á n t o tiempo es u n t r a s t o r n o
m e n t a l ? Se r e s o l v i ó q u e si l a a f l i c c i ó n d u r a b a más de
d o s m e s e s y a c a l i f i c a b a c o m o t a l y p o r l o t a n t o se p o -
día p o n e r u n n ú m e r o y m e d i c a r c o n antidepresivos.
¿Y las c o m i l o n a s (binges)? S o n t r a s t o r n o s psiquiátri-
cos c u a n d o s o n " m á s d e d o c e e n u n p e r i o d o d e tres
m e s e s " ( L O L ) . ¿ Y c u á n t a es l a c o n c e n t r a c i ó n m í n i m a
p a r a q u e se d i a g n o s t i q u e " t r a s t o r n o d e d é f i c i t de
a t e n c i ó n " ( d i f e r e n c i a n d o e l i n f a n t i l d e l a d u l t o ) ? ¿Y
las r a b i e t a s d e l o s c h i c o s {tantrums) —cuántas—? ¿Ylos
o l v i d o s seniles q u e n o son manifestación de d e m e n -
cia? ¿Y las a d i c c i o n e s c o n d u c t u a l e s a l i n t e r n e t , a los
C R Í T I C A A D O S C L A S I F I C A . C I O N E S E N P S I Q U I A T R Í A
109

v i d e o j u e g o s , a los d e p o r t e s d e a l t o riesgo? ¡ T o d o s
mental disordersl
N a d i e se e x t r a ñ ó c u a n d o se s u p o q u e los m i e m -
bros d e l g r u p o de trabajo de la A P A tenían intereses
e i n v e r s i o n e s e n las c o m p a ñ í a s f a r m a c é u t i c a s . F u e
entonces c u a n d o p a c t a r o n que debían m a n t e n e r
u n s e c r e t o a b s o l u t o s o b r e sus d e l i b e r a c i o n e s y q u e
n o p o d í a n r e c i b i r de los l a b o r a t o r i o s de especiali-
dades m á s d e 10 0 0 0 d ó l a r e s p o r a ñ o n i p o d í a n t e -
n e r m á s d e 5 0 0 0 0 d ó l a r e s e n a c c i o n e s . Esas r e s t r i c -
c i o n e s o p e r a n m i e n t r a s d u r e su p a r t i c i p a c i ó n e n l a
e l a b o r a c i ó n d e l m a n u a l . ¿Y d e s p u é s ? ¿ Q u é s u c e d e
c o n l a l l a m a d a "inside information'' y l a p o s i b i l i d a d d e
i n t e r v e n c i ó n d e f a m i l i a r e s , t e s t a f e r r o s , etc.? ¿ P u e d e
alguien confiar en la apelación a la "cientificidad"
de u n d o c u m e n t o q u e t i e n e esos v i c i o s d e c o n f e c -
ción? L a elaboración d e l c ó d i g o h a t o m a d o c o m o
p r i o r i d a d l o q u e c o n v i e n e a los m i e m b r o s d e l a c o r -
p o r a c i ó n y d e l d i s p o s i t i v o p s i , i n c l u y e n d o a las i n d u s -
trias q u e s u b v e n c i o n a n l a " i n v e s t i g a c i ó n " , s o s ü e n e n
c o n sus a n u n c i o s a las p u b l i c a c i o n e s especializadas y
disponen de u n l o b i de presión que f u n c i o n a d e n t r o
y f u e r a d e l a a s o c i a c i ó n psiquiátrica. L a A s o c i a c i ó n ,
p o r su p a r t e , hará d e l D S M - 5 ( D , d e l q u e d e t e n t a e l ©
y e l m o n o p o l i o d e l a d i s t r i b u c i ó n , u n best-seller. E l
e j e m p l a r costará a l c o m p r a d o r 149 d ó l a r e s e n l a v e r -
sión e n rústica y 199 e n l a d e t a p a dura.^^ E l t i r a j e

A . Francés, " P r i c e G o u g i n g : W h y w i l l D S M - 5 c o s t $ 1 9 9 ? " .

Psychology Today, e n e r o 2 3 , 2 0 1 3 . E l DSM-III ( 1 9 8 0 ) c o s t a b a 2 5 dóla-
res, e l DSM-rv ( 1 9 9 4 ) , 6 5 ; l a e d i c i ó n r e v i s a d a d e e s t e , c o n m í n i m o s
c a m b i o s ( 2 0 0 0 ) , 8 5 . L o s DSM n o s o n s ó l o l i b r o s q n e se r e g i s t r a n
c o n u n ISBN y s e i n d i c a n c o n u n © . S o n m a r c a s c o m e r c i a l e s q u e
están r e g i s t r a d a s c o m o t a l e s c o n s u ® . T e x t u a l m e n t e : " T h e DSM,
i n c l u d i n g DSM-lV, is a r e g i s t e r e d t r a d e m a r k b e l o n g i n g to t h e A m e -
lio CRÍTICIA. A D O S C I . A S I F I C A C I O N E S E N P S I Q U I A T R Í A

será i l i m i t a d o : d e t a n t o s e j e m p l a r e s c o m o q u i e r a la
Asociación q u e , n o sin razón, confía e n el cuantioso
público cautivo. Cada psi, cada hospital, biblioteca
m é d i c a , u n i v e r s i d a d , a s e g u r a d o r , p r o p a g a n d i s t a de
p s i c o f á r m a c o s , etc., d e b e r á t e n e r u n o a l a m a n o
a d e m á s d e las regalías q u e se c o b r a r á n p o r l a v e n t a
d e t r a d u c c i o n e s a casi t o d o s los i d i o m a s . L o s r e c o -
nocidos defectos d e l p r o d u c t o , el b o i c o t organizado
p o r los o p o s i t o r e s , l a d i s t r i b u c i ó n d e los n ú m e r o s ,
c ó d i g o s y definiciones p o r i n t e r n e t , y el descrédito
m i s m o de la insütución p u e d e n r e d u c i r el v o l u m e n
d e las v e n t a s . A l i a n F r a n c é s {op. cit.) d e q u i e n ya h e -
m o s d i c h o q u e fue el p r i n c i p a l responsable d e l DSM-
IV p i e n s a q u e l o i r r a z o n a b l e d e l p r e c i o j u n t o c o n las
r a z o n e s a p u n t a d a s h a r á q u e l a c l i e n t e l a sea m e n o r
y a n t i c i p a dos resultados, u n o b u e n o y u n o m a l o . El
b u e n o será q u e se r e d u c i r í a así e l d a ñ o h e c h o p o r
este e n g e n d r o ; e l m a l o será q u e " y a " n o h a b r á c o n -
senso e n l o s d i a g n ó s ü c o s p s i q u i á t r i c o s .
P o r nuestra parte, después de c u a n t o h e m o s d i -
c h o s o b r e l a c l a s i f i c a c i ó n d e estos " t r a s t o r n o s " , sin
c r e e r q u e los D S M , c u a l q u i e r a sea s u n ú m e r o , p o r su
ausencia de f u n d a m e n t o s e p i s t e m o l ó g i c o s , llegasen
a t e n e r e f e c t o s p o s i t i v o s , p o d e m o s a l e g r a r n o s d e las
d o s cosas a l a vez y s o ñ a r c o n u n f i n a l d e f i n i t i v o d e la
e m p r e s a d e c l a s i f i c a r a los seres h u m a n o s d e n t r o d e l
p r o g r a m a de medicalización d e la sociedad al que
a p u n t a e l d i s c u r s o d e los m e r c a d o s g l o b a l e s . C u a n -
d o l o i r r a c i o n a l m u e s t r a q u e , a d e m á s , es a b s u r d o , se
a b r e n las exclusas p a r a u n a r e f l e x i ó n crítica y u n a
modificación desde el i n t e r i o r m i s m o d e l dispositivo

rican P s y c h i a t r i c A s s o c i a t i o n ( A P A ) N a d i e p o d r í a e s c r i b i r o utíli*
z a r u n " D S M - 5 I " s i n violar las leyes c o m e r c i a l e s .
C R Í T I C A A D O S Cl A J > I F I C : A C I 0 N E S E N P S I Q U I A T R Í A
111

psi: se p o d r á r e c o n o c e r q u e l o s sistemas i n t e r n a c i o -
nales d e c l a s i f i c a c i ó n d e l o s t r a s t o r n o s s o n e l m a y o r
o b s t á c u l o e p i s t e m o l ó g i c o q u e o p e r a e n su i n t e r i o r .
A . F r a n c é s , p r i n c i p a l r e s p o n s a b l e d e l D S M - r v , des-
c u b r e a h o r a ( u n p o c o t a r d e ) q u e e l D S M - 5 , d e cuya
r e d a c c i ó n él se h a a p a r t a d o , es u n i n s t r u m e n t o p u -
ramente empírico e inúül c u a n d o n o dañino para la
psiquiatría. Es c o n m o v e d o r o í r l o q u e j a r s e , c o m o u n
Dr. Frankenstein, del m o n s t r u o que ayudó a prohijar
al c o l o c a r s e e n l a estela d e l m a l h a d a d o D S M - l l l . " E l
día d e l a s e m a n a pasada e n q u e l a A s o c i a c i ó n Psi-
quiátrica A m e r i c a n a d i o su s e l l o d e a p r o b a c i ó n a l ex-
t r e m a d a m e n t e d e f e c t u o s o {deeply jlawed) D S M - 5 f u e e l
día más t r i s t e d e m i s 45 a ñ o s e n l a psiquiatría." N o es
de extrañar q u e o t r o e s p e c i a l i s t a , u n p o c o más l ú c i d o
le r e c o r d a s e su r e s p o n s a b i l i d a d e n a q u e l l o d e l o q u e
se q u e j a y d e n u n c i a s e su p o s t u r a d e " a l m a b e l l a " .
Difícil l e r e s u l t a a A l i a n F r a n c é s r e c o n o c e r e l d e -
sastre c a u s a d o p o r e l D S M - r v y l o o m i n o s o d e l a e m -
p r e s a a l a q u e d e d i c ó esos 4 5 a ñ o s e n l a psiquiatría.
E l m a n u a l es u t i l i z a d o c o r n o g u í a p a r a s e l e c c i o n a r
"tratamientos" de dudosos c u a n d o n o peligrosos
resultados ( p o r e j e m p l o , a n f e t a m i n a s recetadas a
millones de niños hiperqninéticos), para decidir la
distribución de servicios y beneficios, p a r a a d j u d i c a r
s u b s i d i o s y becas y r e c u r s o s a l a " i n v e s t i g a c i ó n " , p a r a
e s t i g m a t i z a r a los d i a g n o s t i c a d o s y p a r a d e t e r m i n a r
e l l e n g u a j e y las e x p e c t a t i v a s d e l p e r s o n a l s u b o r d i n a -
d o y s o m e t i d o a las e s t r a t e g i a s d e l marketing d e ser-

A . Francés, " D S M - 5 i n D i s t r e s s " , Psychology Today, d i c i e m b r e

12, 2 0 1 2 .
1^ N . G h a e m i , " D S M - 5 : I f Y o u D o n ' t l i k e t h e E f f e c t s , L o o k a t
the C a u s e s . T h e P r o b l e m s o f D S M - 5 w e r e c a u s e d by DSM-iil a n d
D S M - I V . Psychology Today, e n e r o 9, 2 0 1 3 .
 C R Í r i C l ^ A DOS CLASIFICACIONES EN PSIQUIATRÍA
112

vicios y p r o d u c t o s . N o hay ahora, c o m o n o lo h u b o

e n sus t i e m p o s ( 1 9 8 0 - 2 0 0 0 ) , u n a o f i c i n a d e c o n t r o l
d e c a l i d a d d e l p r o d u c t o t a x o n ó m i c o y u n j u i c i o ex-
t e r i o r s o b r e las c a t e g o r í a s p r o p u e s t a s . ¿Cuál es la
r e s p o n s a b i l i d a d d e l p r o p i o F r a n c é s e n los d a t o s q u e
e s g r i m e e n s u o p o s i c i ó n a l n u e v o m a n u a l ? : " e n 20
a ñ o s se h a t r i p l i c a d o e l d i a g n ó s t i c o d e s í n d r o m e de
d é f i c i t d e a t e n c i ó n ( A D D ) , m u l t i p l i c a d o p o r 20 e l de
' t r a s t o r n o s autísticos i n f a n t i l e s ' y p o r 4 0 e l d e 'tras-
t o r n o bipolar infantil', todo lo cual ha hecho m u l -
t i p l i c a r e n l a m i s m a p r o p o r c i ó n l a p r e s c r i p c i ó n de
s u s t a n c i a s e s t i m u l a n t e s y l a f á r m a c o - d e p e n d e n c i a de
m i l l a r e s d e c h i c o s i n d e f e n s o s a n t e l a a g r e s i v i d a d de
l o s i n t e r e s e s e n c o l u s i ó n d e los m é d i c o s y las c o m -
p a ñ í a s f a r m a c é u t i c a s " . A h o r a p u e d e él a d v e r t i r a los
f u t u r o s u s u a r i o s d e los p e l i g r o s d e ( a p e n a s ) d i e z ca-
t e g o r í a s d e l DSM-5(E):

