A expressão “dar continuidade” poderia resumir todo o plano de governo de Bruno Covas (PSDB) para o seu segundo mandato à frente da Prefeitura de São Paulo, a partir desta sexta-feira (1º).
No tema mais urgente, a pandemia de coronavírus e saúde, desde a campanha Covas tem propagado a ampliação no número de leitos hospitalares.
Em entrevista ao Agora na semana anterior ao segundo turno da eleição que derrotou Guilherme Boulos (PSOL), Covas afirmou que pretende operar com 100% da capacidade, em até um ano e meio, dois hospitais concluídos na última gestão.
O prefeito reeleito também quer tornar efetivo o atendimento em outras unidades hospitalares.
“Nossa expectativa é poder colocar todos esses oito novos hospitais, que passaram a funcionar na cidade neste ano [2020], para que possam estar a 100% nos próximos quatro anos”, afirmou Covas.
Ainda na saúde, o prefeito quer implementar já em 2021 o prontuário eletrônico nas unidades de saúde e a telemedicina para a totalidade da população.
Ele também prometeu contratar mais pessoal na área. “Foram [nos últimos anos] 10 mil profissionais, 260 equipes de saúde da família que atendem prioritariamente a população de periferia da cidade”, disse.
Na educação, o prefeito que no meio do mês passado disse ter zerado a fila de vagas em creches, afirmou que o desafio para este ano é garantir que a espera por matrícula não volte.
Covas já disse que só retomará as aulas presenciais quando a vigilância sanitária julgar apropriado —o governo estadual, gestão João Doria (PSDB), afirmou, porém, que as escolas estarão reabertas em fevereiro, mesmo que São Paulo esteja na fase vermelha de contenção do coronavírus.
“Vamos continuar com o cartão merenda no ano que vem. Mesmo retomando as aulas, a expectativa é de continuar com ensino pela internet. Estamos comprando agora 465 mil tablets, com acesso à internet. Praticamente, o que o país comprou de tablets no primeiro semestre de 2020.”
Covas prevê também, antes da retomada das aulas presenciais, uma prova para avaliar o aprendizado.
Transporte público
A promessa de que não haverá aumento na tarifa dos ônibus municipais em 2021 veio só na última semana do ano, ao lado do criticado fim da gratuidade para quem tem entre 60 e 65 anos. As propostas para os transportes, porém, não têm nada de mudanças radicais no sistema que serve hoje a população paulistana.
Durante a campanha, em entrevista ao Agora, Bruno Covas (PSDB) contou que os coletivos devem circular em mais ruas da capital paulista, segundo os planos da administração municipal. Mas não há data para isso. “Além de tudo isso, essa reorganização [dos transportes] vai ampliar em 420 km de ruas e avenidas que hoje não passam ônibus, e que vão passar”, disse o prefeito.
As propostas sobre novos corredores, que permitiriam velocidade maior dos coletivos, são bastante modestas. Covas explicou que foi obrigado a melhorar o que já existia antes de fazer ampliações. A promessa segue em 90 km a mais para a cidade toda. “A perspectiva para os próximos quatro anos é, de novo, contar com esses 90 km de corredores a mais na cidade. Não apenas com o BRT Aricanduva, e com a conclusão das obras do corredor Itaquera, mas com outros na cidade para reduzir o tempo que as pessoas levam para ir de casa até o trabalho.”
Na zeladoria, tapar os buracos na pavimentação continua como prioridade da administração municipal, mas o sistema de contratação do serviço deve passar futuramente por mudanças. “A gente quer contratar por via mantida. Quanto menos reclamação e mais bem cuidada a via, mais a gente consegue pagar para a empresa que é contratada pela prefeitura.”
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