Santos Silva está mesmo fora do Parlamento. José Cesário regressa
O ainda presidente da Assembleia da República perdeu o mandato pelo círculo fora da Europa. O social-democrata José Cesário vence e o Chega elege Manuel Alves.
Está confirmado. O socialista Augusto Santos Silva, ainda presidente da Assembleia da República, perdeu o mandato pelo círculo fora da Europa e, por isso, não será reeleito deputado. Neste último dia de contagem dos votos da emigração, os boletins só começam a ser abertos a partir das 17h, mas já é possível antecipar o desfecho. José Cesário, da AD, é o grande vencedor e está de volta ao Parlamento e o Chega elege Manuel Alves, um ex-social-democrata.
“Augusto Santos Silva não será reeleito e tudo indica que a AD, que está em primeiro lugar, vai ganhar terreno ao Chega e o Chega vai ganhar terreno ao PS”, afirmou ao ECO o cabeça de lista da AD pelo círculo fora da Europa, José Cesário.
Até terça-feira, foram contados cerca de 300 mil votos de um total de 350 mil, naquela que será a maior participação dos emigrantes numas eleições legislativas, que deverá ultrapassar os 20%, o que compara com a taxa de 11,42%, do sufrágio 2022, tendo em conta 1.541.464 eleitores dos dois círculos no estrangeiro. O processo está a decorrer no Centro de Congressos de Lisboa.
Neste último dia de contagem de votos, faltam apurar ainda cerca de 40 mil boletins, mais cerca de 11 mil do Brasil e de outros países da América Latina, apurou o ECO.
A confirmar-se a tendência dos últimos dois dias de registo dos boletins, a AD será a força partidária mais votada pelo círculo fora da Europa. Até terça-feira, contabilizava 11.327 boletins, que permitem eleger o antigo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que regressa, assim, ao Parlamento. O Chega surge na segunda posição, com 7.749 votos, e consegue um lugar na Assembleia para Manuel Alves, que foi militante do PSD. Santos Silva não será eleito, com os 6.696 votos contados até terça-feira, ficando fora do Parlamento.
Macau, Estados Unidos, Canadá e países da Ásia terão dado mais votos à AD. No Brasil, haverá um empate com uma ligeira vantagem para o Chega, que terá conquistado votos sobretudo no Rio de Janeiro e noutras cidades espalhadas pelo país, à boleia dos bolsonaristas que apelaram ao voto no partido de André Ventura. A AD terá conquistado S. Paulo, segundo fontes partidárias que estão a acompanhar o processo eleitoral.
Pelo círculo da Europa, o Chega ficará em primeiro lugar. Até esta terça-feira, as mesas contaram 38.670 votos para o partido de André Ventura, que vão permitir eleger o deputado José Dias Fernandes. Em segundo, o PS, com 33.749 boletins favoráveis, deverá manter o lugar de Paulo Pisco no Parlamento. A AD tinha, até esta terça-feira, 28.956 votos o que impossibilita a conquista de um mandato para Carlos Gonçalves.
O Chega terá uma grande vantagem de votos sobretudo na Suíça, indicam fontes partidárias ao ECO. Para a eleição do deputado socialista, contribuíram essencialmente os emigrantes portugueses a viver em França.
Neste momento, o site da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna já publicou os resultados apuradas na Alemanha, Bélgica e França, no círculo da Europa.
Os emigrantes portugueses que vivem na Alemanha deram a vitória ao PS, com 4.061 votos, o que corresponde a 20,07%. A AD ficou em segundo lugar, com 3.659 votos ou 18,08% e o Chega em terceiro, com 2.631 votos ou 13%.
Para já, o PS também conquistou o primeiro lugar em França, com 5.279 votos, o que corresponde a 18,31% dos eleitores emigrados naquele país que votaram. Contudo, aqui, o Chega já surge em segundo, ultrapassando a AD. O partido de André Ventura alcançou 4.619 votos ou 16,02% e a coligação, liderada pelo PSD, obteve 3.229 votos ou 11,20%. De salientar que estes resultados já têm em conta os consulados de Bordéus, Estrasburgo e Toulouse, Lyon e Marselha. Falta apenas apurar os votos de Paris.
Na Bélgica, PS e Chega ficaram quase empatados, ainda que com uma ligeira vantagem dos socialistas. Assim, o partido de Pedro Nuno Santos teve 965 votos, o que significa que 17,93% dos emigrantes deste país que votaram, escolheram o PS. O Chega alcançou 934 votos ou 17,36% e a AD obteve 896 votos ou 6,65%.
Em Espanha, os emigrantes deram 2.135 votos à AD, que ficou, assim, em primeiro lugar, com 24,65%. Em segundo, o PS, com 1.588 votos ou 16,91% e, em terceiro, o Chega, com 881 votos ou 9,38%.
Nos Estados Unidos, a AD foi a força partidária mais votada, com 2.194 boletins, o que corresponde a uma taxa de 20,11% dos eleitores que votaram nas legislativas de 10 de março. O Chega ficou na segunda posição, com 1.219 votos ou 11,17%, e o PS, em terceiro, recolheu 1.188 votos ou 10,89%.
(Artigo atualizado às 18h02. A esta hora faltavam apurar 15 dos 24 consulados)
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