1] " T r a s t o r n o d i s r u p t i v o y d e s r e g u l a c i ó n d e l afec-
t o " {disruptive mood dysregulation disorder) que
hará q u e , de a c u e r d o a la c a n t i d a d y frecuen-
cia, r e c i b a n m e d i c a m e n t o s los n i ñ o s c o n rabie-
tas {tantrums) y desobedientes.
2 ] " T r a s t o r n o d e a f l i c c i ó n " {bereavement) c o n s i d e -
r a d o c o m o "trastorno depresivo m a y o r " y por
l o t a n t o a ser t r a t a d o c o n a n t i d e p r e s i v o s e n
l u g a r de p e r m i t i r actuar a los m e c a n i s m o s del
d u e l o , los r i t u a l e s , l a c o m p a ñ í a d e f a m i l i a r e s y
amigos solidarios,
3 ] " T r a s t o r n o n e u r o c o g n i t í v o m e n o r " p a r a los
olvidos c o m u n e s q u e a c o m p a ñ a n al envejeci-
m i e n t o . A n t i c i p a Francés q u e serán m i l l o n e s
los e t i q u e t a d o s y tratados sin q u e presenten
ningún trastorno objetivable.
C R Í T I C A A D O S C IA S I F I C A C I O N E S E N P S I Q U I A T R Í A
1 13

4] " T r a s t o r n o d e déficit de atención e n a d u l t o s "

( A A D D ) q u e r e c i b i r á n sustancias e s t i m u l a n t e s
p a r a i n c r e m e n t a r e l p l a c e r y los r e s u l t a d o s l a -
b o r a l e s . . . a p o y a n d o así a l m e r c a d o n e g r o d e
drogas ilegales.
5 ] " T r a s t o r n o a l i m e n t i c i o d e c o m i l o n a s " {binge
eating disorder) q u e ya n o será g u l a s i n o e n f e r -
medad mental.
6] D i s m i n u c i ó n d e los " u m b r a l e s " p a r a dia g nos -
t i c a r " t r a s t o r n o autístico e n l a i n f a n c i a " q u e
s o b r e c a r g a r á los s e r v i c i o s p s i c o p e d a g ó g i c o s
d e s p l a z a n d o e l énfasis d e l o e d u c a t i v o a l o clí-
n i c o , o sea, m á s d e l o p s i c o y m e n o s d e l o p e -
dagógico.
7 ] " A b u s o d e sustancias p o r p r i m e r a vez" {jirst
time substance abztsers) q u e e n g r o s a r á n e l c a u d a l
d e los a d i c t o s e m p e d e r n i d o s q u e t i e n e n d i s t i n -
tas n e c e s i d a d e s y p r o n ó s t i c o s .
8] "Trastornos de adicción c o n d u c t u a l " d o n d e to-
das las a f i c i o n e s p o d r á n i n c l u i r s e y t r a n s f o r m a r -
se e n " e n f e r m e d a d e s " i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e l
c o n s e n t i m i e n t o d e l siojeto a su " a d i c c i ó n " .
9 ] E n t u r b i a r los límites ( ¿ n o e r a n y a t u r b i o s ? )
e n t r e estas " a d i c c i o n e s c o n d u c t u a l e s " y los
" t r a s t o r n o s d e a n s i e d a d g e n e r a l i z a d a " . A es-
tos t r a s t o r n a d o s se les p r e s c r i b i r á n ansiolíticos
q u e s o n , d e p o r sí, a d i c t i v o s p a r a l a m a y o r í a d e
los sujetos.
10] A u m e n t a r l a f r e c u e n c i a d e l d i a g n ó s t i c o d e
" t r a s t o r n o d e estrés p o s t r a u m á t i c o " {Pl^SD) en
los e s c e n a r i o s y e n los t e s t i m o n i o s d e e x p e r t o s
forenses.
114 C R Í T I C A A D O S C L A S I F I C A C I O N E S E N PSIQUIATRÍA

C o m o señala u n r e p u t a d o críüco^^ t a n t o d e los

D S M a n t e r i o r e s c o m o d e l i n m i n e n t e D S M - 5 , d e los 430
d i a g n ó s t i c o s p r o p u e s t o s n o h a y n i d o s d o c e n a s de
los q u e p u e d a d e c i r s e q u e s o n e n t i d a d e s c o n validez
n o s o l ó g i c a , i d e n t i f i c a b l e s p o r sus s í n t o m a s , p o r su
e v o l u c i ó n , p o r su h i s t o r i a f a m i l i a r , p o r i n d i c a d o r e s
b i o l ó g i c o s o p o r e l e f e c t o f a v o r a b l e d e los t r a t a m i e n -
tos s u g e r i d o s . E n t r e los p o c o s q u e s o b r e v i v e n , hay
m u c h o s aspectos d e sus d e f i n i c i o n e s q u e están mal
a r g u m e n t a d o s o incluso que h a n sido claramente
r e f u t a d o s a u n q u e p e r s i s t e n o c u p a n d o su l u g a r e n el
m a n u a l , e n las estadísticas y e n los i n f o r m e s médicos
y legales. Se v o c i f e r a a c e r c a d e u n a c i e n c i a e n todas
p a r t e s a u s e n t e q u e es r e m p l a z a d a p o r u n c o m p l e t o
p r a g m a t i s m o n o c i e n t í f i c o q u e d a l u g a r a inacaba-
b l e s d i s p u t a s d e o p i n i ó n s i n c r i t e r i o s p a r a d e c i d i r en
f a v o r d e u n o s a r g u m e n t o s y d e s c a r t a r o t r o s . Para N.
G h a m i e l D S M , e n su v e r s i ó n V , se h a e x t r a v i a d o y los
a c a l o r a d o s d e b a t e s e n t o r n o a sus c a t e g o r í a s i n d i c a n
q u e se h a l l e g a d o a l p r i n c i p i o d e l fin.

N . G h a m i , " D S M - 5 i s a p p r o v e d : U n d e r s t a n d i n g c a u s e ait<l
e f f e c t " , Psychiatry / Mental Health, J^LU. 1 5 t h , 2 0 1 3 .
6. L A F U N C I Ó N S O C I A L D E L A P S I Q U I A T R Í A
E N E L D I S P O S I T I V O PSI

I n s i s t a m o s e n l a i n t e r r o g a c i ó n q u e n o s g u í a : ¿cuáles
son l o s f i n e s d e l a ( s ) c l a s i f i c a c i ó n (es) psiquiátrica(s)
y q u é se c o n s i g u e c o n e l l a ( s ) ? E n r e s u m e n : ¿para
q u é sirve ( n ) ? E l c o n s e n s o d e los p s i q u i a t r a s " o f i c i a -
les" e s t i m a q u e s o n útiles p a r a : d] l a c o m u n i c a c i ó n ,
b] e l c o n t r o l y c] l a c o m p r e n s i ó n d e los t r a s t o r n o s .
Los psiquiatras indios^ hemos citado ilustran
c o n e j e m p l o s c ó m o y a q u i e n e s b e n e f i c i a n estos e m -
p e ñ o s t a x o n ó m i c o s ("... q u e s o n t a n b u e n o s c o m o
las teorías q u e las s u s t e n t a n " ( ¡ o h , m a n e s d e B o r g e s !
—¡Qué a u d a c i a p a r a c o n f e s a r l a i n d i g e n c i a t e ó r i c a
y práctica!). Podríamos auxiliarlos, c o l o c á n d o n o s
en sintonía c o n ellos, c o n el agregado generoso de
o t r a s tres " v e n t a j a s " p a r a e l " d i s p o s i t i v o p s i " q u e s o n :
d\a d e s c r i p c i ó n sistemática d e sus " o b j e t o s " , es d e -
c i r , d e las c a t e g o r í a s d i a g n ó s t i c a s q u e e l l o s c r e a n , e]
la a c u m u l a c i ó n y e l a r c h i v o d e l a i n f o r m a c i ó n (re-
trieval) d e las a c t i v i d a d e s psiquiátricas y, f\l seña-
l a m i e n t o de los obstáculos y p u n t o s oscuros a inves-
tigar si se q u i e r e t e n e r u n " c o n o c i m i e n t o o b j e t i v o " ,
s u p e r a n d o l a s o s p e c h o s a s u b j e t i v i d a d d e casi t o d o s
los i n g r e d i e n t e s q u e e n t r a n e n l a c o m p o s i c i ó n c u l i -
naria de la taxonomía.
G l o s e m o s las i l u s t r a c i o n e s q u e los p s i q u i a t r a s i n -
d i o s o f r e c e n p a r a esos tres p r i m e r o s p u n t o s d e su

^ P . K . D a l a l y T . S i v a k u m a r , op. cit.

r , . T
1 i6 LA KL!NC:iÓN SOCUAL DE L A PSIQUIATRÍA

a r t í c u l o : a] Comunicación: si d i a g n o s t i c a m o s "episo-
d i o d e p r e s i v o m o d e r a d o " ( F 3 2 e n l a C I E - 1 0 ) , estamos
h a c i e n d o saber q u e n o es e l p r i m e r e p i s o d i o , q u e n o
h a h a b i d o e p i s o d i o s m a n i a c o s o m i x t o s e n e l pasado,
q u e e l p a c i e n t e n o es p s i c ó t i c o , q u e n o h a s i d o p r o -
d u c i d o p o r sustancias tóxicas, etc., ¿>] Control: q u e es
m u y i m p o r t a n t e p a r a l o q u e se r e f i e r e a t r a t a m i e n t o
y p r e v e n c i ó n ; si h a b l a m o s d e " t r a s t o r n o s psicóticos"
eso s i g n i f i c a q u e se d e b e n a d m i n i s t r a r antipsicóticos,
d e l m i s m o m o d o q u e u n diagnóstico de "trastorno
a f e c t i v o b i p o l a r " r e q u i e r e e l u s o d e estabilizadores
d e l a f e c t o ; c] Comprensión: l a clasificación debería
a p o r t a r e l r e c o n o c i m i e n t o d e las causas d e los tras-
t o r n o s psiquiátricos y d e los p r o c e s o s i n v o l u c r a d o s
e n su d e s a r r o l l o y p e r s i s t e n c i a . " P o r s u p u e s t o —agre-
gan— los t r a s t o r n o s p u e d e n ser t r a t a d o s s i n c o n o c i -
m i e n t o d e s u e t i o l o g í a o fisiopatología." E l c o r o l a r i o
es s u b l i m e : " L a C l E - 1 0 y e l D S M - r v c u m p l e n b i e n con
e l c o m e t i d o a] d e l a c o m u n i c a c i ó n y e n c i e r t a m e d i -
d a c o n e l b] d e l c o n t r o l p e r o n o c o n e l c] d e l a com-
prensión d e b i d o a nuestras l i m i t a c i o n e s e n el enten-
d i m i e n t o d e los t r a s t o r n o s psiquiátricos". E n síntesis,
n o s t o c a a n o s o t r o s c o n f e s a r e n su l u g a r l o q u e ellos
n o se a t r e v e n a d e c i r : " E n a u s e n c i a d e l a más preca-
r i a i d e a d e l o q u e e s t a m o s t r a t a n d o y l o q u e signifi-
c a n las p a l a b r a s q u e u s a m o s , n o s e n t e n d e m o s entre
p s i q u i a t r a s y c o n t r o l a m o s a n u e s t r o s ti-astornados
g r a c i a s a las c l a s i f i c a c i o n e s q u e h e m o s p r o m u l g a d o y
n o s m u e s t r a n e l c a m i n o a s e g u i r c o n e l l o s q u e es, por
s u p u e s t o y p o r q u e así se n o s l o p i d e , e l d e l recetario
f a r m a c o l ó g i c o ( p a r a eso s o m o s m é d i c o s ) . E n t r e no-
sotros nos e n t e n d e m o s y c u m p l i m o s c o n la demanda
s o c i a l ; p a r a eso n e c e s i t a m o s l a clasificación".
L o q u e estos y o t r o s a u t o r e s r e c o n o c e n s i n plari-
LA F U N C I Ó N SOCTAl. DE L A P S I Q U I A T R Í A 117

tearse las c o n s e c u e n c i a s d e su a d m i s i ó n s o n los

p r o b l e m a s e s p e c í f i c o s d e t o d a clasificación d e los
tt a s t o r n o s p s i q u i á t r i c o s . ¿Cuáles? E n síntesis, q u e
la psiquiatría, a d i f e r e n c i a d e las o t r a s r a m a s d e l a
m e d i c i n a , ^ 1] d e b e a p o y a r s e e n u n i n f o r m e s u b -
j e t i v o d e los s í n t o m a s d a d o p o r e l p a c i e n t e y e n l a
observación q u e hace el m é d i c o de la c o n d u c t a d e l
paciente para a r r i b a r a u n diagnóstico; 2] carece de
criterios objetivos e i n d e p e n d i e n t e s para detectar
los t r a s t o r n o s p s i q u i á t r i c o s ; 3 ] s u p o n e q u e los tras-
t o t i i o s p s i q u i á t r i c o s se m a n i f i e s t a n p o r u n a desvia-
ción cuantitativa en la conducta, el pensamiento y
las e m o c i o n e s e n r e l a c i ó n c o n u n c o n c e p t o n o r m a t i -
vo a l q u e es i m p o s i b l e d e f i n i r s i n r e c u r r i r a u n o c é a -
n o d e p r e j u i c i o s o estadísticas (es l o m i s m o ) a c e r c a
de l a c o n d u c t a h u m a n a n o r m a l y, p o r fin, 4 ] q u e los
Mil t o m a s p s i q u i á t r i c o s s o n e n t e r a m e n t e i n e s p e c í f i -
cos, i n e s t a b l e s , v a r i a b l e s , a l o l a r g o d e l t i e m p o y n o
p e r m i t e n d i s c e r n i r " e n t i d a d e s clínicas".
P e r o , eso sí, hay que d e f i n i r y c l a s i f i c a r los t r a s t o r -
n o s psiquiáU"ico5. ¿ P o r q u é ? N u e v a m e n t e e n c o n t r a -
m o s u n p ó q u e r d e m o t i v o s : 1] p o r q u e e v a l u a m o s l a
i n c i d e n c i a de trastornos psiquiátricos e n la c o m u n i -
d a d y l a a t r i b u c i ó n d e l d i n e r o d e los c o n t r i b u y e n t e s
p a r a m a n e j a r l o s ; 2 ] p o r q u e eso tiene r e p e r c u s i o n e s
legales e n casos d e d e l i t o y e n l a e n t r e g a d e b e n e f i -
cios p o r i n c a p a c i d a d ; 3 ] p o r q u e u n a f a l t a d e d e f i n i -
ciones conceptuales podría c o n t r i b u i r al abuso de
d i a g n ó s t i c o s p s i q u i á t r i c o s y serviría p a r a c o n t r o l a r

