Book Chapters by Rui Gomes Coelho
Arqueologia em Portugal 2020 - Estado da Questão, 2020
Enquanto disciplina, a arqueologia é um produto da modernidade ocidental e de relações de colonia... more Enquanto disciplina, a arqueologia é um produto da modernidade ocidental e de relações de colonialidade contemporâneas. Neste texto discuto brevemente a arqueologia no contexto da descolonização do saber e da sociedade. De seguida, exponho quatro problemas centrais com que devemos lidar, seguidos de propostas de discussão ou exemplos de experiências descolonizadoras. O projeto descolonial está longe de ser uma mera abstração. Pelo contrário, é uma oportunidade para imaginarmos um mundo com justiça social.
Postguerres / Aftermaths of War, 2020
En junio de 2016 iniciamos el primer proyecto científico integral de arqueología de la guerrilla ... more En junio de 2016 iniciamos el primer proyecto científico integral de arqueología de la guerrilla antifranquista en la península ibérica. Desde entonces hemos llevado a cabo tres campañas de excavación en dos escenarios de la resistencia armada contra las dictaduras ibéricas. Ambos sitios son viviendas campesinas humildes que sirvieron de apoyo a los combatientes antifascistas o que se convirtieron de la noche a la mañana en campos de batalla. El 20 de diciembre de 1946 la casa de doña Albertina, en la aldea de Cambedo da Raia (Chaves, Portugal) fue asediada y bombardeada por la Guardia Civil española y la Guardia Nacional Republicana portuguesa. A su vez, el 20 de abril de 1949 la vivienda de doña Teresa en Repil (Monforte de Lemos, Lugo) fue sitiada por la Guardia Civil, siendo asesinados allí tres miembros de la II Agrupación del Ejército Guerrillero de Galicia. La presente comunicación muestra los resultados de nuestra investigación etnoarqueológica sobre estos combates de Repil y Cambedo da Raia.
Velhos e Novos Mundos. Estudos de Arqueologia Moderna / Old and New Worlds. Studies on Early Modern Archaeology Vol. 1, 2013
A desembocadura do Amazonas foi, desde o século XVI, a principal porta de entrada para os explora... more A desembocadura do Amazonas foi, desde o século XVI, a principal porta de entrada para os exploradores europeus numa das maiores regiões tropicais do mundo. Face às circunstâncias naturais e humanas do território amazônico, interessa-nos entender quais os mecanismos materiais que foram simultaneamente motor e resultado do processo de contato entre os indígenas e os agentes da colonização. Daremos, para isso, um enfoque especial às notícias das primeiras interações, à organização do espaço colonial, aos padrões de assentamento e possíveis relações de dependência europeia das pré-existências e das expetativas indígenas. A cidade de Belém, fundada em 1616, e o seu entorno, serão o nosso ponto de partida para um olhar que se estenderá à baixa bacia do Amazonas, desde a ilha de Marajó até Santarém.
In CARVALHO, Susana (coord.) – Habitantes e Habitats – Pré e Proto-História na Bacia do Lis. Leiria: Town Council of Leiria., 2005
Papers by Rui Gomes Coelho
Vestígios. Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica, 2019
Portugal deixou de ter colônias em 1975, mas, apesar disso, continua a ser constituído por relaçõ... more Portugal deixou de ter colônias em 1975, mas, apesar disso, continua a ser constituído por relações de poder coloniais. De que modo pode a arqueologia contribuir para desconstruir a ideia de um estado-nação como o que encontramos na narrativa hegemônica que dá forma ao Portugal de hoje? Responderemos a esta questão com um método genealógico, conectando discussões contemporâneas sobre a descolonização do espaço público à forma como historicamente se resistiu à integração da raia no estado-nação no caso de Cambedo, uma comunidade rural em Trás-os-Montes. A nossa análise será feita através de três descobertas — do presente, da fronteira e da modernidade — através das quais revelaremos eventos e conexões historicamente obscurecidas.
Journal of Social Archaeology, 2019
The fall of the European empires over the course of the 20th century forced massive migratory flo... more The fall of the European empires over the course of the 20th century forced massive migratory flows from the former colonies to the old metropolis and between colonized regions. The experiences that came with the loss of colonies were traumatic for the erstwhile colonials, who carried their imperial nostalgia to the old metropolises. The social and political consequences of these longings are still unfolding in former colonizing societies. This article critically engages the materialization of lusotropical sensibilities, focusing on contemporary Portuguese decolonization as it is experienced in Lisbon's urban landscape. I argue that cafés, restaurants, and pastry shops frequented by retornados are not only places of memory but spaces where imperial longings are ingested and internalized.
