Num dia chuvoso e
cinzento nem sempre apetece sair de
casa. Foi assim no domingo passado. O dia indicava, claramente, que o verão tinha
terminado por uma temporada. Viva o outono!, parecia dizer.
Está bem! Vamos viver a linda estação outonal
que tanto nos oferece: maçãs, romãs, castanhas e folhas de cores exuberantes, as mais resilientes ainda
abraçadas aos galhos das árvores, outras arrancadas pela força do vento, formando um belo manto em redor dos troncos e que as crianças gostam de juntar
para fazer os famosos montes de folhas secas onde saltam e se rebolam.
Como já não salto em montes de folhas secas – e neste
dia estavam todas molhadas e frias – pensei em sopa. Uma sopa de inverno,
daquelas que nos aquecem o corpo e a alma!
Queria fazer uma diferente. Consultei um livro
de receitas com 400 sopas para qualquer gosto e para qualquer etnia.
Vi a foto de uma que me atraiu. Li. Tinha todos os
ingredientes em casa com a exceção do gengibre.
Pode parecer uma sopa portuguesa à primeira
vista. Mas não é.
Esta tem o nome de harira
que é muito popular entre os islamitas que a consomem, tradicionalmente, ao fim de um dia de jejum no mês do Ramadão.
A diferença entre esta sopa e uma sopa
portuguesa tem a ver com os condimentos. Entre outros, destacam-se a canela, a pimenta de caiena e a curcuma. Faltou o gengibre.
Modéstia à parte, ficou ótima!