¿ N o llevaría e s t a s a l v e d a d ( " a d i f e r e n c i a d e l r e s t o " ) a p r e -

g u n t a r s e s i l a psiquiatría e s , d e d e r e c h o y n o s ó l o d e h e c h o , u n a
" r a m a d e l a m e d i c i n a " y c u á l e s s o n s u s títulos o s u s p r e t e n s i o n e s
p a r a i n j e r t a r s e e n ese árbol?
ii8 L A F U N C I Ó N S O C I A L D E L A P S I Q U I A T R Í A

y estigmatizar a la c o n d u c t a socialmente indeseable

— ¿ c ó m o d i s t i n g u i r e l u s o y e l a b u s o e n este r e n g l ó n ?
¿ N o es ésa u n a c o n s e c u e n c i a i n e l u d i b l e d e l a clasifi^
cación?— y, p a r a t e r m i n a r , 4 ] p o r q u e l a f a l t a d e u n a
definición precisa d e l trastorno psiquiátrico reduce
l a c o n f i a n z a e n l a e s p e c i a l i d a d e n t r e n u e s t r o s cole-
gas y e n e l p ú b l i c o e n g e n e r a l -
L a c l a s i f i c a c i ó n d e b e c u m p l i r c o n l a f u n c i ó n de
l e g i t i m a c i ó n d e l ser y e l h a c e r d e sus f u n c i o n a r i o s ;
s u e f e c t o n o se e j e r c e s ó l o s o b r e l o s " p a c i e n t e s " , t a n
i m p o r t a n t e c o m o ése es e l e f e c t o s o b r e los agentes
m i s m o s . Es l a C o n s t i t u c i ó n e n t e n d i d a c o m o Ley
F u n d a m e n t a l d e l a " N a c i ó n " : c o h e s i o n a a los h a b i -
t a n t e s e n t o r n o a sus p r e c e p t o s . C o m i e n z a p o r m a r -
c a r las f r o n t e r a s d e u n t e r r i t o r i o q u e t e n d r á q u e ser
t a n g r a n d e c o m o se p u e d a y j u s t i f i c a r p o r su f u e r z a
d e l e y las o p e r a c i o n e s q u e e n él se r e a l i c e n , c o n c r e -
t a m e n t e , l a i n t e r v e n c i ó n e n t o d o s l o s casos r o t u l a -
d o s s e g ú n s u n o m e n c l a t u r a d e t i a s t o r n o s conve-
n i e n t e m e n t e digitalizados. Debe también cimentar
l a c o n f i a n z a d e l p ú b l i c o y d e l o s d e m á s m é d i c o s en
l a p e r t i n e n c i a d e sus o p e r a c i o n e s e n t e r r e n o s oscu-
r o s c u a n d o n o l o d o s o s c o m o e l d e las i n t e r n a c i o n e s
f o r z a d a s o su c o m p l i c i d a d c o n las f u e r z a s h e t e r o n o r -
mativas y c o n el p o d e r político.
A h o r a b i e n , u n a c l a s i f i c a c i ó n , c o n f u e r z a d e ley,
p o r b o r g e s i a n a q u e sea, d e b e n o m b r a r e n t i d a d e s
" d i s c r e t a s " , es d e c i r , separadas, d i s t i n t a s : los " l e c h o -
nes" son distintos de los " d i b u j a d o s c o n u n pincel
f i n í s i m o d e p e l o d e c a m e l l o " . P e r o h e t e a q u í q u e los
límites e n t r e l o s s í n d r o m e s y los t r a s t o r n o s i n c l u i d o s
n o s o n p r e c i s o s c o m o t a m p o c o l o es s u d i s t a n c i a con
l o q u e se l l a m a n o r m a l i d a d . L a c l a s i f i c a c i ó n p r e t e n -
d e ser l a l e y p e r o i g n o r a q u e la ley e s t a b l e c e u n a par-
L A F U N C I Ó N S O C I A L D E L A P S I Q U I A T R Í A
1 19

tición t a j a n t e e n t r e d o s t e r r e n o s b i e n s e p a r a d o s , e l
de l o l e g a l y l o i l e g a l . A d i f e r e n c i a d e e l l a , la norma se
configura c o m o u n c a m p o de matices y gradaciones
v a r i a b l e s . P o r su p a r t e , l a l e y i n t e r v i e n e e n caso d e
i n f r a c c i ó n , m i e n t r a s q u e l a n o r m a se i n m i s c u y e e n
cualquier aspecto y en t o d o m o m e n t o de la existen-
cia d e los sujetos, los c u a l e s n o r e q u i e r e n c o m e t e r
a l g u n a i n f r a c c i ó n p a r a ser e v a l u a d o s e n r e l a c i ó n c o n
la n o r m a , c o n e l " o r d e n e s t a b l e c i d o " . U n o s u p o n d r í a
q u e l a p a l a b r a disorder ti^rx^ s e n t i d o c o n r e l a c i ó n a l a
p a l a b r a order p e r o , a f a l t a d e d e f i n i r l o q u e es el o r -
d e n , ¿ c ó m o d e f i n i r eso q u e se e n t i e n d e c o m o "des-
o r d e n " y hacer i n t e r v e n i r al aparato ordenador, al
dispositivo encargado de resguardar la n o r m a l i d a d ?
L a ley es a d m i n i s t r a d a p o r u n d i s p o s i t i v o , e l j u d i c i a l
y p e n i t e n c i a r i o , m i e n t r a s q u e l a n o r m a es a s i g n a d a
al d i s p o s i t i v o p s i i n c r u s t a d o e n t o d a s las i n s t i t u c i o -
nes i n c l u i d a l a j u s t i c i a m i s m a . L a l e y es p o s i t i v a , está
e s c r i t a y es t a x a t i v a y n o t a n s ó l o t a x o n ó m i c a ; n a d i e
p u d e a l e g a r i g n o r a r l a y t o d o s d e b e n ajustarse a sus
d i c t á m e n e s . L a n o r m a , e n c a m b i o , es vaga, se resiste
a ser c o n o c i d a y es r e c a l c i t r a n t e a l a r e p r e s e n t a c i ó n
c o n s c i e n t e ; n o está d i c h a n i e s c r i t a ; es u b i c u a , es i n -
m a n e n t e a las prácticas e n las q u e se a c t u a l i z a . S u
fuerz^a d e p e n d e d e s u o s c u r a i n v i s i b i l i d a d y su o m -
n i p r e s e n c i a . Se l a r e c o n o c e a p a r t i r d e l m o m e n t o
d e l a s a n c i ó n s o c i a l a q u i e n osa a p a r t a r s e d e e l l a ( e l
d i a g n ó s t i c o es u n a f o r m a d e esa s a n c i ó n ) y p o r l a
fuerza de quienes la p o n e n e n acción h a c i e n d o valer
su s a b e r y su c o n d i c i ó n d e t é c n i c o s y e x p e r t o s , m u y
e n e s p e c i a l , los p s i . L a n o r m a o p e r a s o l a p a d a m e n t e
y es i m p l e m e n t a d a e n u n a l u c h a c a l l a d a c o n t r a e l
d e s e o , ese i n d e s e a b l e , q u e es r o t u l a d o c o m o " a n o r -
mal", cuando no " a n i m a l " o instintivo.
1 2 0 L/V F U N < : : i ó N so<::iAF U E L A PSIQUIATRÍA

E l " i r a s f o n d o " d e estas c l a s i f i c a c i o n e s es trans-

p a r e n t e : se t r a t a d e a m p l i a r l a j u r i s d i c c i ó n d e la
psiquiatría y d e l d i s p o s i t i v o p s i p a r a q u e a b a r q u e
a la h u m a n i d a d e n t e r a y la subyugue d e n t r o de u n
c a m p o , e l d e l a m e d i c i n a , esa m e d i c i n a q u e sigue
c u e s t i o n a n d o y c o n s i d e r a n d o problemática la legiti-
m i d a d d e esta " e s p e c i a l i d a d " . E l tácito d e s i g n i o es el
d e e x p a n d i r ese c a m p o p a r a i n c l u i r e n s u d o m i n i o a
t o d a s las d i f i c u l t a d e s d e l a v i d a y a c r i a n t o s casos sean
p o s i b l e s a u m e n t a n d o , p a r a d e c i r l o b i e n y p r o n t o , la
" f a c t u r a c i ó n d e los s e r v i c i o s " q u e d e b e r á n p a g a r el
E s t a d o , los c o n t r i b u y e n t e s , los p a c i e n t e s , las insti-
t u c i o n e s escolares y h o s p i t a l a r i a s , las c o m p a ñ í a s de
seguros, etcétera.
Es n e c e s a r i o r e c a l c a r q u e esta a m b i c i ó n expansión
n i s t a c o n f i n e s c o m e r c i a l e s , a l e n t a d a p o r las c o m p a -
ñías f a r m a c é u t i c a s , n o es e x c l u s i v i d a d d e l d i s p o s i t i v o
p s i s i n o q u e f o r m a p a r t e d e l a e m p r e s a g l o b a l de
medicalización de la sociedad a b o r d a d a e n nuestra
s e g u n d o c a p í t u l o . L a p o b l a c i ó n e n t e r a d e b e estac
dispuesta a l a realización p e r i ó d i c a de "chequeosfi
p o r t o d o s l o s especialistas, t o m a r s e r a d i o g r a f í a s de
p u l m ó n y h a c e r s e c o l o n o s c o p í a s ( b a s t a n t e m á s mo^
lestas q u e l a p r o f é t i c a t e m p e r a t u r a r e c t a l d e l d o c t o r
K j T o c k ) y m a m o g r a f í a s y m e d i c i o n e s d e t o d o tipo etí
el l a b o r a t o r i o y e l e c t r o c a r d i o g r a m a s de esfuerzo y
g l u c o s e m i a s p o s p r a n d i a l e s y screenings d e l organis^
m o e n t e r o . Esa v i g i l a n c i a s o b r e e l c u e r p o se acom-i'
p a ñ a d e u n a c o n s t a n t e y p r o g r e s i v a r e d u c c i ó n de
los u m b r a l e s p a r a q u e a l s u j e t o se l e c o n s i d e r e "en^
f e r m o " . Si l a p r e s i ó n a r t e r i a l n o r m a l e r a d e 1 4 0 / 9 0
m m d e H g , a h o r a , p o r d e c i s i ó n d e las s o c i e d a d e s de
especialistas e n h i p e r t e n s i ó n , es d e 1 3 5 / 8 5 s i n t ^ T
ner e n cuenta, p o r l o demás, que la presión a r t e r i a ^
L A F U N C I Ó N S O C I A L D E L A P S I Q U I A T R I A
12 1