La incorporación de España al espacio Schengen llevó a la implantación de las políticas migratori... more La incorporación de España al espacio Schengen llevó a la implantación de las políticas migratorias desarrolladas en el contexto europeo. Entre estas se incluía la creación de centros “sin carácter penitenciario” de retención de extranjeros considerados ilegales mientras se gestionaban sus expedientes de expulsión. Amparados en la Ley de Extranjería de 1985 se desarrollaron los Centros de Internamiento de Extranjeros (CIEs) y los Centros de Estancia Temporal de Inmigrantes (CETI) en España, dentro de un fenómeno común a toda Europa y el norte de África. En este trabajo se confronta la cuestión del papel que juegan los propios espacios de internamiento en la redefinición política y social de las personas recién llegadas a Europa. Para confrontar esta pregunta realizaremos un análisis arqueológico y contextual de los CIEs, utilizando dos casos de estudio en los que se pondrá de relieve las características de los CIEs como sistemas socio-técnicos. Sostendremos que estos sistemas no solo crean nuevos sujetos a través de la deshumanización y subalternización del inmigrante, sino que este es precisamente uno de sus objetivos principales. Este análisis arqueológico nos permitirá argumentar no solo que los CIEs actúan como espacios disciplinarios en el contexto neoliberal sino también que a través de este análisis se puede justificar y reforzar una posición política que abogue por el cierre definitivo de estos centros.
Every garden needs to be tendered, and needs a caretaker who knows about the cycles and moods of ... more Every garden needs to be tendered, and needs a caretaker who knows about the cycles and moods of nature. It is hard to conceive that refugees may have anything to do with gardens, as they are always on the move. In this essay I will examine gardens and refugees. Gardens are not only ecological phenomena but also the articulation of ideas, places and action. They can be places that express the power of humanity over natural circumstances, the projection of an idealized order, or a place of seclusion and escape. That is the reason why gardens are a powerful trope, and that is also why they are sites of entrapment in societies that simultaneously incite and estrange the refugee. I will show that gardens are places in which refugees define some control over their lives, but also where they are rejected. I argue that the conflictive encounters that take place in gardens are better understood when we see them as workplaces, sites in which people produce goods to provide for themselves and their families, and to supply the market. In the end I will defend that the ambiguity of the garden conjures an invitation to us archaeologists: an invitation to glance beyond the narratives of victimhood that reinforce the estrangement of the refugees, and to see the transitory materialities of their lives as mirrors of our own societies.
CIRA, 10, 2010
Na sequência das políticas sociais do Estado Novo, agravadas pela II Guerra Mundial, a que se adi... more Na sequência das políticas sociais do Estado Novo, agravadas pela II Guerra Mundial, a que se adiciona a repressão social e política da década de 1940, desencadeia-se uma greve de importância nacional. Despoletada a partir da organização do Partido Comunista Português, mobilizando o descontentamento popular, a greve de 8 e 9 de Maio de 1944 terá em Alhandra um dos focos mais importantes. A experiência, assim como a repressão que se lhe seguiu, terá profundo impacto na resistência ao Estado Novo. Da mesma forma, e de modo especial, na consciência colectiva dos alhandrenses e da comunidade do concelho de Vila Franca de Xira.
CIRA, 10, 2010
O fabrico de cerâmica de construção em Alhandra até à década de 1950 marcou sucessivas gerações d... more O fabrico de cerâmica de construção em Alhandra até à década de 1950 marcou sucessivas gerações de trabalhadores dessa vila, sua envolvente, e até vindas de outras regiões. As produções, com origens que remontam pelo menos ao século XVIII, tiveram como destino natural a área de Lisboa, e depois o território português e regiões ultramarinas. No entanto, durante a primeira metade do século XX esta actividade entra em declínio irreversível, em particular devido ao crescimento da indústria cerâmica. Em termos sociais, a fase final de trabalho dos telhais foi marcada por intenso trabalho de crianças e jovens, algo que tomou parte na formação do movimento literário neo-realista português, e que constitui um marco fundamental para a construção da identidade de Alhandra.
