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Jo�o Mendes da Costa Amaral

(Pol�tico)
1893-1981


Fundador do Integralismo Lusitano, subdirector do Di�rio de Not�cias, foi, no Estado Novo, durante o consulado de Salazar, deputado � Assembleia Nacional e dirigente da Uni�o Nacional.

Nasceu em Alc�cer do Sal, a 18 de Janeiro de 1893;
morreu em Lisboa, a 4 de Mar�o de 1981.



Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, come�ou por militar nas hostes republicanas, sem por isso deixar de acamaradar com o grupo da Na��o Portuguesa, a que pertenciam nomeadamente Ant�nio Sardinha e Alberto Monsaraz. Foi por esse tempo, tamb�m, que conheceu e se tornou amigo de Ant�nio de Oliveira Salazar e de D. Manuel Gon�alves Cerejeira, o futuro cardeal patriarca de Lisboa.

Colaborou no Intransigente, o di�rio republicano radical que Machado dos Santos fundou e dirigiu. Mas, em 1914, ao fazer 21 anos, converteu-se � monarquia e publicou um folheto intitulado Aqui d�El Rei!, onde, pela primeira vez, se expuseram os fundamentos do movimento que passaria � hist�ria com o nome de Integralismo Lusitano, e em que apresentavam tamb�m as ideias da Action Fran�aise de Charles Maurras, incluindo o inqu�rito � juventude, c�lebre na sua vers�o francesa, e que era respondido na vers�o portuguesa por Hip�lito Raposo, amigo cuja influ�ncia, segundo o pr�prio, o fez abandonar o republicanismo. Logo a seguir, ressuscitou e dirigiu o P�tria Nova, seman�rio coimbr�o que deve ser considerado o primeiro jornal integralista que se publicou em Portugal. Depois, foi colaborador da Restaura��o, o jornal fundado e dirigido por Homem Cristo Filho, a quem o ligavam uma grande amizade e uma profunda admira��o. Foi nesse jornal que se publicou a famosa �Carta de um Velho a um Novo�, dirigida por Ramalho Ortig�o a Jo�o do Amaral e considerada como a b�n��o da Gera��o de 70 ao movimento

Integrou por essa altura, o Grupo do Tavares, grupo de artistas mon�rquicos com ideias futuristas organizado por V�tor Falc�o, seu amigo desde a �poca em que os dois colaboraram no Intransigente, futuro cr�tico liter�rio do Di�rio de Lisboa, e de que faziam parte Guilherme Santa-Rita, Amadeu de Sousa Cardoso, Jos� de Almada Negreiros, Eduardo Viana, o m�sico Rui Coelho, seu conterr�neo, e o escultor Francisco Franco.

Fundador do Integralismo Lusitano, a cuja Junta Central pertenceu, foi o primeiro chefe de redac��o de A Monarquia, o di�rio dos �novos mon�rquicos� dirigido por Hip�lito Raposo. Apoiou o sidonismo afirmando que �o que � preciso � que este regime realize os princ�pios do poder pessoal�. Na ef�mera Monarquia do Norte (1919), serviu como secret�rio de Paiva Couceiro, que presidia � respectiva Junta Governativa. Ap�s a derrota do movimento restauracionista, exilou-se no Brasil, donde s� regressou ap�s o triunfo da �Revolu��o Nacional� de 28 de Maio de 1926. N�o teve, por isso, nenhuma participa��o na ruptura da Junta Central do Integralismo com D. Manuel II, em Outubro de 1919, nem no acordo, de 17 de Abril de 1922, conhecido como Pacto de Paris, em que D. Aldegundes, filha de D. Miguel II que tinha abdicado no neto em 1920, tutora de D. Duarte Nuno, aceitou a realeza de D. Manuel, em nome do sobrinho, partindo-se do princ�pio que este seria reconhecido como sucessor do rei deposto, de acordo com o PActo de Dover de 1912. Este acordo, que n�o foi aceite pela Junta Central, dividiu o Integralismo, e terminou com a sua actividade pol�tica activa, por algum tempo.

Em princ�pios de 1927 lan�ou em Lisboa a Ideia Nacional, di�rio mon�rquico da tarde que pretendia ser o �rg�o de um novo movimento pol�tico, a Liga de Ac��o Integralista, que Ramos de Ascens�o definiu como �obra de aventura e habilidade.�, e que foi uma derradeira tentativa para restabelecer a unidade do movimento, e em que defendeu a f�rmula �Viva D. Manuel II e D. Duarte Nuno, seu herdeiro�, tentando p�r em pr�tica o acordo mon�rquico de 1922. Enfrentando desde o princ�pio a oposi��o dos militares republicanos que governavam o pa�s, mas tamb�m a dos seus antigos camaradas da Junta Central do Integralismo Lusitano, que n�o apoiavam o seu esfor�o de unifica��o, Jo�o do Amaral viu o governo da Ditadura, a que presidia o general Carmona, encerrar-lhe o jornal na sequ�ncia do chamado Golpe dos Fifis, de 12 de Agosto desse ano de 1927, de nada lhe valendo os desmentidos que op�s � acusa��o de envolvimento na estranha conspira��o.

Em 1930, foi um dos �ltimos apoiantes da Ditadura sa�da do golpe militar de 28 de Maio de 1926 a abandonar oficialmente o Integralismo Lusitano, dirigido � �poca por Hip�lito Raposo, que mostrava s�rias reservas em rela��o � evolu��o da ditadura militar, defendendo que os mon�rquicos n�o deviam colaborar com o regime que se estava a institucionalizar.

Ingressou ent�o no Di�rio de Not�cias, de que foi subdirector entre 1938 e 1939, tendo sido afastado devido � publica��o de uma entrevista com D. Duarte Nuno de Bragan�a, que naquela �poca vivia ainda no ex�lio. J� ent�o era dirigente da Uni�o Nacional, de cuja primeira Junta Consultiva fez parte (1933), foi deputado � Assembleia Nacional nas suas listas, as �nicas permitidas, desde a 1.� legislatura, em 1934. Desempenhou papel de relevo no casamento do duque D. Duarte Nuno de Bragan�a no Brasil, com a princesa Maria Teresa de Orle�es e Bragan�a (1942). Esteve depois envolvido na cria��o do Di�rio Popular, de que foi administrador. Incompatibilizado politicamente com o director do jornal, o nacional-sindicalista Ant�nio Tinoco, abandonou em 1945 essas fun��es, pondo definitivamente termo � sua actividade jornal�stica, que particularmente prezava.

Feito administrador da Companhia Colonial de Navega��o, depois de ter sido administrador da Companhia de Seguros A Mundial, abandonou a pol�tica activa com a subida ao poder de Marcelo Caetano, que come�ou por ser seu colaborador, na Ideia Nacional, mas com quem acabou por se incompatibilizar. O �ltimo chefe do Governo do Estado Novo nem por isso lhe poupou refer�ncias elogiosas em Minhas Mem�rias de Salazar.

Em finais de 1917 tinha casado com Maria Celestina da Costa Alem�o Teixeira, filha de Jos� Pedro Teixeira (1857-1925), professor de matem�tica doutorado pela Universidade de Coimbra, e lente da Academia Polit�cnica do Porto, e neta de Manuel Costa Alem�o (1833-1922), professor e director da Faculdade de Medicina de Coimbra, e que tinha sido presidente da c�mara da cidade, e governador civil do distrito.


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