n o r m a l es u n a c i f r a v a r i a b l e q u e a u m e n t a c o n los
a ñ o s . Si l a tasa d e c o l e s t e r o l e r a d e 2 2 0 m g / l O O m i ,
a h o r a l a " r e c o m e n d a b l e " es d e b a j o d e 190 m g . A l
pasar d e l o n o r m a l ( e n l a p o b l a c i ó n g e n e r a l ) a l o
" r e c o m e n d a d o " p o r l a " c i e n c i a m é d i c a " a u m e n t a as-
tronómicamente la venta de hipocolesterolemiantes
p a r a q u e se f r o t e n las m a n o s l o s a c c i o n i s t a s d e las
empresas p r o d u c t o r a s de estatinas. E n e l c a m p o de
la salud m e n t a l habrá que d i s m i n u i r la c a n t i d a d de
" p a l o m i t a s " o t i l d e s p a r a e l d i a g n ó s t i c o d e déficit d e
a t e n c i ó n e n los n i ñ o s y a d u l t o s , p a r a e l a u t i s m o , r e -
d u c i r l a c a n t i d a d d e meses q u e d e b e d u r a r u n d u e l o
o aflicción antes de considerarse "patológico", m u l -
tiplicar l a c a n t i d a d d e rasgos q u e p e r m i t a n d i a g n o s -
ticar a u n o u o t r o c o m o p o r t a d o r de u n t r a s t o r n o de
la p e r s o n a l i d a d , etcétera.
C u a l q u i e r a e n t i e n d e q u e l a práctica m é d i c o -
psiquiátrica, l a q u e g o b i e r n a a l d i s p o s i t i v o p s i , r e -
q u i e r e d e estas c l a s i f i c a c i o n e s y g l o s a r i o s y q u e esta
práctica, c o m o t o d a s , d e p e n d e a su vez d e o t r a s d e -
t e r m i n a c i o n e s n o específicas, más generales, q u e
p r o c e d e n d e l c o n j u n t o de la v i d a social. E l telón de
f o n d o d e l d i s p o s i t i v o p s i es l a e c o n o m í a p o l í t i c a q u e
encuadra a la " m e d i c i n a de almas" y a la m a n e r a en
q u e se h a e j e r c i d o e n c a d a m o m e n t o d e l a h i s t o r i a
d i s t r i b u y e n d o las j u r i s d i c c i o n e s y f u n c i o n e s d e los
d i f e r e n t e s " d i s p o s i t i v o s " . L o s esfuerzos t a x o n ó m i c o s
d e las task forces, los DSM, o r g a n i z a n a l a e s p e c i a l i d a d
psiquiátrica y p r o d u c e n d i v i d e n d o s p e c u n i a r i o s q u e
se p r e s e n t a n c o m o l o g r o s t é c n i c o s y c i e n t í f i c o s a l a
vez q u e e j e r c e n sus e f e c t o s i d e o l ó g i c o s e n l a s u b j e t i -
v i d a d d e las " p e r s o n a l i d a d e s " c l a s i f i c a d a s .
Es e l a p a r a t o r e g u l a d o r d e l E s t a d o c o n sus d i f e -
rentes dispositivos, cada u n o de ellos c o n su p a p e l
122 I A F U N C I O N S O C I A L D F I A P S I Q U I A T R I A

y su t e r r i t o r i o , el q u e acaba siendo l e g i t i m a d o y le-

g i t i m a d o r d e u n a i d e a d e " n o r m a l i d a d " p o r u n ca-
m i n o q u e a t r a v i e s a los o r g a n i s m o s t é c n i c o s j u r í d i c o -
p o l í ü c o s q u e r e g u l a n a las i n s t i t u c i o n e s r e c t o r a s d e
l a a c ü v i d a d " c o r r e c t o r a - c o r r e c c i o n a l " e n c a d a país,
c u a n d o f i j a las f r o n t e r a s p a r a l a i n t e r v e n c i ó n p s i p o r
m e d i o de la Organización M u n d i a l de la Salud que,
a s u vez, está r e g u l a d a p o r c r i t e r i o s q u e e m a n a n d e
l a A s o c i a c i ó n Psiquiátrica d e E s t a d o s U n i d o s . L a c l a -
s i f i c a c i ó n d e s i g n a y u b i c a a los o b j e t o s d e l a p r á c t i c a
y d e l d i s c u r s o ( c a d a u n o d e esos t r a s t o r n o s m c n t a ^
i^s) d e n t r o d e u n á r e a t o p o l ó g i c a u n i f i c a d a p o r su
" m a n u a l " . A l i n c l u i r s e e n este e s p a c i o t a x o n ó m i c o ,
el " o b j e t o " recibe también u n veredicto q u e equivale
a u n j u i c i o d e e x i s t e n c i a . P u e s t o q u e es c l a s i f i c a d o
y q u e e l D S M o l a C I E le o t o r g a n u n d í g i t o ( c o m o
c u a n d o e l E s t a d o le e n t r e g a a u n o u n p a s a p o r t e o
c a r t a d e i d e n t i d a d q u e tiene u n n ú m e r o ú n i c o ) ese
" o b j e t o " e x i s t e y es d a b l e f o r m u l a r p r e d i c a d o s acer-
c a d e é l , p e d i r becas y s u b s i d i o s p a r a i n v e s t i g a r l o , h a -
cerse r e t r i b u i r p o r d i a g n o s t i c a r l o , etc. E l p s i q u i a t r a
es a g e n t e , d e h e c h o , e m p l e a d o c o n f u n c i o n e s más o
m e n o s g e r e n c i a l e s , d e l d i s p o s i t i v o p s i q u e se e n c a r -
ga d e t o d o s los trastornos m e n t a l e s .
Después d e l capítulo d e d i c a d o a la disección de
las d o s c l a s i f i c a c i o n e s i n t e r n a c i o n a l e s , es d e c i r , d e
h a b e r d e s m e n u z a d o las c a t e g o r í a s i n c l u i d a s y d e -
n u n c i a d o su c h a t u r a c o n c e p t u a l y e m p í r i c a , c o n esa
r i d i c u l a pretensión de "objetividad ateórica" deriva-
d a de m e d i c i o n e s de valores sin r e f e r e n c i a , q u e r r e -
m o s i r a l genoma d e l p r o c e s o e n vez d e a t a s c a r n o s e n
e l p r o y e c t o estéril y f a r r a g o s o d e d e s c r i b i r e l c o n j u n -
t o d e sus rasgos f e n o m é n i c o s , e l fenoma, d e las v o -
l u b l e s c l a s i f i c a c i o n e s . Bastará d e c i r q u e n o e s t a m o s
L A F U N C I Ó N S O C I A I . D E L A P S I Q U I A T R Í A
123

solos y q u e las críticas a las t a x o n o m í a s psiquiátricas

y su e m p l e o p r o c e d e n d e m u c h o s p s i q u i a t r a s q u e n o
se l i m i t a n , c o m o l a m a y o r í a , a l a a p l i c a c i ó n d e u n r e -
cetario y q u e p u e d e n confesar la i g n o r a n c i a funda-
m e n t a l e n l o r e l a t i v o a las causas d e l a e n f e r m e d a d . ^
Esta a c t i t u d crítica g a n a t e r r e n o c a d a día. Sería l a r g a
h o y l a l i s t a , q u e e r a m u y p e q u e ñ a e n los a ñ o s s e t e n -
ta, d e los p s i q u i a t r a s q u e se e n f r e n t a n c o n l a pos-
tura burocrática de la mayoría desde u n a posición
d e l u c i d e z y n o se d e j a n e n g a ñ a r p o r l a u n a n i m i -
d a d a p a r e n t e q u e c o n f i e r e n los D S M , s u s t e n t a d a p o r
la p r o p a g a n d a d e l a i n d u s t r i a y sus o p e r a c i o n e s d e
marketing. Es f r e c u e n t e e n c o n t r a r q u e los entusiastas
d e l a " c o m u n i c a c i ó n c i e n t í f i c a " d e los a ñ o s o c h e n t a
s o n f u e r t e s o p o s i t o r e s d e los m a n u a l e s e n n u e s t r o s
días y p r o m o t o r e s d e l r e g r e s o a u n a psiquiatría n o
m e d i c a l i z a d a c o m o l a q u e f l o r e c i ó e n E u r o p a hasta
l a invasión d e l c a m p o p o r l a i n d u s t r i a f a r m a c é u t i c a .
L a s o b j e c i o n e s b r o t a n e n c u a l q u i e r ser p e n s a n t e ,
m é d i c o o n o , c u a n d o se l e e n los m a n u a l e s m i s m o s
en e l m o m e n t o e n q u e ellos postulan la existencia
o n t o l ó g i c a o l a validez diacrítica d e u n m a r b e t e d i a g -
n ó s t i c o ( u n morbetey si se p e r m i t e e l n e o l o g i s m o ) q u e

^ E n e l a m b i e n t e m e x i c a n o , d o n d e l a psiquiatría " o r g a n i c i s -
t a " p a r e c e m o n o l í t i c a , d e s t a c a l a p r o d u c c i ó n d e H é c t o r Pérez-
R i n c ó n , q u i e n l a m e n t a l a r e g r e s i ó n e n e l c a m p o psiquiátrico e n
d o n d e él m i s m o se u b i c a d i c i e n d o : " " L a psiquiatría c o n t e m p o r á -
n e a , s o b r e t o d o l a d e i n f l u e n c i a a n g l o s a j o n a , olvidó p r o n t o l o s
c u a d r o s d e l a n o s o l o g í a clásica y l o s e c h ó , c o m o t a n t o s o u o s , d e l
r e s t r i n g i d o c u a d r o d e l D S M - m [...] E s c u r i o s o q u e l o s m ú l ü p l e s
críticos q u e l a psiquiatría h a t e n i d o e n l o s a ñ o s r e c i e n t e s n o s e
h a y a n o c u p a d o d e l e s q u e m a t i s m o e m p o b r e c e d o r d e estas clasi-
f i c a c i o n e s q u e s e e x t i e n d e n p o r d o q u i e r " , H . P é r e z - R i n c ó n , Eros
y psique, M é x i c o . E d i t o r e s d e T e x t o s M e x i c a n o s y U N A M ( 2 a . e d . ) ,
2006, p. 46.
124 F U N C I Ó N S O C I A L D E P S I Q U I A T R Í A

se a p l i c a r á a u n s u j e t o X. Es a q u í o p o r t u n o t r a n s c r i -
b i r , c o m o p r u e b a d e l a parálisis d e l p e n s a m i e n t o e n
el c a m p o psi, u n diálogo entre la razón y la locura
d e hace e x a c t a m e n t e 250 años y q u e n o r e q u i e r e de
n i n g u n a "actualización":"*

U n o d e los doctores podría responderle [al loco]: " M i co-

frade, D i o s h a c r e a d o quizás a l m a s l o c a s c o m o h a c r e a d o
a l m a s c u e r d a s " . E l l o c o replicaría: " S i y o c r e y e s e l o q u e u s -
t e d m e d i c e , estaría a ú n m á s l o c o d e l o q u e y a estoy. P o r lo
demás, usted, q u e sabe tanto, dígame p o r qué estoy l o c o ! "
Si los doctores tuviesen aún u n a pizca d e sentido, le
responderían: " — D e e s o y o n o sé n a d a " . N o s a b r í a n p o r
qué u n cerebro tiene ideas incoherentes; n o comprende-
rían t a m p o c o p o r q u é o t r o c e r e b r o t i e n e ideas r e g u l a r e s y
o r d e n a d a s . S e c r e e r í a n s a b i o s y estarían t a n l o c o s c o m o él.

V o l t a i r e , t o m a n d o l a l i n t e r n a d e l a Ilustración,
h a comenzado p o r rechazar c u a l q u i e r "elogio de la
locura" c o m o el de Erasmo p o r encontrarlo vano e
insípido y p o r definir a la l o c u r a e n términos profé-
ü c a m e n t e p s i q u i á t r i c o s ( " p r o t o p s i q u i á t r i c o s " —diría
F o u c a u l t — ) q u e n o h a n c a m b i a d o e n los ú l t i m o s 2 5 0
a ñ o s : " L l a m a m o s l o c u r a a esta e n f e r m e d a d d e los ó r -
ganos del cerebro que i m p i d e que u n h o m b r e pien-
se y a c t ú e c o m o l o s d e m á s . P o r n o p o d e r a d m i n i s t r a r
sus b i e n e s , se l o i n h a b i l i t a , p o r n o p o d e r t e n e r ideas
c o n v e n i e n t e s p a r a l a s o c i e d a d , se l o e x c l u y e ; si es p e -
l i g r o s o , se l o e n c i e r r a ; si es f u r i o s o , se l o a m a r r a " .
S ó l o c a b r í a a g r e g a r , h o y , q u e e n t o d o s esos casos,
a d e m á s , se l o m e d i c a .

