Carros Usados e Seminovos
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O Ford Maverick foi lançado nos EUA durante o final da década de 1960, e no Brasil, chegou em 1973, em meio à crise mundial do petróleo que se instalava. Inicialmente, teve três versões Super (ou S, sempre com motor 3.0), Super Luxo (ou SL, com motor 3.0 ou V8 opcional) e GT (Gran Turismo, esportiva só com motor V8), e dependendo da versão, câmbios mecânico e automático e carrocerias cupê de duas portas e sedã com quatro. Apesar de chegar num momento ruim e ter vida curta, o esportivo se tornou uma lenda entre seus aficionados.

Rival direto do Chevrolet Opala, o Ford Maverick mais desejado é o GT, igual a este azul Regata do ano/modelo 1974 encontrado por Autoesporte e que está à venda através da L'art. Originalmente, o cupê está equipado com um poderoso motor 302 de 4.9 litros e câmbio manual de quatro marchas no assoalho (as versões automáticas – S e SL – tinham a transmissão de três marchas na coluna de direção) que dava ao cupê a potência máxima de 197 cv e torque bruto de 39,5 kgfm. Estes dados eram suficientes para mover seus quase 1.400 kg até os 100 km/h em respeitosos 10,8 segundos (ótimo para a época) e atingir a velocidade final superior a 180 km/h.

Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br
Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br

Na parte estética, há adereços extras que diferenciam a versão GT das demais opções do Maverick: rodas mais largas com calotas e sobrearos cromados, faixas laterais, capô e painel traseiro em preto fosco, além dos espelhos retrovisores exclusivos e par de presilhas de alumínio no capô, este último item, diga-se de passagem, uma herança de seu primo mais rico, o Ford Mustang.

Internamente, um detalhe deste GT que chamava muito a atenção na época era o conta-giros sobreposto à coluna de direção do volante, indicando que se tratava de algo realmente poderoso e assustador. Os bancos foram refeitos no padrão original de fábrica, e o clássico rádio Philco ainda funciona, como se estivesse de volta aos anos 1970.

Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br
Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br

Segundo o anunciante, o cupê da Ford foi todo restaurado no padrão original de fábrica, mantendo todos os vidros, faróis, lanternas, volante, entre outros acessórios, tal como veio quando era 0 km. O preço pedido é de R$ 375 mil, justificados por ser “rara peça de coleção nesse nível de preservação”, conforme o anúncio aponta.

Maverick, o muscle car brasileiro

O Ford Maverick surgiu nos Estados Unidos, em 1969 e durou até 1977, e teve como missão enquadrar-se numa faixa de “carros econômicos” daquele país. Sua vida no Brasil foi um pouco mais curta (de 1973 a 1979), mas nem isso deixou de ser considerado um clássico entre os brasileiros. Chegou por aqui com a missão de substituir a arcaica linha de veículos da Willys, já que, em 1968, a Ford havia adquirido a Willys-Overland do Brasil e, nesta época, precisava de um novo produto que se encaixasse na categoria do Opala da Chevrolet.

Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br
Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br

A essa altura, a Ford se apressou em detectar a deficiência do mercado com uma pesquisa nas mãos de um público selecionado para saber qual carro se adequava às exigências desse consumidor. Para o estudo foram selecionados quatro modelos estrangeiros. Entre eles, estavam o Corcel, Maverick americano e Taunus europeu (os três da Ford), além do Chevrolet Opala, todos na mesma cor e sem identificação. O destaque ficou para o Taunus, dada às dimensões e economia dos automóveis europeus.

No entanto, a Ford resolveu desenvolver o Maverick, pela simbologia que ele designava nos Estados Unidos na época, sendo um veículo mais potente que o Taunus. Depois de dois anos de duros testes de durabilidade dos componentes mecânicos e resistência ao nosso clima, o esportivo da Ford finalmente deixou de ser apenas um projeto e começou a ganhar cidadania brasileira.

Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br
Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br

Sucesso nas pistas

Entre os anos de 1973 a 1977, o Ford Maverick brilhou nas pistas de corrida de circuito, se destacando nas três de longa duração brasileiras: as 25 horas de Interlagos, os 500 quilômetros e as Mil Milhas de Interlagos.

Como nas ruas, o Chevrolet Opala foi concorrente direto e, nas pistas, também o perseguiu de forma incansável, com a vantagem de ser mais leve. Porém, foi o Ford Maverick que obteve as melhores classificações dos campeonatos.

Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br
Ford Maverick — Foto: Reprodução/lartbr.com.br

O Maverick também venceu todas as provas do Campeonato Nacional de Turismo em 1974, e, no mesmo ano, a Ford lançou a versão Maverick GT Quadrijet, com um propulsor um Windsor 302 V8 com carburador Holley de corpo quádruplo, comando Iskenderian com tuchos mecânicos e taxa de compressão de 8,5:1, de gasolina azul – vale lembrar que a dos motores normais era de 7:3:1.

Com isso, a potência do carro saltava de 140 cv para 185 cv (potência líquida) a 5.600 rpm. Com esta receita, segundo a avaliação feita pela Autoesporte (setembro de 1974), o Ford Maverick disparou de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos e atingiu a velocidade máxima de 205 km/h.

Bastante raro no mercado devido ao alto custo, poucas unidades do Ford Maverick saíram de fábrica com essa especificação. Hoje valem uma pequena fortuna!

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