Vaquinha online e fantasias criativas: brasileiros se preparam para os Jogos Olímpicos de Paris 2024

“Algumas pessoas achavam que eu ia vir como atleta e eu achava engraçado, tinha que explicar que eu estava vindo como torcedora. Como os ingressos são muito caros, meu foco foi atletismo. Quando foi em 2016 no Brasil, eu não tive condições de ir porque eu morava no Pará e era muito longe do Rio. Eu estou muito animada e feliz. É minha primeira vez fora do Brasil e a minha primeira Olimpíada também!”

• QUIZ: Teste seu conhecimento sobre os Jogos Olímpicos!

Mas até para quem já teve um contato bem próximo com esse "clima olímpico", a vontade é de viver tudo mais uma vez. A jornalista Ana Paula Moreira trabalhou nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e diz que a experiência foi um divisor de águas. Desta vez, ela vai ocupar as arquibancadas como torcedora.

“O clima olímpico toma conta da cidade, tem gente do mundo inteiro… e depois do Rio eu quis acompanhar mais de perto outras olimpíadas. Logo em seguida, foi a de Tóquio, no meio da pandemia, então não tinha condições. Foi durante a Olimpíada de Tóquio, ao acompanhar os jogos e as medalhas do Brasil, que eu pensei, ‘vou na próxima’. Eu juntei com um amigo, que sempre gostou muito de esportes, e nós começamos a nos organizar. Agora é só finalizar o que falta e embarcar.”

E, além do verde e amarelo, alguns torcedores investiram pesado em uma caracterização diferente. Desde os Jogos Pan-Americanos de 2011, o grupo "Chapolins Brasileiros" cruza o planeta para marcar presença nos estádios com uma fantasia que remete ao personagem mexicano, mas, claro, com as cores do Brasil. Neste ano, 16 pessoas vão viajar para Paris. Além do apoio, o grupo preparou mais de 400 "Medalhitos", que é um mini-chapolin de pelúcia. O mascote da torcida organizada viralizou nas redes sociais e será entregue aos atletas.

Para custear a viagem, o gasto médio por pessoa foi de R$ 20 mil. Um dos integrantes do grupo, Gustavo Cardoso, conta que eles já estão se preparando para os Jogos Olímpicos de Verão de 2028, em Los Angeles.

“Nós fazemos uma vaquinha e a gente tem uma conta bancária que a gente deposita todo mês. Nós já estamos pensando em 2028 em Los Angeles com um plano de começar a arrecadação em fevereiro do ano que vem. Para essa edição, como Paris foi mais restrito e como a pandemia terminou em 2021, a gente começou a preparação há dois anos. Mas, no geral, são em torno de três anos e meio de preparação.”

• Maconha: CNJ vai fazer mutirão carcerário para rever presos acusados por tráfico após decisão do STF
• Pesquisa Quaest em São Paulo: Nunes, Boulos e Datena estão empatados dentro da margem de erro
• Bolívia: militares tomam praça do palácio presidencial; governo fala em golpe de Estado

Quem sonha em acompanhar bem de perto as Olimpíadas deve se organizar o quanto antes. O economista Wagner Cardoso alerta que quatro anos passam rápido se não houver planejamento financeiro.

"Um planejamento desses exige uma disciplina desde o início. O que é interessante é criar uma poupança específica, dedicada exclusivamente para a viagem, onde será depositado todos os meses uma quantia fixa. Por mais que quatro anos pareçam que estão distantes, eles passam muito rápido. Se não houve organização para estabelecer um orçamento, a pessoa pode passar por apertos e não conseguir viajar."