^ V o l t a i r e [ 1 7 6 4 ] , " F o l i e " , e n Dictionnaire philosophique, París,

F l a m m a r i o n , 1964, p p . 196-198.
L A F U N C I O N S O C I A L D E L A P S I Q U I A T R I A
125

Se e n t i e n d e , p u e s , e l s e n t i d o d e l a e m p r e s a d e
quienes i n t e n t a r o n c o m p r e n d e r a la l o c u r a desde
los c a m p o s , a veces v e c i n o s , a veces r i v a l e s , d e l a f e -
n o m e n o l o g í a y d e l psicoanálisis, q u i e n e s p e n s a r o n
que la perturbación " m e n t a l " n o era u n desvarío
sino u n a p r o d u c c i ó n d e l p e n s a m i e n t o a la que el
pensamiento de "la sociedad" n o podía reconocer
u n l u g a r d e c i u d a d a n í a y q u e , p o r eso, l a e x p e l í a
f u e r a d e su c a m p o , l a c o n s i d e r a b a u n a a m e n a z a , se
esforzaba p o r desterrar y p o r a p l a n a r l a r e c h a z a n d o
lo q u e n o p o d í a escuchar.
E n el p r o y e c t o d e d i s t i n g u i r l o m a n i f i e s t o ( e l t e x -
to) de lo latente (el c o n t r o l m é d i c o y psiquiátrico d e
l a v i d a s o c i a l ) e n las c l a s i f i c a c i o n e s d e los t r a s t o r n o s
y c u a n d o evocamos a Cicerón y a Voltaire n o somos
n i p i o n e r o s n i p r e c u r s o r e s s i n o , a n t e s b i e n , los c a r r e -
t e r o s q u e p o n e m o s n u e s t r a s r u e d a s a g i r a r e n u n ca-
m i n o real claramente trazado p o r u n pensador, u n o
e n p a r t i c u l a r , q u e d e d i c ó más d e 30 aíios d e u n a
v i d a s i n r e s p i r o s a m u c h o s p r o y e c t o s d e los cuales e l
más constante f u e e l de analizar el p o d e r e n g e n e r a l
y el psiquiátrico e n p a r t i c u l a r : M i c h e l F o u c a u l t ( P o i -
tiers, 1926-París, 1 9 8 4 ) . Este p s i c ó l o g o e n t r e g a d o a
l a filosofía, h i j o , c o m o P r o u s t , d e u n m é d i c o c i r u j a -
n o y p r o f e s o r d e a n a t o m í a , se o c u p ó , d e s d e su p r i -
m e r l i b r o p u b l i c a d o ^ h a s t a sus últimas r e f l e x i o n e s ,
e n t r e v i s t a s y c o m e n t a r i o s s o b r e las f o r m a s v a r i o p i n -
tas d e l p o d e r y sus r e l a c i o n e s c o n e l saber, d e l t e m a ,
p a r a él i n d i s o c i a b l e , d e los v í n c u l o s e n t r e l o c u r a y
psiquiatría. S u o b r a m á s c o n o c i d a e n este t e r r e n o
es, p o r s u p u e s t o , l a c é l e b r e y ya clásica Historia de la

^ M . F o u c a u l t [ 1 9 5 4 ] , M.aladie mentale et personnalité, París,

P U F . E n e s p a ñ o l : B u e n o s A i r e s , Paidós, 1 9 6 1 , t r a d . E . K e s t e l b o i m .
1 26 L A F U N C I Ó N S O C I A L D E L A P S I Q U I A T R Í A

locura en la época clásiccfi p e r o los análisis h i s t ó r i c o s

m á s a g u d o s r e l a c i o n a d o s c o n e l s a b e r y e l p o d e r psi-
q u i á t r i c o se e n c u e n t r a n e n los t e x t o s q u e se v i e n e n
p u b l i c a n d o p o s t u m a m e n t e d e sus c u r s o s e n E l C o l e -
g i o d e F r a n c i a . ^ C i t e m o s a l g u n o s d e sus a p o t e g m a s
m á s p o d e r o s o s : " T o d o l o q u e es d e s o r d e n , i n d i s c i -
p l i n a , agitación, i n d o c i l i d a d , carácter r e a c i o , falta
d e a f e c t o , etc., t o d o eso l l e g a a ser p s i q u i a t r i z a d o " .
" L a psiquiatría i n t r o d u c e l a n o r m a c o m o r e g u l a r i -
dad funcional, como principio del funcionamiento
a d a p t a d o y a j u s t a d o ; l o n o r m a l a l o c u a l se o p o n d r á
l o p a t o l ó g i c o , l o d e s o r g a n i z a d o , l a d i s f u n c i ó n ; será
e s e n c i a l m e n t e l a c i e n c i a y l a t é c n i c a d e los a n o r m a -
les, d e los i n d i v i d u o s y d e las c o n d u c t a s a n o r m a l e s " .
Es " u n a t e c n o l o g í a d e l a a n o m a l í a " . ^ E l o b j e t i v o " t e -
r a p é u t i c o " n o p o d r á ser o t r o q u e l a n o r m a l i z a c i ó n .
L a d i s c i p l i n a p s i , c o n t o d a s sus sectas y d i v i s i o n e s , se
c o n v i e r t e e n l a p r á c t i c a q u e se o c u p a d e l o s i n d i s c i -
p l i n a d o s e i n t e r v i e n e e n t o d a s las i n s t i t u c i o n e s p o r
las q u e c i r c u l a e l p o d e r .

^ M . F o u c a u l t , Histoire de la folie á Váge classique, París, G a l l i -

m a r d , 1 9 6 4 , Historia de la locura en la época clásica, t r a d . a l español
d e j . J . U t r i l l a , México, F C E , 2 tomos, 1967.
E n t r e l o s e s p e c í f i c a m e n t e d e d i c a d o s a n u e s t r o t e m a : Le pou~
voir psychiatríque [ 1 9 7 3 - 1 9 7 4 ] ( 2 0 0 3 ) , Les anormaux [1974-1975]
( 1 9 9 9 ) , II faut défendre la société [ 1 9 7 5 - 1 9 7 6 ] ( 1 9 9 7 , op. cit.), Naissan-
ce de la biopolitique [ 1 9 7 8 - 1 9 7 9 ] ( 2 0 0 4 ) , Du gouxtemement des virjants
[ 1 9 7 9 - 1 9 8 0 ] ( 2 0 1 2 ) , L'herméneutique du sujet [ 1 9 8 1 - 1 9 8 2 ] ( 2 0 0 1 ) ,
t o d o s e d i t a d o s e n París p o r G a l l i m a r d - S e u i l y m ú l t i p l e s e s c r i t o s y
c o n f e r e n c i a s q u e s e e n c u e n t r a n r e u n i d o s e n 3 4 0 0 p á g i n a s d e Dits
et Écrits, 1954-1975 ( v o l . i ) y 1976-1988 ( v o l . n ) , París, G a l l i m a r d ,
2 0 0 1 , L o s c u r s o s a p a r e c e n p u b l i c a d o s e n e s p a ñ o l e n d i s t i n t a s fe-
chas y p o r distintos traductores e n B u e n o s Aires, F C E d e Argenti-
n a . C f . t a m b i é n , M . F o u c a u l t , El poder, una bestia magnifica, B u e n o s
A i r e s , Siglo X X I , 2012, edición a l c u i d a d o d e E . C a s t r o .
® M . F o u c a u l t [ 1 9 7 5 ] , Les anormaux, op. cit., p p . 1 5 0 y 1 5 1 .
L A F U N C I O N S O C I A L D E L A P S I Q U I A T R Í A

Esa e x t e n s i ó n d e l a m e d i c i n a y sus " e n f e r m e d a -

des" a los t e r r e n o s de la a n o r m a l i d a d , de la persona-
l i d a d , d e los c o m p o r t a m i e n t o s , a l a q u e F o u c a u l t se
r e f i e r e , a l a q u e F o u c a u l t d e n u n c i a , se instauró e n e l
s i g l o X I X y se f u e h a c i e n d o m á s n í t i d a e i n c l u y e n t e
e n los 150 a ñ o s q u e s i g u i e r o n c o n l a t i p i f i c a c i ó n d e
c a d a vez m á s " t r a s t o r n o s m e n t a l e s " q u e f u e r o n e n -
focados c o m o " e n f e r m e d a d e s " a pesar d e la falta de
r a z o n e s p a r a q u e e l d i s c u r s o m é d i c o se h a g a c a r g o
d e esos "casos", d e los " p a c i e n t e s " , d e los " e n f e r m o s "
(a l o s q u e , c u r i o s a m e n t e , n o se les c o n o c e c o m o
" t r a s t o r n a d o s " ) , de los "oligofrénicos" o "débiles
m e n t a l e s " d e f i n i d o s s e g ú n e l c o m p o r t a m i e n t o y las
p r u e b a s d e i n t e l i g e n c i a . L a clasificación clásica t e n í a
dos categorías f u n d a m e n t a l e s : l o c u r a y c o r d u r a ; la
a c t u a l es i n f i n i t a m e n t e a b a r c a ü v a : c u m p l e e l s u e ñ o
d e B o r g e s y sus n categorías.^
E n este t e r r e n o c r e c e l a a m b i g ü e d a d q u e es cons^
titutiva d e l a psiquiatría c o m o e s p e c i a l i d a d m é d i c a .
L a " n o r m a l i d a d " , c o m o l o h a d e m o s t r a d o Foucault^*^
d e u n a m a n e r a b r i l l a n t e , d e n e u n d o b l e a s p e c t o : res-
pecto del f u n c i o n a m i e n t o corporal (enfermedades,
espacio y escenario d o n d e la práctica m é d i c a asienta
sus r e a l e s ) y r e s p e c t o d e l f u n c i o n a m i e n t o d e l i n d i -
v i d u o e n la sociedad ( a n o r m a l i d a d e s , desviaciones,
degeneraciones, espacio de la "especialidad" psi-
quiátrica) . M e p e r m i t o e n l o q u e sigue glosar a F o u -
c a u l t c u a n d o a l u d e a l c a m b i o r e g i s t r a d o e n t r e los

^ E l D S M T I I d e l a A s o c i a c i ó n N o r t e a m e r i c a n a {American) enu-
m e r a b a y a 2 9 2 "diagnósticos".
M . F o u c a u l t , Les anormaux. Cours au College de France. 1974-
1975, París, G a l l i m a r d - S e u i l , 1 9 9 9 . E s p e c i a l m e n t e l a c l a s e d e l 1 2
d e f e b r e r o d e 1975, p p - 147-151, q u e merecería s e r r e p r o d u c i d a
íntegramente y n o sólo p a r a f r a s e a d a c o m o lo h a r e m o s aquí.
128 F U N C I Ó N S O C L V U D E E A P S I Q U I A T R Í A

a ñ o s 1 8 3 0 y 1 8 7 0 ( " p r o t o p s i q u i a t r í a ) y l a psiquiatría
q u e floreció e n l a s e g u n d a m i t a d d e l s i g l o X I X {op,
dt,, p p . 1 4 7 - 1 4 8 ) . L a s p a l a b r a s q u e e m p l e a r é , t o m a -
das d e su d i s c u r s o , s o n u n h o m e n a j e a l f i l ó s o f o , al
e s c r i t o r , a l c r í t i c o d e l a s o c i e d a d c o n q u i e n es lícito
t a m b i é n , a veces, d i s c r e p a r ; n o s o n u n p l a g i o d e las
suyas. Q u e se o i g a , p u e s , l a paráfrasis.
E n esos a ñ o s d e l s i g l o X I X se c o l o n i z ó u n n u e v o
c a m p o s i n t o m a t o l ó g i c o : l a psiquiatría se d e d i c ó a
medicalizar o hacer valer c o m o síntoma de enfer-
m e d a d a u n c o n j u n t o de f e n ó m e n o s q u e hasta en-
t o n c e s c a r e c í a n d e u n e s t a t u t o n í t i d o e n e l p l a n o de
la salud, la salud " m e n t a l " , c o m o extensión y c o m -
p l e m e n t o d e la s a l u d física {mens sana in corpore sano,
s e g ú n r e z a u n a d e s v i r t u a d a Sátira d e J u v e n a l d e h a c e
2 0 0 0 a ñ o s . L o q u e a n t a ñ o e r a , e n l a m e d i c i n a d e los
alienistas, t a n sólo u n a c o n d u c t a q u e p o d í a figurar
c o m o síntoma de u n a e n f e r m e d a d m e n t a l , n o con-
sistía n i e n s u r a r e z a n i e n s u a b s u r d i d a d s i n o e n u n
cierto n ú c l e o de delirio, de locura, que ella mostra-
b a . E l a l i e n i s t a se o c u p a b a d e los l o c o s . E n l a n u e v a
e r a ( q u e se a c e n t ú a e n e l s i g l o X X y c o n t i n ú a e n el
X X I ) f u e e l c o n j u n t o de los c o m p o r t a m i e n t o s de al-
g u i e n l o q u e permitía q u e u n a manifestación con-
d u c t u a l r a r a o e x t r a ñ a se p r e s e n t a s e c o m o s í n t o m a
de u n a posible e n f e r m e d a d . Su rareza era, p o r u n a
p a r t e , l a d i s t a n c i a q u e esa c o n d u c t a p r e s e n t a b a c o n
r e l a c i ó n a las r e g l a s d e o r d e n , d e c o n f o r m i d a d , de-
finidas c o n relación a u n f o n d o de f o r m a l i d a d buro-
crática, d e o b l i g a c i o n e s f a m i l i a r e s , d e n o r m a t i v i d a d
p o l í t i c a y s o c i a l . P o r o t r a p a r t e , esas d i s t a n c i a s d e la
n o r m a se u b i c a b a n e n u n e j e q u e i b a d e l o " v o l u n -
tario" (deliberado, consciente) a lo "involuntario"
( i n s t i n t i v o , c o m p u l s i v o ) q u e , a p a r t i r más o menos
LA SOC:iAI. FA PSIQUIATRÍA
F U N C I Ó N DF,
129