Anais de História de Além-Mar, 10, 2009
Considerando que a Amazónia sob domínio português é marcada pela heterogeneidade do poder, procur... more Considerando que a Amazónia sob domínio português é marcada pela heterogeneidade do poder, procuramos identificar os comportamentos presentes na sociedade amazónica do século XVIII em confronto com o processo de integração colonial. Propomos a existência de três tipos alargados desses comportamentos de resistência: resistência violenta, resistência jurídica e resistência cultural. Cada um deles é potencialmente transversal tanto às identidades étnicas como de género, assumindo-se assim um modelo passível de ser utilizado em análises contextuais no espaço e período em causa.
Visual Essays by Rui Gomes Coelho
Posters by Rui Gomes Coelho
Newspaper articles by Rui Gomes Coelho
Le Monde Diplomatique, ed. Portuguesa, 2020
Que políticas salvaguardam e valorizam melhor o património cultural, garantindo a sua fruição col... more Que políticas salvaguardam e valorizam melhor o património cultural, garantindo a sua fruição colectiva? A recente nomeação de uma nova equipa para dirigir este sector, encabeçada por alguém com experiência de gestão do património imobiliário, deve mobilizar toda a precaução contra tendências de alienação, privatização e mercantilização. Mas deve também ser uma oportunidade para repensar discursos e práticas sobre o sector que traduzem escolhas políticas muitas vezes distanciadas da maioria da população.
Público, 2020
Apesar da descolonização política, a psique nacional reitera os hábitos mentais do colonizador; e... more Apesar da descolonização política, a psique nacional reitera os hábitos mentais do colonizador; e assim, na consciência de muitos, Portugal ainda é império. Por outro lado, boa parte do comentariado tradicional desqualifica as leituras alternativas da história como anacrónicas, estrangeiradas e “incordiais”. A quem serve a hegemonia lusotropical e quem são os seus cultores? Um ensaio sobre a eterna leveza do anacronismo e os guardiães do consenso lusotropical.
Interviews by Rui Gomes Coelho
Etnološka tribina, 2019
U svoja arheološka istraživanja baštine Rui Gomes Coelho kreće iz kritičke pozicije s obzirom na ... more U svoja arheološka istraživanja baštine Rui Gomes Coelho kreće iz kritičke pozicije s obzirom na njezinu ulogu u izgradnji Zapadnog svijeta i konstituiranju suvremenih nacionalnih država te njezinu spregu sa strukturama moći. Tome suprotstavlja poimanje baštine kao procesa koji sukobljava različite političke pozicije. U razgovoru se dotaknuo glavnih teorija i metoda koje su pokrenule i oblikovale nove tendencije unutar polja heritologije, progovorio o poziciji i iskustvu arheologa u tom "disonantnom" polju te o istraživanju koje je proveo u Brazilu na bivšim plantažama kave proučavajući instituciju ropstva i posebno ulogu krajolika u njegovu održavanju kroz ono što naziva "senzornim režimom" ropstva. Usto, u razgovoru je tematizirano kolonijalno nasljeđe u javnom prostoru suvremenog Portugala, inicijative za njegovu dekolonizaciju te Coelhovo viđenje lokalnog protuhegemonijskog nasljeđa narodnooslobodilačke borbe.
Call for Papers by Rui Gomes Coelho
Throughout most history, the subjection of people to forms of unfree and coerced labor was an imp... more Throughout most history, the subjection of people to forms of unfree and coerced labor was an important aspect of class-based societies in Europe and in the Mediterranean basin. The labor of slaves, bonded or forced workers were in many cases the main source of economic prosperity, and their bodies were the violent marker of social boundaries and modes of existence. In Anthropologie de L'Esclavage (1986), Claude Meillassoux argues that people are desocialized, depersonalized, desexualized and decivilized during the process of enslavement. In the end, the subject is unable to socially reproduce itself while being assigned to economic functions. In this session we will ask: In what ways does unfree labor have a materiality, from prehistory to now? How can we use materiality to examine the different modes of unfree labor, historical transitions between unfree labor and freedom, its experiences and legacies? We welcome contributions about contexts in Europe, from Scandinavia to the Mediterranean, as well as case studies from around the world that are related to the legacies of colonialism and imperialism in European and Mediterranean contexts.
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