Resumo Por Capítulo: A Relíquia
Resumo Por Capítulo: A Relíquia
Resumo Por Capítulo: A Relíquia
Prefácio 3
Capítulo 1 3
Introdução
Escrita pelo português Eça de Queirós em 1887, A Relíquia é uma obra realista com traços
fantásticos recheada de ironias e humor em crítica às instituições que o autor considera
responsáveis pela estagnação de Portugal de sua época: a Monarquia, e Igreja e a burguesia. Trata-se
de um diário de um jovem que busca realizar as vontades de sua tia beata como forma de garantir
sua herança, mas é tentado por aquilo que sua tia abomina: relacionamentos carnais com o sexo
oposto.
Este resumo traz o conteúdo da obra original em uma linguagem clara e concisa, sem deixar de lado
as informações, os episódios e as tramas que sustentam a história como um todo.
Caso tenha alguma dúvida sobre a obra original ou queira questionar algo sobre próprio resumo,
deixe um comentário no nosso fórum.
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Resumo Por Capítulo: A Relíquia
Prefácio
O autor revela que decidiu escrever as memórias de sua vida por considerar que ela conterá uma
“lição lúcida e forte”, representada numa mudança moral ocorrida durante sua viagem a Jerusalém.
A intenção não seria criar um “guia turístico” do local, já que ele nem lhe pareceu tão atrativo
assim. Isso, ademais, já havia sido feito por um companheiro de viagem seu, o alemão Topsius:
“JERUSALÉM PASSEADA E COMENTADA” era o nome de sua obra, que citava o autor desta
como um “ilustre fidalgo lusitano” que carregava embrulhos de papel com os ossos de seus
antepassados.
O autor, entretanto, nega que carregava ossos durante a viagem – fato que era malvisto, não
perante a Igreja, a qual não o incomoda e nem se interessaria por um caso de roubo de ossos, mas
perante a burguesia liberal, a qual ele ambiciona pertencer. Portanto, solicita que o alemão Topsius
corrija a informação na próxima edição de seu livro, de acordo com o que é revelado neste.
Capítulo 1
O pai do autor da obra, filho do Padre Rufino e de Filomena Raposo, chamava-se Rufino da
Assunção Raposo, trabalhava nos correios e escrevia, por gosto, para o jornal local.
Certa vez Rufino fez no jornal um grande elogio ao bispo de Coazim (Galileia), que visitava sua
cidade, e passou a ser muito admirado pelo religioso, ainda mais depois que soube ser filho de um
padre. Tal apoio sacerdotal fez com que Rufino conseguisse uma promoção em seu trabalho, sendo
transferido do Porto para Viana.
Durante a viagem o “papá” conheceu o Comendador G. Godinho, de Lisboa, que viajava com suas
sobrinhas, D. Maria do Patrocínio, que ia sempre às missas, e D. Rosa, “gordinha e trigueira”. Do
romance com a última, nasceu o autor deste livro. A mãe, porém, morreu após o parto, deixando o
garoto só com seu pai.
O autor lembra o dia em que foi vestido de preto, em luto pelo comendador, que nunca o visitara e
a quem seu pai chamava de “malandro”. Também relembra o dia em que seu pai morreu com uma
apoplexia (AVC), deixando-o só.
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Órfão, o autor foi levado a Lisboa para viver na casa da “titi”, a tia Patrocínio, a quem deveria
estrita obediência. A mulher parecia enojada em recebê-lo e exigiu que mantivesse hábitos
religiosos enquanto vivesse ali.
Assim que foi possível, Teodorico – como se chama o autor – foi mandado pela tia para um
internato. Lá ele conheceu Crispim, um garoto que lhe dava beijos e lhe mandava bilhetes de
admiração. Também havia tediosas aulas religiosas e colegas fumando cigarros escondidos.
Uma vez por mês ia visitar a “titi” durante um final de semana, situação em que eram cobradas
orações e os clérigos, amigos da beata, elogiavam seu desempenho escolar. Vicência, criada da tia
Patrocínio, levava Teodorico de volta ao colégio contando a ele que sua tia era muito rica, herdeira
do Comendador, e que deveria ser muito respeitada por ele. A mulher despedia-se do garoto com
um beijo no rosto e isso fez surgir nele uma paixão por Vicência, que logo desapareceu.
