Embora 2024 marque 505 anos desde a morte do pintor italiano, o famoso quadro Mona Lisa está no centro de uma polêmica franco-italiana. A obra-prima de Leonardo da Vinci, exposta no Louvre desde 1797 e nas coleções reais desde 1516, pertence oficialmente ao patrimônio francês desde que foi adquirida por Francisco I. Mas desde o final de abril, a pintura é objeto de um pedido de restituição. Será que a Mona Lisa vai ser transferida para a Itália? A França perderá um de seus tesouros? É vontade da Associação de Restituições Internacionais, que contactou o Conselho de Estado para que devolva o quadro aos herdeiros de Leonardo da Vinci. Ameaçado de ser retirado do Louvre, o quadro tem sido alvo de um debate aceso desde que o pedido foi feito pela misteriosa associação, fundada em 2021, cuja sede e direção são desconhecidas.
Será que estes “defensores” anônimos se baseiam em fatos históricos?
Leonardo da Vinci pintou a Mona Lisa na Itália entre 1503 e 1506, chegou a França em 1516 e doou várias das suas obras em troca de uma pensão. A pintura está exposta no Louvre desde 1797, na vasta Salle des Estates em 1966 e está sozinha atrás de uma caixa de vidro desde 2005. Desde a sua chegada ao museu parisiense, o quadro só saiu do Louvre duas vezes: em 1963 para uma exposição nos Estados Unidos e em 1974 para uma exposição no Japão.
O retrato de Mona Lisa, alvo de inúmeros ataques – vandalizado por ativistas ambientais e roubado em 1911 por um vidraceiro italiano – está mais uma vez no meio de uma polêmica, com pedidos para que a obra seja retirada do Museu do Louvre.
A associação já apresentou pedidos semelhantes para obras escavadas pelo serviço arqueológico do Exército do Oriente entre 1915 e 1923, mas nunca tiveram sucesso. Os parisienses e entusiastas da arte podem ficar tranquilos, parece que a Mona Lisa, o quadro mais cobiçado do mundo, não deverá sair da capital… pelo menos por enquanto.
Mais em Globo Condé Nast
*Matéria originalmente publicada na AD França
Traduzida por Maria Mesquita