Em um mundo onde a inovação constantemente redefine o mercado, o Brasil se prepara para dar um salto significativo em sua infraestrutura econômica com o desenvolvimento do Drex, nova moeda 100% digital que promete transformar não apenas as transações financeiras no país, mas também o cotidiano dos brasileiros.
Esse avanço tecnológico coloca o país em um grupo de mais de 130 ações que já vêm explorando o potencial da criação de moedas digitais próprias, chamadas de CBDCs (Central Bank Digital Currency — ou Moeda Digital de Banco Central), cujas características únicas as diferenciam tanto das criptomoedas quanto de sistemas de pagamento instantâneo como o Pix.
Ao contrário das já conhecidas criptomoedas, que operam em ambientes descentralizados, o Drex é uma moeda criada, controlada e distribuída pelo Banco Central do Brasil e que utiliza instituições bancárias como intermediários junto às pessoas físicas, o que garante a estabilidade e a segurança regulatória que as moedas virtuais descentralizadas não possuem.
Além disso, enquanto o Pix atua como um meio de pagamento e de transferência de recursos instantâneos, o Drex em si é uma moeda digital com cotação equivalente ao Real (moeda fiduciária brasileira), mas em sua versão digital e com capacidades expandidas enquanto plataforma. O nome Drex, inclusive, é derivado das palavras Digital, Real, Eletrônico e a simbologia de modernidade representada pelo “X”, também ligada ao Pix.
Conectado a essa evolução do Sistema Financeiro Nacional está o banco BV, que apostou na sua veia inovadora para apoiar o Banco Central do Brasil no desenvolvimento do Drex através do seu Piloto, cujo lançamento já está previsto para o fim de 2024. “Desde quando o Banco Central abriu a possibilidade para criar um laboratório de testes, nos prontificamos a ser um dos agentes participantes no refinamento da solução. Todos os testes realizados até agora foram bem-sucedidos, o que aumenta nossa expectativa em relação ao lançamento”, comenta Renato Bonetti, Diretor de Riscos e Operações do banco BV.
A próxima fase agora é desenvolver experimentações e casos de uso para aplicação da moeda digital nos negócios, iniciando, no caso do BV, com o financiamento de veículos, cuja natureza de programação do Drex permitirá simplificar processos e reduzir custos.
Capacidade de programação
Uma das inovações mais significativas do Drex é sua natureza programável. Isso significa que a nova moeda digital pode ser configurada para cumprir determinadas condições antes de ser transferida, abrindo portas para uma vasta gama de novas aplicações. Na compra e venda de veículos, por exemplo, o Drex pode simplificar e tornar mais seguras as transações, permitindo a transferência de fundos somente após a confirmação da transferência de propriedade, tudo isso de forma automatizada e instantânea — vantagem para a qual o banco BV já está atento.
“Estamos trabalhando para inserir o Drex como uma ferramenta de liquidação de empréstimos, registro de garantias e até de transferência de propriedade, entregando mais benefícios aos clientes com mais segurança, agilidade e praticidade”, revela Bonetti.
Outra vantagem significativa é a expectativa de que o Drex facilite transações internacionais, tornando-as mais rápidas, seguras e menos custosas. A capacidade de interoperabilidade entre redes e moedas internacionais do Drex e sua regulação pelo Banco Central são atrativos para o comércio exterior.
Além disso, a segurança também é um diferencial do Drex, que está sendo desenvolvido sobre a DLT (Distributed Ledger Technology), categoria de tecnologia que engloba a blockchain e outras redes descentralizadas, e é uma plataforma altamente segura contra ataques à cibersegurança, onde também estão as criptomoedas em geral. Essa tecnologia, aliada ao controle e à supervisão do Banco Central, assegura a confiabilidade da moeda digital, oferecendo aos usuários uma nova forma segura de realizar transações financeiras.
Dinheiro do futuro
Com o Drex, o Brasil se posiciona na vanguarda da inovação financeira global, explorando as possibilidades que as moedas digitais oferecem para a modernização de sua economia. Além de trazer benefícios imediatos em termos de eficiência e segurança, o Drex abre um leque de oportunidades para o desenvolvimento de novos modelos de negócios e ofertas de serviços financeiros digitais inovadores, utilizando contratos inteligentes e outras tecnologias descentralizadas.
“Hoje, já fazemos contratos e os assinamos digitalmente, mas o que está ali é fixo. Com o Smart Contract, será possível criar contratos com cláusulas e condições programáveis que se habilitam à medida do tempo, de forma totalmente digital e liquidada por moedas digitais. Esse recurso mudará tudo o que temos de história com contratos entre pessoas e instituições financeiras”, ressalta Bonetti.
À medida que o projeto do Drex avança, com instituições como o banco BV na linha de frente dos testes e implementação, observa-se um futuro promissor para o dinheiro no Brasil — com mais agilidade, segurança, redução de custos e, principalmente, uma melhor experiência do usuário. A introdução dessa tecnologia financeira não apenas redefine o conceito de dinheiro como o conhecemos, mas também promete impulsionar a economia brasileira para uma nova era de inovação e crescimento.