d e 1 8 7 0 , p e r m i t í a i n s c r i b i r a las c o n d u c t a s , e n e l r e -
gistro d e la c o r d u r a p u n i b l e c o n d e s t i n o d e cárcel
o, p o r e l c o n t r a r i o , e n e l d e l a l o c u r a , j u r í d i c a m e n t e
i n i m p u t a b l e , c o n d e s t i n o d e a s i l o . Se r e a n u d a b a así
la e t e r n a p u j a c o n l a r a z ó n t e n i e n d o q u e d o m i n a r a
la s i n r a z ó n q u e n o t i e n e i n s t i t u c i o n e s p a r a d e f e n d e r -
se. A p a r t i r d e l n a c i m i e n t o d e l a psiquiatría s o b r e las
cenizas d e l a l i e n i s m o se p u d o i n t e r r o g a r a l c o n j u n t o
de las c o n d u c t a s s i n q u e fuese n e c e s a r i o r e f e r i r s e ,
para llamarlas e n f e r m a s , a u n a alienación d e l pensa-
m i e n t o , a u n a adscripción a la locura, definida p o r el
" d e l i r i o " ( e t i m o l ó g i c a m e n t e , l o q u e sale d e l s u r c o ) .
¿Cuál s u r c o ? E l ya t r a z a d o p o r d o n d e c a b e s e m b r a r y
cosechar, el de la c o n v e n c i ó n . T o d a c o n d u c t a debía
situarse c o n r e l a c i ó n a y e n f u n c i ó n d e u n a n o r m a
q u e e r a , t a m b i é n e l l a , d e f i n i d a y c o n t r o l a d a p o r la
psiquiatría. L a psiquiatría y a n o r e q u e r í a d e l a l o c u -
ra, de la d e m e n c i a , d e l d e l i r i o o de la alienación para
f u n c i o n a r ; así c o m e n z ó l a f e c u n d a e r a d e l a e x p a n -
sión t e r r i t o r i a l , c o m o c u a n d o E s t a d o s U n i d o s , e n los
m i s m o s a ñ o s , d e c i d i ó q u e e x t e n d e r í a sus t e r r i t o r i o s
a costa d e M é x i c o , F r a n c i a , C a n a d á , R u s i a y E s p a ñ a
y los o c u p ó p o r l a f u e r z a o p o r t r a t a d o s d e c o m p r a -
v e n t a . L a psiquiatría se d e s a l i e n i z ó ; p o d í a p s i q u i a t r i -
zar a c u a l q u i e r c o n d u c t a s i n r e f e r i r s e a l a " i n s a n i a "
y señalar e l r i e s g o d e l a " e n f e r m e d a d m e n t a l " c u y o
p a r a d i g m a era el loco c r i m i n a l diagnosticado c o n el
m o r b e t e de " m o n o m a n í a h o m i c i d a " . L o s psiquia-

Se vuelve h o y a la idea d e l m o n s t r u o , d e l loco peligroso al

q u e h a y q u e c o n t r o l a r c o r n o h a c e 150 años. W a y n e L a p i e r r e , por-
tavoz d e l a A s o c i a c i ó n N a c i o n a l d e l R i f l e (NRA) d e E s t a d o s U n i d o s
d e c l a r ó e n u n a m u y d i f u n d i d a c o n f e r e n c i a p r o n u n c i a d a e l 21 d e
d i c i e m b r e d e 2 0 1 2 : " L a v e r d a d e s q u e n u e s t r a s o c i e d a d está p o -
blada p o r u n número desconocido de monstruos genuinos, gente
1 3 0 L A F U N C I Ó N S O C J A I . D F IA. P S I Q U I A T R Í A I

tras l l e g a b a n a s e r l o e n l a m e d i d a e n q u e d e j a b a n de c
ser a l i e n i s t a s y a c e p t a b a n su p a p e l d e n o r m a l i z a d o - 1
res. A l n o h a b e r ya u n a r e f e r e n c i a o b l i g a t o r i a a l nú- 1
c l e o d e l i r a n t e , al n ú c l e o d e m e n c i a l , al n ú c l e o d e l o - i
c u r a , d e s d e e l m o m e n t o e n q u e se a b a n d o n a b a esta j
r e f e r e n c i a c o n r e l a c i ó n a l a v e r d a d , f i n a l m e n t e , la 1
psiquiatría veía c ó m o se d e s p l e g a b a a n t e e l l a , c o m o 1
d o m i n i o p a r a su p o s i b l e i n j e r e n c i a , c o m o e s p a c i o de t
sus v a l o r a c i o n e s m é d i c a s , e l c a m p o í n t e g r o d e todas
las c o n d u c t a s p o s i b l e s . A l f i n n o q u e d a b a n a d a en <
las c o n d u c t a s d e l h o m b r e q u e n o p u d i e s e , d e u n a <
m a n e r a u o t r a , ser i n t e r r o g a d o p s i q u i á t r i c a m e n t e 1
g r a c i a s a l a e l i m i n a c i ó n d e l p r i v i l e g i o q u e t e n í a n en <
u n p r i n c i p i o l a l o c u r a y l a d e b i l i d a d m e n t a l y los po- <
s e í d o s p o r l a e n f e r m e d a d q u e e r a n c a r n e d e asilo. í
A l d e s v a n e c e r s e esa i l u s i ó n d e l a s u p r e m a c í a d e la i
l o c u r a , d e l d e l i r i o , d e l a d e m e n c i a , etc., l a m e d i c i - <
n a entró, transitando el trillado c a m i n o lenguajero »
d e las " e n f e r m e d a d e s d e los n e r v i o s " , e n e l i n m e n - i
so c o n t i n e n t e d e l a b i o p o l í d c a y l a e c o n o m í a d e los <
m e r c a d o s , capitalistas e n u n p r i n c i p i o , y p u d o con-

t a n t r a s t o r n a d a , t a n m a l a , t a n poseída p o r voces y poseída por

d e m o n i o s q u e n i n g u n a p e r s o n a sana podría jamás entenderlos.
¿ C ó m o p o d e m o s s i q u i e r a f i g u r a r n o s cuántos s o n , d a d o el rechazo
d e n u e s t r o país a c r e a r u n a b a s e d e d a t o s n a c i o n a l d e l o s e n f e r -
m o s m e n t a l e s ? " A n n C o u l t e r fue más tajante: " L a s a r m a s n o ma-
tan a l a gente. S o n los e n f e r m o s m e n t a l e s q u i e n e s lo h a c e n " . Por
n u e s t r a p a r t e c o m p r o b a m o s q u e n a d a e s m á s fácil q u e m o n t a r
u n a e m p r e s a d e " h i s t e r i a c o l e c t i v a " m a n i p u l a n d o a los medios.
L o s a n o r m a l e s n o t i e n e n lobis q u e los d e f i e n d a n . P a r a l a menta-
l i d a d c o n v e n c i o n a l , crédula y a s u s t a d i z a , l a e n f e r m e d a d m e n t a l
es sinónimo de v i o l e n c i a , c r i m i n a l i d a d y p e r f i d i a . Se h a c e creer a
u n a población a t e m o r i z a d a q u e el c o n t r o l d e l a gente "trastorna-
d a " e s u n a m a n e r a d e p r e v e n i r a c t o s d e " l o c o s s u e l t o s " y q u e hay
q u e c o n t r o l a r , m e d i c a r y e v e n t u a l m e n t e e n c e r r a r a los enfermos
peligrosos para "proteger a la sociedad".
L A F U N C I O N S O C I A L D E L A P S I Q U I A T R I A

c e n t r a r s e e n e l m a n e j o d i s c i p l i n a r i o d e los sujetos y
l u e g o e n su c o n t r o l t é c n i c o a m e d i d a q u e se d e s a r r o -
l l a b a n las sustancias " p s i c o a c t i v a s " . L a s t e c n o l o g í a s
m o d e r n a s d e l a l o c a l i z a c i ó n e s p a c i a l d e las p e r s o n a s
p e r m i t e n a d e m á s e l c o n t r o l d e los m o v i m i e n t o s d e
los e n f e r m o s m e n t a l e s s i n n e c e s i d a d d e p o n e r v i g i -
l a n c i a s p a n ó p t i c a s q u e d i s t r i b u y e n las m i r a d a s d e s d e
u n a t o r r e de c o n t r o l .
E n sus c o m i e n z o s l a f u t u r a psiquiatría e r a l a m e -
d i c i n a d e l a l o c u r a . A p a r t i r d e los a ñ o s 1830-1870
e m p i e z a a mirarse e n el espejo c o m o ciencia y tecno-
l o g í a d e l a a n o m a l í a . E l m o d e l o q u e se t o m a —y q u e
c o n t i n ú a i n c l u s o h o y e n c i e r t o psicoanálisis " o f i c i a l "
c u y o p a r a d i g m a es l a o b r a d e O t t o K e r n b e r g , e x p r e -
s i d e n t e d e l a A s o c i a c i ó n I n t e r n a c i o n a l — es e l d e l a
infancia c o m o territorio de lo biológico e instintivo
q u e , e n c o n d i c i o n e s n o r m a l e s , d e b e r í a ser s u p e r a -
do p o r u n proceso de desarrollo y c o n t r o l de lo p r i -
mitivo-neurótico-infantil. L o s u p e r i o r , l o más alto,
debe p r e d o m i n a r ( o r g a n o d i n a m i s m o de Jackson y
Ey) s o b r e l o i n f e r i o r , l o a d u l t o s o m e t e r a l o i n f a n t i l .
El p r i n c i p i o de realidad sobreponerse y domeñar
a l p r i n c i p i o d e l p l a c e r ( F r e u d ) . L o s c o m i e n z o s es-
quizoparanoides de la vida ceder a la posición de-
p r e s i v a ( M e l a n i e K l e i n ) . C r e c e r es pasar d e estadios
i n m a d u r o s a estados d e s a r r o l l a d o s , n o q u e d a r s e e n
lo i n f a n t i l ("fijaciones") y n o r e t o r n a r a lo p r i m i t i v o
("regresiones"). R e n u n c i a r a los m e c a n i s m o s p r i m i -
tivos d e d e f e n s a d e l y o y a l c a n z a r los m á s a d a p t a d o s
de r e c o n o c i m i e n t o de la realidad. L a " e n f e r m e d a d "
n o será u n p r o c e s o s i n o l a d e t e n c i ó n d e l p r o g r e s o o
el retroceso a u n estado a n t e r i o r . L a i n f a n c i a , n o l a
a n a t o m í a o l a f i s i o l o g í a p a t o l ó g i c a s , será e l c o r a z ó n
d e las e x p l i c a c i o n e s e n psiquiatría; e l p r o y e c t o " t e -
132 F U N C I Ó N S O C I A U O F P S I Q U I A T R Í A

r a p é u t i c o " será e l d e h a c e r " e v o l u c i o n a r " (cf. la si-

m u l t a n e i d a d c o n el d a r w i n i s m o ) a la "personalidad"
p a r a q u e a l c a n c e l a " m a d u r e z " q u e —¿habrá q u e
s o r p r e n d e r s e ? — es l a c o n f o r m i d a d c o n las n o r m a s so-
ciales d e l i n d i v i d u a l i s m o b u r g u é s . I . a e x c e n t r i c i d a d
será " i n f a n t i l i s m o " y se dividirá e n u n a serie d e "sín-
d r o m e s " c o n d u c t u a l e s y d e m o d o s a n o r m a l e s d e ser.
Q u e d a así a b o n a d o e l t e r r e n o p a r a los " t r a s t o r n o s
d e l a p e r s o n a l i d a d " ( T P , Pr), e n i n g l é s ) . H a b r á q u e
f i j a r límites p a r a s o s t e n e r d i a g n ó s t i c o s d i f e r e n c i a l e s
diacríticos e n t r e la n o r m a l i d a d y el caótico c o n j u n -
to d e los ciclotímicos, esquizoides, limítrofes, narci-
sistas, h i s t r i ó n i c o s , a n t i s o c i a l e s , etc., s e m b r a n d o en
c a n t e r o s d i s t i n t o s d e l j a r d í n d e las p e r s o n a l i d a d e s
a los d i f e r e n t e s t i p o s h u m a n o s . D e s p u é s , d e n t r o de
c a d a u n o d e esos " T P " , r e c o n o c e r a los r e b e l d e s , los
pasivos, l o s agresivos, los f a b u l a d o r e s o m e n t i r o s o s ,
los c o m e d o r e s y b e b e d o r e s excesivos, l o s a n o r é x i c o s ,
l o s d e l e n t o a p r e n d i z a j e , los a m b i c i o s o s , los c l e p t ó -
m a n o s , l o s d e m a s i a d o t r a b a j a d o r e s {zuorkoholics) o
l o s p e r e z o s o s , los d i s o c í a l e s , los d e s p e r s o n a l i z a d o s ,
los h i p o c o n d r i a c o s , l o s s u i c i d a s p o t e n c i a l e s o c o n
t e n t a t i v a s r e i t e r a d a s , los a d i c t o s a d r o g a s o a antiáci-
d o s o a l i n t e r n e t o a los v i d e o j u e g o s o a l o q u e sea,
los t í m i d o s , los e p i l e p t o i d e s , los i m p u l s i v o s , los dis-
m o r f o f ó b i c o s p e g a d o s a sus espejos, l o s p e r f e c c i o n i s -
tas c o m p u l s i v o s , los i n s o m n e s , los d o r m i l o n e s , los de
las c r i s i s d e l a a d o l e s c e n c i a o d e l a m e n o y a n d r o p a u -
sia o d e l a s e n i l i d a d , los n o s t á l g i c o s , l o s c o m p u l s i v o s
s e x u a l e s , l o s parafílicos q u e a n t e s perversos l l a m a b a n ,
los q u e t i e n e n "desórdenes e n la i d e n t i d a d sexual",
los estresados, los p o s t r a u m a t i z a d o s , las frígidas y los
d e l a d i s f u n c i ó n eréctil, los d i s t r a í d o s , l o s c h i c o s y
l o s a d u l t o s h i p e r a c t i v o s c o n " d é f i c i t d e a t e n c i ó n " , los
LA F U N C I O N S O C I A U D E I A P S I Q U I A T R I A

