“Classifico como acidente de percurso. O Corinthians esteve muito abaixo [de sua capacidade] e foi sacrificado com alguns gols que normalmente nossa equipe não vinha tomando”, afirmou o técnico Vagner Mancini, tentando explicar a derrota alvinegra por 4 a 0.
Ele não estava falando sobre o pior resultado da história do clube em torneios continentais, obtido nesta semana, contra o Peñarol. A frase é de janeiro e foi dita após uma atuação ridícula diante do arquirrival Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro.
Na ocasião, o próprio Corinthians se encarregou de divulgar imagens do vestiário como opção de entretenimento. Expôs o experiente Fábio Santos revoltado com o placar e cobrando a mesma indignação dos companheiros: “Não pode perder de 4 a 0, não pode ser natural isso”.
Não pode, mas o jeito, aparentemente, é se acostumar. A equipe preta e branca levou mais quatro na última quinta, e a explicação soou familiar.
“Esta derrota eu classifico como acidente de percurso”, disse o treinador, que, em 44 partidas à frente do time, tem também no currículo um 5 a 1 para o Flamengo em Itaquera.
Com média de um grave acidente de percurso a cada 14,7 jogos sob comando de Mancini, o Corinthians virou um caminhoneiro bêbado na velha Régis Bittencourt, apelidada de “rodovia da morte”. Um desastre parece sempre iminente, e o próximo Brasileiro se apresenta como uma viagem extremamente perigosa.
Fábio Santos, que já não se mostra fisicamente capaz de vestir a camisa que tanto honrou, sabe disso. Até a conclusão deste texto, o clube ainda não havia pateticamente publicado vídeos de bastidores de mais um vexame, mas é seguro afirmar que o velho lateral esteja envergonhado.
Ele estava no elenco em 2013, quando, meses depois de ser campeão do mundo, Tite levou 4 a 0 da Portuguesa e viu que não tinha mais condições de ficar. Pediu o boné e partiu pouco depois, porque era uma época em que o Corinthians não aceitava ser goleado.
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