Empreendedorismo negro: conheça iniciativas que estão mudando a história

empreendedorismo negro

Desde a formação de nossa sociedade capitalista, a relação com o trabalho, o dinheiro e as interações humanas são um desafio constante ao apresentar produtos e serviços atraentes aos potenciais compradores. E mesmo estando em um país, Brasil, em que a maioria (54%) da população é composta por pretos e pardos, parece que o ato de empreender tem outra cor e forma, mas…  Empreendedorismo negro é ancestral!

Entende-se por empreendedorismo como sendo a criação e gestão de um negócio com o intuito de gerar lucro e valor para suas atividades econômicas. 

Muitos associam como um movimento moderno e apenas da classe média-alta, porém desde os anos anteriores podemos identificar ações do empreendedorismo negro nas regiões periféricas do país. 

Um exemplo desses são as quituteiras do Rio de Janeiro. Mulheres negras que recebiam suas cartas de alforrias pós período da abolição da escravidão, mas ainda assim não tinham total independência financeira. Dessa forma as alforriadas encontravam modos de libertação e sobrevivência vendendo comidas populares pelas ruas do centro da cidade, trabalhando pela sua própria subsistência ainda que de forma subalterna aos demais empregos da época. Ou seja, o empreendedorismo negro existe desde que estamos nesse país. 

Se te inquieta, mova-se!

“Onde estão os nossos? Trabalhando ou se divertindo?” 

Com o fortalecimento dos debates sobre assunto afrocentrados em espaços físicos e virtuais, muitos olhares foram questionados. Essa pergunta passou a ser feita quando em determinado local encontramos mais pessoas negras trabalhando do que se divertindo.

Entretanto, ainda é possível ampliar a discussão e se questionar mais uma vez “O que me inquieta e quais são meus movimentos para isso?”

Se fortalecer no quilombo de nossas relações de afeto e comerciais é importante. Alterar a ideia de que podemos também assumir maiores níveis hierárquicos nesses ou em outros espaços é cada vez mais fundamental e transformador para as nossas histórias e as novas gerações. 

Empreender é visualizar um problema, movimentar ideias novas e agir com possibilidades gerando mudanças e resultados positivos para a sociedade.

E empreender é negro! 

Aliás, aqui estão duas iniciativas que já estão mudando a história:

Empreendedorismo negro – RAP BURGUER

Essa hamburgueria com temática de hip hop no ambiente e nome dos lanches surgiu após uma inquietação de Fernando Candido, o proprietário do negócio, que sentiu falta de um lugar que unia comida e rap. 

Foi aí que após uma mudança profissional investiu na abertura da hamburgueria que foi inaugurada em agosto de 2017.  E de lá pra cá conquista o coração de muitos clientes que também são amantes desse estilo musical.

A lanchonete fica na região central da cidade, Baixo Augusta, e até aos finais de semana com horários estendidos permitindo que as pessoas que curtem as atrações noturnas garantam saciar sua fome na volta para casa.

O local também oferece delivery pelo site e pelos aplicativos de iFood, Uber Eats e Rappi para os clientes que pedem seus lanches no conforto de seus lares.

O Rap Burguer é uma marca-exemplo de empreendedorismo negro. 

Empreendedorismo negro-  CASA PRETA HUB

A Casa Preta Hub é a casa do empreendedorismo negro. 

É um espaço de economia colaborativa nas dimensões culturais e artísticas, promovendo a fomentação do empreendedorismo afro e a valorização da cultura negra na Cidade de São Paulo.

A casa é extensão da Feira Preta que acontece uma vez ao ano com shows, oficiais e palestras para empreendedores negros. Uma iniciativa da empreendedora Adriana Barbosa que acontece há mais de 19 anos.

A Casa Preta Hub tem vários espaços interativos como livraria, galeria de arte, espaços para cursos diversos e apresentações, coworking de moda, cozinha colaborativa, estúdio de audiovisual, estúdio de som, espaço-loja para comercialização de produtos, restaurante e ainda espaço para trabalho e estudo. 

Para conhecer melhor esse local que impulsiona a criação, a troca e a sensação de estar em casa, é possível acessar as redes sociais pra acompanhar cursos e eventos; ou ainda fazer contato para uma possível parceria nas atividades relacionadas.

A Casa Preta Hub é um movimento de potência do empreendedorismo negro no Brasil.

Roberta Ferreira – turma 3

Filha de Elisabete e Roberto, natural de São Paulo com raízes baianas. Formada em Administração, atua como educadora social lecionando Formação Humana e Técnicas Administrativas para jovens e adultos.

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