f u m a d o r e s , los f a n á d c o s {enragés) d e c u a l q u i e r secta

o a c t i v i d a d , los s o ñ a d o r e s , los c o n f l i c t i v o s e n el t r a -
b a j o y l a escuela. U n s u f i j o , m o d i s m o d e l e n g u a j e , se
g e n e r a l i z a . Allí d o n d e B o r g e s h a b l a b a d e "los q u e d e
lejos p a r e c e n m o s c a s " se p u e d e a p e l a r a u n g i r o c u l -
t e r a n o : "oides". S o n l o s p a r a n o i d e s , los e s q u i z o i d e s ,
los e p i l e p t o i d e s , los h i s t e r o i d e s y h a s t a los n o r m a l o i -
des. T o d o s s o n , t o d o s s o m o s , c l i e n t e s p o t e n c i a l e s d e
la psiquiatría y los p s i c o f á r m a c o s , t o d o s c a t a l o g a d o s ,
sintomatizados y psiquiatrizados p o r el imperialismo
de los d e s e e m e s .
T a m b i é n d e s d e esos a ñ o s d e l s i g l o X I X se e x t i e n -
de l a n o c i ó n d e " e s t a d o s " d e l a p e r s o n a : " E n t a n t o
q u e o b j e t o p s i q u i á t r i c o p r i v i l e g i a d o , el e s t a d o n o es
p r o p i a m e n t e u n a e n f e r m e d a d , n o es p a r a n a d a u n a
e n f e r m e d a d , c o n sus causas, su d e s e n c a d e n a m i e n -
t o , su e v o l u c i ó n . E l e s t a d o es u n a e s p e c i e d e f o n d o
causal p e r m a n e n t e a p a r t i r d e l c u a l p u e d e n desa-
rrollarse u n a cierta c a n ü d a d de procesos, u n cierto
n ú m e r o d e e p i s o d i o s q u e , p r e c i s a m e n t e e l l o s , serán
la e n f e r m e d a d . D i c h o d e o t r o m o d o , e l e s t a d o es e l
z ó c a l o a n o r m a l a p a r t i r d e l c u a l las e n f e r m e d a d e s
se h a c e n p o s i b l e s " . C o r r e s p o n d e a l a a n t i g u a cate-
g o r í a d e " p r e d i s p o s i c i ó n " o "diátesis" y se e n c u e n t r a
hoy bajo la l u p a d e l D S M - 5 c o m o "riesgo de...", gente
q u e p o d r í a e n f e r m a r s e o desviarse o s u f r i r t r a s t o r -
nos mentales.
L a o t r a c a t e g o r í a , e l o t r o m a r b e t e q u e r e g r e s a —y
h a c e y a u n o s c u a n t o s años— es e l d e " d e g e n e r a c i ó n "
( a b a n d o n a d a al t e r m i n a r el siglo X i x ) , a h o r a c o n l a
vestidura de eventuales "trastornos genéticos" que
están m á s p o r d e s c u b r i r q u e v e r d a d e r a m e n t e asen-

M . F o u c a u l t [ 1 9 7 5 ] , Les anormaux, op, cit., p p . 2 9 4 - 2 9 6 .

134 L A F U N C I Ó N SO<::i/\ O F L A P S I Q U I A T R Í A

t a d o s salvo, q u i z á , p a r a las e n f e r m e d a d e s n e u r o l ó g i -
cas d e A l z h e i m e r y d e Huntíngton.^^ L a s r e s e ñ a s más
r e c i e n t e s d e 16 a p r e n d i d o e n m a t e r i a d e " g e n é t i c a y
t r a s t o r n o s m e n t a l e s " m u e s t r a l o difícil y f r u s t r a n t e
q u e es l a i n v e s t i g a c i ó n e n este c a m p o p o r d o s razo-
nes f u n d a m e n t a l e s , u n a , l a p r o p i a d e t o d a b t i s q u e d a
e n este t e r r e n o d o n d e las i n t e r a c c i o n e s y l a s o b r e -
d e t e r m i n a c i ó n e x c e d e c u a l q u i e r p o s i b i l i d a d d e cál-
c u l o , o t r a l a p r o p i a y tantas veces a q u í r e i t e r a d a , de
l a i n c e r t i d u m b r e d e los d i a g n ó s t i c o s y l a a p r e s u r a d a
u n i f i c a c i ó n d e s í n d r o m e s c o m o los d e l " e s p e c t r o
autista", la "esquizofrenia" o el "trastorno bipolar".
Se i n s i s t e s o b r e las "bases g e n é t i c a s " p r e s e n t a n d o
e s t u d i o s más q u e d i s c u t i b l e s e n h e r m a n o s g e m e -
l o s q u e t o m a n e l l u g a r d e u n a i n v e s t i g a c i ó n d e los
c r o m o s o m a s p o r l o g e n e r a l a u s e n t e . E n los últimos
v e i n t e a ñ o s los i n v e s t i g a d o r e s h a n a n u n c i a d o c o n
f a n f a r r i a s e l d e s c u b r i m i e n t o d e los g e n e s d e l tras-
t o r n o d e d é f i c i t d e a t e n c i ó n , d e l a n e u r o s i s obsesivo
compulsiva, de la ciclotimia, de la esquizofrenia, del
a u t i s m o , d e l a d i s l e x i a , d e las a d i c c i o n e s y f á r m a c o -

A l r e d a c t a r e s t a s líneas l o s p e r i ó d i c o s d e l m u n d o a n u n c i a n
l a b u e n a n u e v a : se h a n d e s c u b i e r t o l a s b a s e s g e n é t i c a s d e l o s c i n -
c o t r a s t o r n o s psiquiátricos m á s d i f u n d i d o s : e l t r a s t o r n o d e l e s p e c -
t r o a u t i s t a , e l t r a s t o r n o p o r déficit d e a t e n c i ó n e h i p e r a c t i v i d a d , e l
trastorno bipolar, el trastorno depresivo mayor y la esquizofrenia,
todos ellos c o m p a r t i e n d o factores de riesgo genético comunes,
C. Cassels, "Five Major Psychiatric Disorders Genetically Linked'*,
M.edscape Nledical News, Psychiatry^ 2 7 d e f e b r e r o d e 2 0 1 3 . L a l e c t u -
r a d e l artículo, c o m o l a d e t a n t o s s i m i l a r e s p u b l i c a d o s e n l o s últi-
m o s t r e i n t a años, m u e s t r a u n a colección d e usos d e los verbos en
t i e m p o s s u b j u n t i v o s , p o t e n c i a l e s , would^a, should'a, could'a (sería,
p o d r í a , h u b i e r a ) q u e m u e s t r a n l o s d e s e o s d e l o s a u t o r e s d e este
e s t u d i o " m a y o r " e i n t e r n a c i o n a l q u e n o p u e d e i n s c r i b i r ningún
d a t o objetivo d e p r u e b a d e las p r e s u n c i o n e s establecidas.
 F U N C I Ó N S O C I A L D E P S I Q U I A T R Í A
^35

dependencias, del alcoholismo, de la h o m o s e x u a l i -

d a d , de la introversión, de la agresividad violenta, de
la a n o r e x i a y h a s t a d e l j u e g o c o m p u l s i v o . H a s t a h o y
n i n g u n a d e esas " n o t i c i a s " h a r e c i b i d o c o n f i r m a c i ó n
p o r o t r o s estudios a pesar de la a m p l i a p u b l i c i d a d
q u e c a d a e s t u d i o r e c i b i ó e n su m o m e n t o . L a s cáte-
d r a s d e psiquiatría d e l m u n d o e n t e r o a f i r m a n e n f á -
ticamente q u e los t r a s t o r n o s m e n t a l e s s o n h e r e d i t a -
r i o s y sería o c i o s o c i t a r l a l a r g a l i s t a d e " a u t o r i d a d e s "
q u e se p r o n u n c i a r o n e n ese s e n t i d o e n los ú l t i m o s
c i e n aíios d e soledad,^"* L o s g e n e t i s t a s más c o n f i a -
dos son escépticos y r e c o n o c e n q u e la c o m p l e j i d a d
de los trastornos hace q u e , s e g u r a m e n t e , ellos son
causados p o r m u c h o s genes d i f e r e n t e s q u e interac-
túan e n t r e sí y c o n m ú l t i p l e s f a c t o r e s a m b i e n t a l e s , a
l o q u e c a b e a g r e g a r l a i n c e r t i d u m b r e m i s m a d e los
d i a g n ó s t i c o s h e c h o s s e g ú n e l D S M , c o n sus b o r r o s a s
fronteras entre la " n o r m a l i d a d " y el trastorno. Siem-
p r e se e s p e r a q u e u n d í a , c e r c a n o q u i z á , se p o d r á

P r o p o n e m o s u n e j e m p l o e j e m p l a r ( s i n p l e o n a s m o ) : las
p a l a b r a s d e l a n t e s z a r y h o y p r o c e r d e l a psiquiatría m e x i c a n a ,
Ramón de l a F u e n t e Muñiz (1921-2006), e n 1997: " L a s psicosis
funcionales h a n d e j a d o d e s e r l o p o r l a identificación d e d e f e c t o s
e s t r u c t u r a l e s y m o l e c u l a r e s e n e l c e r e b r o d e q u i e n e s las s u f r e n .
P o r r a z o n e s s i m i l a r e s , las n e u r o s i s h a n d e s a p a r e c i d o d e las clasi-
f i c a c i o n e s psiquiátricas. E l d e s a r r o l l o p s i c o l ó g i c o d e l n i f i o n o s e
e x a m i n a e n términos metapsicológicos sino neurobiológicos y d e
psicología c o g n o s c i t i v a . L o s c r i t e r i o s terapéudcos h a n c a m b i a d o
s u s t a n c i a l m e n t e . Así, los e s t a d o s d e pánico s o n tratados c o n éxito
m e d i a n t e fármacos, y también l o es l a e n f e r m e d a d obsesiva c u -
y a s b a s e s genéticas y m o l e c u l a r e s h a n s i d o e s t a b l e c i d a s . S i b i e n
las d e p r e s i o n e s l i g e r a s p u e d e n s e r tratadas c o n éxito p o r m e d i o s
psicoterapéuticos, e n l o s c a s o s s e v e r o s l a fármaco t e r a p i a es más
e f e c t i v a " , e n "Fíacia u n n u e v o p a r a d i g m a e n l a psiquiatría", Sa-
lud Mental, V . 2 0 ( 1 ) , M é x i c o , 1 9 9 7 , p p . 2-7. C i t a d o p o r H . Pérez-
R i n c ó n , El teatro de las histéricas, M é x i c o , F C E , 1 9 9 8 / 2 0 1 1 , p . 9 7 .
136 LA F U N C I Ó N SOC:iAJ_. D E U\A

d e m o s t r a r esto q u e n o pasa d e ser u n p r e j u i c i o m a l

f u n d a d o . U n a t i n a d o r e s u m e n d e l o q u e c a b e de-
c i r e n f a v o r d e las " h i p ó t e s i s g e n é t i c a s " p u e d e ser
c o n s u l t a d o e n línea.^^ P o r s u p u e s t o , n o t o d o está d i -
c h o e n este t e r r e n o y c o r r e s p o n d e e s p e r a r , c o m o e n
cualquier o t r o c a m p o de la ciencia natural, la biolo-
g í a e n p a r t i c u l a r , n u e v o s y p r o f u n d o s avances t a n t o
p o r l a o b t e n c i ó n d e r e s u l t a d o s p o s i t i v o s c o m o nega-
tivos. P e r o se p a r t e d e u n e r r o r f u n d a m e n t a l q u e n o
se p u e d e n i se q u i e r e r e c o n o c e r : q u e c a d a s u j e t o , y
también el que p u d i e r a tener defectos hereditarios,
p a d e c e su i n f e r i o r i d a d d e m a n e r a d i s t i n t a y q u e la
h i p o t é t i c a t a r a g e n é t i c a n o r e s u e l v e l a t a r a episte-
m o l ó g i c a d e este t i p o d e p e n s a m i e n t o ; se d e b e r á
a d m i t i r q u e , d e s d e l a p e r s p e c t i v a m é d i c a m i s m a , un
cerebro —auri cuando defectuoso— no es un hígado porque
es el órgano de la vida de relación y no una parte de un or-
ganismo singular. C o n r e s p e c t o a l c o n c e p t o d e "dege-
n e r a c i ó n " e n l a psiquiatría h a b r á q u e c o n s u l t a r más
aún la o b r a de M . Foucault.
Por m i parte, m e arriesgo a decir que faltando
l a c o n - c i e n c i a se h a o p t a d o p o r e l c o n - s e n s o y q u e
e l c o n s e n s o d e los e x p e r t o s d i r i g e n t e s y e m p l e a d o s
d e l a task forcé d e l a A s o c i a c i ó n (y d e los l a b o r a t o -
rios farmacéuticos) p r e t e n d e sustituir a la necesaria
c o n c i e n c i a d e los p r a c t i c a n t e s e n l a v i d a c o t i d i a -
n a d e los c o n s u l t o r i o s p s i . ¿ Q u é es l o ausente? L a