Certo dia Teodorico meteu-se numa briga, tornou-se rebelde. Crispim já não estudava mais com
ele. Passaram-se anos. Após iniciar o estudo de retórica, foi transferido para Coimbra, onde se
fartou da liberdade, com noitadas e mulheres. Para a tia, enviava cartas religiosamente a cada quinze
dias, relatando hábitos muito mais sacros.
Durante um verão que passava em Lisboa, conheceu um primo do Comendador Godinho que
passava por dificuldades: doente, sem dinheiro, vivendo com uma espanhola que tinha três filhos.
Xavier pediu ajuda ao parente para convencer a tia Patrocínio a ajudá-lo. Após muita insistência,
Teodorico tentou convencer sua tia da necessidade do familiar, mas a carola pensava que Xavier
merecia tal sofrimento por “se meter com saias”. Lembrando-se de suas aventuras em Porto,
Teodorico correu para queimar alguns bilhetinhos e lembranças de suas amadas, que trouxera no
bolso do paletó e poderiam desagradar à tia.
Andando pela cidade, após saber que Xavier fora levado a um hospital, Teodorico ouve alguém o
chamar pelo apelido de faculdade, Raposão. Era Silvério, apelidado Rinchão, que o convidou para
visitarem algumas amigas. Adélia logo o conquistou e o acariciou com beijos profundos. Voltando
tarde para sua casa, Teodorico foi recriminado pela tia e inventou uma desculpa. Nervoso com a
situação, ele só se continha ao pensar na herança a qual deveria fazer jus.
Uma vez formado Doutor, Teodorico voltou definitivamente à capital. Ganhou da tia um cavalo,
com o qual deveria peregrinar diariamente a fazer orações em igrejas por ela escolhidas. À noite
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tinha algum tempo livre, no qual ainda visitava Adélia – sempre escondido de sua tia, que tinha
completo horror a relacionamentos entre homens e mulheres, ainda que com amor.
A habilidade de Teodorico manter uma postura religiosa perante tia Patrocínio rendeu-lhe alguma
confiança, mas ainda era necessário esforçar-se mais, parecer um santo, para que ela não deixasse
todos seus bens para a Igreja – assim alertou-lhe Dr. Margaride, amigo da tia. Seguindo esta
orientação, Teodorico demonstrava ainda mais o apego à fé, aos santos e orações.
Adélia era uma amante cada vez mais distante e chegou a ser flagrada com outro rapaz em sua casa,
mas Teodorico foi convencido que se tratava de um sobrinho seu. A criada da moça, no entanto,
avisou o amante que estava sendo enganado: o tal rapaz também tinha encontros amorosos
frequentes com sua patroa. Ao tentar tirar satisfações de Adélia, Teodorico foi expulso de sua casa.
A decepção amorosa do autor foi canalizada para a única atividade que alegrava sua tia: a devoção
religiosa. No oratório da residência, Teodorico orava para que tivesse de volta os beijos de Adélia,
e via o cristo dourado de tia Patrocínio se transfigurar no corpo de sua amada.
Após mais uma malfadada tentativa de contato com Adélia, Teodorico encontrou-se com Rinchão,
seu amigo que acabara de voltar de Paris. Sabendo de suas aventuras na agitada cidade, teve
desperto o desejo de viajar.
No domingo, durante o tradicional jantar com padres e amigos, Teodorico foi questionado sobre
suas ambições e, mesmo sabendo que deveria agradar à tia, não resistiu a revelar seu interesse por
Paris. Tia Patrocínio ficou horrorizada por considerar aquela região pecaminosa. Dr. Margaride
sugeriu que uma boa viagem seria à Terra Santa, o que foi ratificado pelos padres presentes: uma
peregrinação ao local sagrado garantiria indulgência plena, para si e para os familiares.
Após uma noite melancólica, na qual Teodorico percebeu que estava preso naquelas terras, tia
Patrocínio encarregou-lhe uma santa missão: visitar Jerusalém por sua conta e trazer de lá uma
relíquia. Apesar de o destino não agradar o rapaz, pareceu uma boa oportunidade de passar por
regiões muito festivas onde poderia se divertir com liberdade.
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