" G e n e t i c f a c t o r s a n d m e n t a l d i s o r d e r s " , Encyclopedia of Men-

tal Diseases, 21 d e o c t u b r e d e 2 0 1 0 , c o n s u l t a d o e l 2 6 d e e n e r o de
2 0 1 3 . C o m o crítica d e p o s i b l e s e x a g e r a c i o n e s , cf. J . M . G r o h o l ,
( 2 0 0 9 ) , " C h a s i n g t h e g e n e t i c g h o s t s o f m e n t a l i l l n e s s " , Psych Cen-
tral, c o n s u l t a d o e l 2 6 d e e n e r o d e 2 0 1 3 .
M . F o u c a u l t [ 1 9 7 4 ] , JLe pouzfoir psychiatrique. Cours au College
deFrance- 1973-1974, París, G a l l i m a r d , 2 0 0 3 , p p . 2 2 0 - 2 2 1 .
L A F U N C I O N S O C I A L U E L A P S I Q U I A T R L \

c o m p r e n s i ó n d e l a v i d a d e los seres h u m a n o s , d e su
e x p e r i e n c i a , d e l l u g a r d e los p r o p i o s e x p e r t o s d e n -
t r o d e l d i s p o s i t i v o q u e los r e ú n e y los a r r e b a ñ a e n
e l p r o c e s o g l o b a l d e m e d i c a l i z a c i ó n d e l a v i d a . Más
f u n d a m e n t a l a ú n es l a a u s e n c i a d e d i s c u s i ó n d e los
p r e j u i c i o s i m p l í c i t o s e n las p r e t e n d i d a s m e d i c i o n e s
d e n o r m a l i d a d y d e a p a r t a m i e n t o d e las m e d i a s esta-
dísticas y las estadísticas a m e d i a s .
N a d a es más l u c r a t i v o ( y o m i n o s o ) q u e m u l t i p l i -
c a r l o s d i a g n ó s t i c o s d e las p a r t i c u l a r i d a d e s s u b j e t i v a s
c o m o " t r a s t o r n o s d e l a p e r s o n a l i d a d " d e j a n d o a los
representantes de los l a b o r a t o r i o s la tarea de c o n -
v e n c e r ( y s o b o r n a r c o n o b s e q u i o s y , d a d o e l caso,
c o n d i n e r o c o n t a n t e y sonante) a psiquiatras y m é -
d i c o s g e n e r a l e s p a r a q u e d i a g n o s t i q u e n estas " e n f e r -
medades" e n tantos pacientes "trastornados" c o m o
sea p o s i b l e . L a s e m p r e s a s m o s t r a r á n r e s u l t a d o s d e
i n v e s t i g a c i o n e s q u e " p r u e b a n " q u e l a s u s t a n c i a X es
m e j o r q u e t o d a o t r a p a r a ese t r a s t o r n o , p a r a l a a n -
s i e d a d , p a r a l a d e p r e s i ó n , p a r a las m o l e s t i a s d i g e s t i -
vas f u n c i o n a l e s , p a r a los t r a s t o r n o s " s o m a t i f o r m e s "
d e l D S M - I V q u e e n e l D S M - 5 serán s u p l a n t a d o s p o r
" t r a s t o r n o s c o n s í n t o m a s somáticos"^^ y p e r m i t i r á n
l a i n t e r v e n c i ó n p s i e n los p o p u l o s o s casos d e " f i b r o -
m i a l g i a " , " c o l o n i r r i t a b l e " , e n f e r m o s de cáncer y d e l
a p a r a t o c a r d i o v a s c u l a r q u e se p r e o c u p a n p o r su c o n -
d i c i ó n y g e n t e q u e n i s i q u i e r a t i e n e e n f e r m e d a d fí-
sica a l g u n a . T o d o e n f e r m o c r ó n i c o , d e s p u é s d e seis
meses d e r e c i b i r e l d i a g n ó s t i c o m é d i c o , p o d r á t e n e r
su diagnóstico de " t r a s t o r n o m e n t a l " ratificado p o r

A . Francés, " M i s l a b e l l i n g M e d i c a l D i s e a s e a s M e n t a l D i -
s o r d e r " , Psychology Today, }2ir\. 1 6 t h , 2 0 1 3 y T . B o u l a r d , " T u r n i n g
S t r a w i n t o G o l d " , Psychology Today, e n e r o 1 7 , 2 0 1 3 .
138 UK F U N C I Ó N S O C I A U D E I ^ P S I Q U I A T R Í A

e l D S M - 5 y estará e n c o n d i c i o n e s d e h a c e r s e r e m b o l -
sar p o r e l s e g u r o o p o r e l E s t a d o l a a t e n c i ó n y los
medicamentos que reciba.
¿ Q u é se l o g r a c o n estas c l a s i f i c a c i o n e s expansivas?
A l g o e s e n c i a l e n e l p r o y e c t o d e l a psiquiatría: t r a n s -
c r i b i r las d e m a n d a s q u e v i e n e n d e l s u j e t o m i s m o o
d e l a i n s t i t u c i ó n d o n d e él se i n c l u y e ( f a m i l i a , escue-
la, fábrica, o f i c i n a ) e n trastornos q u e a l u d e n p e r o
e l u d e n la denominación de e n f e r m e d a d , convertir
a los m o t i v o s d e la d e m a n d a e n síntomas de enfer-
m e d a d . Más a ú n , h a c e r p a s a r c o m o c i e n c i a m é d i c a
el p o d e r de intervención y el p o d e r disciplinario d e l
d i s p o s i t i v o p s i , v a l i d a r las i n t e r v e n c i o n e s y c h a n t a -
j e a r c o n l a i n t e r n a c i ó n f o r z a d a a q u i e n se resista a
r e c i b i r e l t r a t a m i e n t o . Si e n l a m e d i c i n a g e n e r a l e l
facultativo f o r m u l a tácitamente al sujeto la d e m a n d a
d e q u e se l e e x p o n g a n los s í n t o m a s , e n l a psiquiatría
esa d e m a n d a se e x a g e r a : d a d o l o q u e e l i n d i v i d u o
d i c e y h a c e y l o q u e se d i c e d e él e n las q u e j a s d e los
d e m á s , él d e b e d a r l o s e l e m e n t o s p a r a q u e se l o u b i -
q u e e n u n a d e las c a t e g o r í a s d e l D S M y, así, h a c e r d e l
psiquiatra el médico que ordena u n a medicación:
recipe.
A l llegar al final de nuestro r e c o r r i d o n o hare-
m o s , c o m o se e s t i l a , u n r e s u m e n y c o n c l u s i o n e s d e l
t e m a que abordamos, sino u n a n u n c i o d e l p u n t o en
q u e nos detenemos y que nos estimula a proseguir
e n este s u r c o d e l q u e n o s a l i m o s , p u e s s a l i r d e él ( e t i -
m o l o g í a o r d e n a ) sería d e - l i r a r : e l e s t u d i o d e t a l l a d o
d e l t e m a más d i s c u t i b l e y d i s c u t i d o p o r la psiquia-
tría a c a d é m i c a y p o r b u e n a p a r t e d e l psicoanálisis
i g u a l m e n t e a c a d é m i c o : e l d e los t r a s t o r n o s d e l a

M . F o u c a u l t [ 1 9 7 4 ] , Lepouvoirpsychiatrique, op. cit., p, 2 7 0 .

 F U N C I O N S O C I A F D E UA. P S I Q U I A T R I A

p e r s o n a l i d a d y, e n p a r t i c u l a r , e n ese t e r r e n o c o l o n i -
z a d o p o r y p a r a e l d i s p o s i t i v o p s i , e l d e los p a c i e n t e s
f r o n t e r i z o s , borderlines, o q u e p a d e c e n d e " e s t a d o s " y
c o n d i c i o n e s "limítrofes" e n t r e la l o c u r a y la c o r d u r a .
Es p o r eso q u e este e n s a y o t e r m i n a así ...

Aléxico, D.F., marzo de 2013

ÍNDICE

PRÓLOGO 7

1. ¿ Q U É E S C L A S I F I C A R ? 19

2. M E D I C A L I Z A C I Ó N D E L A V I D A

Y DE I ^ CULTURA 33

3. E L D I S P O S I T I V O D E L A S A L U D M E N T A L 46

4. ¿ Q U É C L A S I F I C A L A CLASIFICACIÓN? 70

5. C R Í T I C A A L A S D O S C L A S I F I C A C I O N E S
INTERNACIONALES E N PSIQUIATRIA
( C I E D E L A ORGANIZACIÓN M U N D I A L D E LA
S A L U D Y D S M D E L A ASOCIACIÓN PSIQUIÁTRICA
DE ESTADOS UNIDOS) 88

6. L A F U N C I Ó N S O C L \ D E L A PSIQUIATRÍA E N E L
DISPOSITIVO PSI 115

L AJ
 Néstor A . B r a u n s t e i n

C L A S I F I C A R E N PSIQUIATRÍA
psiquiatría e s l a ú n i c a r a m a d e l a m e d i c i n a q u e t i e n e vergüenza d e o
u s a r l a p a l a b r a ""enfermedad" p a r a definir eso d e q u e s e o c u p a , y por e s o <g
l l a m a a s u s afecciones como "trastornos", u n eufemismo que traduce el H:]
v o c a b l o inglés ' " d e s ó r d e n e s " . ¿ Q u é " o r d e n " e s e l q u e s e d e s o r d e n a cuan—
do a l g u i e n e s d i s t i n t o d e c o m o s e e s p e r a ? ¿ Q u é s a b e r a u t o r i z a a l m é d i c o J
p a r a " c l a s i f i c a r " a los seres h u m a n o s entendiendo q u e p a d e c e n d e " t r a s - 3
tomos d e l a p e r s o n a l i d a d " , q u e son anormales o peligrosos y que r e q u i e - ^
ren d e "tratamientos"? g
Q u e d a c l a r o q u e e s a estrategia d e l lenguaje, d e a s p e c t o "científico", g
es u n a m a n i o b r a q u e forma parte d e u n proyecto de "medicalización" d e ^
l a s o c i e d a d , d e " p s i q u i a t r i z a c i ó n " d e l a v i d a , d e atribución d e u n m e r c a - S
d o d e l s u f r i m i e n t o a u n a profesión q u e i n t e n t a m a n e j a r e l m a l e s t a r e n l a o
c u l t u r a c o n d r o g a s p r o d u c i d a s p o r l a s compañías farmacéuticas y c o n
m a r b e t e s diagnósticos q u e d e s c a l i f i c a n a q u i e n e s l o s r e c i b e n p e r o q u e
p e r m i t e n l a m u t u a comprensión e n t r e los a d m i n i s t r a d o r e s .
L a e m p r e s a clasificatoria es l a llave maestra para (uni)formar a los
p s i q u i a t r a s y e s t i m u l a r e n ellos e l sueño d e e x p l i c a r l a s d i f i c u l t a d e s d e
l o s s u j e t o s c o m o e f e c t o s d e f a c t o r e s " b i o l ó g i c o s " ; l o s genéticos o l a s p e r -
turbaciones funcionales d e l c e r e b r o . . . como s i se pudiese comprender
u n a polonesa d e C h o p i n estudiando e l ADN d e l músico o l a s m a n o s d e
R u b i n s t e i n o l a centellografía c e r e b r a l d e l o y e n t e .
E n m a y o d e 2 0 1 3 s e proclamó oficialmente e l D S M - 5 , redactado p o r
e s p e c i a l i s t a s d e l a A s o c i a c i ó n Psiquiátrica d e E s t a d o s U n i d o s , u n " m a -
n u a l estadístico y d i a g n ó s t i c o " c o n e l q u e s e p r e t e n d e " u n i f i c a r " y " d i g i -
t a l i z a r " l o s diagnósticos p a r a s e r v i r a l o s fines d e l a i n d u s t r i a , e l e s t a d o y
l a s c o m p a ñ í a s d e s e g u r o s . Clasificar en psiquíatrúx e x h i b e y d i s c u t e l a
última expresión d e e s a o m i n o s a e m p r e s a d e e n c a s i l l a r " a n o m a l í a s " q u e
no s e llegan a entender p a r a e n c a r g a r a l a m e d i c i n a e l cuidado d e l a s
" n o r m a s " y e l " o r d e n " d e j a n d o a l d e r e c h o l a relación c o n l a s " r e g l a s "
y la "ley".

978-607-03-0465-

^^^JK I vrintÍLino
^^^^^^M í-'ciitorcs
9 786070 304651